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Cultura Digital #12

2017

Abstract

Artigo de opinião sobre animação publicado no jornal Açoriano Oriental.

Cultura Digital #12 (Artigo de opinião publicado no dia 5 de fevereiro de 2017 no jornal Açoriano Oriental) Ao contrário do que muitos pensam a animação não é um género, mas sim um medium. Este meio de comunicação, tal como o cinema, tem uma componente artística e uma componente comercial que pode levar à criação de nichos e filmes de culto ou à criação de blockbusters (arrasa-quarteirões) com distribuição global. A palavra animação com origem no termo latim anima significa ‘alma’ e ‘dar vida’. Existem muitas técnicas ou formas de animar, de dar vida a objetos inanimados, irei referir as mais conhecidas que passam pela animação tradicional, animação digital e várias técnicas stop-motion. A chamada técnica tradicional requer que os animadores desenhem o movimento, ou seja, a animação é feita desenho-a-desenho, num processo moroso e que passa por várias fases. Uma forma de animação desenho-a-desenho que permite acelerar a produção chama-se rotoscopia. A técnica consiste em desenhar a partir de imagens live-action (com pessoas reais), desta forma consegue-se uma fluidez de movimento que torna o desenho animado mais ‘realista’. Dentro da animação digital existem muitas técnicas e ferramentas. Da animação vectorial, à animação tridimensional (modelação 3-D), passando pelo motion graphics (que mistura técnicas e tecnologias como o vídeo e a fotografia) o meio digital permite um fluxo de trabalho mais rápido que a animação tradicional. O stop-motion é uma técnica de animar frame-a-frame que, segundo alguns, foi descoberta de forma involuntária pelo francês Georges Méliès (1861-1938). Este efeito especial foi usado pelo realizador francês em vários filmes, incluindo o seu famoso filme Le Voyage dans la Lune, de 1902, considerado o primeiro filme de ficção científica. Existem vários tipos de animação stop-motion, regra geral relacionados com o tipo de ‘material’ que se utiliza. Temos, por exemplo, o sand animation (com areia), o claymation (com plasticina), o cut-out Animation (com recortes) e o pixilation (com humanos). Gostaria de sugerir aos leitores alguns sites onde se encontram bons exemplos de filmes animados. Começo pelo site do criativo que se autointitula PES. As suas curtas metragens são magníficas; recomendo o visionamento dos filmes Roof Sex (2001) e Western Spaghetti (2008) para começar. Um site que é imprescindível visitar é o do National Film Board of Canada (NFB). Esta histórica produtora e distribuidora canadiana é responsável por algumas das animações mais experimentais e interessantes de sempre, tem mais de cinco mil prémios, incluindo doze Óscares. Recomendo o visionamento das curtas Neighbours (1952), de Norman McLaren e Walking (1979), de Ryan Larkin. Num estilo mais ‘leve’, dentro do género da comédia, os filmes Crac (1981), The Cat Came Back (1988), The Big Snit (1985) e Sleeping Betty (2007) são de visionamento obrigatório. O NFB tem também um canal no YouTube. Na plataforma YouTube é possível encontrar bons filmes animados em vários canais. Descobri há pouco tempo um canal que me parece muito interessante. Pertence à produtora dinamarquesa Sun Creature Studio. Aconselho duas curtas-metragens com narrativas epicamente cómicas e personagens apelativos: Tales of Alethrion - The Reward (2013) e Tales of Alethrion - The First Hero (2015). Sites: www.melies.eu www.nfb.ca http://pesfilm.com http://suncreature.com www.gobelins.fr www.animwork.dk