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Guilherme Gomes da Silva, nº USP 8046020 ANÁLISE E COMENTE O SEGUINTE TRECHO: "como os extremos se tocam, novamente tem-se alcançado a seu lado o grande objetivo nesses tempos felizes, em que dogmatismo e ceticismo coincidem-se um com o outro na parte inferior e em que ambos apertam as mãos da amizade e fraternidade. O ceticismo schulziano une-se com o mais bruto dogmatismo."
Resumo: O projeto propõe o estudo da relação entre ceticismo e filosofia, tal como ela é trabalhada por Hegel, tanto em sua juventude, quanto em sua maturidade. Por meio dessa pesquisa, esperamos poder investigar alguns dos modos centrais segundo os quais a temática aqui explorada estaria intimamente ligada à problemática da possibilidade de fundamentação da filosofia.
No presente artigo será realizada uma aproximação entre a Fenomenologia do Espírito de HEGEL e o livro Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister de GOETHE. Embora obviamente não se trate de reduzir um livro filosófico a uma obra literária, o objetivo aqui é, por meio dessa comparação, compreender o importante conceito de experiência (Erfahrung) expressado na introdução da Fenomenologia do Espírito. A importância dessa aproximação deve-se ao fato de, também, o romance de GOETHE ter exercido forte influência entre os vários intelectuais da época, além do que o próprio filósofo fazer menção, na introdução, a uma "história detalhada da formação para a ciência da própria consciência." 1 Com isso, o que se buscará mostrar é que o caminho que a consciência faz até o saber verdadeiro é um processo de formação (Bildung), ou seja, de aprendizado, análogo àquele que ocorre com Wilhelm Meister. No romance de GOETHE, conhecemos o trajeto percorrido por um jovem inicialmente apaixonado, desde a infância, pelo teatro e convicto de que o mundo artístico é o seu destino. No entanto, ao sair da casa dos pais e confrontar-se com o mundo burguês em uma emergente sociedade capitalista, o personagem passará por uma série de eventos que resultará, ao final, no seu abandono definitivo do teatro. Com certas interferências praticadas por integrantes da Sociedade da Torre, Wilhelm Meister descobrirá que estava em um processo de aprendizado e que, necessariamente, a passagem pelo teatro era inerente e necessária à sua formação. Nesse ponto, para os fins do presente artigo, é preciso ressaltar a metodologia utilizada pelo abade durante o aprendizado de Meister. Tal método pode ser entendido como uma pedagogia do erro: o aprendiz deve,
Lopes, R. Ceticismo e Vida Contemplativa em Nietzsche. Tese de Doutoramento. Belo Horizonte, UFMG., 2008
Tese de doutoramento defendida no Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFMG em 2008. Reconstruo o contexto intelectual no qual Nietzsche recepciona o ceticismo antigo e moderno, apresento evidências que comprovam sua familiaridade com as principais etapas da história do ceticismo (da antiguidade até a segunda metade do século XIX alemão) e proponho hipóteses que procuram explicar as razões pelas quais ele mantém uma atitude ambígua em relação às potencialidades filosóficas de argumentos céticos, ainda que isso não o impeça de mobilizar esses argumentos em etapas distintas da sua filosofia, assim como não o impede de tentar incorporar em seu projeto de retomada do ideal filosófico da vida contemplativa os distintos compromissos vitais associados à tradição cética (o valor terapêutico da ataraxia, o compromisso com a preservação da integridade intelectual do ceticismo acadêmico, o uso metódico do ceticismo no início da modernidade como forma de cultivar virtudes epistêmicas e combater vícios). O objetivo principal é reconstruir o diálogo de Nietzsche com a história do ceticismo através da identificação de suas principais fontes. Mas como este diálogo é muitas vezes intermediado por textos de autores contemporâneos a Nietzsche, o trabalho de reconstrução das fontes não pôde se ater exclusivamente à tradição cética, mas se estendeu com alguma freqüência a autores da tradição pós-kantiana. As principais reivindicações do presente estudo são: Nietzsche foi um profundo conhecedor da história do ceticismo; sua obra se apropria de forma inovadora desta tradição; Nietzsche não se relacionou apenas instrumentalmente com o ceticismo, mas tentou incorporar alguns dos compromissos essenciais da forma de vida cética ao seu projeto de retomada da filosofia como forma de vida. Todas essas tentativas, no entanto, são atravessadas por diversas tensões que procuro reconstruir a partir de uma análise que combina estudo de fontes e hipóteses genéticas.
1. Significado do ceticismo antigo • Dados históricos • Divergências das tradições • O fenomenismo grego • Evolução do relativismo • Os novos céticos 2. As transformações do ceticismo • História da história do ceticismo • Cristianismo e ceticismo • Racionalismo e ceticismo O termo ceticismo terminou por designar, hoje, na linguagem comum, uma atitude negativa do pensamento. O cético é visto, freqüentemente, não apenas como um espírito hesitante ou tímido, que não se pronuncia sobre nada, mas como aquele que, qualquer coisa que aconteça ou qualquer coisa que se possa dizer, se refugia na crítica. Da mesma forma, acredita-se ainda que o ceticismo é a escola da recusa e da negativa categórica. Na realidade, e por sua própria etimologia (skepsis em grego significa "exame"), o ceticismo não autorizaria qualquer posição decidida, a começar até pela que consistiria em afirmar, muito antes de Pirro e como Metrodoro de Abdera, que sabemos apenas uma coisa: que nada sabemos. Os céticos qualificam a si mesmos de zetéticos, isto é, de pesquisadores; de eféticos, que praticam a suspensão do juízo; de aporéticos, filósofos da contrariedade, da perplexidade e dos resultados não encontrados. Além disso, os historiadores * Título original: Scepticisme. Publicado na Encyclopaédia Universallis France, 1986, pp. 509-513. Tradução: Jaimir Conte
Cadernos Espinosanos, n. 40, p. 95-118, 2019
Resumo. O ceticismo antigo se concebia como um modo de vida. Para acadêmicos e pirrônicos, a suspensão do juízo era o único caminho para a felicidade e a sabedoria. Na Antiguidade, essa filosofa recebeu inúmeras críticas, como o argumento da apraxia, mas talvez a principal delas (e a mais infuente na Modernidade) tenha sido a de Agostinho, que buscou reformular o conceito de sabedoria. Para Agostinho, a sabedoria não pode ser definida como mera abstenção do erro e a felicidade não é concebível sem a presença daquilo que se deseja. De Cícero e Sexto Empírico a Agostinho, portanto, há uma transformação muito relevante na maneira de se avaliar a relação entre a verdade e o bem viver, que, quando compreendida, permite que se perceba com mais clareza as diferenças entre autores modernos como, por exemplo, Montaigne e Pascal. Abstract. Ancient Skepticism is a way of life. Both Academics and Pyrrhonians think that suspension of judgement is the only way to happiness and wisdom. In Antiquity, Skepticism received several objections, such as the argument of apraxia, but the main objection raised against it (and the most influent in the Sixteenth and Seventeenth centuries) may have been Augustine’s struggle to recast the concept of wisdom. According to Augustine, wisdom should not be defined as mere abstention from error, and happiness is not conceivable if one does not attain what one desires. Hence, from Cicero and Sextus Empiricus to Augustine, there is a significant shift in the way the relationship between truth and good life is assessed, and this is a shift that casts light on the differences of Modern philosophers, such as Montaigne and Pascal.
I Tornou-se um lugar bastante comum da filosofia moderna e contemporâ-nea exigir, no ponto de partida de toda e qualquer reflexão filosófica e como condição sine qua non de seu mesmo desenvolvimento livre de predetermi-nações e prejuízos, a " suspensão metodológica de juízo sobre o mundo exterior ". Não se proíbe ao filósofo, por certo, que viva a sua vida cotidiana como um homem qualquer, nem que continue a pautar sua conduta pelas regras costumeiras que presidem ao comportamento comum dos homens. O que se lhe pede, porém, é que — enquanto filósofo e não enquanto ho-mem — não assuma em sua reflexão filosófica as opiniões, crenças e pre-tensões ao conhecimento próprias ao vulgo e que delas decididamente se dispa, por uma exigência de método, no decorrer de seu empreendimento de filosofar e desde o seu próprio início. Poderia acaso ser de outra maneira, se a filosofia sempre se quis e se quer eminentemente crítica? Proceder de outro modo não seria o mesmo que prejulgar, ao menos em parte, aquilo mesmo que se quer submeter ao crivo da análise e da crítica filosófica? Predeterminar os rumos de nossa reflexão, os parâmetros de seu equacionamento e, numa medida importan-te, muitos já de seus resultados? Se assim é, não parecerá senão muito natural que a própria existência de um mundo exterior seja objeto de uma
Resumo: Neste trabalho, desenvolvemos uma discussão sobre a relação entre ceticismo e filosofia no idealismo alemão, notadamente em Hegel. Em particular, no interessa o papel que essa relação desempenha no problema da autodeterminação racional, problema que, a nosso ver, é central para o projeto de filosofia moderna adotado pelos autores do idealismo alemão, e de grande importância para a sua compreensão. Pretendemos mostrar como a confrontação dos autores deste período com os céticos, em particular com Hume, Schulze, Maimon e Sexto Empírico, desempenha um papel central na formação de suas concepções sobre a filosofia, sobre tarefa desta e sobre como ela poderia realizar essa tarefa apenas pela incorporação do ceticismo. Mais do que isso, visamos a mostrar como a confrontação com o ceticismo será fundamental para o desdobramento da concepção que os idealistas alemães têm da autodeterminação racional já que seria como resposta ao ceticismo que eles veriam a necessidade de desenvolver mais profundamente essa concepção do que os seus predecessores haviam o feito – o que ajudaria a explicar porque, de um projeto crítico baseado na determinação dos limites do entendimento humano, passamos para filosofias segundo as quais toda filosofia tem que e só pode começar pelo absoluto. Esperamos contribuir para a compreensão desses importantes filósofos do idealismo alemão, bem como para a compreensão do ceticismo, mostrando como essas duas formas de filosofia podem se enriquecer mutuamente por meio do debate em torno do problema da autodeterminação racional. Palavras-chave: Hegel, Ceticismo, Autodeterminação, Razão, Absoluto Abstract: In this work, we attempt to discuss the relationship between skepticism and philosophy in german idealism, specially in Hegel. We are particularly interested in the role this relationship plays in the problem of rational self-determination, which, as we see it, lies at the core of the project of modern philosophy adopted by the authors of german idealism, and is of great importance for their comprehension. We aim to show how the confrontation of authors of this period with the skeptics, in particular with Hume, Schulze, Maimon and Sextus Empiricus, has an important role in the constitution of their conceptions of philosophy, its task and how it could accomplish said task. Moreover, we will attempt to show that the confrontation with skepticism is fundamental for the development of the conception of rational self-determination held by the german idealists, since it is as an answer to skepticism that they find it necessary to develop this conception further than it had been done by their predecessors – which would help explain why, from a critical project of determining the limits of human understanding, we go to philosophies to which all philosophies must start with the absolute. We hope to contribute to the comprehension of these important philosophers of german idealism, as well as to the comprehension of skepticism, by showing how these two forms of philosophy can mutually enrich each other through the debate around the rational self-determination problem. Key-words: Hegel, Skepticism, Self-determination, Reason, Absolute
Discurso
O objetivo deste artigo é comparar a maneira como Pascal trata das relações entre ceticismo e dogmatismo em duas de suas principais obras, os Pensamentos e Conversa com o Senhor de Sacy, as quais, embora não conflitantes, trazem uma relevante mudança de pontos de vista. A Conversa aborda o debate ceticismo/dogmatismo diretamente pelo ângulo moral, de modo que os riscos morais (e as paixões correspondentes de orgulho e preguiça) para os leitores serão o critério fundamental de avaliação das duas filosofias. É igualmente do ponto de vista moral que Epiteto e Montaigne, representantes do dogmatismo e do ceticismo, serão considerados inconciliáveis, visto que a aniquilação recíproca de vícios e virtudes impossibilita a constituição de uma moral perfeita. Nos Pensamentos, o ponto de vista assumido é o da teoria do conhecimento, ainda que se termine o embate no mesmo impasse moral da Conversa. A diferença mais importante, porém, é que os Pensamentos trazem o embate para o interior da natu...
Creativity Research Journal, 2017
AQUINO JOURNAL OF PHILOSOPHY (AJOP), 2012
arXiv (Cornell University), 2023
Psicoperspectivas. Individuo y Sociedad, 2018
The New Educational Review, 2024
„Dilema Veche”, nr. 1008 (din 3 august – 9 august 2023), p. 21
Warta Pemeriksa, 2024
SK International Journal of Multidisciplinary Research Hub, 2022
Jurnal Bina Mulia Hukum
Boletim do Observatório Ambiental Alberto Ribeiro Lamego, 2010
Pakistan journal of ophthalmology, 2016
Engenharia Agrícola, 2004
Digestive and liver disease : official journal of the Italian Society of Gastroenterology and the Italian Association for the Study of the Liver, 2014
Lung India, 2015
Studies in Linguistics and Literature
International Conference on Natural Language Generation, 2020