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Fonoaudiologia PUC-SP 40 anos de formação profissional

2004, Disturbios Da Comunicacao Issn 2176 2724

Altair Cadrobbi Pupo* Maria Cecília Bonini Trenche** Em 2002, comemorando o 56º aniversário da PUC-SP, a Faculdade de Fonoaudiologia realizou um grande evento com egressos para comemorar os 40 anos do curso de Fonoaudiologia. Na abertura desse evento, a Professora Doutora Altair Cadrobbi Pupo proferiu um discurso resgatando dados da história da Fonoaudiologia desta universidade. Diante de tão poucos registros sobre esse tema, decidimos publicar alguns trechos do discurso. “No aniversário de 56 anos da PUC-SP, comemoramos 40 anos de formação profissional em Fonoaudiologia. Sendo um dos mais antigos e tradicionais do Brasil, o curso de Fonoaudiologia da PUC-SP, tem sido referência para a formação fonoaudiológica brasileira. Acompanhando o desenvolvimento da área nessas quatro décadas, formou 4.000 fonoaudiólogos, um contingente bastante alto se considerarmos que somos 20.000 profissionais em todo o Brasil. Esses são motivos, sem dúvida, de sobra, para comemorarmos, mas também para reiterarmos a responsabilidade e os desafios que essa história implica e para os quais convoca. A idéia de promover um grande encontro de ex-alunos da graduação em Fonoaudiologia da PUC-SP trouxe, inicialmente, entre outros, dois fortes sentimentos: um de alegria e outro de medo ou aflição. O sentimento de alegria, vivido a cada passo do processo de organização, foi gerado pela possibilidade de recuperar fatos e acontecimentos da nossa vida acadêmica, de rever pessoas queridas com as quais compartilhamos experiências importantes, de poder valorizar e honrar aqueles que trabalharam pela profissão durante todos esses anos. * Diretora da Faculdade de Fonoaudiologia. Fonoaudiologia da PUC-SP. ** COMUNICAÇÕES Fonoaudiologia PUC-SP 40 anos de formação profissional Documentar a história da Fonoaudiologia da PUC-SP pareceu-nos uma maneira de conhecer e preservar a memória das pessoas que fizeram formação ou trabalharam nesta instituição, como alunos, monitores, professores, pesquisadores e funcionários. Foi uma oportunidade de repassarmos a trajetória de todas as pessoas ligadas à Fonoaudiologia que por aqui passaram. Como dissemos, contrastando com esse sentimento de entusiasmo e alegria proporcionado pela expectativa de promovermos no Campus Monte Alegre esse espaço/tempo de confraternização, fomos tomados, também, por um sentimento de medo, melhor dizendo, de preocupação por não conseguirmos dar conta de valorizar todas as ações importantes e homenagear com a devida propriedade todos os nossos ex-alunos e professores. Dadas a diversidade das contribuições e a quantidade de pessoas envolvidas na construção da Fonoaudiologia na universidade e da profissão no Brasil, tivemos certo receio de magoar pessoas que não citaremos nominalmente e nem reverenciaremos como merecem. Considerando a importância do esforço coletivo envolvido em toda e qualquer realização profissional, fomos nos deixando contagiar pela alegria deste acontecimento, reservando na programação aos ex-alunos e professores um espaço para apresentação de trabalhos e relatos de percurso profissional, todos indistintamente considerados por nós importantíssimos. O registro da história da Fonoaudiologia da PUC-SP e da participação de alunos desta universidade no processo de consolidação da profissão no âmbito nacional, que ora apresentamos, estava Vice-diretora da Faculdade de Fonoaudiologia; coordenadora do curso de Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 16(2): 247-251, agosto, 2004 247 COMUNICAÇÕES Altair Cadrobbi Pupo, Maria Cecília Bonini Trenche 248 disperso. Tivemos algumas dificuldades para reunir as informações e temos consciência de que ele não está completo. Utilizamos, para a elaboração dessa retrospectiva, vários materiais, documentos acadêmicos, trabalhos de nossos professores, artigos de divulgação da Faculdade e, principalmente, as publicações da professora Isis Meira. Pensamos, no entanto, que esse registro, mesmo incompleto, poderia ser um ponto de partida para uma análise atenta e original do passado e do presente vividos e para uma prospecção crítica de um tempo novo para o ensino e a prática da Fonoaudiologia em nosso país. Retrocedendo no tempo, no entanto, não nos deteremos na história que antecedeu a criação dos cursos de Fonoaudiologia no Brasil, porque ela já é bastante conhecida de todos, graças às pesquisas realizadas, como as das ex-alunas Lúcia Helena Figueiredo Neto e Ana Paula Berberian. Na década de 60, o grande passo para o início da profissão de fonoaudiólogo em nível superior foi dado com a vinda ao Brasil do argentino Dr. Julio Bernaldo Quirós e de sua assistente Rosa Vispo, e, posteriormente, com a ida de dois médicos brasileiros para a Argentina, que se especializaram em Foniatria: Dr. Américo Morgante e Dr. Mauro Spinelli. Na volta ao Brasil, eles trabalharam em suas respectivas Universidades de origem – USP e PUC-SP – no curso de graduação em Logopedia, para formar terapeutas que tratassem de indivíduos portadores de problemas de voz, fala, linguagem e audição. Isso aconteceu em 1960, na USP, e em 1961, na PUC-SP. O Dr. Enzo Azzi, médico, diretor do Instituto de Psicologia, e a psicóloga, Dra. Ana Maria Poppovic, diretora da clínica de Psicologia da PUC-SP foram os grandes incentivadores da Fonoaudiologia aqui, na PUC-SP. Foi pela iniciativa deles que o curso foi criado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras São Bento, ligada ao Instituto de Psicologia e à Clínica Psicológica. Sua criação significou uma abertura da Universidade às demandas da comunidade por atenção e tratamento dos chamados Distúrbios da Comunicação. Ao lado de outros cursos (USP, Santa Maria, PUC-Campinas, Escola Paulista de Medicina), esse campo de atuação ganhou seus primeiros contornos acadêmicos no Brasil. A área conhecida até os anos 60 como Logopedia ou Ortofonia, e considerada como parte da Foniatria, passou a ser conhecida como Fonoaudiologia. O Curso de Fonoaudiologia da PUC-SP começou modesto, com um ano de duração, em 1962. No início, não havia vestibular. A seleção começou a ser feita em 1964, e se aplicava aos candidatos uma bateria de testes psicológicos. O primeiro vestibular ocorreu em 1965, mas ainda não era unificado. Em 1967, passou a ter três anos e, em 1971, a ter quatro anos de duração após reforma curricular. Duração mantida até os dias de hoje. O vestibular passou a ser unificado. Adquirindo, então, o status de curso superior. No cenário nacional, a necessidade de regulamentação do ensino e do reconhecimento da profissão uniu fonoaudiólogos de diferentes escolas em torno de projetos que somente nas décadas seguintes puderam ser aprovados. A participação de ex-alunos da PUC-SP foi fundamental para as conquistas alcançadas. O primeiro órgão de classe foi a Associação Brasileira de Fonoaudiologia – A.B.F., com sede em São Paulo, fundada em 1962, tendo como primeira presidente a fonoaudióloga Maria Cerqueira. Em 1969, o Instituto Educacional São Paulo foi doado à PUC, transformando-se anos depois na Derdic, instituição de referência nacional na área de distúrbios da comunicação, que oferece as condições necessárias para grande parte dos estágios do curso, e que atualmente é dirigida pelo Dr. Alfredo Tabith. A década de 70 foi marcada pela luta de regulamentação do curso como curso superior de longa duração, o que caracterizaria o egresso como fonoaudiólogo e não tecnólogo. Muitas foram as pressões no sentido de os fonoaudiólogos terem formação paramédica e ficarem sob a supervisão do médico na sua atuação. Em 1976, nossa primeira grande conquista – um currículo mínimo foi estabelecido pelo MEC para a graduação em Fonoaudiologia. Destaca-se aqui a participação das professoras Isis Meira, Regina Freire, Beatriz Scavazza, Clélia Bolaffi, Angela Sprenger e, eu, Altair Pupo, que entre outros profissionais de outros cursos, lutamos pela sua oficialização como curso de longa duração. Cabe aqui, também, o reconhecimento da participação do professor José Nagamime, consultor técnico da PUC-SP, pela assessoria prestada ao grupo na época. Na PUC-SP, em 1972, uma década após a criação do curso de graduação, foi criado o primeiro Programa de Mestrado em Audiologia, por iniciativa do otologista Prof. Dr. Orozimbo Alves Costa Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 16(2): 247-251, agosto, 2004 Filho. Esse programa se desenvolveu de forma importante, contribuindo intensamente para a consolidação da Audiologia no Brasil. A fonoaudiologia encontrara, nesta universidade, o ambiente e o apoio que se faziam e se fazem necessários para a contínua capacitação de docentes e a produção de conhecimento na área. Em 1979, outro curso de mestrado foi criado – o Programa de Estudos Pós-Graduados em Distúrbios da Comunicação –, devendo ser aqui reconhecida a iniciativa do foniatra Prof. Dr. Mauro Spinelli. Esse programa, cujos interesses e produções acadêmicas envolveram, principalmente, as questões dos distúrbios da linguagem, produziu material de qualidade significativa para área. Em 1984, houve a fusão desses dois cursos em um único programa de mestrado. Nessa decisão, procurou-se evitar um comprometimento da qualidade dos estudos e das pesquisas realizadas em cada um dos programas, em função da possibilidade de uma dispersão e fragmentação do conhecimento produzido no campo fonoaudiológico. Coube, desta vez, à fonoaudióloga Profa. Dra. Suzana Magalhães Maia o papel de coordenar o projeto, imprimindo as primeiras marcas de uma identidade que, só mais tarde, exigiria reconhecimento. De lá para cá, outros coordenadores trouxeram contribuições importantes, Profa. Dra. Maria Cecília Bevilacqua, Profa. Dra. Beatriz Cavalcante A. Caiuby Novaes, Profa. Dra. Leslie Piccolloto Ferreira e, atualmente, Profa. Dra. Regina Freire. Voltando às conquistas no cenário nacional, foi somente no início da década de 80, em 9 de dezembro de 1981, após muitos projetos apresentados, que a profissão foi regulamentada pelo projeto de lei 6965. O papel da Associação Brasileira de Fonoaudiologia foi decisivo nessa luta. Em 1983, foi instalado o Conselho Federal de Fonoaudiologia, presidido diversas vezes por exalunos, como a Profa. Telma Costa e a fonoaudióloga Maria Theresa Resende. Em 1986, com base na lei que regulamentou a profissão, foi criado o Conselho Regional de Fonoaudiologia da 2ª região, que já está no seu 6º colegiado, tendo como sua primeira presidente nossa querida colega Clélia Bolaffi. Os outros colegiados foram marcados também pela participação de ex-alunos, que souberam lutar pela expansão, autonomia e valorização da profissão. Em 1988, foi fundada a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, com sede em Fortaleza, tendo como presidente a fonoaudióloga Bárbara Busgaib. Desde 1995, quando sua sede se mudou para São Paulo, a Sociedade vem sendo presidida por professores e ex-alunos da PUC-SP. Dra. Iêda Chaves Pacheco Russo, Dra. Teresa Maria Momensohn dos Santos, Dr. Jaime Luiz Zorzi e a Dra. Leslie Piccollotto Ferreira, que vêm trabalhando pela valorização da ciência fonoaudiológica por meio do aprimoramento técnico-científico de seus associados. Foi, ainda, na década de 80, que também surgiram os primeiros periódicos da área. A revista Atualização em Fonoaudiologia, criada por iniciativa do Dr. Orozimbo Alves da Costa Filho em 1984, e a revista científica Distúrbios da Comunicação do nosso curso de Graduação e Pós-graduação e da Derdic, editada pelo professor José Geraldo Silveira Bueno, em 1986. O primeiro livro da área, escrito por Antônio Amorin, foi seguido de outros, escritos por fonoaudiológos, professores do curso de Fonoaudiologia da PUC-SP dos quais destacamos Regina Freire, Ieda Pacheco Russo, Teresa Momenhson, Leslie Piccolloto, Dr. Mauro Spinelli, Alfredo Tabith, Silvia Friedman, Maria Cláudia Cunha, Maria Consuelo Passos, Francisca Lier, Lúcia Masini, Laura Märtz, Patrícia Calheta, ex-alunos como Jaime Zorzi, Irene Marquesan, Sueli Limongi, Débora Beffi, Eliane Shochat, Claudia Furquim e muitos outros, não menos importantes, a quem pedimos desculpas por não citá-los. O curso de Fonoaudiologia da PUC-SP passou por algumas reformas curriculares que transformaram seu projeto pedagógico inicial. Dentre elas, destacamos a reforma de 1984, que introduziu, entre outras inovações, as disciplinas eletivas, o trabalho de conclusão de curso, mantidos até hoje por seu caráter moderno e dinâmico, por possibilitar a incorporação dos avanços da área, o aprofundamento de estudos e a iniciação científica na graduação. Essa reforma foi coordenada pelas professoras Beatriz Scavazza e Angela Sprenger. A década de 90 foi marcada pela concretização de duas grandes metas da Fonoaudiologia da PUC-SP: a primeira, a realização de uma nova reforma curricular do curso de graduação, cuja proposta necessitava de atualização e aprimoramento para adequar-se às novas demandas de formação profissional, e a segunda, a criação da Faculdade de Fonoaudiologia no Centro de Educação. A reforma curricular, gestada num processo intenso de debate e discussão envolvendo todo cor- Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 16(2): 247-251, agosto, 2004 COMUNICAÇÕES Fonoaudiologia PUC-SP. 40 anos de formação profissional 249 COMUNICAÇÕES Altair Cadrobbi Pupo, Maria Cecília Bonini Trenche 250 po docente e discente, foi coordenada pela professora Ruth Ruivo Palladino e aprovada em 1996. Seu objetivo foi reorientar a formação, levando o estudante de Fonoaudiologia a assumir mais radicalmente a vocação clínico-terapêutica da área como eixo central de sua formação. Eixo a partir do qual foram pensados os conteúdos fonoaudiológicos e os de outras áreas de conhecimentos que participariam da formação de fonoaudiólogos. Concomitantemente à realização da reforma, os professores Silvia Friedman, Cláudia Cunha, Ivone C. dias Gomes, Luiz Augusto de Paula Souza e eu, Altair Cadrobbi Pupo, participamos da elaboração do projeto da criação da Faculdade de Fonoaudiologia, aprovado no Conselho Universitário (Consun) em outubro de 1995. Essa era uma reivindicação antiga dos professores e alunos do curso de Fonoaudiologia, que conseguimos realizar. A criação da Faculdade de Fonoaudiologia implicava o reconhecimento da Fonoaudiologia como área de conhecimento científico, caracterizada como uma área de atuação interdisciplinar, com interfaces com a educação, psicologia, lingüística, medicina, mas com objeto de estudo definido e saber próprio. Essa mudança ampliou nossas condições de trabalho e intervenção política na Universidade e fora dela. No plano da organização administrativo/acadêmica da então Faculdade, resolvemos fazê-la de modo a criar uma estrutura de funcionamento compatível com o projeto pedagógico de formação. Criamos, em consonância com os princípios e diretrizes internas e com as políticas da Universidade, os Núcleos de Estudo e Pesquisa, núcleos temáticos, a partir de linhas de pesquisas, com o objetivo de integrarmos as atividades desenvolvidas na área de ensino, pesquisa e extensão, e integrarmos a graduação com o programa de Pós-graduação em Fonoaudiologia. Esse novo modelo possibilitou a inserção dos professores em pelo menos um núcleo e a participação em grupos de trabalho (GT). Evitava a possibilidade do trabalho fragmentado e individualizado do professor e pretendia ampliar a produção científica/acadêmica do corpo docente na graduação. São ao todo três núcleos: Núcleos e Estudos da Audição coordenado pela Profa. Dra. Maria Angelina Nardi Martinez; Núcleos de Estudos da Linguagem, Coordenado pela Profa. Dra. Maria Claudia Cunha; e Núcleo Teoria Técnicas e Processos Terapêuticos coordenado pela Profa. Dra. Marta Andrada. Esses núcleos agregam os Grupos de Trabalho, alguns com intensa produção acadêmica e científica. No âmbito da política científica da Faculdade, é importante dar ênfase ao fato de que a definição das suas linhas de pesquisa e núcleos resultou de um longo processo de discussões desenvolvidas tanto na graduação como na pós-graduação, uma vez que um grande número de professores da pósgraduação atua também na graduação, o que permitiu a circulação de questões referentes à Fonoaudiologia nessas duas instâncias. Destacando-se, entre outras questões: o objeto de estudo da área; os princípios e métodos terapêuticos; as teorias e técnicas da clínica fonoaudiológica, bem como as relações com outras áreas do conhecimento. Ainda sobre o projeto pedagógico, a partir das reformulações referidas, a proposta está constituída por um corpo disciplinar organizado em quatro núcleos de formação: núcleo de formação fundamental, núcleo de formação clínico-terapêutica, núcleo de formação em assessoria e núcleo de formação em pesquisa. Os contornos desse projeto pedagógico foram explicitados publicamente, por meio da proposta de Diretrizes Curriculares que enviamos ao MEC em 1998, por solicitação da Comissão de Especialistas em Fonoaudiologia designada por aquele Ministério. Essa contribuição à área – em nível nacional –, num momento de mudanças na estrutura do ensino superior de nosso país, oferece uma visão geral do projeto que construímos aqui na PUCSP, como também mostra a relevância dos subsídios que oferecemos à versão final das Diretrizes Curriculares Nacionais da Fonoaudiologia, aprovada em 2001. A PUC-SP esteve representada na Comissão de Especialista que elaborou o projeto das diretrizes aprovado posteriormente com algumas modificações, por meio das professoras Maria Cecília Bevilacqua e Maria Cecília Bonini Trenche. Em 1999 e 2000, promovemos, em conjunto com a Comissão de Especialista de Ensino de Graduação em Fonoaudiologia MEC/SESu, dois Fóruns de Coordenadores do Curso de Fonoaudiologia de âmbito nacional com o objetivo de discutir as diretrizes curriculares da fonoaudiologia e aprimorar a formação do fonoaudiólogo no Brasil. Esse currículo, tanto pela prioridade dada a conhecimentos, competências e habilidades identificadas como indispensáveis à formação clínicoterapêutica do fonoaudiólogo, como pela diversi- Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 16(2): 247-251, agosto, 2004 ficação das atividades por ele implantadas, fornece o que a PUC considera essencial para uma formação que sabemos deverá ser permanente. Em meio a tantas recordações e homenagens, não poderíamos deixar de manifestar nossa saudade do Dr. Norberto Rodrigues, que nos deixou em 1998. Norberto foi médico neurologista formado pela Faculdade de Medicina da USP, professor titular do Departamento de Distúrbios da Comunicação da PUC-SP e teve participação marcante como médico da Derdic. Temos a certeza de que o Norberto será sempre lembrado por seu trabalho, seu empenho nos estudos e nas pesquisas que realizou, na sua dedicação como professor e por sua alegria e entusiasmo pela vida. Tendo em vista o acúmulo de conhecimentos produzido por pesquisadores brasileiros na área da Audiologia, em 8 de maio de 2001 foi criada a Academia Brasileira de Audiologia, presidida pela Dra. Doris Ruthi Lewis, na Gestão 2001-2002. Em todos esses anos, não poderíamos deixar de destacar o trabalho de nossa equipe de funcionários, Adenilson, Andréa, Miriam, Marta, recentemente o Rodrigo, todos supervisionados pela Valdelice, a Val, que com sua tranqüilidade, sabedoria e liderança conduz a secretaria com muita harmonia e competência. Destacamos, também, o trabalho da equipe do laboratório de anatomia, coordenado pela funcionária Margarida, tendo sido chefiada por muitos anos pelo Prof. Ivan Galiza, e que está sob a chefia da Profa. Vera Cury, desde 2000. Buscamos com esse evento homenagear a todos os egressos do curso de fonoaudiologia – representantes de entidades e associações de classe, profissionais autônomos ou contratados, docentes e pesquisadores. Profissionais que, somando seus esforços aos esforços de fonoaudiólogos formados em outras universidades igualmente comprometidas com a formação nessa área, lutaram e lutam para vencer os desafios diários, individuais e coletivos do exercício da Fonoaudiologia. Como procuramos demonstrar, ao longo dos anos, a área acumulou conhecimento, desenvolveu métodos, delineou seu campo teórico e prático, conquistou espaços, travou interlocuções com outros campos de saber, ampliou e reestruturou seu campo de atuação em função de conquistas alcançadas. Diante de tantas mudanças é preciso dizer, no entanto, que a PUC-SP continua a mesma, comprometida com o social, preocupada com a formação humanística geral, incentivando o pensar e o agir crítico e autônomo, carinhosamente apegada à sua prole e profundamente comprometida com aqueles que escolheram fazer formação profissional e científica sob sua orientação.” Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 16(2): 247-251, agosto, 2004 COMUNICAÇÕES Fonoaudiologia PUC-SP. 40 anos de formação profissional 251