A ARTICULAÇÃO DO SAL PORTUGUÊS AOS CIRCUITOS MUNDIAIS · ANTIGOS E NOVOS CONSUMOS
THE ARTICULATION OF PORTUGUESE SALT WITH WORLDWIDE ROUTES · PAST AND NEW CONSUMPTION TRENDS
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“ VELHOS PRODUTOS, NOVOS CONSUMOS”
Filomena Cardoso Martins*, Ana Margarida Ferreira da Silva**
Resumo: O Sal ao longo de séculos teve um papel preponderante na economia mundial e grande influência na cultura dos povos a ele ligados. A perspectiva era de uma
produção em grande escala, destinada a fins muito específicos e amplamente conhecidos, como a salga dos alimentos. Actualmente numa economia aberta e altamente
competitiva, em que os consumidores têm um grau de exigência extremamente elevado, procurando produtos diferenciados de qualidade, a necessidade de descobrir novas formas de “olhar” para este produto milenar, torna-se fundamental. Nesta nova abordagem o papel dos agentes de desenvolvimento e em particular o papel que as instituições de ensino superior e investigação científica, como as Universidades podem e
devem desempenhar, é um factor incremental muito relevante.
Palavras-chave: sal, certificação, consumo, investigação&inovação
Abstract: Along times, salt has a great importance in international economy and a big
influence in the culture of communities linked with its production. On those times production perspective was of mass production with specific goals, has for instance food
salt conservation. Actually in an open and high competitive economy, consumers demand plays an important role in terms of quality exigency and diversity of products. This
creates the need to find new ways to “look” and produce this millenary product. On that
approach development agents, high education institutions, namely universities and research institutes has an important role to play in order to answer to both market and production needs.
1. Introdução
A produção de Sal através de métodos artesanais ou tradicionais está associada
a paisagens e valores culturais, sociais, ambientais e patrimoniais gerados ao longo
da história. No entanto, desde meados do século XX que a actividade salineira artesanal enfrenta uma marcada regressão, tendo mesmo em alguns locais desaparecido
Os locais de produção de sal estão implantados em zonas húmidas cuja reco*
[email protected]. Investigadora do Projecto SAL(H)INA História do Sal - natureza e meio ambiente - séculos XV a XIX” POCI/HAR/56381/2004/PPCDT/HAR/56381/2004. Professora Associada, Departamento
de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro. Desenvolve projectos de investigação nas áreas de
Planeamento e Gestão de Zonas Costeiras, Conservação do Património Natural e Cultural, tanto na sua
vertente biofísica como social e cultural através da aplicação do princípio de responsabilidade transgeracional (validação e inovação científica do capital de conhecimento tradicional acumulado pelas gerações anteriores, como forma da herança científica e cultural para as gerações futuras).
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nhecida importância para a conservação da natureza e manutenção da biodiversidade deu origem à atribuição de diversificados estatutos de protecção no âmbito de
convenções internacionais (e.g. Ramsar, Bona, Berna, Biodiversidade) de directivas
europeias (e.g. Aves, Habitats – Rede Natura 2000) e das áreas protegidas nacionais
(e.g. Portugal – RNAP – Rede Nacional de Áreas Protegidas). Estas áreas lagunares e
estuarinas incluem ecossistemas importantíssimos e frágeis que sofrem pressões intensas tanto do ponto de vista de ocupação física do território como de descargas directas e/ou indirectas de poluentes, com pressões de diferentes ocupações territoriais
(aquacultura intensiva, alterações do sistema hídrico por infra-estruturas de transporte, etc.) existindo o risco de extinção de todo um património natural, cultural, histórico e humano.
As salinas, desempenham elas próprias um papel importantíssimo enquanto habitats de substituição (algumas populações de espécies de aves intimamente ligadas
a estes habitats encontram-se numa situação critica ao nível europeu), evidenciando o equilíbrio estabelecido entre a utilização antrópica do meio e as suas funções
naturais e suscitando
“As regiões não são apenas os espaços geográficos, dado que surgem dotadas de
recursos e competências de variada natureza, bem como em quantidade e qualidade diversos. Como resultado disso, os territórios gerem competências que podem ser
usadas para qualificar os produtos da região” (Ribeiro, J., Santos, J., 2006)
Neste contexto e numa economia globalizada e competitiva, em que o papel do
Sistema Cientifico já não se circunscreve ao formato tradicional de ensino e investigação, sendo a sua actuação alargada procurando estabelecer relações do tipo universidade-indústria e universidade-sociedade, as universidades desempenham um
papel estratégico no apoio que podem dar aos agentes regionais. Assumem-se como
agentes de desenvolvimento, podendo focalizar as suas competências na valorização de produtos tradicionais do território, através de processos que validam a qualidade e origem do produto e de processos de investigação geradores de inovação podendo gerar novas áreas de negócio.
2. O Caso do Sal
Sal Artesanal, que futuro para uma tradição?
Nos últimos anos tem-se assistido, a nível mundial, ao renascimento do interesse por produtos artesanais / tradicionais, fruto da emergência de novos nichos de mercado que se sustentam na oferta/procura de produtos diferenciados, associados a fortes matrizes territoriais e de qualidade referenciada e elevada, impulsionados pelo
desenvolvimento de estudos dirigidos entre outros para a identificação das características do produto, dos locais e técnicas de produção, motivando a sua recuperação.
Este fenómeno é já visível em Portugal, em alguns locais produtores de sal marinho
artesanal.
Actividades desta natureza reflectem-se de forma positiva sobre a região salícola onde está implantada a área de produção, dando origem a um conjunto de efeitos multiplicadores que podem fomentar o desenvolvimento de um “cluster” asso-
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ciado ao produto, à actividade produtiva e ao espaço de produção. Por um lado fundamentam a diferenciação do produto, contribuindo para a sua qualificação e revalorização económica, aspectos fundamentais para que os produtores (alguns organizados em associações outros em formato empresarial) consigam conquistar e consolidar os nichos de mercado que suscitaram o reacender do interesse por esta actividade artesanal em acentuado processo de declínio. Por outro lado, possibilita a
emergência de novos produtos (flor de sal, sal aromatizado) e actividades (turismo
cultural e de natureza) tanto ligados ao espaço de produção como à produção e ao
território envolvente, criando um conjunto de mais valias diversificadas, sustentadas
na diversidade e identidade regional.
O efeito multiplicador deste tipo de acções pode ser projectado para outras áreas
do território nacional, onde se mantém alguma actividade deste tipo, ou ainda para
outros países, em especial países de língua oficial portuguesa (PALOP), onde a actividade de produção de sal marinho artesanal pode vir a ocupar um espaço importante, tanto a nível económico (à escala nacional como regional e local) como de manutenção da identidade cultural e coesão social.
Neste contexto qual o papel que o Sistema Científico deve assumir de apoio a
uma actividade tradicional?
3. A nova Missão das Universidades
Actualmente as Universidades alargam a sua acção a outros domínios que vão
para além das clássicas funções de ensino e investigação. “O Sistema Científico em
geral e nomeadamente as Universidades, assumem cada vez mais o papel de agentes de desenvolvimento. Este novo papel está focalizado essencialmente em 3 áreas
de actuação: a promoção do conhecimento individual, a transferência e disseminação de conhecimento e o reforço da capacidade institucional de uma região.” (Rodrigues, C. 2001).
A forma de abordagem na promoção do conhecimento individual, sendo esta
uma função tradicional das Universidades, também está a mudar. A Universidade, ao
representar actualmente uma função central para o tecido sócio-económico da região onde está inserida, tem o ónus de responder eficazmente através da criação de
cursos adequados às necessidades da região. A transferência e disseminação do conhecimento, incorpora a relação universidade-indústria, factor impulsionador da capacidade de inovação e consequente competitividade das empresas. “Na relação universidade-indústria a transferência do conhecimento pode ser feito de diferentes formas: consultoria técnica e de gestão, investigação sob contrato, criação de consórcios de investigação e desenvolvimento, o acesso de empresas a instalações técnicas das universidades, a formação profissional e a colocação de licenciados nas empresas, o recurso a patentes e licenças e o desenvolvimento de spin-offs.” (Rodrigues,
C. 2001).
Como forma de implementação desta nova abordagem, as universidades promovem cursos de empreendedorismo, parcerias empresas/sistema científico, protocolos de associações empresariais/sistema científico e formativo e criam Unidades
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de Transferência de Tecnologia1, incubadoras de empresas2, entre outras iniciativas.
A título de exemplo podemos citar o caso da empresa Necton, uma spin-off3 da
Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica, que iniciou a sua actividade com a produção de microalgas e na sequência do seu desenvolvimento “descobriu” o interesse na produção de Sal Marinho Artesanal, sendo agora esta a sua actividade central e a produção de microalgas secundária. “A sua estratégia cumpre
uma relação estreita com a comunidade onde a empresa se encontra inserida, fomentando projectos de interesse geral. Pretendendo ser, dentro de alguns anos, uma
referência europeia e um polo regional de desenvolvimento económico.” (www.necton.pt). A qualidade dos seus produtos é regularmente controlada por laboratórios
creditados, tendo iniciado a sua comercialização no mercado internacional e posteriormente apostado na sua comercialização interna.
O Instituto Tecnológico das Canárias4 que desenvolve investigação na área da
Biotecnologia Marinha, é outro caso interessante de aproveitamento das competências científicas de uma instituição de ensino superior e investigação. No âmbito das
suas actividades e associado à produção salícola estão a estudar a microalga Dunaliella Salina, enquanto elemento distintivo da qualidade das Salinas Tradicionais e
elemento impulsionador de novos produtos associados, como Sal de Mesa (β-Caroteno), Azeite de Oliveira rico en β-caroteno, Artemia para consumo humano, entre
outros. (Mendonza, H., 2006)
A Universidade de Aveiro, no âmbito do Projecto SAL5 baseia a sua estratégia no
desenvolvimento de diferentes objectivos comuns, locais e multidisciplinares com
vista à criação das bases necessárias para conseguir definir um modelo de recuperação integral das Salinas Atlânticas que integre as diferentes perspectivas de abordagem (patrimonial, ambiental e económica). Neste contexto e aproveitando as diversas valências científicas e a experiência adquirida nos últimos anos relativamente à relação do sistema cientifico com as empresas, a sociedade e a região, está a desenvolver várias acções que pretendem responder aos objectivos globais do projecto e às necessidades da actividade a nível local, promovendo o apoio e validação do
Saber Empírico, através da investigação desenvolvida.
Estas acções realizadas por uma equipa multi-disciplinar (Dptos. Química, Físi-
**
[email protected]. Investigadora do Projecto SAL(H)INA História do Sal - natureza e meio ambiente séculos XV a XIX” POCI/HAR/56381/2004/PPCDT/HAR/56381/2004. Mestre em Inovação e Políticas de
Desenvolvimento na Universidade de Aveiro, com a seguinte dissertação: “Uma Estratégia de Inovação e
Competitividade no Salgado de Aveiro”
1 Unidades de transferência de tecnologia académicas, identificam e difundem a oferta tecnológica da
universidade nas empresas e promovem, para além da investigação aplicada, a investigação dirigida para
o mercado. Identificam também as necessidades e solicitações tecnológicas da indústria, promovem a sua
divulgação na comunidade académica e impulsionam a geração de novas soluções tecnológicas que satisfaçam as necessidades das empresas. (Universidade de Aveiro- www.ua.pt)
2 Incubadoras de empresas nas Universidades, são unidades funcionais que dão apoio a novas empresas
de base tecnológica, de forma a fomentar o empreendedorismo. Promovem a criação de empresas, sobretudo spin-offs das suas unidades de investigação, ou de base tecnológica relacionada com as suas competências científicas e tecnológicas. (Universidade de Aveiro – www.ua.pt)
3 Spin-offs académicos são empresas de base tecnológica ou de serviços desenvolvidas no seio académico, cujo o destino final é a integração no mundo empresarial. (Universidade do Minho – www.uminho.pt)
4 Este Instituto tem como missão: Liderar a inovação e transferência de tecnologia em sectores estratégicos que promovam a competitividade e desenvolvimento sustentável das Canárias, da sua situação geográfica e cultural, sendo excelentes em gestão. (www.itccanarias.org)
5 Europeu Interreg IIIB “SAL - Sal do Atlântico. Revalorização da identidade das salinas do Atlântico. Recuperação e promoção do potencial biológico, económico e cultural das zonas húmidas costeiras”
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ca, Eng.ª Civil, Geociências, Biologia, Ambiente e Ordenamento, Línguas e Culturas
e UNAVE) desenvolvem-se em várias vertentes como a investigação científica, a criação de ferramentas de suporte ao conhecimento, à divulgação e à gestão do produto sal, da actividade salícola e dos espaços de produção, a divulgação e a ligação à
sociedade.
Na área da investigação científica desenvolvem-se trabalhos de caracterização
química e microbiológica do sal, caracterização da componente geológica das Salinas, biodiversidade das Salinas e estudo de protótipo para a construção, manutenção dos muros das Salinas de forma mais resistente, ecológica e “económica”, com
a utilização de novos materiais como os geossintéticos.
Na área de criação de ferramentas desenvolve-se um Fundo Documental que
congrega as referências bibliográficas da actividade salícola ou com ela relacionadas, existentes nos países que integram o projecto (Portugal, Espanha, França e Reino Unido) e um SIG (Sistema de Informação Geográfica) aplicado ao Salgado de
Aveiro que integra os trabalhos desenvolvidos pelas várias equipas, permitindo a sua
consulta fácil e posterior adaptação para utilização num processo de gestão da área
de produção do Salgado. “Actualmente, o Salgado de Aveiro encontra-se submetido a pressões de diferentes origens como sejam a conversão a aquacultura, as alterações do sistema hídrico por infra-estruturas de transporte e a pressão urbanística
que têm vindo sucessivamente a relegar para último plano a actividade que caracterizou este Salgado ao longo de séculos – a salicultura. Em 1956, a área do salgado dedicada à produção de sal rondava os 1500 ha, enquanto que na actualidade
se fica pelos 50ha. Para que seja possível a coexistência entre as diferentes actividades, com uma exploração sustentável dos recursos, é imperioso que se pratique uma
gestão efectiva do salgado, constituindo o SIG uma ferramenta fundamental” (UNAVE et al, 2007).
Ao nível de divulgação, a equipa do projecto SAL, tem vindo a organizar algumas actividades direccionadas para um público mais abrangente, de forma a sensibilizá-lo para esta temática, nomeadamente no que diz respeito aos efeitos do Sal na
saúde e às características nutricionais do mesmo (demonstrando as qualidades do Sal
Marinho Artesanal face aos restantes tipos de sais à venda para utilização alimentar).
Outro aspecto focado neste processo de divulgação é a demonstração, através de
uma oficina de trabalho com base na tecnologia SIG, da utilidade das novas tecnologias no apoio a uma actividade tradicional. Estas actividades de divulgação são enquadradas no âmbito de acções de cariz institucional, promovidas pela Universidade, como por exemplo a Semana Aberta da Ciência e Tecnologia.
A preocupação de estabelecer uma ligação à sociedade de forma continuada, relativa à temática do SAL, prende-se com alguns factores relevantes, dos quais se pode
destacar:
– o facto da Universidade ser, ela própria, proprietária de Salinas;
– a vontade institucional de promover a actividade salícola enquanto actividade de referência no quadro identitário da região;
– o interesse no desenvolvimento de actividades de investigação e divulgação
enquanto projectos – piloto, que fomentem a emergência de projectos de carácter empresarial (privados, públicos ou em parceria público-privado) com
base no aproveitamento deste recurso.
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Neste sentido a Universidade tem em desenvolvimento várias propostas de projectos e parcerias com outras entidades que pretendem dar continuidade ao trabalho no âmbito da temática do Sal.
4. Considerações finais
Através dos exemplos sumariamente descritos atrás podemos constatar que as
instituições constituintes do Sistema Científico, qualquer que seja a sua tipologia (institutos de investigação, institutos politécnicos ou universidades) desempenham actualmente um papel preponderante na consolidação da capacidade relacional da região onde estão inseridas. Esta “nova” função pode ser materializada através da “Realização de projectos específicos que envolvam acções de cooperação entre empresas e que possam contribuir para diminuir o fosso existente entre a ciência e tecnologia e a sociedade, entre a investigação fundamental e aplicada e entre a descoberta
de novas tecnologias e o desenvolvimento de produtos e processos de produção viáveis”( Pires, A. & Castro, E. 1997, in Rodrigues, C., 2001).
A natureza e diversidade de acções que estas instituições desenvolvem / podem
desenvolver “(…) contribuem para a competitividade de uma região através da oferta de recursos técnicos, da disponibilização do conhecimento que pode ser aplicado à inovação do produto e do processo, da criação de novas empresas, assim como
através de oportunidades e de experiências partilhadas, dado serem parte do capital
social e da rede onde se inserem”.(Raposo, M.. & Sarraqueiro, Z. 2005)§
5. Bibliografia
Comissão das Comunidades Europeias, O Papel das Universidades na Europa do Conhecimento; Comissão das Comunidades Europeias, 2003
Mendonza, H., Dunaliella Salina y Las Salinas, Comité de Orientação, Projecto Interreg SAL, Aveiro, 1719 Outubro 2006
Morgan, K., The Learning Region: Institutions, Innovation and Renewal, Regional Studies, 1997
Necton, SA., Guia de Boas Práticas em Salinicultura, Animação local para o desenvolvimento e criação
de emprego na Ria Formosa, Olhão, 2006
Raposo, M., Sarrasqueiro, Z., A Universidade e o Desenvolvimento Regional, Cadernos de Economia,
2005
Ribeiro, J., Santos, J., Produtos do Território e Desenvolvimento Local, 2006
Rodrigues, C., Universidades, sistemas de inovação e coesão regional, Dissertação de mestrado, Universidade de Aveiro, 2001
UNAVE, Silva, A., Martins, F., A Vantagem da Inteligência Geográfica, Exposição/Concurso de posters, 5º
Encontro de Utilizadores ESRI, Lisboa, 28-29 Março 2007
6. Webgrafia
www.necton.pt; www.itcanarias.org; www.ua.pt; www.uminho.pt