Teogonia

As traduções da Teogonia primam, de modo geral, pelo significado do texto grego em detrimento dos significantes que lhe compõem. Proporemos, a partir de reflexões sobre o processo de “transcriação”, uma nova tradução (para o português) dos primeiros versos deste poema de Hesíodo, buscando encontrar soluções que levem em conta a totalidade do signo linguístico.

This volume is the edited collection of the papers from a conference we hosted in Oxford in 2017, drawing together specialists from the United Kingdom, continental Europe and the United States, to examine afresh the relationship between early Greece and the civilisations of the ancient Near East. This is one of the most controversial and rapidly developing research topics in Classics, and the aim of the conference was to bring together Classicists and non-Classicists in a truly interdisciplinary environment, in which specialists from several different fields could observe and draw upon one another’s discoveries and knowledge. It was the first time that all major scholars who have so far contributed to the debate were assembled at a conference, a fact that was reflected by large crowd of over seventy participants at the Ioannou Centre in Oxford, over two full days. Our hope was that the resulting interchange would reflect on the disparate methodologies which have developed in these distinct fields, and move towards a new consensus. In order to achieve this, we limited the papers to the presentation of narratives to do with the gods; this led to a clear cross-fertilisation between papers (both in the general discussion and in the presentations), and a movement away from a narrow concern with the question of direct influence towards a more truly comparative perspective, in which the individual dynamics of the Greek and Near Eastern traditions help to illuminate what is distinctive about each of them. This represents a paradigm shift in a field once concerned solely with collecting literary parallels and letting them ‘speak for themselves’ (in Martin West’s famous words), and this is one of the major reasons why we think the resulting volume will cohere both thematically and as articulating a crucial moment in the history of scholarship on this question.

The volume serves two interconnected purposes. The first is that the book is an illustrative, handbook-like overview of the history and current state of the discussion, an aspect to be supported by an extensive Introduction to the volume, to be written by the editors. The second is that it offers new material and fresh approaches formulated by the leading scholars in the field. The volume will thus capture the state of the current discussion and shape the future debate. In keeping with the theme and discoveries of the conference, the chapters are not simply lists of parallels, but attempts to consider the processes of interaction and their significance for the texts being discussed.

The cast list of contributors is, as one should expect in a volume with this kind of ambition, international: Angus Bowie (Oxford), Yoram Cohen (Tel Aviv), Bruno Currie (Oxford), Andrew George (SOAS), Amir Gilan (Tel-Aviv), Johannes Haubold (Durham), Adrian Kelly (Oxford), Andre Lardinois (Nijmegen), Carolina Lopez-Ruiz (Ohio State), Christopher Metcalf (Oxford), Bernardo Petrella (Oxford), Fran Reynolds (Oxford), Ruth Scodel (Michigan), Robert Rollinger (Innsbruck), Ian Rutherford (Reading), Sylvie Vanséveren (Brussels), and Mark Weeden (SOAS).

En este trabajo se analizan los argumentos de uno de los enunciados de Aristóteles en Met., Ny 4, 1091a 29 – 1092a 7. Allí, un estrecho sentido de relaciones conceptuales entre la teogonía mixta y la metafísica de Aristóteles, puede ser deconstruido en base a los argumentos que se señalan desde los contenidos textuales de ambas doctrinas. Esa estructura analógica se hace evidente en el reconocimiento de lo Perfecto Primero como Principio de Generación, el cual resume la procedencia de una singular estructura analógica del concepto de ousía que Aristóteles introduce en los tratados de su Metafísica.

Esta es la primera versión de un proyecto experimental y abierto de un no filósofo y un no teólogo que toca posibles temas filosóficos o teológicos. En este sentido, pido disculpas a los especialistas del campo por la incursión en sus terrenos de alguien accidentalmente formado en otra disciplina del saber. Igualmente como no filósofo y como no teólogo se verá que, en el camino, cometo muchos errores. Por ejemplo, al intentar el regreso a una metafísica de la alteridad, que reclama, a su vez, el retorno a cierta forma de esencia (descentrada, fragmentaria y diversa) de lo humano, que ha sido un tema de singular importancia en el debate filosófico y teológico clásico, pero hoy fuera de moda. Igualmente, aunque el autor es agnóstico, en su exposición ha debido reconocer la importancia del pensamiento místico y religioso, no para abrogar de su formación disque científica, sino porque en el camino del análisis, alguna concepción de lo numinoso le ha salido al paso y no ha querido saltársela: todo lo contrario, ha seguido esa ruta con el máximo interés. Mientras en otros textos he sido quizás excesivamente racional, aquí he dejado que la razón se mezcle con la mística filosófica y teológica. Así el texto es probablemente una suma de contradicciones, un callejón sin salida o, en su defecto, con muchas salidas ocultas por la niebla, por los límites de mi propia formación y mi propia condición humana. En ese sentido, el autor pide clemencia al lector o lectora, para que mientras lea, si así lo tiene a bien, pueda señalarme dichos errores. Aunque este texto lo he escrito en el fondo como un ejercicio espiritual personal, sólo podré hacerlo plenamente mío mediante la lectura y la paciencia de las y los otros. Por ello, no me queda más que donar estas notas. Lo que venga de vuelta de las y los lectores, lo asumiré, sin duda, únicamente como gracia e iluminación.

Quando convidada a apresentar as relações entre Mito & Filosofia, lembrei-me imediatamente de um texto (inédito), "Marcuse's Mythos", apresentado por Andrew Lamas no VI Encontro da International Herbert Marcuse Society, em 2009, na York University, de Toronto, Canadá, o que levou-me à escolha do tema, quer dizer, a discorrer sobre a utilização feita por Herbert Marcuse do mito de Medusa. Fazendo uso de algumas de suas ideias e da bibliografia trabalhada por Lamas, concentrei-me nos aspectos estéticos do mito, lembrando que, nas reflexões de Marcuse, estética e política estão bastante unidas. A beleza, como objeto de desejo, encontra-se no terreno das pulsões primárias, observa Marcuse no Ensaio sobre a libertação. 1 No mito de Medusa, o prazer e o terror provocados pela beleza aparecem entrelaçados. Em suas palavras, A beleza tem o poder de coibir agressão: ela barra e imobiliza o agressor. A bela Medusa petrifica quem a confronta. "Poseidon, o deus de azul cabeleira, deitou-se com ela em uma campina macia numa cama com flores da primavera." Ela é assassinada por Perseu, e do seu corpo despedaçado surge Pégaso, o cavalo alado, símbolo da imaginação poética. 2 Conforme observou Lamas, a apresentação assim sumária de Medusa mantém o estilo tradicional da Beócia, região da Grécia central, cuja tradição épica separou-se da homérica: em contraste com Homero e seus sucessores, "os poetas épicos beócios não são principalmente contadores de histórias. Como a poesia extensa precisa estar contida em alguma moldura, favorecem o catálogo e a genealogia: quem é quem, o que é o que, e como tornaram-se; e ainda, a moral: porque as coisas são assim e o que fazer". 3 Com a narrativa minimizada em favor da identidade do personagem, Medusa é apresentada por Hesíodo como uma das Górgonas que, com suas irmãs Sthenno e Euryale, são monstros "de quem não se deve aproximar, a quem não se deve descrever". 4 Nessa versão, a bela 1

Resumo: A partir da obra Teogonia, poema atribuído a Hesíodo, analisaremos neste artigo como os processos de geração e reprodução dos deuses, assim como os casos de incesto e parricídio entre eles, influenciaram a disputa pelo poder que instaurou três gerações divinas. Para tanto, após breve consideração a respeito da constituição da poesia mítica em Hesíodo, acompanharemos a narrativa principal do mito a partir da união amorosa entre as divindades Terra e Céu, e a subsequente sucessão no poder cósmico: Céu, Crono, Zeus. The constitution of three divine generations in Hesiod's Theogony from analysis of the processes of generation, reproduction, incest and parricide among the gods Abstract: From the work Theogony, a poem attributed to Hesiod, we will analyze in this article how the processes of generation and reproduction of the gods, as well as the cases of incest and parricide between them, influenced the dispute for the power that instated three divine generations. For this, after brief consideration of the constitution of mythical poetry in Hesiod, we will follow the main narrative of the myth from the love union between the deities Earth and Heaven, and the subsequent succession in cosmic power: Heaven, Cronus, Zeus. Considerações Iniciais Na obra Teogonia, durante a narrativa de Hesíodo sobre a origem e a genealogia dos deuses, são descritos os diversos embates divinos nos processos de sucessão pelo poder. Nesse artigo nos dedicaremos a expor a relação desses embates com a forma como são descritas a origem e a geração dos deuses, bem como o papel atribuído dentro desses conflitos para os casos de incesto e parricídio. Diante dos 1.022 versos que compõem o poema, os quais descrevem do surgimento do cosmos a partir do nascimento dos deuses primordiais até uma discriminação cronológica e sistemática das linhagens divinas,