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GESTÃO DE MATERIAIS: ALMOXARIFADO HOSPITALAR

RESUMO Este artigo científico tem como objetivo identificar como um almoxarifado hospitalar deve se manter de forma que não haja excesso e nem falta de materiais. Reposição de materiais por meio de políticas de suprimento de estoque baseada em consumo, diário, semanal e mensal, são preocupações relevantes para o fluxo logístico, mantendo o estoque o mais baixo possível com menor custo, sem deixar de atender à demanda. Busca também apresentar as normas e as leis vigentes para recebimento, armazenagem e distribuição de materiais, e com isso relacionar a noção de falta e excesso de materiais, além de identificar em que consiste fluxo logístico e como um estoque dever ser organizado.

GESTÃO DE MATERIAIS: ALMOXARIFADO HOSPITALAR José Neto Arisides da Silva Graduando em Logísica pelo Centro Universitário Augusto Mota (UNISUAM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil [email protected] José Claudio de Souza Lima Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil Coordenador do Curso de Logísica do Centro Universitário Augusto Mota (UNISUAM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil logí[email protected] RESUMO Este arigo cieníico tem como objeivo ideniicar como um almoxarifado hospitalar deve se manter de forma que não haja excesso e nem falta de materiais. Reposição de materiais por meio de políicas de suprimento de estoque baseada em consumo, diário, semanal e mensal, são preocupações relevantes para o luxo logísico, mantendo o estoque o mais baixo possível com menor custo, sem deixar de atender à demanda. Busca também apresentar as normas e as leis vigentes para recebimento, armazenagem e distribuição de materiais, e com isso relacionar a noção de falta e excesso de materiais, além de ideniicar em que consiste luxo logísico e como um estoque dever ser organizado. Palavras-chaves: Estoque. Recebimento. Armazenagem. Distribuição. 1 INTRODUÇÃO A gestão de materiais tem como objeivo melhorar o luxo logísico do material, apresentando um conjunto de práicas e de políicas que se aplicam para o melhor controle de compra e reposição do material; também podemos incluir os inventários, que são o controle do que há realmente em estoque. De acordo com Ballou (2010, p. 215), “técnicas para previsão de curto prazo estão disponíveis. São métodos como média móvel, média com suavização exponencial, regressão múlipla, séries temporais e análises espectrais”. Segundo o autor, na gestão de estoques existem técnicas para prever o consumo (demanda) do estoque e ajudar na hora de realizar a compra para repô-lo. Tem como inalidade melhorar os invesimentos em estoques, pois os custos que a empresa possui para funcionar nada mais são do que o capital empregado em mercadorias ou em produtos que estão sujeitos à degradação, depreciação ou vencimento. Segundo Ballou (2010, p. 208), “o controle de estoques exerce inluência muito grande na rentabilidade da empresa. Absorve Capital [...]. Aumentar a rotaividade do estoque auxilia a liberar aivos”. A inluência que o controle de estoque tem na rentabilidade da empresa é evidente, visto que diminui o capital invesido. O autor airma que o controle de estoque é fundamental para minimizar despesas, diminuindo o capital parado, e esta questão merece ser aprofundada com outras leituras sobre o tema. 35 Ca d. U ni sua m Pe sq u i . E x t. | R i o d e J a n ei ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 GESTÃO DE MATERIAIS: ALMOXARIFADO HOSPITALAR 2 DESENVOLVIMENTO A uilização correta e eiciente dos meios de planejamento e de controle são um dos principais objeivos desta aividade e, com isso, é possível contribuir para aumentar o lucro sobre o valor de compra. Colocar os produtos ou serviços certos no lugar certo, no momento certo, e nas condições desejadas, dando ao mesmo tempo a melhor contribuição possível para a empresa. [...] Empresas de varejo estão obtendo sucesso no comparilhamento de informação com os fornecedores, [...] e gerenciar estoques nas estantes [...]. Estoque no canal e falta de produtos são menores. (BALLOU, 2006, p. 27-28). Na gestão de matérias, a função de compras tem muita importância, pois o início do lucro ou do prejuízo começa no momento em que a compra é realizada; se a compra for bem sucedida auxiliará na economia, aumentando o lucro sobre o preço de venda. Gerenciar estoques é também equilibrar a disponibilidade dos produtos ou serviços ao consumidor, por um lado, com custos de abastecimento que, por outro lado são necessários para um determinado grau dessa disponibilidade. (BALLOU, 2006, p. 277). 36 No almoxarifado hospitalar, existem produtos que são imprescindíveis para o atendimento ao cliente (paciente), o grau de disponibilidade deve ser imediato, tendo a necessidade da existência de um estoque mesmo que não exista a movimentação do material; por esse moivo pagamos um preço pela disponibilidade do produto que não é consumido e essas paricularidades diicultam, assim, o bom gerenciamento do estoque com relação a custos. As falhas nos processos geram muitos problemas para uma empresa. Problemas relacionados à compra de materiais, gerando excesso quando comprado a mais e a falta quando comprado a menos, lembrando que excesso de material é aumento de despesa e falta de material é perda de lucro e ruptura no atendimento ao cliente. No recebimento e na armazenagem de materiais, quando ocorre o recebimento e lançamento errados no sistema gera divergência de estoque. Se o material é armazenado de forma errada, gera avarias e pode ocorrer perda de validade devido ao lote que está vencendo estar saindo por úlimo. Segundo Bowersox e Closs (2001, p. 349), “o objeivo é movimentar de modo eiciente grandes quanidades de mercadorias para dentro do depósito, além de expedir produtos”. O autor expressa com clareza o objeivo da movimentação do estoque, tanto na entrada de materiais quanto na saída para o cliente. Na expedição do material, o produto transferido erroneamente gera divergência no estoque de origem e no setor de desino. Problemas relacionados ao inventário, como contagem errada, geram divergência ao estoque inventariado. A solução para os problemas é manter um luxo de compra correto dentro da políica de cada item, tais como respeitar os processos e práicas de recebimento, expedição e inventário rotaivo, como o melhor controle de materiais mantendo o menor custo possível com a mesma qualidade e sem prejudicar o atendimento ao cliente, minimizando perdas e falhas operacionais. O processo logísico deve ocorrer de forma que haja um bom planejamento, implantação e controle de luxo eiciente e eicaz de mercadorias, serviços e das informações relaivas desde Ca d. U ni su a m Pesq u i . E x t. | R i o d e Ja n e i ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 José Neto Arisides da Silva e José Claudio de Souza Lima o ponto de origem até o ponto de consumo, sempre atendendo às exigências dos clientes, “excelente deinição, uma vez que abrange a noção de que o luxo das mercadorias deve ser acompanhado desde o ponto em que existem como matérias-primas até aquele em que são descartados” (BALLOU, 2006, p. 27). 3 LOCUS DA PESQUISA Assim, este trabalho será baseado na gestão de materiais de um almoxarifado hospitalar, especiicamente, que ocorre no Hospital “X”. A pesquisa tem como objeivo melhorar o luxo logísico e implantar um método de gestão de estoque que visa ao lucro por meio de políicas de redução de custo, mantendo o menor estoque possível sem deixar de atender à demanda, além de apresentar a correta uilização dos meios de planejamento e controle de estoque. Segundo Ballou (2010 p. 208), “a inluência que o controle de estoque tem na rentabilidade da empresa é evidente, visto que diminui o capital invesido”. O autor airma ainda que o controle de estoque é fundamental para minimizar despesas diminuindo o capital parado, questão que merece ser aprofundada com outras leituras sobre o tema. Os processos do almoxarifado são recebimento, armazenagem e expedição, que estão agregados ao planejamento de estoque. Inventário e controle de validade são ferramentas importantíssimas no planejamento, com este temos a certeza de que os estoques estão corretos. Ballou (2010, p. 134) apresenta os principais elementos existentes nas instalações de um armazém, porém nem todos necessariamente precisam ser usados. No caso do almoxarifado hospitalar existem: entrada, estocagem, gerenciamento de estoques e processamentos de pedidos. Para iniciar as operações é necessário realizar a correta elaboração do layout que determina o luxo correto do almoxarifado de acordo com a entrada e a saída do material; após a deinição do layout é feita a cubagem dos materiais de acordo com seu volume, já se baseando na políica de estoque de cada material, ou seja, o máximo de espaço necessário para cada material, isto é, estoque inicial. O layout de depósitos depende do sistema de manuseio de materiais escolhido e exige um plano de uso da área úil, a im de facilitar a movimentação de produtos. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 339). O procedimento ideal para compor o estoque inicial do depósito é fazê-lo com uma lista completa de produtos, antes de iniciar as operações. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p.309-342). O inventário realizado é rotaivo, ou seja, feito todos os dias da semana. Encontrada divergência, ela é corrigida. O controle de validade é realizado em todo estoque uma vez a cada mês, coloca-se ideniicação nos materiais que estão vencendo e os que venceram são reirados do estoque, em seguida corrigidos no sistema e descartados, conforme podemos veriicar na tabela 1: 37 Ca d. U ni sua m Pe sq u i . E x t. | R i o d e J a n ei ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 GESTÃO DE MATERIAIS: ALMOXARIFADO HOSPITALAR Tabela 1: Tarefa do controle de lote e validade de produtos. ETAPAS PERIGOS * Realizado cronograma pela plataforma contendo datas prédeinidas; * A conferência é realizada mensalmente para medicamentos e trimestral para materiais; * Eiquetagem dos medicamentos com validade até 150 dias, eiqueta amarela para sinalização e até 60 dias eiqueta vermelha; * Os produtos com validade até 30 dias são reirados do estoque e segregados em quarentena; * Estocagem dos materiais e medicamentos no setor em até 15 dias de seu vencimento para que haja a reposição de um novo produto; * Realizado o descarte dos produtos após o término de sua validade; * Atualizado todo o luxo de conferência em planilha. Fonte: Os autores. BARREIRAS * Falha na conferência * Falha no registro * Quebra dos materiais e medicamentos * Incapacitação da equipe * Falta de pessoal * Riscos ocupacionais * Comunicação entre as equipes * Dispensação de medicamentos e/ ou materiais fora da validade * Treinamento e capacitação * SESMT * Escala, dimensionamento de pessoal e Plano de Coningência * Duplo check * Comunicação entre os setores * Registro seguro É extremamente importante que os processos da cadeia logísica se correlacionem, pois desta forma, as organizações conseguem obter saisfatórias vantagens compeiivas e consequentemente o aumento dos níveis de serviço perante o cliente e redução dos custos de estoques e armazenagens, principalmente por meio dos canais de distribuição. O processo de recebimento é feito quando o fornecedor entrega o material, a parir das seguintes etapas: O auxiliar de almoxarifado pega a nota iscal que veriica no sistema (Sistema de gestão de estoque hospitalar WPD), caso exista ordem de compra. Em caso seja airmaivo, deve-se veriicar se está de acordo com a nota iscal e se todas as informações estão corretas, depois se realiza a conferência do material com a própria. Quando é negaivo, é necessário que se entre em contato com setor de compras e veriique o porquê da entrada sem ordem de compra. Após o recebimento do material, ele é separado aguardando que seja dada a entrada da compra; após o lançamento da nota iscal é feita a segunda conferência do material, este é eiquetado e armazenado no endereçamento especíico. 38 Ca d. U ni su a m Pesq u i . E x t. | R i o d e Ja n e i ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 José Neto Arisides da Silva e José Claudio de Souza Lima ETAPAS RECEBIMENTO Tabelas 2: Tarefa do recebimento e lançamento de nota iscal TAREFA PERIGOS * Visualizado por meio de ordens de compras(oc) os fornecedores, os materiais, a quanidade, os valores, prazo de pagamento da nota iscal e prazo de entrega; * Realizada a conferência da nota iscal com a ordem de compra (oc) do hospital; * Realizada a conferência dos materiais junto a nota iscal; * Realizado contato com compras, uma vez que venha a nota divergente do pedido, para os devidos ajustes da oc, caso contrário, devolução da nota; * Realizado registro de entrada de materiais por nota. TAREFA ETAPAS BARREIRAS * Incapacitação da equipe * Falta de registro * Extravio de documentos * Comunicação entre equipes * Riscos Ocupacionais * Incêndio * Falha no recebimento * Falta de pessoal * Quebra de material * Protocolo de Registro Seguro * Treinamento e Capacitação * Rota de Fuga * Controle do SESMT * Escala, dimensionamento de pessoal e Plano de Coningência * Check List de recebimento * Livro de protocolo de notas iscais PERIGOS LANÇAMENTO DE NOTA FISCAL * Realizada entrega pelo recebimento da nota iscal devidamente conferida para o assistente administraivo; * Realizado o lançamento da nota iscal no ESTHOS; * Solicitado coleta de assinatura ao coordenador de almoxarifado e enviado a Direção para validação da nota original e após é enviada ao inanceiro; * Enviada uma cópia para o recebimento, para segunda conferência do material e posteriormente armazenagem; após, a cópia da nota iscal será arquivada no almoxarifado por um período de 6 meses. Fonte: Os autores. BARREIRAS * Incapacitação da equipe * Falta de registro * Falha no lançamento de nota iscal * Extravio de documentos * Comunicação entre equipes * Riscos Ocupacionais * Incêndio * Falta de pessoal * Protocolo de Registro Seguro * Treinamento e Capacitação * Rota de Fuga * Controle do SESMT * Escala, dimensionamento de pessoal e Plano de Coningência * Relatório do ESTHOS (listagem de compras) A armazenagem é feita na localização disponibilizada no sistema para cada item, como podemos comprovar nos itens relacionados na tabela 3, pois como airma Ballou. A mais óbvia das inalidades das instalações de estocagem é proporcionar proteção e manutenção ordenadas dos estoques [...] a manutenção de estoques produz a necessidade da estocagem e igualmente a necessidade do manuseio dos materiais. (BALLOU, 2006, p.373-376). 39 Ca d. U ni sua m Pe sq u i . E x t. | R i o d e J a n ei ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 GESTÃO DE MATERIAIS: ALMOXARIFADO HOSPITALAR Tabela 3: Tarefa armazenagem de produtos TAREFA ETAPAS PERIGOS ARMAZENAGEM * Realizada a conferência dos materiais junto à cópia da nota iscal; * Realizada a consulta da localização dos materiais no ESTHOS; * Realizado a armazenagem dos materiais nos locais corretos. Fonte: Os autores. BARREIRAS * Incapacitação da equipe * Extravio de documentos * Comunicação entre equipes * Riscos Ocupacionais * Incêndio * Falta de pessoal * Falha na armazenagem * Treinamento e Capacitação * Rota de Fuga * Controle do SESMT * Escala, dimensionamento de pessoal e Plano de Coningência * Consulta de localização no ESTHOS Segundo Bowersox e Closs (2001, p. 226), “o estoque consiste em substancial invesimento em aivos e, portanto, deve proporcionar pelo menos algum retorno de capital.” O estoque é um invesimento que deve proporcionar sempre um lucro para o invesidor. Não há porque manter um estoque se ele não pode gerar um lucro; melhor seria realizar aplicações inanceiras, que teriam certamente algum lucro, mesmo que seja mínimo, comparado à venda de mercadorias. A expedição é realizada por meio de um procedimento que consiste na entrega dos materiais por grupo, formando pequenos estoques, de forma que o atendimento seja realizado em cada andar do hospital para atendimento ao cliente (paciente). Esta ação é realizada duas ou três vezes ao dia, isto é, 24h por dia de acordo com o cronograma estabelecido entre os coordenadores. A expedição, também, realiza atendimento a pedidos de setores que dão suporte (administração, faturamento, higiene); são materiais não faturáveis (canetas, lápis, borracha, impressos interno, folhas A4). Estes pedidos também possuem um cronograma de realização até 12h, de segunda a sexta feira, com previsão e atendimento em 24 h, conforme as etapas na tabela 4: Tabela 4: Tarefa expedição de produtos EXPEDIÇÃO TAREFA ETAPAS PERIGOS BARREIRAS * Realizado cronograma pela plataforma contendo horários e datas pré-deinidos; * Realizada conirmação junto ao sistema; * Posteriormente é realizada a entrega. * Falha na contagem * Falha no registro * Quebra dos materiais e medicamentos * Incapacitação da equipe * Falta de pessoal * Riscos Ocupacionais * Comunicação entre as equipes * Atraso na dispensação * Treinamento e capacitação * SESMT * Controle de Inventário * Escala, dimensionamento de pessoal e Plano de Coningência * Duplo check * Comunicação entre os setores * Registro seguro Fonte: Os autores. 40 Para que esse processo aconteça corretamente é realizado com base no consumo de cada material um novo lote de compra que saisfaça a políica de cada item, ou seja, se a políica é manter 20 dias de estoque para todos os produtos, é veriicado o consumo do mês anterior e comprado um lote equivalente a 20 dias de consumo. De acordo com o autor, deinir a políica correta de cada item é a questão mais diícil do gerenciamento de estoque, pois não há base inicial de consumo, apenas especulações. Ca d. U ni su a m Pesq u i . E x t. | R i o d e Ja n e i ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 José Neto Arisides da Silva e José Claudio de Souza Lima Para manter o estoque sempre com disponibilidade e não haver faltas o planejamento uiliza o controle de estoque puxado como podemos ver a seguir: O controle avançado de puxar estoques signiica que reconhecemos a impossibilidade de determinar com exaidão a demanda e os prazos de entrega. [...] além do estoque regular, manido para suprir a demanda média dos prazos de entrega, uma quanidade extra é adicionada ao estoque (estoque de segurança ou pulmão). (BALLOU, 2006, p. 286). Esse estoque de segurança é uilizado no caso de algum imprevisto na disponibilidade do produto pelo fornecedor, que em algumas situações atrasa a entrega dos pedidos, de acordo com Ballou (2006, p. 286) “Existem dois métodos de controle de estoque representam os fundamentos [...] de gestão de estoque puxado [...]. São eles, o método de ponto pedido e o método de revisão periódica”. A políica de cada item é deinida de acordo com lead ime do fornecedor e o custo do produto, pois muitos fornecedores possuem um valor mínimo de compra, obrigando a aumento do lote de compra, conforme processos apresentados na tabela 5: Tabela 5: Tarefa do planejamento TAREFA ETAPAS PERIGOS PLANEJAMENTO DE ESTOQUE * Planejamento e controle conínuo dos níveis de inventário, conforme a políica da companhia; * Ideniicação e controle de produtos críicos à operação hospitalar; * Emissão da requisição de compra e acompanhamento da disponibilização dos produtos geridos pelo setor de planejamento até o seu efeivo consumo nos setores hospitalares; * Manutenção dos indicadores de performance do setor de planejamento e controle de suprimentos; * Análise críica dos indicadores de performance; * Atendimento às solicitações não-padrão; * Controle D.O.S.(Days of Supply) e giro de inventário; * Análise e controle de produtos SEM movimentação úlimos 6 meses; * Elaboração, monitoramento e controle do plano de ação. Fonte: Os autores. Ca d. U ni sua m Pe sq u i . E x t. | BARREIRAS * Incapacitação da equipe * Falta de registro * Extravio de documentos * Comunicação entre equipes * Riscos Ocupacionais * Incêndio * Falha no recebimento * Falta nas análises; * Vulnerabilidade no manuseio das planilhas eletrônicas; * Divergência de Informações ísico x sistema; * Impossibilidade de acesso a rede, sistema, queda de link, etc. R i o d e J a n ei ro * Impossibilidade de acesso ao sistema (todas as aividades do Planejamento são dependentes das informações registradas no sistema ERP – WPD módulo Estos) 41 | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 GESTÃO DE MATERIAIS: ALMOXARIFADO HOSPITALAR Conforme supracitado na tabela 5, as etapas são seguidas a im de evitar a ruptura no atendimento, todo o estoque é analisado e veriicado periodicamente de acordo com os padrões pré-estabelecidos pela gerência de planejamento de estoque. Estoque de segurança. Uma parte do estoque médio é composta pelo estoque de segurança, desinado a armazenar o impacto de incertezas. O princípio básico do estoque de segurança é que uma parte do estoque médico deve ser desinada a cobrir variações de curto prazo de demanda e de tempo de ressuprimento. (BALLOU, 2001 p. 229). O autor expressa que o uso de um estoque de segurança é uilizado para garanir que não falte material no caso de falha do fornecedor ao atrasar as entregas e até mesmo em uma variação de demanda, consumo além do previsto. Além da movimentação exposta há também ações que se referem à área dos materiais consignados. Os materiais consignados são materiais descartáveis de procedimentos cirúrgicos, o responsável pela área de consignados é um analista de suprimentos e um auxiliar, que realizam o controle de entrada, saída e faturamento destes materiais. A necessidade da consignação é analisada pela área técnica, médicos e diretores, depois de veriicada a necessidade o consignado realiza o contato com o setor de compras solicitando a consignação dos materiais para os fornecedores já cadastrados. Se for um fornecedor que não é cadastrado, ou seja, não possui acordo de valores e queira consignar produtos no hospital, apresenta primeiramente à diretoria do hospital, onde são acordados valores e quanidade; caso seja aceito o setor de compras é informado para realizar o cadastramento. O recebimento de materiais é realizado por nota iscal de natureza de operação remessa de consignação, que são conferidos e lançados no sistema (WPD) como emprésimo (movimento), eiquetados com eiqueta especíica do consignado e guardados no endereçamento especíico (Na área do consignados). O material é dispensado por meio de solicitações em nome do paciente, que são feitas pelo auxiliar administraivo de cada andar (controla o estoque do andar). Visto que o material foi uilizado, é solicitado o seu faturamento e reposição; todos os dias é enviada ao setor de compras uma listagem com a cotação dos produtos uilizados do estoque consignado. O setor de compras é responsável por solicitar a reposição e a nota iscal de faturamento, mediante cotação enviada pelo consignado. Materiais transitórios são os materiais que não estão na consignação, porém são solicitados pelo setor consignado para uma cirurgia eleiva (pré-agendada). O setor de autorizações solicita ao consignado via e-mail os materiais necessários para cirurgia, informando o nome do paciente, médico, data e hora da cirurgia; estas informações são repassadas para o setor de compra para que solicite o envio do material. Caso o material seja uilizado o setor de consignados envia uma cotação ao setor de compras solicitando o faturamento, se não for uilizado o fornecedor reira o material. Para os materiais consignados, também, é realizado o inventário rotaivo, que é realizado conforme informado anteriormente, e o controle de validade é veriicado mensalmente para os materiais que estão vencendo. O fornecedor que consignou tem obrigação de trocar o material sem nenhum custo para o hospital, cujas etapas estão na tabela 6: 42 Ca d. U ni su a m Pesq u i . E x t. | R i o d e Ja n e i ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 José Neto Arisides da Silva e José Claudio de Souza Lima Tabela 6: Tarefa da área de consignados ETAPAS PERIGOS BARREIRAS * Realizado o controle dos materiais consignados por meio de reposição e faturamento de materiais uilizados; * Realizar cotações diárias de reposição e de apenas faturamento; * Realizar recebimento de materiais que são entregues como remessa de reposição de estoque consignado; * Realizar recebimento de notas que são apenas faturamento, protocolar e encaminhar para o assistente administraivo realizar o lançamento; * Realizar eiquetagem do material com ideniicação do consignado; * Realizar preenchimento da lista de pendências de materiais do mapa cirúrgico; * Realizar transferência de materiais para atender o mapa cirúrgico, um dia antes da cirurgia; * Realizar solicitação de materiais não padrão para atender às cirurgias eleivas (solicitado via setor de compras); * Recebimento de material por meio de vale do fornecedor para os procedimentos eleivos; * Gerar saldo de materiais que foram entregues por vale para o setor que realizou o procedimento; * Solicitação de cadastro e desbloqueio de materiais; * Realizar controle de lote e validade dos materiais consignados; * Realizar inventário dos materiais consignados; * Realizar devolução de sobra de materiais aos fornecedores. Fonte: Os autores. * Incapacitação da equipe * Falta de registro * Extravio de documentos * Comunicação entre equipes * Riscos Ocupacionais * Incêndio * Falha no recebimento * Falta de pessoal * Falha na reposição e faturamento * Falha na eiquetagem * Falha na comunicação de pendências de materiais * Falha na contagem * Atraso na entrega de matérias * Protocolo de Registro Seguro * Treinamento e Capacitação * Rota de Fuga * Controle do SESMT * Escala, dimensionamento de pessoal e Plano de Coningência * Duplo Check * Conferência pelo vale * Conirmação de entrega através do envio de pendências * Relatório de reposição de consignados. Dessa forma, a pesquisa abordada tem como enfoque um estudo de caso a parir da metodologia quanitaiva por meio de uma análise minuciosa a respeito de planilhas, notas iscais, relatórios e outros. Após esta invesigação, faz-se necessário, também, uma análise qualitaiva no que diz respeito à relação entre a teoria especializada e a práica que ocorre no almoxarifado em questão. Ca d. U ni sua m Pe sq u i . E x t. | R i o d e J a n ei ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 43 GESTÃO DE MATERIAIS: ALMOXARIFADO HOSPITALAR 4 CONCLUSÃO Atualmente na gestão de materiais as empresas estão exigindo redução de tempo, custos e que acompanhe o tempo de vida dos materiais. Exige, também, que o proissional tenha uma visão global e domine o mercado, tenha noções de economia para indicar o melhor tempo de adquirir materiais. Com isso, podemos aumentar o lucro da empresa no que se refere a estoque de materiais e manter o melhor controle deles, minimizando as perdas e falhas operacionais. Sabemos que quando falamos de estoque estamos realizando invesimento, pois temos material disponível para manter a operação em funcionamento e a própria venda dos materiais com captação de lucros. O modelo ideal de estoque é fazer com que ele gire o máximo possível, a im de não deixar capital parado; claro que é impossível o estoque zero quando falamos da área hospitalar, que precisa manter seu estoque, ainda mais quando temos uma demanda instável que exige atenção e cuidado, que são os pacientes que uilizam os materiais e medicamentos. Este arigo apresentou o luxo logísico do hospital “X” desde a entrada de materiais até o seu consumo inal, ou seja, recebimento, armazenagem, controle de estoque, planejamento de materiais e expedição. Podem ocorrer rupturas no atendimento em qualquer uma das etapas se não exisir um processo “amarrado” e alinhado a im de minimizar as falhas humanas como, por exemplo, uma validação no inal de cada processo realizado. REFERÊNCIAS BALLOU, R. H. Logísica empresarial. São Paulo: Atlas, 2003. BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logísica empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BALLOU, R. H. Logísica empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição ísica. São Paulo: Atlas, 2010. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logísica empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. CAMELO, M. G. Administração: a importância da gestão de materiais. [S.l.: s.n.], 2012. Disponível em: <htp://www.portaleducacao.com.br/educacao/busca/arigos/gestao-demateriais>. Acesso em: 26 abr. 2014. GASNIER, D. Gestão de materiais: a inalidade dos estoques. [S.l.: s.n.], 2014. Disponível em: <htp://www.portalpeg.eb.mil.br/arigos/materiais.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2014. 44 PEREIRA, B. J. C. A logísica na administração de materiais. São Paulo: Universidade Nove de Julho, 2012. Ca d. U ni su a m Pesq u i . E x t. | R i o d e Ja n e i ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015 José Neto Arisides da Silva e José Claudio de Souza Lima YASUDA, A. M. Administração de materiais e logísica. Anápolis: Anhanguera Educacional, 2011. Disponível em: <htp://www.administradores.com.br/producao-academica/ administracao-de-materiais-e-logisica/4179/>. Acesso em: 26 abr. 2014. 45 Ca d. U ni sua m Pe sq u i . E x t. | R i o d e J a n ei ro | v.5 | n .4 | p. 35-45 | 2015