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ANÁLISE DO CONFORTO AMBIENTAL EM EDIFICAÇÃO
ESCOLAR
ANALYSIS OF ENVIRONMENTAL COMFORT IN A
SCHOOL BUILDING
Eufrosina A.Cerqueira*
Miguel A.Sattler**
Luis C. Bonin***
RESUMO —Este trabalho tem o objetivo de analisar a intervenção na
estrutura física da Escola de 1 0 grau Prof a Marília Queiróz, da rede
pública municipal da zona urbana de Feira de Santana, Bahia, visando
melhorar o desempenho da edificação de forma a se adequar a estrutura
física às necessidades dos usuários. Para tanto foi realizado estudo da
opinião dos usuários sobre o ambiente construído e desenvolvido projeto
de intervenção no ambiente escolar, procurando a redução da temperatura
ambiente, aumento da ventilação, aumento do iluminamento interno e
mudança do pátio escolar, com o plantio de horta e árvores nativas e
históricas, associado à construção de brinquedos com pneus e toras de
madeira pintados. Toda a intervenção cumpriu as diretrizes de ter baixo
custo e ser aplicável em outras escolas.
PALAVRAS-CHAVE: Conforto ambiental; Desempenho; Escola.
ABSTRACT —This paper has the purpose of analyzing innovation in the
physical structure of a school, Professora Marília Queiróz, in the public
and municipal system of the urban zone of Feira de Santana, BA. The
innovation attempts to improve the environmental comfort of the building
in order to fit the physical structure to the users’ requirements. For this
reason, there was developed a project of intervention at the school, based
on using light colors, open elements, increasing some spaces, introducing
a kitchen garden, planting native and historical species in a landscaping
project, using recyclable materials, tires and painted wood. All these
* Prof. Assistente, UEFS (DTEC). M.Eng., E-mail:
[email protected]
** Prof. Adjunto, NORIE (Núcleo Orientado para a Inovação
da Edificação) - Eng. Civil. PhD. E-mail
[email protected];
***Prof. Assistente, NORIE (Núcleo Orientado para a Inovação
da Edificação) - Eng. Civil, M.Eng., E-mail:
[email protected]
Universidade Estadual de Feira de Santana – Dep. de
Tecnologia. Tel./Fax (75) 224-8056 - BR 116 – KM 03, Campus Feira de Santana/BA – CEP 44031-460.
Sitientibus, Feira de Santana, n.28, p.77-90, jan./jun.
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things improved environmental comfort, while recycling waste from the
school - a low cost intervention that can be applicable in other schools.
KEY WORDS: Environmental comfort; Performance; School.
1 INTRODUÇÃO
A edificação escolar de primeiro grau é um equipamento
de significativa importância no contexto social, cultural e econômico
do país, por proporcionar condições de ensino básico à população.
Á medida que as práticas de ensino evoluem, exige-se uma
correspondente adequação da edificação escolar ao novo contexto.
No Brasil, a escola pública de primeiro grau ainda tem
extrapolado sua função como lugar de ensino, transformandose em pólo de assistência e promoção social. Em conseqüência,
a edificação escolar passa a abrigar novas e variadas atividades
não previstas no seu programa arquitetônico original e, dadas
as limitações do espaço físico disponível, são impostas restrições
ao processo de ensino e desenvolvimento das crianças na
escola. As reformas, ampliações e manutenção das edificações
escolares, porém, nem sempre fazem parte das obras prioritárias
das administrações, e neste cenário enquadra-se a maioria das
escolas do Município de Feira de Santana, Bahia.
Como mostra o estudo realizado por Gurgel e outros (1997),
sobre a evasão escolar na Bahia (neste estudo foram observadas
escolas localizadas em bairros central e periférico da capital
Salvador e na zona rural do município de São Gonçalo, no
interior), as explicações dadas por jovens de ambos os sexos
para abandonarem a escola incluem razões de ordem extrínseca
e intrínseca à escola. No primeiro grupo, podem ser apontadas
a necessidade de trabalhar (somente os garotos), a necessidade
de atender tarefas domésticas (somente as garotas), e o gosto
pelo lazer; no segundo grupo são identificadas a indisciplina,
o fracasso nos estudos (reprovação), as condições físicas da
escola e o ambiente escolar.
Justifica-se deste modo a importância do exame das condições
físicas do ambiente escolar e da definição de diretrizes para
a intervenção no conjunto de edificações escolares já existentes
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para adequá-las às necessidades dos seus usuários, tendo em
consideração o contexto da comunidade onde elas estão inseridas,
uma vez que a escola é fundamental na vida social, cultural e
econômica de uma comunidade e são necessárias urgentes
intervenções sobre a qualidade das edificações escolares públicas
para viabilizar uma real expectativa de desenvolvimento social
no país.
Quando analisamos em que situação se encontra o ambiente
escolar, não podemos esquecer que este espaço é constituído
pela edificação e pela área que a circunda, o pátio escolar.
Um pátio escolar é muito mais do que um lugar para colocar as
crianças, durante o período em que elas não estão nas salas
de aula. Nos últimos anos, a urbanização tem diminuído as
áreas onde as crianças podem brincar livremente. As crianças
passam mais tempo em instituições do que antigamente, para
muitas, o pátio escolar é o único espaço aberto e seguro para
desenvolver diferentes tipos de atividades (FEDRIZZI, 1999).
O desafio que se coloca para os planejadores do ambiente
construído nas escolas públicas de primeiro grau é criar um
espaço confortável e estimulante para as crianças no seu
primeiro contato com um processo de educação formal. Obviamente
não se pode pretender, considerando as limitações econômicas
nacionais, uma transformação deste cenário apenas por meio
da construção de novas escolas. É preciso definir estratégias
para a adequação das edificações já existentes.
No texto a seguir, é descrita a intervenção realizada em
uma escola da rede pública municipal de Feira de Santana-BA,
comentando-se algumas estratégias de baixo custo que podem
melhorar a qualidade do ambiente escolar.
2 UM ESTUDO DE CASO: A ESCOLA DE 1º GRAU PROFA MARÍLIA QUEIRÓZ, EM FEIRA DE SANTANA, BAHIA
2.1 A Escolha da escola
Um estudo exploratório foi desenvolvido com o objetivo de
definir em qual escola o projeto de pesquisa seria desenvolvido.
Em audiência com a Secretária da Educação, para exposição
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da proposta a ser desenvolvida, foi obtida uma relação de
escolas da rede pública municipal na qual se pode observar o
contexto social e então definir a escola objeto do estudo. Foi
definido um roteiro de visita às escolas para observação e
documentação fotográfica dos seus elementos construtivos e
estado de conservação, e para a realização de breves entrevistas
com diretoras, professoras, funcionários e alunos das escolas.
Em quase todas as escolas, foram observados os mesmos
elementos construtivos (telhados de cimento-amianto enegrecidos
pelo envelhecimento, cobogós de concreto nas aberturas, paredes
de alvenaria rebocada, portas de madeira, muros altos e grades
de proteção). Observou-se que o desempenho das edificações
escolares encontra-se comprometido, deixando de atender,
principalmente, requisitos de conforto higrotérmico e visual.
Constatou-se ainda a pouca presença de vegetação nos pátios
e a precariedade da infra-estrutura urbana na região adjacente
à maioria das escolas que atendem uma população de baixo
poder aquisitivo. Com essas informações, pode- se supor que
as propostas da intervenção desenvolvidas em apenas uma
das escolas podem ser aplicadas em outras, com estrutura
física e social semelhantes.
Foi escolhida para o estudo a Escola de 1 º Grau Profª.
Marília Queiróz pela veemência nos depoimentos colhidos nas
entrevistas, que mostravam o desânimo dos professores e
funcionários ao trabalharem num ambiente considerado degradável,
pela intensidade dos pedidos das crianças ao serem entrevistadas
e pelas observações feitas no local , complementando os depoimentos.
2.2 A Condição inicial da escola
O prédio da escola é constituído de quatro salas de aula,
secretaria, cantina e dois sanitários, dispondo de 275 m 2 de
área construída em um terreno de 1565 m 2 , conforme figuras
1 e 2.
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Figura 1- Fachada da Escola
Figura 2 - Área interna da Escola
Para a comunidade escolar, o desconforto é muito intenso,
chegando a ser considerado insuportável o calor na escola em
foco. Os efeitos deste desconforto podem ser observados no
comportamento dos alunos, assim descrito: “As crianças não
conseguem se concentrar, vivem inquietas, saem toda a hora
para beber água.” Entre os entrevistados surgiram pedidos
relacionados com o calor na edificação (instalação de chuveiro
no banheiro, ventilador, janelas, ar condicionado, forro nas
salas de aula, substituição do telhado, com aspectos funcionais
da edificação (mural, pátio coberto, troca do piso), e com a
psicologia ambiental (arborização).
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Dos 14 professores e 7 funcionários da escola, 19 responderam
a um questionário, onde manifestaram sua opinião qualitativa
sobre aspectos técnicos e espaços físicos da escola. O resumo
dos resultados está apresentado na figura 3, convertendo-se
a opinião qualitativa, de acordo com o seguinte critério (ótima10; boa-7,5; razoável-5; precária-2,5; péssima-0).
c a n tin a
s a n itá rio s
p is o
p á tio e s c o la r
a p a rê n c ia e xte rn a
a p a rê n c ia in te rn a
m a n u te n ç ã o
te m p e ra tu ra n o in v e rn o
te m p e ra tu ra n o ve rã o
ilu m in a ç ã o
ta m a n h o d a e d ific a ç ã o
0 ,0
1 ,0
2 ,0
3 ,0
4 ,0
5 ,0
6 ,0
7 ,0
8 ,0
9 ,0
1 0 ,0
Figura 3 - Resumo da opinião dos professores e funcionários
sobre o ambiente escolar
Desprende-se da figura 3 que nenhum aspecto avaliado
teve uma opinião além da classificação ‘razoável’ (média 5) e
a maioria esteve abaixo da classificação ‘precária’ (média 2,5).
Esses números refletem não apenas os problemas do ambiente
escolar, mas, também, o desânimo de professores e funcionários,
pois mesmo aspectos que poderiam ser melhor valorizados
receberam uma opinião pouco favorável.
Do total de 150 alunos que freqüentam a escola, 91 responderam
ao questionário, cuja elaboração incluiu aspectos relacionados
tanto com a percepção da condição do ambiente físico quanto
com suas expectativas em relação à escola. As figuras 4 e 5
resumem as respostas obtidas. Na figura 4, de modo semelhante
ao critério adotado na elaboração da figura 3, apresenta-se um
resumo de opiniões qualitativas expressas numa escala de 5
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intervalos ponderados pelos mesmos índices. Na figura 5, são
apresentados gráficos dos percentuais de respostas.
s e n s a ç ã o d e b em
es tar
ap a rê n c ia d a
es c o la
0 ,0
1 ,0
2 ,0
3 ,0
4 ,0
5 ,0
6 ,0
7 ,0
8 ,0
9 ,0
1 0 ,0
Figura 4 - Resumo da opinião dos alunos sobre o ambiente
escolar
q u a d ra
de
e s p o rte s
31%
b r in q u e dos
38%
á rv o re s
13%
á re a
c o b e rta
8%
h o rta
10%
Figura 5 - Expectativa dos alunos em relação ao pátio escolar
2.3 Melhorias propostas na escola
Na intervenção foi considerado todo o ambiente escolar,
tendo como limite a área contida pelo muro que a cerca. Foram
definidas melhorias a serem implementadas no prédio assim
como no pátio da escola. As atividades transcorreram com a
escola em funcionamento, uma das restrições às possibilidades
de intervenção.
Para melhorar o conforto higrotérmico e o conforto visual
no prédio da escola, as telhas da cobertura foram pintadas
interna e externamente na cor branca, as paredes foram pintadas
internamente na cor branca, e externamente, nas cores azul
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clara e branca. As portas foram pintadas também na cor branca.
Essa escolha de cores pretendeu melhorar a refletividade das
superfícies, reduzindo a absorção da radiação solar pelo telhado
e aumentando a iluminância interna das salas de aula e da
secretaria, além de propiciar um ambiente esteticamente mais
agradável aos usuários da escola. Para aumentar a ventilação
e a penetração da luz natural os cobogós de concreto foram
modificados, tendo alguns de seus septos sido retirados e
todos os elementos pintados de branco. Todos esses serviços
foram executados por uma empreiteira contratada pela prefeitura
municipal.
No pátio da escola, foi construída uma área coberta de 80
m 2 , com pé-direito de 3,4 m e amplamente ventilada, próxima
à cantina da escola, tendo sido equipada com bancos de
alvenaria revestida com mármore para as crianças fazerem a
merenda, além de outras atividades da escola. Esse serviço
também foi realizado pela empreiteira contratada. Ainda no
pátio foi realizada a pintura interna do muro da escola pelos
próprios alunos em atividade coordenada por artistas plásticos
reconhecidos na cidade, os quais ainda produziram um mural
decorando a área coberta construída. Foi implantada ainda
uma horta (após a realização de um curso de treinamento da
comunidade da escola) com a participação direta de alunos,
professores e funcionários, a qual em poucas semanas produziu
alimentos incorporados à merenda da escola. Também foi
implantado um projeto de arborização do pátio, com os alunos
plantando mudas de arbustos e árvores, participando também
dos cuidados com as plantas. Finalmente, foram reciclados
materiais, como, pneus e toras de madeira que, após pintados,
transformaram-se em brinquedos e bancos no pátio da escola.
Como a escola tinha passado um longo período sem intervenções,
foram necessários também alguns serviços de manutenção
para recuperar a plena capacidade funcional dos sanitários e
outros equipamentos e elementos da edificação, serviços esses
executados pela empreiteira contratada.
Toda intervenção foi realizada no ano 2000 e custou
R$27.000,00, dos quais, apenas R$16.000,00 foram gastos
nas intervenções de melhoria propriamente ditas (incluindo a
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construção da área coberta) e os restantes R$ 11.000,00,
gastos em manutenção. Considerando que a escola atende
aproximadamente 200 alunos, o custo da intervenção (incluindo
os gastos de manutenção) foi de apenas R$135,00 por aluno,
destacando-se que este não é um custo anual, mas, resultante
de um longo período sem intervenções na escola.
2.4 Análise dos resultados da intervenção
Através de entrevistas individuais realizadas com os professores,
após a intervenção ter sido concluída, constatou-se que os
depoimentos estão moldados no otimismo. O estado de ânimo
dos docentes modificou de forma espantosa, a tal ponto que
a defasagem salarial embora continuando a existir, não é vista
com o ônus que sempre teve. Os funcionários, em toda a sua
simplicidade, declaram apenas que a escola agora nem parece
mais com aquela que existia: “Agora é bom trabalhar nesta
escola, que ficou mais fresca, colorida, bonita, arborizada e
alegre.”
Questionados a cerca da opinião que tinham sobre as
melhorias ocorridas na escola, professores e funcionários responderam,
segundo este critério de ponderação: melhorou muito-10; melhorou7,5; permanence a mesma coisa-5; piorou-2,5; piorou muito-0.
Os resultados estão resumidamente mostrados na figura 6.
c antina
s anitários
pátio
aparênc ia ex terna
aparênc ia inter na
temperatur a
iluminaç ão
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
Figura 6 - Opinião de professores e funcionários sobre a
intervenção na escola
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Os alunos demonstram o que sentem com ações. Passaram
a brincar mais na escola, havendo até disputa para ver quem
brinca nos pneus ou quem senta nos bancos de madeira.
Em entrevistas individuais, dizem que a escola está mais
bonita, mais alegre, que está melhor de estudar porque a sala
de aula está mais fresquinha e mais clara, que o pátio está
bonito e que é bom ter um lugar com bancos para sentar na
hora do lanche. Questionados sobre as transformações na
escola responderam conforme os resultados mostrados na
figura 7, resumidos de modo semelhante ao que se observa na
figura 6.
m u ro d a e s c o la (in te rio r)
v e n tila ç ã o
s e n s a ç ã o d o a m b ie n te
a p a rê n c ia d a e s c o la
0 ,0
1 ,0
2 ,0
3 ,0
4 ,0
5 ,0
6 ,0
7 ,0
8 ,0
9 ,0
1 0 ,0
Figura 7 - Opinião dos alunos sobre a intervenção na escola
Para dirimir a dúvida se as opiniões de professores, funcionários
e alunos da escola pudessem estar expressando antes uma
mudança de seu comportamento em relação aos problemas da
escola, em conseqüência da mudança estética resultante da
intervenção (o que já seria um resultado benéfico considerável),
ou de fato relatasse melhoria no desempenho técnico da edificação,
foram realizadas algumas medições de temperatura e iluminância
nas salas de aula e da secretaria antes e depois da intervenção.
Quanto à temperatura, foram medidas as temperaturas
das superfícies de parede, piso e teto, temperatura de bulbo
seco, bulbo úmido e globo, velocidade do vento e calculada a
Porcentagem Estimada de Insatisfeitos, seguindo método proposto
por RUAS (1999), antes e depois da intervenção, cujos resultados
são apresentados na tabela 1. Embora o ambiente ainda não
tenha atingido plenamente níveis de conforto higrotérmico
satisfatórios, é clara a sensível melhoria nesse aspecto.
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Tabela 1 - Voto Medio Estimado (VME) e Porcentagem Estimada
de Insatisfeitos (PEI)
Antes da Intervenção
Sala
de
Aula 1
Depois da Intervenção
Dados de Entrada
0
ta=29 C
v=0,25m/s
trm=30 C ta=27,2 C
2
UR=80%
PEI = 50%
ta=29 C
UR=80%
v=0,25m/s
PEI = 26%
Dados de Entrada
0
0
trm=30 C ta=27,2 C
2
UR=82%
M= 58,2W/m
VME=1,5
M= 58,2W/m
VME = 1,22
Dados de Entrada
0
0
v=0,04m/s trm=28,8 C
2
UR=82%
M= 58,2W/m
VME = 1,498
Secretaria
Dados de Entrada
0
0
PEI=35%
v=0,04m/s
0
trm=28,8 C
2
M= 58,2W/m
VME=0,931
PEI=20%
Quanto à iluminância, foram medidos os níveis de iluminância
por iluminação natural nas salas de aula e na secretaria, antes
e depois da intervenção, cujos resultados são apresentados na
tabela 2. A norma utilizada foi a NBR 5413 e foram tomados
nove pontos para as medições na sala de aula e cinco pontos
na secretaria, cuja área era menor.
Tabela 2 - Iluminância antes e depois da intervenção (em Lux)
Antes da intervenção
Imédio
Imáximo
Imínimo
Depois da intervenção
Imédio
Imáximo Imínimo
Secretaria
106
45
190
262
180
400
Sala de Aula 1
30
20
45
137
95
175
Sala de Aula 2
157
110
250
191
140
250
Sala de Aula 3
34
11
58
213
150
300
Sala de Aula 4
122
50
250
129
75
180
Observa-se que as salas de aula apresentam resultados
bastante distintos, decorrentes da deficiência de projeto da
edificação onde a posição da porta das salas tem grande
importância na iluminância interna devido à precária iluminação
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permitida pela permeabilidade dos cobogós. Mesmos assim as
melhorias são significativas, à exceção da Sala de Aula 4 por
causa da construção da área coberta no pátio, que obstruiu
parcialmente a iluminação natural.
Os depoimentos de alguns pais de alunos, que freqüentam
a escola com mais assiduidade, são importantes, pois mostram
que passaram a repensar a escola como um bem que é da
comunidade. Vale a pena ressaltar o depoimento de uma mãe
que foi retirar a transferência do filho que já havia concuído
a 4 a série do ensino fundamental e que necessariamente teria
que estudar em outra escola: “Eu estou muito triste em ter que
retirar meu filho desta escola, pois agora vale a pena estudar
em um lugar assim.”
Algumas imagens da escola após a intervenção ajudam a
ilustrar os resultados obtidos, o que é apresentado nas figura
8, 9, 10 e 11.
Figura 8 - Área coberta
Figura 9 - Sala de aula
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Figura 10 - Fachada
Figura 11- Pátio da escola
Embora professores, funcionários e alunos tenham manifestado
sua satisfação com as melhorias alcançadas, eles continuam
expressando objetivos ainda não atingidos, como a instalação
de ventiladores, reforma do piso, piscina, quadra de esportes,
mais arborização, etc. Antes que uma exigência excessiva,
essas aspirações devem ser saudadas como uma manifetação
da progressiva consciência pela comunidade da escola, de que
um ambiente melhor é possível.
3 CONCLUSÃO
A intervenção desenvolvida na Escola de 1 º Grau Professora
Marília Queiróz demonstra a viabilidade de se realizar intervenções
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de baixo custo com significativa melhoria no ambiente escolar.
Ela demonstra também que o conhecimento tecnológico dominado
pelos centros de pesquisa nacionais pode ser utilizado como
suporte de transformações da realidade social brasileira.
AGRADECIMENTOS
Este artigo está baseado na Dissertação de Mestrado da
professora Eufrosina de Azevêdo Cerqueira, defendida no PPGEC/
UFRGS em julho de 2001, e contou com o auxílio financeiro da
CAPES e com a colaboração da Secretaria de Educação da
Feira de Santana e, em especial, com a parceria da comunidade
da Escola de 1 º Grau Professora Marília Queiróz.
4 REFERÊNCIAS
FEDRIZZI, Beatriz. Paisagismo no pátio escolar, Porto Alegre:
Ed. Universidade/UFRGS, 1999.
GURGEL, Paulo et al .. Ditos sobre a evasão escolar: estudo de
casos no estado da Bahia – Brasília: Ministério da Educação e do
Desporto. Projeto de Educação Básica para o Nordeste, 1997.
RUAS, Álvaro C. Conforto térmico nos ambientes de trabalho.
Brasília: Ministério do Trabalho. FUNDACENTRO, 1999.
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