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A GESTÃO PEDAGÓGICA DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO UM OLHAR
A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DA EEEFM PROFª TEODORA BENTES
ÁUREA SANTOS
Mestranda em Educação da Universidade Federal do Pará
[email protected]
GABRIEL PAES NETO
Mestrando em Educação da Universidade Federal do Pará
[email protected]
Resumo: Com a redução do papel do Estado e a adoção das políticas
neoliberais nas áreas das políticas sociais como a educação, vemos a
precariedade da qualidade do ensino público brasileiro. Alguns planos traçados
nas últimas décadas procuram sanar tal problema. O mais recente deles o
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) (2007 até os dias atuais) tem
várias metas que tem como objetivo a melhoria da qualidade do ensino na
educação básica. Dentre as várias ações selecionamos o Programa Mais
Educação (PME), cuja meta é a educação integral, que começou a ser
implantada nas escolas públicas brasileiras a partir de 2008. Diante desse
cenário, estamos pesquisando a gestão pedagógica e implementação do PME
na EEEFM Teodora Bentes escola da rede estadual de ensino público. A
pesquisa tem como caminhos metodológicos o enfoque do materialismo
histórico-dialético, tendo como técnicas a pesquisa bibliográfica e de campo, e
instrumento a entrevistas semi estruturadas que serão realizadas com
profissionais da educação que atuam na escola o diretor, o coordenador do
programa e o especialista em educação. É relevante em nossa pesquisa
contribuir para a academia e escolas sobre a educação integral e o PME.
Palavras-chaves: Política educacional. Programa Mais Educação. Educação
integral.
Introdução
Pelo fato da educação ser essencialmente uma política social, não está
dissociada das políticas públicas necessárias à manutenção de um Estado que
se proponha zelar pelo bem-estar social de sua população, em especial a
grande massa populacional que recorre à rede de ensino pública.
Quando falamos que a educação é uma política social inserida nas
políticas públicas, devemos antes de tudo compreender o que são políticas
públicas. De um modo geral, as definições de políticas públicas assumem uma
visão global do tema, numa perspectiva em que o todo é mais importante do
que a soma das partes e onde indivíduos, instituições, interações, ideologias e
interesses contam, mesmo que existam diferenças sobre a importância relativa
2
entre esses fatores. Por isso, uma teoria geral sobre políticas públicas implica
na busca de sintetizar teorias construídas no campo da sociologia, da ciência
política e da economia. Dessa forma, o conceito que mais se aplica a este
estudo é o que define política pública como
o campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo,
„colocar o governo em ação‟ e/ ou analisar essa ação [...] e,
quando necessário, propor mudanças no rumo do curso dessas
ações [...]. a formulação de políticas públicas constitui-se no
estágio em que os governos democráticos traduzem seus
propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que
produzirão resultados ou mudanças no mundo real (KIPNIS,
2008, p. 17, grifo do autor).
Ao refletimos sobre as políticas públicas educacionais é necessário
repensar o papel do Estado e como este configura as implementações das
políticas sociais dentro de uma sociedade de classes. É válido ressaltar que
Estado para Lima e Mendes (2006, p.59) apud Gramsci, é a própria sociedade
organizada de forma soberana. A sociedade é assim vista como uma organização
constituída de instituições complexas, públicas e privadas, articuladas entre si, cujo
papel histórico se dá através das lutas e relações de grupos específicos e poderes,
que se articulam pela busca da garantia da hegemonia dos seus interesses.
Gramsci defende a concepção de “Estado Ampliado” que é a junção de duas
esferas a sociedade política (Estado em sentido estrito, Estado coerção) a
sociedade civil (Estado ético). Segundo Lima e Mendes (2006, p.59) apud Neto
(2000, p.17).
Gramsci explica a concepção “Estado Ampliado”, destacando
algumas categorias de suma importância para a explicação de
seu ideário. A discussão de Sociedade Civil, Hegemonia e
Consentimento são centrais em suas idéias. Entender tais
categorias significa colocar em pauta o debate sobre cidadania,
na medida em que defendemos “a participação política
qualificada e o acesso aos bens matérias e culturais
historicamente produzidos
As crises do capitalismo historicamente configuradas pela queda da
lucratividade, declínio do crescimento econômico, endividamento do Estado,
etc, pressionavam por soluções de caráter emergencial. Emergiu, assim, a
doutrina neoliberal que propõe medidas drásticas para controlar a crise. O
pensamento neoliberal surgiu depois da Segunda Guerra Mundial ocorrida em
1945, como oposição crítica ao pensamento intervencionista (modelo
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Keynesiano) adotado e consolidado nas práticas políticas dos governos norteamericano e europeu.
Durante a década de 70 e a crise do colapso do socialismo real, o
Estado passa a adotar teses neoliberais como o “Estado mínimo”,
desregulamentação, privatização e instauração da liberdade pura do mercado.
As propostas neoliberais acabaram sendo inseridas em nossa sociedade
gerando em parte aceitação e por outra a não aceitação o que gerou grandes
conflitos e protestos.
Assim, a partir da década de 80 ou 90 temos a reforma e
reestruturação do Estado no Brasil afetando a administração pública como um
todo devido à avassaladora presença das idéias neoliberais influenciando
essas reformas, culminando na redução do poder do Estado nas áreas sociais.
A política neoliberal ganhou força principalmente nos países latino-americanos
onde estes se viram obrigados a aceitar a lógica do mercado cada vez mais
excludente que gerou um grande estrago nas condições de emprego
consequentemente no mercado de trabalho. Para Bianchetti (1997, p.10)
esta realidade tem sido bastante diversa nos países latino
americanos que tem permanecido manietados por formas
renovadas de colonialismo e de subserviência aos centros
hegemônicos do capitalismo internacional. Entre nós como nos
lembra Galeano, conhecemos o Estado de mal estar social.
Isso fica visível no âmbito educacional onde as idéias neoliberais
influenciaram diversas reformas estruturais, o que reduziu o poder do Estado
nesta área social, ou seja, redefinindo o papel intervencionista do Estado na
área social. Vemos isso principalmente no ensino público cada vez mais
desqualificado devido injustas políticas neoliberais, é o que Barroso (2005)
traduz como “neoliberalismo educativo” onde o serviço público acabou se
tornando serviço para clientes tudo em nome da eficiência realidade bem
visível na área educacional mais precisamente em nossas escolas.
Isto é um dos fatores que culmina na má qualidade do ensino público.
Esta constatação se evidencia de diferentes formas, como na realidade da
educação básica em especial, mais diretamente no ensino fundamental e,
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dentro deste, nos seus anos iniciais. Para Cury (2007, p.14) isso também é
reflexo:
de um processo historicamente comprovado, que produziu uma
educação seletiva e elitista, excluindo da escola as camadas
majoritárias da população. Há ainda a luta incessante dos
profissionais do ensino por melhores condições de
ensino/aprendizagem e por melhores salários; a pouca
afetividade do Plano Nacional de Educação, pelo veto ao
financiamento e pela sistemática omissão dos cofres da União
na devida complementação aos entes federativos; e a política
de descontinuidade administrativa nas políticas educacionais
dos governos estaduais e municipais.
No decorrer do processo histórico educacional brasileiro tivemos
inúmeros planos como os Planos Decenais. Contudo políticas educacionais
marcadas por uma forte descontinuidade levaram nossa sociedade e
principalmente educadores à descrença dos mesmos. Presenciamos é que os
planos quando concebidos em seus atuais governos não são assumidos por
governos posteriores. É o que Gadotti (2008) coloca como descontinuidade
administrativa que é reforçado com o descompromisso do regime de
colaboração1. Contraditoriamente este é garantido legalmente na Constituição
Federal de 1988 que no Título I- artigo 1º, caput diz que “A República
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”.
Percebemos assim que os entes federados deverão atuar via regime
de colaboração, todas as políticas públicas que, necessariamente, devem
assegurar ao país a sua soberania e a cidadania. Isso fica cada vez mais
ratificado no Capítulo III, Da Educação, Da Cultura e Do Desporto, ainda da
Constituição Federal de 1988 no artigo 211, “A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas
de ensino. Com a Lei nº 9.394, Lei de Diretrizes e Bases, de 20 de dezembro
de 1996, esses dispositivos são confirmados ou, em grande parte, legalizados.
A situação se torna mais caótica na visão de Gentili (1996), pois para
ele os sistemas educacionais enfrentam, hoje, uma profunda crise de
1
O regime de colaboração m regime de compartilhamento de responsabilidades na tarefa de educação, o
Estado brasileiro abre, à luz do artigo 205, da Constituição Federal, essa idéia de co-responsabilidade
para um regime de colaboração com a sociedade, posto determinar que a educação “será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade.
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eficiência, eficácia e produtividade, mais do que uma crise de quantidade,
universalização e extensão devido à perspectiva neoliberal introduzida nestes
sistemas. Ressaltamos que dentro do neoliberalismo foi valorizada a questão
de qualidade a qualquer custo, pois “o neoliberalismo formula um conceito
específico de qualidade, decorrente das práticas empresariais e transferido,
sem mediações, para o campo educacional” (GENTILI, 1996, p.25).
O Estado neoliberal começa a se torna visível na educação brasileira
como dito anteriormente a partir da década de 1970, se consolidando em nosso
país na década de 90 como um nítido modelo que fortalece e reafirma os
interesses do modo de produção capitalista dento de um contexto denominado
globalização. Mediante este contexto, até o final da década de 80, a principal
preocupação dos administradores educacionais aliado com a ideologia
neoliberal era sobre a expansão das oportunidades de escolarização, ou seja,
a expansão dos números de escolas e vagas para universalizar o acesso do
ensino fundamental. Sobre a ideologia neoliberal SILVA (2006, p.277) apud
Ianni (2001) comenta:
Muitos aspectos constituem a ideologia neoliberal, quais sejam:
reforma do Estado, desestatização da economia, privatização
de empresas produtivas e lucrativas governamentais, aberturas
de mercados, redução de encargos sociais relativos aos
assalariados por parte do poder público e das empresas ou
corporações privadas, informatização de processos decisórios,
produtivo, de comercialização e outros, busca da qualidade
total, intensificação da produtividade e da lucratividade da
empresa ou corporação nacional e transnacional.
Essa expansão que nem sempre foi acompanhada de medidas que
viabilizasse o adequado funcionamento das escolas, teve como resultado a
implantação de uma rede de ensino com precárias condições materiais e
humanas de funcionamento e sem identidade própria, assim a qualidade de
ensino se viu muitas vezes comprometida o que contribui significativamente
para má qualidade do ensino brasileiro, o que culminou no precário processo
de ensino-aprendizagem por parte dos alunos. Reflexos de um Estado
enfraquecido diante da política neoliberal que orientam políticas de acordo com
organismos internacionais, que prejudicam as áreas sociais como a educação
é o que afirma Santos (2008, p.141):
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As orientações dos organismos internacionais se transformam
em políticas, que se materializam em reformas: fiscal,
educacional, administrativa, econômica. Decorrentes dessas
reformas temos a racionalização e o controle do gasto público
com o encolhimento do Estado.
É válido ressaltar que essa deficiência na qualidade do ensino público
brasileiro também é provocada por inúmeros fatores que vem do chão da
escola como escola dotada de menos insumos e equipamentos que contribuam
para a melhoria do processo de ensino aprendizagem do aluno; a insatisfação
dos pais e alunos referente a gestão escolar que ainda possui diretores
escolares livremente indicados pelos poderes públicos estaduais e municipais
onde agem de modo descompromissados com a escola e autoritárias,
evidenciando forte presença do governo na gestão escolar. Outro problema
que transcende gravemente a qualidade do ensino é decorrente da qualificação
e motivação dos profissionais da educação2, para ministrar as aulas, devido os
baixos salários e precárias condições de trabalho.
Contudo, há uma contra corrente que acredita na melhoria do ensino
público e que sabe da necessidade de subsídios e instrumentos para se
alcançar esta melhoria, conseguindo após isso ofertar ensino de qualidade aos
nossos alunos e que estes possam ter consciência de seus direitos sociais.
E nessa busca pela melhoria da qualidade do ensino público, que em
2007 foi criado pelo governo Lula (2002-2010) o Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE)/MEC. Ao lançar o PDE, o governo federal estabeleceu 28
ações que já avançaram para 41 ações, a serem cumpridas por municípios e
estados para melhorar a qualidade da educação básica no país. Este plano
aponta múltiplas ações em todos os níveis e modalidades de educação, mais
especificamente a Educação Básica, com número maior de ações voltadas
para o ensino fundamental. Para Saviani (2008, p.22), “o PDE é a primeira
2
Entendemos como profissionais da educação os trabalhadores das escolas que possuem
habilitação como profissionais da Educação que são os docentes e demais profissionais do magistério
como direção ou administração escolar, planejamento, supervisão, orientação educacional e coordenação
pedagógica e além deles os funcionários de escola. Isso é reconhecido pela Lei 12.014/09 sancionada no
dia 06 de agosto pelo presidente Lula, que modifica o art. 61 da Lei 9394/96 tendo como finalidade
discriminar os profissionais da educação, tendo como objetivo incentivar a profissionalização e
valorização dos funcionários das escolas, que possuem importante papel na Educação dos alunos.
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política pública educacional a encarar a questão da qualidade de ensino como
prioridade. Mas ele é só o primeiro passo.”.
Ao mesmo tempo do lançamento do PDE tivemos à promulgação do
Decreto nº 6.094, dispondo sobre o “Plano de Metas Compromisso Todos pela
Educação”, foi inspirado nos 200 municípios que apresentaram médias
superiores a 5,0 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O
plano também tem base no estudo Aprova Brasil - O Direito de Aprender,
desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Este é
segundo Saviani (2007), com efeito, o carro-chefe do Plano.
Dentre as várias ações do PDE uma foi escolhida como nosso objeto
de estudo a meta que tem como principio a educação integral com a finalidade
da universalização da mesma nas escolas públicas brasileiras, que se
expressa através da ação que é o Programa Mais Educação (PME) como uma
possibilidade para a melhoria da qualidade do ensino. Para Saviani (2007,
p.1235) o Programa Mais Educação:
propõe a ampliar o tempo de permanência dos alunos nas
escolas, o que implica também a ampliação do espaço escolar
para a realização de atividades educativas, artísticas,
culturais,esportivas e de lazer, contando com o apoio dos
ministérios da Educação, Cultura, Esporte e Desenvolvimento
Social.
Segundo a publicação “Tendências para Educação Integral” (2007,
p.12):
O Programa Mais Educação foi instituído pela Portaria
Interministerial 17/2007 e pelo Decreto Presidencial 7083/2010
e integra as ações do Plano de Desenvolvimento da EducaçãoPDE, como estratégia do Governo Federal para induzir a
ampliação da jornada escolar e organização curricular, na
perspectiva da educação integral.
A educação integral na década de 90 aparece como força legal através
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN/19963, que aponta
3
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo,
sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organização autorizadas
nesta lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de
ensino.
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para o aumento progressivo da jornada escolar na direção do regime de tempo
integral, procurando valorizar as iniciativas educacionais extra-escolares e a
vinculação entre o trabalho escolar e a vida em sociedade. Assim
estabelecendo um diálogo ampliado entre escolas e comunidades assim
ampliando a dimensão das experiências escolares na vida dos alunos, que
poderá ser um dos fatores para a qualificação da educação pública brasileira.
Para isso, o PME é suma relevância pata o âmbito escolar, pois:
é a conquista efetiva da escolaridade dos estudantes, através
da ampliação de experiências educadoras, as práticas
realizadas além do horário escolar precisam estar sintonizadas
com o currículo e os desafios acadêmicos. Este trabalho tem
como objetivo auxiliar na construção de espaços de interseção
de tal forma que os conhecimentos escolares tenham
condições de trocas com os conhecimentos locais e vice-versa.
Espera-se, assim, colaborar para a elaboração de um
paradigma de educação integral que reúna diversas áreas,
experiências e saberes (Rede de saberes mais educação:
pressupostos para projetos pedagógicos de educação integral:
caderno para professores e diretores de escolas. – 1. ed. –
Brasília: Ministério da Educação, 2009).
Diante desse contexto estamos pesquisando a gestão pedagógica do
PME no chão da escola EEEFM Teodora Bentes.
O percurso metodológico utilizado nesta pesquisa até o momento foi o
levantamento bibliográfico, pesquisa bibliográfica. Posteriormente estaremos
realizando a entrevista semi-estruturada com os responsáveis diretamente pelo
trabalho desenvolvido pelo PME na unidade escolar, são eles: o diretor da
escola, coordenador do programa e o especialista em educação.
2 – O Programa Mais Educação
O PME retoma a temática da educação integral que é a sua essência.
E com isso traz o debate entre a educação integral e a escola de tempo
integral. O que notamos é que as escolas que se denominam de tempo integral
não ofertam o que hoje se entende como Educação Integral, pois apenas
realizam extensão de atividades esportivas, artísticas e ou culturais sem
relação com o currículo escolar. A educação integral possui uma organização
do currículo com o aumento das disciplinas e com a incorporação de novos
espaços como: parques recreativos, laboratórios, auditórios, ou seja, a
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educação integral retoma as ideias de Anísio Teixeira, e compartilha de seus
ideais de que a cultura, as artes e os esportes devem constituir-se como
componentes do currículo escolar.
A escola brasileira vive tempos de crise e de mudança em meio à
complexidade em que se dinamiza a vida social contemporânea. Mediante a
isso é crescente a emergência da educação integral como possibilidade para
contribuir com qualidade do ensino público para nosso país, através de uma
educação que educará integralmente, pois para Moll (2008, p.11) apud Guará
(2006, p.16) que preconize “o desenvolvimento humano como horizonte (...), a
necessidade de realização das potencialidades de cada indivíduo para que
possa evoluir plenamente com a conjugação de suas capacidades, conectando
as diversas dimensões do sujeito (cognitiva, afetiva, ética, social, lúdica,
estética, física, biológica)”.
A discussão da educação integral no Brasil tem suas raízes nas
propostas de Anísio Texeira na metade do século XX. Seu objetivo é valorizar a
integração de saberes, espaços e experimentações. A cidade torna-se um
território educador onde o aluno vivenciará outros espaças e campos de
conhecimentos.
Não
há
fragmentação
do
aprendizado
podendo
ser
compartilhados com organizações da sociedade civil e demais serviços
públicos que envolvam cultura, esporte e meio ambiente. A busca da educação
integral é superar as desigualdades sociais mantidas infelizmente pela cultura
escolar.
Além LDBN/1996 como visto anteriormente, temos também como
marco legal o Plano Nacional de Educação-PNE (2001-2010) que orientou a
educação brasileira neste período já abordava a educação integral em tempo
integral não somente para o ensino fundamental, mas para crianças das
camadas sociais mais necessitadas, pois tem seus direitos limitados no que
tange a educação de tempo integral percebemos com isso aspectos de
assistência social e também previa uma jornada escolar no mínimo de sete
horas. É valido ressaltar do profundo golpe que este plano sofreu quando sua
base de sustentação que é o financiamento houve vetos presidencial, nos
indagamos como atingir metas como o educação integral sem recursos. O que
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podemos perceber é que tanto a LDBN/1996 e o PNE (2001-2010) são
louváveis na implementação da educação em tempo integral, contudo falham
quando metas não são definidas e responsabilidades devidamente divididas.
Pensar em educação integral é repensar a escola, instituição
responsável pela socialização das gerações mais novas e determinantes na
preparação delas para o exercício da cidadania. Com essas incumbências não
pode deixar de reconhecer que a sociedade mudou que está mais complexa e
infelizmente mais desigual e devido isso está a exigir uma mudança na
formação dos jovens. Contudo temos ciência que a escola sozinha não poderá
agir nessa mudança, mas exercerá um forte papel neste processo. É
necessário
o
estabelecimento
do
diálogo
ampliado
entre
escolas
e
comunidades o que permite tornar abrangente a dimensão das experiências
escolares na vida dos alunos. Escola e comunidade precisam estar em sintonia
para situações de compartilhamento, de ações e decisões. Não queremos ter
os muros da escola como grandes escudos para proteger do mundo lá fora,
devemos sim baixá-los e de se abrir para a comunidade; ampliando assim o
território de uso e circulação das crianças.
Os alunos precisam estar mais perto de sua comunidade precisam
circular pelo bairro, pela cidade e pelos equipamentos e espaços públicos para
que possam conhecê-los; ver como as pessoas utilizam-nos, para valorizá-los
e construir assim suas identidades de cidadãos e a noção de pertencimento na
relação com a sua comunidade.
Para isso, o PME é suma relevância para o âmbito escolar, pois:
é a conquista efetiva da escolaridade dos estudantes, através
da ampliação de experiências educadoras, as práticas
realizadas além do horário escolar precisam estar sintonizadas
com o currículo e os desafios acadêmicos. Este trabalho tem
como objetivo auxiliar na construção de espaços de interseção
de tal forma que os conhecimentos escolares tenham
condições de trocas com os conhecimentos locais e vice-versa.
Espera-se, assim, colaborar para a elaboração de um
paradigma de educação integral que reúna diversas áreas,
experiências e saberes. (Rede de saberes mais educação:
pressupostos para projetos pedagógicos de educação integral:
caderno para professores e diretores de escolas. – 1. ed. –
Brasília: Ministério da Educação, 2009).
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As escolas precisam
refletir sobre seus currículos
escolares,
principalmente as metodologias utilizadas para o desenvolvimento dos
conteúdos e em que espaços serão dados. Determinados locais além da
escola possuem grande potencial educativo que podem contribuir para
aprendizagem dos alunos, pois esses locais fazem parte da vida social desse
grupo e são ricos de significados e valores para serem apreendidos. A
educação integral também se desenvolverá em múltiplos espaços e lugares:
além do espaço escolar, nas praças, nas ruas, nas bibliotecas, nos clubes, nas
universidades, nos museus e nos teatros. Isso permitirá que a educação
integral construa um novo currículo escolar, que não somente aumente, mas
que qualifique o tempo de permanência das crianças sob responsabilidade da
escola. É como afirma Branco (2009, p.37) apud Moll
(2008):
entende-se que o tempo qualificado é aquele que mescla
atividades educativas diferenciadas e que, ao fazê-lo, contribui
para a formação integral do aluno, para a superação da
fragmentação e do estreitamento curricular e da lógica
educativa demarcada por espaços físicos e tempos delimitados
rigidamente. Nesse sentido, entende-se que a extensão do
tempo – quantidade – deve ser acompanhada por uma
intensidade do tempo – qualidade – nas atividades que
constituem a jornada ampliada na instituição escolar. (MOLL,
2008, p 29).
No decorrer histórico da educação brasileira, a educação integral
sempre foi proposta como política no Brasil estritamente responsabilidade dos
sistemas de ensino. Assim, foram propostas e implementadas, como as
escolas-parque (1954) de horário integral desenvolvida por Anísio Teixeira na
Bahia, os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) (1986) e os Centros de Atenção Integral à Criança (CAICs) (1990) no governo Collor (1988).
Assim desde 2008 o Programa Mais Educação chega às escolas publicas
brasileiras trazendo na sua essência a educação integral que permite a o
desenvolvimento integral de crianças e adolescentes e que acontece por meio
de situações de aprendizagem que oportunizam, simultaneamente, a
ampliação de capacidade para a convivência e participação na vida pública; a
ampliação de repertórios de competências e habilidades e o acesso e o
usufruto aos serviços sociais básicos. No entanto seu desafio é a escolha de
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um modo de gestão para promover o desenvolvimento integral das crianças e
dos adolescentes.
Assim a educação integral, vista na perspectiva da cidadania das
crianças e adolescentes implica também reconhecer que a educação é oportunidade para o aprendizado da convivência democrática, do reconhecimento das
diferenças e do exercício da igualdade. Segundo GOUVEIA (2009, p.12) tem
como foco pontos antes sem importância para as escolas como
a convivência como fonte de novos modos de
pertencimento e valorização das diferenças; a sensibilidade
como forma de expressão e também como inerente à
condição de aprendizado; a curiosidade como fonte de
produção (e não mera reprodução) do conhecimento.
Aprender a aprender torna-se um valor.
Verificamos
assim
que
a
aprendizagem
é
relevante
na
operacionalização da educação integral. O conceito de aprendizagem tem
vários significados como condicionamento, aquisição de informação, mudança
comportamental, uso do conhecimento na resolução de problemas, construção
de novos significados e estruturas cognitivas e revisão de modelos mentais. Há
autores como Piaget que afirmam que a aprendizagem depende do
conhecimento prévio das pessoas e por isso a nova ciência deu grande
importância ao entendimento, ao focar sua atenção nos processos do
conhecimento.
No processo de aprendizagem eis a importância que o professor
precisa dar a respeito do conhecimento que o aluno traz pra escola, pois
podem ser entendimentos incompletos, crenças falsas e interpretações
ingênuas os assuntos. É necessário conhecer essas idéias e partir delas ajudar
os alunos a atingirem uma compreensão mais madura. Contudo, tal tarefa não
é fácil de ser efetivada, devido salas de aula super lotadas nas escolas
publicas brasileiras e infinitas turmas que um professor precisa ter para
melhorar o seu salário.
Várias atividades de leitura e escrita contribuem para aprendizagem
dos alunos. E além delas metodologia do ensino, em cada uma dessas fases, é
bem eficiente na garantia e compreensão dos alunos sobre determinado objeto
de conhecimento.
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Além dos fatores acima mencionado a aprendizagem precisa de tempo.
Diante das mudanças que a sociedade passa com alta tecnologia e um
mercado cada vez mais as crianças e jovens precisam ser preparados para
enfrentarem os desafios desta sociedade globalizada. Assim as escolas
organizam seus currículos incluindo inúmeros conteúdos a serem ensinados.
Aumentaram-se os conteúdos, porém o tempo foi não. É fundamental a
importância do tempo para o desenvolvimento destes conteúdos para que
estes auxiliem na construção do conhecimento do aluno e que não seja apenas
repassado.
A educação integral respeita a aprendizagem e seu tempo tem como
ideia à formação mais completa possível para o ser humano. E esta vem
sendo destacada pelo PME. Em sua essência o PDE procurou englobar todos
os problemas presentes na educação e oportunizou através de diferentes
projetos, a superação dos problemas Gadotti (2008) ressalta que o PDE tem
grandes possibilidades pra dar certo, pois seu principal foco é a qualidade da
aprendizagem.
Em 2008 o PME chegou até a rede pública de ensino estadual no
estado do Pará. A escola estadual para ter o programa precisa preencher e
enviar a Secretaria de Educação Estadual o termo de adesão e compromisso e
o posteriormente preencher no Sistema Integrado do Ministério da Educação
(SIMEC). A outra fase a ser realizada é a organização da seleção dos
monitores que tenham o perfil para atividades selecionadas pela escola, como:
desenvolvimento de atividades de aprendizagem, culturais e artísticas,
esportivas e de lazer, de direitos humanos, de meio ambiente, de inclusão
digital e de saúde e sexualidade, todas voltadas à educação integral. Após isso
o recurso é definido Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).
O PME se desenvolverá na escola através de áreas sociais, culturais e
esportivas denominadas macrocampos. Estes são escolhidos pela direção da
escola para funcionarem no contraturno. Segundo o Texto Referência para o
debate nacional da Série Mais Educação lançado pelo Ministério da Educação
(MEC) em 2008 são os macrocampos:
acompanhamento pedagógico
meio ambiente
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esporte e lazer
direitos humanos em educação
cultura e artes
inclusão digital
prevenção e promoção da saúde
comunicação e o uso das mídias
educação científica
educação econômica e cidadania
Para Matos (2011) a educação integral do PME se efetivará através de
uma proteção integral. Segundo Matos (2011, p.42) apud Pinheiro 2009:
(...) o documento associa a proteção integral, disposta no art.3°
do ECA, à educação e à proteção social (na forma do
desenvolvimento integral do educando) como fios condutores
das ações socioeducativas realizadas no turno alternado ao
escolar.(...) De acordo com esse paradigma, para pensar sobre
o desenvolvimento integral do aluno que vive em situação de
risco social é imprescindível oferecer oportunidades de retirada
desse indivíduo de sua condição de vulnerabilidade. Nesse
sentido, o fomento às atividades socioeducativas caracteriza-se
como uma das formas de alcance desse objetivo (p. 83, grifos)
É pensando nesta situação de risco social que o público alvo do PME é
uma pequena parcela de alunos: apenas os considerados em situação de risco,
e, além disso, que possuam problemas de aprendizagem e defasagem de
idade. Isso apenas reforça a idéia que o programa não é visto como um direito
de todos os alunos. Contudo cada escola implementa o programa de acordo
com sua realidade. As turmas deverão ser formadas com no mínimo 20 alunos
e no máximo 30 alunos, podendo haver sempre que possível a mescla de
alunos de diferentes idades e séries.
As atividades do PME serão desenvolvidas por monitores que são
estudantes
universitários
com
formação
específica
nas
áreas
de
desenvolvimento, educadores populares e agentes culturais.
Portanto resolvemos verificar como o programa se desenvolve na
prática, assim foi escolhida para nosso estudo in locus a escola EEEFM
Teodora Bentes localizada na Rua Padre Júlio Maria nº1090 no Distrito de
Icoaraci em Belém foi fundada no dia 28 de maio de 1968 e há quase 44 anos
15
contribui com a educação pública paraense e foi a primeira escola a implantar o
PME em 2008 neste distrito sob a coordenação da Profª Jane Katia que
coordena até os dias de hoje.
Atualmente o PME da escola tem como macrocampos o Letramento, a
Matemática, Dança, Teatro, Banda de Fanfarra e atende quatrocentos alunos.
Iniciamos na escola a observando o desenvolvimento do programa bem como
algumas dificuldades enfrentadas como a questão do espaço físico e
infraestrutura que nossas escolas públicas possuem de modo precário o que
dificulta o desenvolvimento deste programa na escola bem como na montagem
do horário de funcionamento do programa, pois dependem dos espaços para
serem desenvolvidos.
Nosso estudo esta na fase de aplicação da entrevista que são
compostas pelos seguintes questionamentos
Como é estruturado e organizado o PME na escola?
O PME se articula com o Projeto Politico Pedagógico e atividades
pedagógicas da escola?
A comunidade escolar e comunidade local participam do PME?
De que maneira?
3 – Fases da pesquisa
Para a realização deste estudo alguns caminhos terão que ser seguidos, eis
então a necessidade da metodologia que é o caminho do pensamento. Segundo
Minayo (2002, p.16) apud Lênin (1965, p.148) “o método é alma da teoria”.
Temos ciência que procedimentos metodológicos de qualquer pesquisa é
árduo, porém extremamente necessário.). O como instrumento de coleta de dados a
entrevista semi estruturada aplicados ao diretor, coordenador do programa e
especialista em educação da escola de EEEFM Teodora Bentes procurando
responder os objetivos específicos de nossa pesquisa.
Assim a pesquisa se encontra na fase do levantamento bibliográfico e
documental. Na pesquisa bibliográfica estamos estudando as obras de Karl
Marx que elucidaram sobre o materialismo histórico dialético e Antonio
Gramsci, para entender a função do Estado e Jaqueline Moll para subsidiar
sobre a educação integral.
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Entendendo que o PME retoma a questão da educação integral e tem
como o lócus de sua execução a escola pública, instituição que possui na sua
essência as relações de poder e autoridade, tão logo sujeita a um infinito e
concreto jogo de interesses pessoais, características que podem de modo
objetivo ou subjetivo, implicar na efetividade ou não de programas e projetos de
um governo que utilizamos o enfoque do materialismo histórico-dialético.
Nossa escolha por este enfoque se apóia na concepção dinâmica da
realidade e nas relações dialéticas entre o sujeito e o objeto, entre teoria e
prática, se dá materialidade histórica da vida do homem em sociedade. E, além
disso, além deste enfoque ter um forte teor crítico é seu intuito desvendar mais
que o conflito das interpretações, mas também o conflito dos interesses
manifestados de modo transformador. Procura a interelação do todo com as
partes e vice-versa e dos elementos que compõe a estrutura econômica com
os das superestruturas social, política, jurídica e intelectual, nos parece ser o
mais adequado no percurso de uma investigação desta natureza.
Para dar conta desta investigação acadêmica faremos ainda uma
pesquisa bibliográfica, uma revisão da literatura existente sobre a educação
integral nas produções do meio acadêmico e entre autores que tratam da
temática, ou seja, depreender como a produção acadêmica brasileira vem
abordando tal temática. O corpus dessa análise irá abranger livros, artigos,
periódicos deste período acima mencionado. Contudo temos ciência que este
tipo de analise por mais minucioso que seja pode acabar generalizando a
temática a ser tratada. Segundo Lakatos e Marconi (1999, p. 73) apud Monzo
(1971: 32), “a bibliografia pertinente oferece meios para definir, resolver, não
somente problemas já conhecidos, como também explorar novas idéias onde
os problemas não se atualizaram totalmente.” Isso nos dará suporte teórico que
é essencial para a condução e validade deste estudo.
Para ter acesso às informações que norteias as políticas públicas
educacionais da educação integral bem como o PME buscaremos estudar os
seguintes documentos: o Plano de Desenvolvimento da Educação PDE/MEC;
Decreto Nº 6.094, de 24 abril de 1997 (Plano de Metas Compromissos todos
pela Educação); Portaria Interministerial 17/2007 e o Decreto Presidencial
7083-2010 que institui legalmente o Programa Mais Educação e o integra ao
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PDE/MEC; documentos da escola como o planejamento do Programa Mais
Educação na escola EEEFM Teodora Bentes; o projeto político pedagógico da
escola EEEFM Teodora Bentes; relatórios e planos de trabalhos do monitores
que pertencem ao Programa Mais Educação da escola EEEFM Teodora
Bentes; atas de reuniões da escola EEEFM Teodora Bentes; planilhas
financeiras, prestações de contas; dados do aproveitamento escolar dos alunos
envolvidos no programa Mais Educação. Estes documentos e outros que
poderão surgir no decorrer do estudo poderão responder os nossos objetivos
específicos desta pesquisa.
Aproximações Conclusivas
A aprendizagem do aluno não constitui como fator relevante da escola,
devido às próprias políticas públicas na área social do Brasil, que estão
alicerçadas atualmente em princípios da política neoliberal. Os critérios e
finalidades, no campo educacional, são gerados pelo mundo empresarial como
adaptabilidade e ajuste do mercado competitivo, produtividade, rentabilidade,
mensurabilidade e outros. Privilegiam-se assim, o foco na produção para
atender o mercado e não na pessoa humana, como deve ser a prática de um
processo formativo.
A escola possui uma função social e um compromisso com a
sociedade, principalmente com essa nova sociedade emergente que é a
sociedade do conhecimento, onde o valor do conhecimento e da informação é
de enorme importância, sendo articulados ao dia-a-dia dos seus usuários, pois
a informação se torna relevante no nosso atual mercado competitivo. É valido
lembrar que na sociedade do conhecimento, não basta ter apenas a
informação, tem que articulá-la com a realidade.
Diante desta realidade o papel da escola precisou ser redefinido, não
podendo ser mais vista somente como uma mera transmissora de
conhecimentos sistematizados à futuras gerações como se pensou de início e
assim determinado pela sociedade. Este tipo de visão empobrece e oculta a
real função da escola, que deve ser o compromisso com a cidadania, onde o
indivíduo construa conhecimentos e não seja apenas um mero receptor que
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não contextualiza aquilo que está sendo ensinado. Será aquele sujeito reflexivo
e critico a respeito de seus direito
Junto com esta situação mencionada, temos o descaso visível por
parte do Estado em relação ao ensino público e a gestão democrática, a
presença da comunidade local é de grande relevância para a efetivação da
democratização na escola. Entendemos que o Programa Mais Educação, por
promover atividades esportivas e culturais para que crianças e jovens passem
maior tempo dentro da escola (educação integral), possa contribuir para a
construção de uma aprendizagem de qualidade e para a formação mais
completa possível para o ser humano, contudo as escolas precisam ter
melhores infraestruturas para o desenvolvimento das atividades desse
programa.
Esse tipo de educação ganha mais proporção a nível municipal que
ampliam essa compreensão, não restringindo a integralidade apenas ao fator
temporal, mas à expansão dos espaços, diversidade de agentes educativos e
objetos de conhecimento. Portanto, o compromisso em torno da qualidade da
educação pública requer uma concepção de educação ampliada, extrapolandoa das redes de ensino.
Temos ciência que esta educação integral necessita além de
compromissos principalmente de um projeto pedagógico, formação de
profissionais que atuarão nesta área, melhor infraestrutura o que deverá
contribuir para ampliar os tempos e os espaços de formação de nossas
crianças, adolescentes e jovens na perspectiva de que o acesso à educação
pública seja complementado pelos processos de permanência e aprendizagem
Por entendermos que essa temática do PME, ainda é pouco explorado
e pesquisado a nível regional, consideramos que se trata de uma temática
relevante e pertinente, pois revela a necessidade de um estudo mais profundo
no sentido de compreender de que forma este programa está chegando ao
chão da escola pública escolar como está sendo implantado e se dando a sua
gestão pedagógica, assim procurando construir conhecimento cientifico a
respeito da temática educação integral e sobre este programa do governo
federal contribuindo para a academia e interessados pela temática.
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