Credibilidade de informações em tempos de COVID-19*
Resumo
Juliana Fachin
Doutoranda e mestre pelo Programa de PósGraduação em Ciência da Informação da
UFSC. Bacharel em Biblioteconomia pela
Universidade Federal de Santa Catarina.
Editora gerente na Revista Ágora.
Bolsista Capes.
[email protected]
https://orcid.org/0000-0003-0883-642X
Nelma Camelo de Araujo
Doutora e mestre pelo Programa de PósGraduação em Ciência da Informação da
Universidade Federal de Santa Catarina,
Professora adjunta e coordenadora no
Curso de Biblioteconomia da Universidade
Federal de Alagoas.
[email protected]
https://orcid.org/0000-0002-4892-7484
Juliana Carvalho de Sousa
Doutoranda em Administração pela
Universidade Potiguar (UNP). Mestre
em Administração pela Universidade
Estadual do Ceará (UECE). Especialista em
Gestão Estratégica de Pessoas e Liderança
Organizacional, pela Faculdade Vale do
Jaguaribe (FVJ). Docente substituta da
Universidade do Estado do Rio Grande do Rio
Grande do Norte (UERN) e membro do Banco de
Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Superior (BASis - INEP).
[email protected]
https://orcid.org/0000-0002-0388-3959
Este estudo de reflexão é de cunho exploratório, descritivo. Como objetivo, buscou-se
verificar elementos que possibilitem aferir credibilidade às informações disponíveis
na Web. Para atender ao objetivo proposto, aplicou-se a revisão de literatura a fim de
identificar publicações que tratam sobre os temas: fake news, pós-verdade, infodemia,
desinformação, checagem e credibilidade de informações. Conclui-se que, o método
de fact-checking foi considerado válido na creditação de conteúdo, uma vez que parte da
checagem de todo o contexto informacional, passando por etapas de validação, no qual
permite a transparência do método e das fontes checadas. Devido ao grande número
de informações disponíveis na internet a prática de checagem de conteúdo se tornou
necessária para a verificação e certificação de publicações, pertinentes ao interesse
público, combatendo as fakes news e ao movimento da infodemia e desinformação da
sociedade
Palavras-chave: fake news, pós-verdade, infodemia, desinformação, checagem de
informação, credibilidade de informações.
Cómo citar este artículo: Fachin, Juliana; Araujo, Nelma Camelo de; Sousa, Juliana
Carvalho de (2020). Credibilidade de informações em tempos de COVID-19. Revista
Interamericana de Bibliotecología, 43(3), eRf3. https://doi.org/10.17533/udea.rib.v43n3eRf3
Recibido: 2020-07-02 / Aceptado: 2020-08-18
Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 43, número 3/septiembre-diciembre 2020 eRf3 ISSN 0120-0976 / ISSN (en línea) 2538-9866
https://doi.org/10.17533/udea.rib.v43n3eRf3
eRf3/1
Credibility of Information in
Covid-19 Times
[Juliana Fachin, Nelma Camelo de Araujo, Nelma Araujo, Juliana Carvalho de Sousa]
Abstract
This reflection study is exploratory and descriptive. As a
objective, we sought to verify elements that make it possible
to assess the credibility of the information available on the
Web. To meet the proposed objective, a literature review
was applied in order to identify publications that deal with
the topics: fake news, Post-truth, Infodemia, Misinformation,
Checking and Credibility of information. It is concluded
that the fact-checking method was considered valid in the
content accreditation, since it starts from checking the
entire informational context, going through validation steps,
which allows the transparency of the method and the sources
checked. Due to a large amount of information available on
the internet, the practice of content checking has become
necessary for the verification and certification of publications,
relevant to the public interest, combating fake news and the
movement of infodemia, and disinformation in today's society.
Keywords: Fake news, post-truth, infodemia, disinformation,
information check, credibility of information.
Credibilidad de la información
en tiempos de la COVID-19
Abstract
Este es un estudio de reflexión de tipo exploratorio y
descriptivo. Como objetivo, se buscó verificar elementos que
permiten evaluar la credibilidad de la información disponible
en la web. Para cumplirlo, se aplicó una revisión de literatura
con el fin de identificar las publicaciones que tratan de los
siguientes temas: noticias falsas, posverdad, infodemia,
desinformación, verificación y credibilidad de la información.
Se concluyó que el método fact-checking se considera válido
para comprobar el contenido, ya que permite la verificación
de todo el contexto informativo, pasando por etapas de
validación, en las que permite la transparencia del método
y las fuentes comprobadas. Debido a la gran cantidad de
información disponible en internet, la práctica de verificación
del contenido se ha hecho indispensable para la verificación
y certificación de publicaciones relevantes para el interés
público, y así combatir las noticias falsas y el movimiento de
la infodemia y la desinformación en la sociedad actual.
Palabras clave: noticias falsas, posverdad, infodemia,
desinformación, verificación de la información, credibilidad de
la información.
eRf3/2
1. Introdução
A globalização da internet atrelada ao surgimento das
redes sociais mudou a maneira de como as notícias são
produzidas e publicadas, contribuindo para a rápida
disseminação de fake news, que em tradução literal significa notícia falsa. Muitos desses conteúdos decorrem de
fontes desconhecidas, criados facilmente por usuários
das mídias sociais, que por meio da internet espalham
informações, por vezes, enganosas, prejudicando pessoas, organizações e sociedade (Silva, Santos, Almeida
& Pardo 2020).
Nesse interim, fake news é associado ao termo “pós-verdade”, ao explicar que quando notícias falsas são
difundidas, principalmente através da internet, os indivíduos se importam mais com crenças pessoais sobre
aquilo que se almejava consolidar do que com os fatos
baseados em evidências, os quais passam a ter menor
poder de convencimento e de formação de opinião (Sinatra & Lombardi, 2020).
Em vistas disso, a disseminação descomedida de notícias falsas, nutridas pelas mídias sociais, apresentam
um grande desafio para a sociedade, em especial nas
áreas da saúde, devido o atual momento vivenciado
advindo do novo coronavírus. A disseminação de informação falsas se propaga rápido e atrapalha às medidas
de mitigação da COVID-19, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), principalmente
no que tange sobre as ações associadas ao isolamento
social, quarentena e cuidados para evitar o contágio,
considerando-se que os indivíduos estão recorrendo
veementemente aos meios digitais para a obtenção de
informações e compartilhamento de notícias sobre o
novo vírus (Limaye et al., 2020).
No entanto, desde os primeiros casos da doença em
Wubei, na China, a desinformação se espalhou pelo
mundo, dificultando a identificação de fontes confiáveis de informação (Mesquita, Oliveira, Seixas & Paes,
2020). Uma pesquisa realizada pela Avaaz (2020), comunidade online de mobilização social global, sobre
fake news e o novo coronavírus, apontou que 73 % dos
brasileiros acreditam em notícias falsas sobre a doença
e que 94 % tiveram acesso a pelo menos uma informação falsa sobre a Covid-19.
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Essas notícias comprometem a resposta ao surto da
Covid-19, induzindo ao relaxamento das medidas de
proteção; aumentando a confusão pública sobre quais
fontes de informação confiar; gerando medo e pânico
devido a rumores exagerados sem comprovações científicas, além de promoverem a xenofobia e o preconceito.
Nesse sentido, governos, autoridades de saúde pública
e empresas digitais devem buscar meios para combater o impacto que as informações falsas estão causando,
com vistas a perdurar até mesmo quando a pandemia da
COVID-19 terminar (Ali & Kurasawa, 2020).
Nesse sentido, algumas ações tomadas por agências
governamentais em parceria com o Facebook, Twitter
e Instagram estão colaborando para sinalizar, verificar
fatos e até mesmo remover informações falsas ou desatualizadas, de forma a impedir que os esforços da saúde
pública sejam ineficientes (Limaye et al., 2020).
A OMS (2020) adicionou em sua plataforma uma seção
denominada “caça ao mito” sobre informações da Covid-19, com vistas a refutar uma variedade de notícias
falsas sobre a doença. Da mesma forma, o Ministério da
Saúde do Brasil (2020), disponibilizou um número de
WhatsApp para envio de mensagens à população brasileira, com o objetivo de responder sobre a veracidade das
informações virais. O WhatsApp e Poynter's International Fact-Checking Network (IFCN [Rede Internacional
de Verificação de Fatos]) também criaram um serviço de
esclarecimento para sanar dúvidas e combater notícias
falsas envolvendo a pandemia (Poynter, 2020a).
Nesta perspectiva, as temáticas de fake news e pós-verdade, tornaram-se bastante populares nas mídias sociais e
nos meios acadêmicos, com inúmeras publicações nos
últimos anos (Angermuller, 2018; Chambers, 2020; Iosifidis & Andrews, 2020; Maus, 2020). No entanto, há
incipientes estudos sobre notícias falsas e pós-verdade
durante a pandemia da Covid-19, especificamente por se
tratar de um assunto emergente, por isso, a credibilidade
é o elemento que certifica uma informação como verdadeira, e, portanto, confiável.
Diante do exposto, o objetivo deste estudo buscou verificar elementos que possibilitam aferir credibilidade
às informações disponíveis na Web. Por sua natureza,
esse estudo de reflexão é exploratório, descritivo, pois
aplicou-se a revisão de literatura para a explanação e ponderação sobre os temas tratados neste escopo. A revisão
de literatura focou nos temas sobre fake news, pós-verdade, infodemia, desinformação, checagem e credibilidade
de informação. A justificativa para a realização deste
estudo se deu pela relevância da temática neste atual momento de pandemia, considerando-se ainda a existência
do grande número de informações inverídicas divulgadas
pela mídia e, em grupos de conversas informais, o que
pode prejudicar na compreensão da gravidade da doença e, no entendimento de como lidar com as questões de
combate da COVID-19.
2 Fake news, pós-verdade, infodemia e
desinformação
O ato de mentir e inventar histórias é algo que vem de
antes de cristo, Darnton (2017) em seu livro sobre a história da fake news, relata a origem histórica e antiga desse
tipo de informação. O imperador romano Augusto IV
a.c. usa do recurso da mentira para difamar rivais. A famosa obra Anecdota, do historiador Procópio, conhecido
pelo uso de informações duvidosas, das quais tinham o
intuito de manchar a imagem do imperador Justiniano.
Pietro Aretino escreveu profanidades sobre o concorrente ao pontifício, a fim de manipular as eleições de
1522, o ato ficou conhecido como pasquinada, devido ao
local (estátua de Pasquino) no qual ele dependurava as
suas alegações. No século XVII uma espécie de jornal,
chamado de Canard, o qual vendia informações falsas nas
ruas de Paris. O Canard Enchainé, criado em 1915 sobrevive com a venda de “conteúdos satíricos” até os dias de
hoje. Outro material famoso por publicar informações
duvidosas era o Le Gazetier cuirassé, de 1771. O The Morning
Post, criado em 1772 pelo reverendo Henry Bate, no qual
publicava, em sua maioria, fofocas e informações falsas,
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[Credibilidade de informações em tempos de COVID-19]
Ademais, uma pesquisa realizada pela Organização
das Nações Unidas (Unesco, 2020) em parceria com
o International Center for Journalists (ICFJ), sobre
notícias falsas durante a pandemia da Covid-19, apontou que as principais informações giram em torno da
origem da doença, dos sintomas, diagnósticos e tratamento do vírus, podendo colocar vidas em risco ao
levarem algumas pessoas a testarem remédios, não comprovados, na esperança de cura. Além disso, a pesquisa
também apontou a disseminação de dados distorcidos
relacionados ao número de pessoas infectadas e óbitos
associados ao coronavirus.
[Juliana Fachin, Nelma Camelo de Araujo, Nelma Araujo, Juliana Carvalho de Sousa]
em um tipo de escrita chamada de “parágrafo”. Em 1788,
Londres tinha oito jornais quinzenais e nove jornais semanais, todos continham publicações de “parágrafos”,
com enfoque em fofocas e informações falsas.
No entanto, o fenômeno das fake news e pós-verdade ganharam visibilidade no final de 2016, quando passaram
a ser objeto de estudo nos últimos anos, devido a dois
fatores que chamaram a atenção da opinião pública. O
primeiro foi o Bretix, abreviação das palavras inglesas
britain (Bretanha) e exit (saída), que se popularizou
com as campanhas pró e contra a saída do Reino Unido da União Europeia (Genesini, 2018), marcadas pela
disseminação de mentiras e informações inverídicas nas
mídias sociais por candidatos ou figuras-chave de campanha eleitoral do Reino Unido (Cardoso et al., 2018).
O segundo foi à disputa eleitoral entre Donald Trump e
Hillary Clinton para a presidência dos Estados Unidos
da América (EUA) que ocorreu em 2016. Ambos os candidatos detinham de apoio de diversos sites e das redes
sociais, passaram a alimentar notícias falsas com o objetivo de aludir que o adversário não era adequado ao
cargo; ao final das eleições o candidato Donald Trump
venceu e o termo fake news ganhou mais popularidade
(Paula, Silva & Blanco, 2018).
Posteriormente, o termo “pós-verdade” foi definido
pelo English Oxford Living Dictionaries (2016) como
sendo “relativo às circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menor influência em moldar a opinião
pública do que apelos à emoção e crenças pessoais”.
Nesse sentido, pós-verdade é considerada como uma
fake new que, se divulgada, pode ser aceita como verdadeira ou falsa, não pela sua veracidade e confiabilidade,
mas, por estar de acordo com as crenças e valores de
cada indivíduo (Seixas, 2019).
A pós-verdade ficou ainda mais em evidência devido à
matéria Art of Lie, capa da revista britânica The Economist,
que responsabiliza a internet e as redes sociais pela sua
disseminação (Spinelli & Santos, 2018). Acrescido a
isso, com o surgimento da internet e das tecnologias da
informação e comunicação (TIC), criou-se um cenário
ideal para a propagação destes fenômenos, pois é possível ter livre expressão para produzir e emitir qualquer
tipo de informação (Cardoso et al., 2018).
eRf3/4
Isso se tornou ainda mais evidente durante a pandemia
da Covid-19, pois o avanço tecnológico vinculado às
redes sociais faz com que notícias falsas sejam criadas
e compartilhadas rapidamente entre a população, causando uma desinformação prejudicial, ao subestimar os
riscos da doença, e, ao promover ações contrárias àquelas orientadas pelos profissionais da saúde, no mundo
todo (Neto et al., 2020).
Um estudo realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública [ENSP/FIOCRUZ] (Fundação Oswaldo
Cruz -Fiocruz, 2020) mostrou que no Brasil, as redes
sociais: Instagram, Facebook e Whatsapp são as principais plataformas utilizadas para a disseminação de
notícias falsas sobre a Covid-19. Os dados apontaram
que 10,5 % das notícias falsas foram postadas no Instagram, 15,8 % no Facebook e 7,7 % no Whatsapp, sendo
que 26,6 % das fake news publicadas no Facebook são
sobre proteção contra a doença.
O alto volume de informações controversas sobre
um determinado assunto ficou conhecida como Infodemia, ou, uma epidemia de informações falsas. A
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), lançou
um informativo sobre a infodemia e a desinformação
na luta contra a Covid-19, no qual a palavra infodemia
é classificada como: “um excesso de informações, algumas precisas e outras não, que tornam difícil encontrar
fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa” outra palavra que aparece neste informativo é a
desinformação, classificada como, “uma informação
falsa ou imprecisa cuja intenção deliberada é enganar”
(OPAS, 2020, p. 2).
A infodemia é uma prática considerada pela OPAS
como algo altamente prejudicial para as pessoas, já que
afeta a vida, saúde e até a sanidade mental dos indivíduos, que no caso da Covid-19, cresceu cerca de 50 %
a 70 %, devido a facilidade de publicação de conteúdos
na internet. “É fundamental interromper este ciclo perigoso: a desinformação se expande no mesmo ritmo
que a produção de conteúdo, e as vias de distribuição
se multiplicam. Assim, a própria infodemia acelera e
perpetua a desinformação” (OPAS, 2020, p. 3).
Segundo Pimenta e Belda (2018a), autores do manual
de credibilidade informacional, o ecossistema da desinformação funciona com base em três pilares: na
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falsa conexão, falso contexto e na manipulação do
conteúdo, dois quais geram quatro possíveis “produtos”, o infográfico (Infográfico 1) abaixo exemplifica
as situações.
[Credibilidade de informações em tempos de COVID-19]
O infográfico revela que há possibilidades tipológicas
divergentes que envolvem o ecossistema da desinformação, fazendo surgir possíveis infortúnios envoltos
da informação, como elencado acima: sátira, conteúdo
enganoso, conteúdo impostor e conteúdo fabricado, se
originam com base na informação publicada, das quais
têm objetivos e origens distintas.
Esse é o cenário da sociedade do século XXI, marcado
pelo movimento da pós-verdade, no qual o indivíduo
acredita no que lhe convêm, devido ao número crescente de fake news (informações falsas) em um contexto de
infodemia (enxurrada de informações controversas),
juntamente com a desinformação (conteúdo com intuito enganoso), nada mais é que um contexto no qual
a informação sem validade científica, comprobatória e
de credibilidade acabam sendo absorvidas por inúmeros usuários das redes sociais e internet, prejudicando
muitas pessoas.
Infográfico 1. Representação do ecossistema da desinformação.
Fonte: autoria de Claire Wardle, obtido no manual de Pimenta e Belda (2018a).
Com vistas a minimizar os impactos da disseminação
de informações falsas e a desinformação, várias plataformas de checagem de conteúdo foram criadas mundo
afora, a fim de contribuir no combate desse cenário
informacional tão prejudicial quanto o atual vírus. No
Brasil as plataformas Aosfatos (2020a), a Agência
Lupa (2020) e Estadão Verifica (2020) são as principais responsáveis pela checagem de conteúdo da web.
Shimizu (2020) acredita que a mídia convencional e os
jornalistas têm um papel crucial no fornecimento de informações precisas ao público, ajudando a combater as
fake news e a desinformação.
2.1 Checagem de informação
A checagem de informação é um procedimento que requer um método ou ferramentas, em um processo bem
definido e transparente, que possibilite a checagem e
rechecagem de qualquer informação que esteja disponível na web.
No contexto digital, um dos recursos de checagem de
informação pode ser feita por meio de sistemas preparados para esse fim, Mesquita, et al. (2020), sugerem o
uso de mecanismos de checagem por meio de recursos
computacionais, no uso de Inteligência Artificial, jun-
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[Juliana Fachin, Nelma Camelo de Araujo, Nelma Araujo, Juliana Carvalho de Sousa]
tamente como o processamento da Linguagem Natural,
e o Aprendizado de Máquina, ambos recursos podem
ajudar a identificar esse grupo de informações inverídicas em grande quantidade (Mesquita et al., 2020). Em
analogia, a sugestão dos autores se associa ao trabalho
que os softwares de plágio já realizam, contudo, a nível
de metabuscadores nos diversos sistemas integrados ao
Google e outras ferramentas de busca, em uma aplicação que ainda não está direcionada para a certificação
de conteúdos dispostos na web.
O fact-checking é um método jornalístico que vem sendo amplamente aplicado no combate das fake news e
desinformação, por meio de um trabalho minucioso de
checar e creditar fontes e publicações sobre assuntos de
interesse público. “A checagem de fatos é um método
jornalístico por meio do qual é possível certificar se a
informação apurada foi obtida por meio de fontes confiáveis” (Aosfatos, 2020a).
dade e veracidade que a publicação tem. A checagem é
feita em textos, imagens, áudios e vídeos, por meio de
sistemas, plataformas e pessoas qualificadas e comprometidas com a realização do método.
Como cada plataforma tem seu método, apresentamos
as etapas do método da plataforma Aosfatos (2020b), a
qual utiliza em seu processo de checagem sete passos:
1) Selecionamos uma informação pública a partir
de sua relevância —seja porque uma autoridade
pública a endossou, seja porque tem alto engajamento nas redes sociais.
2) Consultamos quem divulgou a informação primeiro para checar sua veracidade.
3) Uma vez confirmada a origem da desinformação,
procuramos por fontes de origem confiável para
conferir se a mensagem confere.
O termo fact-checking (checagem de fatos), de aplicação da prática de checagem de informações é oriundo
da década de 90. Em 2003 se difundiu como um método científico jornalístico, surgindo para padronizar a
prática aplicada na conferência da veracidade das informações disponíveis em uma publicação, por meio de
uma conduta ética e transparente.
4) Se há necessidade, consultamos fontes oficiais, para
confirmar ou refutar a informação.
Toda profissão reconhecida tem um código de ética e de
conduta para regulamentar a sua atuação, o Instituto
Poynter (2016), fundado em 1975 é um dos órgãos que
promove o ensino e aprendizado para a atuação jornalística nas mídias, principalmente sobre a ética e boa
conduta, capacita e forma pessoas para trabalharem
com a verificação e checagem de fatos e habilidades digitais a fim de combater a desinformação e a mentira.
6) Contextualizamos.
O método de checagem de informação visa a transparência na verificação da credibilidade de cada fonte,
as quais devem ser publicadas junto a informação que
foi checada. Cada plataforma define a sua política de
checagem, transparência e creditação das publicações
analisadas pelos profissionais responsáveis pela conferência das fontes.
O método de checagem segue às etapas de verificação
das fontes utilizadas na produção do conteúdo, tudo
é verificado e analisado, definindo o grau de credibilieRf3/6
5) Se ainda não for suficiente, consultamos fontes
alternativas, que podem subsidiar ou contrariar
dados oficiais. Registramos, de modo acessível, no
texto.
7) Classificamos a declaração com uma das sete
categorias: verdadeiro, impreciso, exagerado,
contraditório, insustentável, distorcido ou falso
(Aosfatos, 2020b).
Na mesma corrente, a plataforma Invid (2020), apresenta alguns de seus recursos de uso aplicados para a
checagem de conteúdo, como: plugins de verificação,
aplicativos de verificação, painel de análises, serviço
móvel, serviço online de fragmentação e pesquisa reversa de imagem. Tanto os recursos pessoais quanto
os tecnológicos são essenciais na aplicação da checagem de informação, pois potencializam e maximizam
a cobertura de atuação de profissionais capacitados
neste cenário de fakes e mentiras, na web.
A IFCN é um exemplo desse trabalho primoroso de
checagem e verificação de conteúdo, foi criada em ja-
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Toda essa ‘força tarefa’ de checagem e conferência de
fatos, publicações e dados são para combater as fakes
na web, creditando todos os conteúdos que foram
conferidos, o que torna possível identificar o que é falso do verdadeiro, ou do que é credível do não credível!
2.2 Credibilidade da informação
A credibilidade é uma característica vinculada à
pessoa, ao caráter, se originou primeiramente na oralidade da retórica, ato de falar, discursar, convencer,
e se difundiu no registro da escrita. A ética tem uma
forte relação com a credibilidade e a confiança aferida, seja pela oralidade ou escrita (Serra, 2006a). A
comunicação é simbólica, mas ainda hoje a credibilidade informacional está relacionada com o que se diz e
quem o diz, essa comunicação se difunde por meio da
experiência, do ato e na confiança de seu caráter! Desta forma, a premissa, base da credibilidade, consiste
no ato de convencer um indivíduo a acreditar em algo,
por meio de sua fiabilidade.
da Psicologia; nesse campo a perspectiva dos estudos tinham o objetivo de investigar a credibilidade
como “uma construção subjetiva”, entre indivíduos
que obtém a informação, essa subjetividade está relacionada com a credibilidade da fonte, da mensagem
e da credulidade da audiência (Terra & Sá, 2012). Já,
a Ciência da Informação-CI passou a estudar o cenário ao entorno da credibilidade em meados de 1990,
seu foco estava direcionado para as fontes em meios
digitais, possuindo um perfil informacional diferente
das fontes em formato físico, por isso, o entendimento
da credibilidade informacional da CI foi de que, ela é
“uma propriedade objetiva da informação, associada à
ideia de “qualidade” dessa informação em termos de
relevância, correção ou utilidade relativamente a um
fim específico” (Terra & Sá, 2012, p. 2).
A credibilidade informacional está ligada ao universo
no qual ela permeia (produtor/responsável, canais e
fontes informacionais); os elementos que à constitui
colaboram na aferição ou não de credibilidade da informação, seja ela digital ou física.
Nesse sentido, Rockembach (2012) explicita que, as
Bibliotecas, Arquivos ou repositórios de organizações,
tendem a ter uma alta credibilidade, pois mantém
acervos, mesmo que digitais, de fontes confiáveis, já
analisadas por profissionais e organismos científicos
ou sociais.
Pimenta e Belda (2018b), sinalizam doze elementos
que norteiam a credibilidade de um canal de comunicação, no qual a informação é disponibilizada:
a) Apresenta o código de ética.
A credibilidade de uma informação é parte de um
processo de comunicação, enreda uma relação de
confiança, está interligada ao caráter imparcial da
informação, do autor e da fonte. O processo informacional requer competência e seriedade para assim
apresentar a verdade dos fatos (Serra, 2006b, 2006c).
O processo de identificação e verificação das fontes,
são feitas antes de atribuir-lhes a credibilidade (Traquina, 2004).
b) Deixa claro quais são suas diretrizes de financiamento.
Os estudos sobre credibilidade da informação iniciaram por volta de 1950, por pesquisadores da área
g) Organiza o conteúdo por meio da categorização de
cada tipo de informação.
c) Expõe a sua missão e valores.
d) Prática a admissão de erros e correções.
e) Aplica práticas que visam a precisão e, de padrões
de verificação.
f) Fornece a identificação dos responsáveis pelas informações.
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[Credibilidade de informações em tempos de COVID-19]
neiro de 2020 para combater a infodemia. O serviço
passou a ser de utilidade pública e mundial, na América Latina a rede conta com 34 organizações de 17 países
ibero-americanos; no Brasil as agências, Aos Fatos e
Estadão Verifica, são as responsáveis por checar as
postagens sobre a COVID-19 (Latamchequea, 2020).
Essa rede de crowdsourcing (colaboração coletiva) é liderada pelo Instituto Poynter (2020b), do qual, conta
com a parceria de várias agências locais de inúmeros
países, para checar e atualizar os dados diariamente,
por meio desse trabalho, ao todo, já foram feitas mais
de 6600 verificações relacionadas à 70 países, em mais
de 40 idiomas.
h) Apresenta a indicação de fontes.
i) Expõe o método empregado na realização do conteúdo.
j)
Sinaliza a origem de cada publicação, se é local, regional ou mundial.
k) Apresentar perspectivas de diferentes vertentes.
[Juliana Fachin, Nelma Camelo de Araujo, Nelma Araujo, Juliana Carvalho de Sousa]
l) Permite receber feedback.
A aferição de credibilidade da informação envolve o
olhar sobre todo o cenário de constituição, de formação, de disseminação e de responsabilidade do
conteúdo analisado, o qual tem um objetivo, um propósito à tratar, que pode ser sobre pessoas, assuntos,
objetos, ações e práticas, em contextos sociais distintos; olhar para todos esses elementos ajuda a entender
a finalidade de uma publicação e a que ela se destina.
Existem outros elementos que ajudam na aferição de
credibilidade à uma informação em meio eletrônico, das
quais estão diretamente relacionadas com as características do ambiente e da informação que foi publicada;
conforme as indagações apresentadas por Fachin e Blattmann (2016), e por Campello e Caldeira (2008):
a) Há informações sobre responsáveis pelo canal ou
sobre a instituição.
b) O canal de comunicação disponibiliza a data da
publicação e da atualização das informações e conteúdos.
c) O canal é um veículo de comunicação de prestígio.
d) Com que frequência esse canal público esse tipo de
informação.
e) O endereço eletrônico, a url da página, é de domínio: .com; .edu; .org; .gov, etc.
f) Indica a forma de acesso ao conteúdo, se é pago ou
gratuito.
g) Apresenta um campo de busca.
h) A página sinaliza as fontes de informação e dados
apresentados no conteúdo.
i) O canal oferece uma lista de referência para a consulta e conferência das informações utilizadas na
construção do texto e conteúdo.
eRf3/8
j)
Apresenta a autoria ou responsável pelo conteúdo
disposto.
k) Disponibiliza uma pequena biografia do autor ou
responsável pela publicação.
l) O responsável pela informação é alguém com formação ou atua na área de conhecimento do qual
pública.
Essas perguntas também auxiliam no entendimento da
relação que a informação tem com o canal e com a pessoa responsável, pois, um ambiente informacional que
pretende ser reconhecido como fidedigno deve expor o
máximo possível de informações sobre o canal, equipe,
responsabilidade, publicações e o grau de comprometimento com o público leitor de seu conteúdo; dando
subsídios ao mais elevado nível, para que o indivíduo
possa conferir se o canal e as informações têm certa
confiabilidade ao publicar certas informações.
González de Gomez (2007), acreditam que os indicadores de credibilidade da informação estão relacionados
com “o comportamento passado; a reputação; a oportunidade (ou a possível existência de 'bias'); o contexto;
traços culturais e identidade; sua apresentação; os cuidados; referências e contexto em que se disponibiliza
uma fonte”, tudo é relevante e pertinente para a aferição
da credibilidade de uma fonte ou informação.
A credibilidade de uma fonte pode direcionar para o uso
ou não de determinados canais de comunicação na medida em que se relaciona a integridade desse conteúdo,
ela está vinculada diretamente com a “confiabilidade,
justiça, integridade, utilidade e precisão” (Kyungeun
& Baek, 2019, p. 993, tradução nossa), das informações
contidas em certos canais.
Nesse sentido, ressalta-se que, em tempos da COVID-19e diante de tantas notícias replicadas na internet,
sejam elas de ordem governamental, midiáticos ou
pelas redes sociais, se faz necessário expor, validar e
comprovar as fontes de informação para que as pessoas não reproduzam fake news. As plataformas de
validação se juntam nesta luta, verificando diversas
publicações a fim de identificar e sinalizar canais que
apresentam comportamentos que exprime a desinformação e a infodemia, dos quais prestam um desserviço
à toda uma sociedade.
Rev. Interam. Bibliot. Medellín (Colombia) Vol. 43, número 3/septiembre-diciembre 2020 eRf3 ISSN 0120-0976 / ISSN (en línea) 2538-9866
https://doi.org/10.17533/udea.rib.v43n3eRf3
Considerando que o universo informacional é paralelamente multifacetado e que cada área de conhecimento
o tem de forma distinta, as leituras e autores utilizados neste estudo apresentam elementos que ajudam
a entender como a informação se tornou algo controverso; por meio do cenário do qual a sociedade atual
se encontra inserida, no movimento da pós-verdade e
da infodemia. A existência desses movimentos em pleno século XXI comprovam o quanto a informação está
suscetível de ser aplicada em detrimento de alguns ou
causa, permeando o universo da desinformação por
motivações particulares, a fim de manipular e confundir pessoas, se beneficiando dos recursos da web para
disseminar esse tipo de conteúdo.
O fato de existirem informações e canais de divulgação
de conteúdos pouco credíveis não é novidade deste
milénio, como já foi visto, a mentira e a manipulação
de informações é algo do qual sempre esteve presente
na sociedade, a novidade está justamente na forma e
rapidez com que esse tipo de conteúdo se propaga na
web, pois utiliza dos meios de comunicação de massa
para atingir o maior número possível de indivíduos.
Com a quantidade de informação que circula livremente pela web, é quase que impossível classificar tudo o
que é do que não é confiável. Esse cenário se agravou
com o surgimento das fakes news, tornando necessária e
extremamente relevante a existência de mecanismos
de checagem e creditação de conteúdo da web.
Neste estudo conseguimos levantar duas maneiras de
realizar a checagem de conteúdos: a primeira consiste no uso de mecanismos computacionais de busca e
identificação, que possam certificar conteúdos, por
meio de aplicativos e softwares específicos, tem também os similares ao sistema de busca e rastreio feitos
por metabuscadores. A segunda forma identificada é
fact-checking, uma prática exercida por pessoas, quase
sempre atribuída por equipes jornalísticas, aplicada
com base em métodos reconhecidos pela comunidade
científica, viabilizando a creditação dessas informações, mas que tem limitações quanto ao grande número
de informações disponíveis na web e o tempo que esse
processo de checagem individual leva, mas que é o método mais confiável e aplicado até o momento.
Neste cenário, vale destacar também a importância
dos profissionais da informação, mais especificamente
os que atuam na área da Ciência da Informação. Neste
momento de pandemia da COVID-19 muitas unidades
de informações se encontram fechadas, devido à necessidade do isolamento social, mas, o trabalho desses
profissionais em realizar levantamento, compilação e
apresentação de conteúdos fidedignos na web, colabora no combate à desinformação e a propagação de fake
news, uma vez que passam a fornecer fontes confiáveis
aos usuários. Outra frente que esses profissionais vêm
atuando é no auxílio e interlocução com a comunidade
científica, ajudando aos pesquisadores na identificação de conteúdos para a elaboração e publicação de
pesquisas para o combate da doença.
Desta forma, tendo em vista que as chamadas fakes
news estão dominando o cenário mundial, há a possibilidades da criação de ferramentas integradas para a
avaliação das informações contidas nesses ambientes,
a fim de esclarecer o que são e como são as notícias falsas, diferenciando-as daquelas confiáveis. Por fim, no
que tange ao ambiente tecnológico, essas fontes podem ser avaliadas sob a ótica da cientificidade, porém,
ainda passíveis de contestação.
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