Altair Cadrobbi Pupo*
Maria Cecília Bonini Trenche**
Em 2002, comemorando o 56º aniversário da
PUC-SP, a Faculdade de Fonoaudiologia realizou
um grande evento com egressos para comemorar
os 40 anos do curso de Fonoaudiologia.
Na abertura desse evento, a Professora Doutora Altair Cadrobbi Pupo proferiu um discurso resgatando dados da história da Fonoaudiologia desta
universidade. Diante de tão poucos registros sobre
esse tema, decidimos publicar alguns trechos do
discurso.
“No aniversário de 56 anos da PUC-SP, comemoramos 40 anos de formação profissional em
Fonoaudiologia. Sendo um dos mais antigos e tradicionais do Brasil, o curso de Fonoaudiologia da
PUC-SP, tem sido referência para a formação fonoaudiológica brasileira. Acompanhando o desenvolvimento da área nessas quatro décadas, formou
4.000 fonoaudiólogos, um contingente bastante alto
se considerarmos que somos 20.000 profissionais
em todo o Brasil.
Esses são motivos, sem dúvida, de sobra, para
comemorarmos, mas também para reiterarmos a
responsabilidade e os desafios que essa história
implica e para os quais convoca.
A idéia de promover um grande encontro
de ex-alunos da graduação em Fonoaudiologia da
PUC-SP trouxe, inicialmente, entre outros, dois fortes sentimentos: um de alegria e outro de medo ou
aflição. O sentimento de alegria, vivido a cada passo
do processo de organização, foi gerado pela possibilidade de recuperar fatos e acontecimentos da nossa
vida acadêmica, de rever pessoas queridas com as
quais compartilhamos experiências importantes, de
poder valorizar e honrar aqueles que trabalharam
pela profissão durante todos esses anos.
*
Diretora da Faculdade de Fonoaudiologia.
Fonoaudiologia da PUC-SP.
**
COMUNICAÇÕES
Fonoaudiologia PUC-SP
40 anos de formação profissional
Documentar a história da Fonoaudiologia da
PUC-SP pareceu-nos uma maneira de conhecer e
preservar a memória das pessoas que fizeram formação ou trabalharam nesta instituição, como alunos, monitores, professores, pesquisadores e funcionários. Foi uma oportunidade de repassarmos a
trajetória de todas as pessoas ligadas à Fonoaudiologia que por aqui passaram.
Como dissemos, contrastando com esse sentimento de entusiasmo e alegria proporcionado pela
expectativa de promovermos no Campus Monte
Alegre esse espaço/tempo de confraternização, fomos tomados, também, por um sentimento de
medo, melhor dizendo, de preocupação por não
conseguirmos dar conta de valorizar todas as ações
importantes e homenagear com a devida propriedade todos os nossos ex-alunos e professores. Dadas a diversidade das contribuições e a quantidade
de pessoas envolvidas na construção da Fonoaudiologia na universidade e da profissão no Brasil, tivemos certo receio de magoar pessoas que não citaremos nominalmente e nem reverenciaremos
como merecem.
Considerando a importância do esforço coletivo envolvido em toda e qualquer realização profissional, fomos nos deixando contagiar pela alegria
deste acontecimento, reservando na programação
aos ex-alunos e professores um espaço para apresentação de trabalhos e relatos de percurso profissional, todos indistintamente considerados por nós
importantíssimos.
O registro da história da Fonoaudiologia da
PUC-SP e da participação de alunos desta universidade no processo de consolidação da profissão
no âmbito nacional, que ora apresentamos, estava
Vice-diretora da Faculdade de Fonoaudiologia; coordenadora do curso de
Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 16(2): 247-251, agosto, 2004
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disperso. Tivemos algumas dificuldades para reunir as informações e temos consciência de que ele
não está completo. Utilizamos, para a elaboração
dessa retrospectiva, vários materiais, documentos
acadêmicos, trabalhos de nossos professores, artigos de divulgação da Faculdade e, principalmente,
as publicações da professora Isis Meira. Pensamos,
no entanto, que esse registro, mesmo incompleto,
poderia ser um ponto de partida para uma análise
atenta e original do passado e do presente vividos
e para uma prospecção crítica de um tempo novo
para o ensino e a prática da Fonoaudiologia em
nosso país.
Retrocedendo no tempo, no entanto, não nos
deteremos na história que antecedeu a criação dos
cursos de Fonoaudiologia no Brasil, porque ela já
é bastante conhecida de todos, graças às pesquisas
realizadas, como as das ex-alunas Lúcia Helena
Figueiredo Neto e Ana Paula Berberian.
Na década de 60, o grande passo para o início
da profissão de fonoaudiólogo em nível superior
foi dado com a vinda ao Brasil do argentino Dr.
Julio Bernaldo Quirós e de sua assistente Rosa Vispo, e, posteriormente, com a ida de dois médicos
brasileiros para a Argentina, que se especializaram
em Foniatria: Dr. Américo Morgante e Dr. Mauro
Spinelli. Na volta ao Brasil, eles trabalharam em
suas respectivas Universidades de origem – USP e
PUC-SP – no curso de graduação em Logopedia,
para formar terapeutas que tratassem de indivíduos
portadores de problemas de voz, fala, linguagem e
audição. Isso aconteceu em 1960, na USP, e em
1961, na PUC-SP.
O Dr. Enzo Azzi, médico, diretor do Instituto de
Psicologia, e a psicóloga, Dra. Ana Maria Poppovic,
diretora da clínica de Psicologia da PUC-SP foram
os grandes incentivadores da Fonoaudiologia aqui,
na PUC-SP. Foi pela iniciativa deles que o curso
foi criado na Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras São Bento, ligada ao Instituto de Psicologia
e à Clínica Psicológica.
Sua criação significou uma abertura da Universidade às demandas da comunidade por atenção e tratamento dos chamados Distúrbios da Comunicação. Ao lado de outros cursos (USP, Santa
Maria, PUC-Campinas, Escola Paulista de Medicina), esse campo de atuação ganhou seus primeiros contornos acadêmicos no Brasil. A área conhecida até os anos 60 como Logopedia ou Ortofonia,
e considerada como parte da Foniatria, passou a
ser conhecida como Fonoaudiologia.
O Curso de Fonoaudiologia da PUC-SP começou modesto, com um ano de duração, em 1962.
No início, não havia vestibular. A seleção começou a ser feita em 1964, e se aplicava aos candidatos uma bateria de testes psicológicos. O primeiro
vestibular ocorreu em 1965, mas ainda não era unificado. Em 1967, passou a ter três anos e, em 1971,
a ter quatro anos de duração após reforma curricular. Duração mantida até os dias de hoje. O vestibular passou a ser unificado. Adquirindo, então, o
status de curso superior.
No cenário nacional, a necessidade de regulamentação do ensino e do reconhecimento da profissão uniu fonoaudiólogos de diferentes escolas
em torno de projetos que somente nas décadas seguintes puderam ser aprovados. A participação de
ex-alunos da PUC-SP foi fundamental para as conquistas alcançadas. O primeiro órgão de classe foi
a Associação Brasileira de Fonoaudiologia – A.B.F.,
com sede em São Paulo, fundada em 1962, tendo
como primeira presidente a fonoaudióloga Maria
Cerqueira.
Em 1969, o Instituto Educacional São Paulo
foi doado à PUC, transformando-se anos depois na
Derdic, instituição de referência nacional na área
de distúrbios da comunicação, que oferece as condições necessárias para grande parte dos estágios
do curso, e que atualmente é dirigida pelo Dr.
Alfredo Tabith.
A década de 70 foi marcada pela luta de regulamentação do curso como curso superior de longa
duração, o que caracterizaria o egresso como fonoaudiólogo e não tecnólogo. Muitas foram as pressões no sentido de os fonoaudiólogos terem formação paramédica e ficarem sob a supervisão do
médico na sua atuação. Em 1976, nossa primeira
grande conquista – um currículo mínimo foi estabelecido pelo MEC para a graduação em Fonoaudiologia. Destaca-se aqui a participação das professoras Isis Meira, Regina Freire, Beatriz Scavazza,
Clélia Bolaffi, Angela Sprenger e, eu, Altair Pupo,
que entre outros profissionais de outros cursos, lutamos pela sua oficialização como curso de longa
duração. Cabe aqui, também, o reconhecimento da
participação do professor José Nagamime, consultor técnico da PUC-SP, pela assessoria prestada ao
grupo na época.
Na PUC-SP, em 1972, uma década após a criação do curso de graduação, foi criado o primeiro
Programa de Mestrado em Audiologia, por iniciativa do otologista Prof. Dr. Orozimbo Alves Costa
Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 16(2): 247-251, agosto, 2004
Filho. Esse programa se desenvolveu de forma importante, contribuindo intensamente para a consolidação da Audiologia no Brasil.
A fonoaudiologia encontrara, nesta universidade, o ambiente e o apoio que se faziam e se fazem necessários para a contínua capacitação de docentes e a produção de conhecimento na área. Em
1979, outro curso de mestrado foi criado – o Programa de Estudos Pós-Graduados em Distúrbios
da Comunicação –, devendo ser aqui reconhecida
a iniciativa do foniatra Prof. Dr. Mauro Spinelli.
Esse programa, cujos interesses e produções acadêmicas envolveram, principalmente, as questões
dos distúrbios da linguagem, produziu material de
qualidade significativa para área.
Em 1984, houve a fusão desses dois cursos em
um único programa de mestrado. Nessa decisão,
procurou-se evitar um comprometimento da qualidade dos estudos e das pesquisas realizadas em cada
um dos programas, em função da possibilidade de
uma dispersão e fragmentação do conhecimento
produzido no campo fonoaudiológico. Coube, desta
vez, à fonoaudióloga Profa. Dra. Suzana Magalhães
Maia o papel de coordenar o projeto, imprimindo
as primeiras marcas de uma identidade que, só mais
tarde, exigiria reconhecimento. De lá para cá, outros coordenadores trouxeram contribuições importantes, Profa. Dra. Maria Cecília Bevilacqua, Profa. Dra. Beatriz Cavalcante A. Caiuby Novaes,
Profa. Dra. Leslie Piccolloto Ferreira e, atualmente, Profa. Dra. Regina Freire.
Voltando às conquistas no cenário nacional, foi
somente no início da década de 80, em 9 de dezembro de 1981, após muitos projetos apresentados, que a profissão foi regulamentada pelo projeto de lei 6965. O papel da Associação Brasileira de
Fonoaudiologia foi decisivo nessa luta.
Em 1983, foi instalado o Conselho Federal de
Fonoaudiologia, presidido diversas vezes por exalunos, como a Profa. Telma Costa e a fonoaudióloga Maria Theresa Resende.
Em 1986, com base na lei que regulamentou a
profissão, foi criado o Conselho Regional de Fonoaudiologia da 2ª região, que já está no seu 6º colegiado, tendo como sua primeira presidente nossa
querida colega Clélia Bolaffi. Os outros colegiados foram marcados também pela participação de
ex-alunos, que souberam lutar pela expansão, autonomia e valorização da profissão.
Em 1988, foi fundada a Sociedade Brasileira
de Fonoaudiologia, com sede em Fortaleza, tendo
como presidente a fonoaudióloga Bárbara Busgaib.
Desde 1995, quando sua sede se mudou para São
Paulo, a Sociedade vem sendo presidida por professores e ex-alunos da PUC-SP. Dra. Iêda Chaves
Pacheco Russo, Dra. Teresa Maria Momensohn dos
Santos, Dr. Jaime Luiz Zorzi e a Dra. Leslie Piccollotto
Ferreira, que vêm trabalhando pela valorização da
ciência fonoaudiológica por meio do aprimoramento técnico-científico de seus associados.
Foi, ainda, na década de 80, que também surgiram os primeiros periódicos da área. A revista
Atualização em Fonoaudiologia, criada por iniciativa do Dr. Orozimbo Alves da Costa Filho em
1984, e a revista científica Distúrbios da Comunicação do nosso curso de Graduação e Pós-graduação e da Derdic, editada pelo professor José Geraldo Silveira Bueno, em 1986.
O primeiro livro da área, escrito por Antônio
Amorin, foi seguido de outros, escritos por fonoaudiológos, professores do curso de Fonoaudiologia
da PUC-SP dos quais destacamos Regina Freire,
Ieda Pacheco Russo, Teresa Momenhson, Leslie
Piccolloto, Dr. Mauro Spinelli, Alfredo Tabith, Silvia Friedman, Maria Cláudia Cunha, Maria Consuelo Passos, Francisca Lier, Lúcia Masini, Laura
Märtz, Patrícia Calheta, ex-alunos como Jaime
Zorzi, Irene Marquesan, Sueli Limongi, Débora
Beffi, Eliane Shochat, Claudia Furquim e muitos
outros, não menos importantes, a quem pedimos
desculpas por não citá-los.
O curso de Fonoaudiologia da PUC-SP passou por algumas reformas curriculares que transformaram seu projeto pedagógico inicial. Dentre
elas, destacamos a reforma de 1984, que introduziu, entre outras inovações, as disciplinas eletivas,
o trabalho de conclusão de curso, mantidos até hoje
por seu caráter moderno e dinâmico, por possibilitar a incorporação dos avanços da área, o aprofundamento de estudos e a iniciação científica na graduação. Essa reforma foi coordenada pelas professoras Beatriz Scavazza e Angela Sprenger.
A década de 90 foi marcada pela concretização de duas grandes metas da Fonoaudiologia da
PUC-SP: a primeira, a realização de uma nova reforma curricular do curso de graduação, cuja proposta necessitava de atualização e aprimoramento
para adequar-se às novas demandas de formação
profissional, e a segunda, a criação da Faculdade
de Fonoaudiologia no Centro de Educação.
A reforma curricular, gestada num processo
intenso de debate e discussão envolvendo todo cor-
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po docente e discente, foi coordenada pela professora Ruth Ruivo Palladino e aprovada em
1996. Seu objetivo foi reorientar a formação,
levando o estudante de Fonoaudiologia a assumir mais radicalmente a vocação clínico-terapêutica da área como eixo central de sua formação. Eixo a partir do qual foram pensados os conteúdos fonoaudiológicos e os de outras áreas de
conhecimentos que participariam da formação
de fonoaudiólogos.
Concomitantemente à realização da reforma,
os professores Silvia Friedman, Cláudia Cunha,
Ivone C. dias Gomes, Luiz Augusto de Paula Souza e eu, Altair Cadrobbi Pupo, participamos da elaboração do projeto da criação da Faculdade de Fonoaudiologia, aprovado no Conselho Universitário (Consun) em outubro de 1995. Essa era uma
reivindicação antiga dos professores e alunos do
curso de Fonoaudiologia, que conseguimos realizar. A criação da Faculdade de Fonoaudiologia
implicava o reconhecimento da Fonoaudiologia
como área de conhecimento científico, caracterizada como uma área de atuação interdisciplinar,
com interfaces com a educação, psicologia, lingüística, medicina, mas com objeto de estudo definido
e saber próprio. Essa mudança ampliou nossas condições de trabalho e intervenção política na Universidade e fora dela.
No plano da organização administrativo/acadêmica da então Faculdade, resolvemos fazê-la de
modo a criar uma estrutura de funcionamento compatível com o projeto pedagógico de formação.
Criamos, em consonância com os princípios e diretrizes internas e com as políticas da Universidade, os Núcleos de Estudo e Pesquisa, núcleos temáticos, a partir de linhas de pesquisas, com o objetivo de integrarmos as atividades desenvolvidas
na área de ensino, pesquisa e extensão, e integrarmos a graduação com o programa de Pós-graduação em Fonoaudiologia. Esse novo modelo possibilitou a inserção dos professores em pelo menos
um núcleo e a participação em grupos de trabalho
(GT). Evitava a possibilidade do trabalho fragmentado e individualizado do professor e pretendia
ampliar a produção científica/acadêmica do corpo
docente na graduação. São ao todo três núcleos:
Núcleos e Estudos da Audição coordenado pela
Profa. Dra. Maria Angelina Nardi Martinez; Núcleos de Estudos da Linguagem, Coordenado pela
Profa. Dra. Maria Claudia Cunha; e Núcleo Teoria
Técnicas e Processos Terapêuticos coordenado pela
Profa. Dra. Marta Andrada. Esses núcleos agregam
os Grupos de Trabalho, alguns com intensa produção acadêmica e científica.
No âmbito da política científica da Faculdade,
é importante dar ênfase ao fato de que a definição
das suas linhas de pesquisa e núcleos resultou de
um longo processo de discussões desenvolvidas
tanto na graduação como na pós-graduação, uma
vez que um grande número de professores da pósgraduação atua também na graduação, o que permitiu a circulação de questões referentes à Fonoaudiologia nessas duas instâncias. Destacando-se,
entre outras questões: o objeto de estudo da área;
os princípios e métodos terapêuticos; as teorias e
técnicas da clínica fonoaudiológica, bem como as
relações com outras áreas do conhecimento.
Ainda sobre o projeto pedagógico, a partir das
reformulações referidas, a proposta está constituída por um corpo disciplinar organizado em quatro
núcleos de formação: núcleo de formação fundamental, núcleo de formação clínico-terapêutica,
núcleo de formação em assessoria e núcleo de formação em pesquisa.
Os contornos desse projeto pedagógico foram
explicitados publicamente, por meio da proposta
de Diretrizes Curriculares que enviamos ao MEC
em 1998, por solicitação da Comissão de Especialistas em Fonoaudiologia designada por aquele
Ministério. Essa contribuição à área – em nível nacional –, num momento de mudanças na estrutura
do ensino superior de nosso país, oferece uma visão geral do projeto que construímos aqui na PUCSP, como também mostra a relevância dos subsídios
que oferecemos à versão final das Diretrizes Curriculares Nacionais da Fonoaudiologia, aprovada
em 2001. A PUC-SP esteve representada na Comissão de Especialista que elaborou o projeto das
diretrizes aprovado posteriormente com algumas
modificações, por meio das professoras Maria Cecília Bevilacqua e Maria Cecília Bonini Trenche.
Em 1999 e 2000, promovemos, em conjunto com
a Comissão de Especialista de Ensino de Graduação em Fonoaudiologia MEC/SESu, dois Fóruns
de Coordenadores do Curso de Fonoaudiologia de
âmbito nacional com o objetivo de discutir as diretrizes curriculares da fonoaudiologia e aprimorar a
formação do fonoaudiólogo no Brasil.
Esse currículo, tanto pela prioridade dada a
conhecimentos, competências e habilidades identificadas como indispensáveis à formação clínicoterapêutica do fonoaudiólogo, como pela diversi-
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ficação das atividades por ele implantadas, fornece o que a PUC considera essencial para uma formação que sabemos deverá ser permanente.
Em meio a tantas recordações e homenagens,
não poderíamos deixar de manifestar nossa saudade do Dr. Norberto Rodrigues, que nos deixou em
1998. Norberto foi médico neurologista formado
pela Faculdade de Medicina da USP, professor titular do Departamento de Distúrbios da Comunicação da PUC-SP e teve participação marcante
como médico da Derdic. Temos a certeza de que o
Norberto será sempre lembrado por seu trabalho,
seu empenho nos estudos e nas pesquisas que realizou, na sua dedicação como professor e por sua
alegria e entusiasmo pela vida.
Tendo em vista o acúmulo de conhecimentos
produzido por pesquisadores brasileiros na área da
Audiologia, em 8 de maio de 2001 foi criada a
Academia Brasileira de Audiologia, presidida pela
Dra. Doris Ruthi Lewis, na Gestão 2001-2002.
Em todos esses anos, não poderíamos deixar
de destacar o trabalho de nossa equipe de funcionários, Adenilson, Andréa, Miriam, Marta, recentemente o Rodrigo, todos supervisionados pela
Valdelice, a Val, que com sua tranqüilidade, sabedoria e liderança conduz a secretaria com muita
harmonia e competência. Destacamos, também, o
trabalho da equipe do laboratório de anatomia, coordenado pela funcionária Margarida, tendo sido
chefiada por muitos anos pelo Prof. Ivan Galiza, e
que está sob a chefia da Profa. Vera Cury, desde
2000.
Buscamos com esse evento homenagear a todos os egressos do curso de fonoaudiologia – representantes de entidades e associações de classe,
profissionais autônomos ou contratados, docentes
e pesquisadores. Profissionais que, somando seus
esforços aos esforços de fonoaudiólogos formados
em outras universidades igualmente comprometidas com a formação nessa área, lutaram e lutam
para vencer os desafios diários, individuais e coletivos do exercício da Fonoaudiologia.
Como procuramos demonstrar, ao longo dos
anos, a área acumulou conhecimento, desenvolveu
métodos, delineou seu campo teórico e prático,
conquistou espaços, travou interlocuções com outros campos de saber, ampliou e reestruturou seu
campo de atuação em função de conquistas alcançadas.
Diante de tantas mudanças é preciso dizer, no
entanto, que a PUC-SP continua a mesma, comprometida com o social, preocupada com a formação humanística geral, incentivando o pensar e o
agir crítico e autônomo, carinhosamente apegada à
sua prole e profundamente comprometida com
aqueles que escolheram fazer formação profissional e científica sob sua orientação.”
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