Relatório de Estágio
Pesquisa e Prática de Ensino IV
Volta Redonda, 2017.
WELINGTON LUIZ SARAIVA SOARES
RELATÓRIO DE PESQUISA E PRÁTICA DE ENSINO IV
COLÉGIO ESTADUAL RONDÔNIA
Relatório de estágio exigido como requisito
parcial para aprovação na disciplina Pesquisa e
Prática de Ensino IV.
Prof. Orientador: Rafael Ferreira da Silva
Volta Redonda, 2017.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA
AVALIAÇÃO
Nome do aluno:
Parecer:
Nota:
Avaliador(es):
Assinatura(s):
Data:_____/_____/______.
Sumário
INTRODUÇÃO
5
1. CAPÍTULO – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA CAMPO DE ESTÁGIO
6
1.1. Dados gerais sobre a instituição escolar
6
1.2. O corpo docente e a disciplina de Química
6
1.3. Dados estatísticos sobre alunos e turmas
7
1.4. Horários de funcionamento
7
2. CAPÍTULO – O PAPEL DA PRÁTICA INVESTIGATIVA NOESTÁGIO
SUPERVISIONADO
8
3. CAPÍTULO – DA INTERAÇÃO COM O PROFESSOR SUPERVISOR À REGÊNCIA9
4. CAPÍTULO – A REFLEXÃO SOBRE DUAS AULAS A PARTIR DO DIÁRIO DE
BORDO
10
4.1. Resumos das aulas
10
4.1.1. Partículas subatômicas
10
4.1.2. Partículas subatômicas - Reflexão
11
4.1.3. Partículas subatômicas - Nova Reflexão
11
4.1.4. Partículas subatômicas
11
4.1.5. Partículas subatômicas - Reflexão
12
4.1.6. Partículas subatômicas - Nova Reflexão
12
5. CAPÍTULO – O PROJETO DE INVESTIGAÇÃO
12
5.1. Introdução
12
5.2. Revisão de literatura
13
5.3. Metodologias
14
5.4. Procedimentos
18
CONSIDERAÇÕES FINAIS
19
BIBLIOGRAFIA
20
INTRODUÇÃO
Este relatório tem por objetivo descrever as observações em sala de aula no Colégio
Estadual Rondônia, abordando o espaço físico, projeto político pedagógico, processos
avaliativos, material utilizado para a regência, comportamento dos alunos na escola e em sala
de aula, comportamento da professora perante os alunos durante execução da regência,
comportamento da professora perante a escola, dentre outros aspectos importantes no
funcionamento de uma instituição educacional.
No mundo cada vez mais exigente e cada vez mais complexo, cabe à escola formar
pessoas com condições para nela atuar, não só atuar, mas formar pessoas com pensamento
crítico que poderão promover debates com informações relevantes na sociedade em que vive.
Nesse contexto, a pesquisa pode ser um meio de promover aprendizado que possibilita
o desenvolvimento intelectual para o questionamento de sua realidade. Através do
conhecimento da sala de aula podemos compreendê-la melhor e, atuar de modo a favorecer
um processo de melhoria na formação dos alunos. A sala de aula não é somente o espaço
entre as quatro paredes com um quadro, mas sim a Escola como um todo.
É necessário observar e conhecer a regência e os processos avaliativos, para realizar
um estudo de qual o melhor modo para aprendizagem do aluno utilizando os princípios da
escola.
Com esses estudos pode-se melhorar a forma de ensinar e, por consequência, a
memorização do conteúdo ensinado ao aluno, fazendo-o verdadeiramente compreender a
química.
O espaço físico educacional deve ter como princípio oferecer um ambiente acolhedor e
prazeroso, ou seja, um local onde os alunos possam sentir-se estimulados a buscar novos
conhecimentos e se tornarem independentes, auxiliando assim no desenvolvimento da sua
aprendizagem.
5
1. CAPÍTULO – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA CAMPO DE ESTÁGIO
Imagem1: Sala de aula CER
1.1. Dados gerais sobre a instituição escolar
Situado na Rua Dourados, nº 155 – São Geraldo – Volta redonda/RJ CEP 27253-540,
o colégio estadual Rondônia atende principalmente a alunos dos bairros São Geraldo, São
Luiz, Monte Castelo e Novo São Luiz, bairros estes que são de caráter residencial de classe
média à baixa. O colégio atende também a uma parcela significativa de alunos residentes da
cidade de Barra Mansa. Todos os alunos da rede pública têm direito ao passe-livre nos ônibus,
utilizando um cartão eletrônico sindpass, porém algumas famílias são contempladas com o
auxílio do programa federal de bolsa família.
O Projeto Político Pedagógico do colégio aborda como uma das causas da formação
de áreas carentes, a privatização da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), já que o
município de Voltada Redonda formou-se em torno desta empresa. Após sua privatização,
ocorreu uma grande mudança no cenário econômico da cidade, muitos empregos diretos e
indiretos foram extintos, caindo também o padrão de vida daqueles que permaneceram
empregados.
6
Os discentes apresentam uma media de faixa etária elevada e seus principais interesses
giram em torno de temas como sexualidade, internet, jogos. O núcleo familiar da maioria é
constituído por pais com pouca formação acadêmica e baixa renda, trabalhando geralmente na
indústria ou de forma autônoma.
O Governo Estadual fornece uniforme (apenas a blusa), livros (exceto para matérias
como Ed. física, artes, ensino religioso e filosofia) e merenda. Para as matérias que não
possuem livro, o governo disponibiliza sites com materiais extras. A merenda oferecida no
colégio é orientada por uma nutricionista, e é composto de café da manhã, almoço e lanche,
sendo este serviço é terceirizado.
1.2. O corpo docente e a disciplina de Química
O quadro de professores do Colégio Estadual Rondônia constitui-se por vinte e dois
professores, sendo apenas uma professora ministra a disciplina de Química. As aulas ocorrem
normalmente no período matutino.
1.3. Dados estatísticos sobre alunos e turmas
O Colégio disponibilizou para o relatório final do estágio, somente os seguintes dados:
2011
601
701
801
901
1001
2001
3001
31
22
16
23
16
17
11
Reprovados 0
05
05
04
07
02
0
Desistentes
01
02
04
04
01
01
Aprovados
0
2012
601
701
801
901
1001
1002
2001
3001
29
28
21
25
15
12
12
14
Reprovados 01
02
03
03
04
05
0
0
Desistentes
01
01
03
03
02
0
0
Aprovados
01
7
A escola informou que hoje possui 380 alunos regulares no colégio, sendo 50% de
alunos da comunidade e 50% dos alunos de fora, 90% dos alunos do técnico de Meio
Ambiente são de fora da comunidade.
Dos dados mais recentes disponibilizados pela escola estão os dos anos 2011, 2012.
A secretaria da escola não forneceu maiores informações de dados mais recentes.
1.4. Horários de funcionamento
6:30 as 22:30.
Turno
Entrada
Intervalo
Saída
Manhã
7:00
9:30 – 9:50
12:20
Tarde
13:00
15:30 – 15:50
18:00
Noite
18:20
20:00 – 20:20
22:20
*A secretaria tem horário de funcionamento de 8:00 as 21:00.
*A biblioteca funciona terça, quarta e quinta apenas no horário da manhã.
*O período noturno é reservado apenas para o ensino técnico.
Como o dia a professora e as turmas permaneceram as mesmas do estágio
supervisionado PPE III e logo após o processo de assinatura do contrato com o diretor do
Colégio Estadual Rondônia, combinei com a professora Rafaela o acompanhamento das turmas
1001, 1002, 2001 e 3001, e combinamos que no estágio IV eu ficaria responsável pelas
correções de exercícios e ministração de algumas aulas.
Como poderia realizar o estágio nas quintas e sextas feiras a professora me solicitou que
o processo de entrada fosse ao horário de 07h00min até 12h20min, na turma 1001, 2001, 3001,
8
na quinta feira, e na sexta feira na turma 1002 no horário de 07h00min até 08h40min no qual
foi prontamente atendida.
TURMA
HORÁRIO
3001
07h00min – 08h40min
1001
08h40min – 09h50min
2001
10h40min – 12h20min
1002
07h00min – 08h40min
2. CAPÍTULO – O PAPEL DA PRÁTICA INVESTIGATIVA NO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO
Segundo o parecer CNE/CP 28/2001, “Estágio é o tempo de aprendizagem que,
através de um período de permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para
aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio
supõe uma relação pedagógica 11 entre alguém que já é um profissional reconhecido em um
ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário. Por isso é que este momento se
chama estágio supervisionado. O estágio curricular supervisionado é um momento de
formação profissional do formando seja pelo exercício direto in loco, seja pela presença
participativa em ambientes próprios de atividades daquela área profissional, sob a
responsabilidade de um profissional já habilitado.” Dizendo ainda que:
A prática não é uma cópia da teoria e nem esta é um
reflexo daquela. A prática é o próprio modo como as
coisas vão sendo feitas cujo conteúdo é atravessado por
uma teoria. Assim a realidade é um movimento
constituído pela prática e pela teoria como momentos de
um devir mais amplo, consistindo a prática no momento
pelo qual se busca fazer algo, produzir alguma coisa e
que a teoria procura conceituar, significar e com isto
administrar o campo e o sentido desta atuação. A prática
de ensino é, pois, o que o próprio nome diz: uma prática
que produz algo no âmbito do ensino.
O Estágio Supervisionado é muito importante porque possibilita ao aluno-estagiário ou
aluno-professor uma proximidade com o seu futuro campo de trabalho as grandes
possibilidades de aprendizagem com diversas situações que ocorrem no campo do estágio
favorecem uma base prática pedagógica, relacionando reflexão, ação e reflexão.
9
Atualmente nos encontramos em um mundo globalizado onde as informações são
rápidas e constantes onde necessitamos aprender a recebê-las e entendê-las.
Surgindo assim os questionamentos e as dúvidas, possibilitando assim associar a
escola e inseri-la nessa realidade e pensar o Estágio Supervisionado, como um fator que
influência na prática pedagógica do professor.
Neste sentido, possibilita entender as transformações pelas quais deve passar o
cotidiano escolar, possibilitando considerar os fatores que interferem na prática do professor,
refletindo sua prática pedagógica, numa realidade em que as coisas se modificam, observando
a situação social, política, econômica e cultural que caracteriza o mundo em que vivemos.
Nesse processo o Estágio é capaz de realizar um processo de formação profissional crítico,
reflexivo, pesquisador e capaz de realizar as alterações necessárias à sua prática pedagógica,
tornando o profissional dinâmico, competente e autônomo, possibilitando assim preparar o
cidadão social, técnica e cientificamente, construindo um ser humano capaz de produzir
sabedoria.
Nas atividades de Estágio Supervisionado realizadas junto com o processo
investigativo possibilita os saberes necessários para a prática pedagógica atual, a investigação
é uma oportunidade de compreensão do que ocorre no processo da prática, possibilitando
busca de soluções.
Por isso, o Estágio Supervisionado é muito importante, uma vez que desempenha um
papel na construção dos saberes científicos e pedagógicos necessários à atividade docente.
Com isso os saberes científicos e pedagógicos passam ser um elemento importante na
prática investigativa, aproximando teoria e prática, estimulando a reflexão, interferindo no
cotidiano em que a escola vive dos professores e na vida dos alunos.
Possibilitando a quebra da prática tecnicista, que empobrece o processo educativo.
3. CAPÍTULO – DA INTERAÇÃO COM O PROFESSOR SUPERVISOR À REGÊNCIA
Estagiei com a professora Rafaela da Silva Paula no estágio de Pesquisa e Prática de Ensino
III, onde acompanhei sua regência, seguimos então para a Pesquisa e Prática de Ensino IV, a
relação com a professora Rafaela é muito boa, ela me ajuda muito com orientações e
acompanhamento, após o PPE III combinamos a planejamento para o PPE IV, e a Rafaela
achou melhor nesta etapa eu ficar responsável pela correção de exercícios e ministrar algumas
aulas com as turmas de 1º, 2º e 3° ano, e acompanhamento na aplicação dos estudos dirigidos,
para assim adquirir mais experiência. Resumos das aulas acerca da turma, conteúdo e
metodologia.
10
O processo do PPE IV dividiu-se em três etapas, acompanhamento na aplicação dos
estudos dirigidos, correção de exercícios e ministrar aulas.
A Correção dos exercícios se deu da seguinte forma, a professora passava o conteúdo
em sala, passava alguns exemplos e passava exercícios para serem feitos em casa, geralmente
cerca de cinco a dez exercícios, na semana seguinte eu fazia a correção.
A correção era bem objetiva sem rodeios, pois a professora precisava passar a matéria
logo após a correção, no início o comportamento era bem difícil, pois quase não prestam a
atenção na correção mesmo sem terem feitos os exercícios, a conversa logo se dissipava isso
dificultava muito o processo de correção, até que adotamos um novo processo de correção,
passamos a chamar um aluno por vez utilizando número de chamada por ordem aleatória para
que ajuda-se nas correções surgiu um efeito muito bom em relação a comportamento pois
ficavam ansiosos com receio de ser chamado, mas por outro lado gerou um afastamento da
turma em relação a mim, dificultando a relação aluno estagiário pois a maioria não gosta de
ser chamado para participar da correção, e reclamaram com a professora, a mesma apoio me
no processo, mas gerou um certo desconforto, foi bem positivo pois acalmou os alunos, mas
seguimos o processo até o fim de minha regência, mesmo com alguns alunos não aceitando o
método.
A correção foi feita nas turmas 1001, 1002, 2001 e 3001, geralmente durava em média
de 20 minutos para a correção, enquanto a chamada era feita.
4. CAPÍTULO – A REFLEXÃO SOBRE DUAS AULAS A PARTIR DO DIÁRIO DE
BORDO
Através do processo realizado, no qual foi feito duas principais aulas podemos
destacar os principais aspectos.
4.1. Resumos das aulas
4.1.1. Partículas subatômicas
4.1.2. Partículas subatômicas - Reflexão
11
4.1.3. Partículas subatômicas - Nova Reflexão
4.1.4. Partículas subatômicas
4.1.5. Partículas subatômicas - Reflexão
4.1.6. Partículas subatômicas - Nova Reflexão
5. CAPÍTULO – O PROJETO DE INVESTIGAÇÃO
De acordo com e Aquino (1996), o aluno pode apresentar comportamento indisciplinado
por diversos motivos: problema em casa, com seus familiares, falta de interesse pelo assunto
apresentado em sala de aula, entre outros. É nesse sentido que buscamos verificar quais os
motivos que levam os alunos a apresentarem comportamento de indisciplina no processo de
ensino-aprendizagem da matemática na concepção do professor. Uma das maiores
dificuldades encontradas nas salas de aula das escolas nos dias atuais, é a (in)disciplina.
Vários fatores podem levar à indisciplina do aluno, e podem estar ligados a problemas
psíquicos ou familiares, ou poderá ser um aviso de que o estudante não está integrado no
processo ensino e aprendizagem. Estudos diversos sobre o tema mostram que há várias causas
que levam os alunos à indisciplina.
5.1. Introdução
No meio educacional esta visão é bem discutida. Costuma-se compreender a indisciplina,
manifesta por um indivíduo ou um grupo, como um comportamento inadequado, um sinal de
rebeldia, intransigência, desacato, traduzida na “falta de educação ou de respeito pelas
autoridades”, na bagunça ou agitação motora. (AQUINO, 1996). A disciplina parece ser vista
como uma forma cega de obedecer, a um conjunto de regras e principalmente como um dos
principais pontos para o bom aproveitamento do que a escola oferece aos seus alunos.
Podemos ainda dizer que disciplina escolar pode parecer uma questão simples: basta que o
aluno preste atenção na aula e faça as atividades propostas. Mas a questão vai além, pois
envolve a formação de caráter, de cidadania, e pode influenciar o processo de ensino
aprendizagem, apesar de ser um grande problema a indisciplina ainda não é tratada
12
frequentemente, não obstante a infrequência do tema, é possível afirmar que o interesse pela
indisciplina como objeto de investigação cresceu consideravelmente na última década. Os
dois primeiros artigos datam de 1998. Entre 2002 e 2005, foram publicados outros três
artigos. De 2006 a 2010, 15 textos vieram a público. Os 15 textos restantes surgiram entre
2011 e 2015. Quanto aos autores, trata-se de 52 envolvidos, com apenas uma aparição, à
exceção de quatro autores: Joe Garcia (com quatro artigos); Ana Lúcia Silva Ratto (três);
Ademir José Rosso; e Julio Groppa Aquino (dois). Aquino 2016
A indisciplina é e sempre foi um tema polêmico e um tema complexo, definido de
diferentes formas por diferentes profissionais. É uma problemática antiga que envolve uma
dificuldade de se estabelecer um consenso acerca do seu ignificado e de suas causas.
Boa parte dos professores está à beira de
um ataque de nervos porque não consegue
controlar a bagunça que come solta dentro das
salas de aula. E o que é pior: não bastassem
conversinhas, os risinhos, as guerrinhas de papel,
o respeito pela figura do professor passou a ser
tão raro como uma nota 10 em redação (Revista
Veja, 1996, p. 54).
Boarini 2012
5.1 A indisciplina escolar segundo os pesquisadores
Os autores aqui elencados elegeram eixos temáticos gerais para fundamentar seus
estudos. São eles: as maneiras de apreender os atos indisciplinados, bem como as propostas
para gerenciá-los.
Silva (1998, p. 127) aponta que o tema/problema; “[...] nem sempre é tratado sob a forma de
uma abordagem direta e explícita, mas habitualmente, de uma forma vicária. Desse modo, o
tema aparece constantemente em trabalhos da área de metodologia de ensino, didática,
administração escolar, relações sociais na escola e psicologia da educação e até mesmo a sua
localização é mais difícil em função dessa dispersão.”
Garcia, o pesquisador mais prolífico sobre o tema, também se dispôs a esquadrinhar as
representações dos docentes em relação à gênese da indisciplina, ele isola três campos
enunciativos: um que focaliza o aluno como sujeito indisciplinado, sobre o qual recai a
intervenção pedagógica; outro que situa o próprio contexto de produção da indisciplina nas
13
relações em sala de aula; um terceiro campo que toma a própria cultura escolar como
responsável pela indisciplina. Daí que, para o autor, tudo dependeria do modo como os atos
indisciplinados são encarados, uma vez que
[...] as representações dos professores sobre a indisciplina
escolar transformam suas visões em relação a diversos
aspectos das suas práticas pedagógicas, refletindo posições
e influenciando a natureza das suas intervenções. Além
disso, tais representações transformam suas relações com o
conhecimento, influem em suas decisões sobre o currículo,
e informam suas visões sobre o que é ser professor.
(GARCIA, 2009b, p. 322)
Talvez a evidência mais contundente do papel do professor na própria produção da
indisciplina seja aquela aferida por um survey conduzido por Silva e Matos (2014). O estudo
pretendeu investigar as percepções de estudantes de escolas públicas de Minas Gerais sobre a
indisciplina a partir de seu cruzamento com seis variáveis intervenientes: nível de ensino,
sexo dos estudantes, nível socioeconômico, atraso escolar, proficiência em língua portuguesa
e matemática e as práticas pedagógicas dos docentes. Foram utilizados questionários
associados a
Os resultados apresentados nessa pesquisa indicam
uma presença marcante de comportamentos de indisciplina
em sala de aula. Também apontam uma forte relação entre
desempenho escolar e indisciplina ao discutir o atraso
escolar e a proficiência dos estudantes em língua
portuguesa e matemática. Além disso, merecem destaque a
baixa associação entre indisciplina e nível socioeconômico
e a forte relação entre as práticas pedagógicas dos
professores e a indisciplina. (SILVA ; MATOS , 2014, p.
727)
Sob esse ponto de vista, talvez a indisciplina escolar esteja nos indicando que se trata
de uma recusa desse novo sujeito histórico a práticas fortemente arraigadas no cotidiano
escolar, assim como uma tentativa de apropriação da escola de outra maneira, mais aberta,
mais fluida, mais democrática. Trata-se do clamor de um novo tipo de relação civil,
confrontativa na maioria das vezes, pedindo passagem a qualquer custo. Nesse sentido, a
indisciplina estaria indicando também uma necessidade legítima de transformações no interior
das relações escolares e, em particular, na relação professor-aluno. Assim, resta uma questão:
afinal de contas, escola para quê?
Outra hipótese muito em voga no meio escolar, produto de nosso suposto e, às vezes,
perigoso "bom senso" prático, diz respeito à suposição de que "as crianças de hoje em dia não
têm limites, não reconhecem a autoridade, não respeitam as regras, e a responsabilidade por
14
isso é dos pais, que teriam se tornado muito permissivos". Quase todos parecem concordar
com essa hipótese do "déficit moral" como explicativa da indisciplina.
Pois bem, um segundo reparo a essa idéia da falta de limites da criança e do jovem
refere-se à suposta permissividade dos pais que, por sua vez, estaria criando obstáculos para o
professor em sala de aula. Segundo boa parte dos professores, a família, em certa medida, não
estaria ajudando o trabalho do professor, pois as crianças seriam frutos da "desestruturação",
do "despreparo" e do "abandono" dos pais (vale lembrar, oriundos também das décadas de
60/70). E mais ainda, os professores teriam se tornado quase "reféns" de crianças tirânicas,
deixados à mercê de crianças "sem educação". Será isso verdade?
É muito comum imaginarmos que "criança mal-educada em casa" converte-se
automaticamente em "aluno indisciplinado
na escola". Pois alertemos que isso nem sempre é necessariamente verdadeiro. Não é
possível generalizar esse diagnóstico
para justificar os diferentes casos de indisciplina com os quais deparamos. Além disso,
há uma evidência irrefutável de
que os mesmos alunos indisciplinados com alguns professores podem ser bastante
colaboradores com outros.
Realizar uma breve revisão da literatura a respeito da indisciplina escolar. Causas e possíveis
soluções de acordo com diferentes autores.
Como fazer a breve revisão:
1 - selecionar 6 revistas dedicadas a psicologia, ou psicologia escolar ou educação ou ensino
de ciências.
2 – buscar no site das revistas selecionadas as palavras-chave Disciplina, indisciplina,
comportamento na sala de aula;
3 – últimos 5 anos;
4 – usar apenas trabalhos que tenham como foco específico questões relacionadas à
indisciplina.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572013000100013
15
5.2. Introdução
No meio educacional esta visão é bem discutida. Costuma-se compreender a indisciplina,
manifesta por um indivíduo ou um grupo, como um comportamento inadequado, um sinal de
rebeldia, intransigência, desacato, traduzida na “falta de educação ou de respeito pelas
autoridades”, na bagunça ou agitação motora. (AQUINO, 1996). A disciplina parece ser vista
como uma forma cega de obedecer, a um conjunto de regras e principalmente como um dos
principais pontos para o bom aproveitamento do que a escola oferece aos seus alunos.
Podemos ainda dizer que disciplina escolar pode parecer uma questão simples: basta que o
aluno preste atenção na aula e faça as atividades propostas. Mas a questão vai além, pois
envolve a formação de caráter, de cidadania, e pode influenciar o processo de ensino
aprendizagem.
A indisciplina é e sempre foi um termo polêmico e um termo complexo, definido de
diferentes formas por diferentes profissionais. É uma problemática antiga que envolve uma
dificuldade de se estabelecer um consenso acerca do seu significado e de suas causasA
indisciplina escolar pode começar sendo tratada do seguinte modo: despindo os alunos de
todos os rótulos que lhe foram impostos e tendo uma visão mais otimista sobre a educação.
Fazer discursos longos e maçantes em sala de aula sobre a importância de estudar, repetir para
os alunos que o conhecimento é para eles e não para o professor, perder 20 minutos ou mais
dando bronca, são atitudes que vão contribuir para a indisciplina pelo simples fato de isso
gerar tédio nos seus alunos.
Normalmente, quando se pensa em indisciplina, automaticamente se faz uma relação
com conversa, bagunça e até violência na escola. A conversa atrapalha a aula, mas é certo que
uma turma que não conversa é pior para desenvolver conhecimentos. Quando há conversa, os
alunos dialogam, trocam suas vivências, há uma relação entre os educandos e entre o
professor também.
Já para Aquino (1996, p. 10), a compreensão do conceito de indisciplina é decorrente da nossa
conceituação do que vem a ser a disciplina, para o autor, se compreendermos a disciplina por
[...] comportamentos regidos por um conjunto de normas, a indisciplina poderá ser traduzida
de duas formas: 1) a revolta contra essas normas; 2) o desconhecimento delas. No primeiro
caso, a indisciplina traduz-se por uma forma de desobediências insolente; no segundo, pelo
16
caos dos comportamentos, pela desorganização das relações. (AQUINO, 1996, p. 10). Ao
propor essa conceituação, Aquino (1996) coloca os profissionais da educação imersos a uma
reflexão da sua própria prática enquanto educador, coordenador, administrador escolar, pois
se os alunos se revoltam contra as regras, é necessário saber o porquê desta revolta, de onde
ela vem, se essa revolta é oriunda da prática do professor (da forma como o conhecimento é
mediado e do conhecimento que é oferecido), da administração da escola (autoritarismo,
ausência de dialogo). Se compreendermos que a indisciplina é uma conseqüência do
desconhecimento das regras da escola, é preciso entender porque a equipe escolar compreende
a indisciplina como sendo a quebra de regras se ela não oferece a oportunidade da
comunidade (pais, alunos) construírem as regras da escola, ou se elas simplesmente não
apresentam as regras para a comunidade para um bom convívio e aprendizagem, porque
supõe que alunos e pais conhecem tais regras.
Em suma, professor deve falar menos e deixar que os alunos produzam mais:
conversar, debater, discutir, propor soluções, trocar ideias, opinar, problematizar, analisar, e
aprender significativamente. Um professor que passa muito tempo falando acaba se
desgastando e desperdiçando os 67% do tempo de aula que sobram para a explicação do
conteúdo, pois a média de atenção do aluno é de, no máximo, um minuto e meio para cada
ano de idade. Assim, um aluno de 10 anos só conseguirá ouvir o professor com atenção por,
no máximo, 15 minutos (1,5 x 10).
17
5.3. Revisão de literatura
Segundo Garcia (1999, p. 101 e 102). A indisciplina escolar tem sido intensamente
vivenciada nas escolas, apresentando-se como uma fonte de estresse nas relações
interpessoais, particularmente quando associada a situações de conflito em sala de aula. Mas,
além de constituir um “problema”, a indisciplina na escola tem algo a dizer sobre o ambiente
escolar e sobre a própria necessidade de avanço pedagógico e institucional. Trata-se de uma
questão, portanto, a ser debatida e investigada amplamente. Para o autor, o papel da escola em
relação à problemática da indisciplina é o de [...] considerar o quadro concreto das condições
e desenvolvimento dos alunos e de suas necessidades, bem como garantir as condições
apropriadas ao processo de ensino-aprendizagem. Assim, as expectativas da escola, por
exemplo, devem refletir não uma disposição autoritária elaborada por um determinado grupo
responsável por processos decisórios na escola, mas uma orientação de base consensual que
reflita a contribuição de toda a comunidade ligada á escola, e não apenas dos profissionais da
educação que nela atuam. Segundo Garcia (1999, p. 103), é necessário que os professores
tenham claro que os atos de indisciplina não podem ser caracterizados como “um fenômeno
estático que tem mantido as mesmas características ao longo das últimas décadas”, pois a cada
dia ele se manifesta de diversas maneiras em uma mesma situação, para o autor, a indisciplina
escolar é um fenômeno em constante mudança.
A indisciplina vem sendo descrita ao longo dos anos por diversos autores, listam-se duas:
“Aquino (2003): É uma das queixas no cotidiano escolar, tema problemático da
dificuldade de educar.”
“Garcia (1999): Desarmonia entre os critérios e expectativas assumidos pela escola,
em termos de comportamento, atitudes, socialização, relacionamentos e desenvolvimento
cognitivo.”
Quando decidimos nos formar professores já sabemos quais as intempéries que iremos
lidar, uma delas é a indisciplina, que não é fácil de lidar e deve ainda, contar com um
comportamento meticuloso por parte do professor, pois a profissão que escolhemos nos exige
aperfeiçoamento e busca constantes de saber e aprende mais.
Os profissionais da educação devem ter em mente que não devemos jogar o “jogo da
culpabilização”, como mencionado por Sílvia Gasparian Colello, assim:
18
1. A escola tende a culpar a família que não educa de forma correta;
2. A família tende a culpar a escola por não dar uma boa formação ao aluno;
3. A família e escola tendem a culpar as mudanças na estrutura familiar, que é moldada
pela mídia e as imposições da atualidade.
Nós, professores tendemos a acreditar que devemos avaliar ou nivelar nossos alunos
por intermédio apenas de notas, deste modo eles acabam por ser considerados passivos de
reforços. A nota em si, tem apenas o caráter de representar o rendimento e não resolve o
problema de indisciplina, muito pelo contrário, esse “nivelamento” pode ser inclusive, um
viabilizador do aumento de casos de indisciplina em sala de aula. De maneira geral, um
conceito dado a um aluno reflete além de seu desempenho em relação ao conteúdo,
cumprimento de tarefa e comportamento.
Os métodos tradicionais de ensino são caracterizados por exercer certo controle
comportamental sobre a conduta dos alunos, embora estes sejam “consagrados” e seguidos em
muitas escolas, vêm se mostrando ineficaz com alunos que, estão aprendendo a contestar e
desenvolver um método cognitivo de aprendizagem.
Segundo Aquino (2003), a indisciplina pode ser por três causas principais:
Nos dias atuais a escola tornou-se muito permissiva em comparação a rigidez e a
qualidade da educação de alguns anos atrás, fazendo com que alunos dos dias atuais
serem menos respeitosos que os alunos de antes;
Os alunos nos dias atuais não têm limites, não reconhecendo a autoridade do
professor, pois os pais se tornaram cada vez mais liberais com os filhos;
Os meios de comunicação hoje são mais atrativos que a sala de aula, exemplo,
equipamentos eletrônicos, a televisão, por isso essa apatia e desinteresse dos alunos
em relação à escola.
5.4. Metodologias
19
Em se tratando de soluções para o problema, Juliana Dias (2012) mostra a visão de
alunos e professores, mostrando um contraste entre as opiniões, o que nos leva a poder
apontar soluções:
20
21
Mônia Golba (2009) também apresenta opiniões e questionamentos para possíveis
causas para o indisciplina em sala de aula, sob a ótica dos alunos:
“Para os alunos é aceitável reagir às práticas que consideram inadequadas e,
portanto, tais práticas não seriam expressões de indisciplina, ao contrário,
reagir desta forma seria uma demonstração de coragem e um ato de defesa
àquilo que entendem como ameaça. Na fala dos alunos podemos perceber
que, uma vez estabelecidas
22 as normas e as regras que nortearão o processo
aula, procuram respeitá-las com rigor, desde que as considerem coerentes
com aquilo que julgam certo ou errado. Ao transgredir as normas, fazem-no
por não compartilhar dos princípios norteadores de sua construção, ou por
não participarem de sua construção, ou ainda, por considerarem tais normas,
inválidas ou pertinentes, portanto, consideram importante participar da
Sendo assim, pode-se elencar alguns fatores chave, para que o professor “resolva” o
problema:
Um aluno que se comporta mal ou de maneira imprópria, exige do professor, calma antes de
tomar qualquer atitude. É necessário, antes de tudo, manter a postura profissional, e acima de
tudo não ceder à provocações dos alunos, principalmente, se este comportamento for
recorrente.
Um professor jamais deve adotar uma linguagem ameaçadora, apontando dedos, levantando
demais a voz ou cruzando braços, pois desta maneira, o aluno entende que o que lhe dito é
uma orientação, não uma imposição.
Algumas vezes tal comportamento decorre de problemas pessoais, além de ter a postura de
encaminhar o aluno para profissionais especializados, deve-se aprender a ouvir o que o aluno
tem a dizer, pois como mencionado, em diversos casos a indisciplina decorre de problemas
familiares.
Alunos desinteressados tendem a ser indisciplinados, segundo a revista Época, o Brasil lidera
ranking sobre mau comportamento em sala de aula (Figura 1 ), um “bom professor” atrai os
alunos para sua aula, principalmente sendo ela de uma disciplina pela qual os alunos nutrem
certo medo e desinteresse, deve-se explorar conhecimentos prévios, vivências diárias,
experiências anteriores, e principalmente, as aptidões e habilidades do aluno, assim seu
interesse por estar em sala de aula aumenta, e consequentemente o comportamento
indisciplinar tende a diminuir.
23
5.5. Procedimentos
Para manter uma aula com interesse e disciplina e necessário:
•
SER BREVE E OBJETIVO NAS EXPLICAÇÕES;
•
OBSERVAR TODOS OS ALUNOS, ALGUNS COMPORTAMENTOS COSTUMAM
PASSAR DESPERCEBIDOS;
•
FAÇA PERGUNTAS E OUÇA AS RESPOSTAS, E NESSE MOMENTO QUE OS
ALUNOS EXTERNAM SUAS DIFICULDADES;
•
EXPLIQUE AS ATIVIDADES COM CLAREZA, PARA QUE TODOS OS ALUNOS
ENTENDAM A ATIVIDADE PROPOSTA;
•
VALORIZE O ALUNO NA SUA INDIVIDUALIDADE – CONHEÇA-O E RESPEITEO, QUANDO UM ALUNO SE SENTE DESRESPEITADO ELE SE SENTE NO
DIREITO DE FAZER O MESMO COM O PROFESSOR;
•
ELOGIE E MANTENHA A CALMA E A SERENIDADE;
•
NÃO INCITE O MEDO DA PROVA;
•
SEJA AUTORIDADE E NÃO AUTORITÁRIO, O ALUNO DEVE VER O PROFESSOR
COM O RESPEITO QUE A POSSIÇÃO EXIGE, NÃO COMO UM ALGOZ.
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Em suma, um professor capaz de lidar com o problema de indisciplina, engloba três
características principais, além de, ouvir o aluno, tornar a aula interessante, permitindo que os
alunos falem de seus conhecimentos prévios, mostrem suas ideias a respeito do que está sendo
dado em sala de aula, mesmo que estas ideias estejam equivocadas, para aí construir junto da
turma o conhecimento científico necessário ao entendimento do conteúdo explanado, isso fica
claro no que foi observado na aula 8ª, em que o estudo dirigido que é um instrumento de
auxílio para aplicação do conhecimento foi aplicado de maneira errônea fazendo com que os
alunos apenas reproduzissem conteúdos sem ao menos refletir sobre eles e criar suas próprias
ideias.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
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Moderna, 2003.
MARCELO GARCIA, Carlos. Formação de professores. Para uma mudança educativa.
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