Acta Veterinaria Brasilica, v.5, n.2, p.129-135, 2011
EFEITOS DO GOSSIPOL NA REPRODUÇÃO ANIMAL
[Effects of gossypol on animal reproduction]
Ivana Cristina Nunes Gadelha1, Adriano Henrique do Nascimento Rangel 2, Alexandre Rodrigues Silva3,
Benito Soto-Blanco3
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA),
Mossoró, RN
2
Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal,
RN
3
Departamento de Ciências Animais, UFERSA, Mossoró, RN
RESUMO - O resíduo da extração do óleo do algodão é um importante alimento para animais, por ser uma fonte
de proteína de alta qualidade e de outros componentes importantes, como o cálcio, fósforo, ferro e vitaminas,
além do seu valor energético. No entanto, estes subprodutos possuem um fator antinutricional, o gossipol e sua
concentração nesses derivados depende do grau de extração do óleo. O gossipol é um pigmento fenólico de
coloração amarelada, produzido pelas glândulas de pigmento encontradas nas raízes, talos, folhas e sementes das
plantas pertencentes ao gênero Gossypium. Os efeitos do gossipol sobre a reprodução animal incluem a redução
na qualidade do sêmen, interferência no ciclo estral das fêmeas e interrupção do desenvolvimento embrionário
precoce.
Palavras-Chave: Gossipol, toxicidade reprodutiva, caroço de algodão, animais de produção.
ABSTRACT - The residue from the oil extraction of cottonseeds is an important foodstuff for animals, being a
source of high quality protein and other important components, such as calcium, phosphorus, iron and vitamins
in addition to its energy value. However, these products have an anti-nutritional factor, gossypol, and its
concentration in these derivatives depends on the degree of oil extraction. Gossypol is a phenolic yellowish
pigment, the pigment produced by the glands found in the roots, stems, leaves and seeds of plants from the genus
Gossypium. The effects of gossypol on reproduction in animals include reduced semen quality, interference with
the estrous cycle of females and interruption of early embryonic development.
Keywords: Gossypol, reproductive toxicology, whole cottonseed, livestock.
produtividade
tenha
apresentado
tendência
crescente. Na região produtora de algodão arbóreo, a
praga do bicudo teve efeitos mais acentuados,
acelerando a substituição desta espécie pelo algodão
herbáceo. Os farelos, como fonte protéica,
apresentam teores de proteína bruta (PB) de 34,3 a
48,9% e, como fonte de energia, teores de energia
digestível (ED) de 3,22 a 3,44 Mcal/kg. O caroço de
algodão, além de teores de PB de 22 a 25% e de
fibras em detergente neutro (FDN) entre 37 e 44%,
possuem de 4,12 a 5,30 Mcal/kg de ED. Uma das
fontes de gordura mais utilizadas em propriedades
especializadas em produção leiteira é o caroço de
algodão, que contém 2,22 Mcal/kg de ELL (Energia
líquida de lactação), 23% de proteína bruta, 44% de
FDN e 34% de FDA (NRC, 1989). São também
importantes fontes de fibra, com teores de fibra bruta
(FB) de 17,2 a 28%. Pode haver diferenças entre o
caroço de algodão com línter e o sem línter, tanto o
deslintado artificialmente, como o naturalmente sem
INTRODUÇÃO
O algodoeiro (Gossypium spp) é cultivado para
produção de fibra e óleo. Como subproduto do
algodão, o farelo representa mundialmente a
segunda mais importante fonte ou suplemento
protéico disponível para a alimentação animal,
ultrapassada apenas pela soja. Este farelo é o resíduo
da obtenção do óleo, que pode ser feita tanto pelo
esmagamento mecânico do caroço como através do
uso de solventes (IEA, 1994). Ele fornece inúmeros
subprodutos, torta e farelo, ricos em proteína de boa
qualidade e bastante utilizados no preparo de rações.
Resultam da remoção do óleo, que pode ser feita
tanto pelo esmagamento mecânico do caroço como
através do uso de solventes (Andriguetto et al.,
1994; Richetti & Melo Filho, 2001).
A produção brasileira de algodão vem apresentando
grandes oscilações ao longo dos anos, ainda que a
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línter. Alfonso et al. (1986), o caroço de algodão
sem línter tem passagem mais rápida pelo intestino,
o que pode resultar em menor digestibilidade. Por
outro lado, Coppock et al. (1985) teorizaram que a
saída mais rápida do rúmen pode resultar em maior
disponibilidade de proteína para digestão intestinal.
De acordo com Sullivan (1993), variedades
naturalmente deslintadas têm teores maiores de
proteína bruta e gordura, o que justificaria as
diferenças observadas. A casca do caroço de algodão
e os restos de culturas, utilizados como fontes de
fibra, apresentam teores de FB de 42,9 a 50,0%.
Como fontes de macrominerais, ressaltem-se os
teores de fósforo (P), acima de 1% nos farelos, de
cálcio (Ca), que chegam a 0,24% nos farelos e
caroços e de enxofre (S), atingindo 0,43% no farelo
proveniente da extração mecânica do óleo (Rangel &
Lima Júnior, 2010).
(Abdurakhimov et al., 2009; Kong et al., 2010;
Evangelista et al., 2011).
Figura 1. Estrutura molecular do gossipol.
Como o gossipol altera a coloração e a qualidade do
óleo de sementes de algodão, os processamentos
para obtenção deste óleo procuram manter esta
toxina nas sementes. Uma forma de se obter isto é
através do processamento térmico, que faz o
gossipol se ligar a aminoácidos constituentes de
proteínas do algodão, especialmente ao aminoácido
lisina. O gossipol conjugado não apresenta
importância toxicológica, sendo considerado
fisiologicamente inativo. O gossipol livre (não
conjugado) é o que apresenta importância
toxicológica. O grupamento formil do gossipol se
liga aos grupamentos amino epsilon da lisina e da
arginina, reação esta conhecida como reação de
Maillard ou browing. Também pode haver ligação
com o grupamento tiol da cisteína (Kerr, 1989;
Cheeke, 1998; Soto-Blanco, 2008).
A disponibilidade do caroço e do farelo de algodão
no mercado produtor, seu valor energético, protéico
e o baixo preço, têm estimulado pecuaristas a
adotarem sua utilização na alimentação animal. De
fato, o algodão é uma fonte de proteína de alta
qualidade (Alford et al., 1996). No entanto, estes
subprodutos possuem um fator antinutricional, o
gossipol. O gossipol é um pigmento fenólico de
coloração amarelada, produzido pelas glândulas de
pigmento encontradas nas raízes, partes aéreas e
sementes de algodão (Forman et al., 1991; Cheeke,
1998; Soto-Blanco, 2008). Esta substância foi
isolada pela primeira vez em 1899, e seu nome foi
concebido pela associação entre o nome científico
do gênero do algodão (Gossypium) com a
terminação “ol” oriunda de fenol. Há pelo menos
outros quinze compostos fenólicos produzidos pelas
glândulas de pigmento do algodão, mas estes
compostos são de pouca importância toxicológica,
pois estão presentes em concentrações muito
menores do que a encontrada pelo gossipol (Cheeke,
1998; Soto-Blanco, 2008).
O conteúdo de gossipol livre nas sementes íntegras
de algodão é de cerca de 0,5%. Estes níveis variam
de 0,1 a 0,5% quando é feita a extração do óleo por
solventes. Já nos processos mecânicos de extração
envolvendo pressão e tratamento térmico, esta
redução é para cerca de 0,05%. Ainda, a extração
por solventes podem produzir farelos com menor
concentração de gossipol livre (0,05%) quando se
realiza extrusão ou expansão antes da extração
(Cheeke, 1998). O farelo de algodão resultante da
extração mecânica apresenta menores teores de
proteína do que os provenientes da extração
química, no entanto tem maior valor energético por
conter mais óleo residual (Krishnamoorthy et al.,
1983). Vários são os fatores que influenciam a
presença do gossipol na planta. Dentre estes fatores
estão as condições climáticas, havendo correlação
positiva com a pluviosidade e negativa com a
temperatura. Outro fator conhecido é a variação
entre as espécies de algodão, sendo que G.
barbadense apresenta maior concentração do que G.
hirsutum. Por outro lado, o armazenamento do
A fórmula química geral do gossipol é C30H30O8,
com peso molecular de 518,6 daltons e fórmula
química
estrutural
8,8’-dicarboxaldeído1,1’,6,6’,7,7’-hexahidroxi-5, 5’-diisopropil-3,3, dimetil-2,2’-binaftaleno (Figura 1) (Randel et al.,
1992; Santos, 1997; Cheeke, 1998; Soto-Blanco,
2008). Há duas formas isoméricas nas quais o
gossipol pode ser encontrado, (+)- e (-)-gossipol. O
isômero (-)-gossipol é considerado o mais tóxico.
Foi constatado que há variação na proporção entre
estas duas formas nos diferentes cultivares, sendo
esta variação determinada geneticamente (Cheeke,
1998; Soto-Blanco, 2008). A função do gossipol
para a planta que o produz é limitar a predação por
insetos, incrementando a sobrevivência do vegetal
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algodão tem muito pouca influência sobre o
conteúdo de gossipol (Danke et al., 1965; Randel et
al.,1992; Calhoun et al., 1995; Cheeke, 1998;
Staples et al. 1998; Soto-Blanco, 2008).
modernos de extração do óleo têm aumentado a
concentração deste composto fenólico nos
subprodutos, ao mesmo tempo em que as vacas de
alta produção tendem a aumentar a ingestão de
alimentos, e consequentemente a de gossipol. O
rúmen detoxifica partre do gossipol por diluição e
baixa absorção ou unindo-o às proteínas que contêm
aminoácidos livres, impedindo seu metabolismo
(NRC, 2001). Vacas intoxicadas apresentam
taquipnéia e anemia caracterizada por redução na
concentração de hemoglobina, aumento na
concentração de proteínas plasmáticas totais e na
fragilidade eritrocitária; ocasionalmente ocorrem
mortes. Os achados patológicos incluem edema
pulmonar e abomasal, presença de líquido amarelado
nas cavidades torácica e peritoneal, fígado com
aspecto denominado noz-moscada e fibras cardíacas
degeneradas e hipertróficas. Vacas da raça Jersey,
que são as mais sensíveis à intoxicação pelo cobre,
apresentam um significante aumento nesta
sensibilidade quando são alimentadas com farelo de
algodão, provavelmente por causa da lesão hepática
(Kerr, 1989; Cheeke, 1998; Soto-Blanco, 2008).
EFEITOS TÓXICOS DO GOSSIPOL
O gossipol é tóxico para espécies não ruminantes e
ruminantes, quando alimentados em concentrações
elevadas (Morgan et al., 1988; Risco et al., 1992;
Willard et al., 1995; Zhang et al., 2007). A
intoxicação natural por este pigmento tipicamente
ocorre por meio da ingestão prolongada, uma vez
que os níveis desta substância no algodão não são
suficientemente altos para poder promover
intoxicação aguda. Os efeitos do gossipol são
cumulativos, e podem surgir abruptamente após um
período variável de ingestão (Eagle, 1950; Patton et
al., 1985; Kerr, 1989; Cheeke, 1998; Soto-Blanco,
2008).
Os efeitos tóxicos do gossipol é muito maior para os
não-ruminantes, ou seja, nos monogástricos, como
suínos e aves, que são bastante suscetíveis à
toxicidade de gossipol, assim como os préruminantes, podendo reduzir a capacidade
carreadora de oxigênio no sangue, resultando em
respirações curtas e edemas pulmonares (Morgan et
al., 1988; Risco et al., 1992; Randel et al.,1992;
Willard et al., 1995; Zhang et al., 2007). Portanto, os
sinais de intoxicação aguda pelo gossipol em não
ruminantes, pré-ruminantes e ruminantes machos
são semelhantes e incluem dificuldade respiração,
dispnéia, diminuição da taxa de crescimento,
anorexia, fraqueza, apatia e morte depois de vários
dias (Rogers et al., 1975; Morgan et al., 1988; Kerr,
1989; Velasquez-Pereira et al., 1999; Fomband &
Bryant, 2004; Zhang et al., 2007). Além disto, a
ocorrência de morte súbita promovida pelo gossipol
foi relatada em bezerros (Holmberg et al., 1988;
Hudson et al., 1988). Achados post-mortem incluem
derrames pleural e abdominal, necrose centrolobular
do fígado (Risco et al., 1992), edema generalizado,
congestão dos pulmões e do fígado e degeneração
das fibras cardíacas (Randel et al., 1992; Alford et
al., 1996; Robinson et al., 2001).
Alguns sinais de toxicidade gossipol foram
relacionadas a uma diminuição das concentrações de
antioxidantes e um aumento na formação de espécies
reativas de oxigênio (Fornés et al, 1993; Hervé et al.,
1996; Velasquez-Pereira et al., 1999; Kovacic,
2003). Janero e Burghardt (1988) afirmaram que o
gossipol pode interagir com membranas biológicas,
promovendo a formação de espécies reativas de
oxigênio. Lane e Stuart (1990) sugeriram que os
antioxidantes desempenham um papel fundamental
no metabolismo de gossipol. Em altas doses, o
gossipol também reduz a atividade de sistemas
enzimáticos de cadeias de transporte de elétrons
mitocondrial e desconecta os processos de
respiração e fosforilação oxidativa (Meksongsee et
al., 1970; Abou-Donia & Dieckert, 1974).
O gossipol é um composto altamente reativo, que se
liga rapidamente a diferentes substâncias, incluindo
minerais e aminoácidos. Dentre os minerais aos
quais ocorre a ligação, o principal é o ferro, dando
origem ao complexo gossipol-ferro. Como o ferro
presente neste complexo não é utilizado,
desenvolve-se uma deficiência neste metal, afetando
principalmente a eritropoiese (Herman & Smith,
1973; Skutches et al., 1973; Abou-Donia, 1976;
Lindsey et al., 1980; Patton et al., 1985; Kerr, 1989;
Akingbemi & Aire, 1994; Cheeke, 1998; Aneja et
al., 2003; Soto-Blanco, 2008). O gossipol também
promove aumento na fragilidade dos eritrócitos
(Lindsey et al., 1980; Mena et al., 2004; Zhang et
al., 2007) e depressão significativa de albumina,
globulinas, proteína total (Risco et al., 1992).
Os ruminantes adultos apresentam menor
sensibilidade ao gossipol por haver ligação desta
substância a proteínas do fluido ruminal (Willard et
al., 1995). A ingestão de gossipol em quantidades
superiores à capacidade de detoxificação ruminal
permite a absorção de gossipol livre. Até
recentemente considerava-se que os ruminantes
poderiam inativar mais gossipol do que seriam
capazes de consumir. No entanto, métodos
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1993). Muitos estudos têm demonstrado que o
gossipol afeta in vitro e in vivo a qualidade e o
desenvolvimento do embrião (Lin et al., 1994b;
Randel et al., 1996; Brocas et al., 1997; Santos et al.,
2003; Velasquez-Pereira et al., 2003; Villaseñor et
al.,
2008).
Portanto,
possui
propriedades
contraceptivas em fêmeas (Lin et al., 1985, 1994a),
pois novilhas alimentadas com gossipol possuiam
menos blastômeros e o tempo de desenvolvimento
destes era mais prolongado. Outros estudos relatam
que o gossipol interfere no ciclo estral de fêmeas
roedoras (Lin et al., 1985; Adeyemo & Longe, 2007)
e em células da granulosa de suínas (Basini et al.,
2009).
INTERFERÊNCIA DO GOSSIPOL NA
REPRODUÇÃO
Na década de 1950, houve uma drástica redução na
taxa de natalidade humana em diversas áreas rurais
da China. Naquela ocasião, foi descoberto haver
infertilidade masculina relacionada ao uso do óleo
de algodão bruto, rico em gossipol, para preparo de
seus alimentos (Liu, 1957; Liu et al., 1985; SotoBlanco, 2008). Experimentalmente, o gossipol já foi
proposto como eficaz anticoncepcional masculino
(Qian & Wang, 1984; Yu & Chan, 1998; Coutinho,
2002; Dodou et al., 2005; Chang et al., 2011).
Em machos, um grande número de trabalhos
comprovou que o gossipol promove redução na
concentração, inibição da motilidade e aumento da
mortalidade de espermatozóides (Chongthmmakun
et al., 1986; Zirkle et al., 1988; Hong et al., 1989;
Randel et al., 1992; Fornés et al., 1993; Brocas et al.,
1997; Chenoweth et al., 2000; Yuan & Shi, 2000;
El-Sharaky et al. 2010). A ação deletéria sobre os
espermotózoides é devido ao bloqueio na produção e
liberação e utilização do ATP nestas células (Ueno
et al., 1988). Além disto, também inibe o influxo de
cálcio e as atividades das enzimas Mg-ATPase e CaMg-ATPase nas membranas plasmáticas dos
espermatozóides (Breitbart et al., 1984). Ainda,
espermatozóides anormais são formados nos animais
expostos ao gossipol em decorrência de
anormalidades ultra-estruturais na membrana
nuclear, no retículo endoplasmático e nas
mitocôndrias (Haffer, 1983; Arshami & Ruttle,
1988; Chenoweth et al., 2000; Romualdo &
Klinefelter, 2002). Em células de Sertoli obtidas de
testículos de suínos, esta toxina foi responsável por
inibição do crescimento e da atividade de oxidase
celular, além de danos ao DNA (Zhang et al., 2011).
Outro efeito é a redução na expressão nuclear de
receptores para andrógenos observada nas células de
Leydig, de Sertoli e peritubular mióide provenientes
de testículos de ratos tratados com farelo de algodão
(Timurkaan et al., 2011). Pode haver redução nos
níveis de testosterona, hormônio luteinizante e
hormônio folículo-estimulante (El-Sharaky et al.
2010), mas a alteração hormonal nem sempre é
encontrada (Qian & Wang, 1984). No entanto, os
efeitos do gossipol na espermatogênese são
lentamente revertidos após o término da ingestão da
toxina (Hassan et al., 2004).
Dados in vitro indicam alguma inibição do
desenvolvimento embrionário (Zirkle et al., 1988) e
da esteroidogênese ovariana (Gu et al., 1990; Lin et
al., 1994). Brocas et al. (1997) observaram um efeito
negativo do gossipol sobre gametas e embriões in
vitro, mas não quando ele foi administrado na dieta
de vacas. Como também foi demonstrado in vitro, a
ação deletéria do gossipol na atividade das células
da granulosa de suínos (Basini et al., 2009). Em
contrapartida, outros autores relatam efeitos nocivos
do gossipol sobre a fertilidade em vacas leiteiras que
receberam embriões de novilhas alimentados com
gossipol, sugerindo que efeitos negativos no início
do desenvolvimento embrionário persiste mais tarde
durante a manutenção da gravidez (Galvão et al.,
2006; Villaseñor et al., 2008). Villaseñor et al.
(2008) mostram que os embriões entram em contato
com este pigmento tóxico no útero desses animais, já
que foi observado presença de gossipol no fluido
uterino. Contudo, embriões em desenvolvimento são
sensíveis ao gossipol, pois redução da clivagem
embrionária, redução da taxa de gravidez, aumento
da perda de gravidez (abortos), embriões de má
qualidade e baixo desenvolvimento, enfim, a
redução da fertilidade, foi relacionadas com a alta
quantidade de gossipol livre na dieta de animais
(Zirkle et al., 1988; Brocas et al., 1997; Santos et al.,
2003; Hernández-Céron et al., 2005; Santos et al.,
2008; Villaseñor et al., 2008).
O provável mecanismo pelo qual gossipol inibe o
desenvolvimento embrionário é a citotoxicidade
direta no embrião (Li et al., 1989; Randel et al.,
1992). Este efeito citotóxico pode ser resultante da
geração de radicais livres (Fornés et al, 1993;
Morales et al., 1999; Kovacic, 2003), da interrupção
da comunicação inter-celular (Hervé et al., 1996), da
indução de apoptose (Ergun et al., 2004; Moon et al.,
2008; Cui et al., 2004; Wang et al., 2000; Cengiz et
al., 2010), da alteração do transporte iônico, pois ele
pode levar a um aumento da concentração de íons
cálcio intracelular através da liberação do retículo
endoplasmático e afluxo de substâncias de fora da
Em fêmeas, a exposição ao gossipol tem sido
associada a interrupção do ciclo estral, da prenhez e
do desenvolvimento embrionário precoce (Randel et
al., 1992, 1996; Soto-Blanco, 2008). As fêmeas
ruminantes parecem menos sensíveis problemas de
reprodução induzidos pelo gossipol (Lin et al., 1985;
Brocas et al., 1997; Randel et al., 1992; Gray et al.,
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CONCLUSÕES
O gossipol afeta a gametogênese masculina e
feminina, além de promover lesões nos embriões.
Apesar das vantagens econômicas e nutricionais dos
subprodutos do algodão para alimentação dos
ruminantes, as condições de segurança para o uso
deste alimento em matrizes ainda não foram
estabelecidas no Brasil.
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