S&G 18 (2023), pp. 262-269
REVISTA S&G
262
ISSN: 1980-5160
O CULTIVO DE Epinephelus marginatus (Iowe, 1834) NO BRASIL:
UMA ABORDAGEM CIENCIOMÉTRICA E PERSPECTIVAS DE ESTUDO
João Felipe Nogueira Matias
[email protected]
Fundação Cearense de
Desenvolvimento Científico e
Tecnológico - FUNCAP, Fortaleza,
CE, Brasil.
RESUMO
[email protected]
Universidade Federal Rural da
Amazônia - UFRA, Belém, PA, Brasil.
Esta produção objetivou realizar uma abordagem cienciométrica sobre as pesquisas envolvendo o cultivo de Epinephelus marginatus no Brasil, durante o período de 2002 a
2022, utilizando diferentes bases de dados virtuais. Com base cienciometria, os dados
foram analisados quali-quantitativamente para gerar as perspectivas sobre a temática.
Foram encontradas 20 produções acadêmico-científicas desenvolvidas por autores em
diversas partes do país, com predomínio de dissertações, teses e artigos. A distribuição
temporal das publicações listadas foi esparsa durante o período analisado, com predominância a partir da primeira década do período estudado. Todos os manuscritos utilizados nessa pesquisa possuem livre acesso ao público, sendo os artigos os mais citados. Os
trabalhos publicados foram categorizados e 6 grandes áreas: Crescimento, Reprodução e
Larvicultura, Genética, Economia e outros. As duas categorias mais estudadas foram Crescimento e Reprodução e Larvicultura.
Breno Portilho de Sousa Maia
Palavras-chave: Aquicultura; Garoupas; Cientometria; Brasil.
Alex da Silva Lobão de Souza
[email protected]
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA,
Abaetetuba, PA, Brasil.
Raimundo Aderson Lobão de
Souza
[email protected]
Universidade Federal do Pará –
UFPA, Bragança, PA, Brasil.
Marcos Ferreira Brabo
[email protected]
Universidade Federal do Pará –
UFPA, Bragança, PA, Brasil.
Alan Dias Pragana
[email protected]
Secretária de Estado de
desenvolvimento Agropecuário e
da Pesca - SEDAP, Belém, PA, Brasil.
Viviana Lisboa
[email protected]
Fundação Cearense de
Desenvolvimento Científico e
Tecnológico - FUNCAP, Fortaleza,
CE, Brasil.
PROPPI / DOT
DOI: 10.20985/1980-5160.2023.v18n3.1891
Revista S&G
Volume 18, Número 3, 2023, pp. 262-269
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INTRODUÇÃO
Os serranídeos (família Serranidae, subfamília Epinephelinae) compreendem 159 espécies distribuídas em 15 gêneros
(Heemstra e Randall, 1993). São amplamente distribuídos
nas regiões tropicais e águas costeiras subtropicais. Denominados genericamente por meros, chernes, garoupas e badejos, geralmente apresentam rápido crescimento e resistência ao manejo, sendo indicados para sistemas de criação
intensivos. Além disso, possuem excelentes características
para processamento pós-colheita, agregando mais valor ao
produto final (Randall, 1987; Kohno et al., 1990; Heemstra,
1991; Heemstra e Randall, 1993; APEC/SEAFDEC, 2001).
O Epinephelus marginatus (Lowe, 1834) tem sido amplamente estudado do ponto de vista científico. Há muitas
abordagens científicas para a compreensão da biologia,
ecologia e comportamento desta espécie. Entre as abordagens mais utilizadas está o estudo da biologia reprodutiva,
incluindo a maturação sexual, desova, fecundidade e fertilização, além de análises de dietas e de comportamentos alimentares (Chua e Teng, 1977; Chen e Chen, 1987; Chauvet,
1988; Tseng e Ho, 1988; Yen, 1988; Yen e Lim, 1988b; Skaramuca et al., 1989; Castello et al., 1992; Leong, 1993; Ruangpanit e Yashiro, 1995; Spedicato et al., 1995; Chao e Chow,
1996; Gracia, 1996; Zabala et al., 1997a; Zabala et al., 1997b;
Glamuzina et al., 1998a; Glamuzina et al., 1998b; Glamuzina et al., 1998c). Segundo Main e Rosenfeld (1995), grande
parte dos estudos desenvolvidos com serranídeos são sob o
ponto de vista biológico, e não de cultivo.
As garoupas podem ter diferentes taxas de crescimento,
dependendo das condições ambientais de seu habitat. A garoupa selvagem atinge 400 g em aproximadamente 2 anos
(Manooch e Haimovici, 1978; Bruslé, 1985; Salazar e Sanchez, 1992). Devido a esse fato, o crescimento de garoupas
selvagens pode ser considerado lento para fins de aquicultura, porém, as condições de cultivo e o manejo correto dos
parâmetros físicos, juntamente com o conhecimento das
necessidades nutricionais podem ser a chave para obter um
crescimento mais rápido.
O seu cultivo se iniciou pela Ásia, mais precisamente nos
países de Cingapura, Malásia, Hong Kong, Tailândia e Taiwan
no início dos anos de 1970, onde o cultivo tem sido realizado em tanques-rede de pequeno e médio porte que variam
entre 8m3 e 18m3, normalmente em regiões costeiras abrigadas, em áreas onde existem vilas de pescadores, sendo
tradicionalmente realizada por pequenos e médios produtores (APEC/SEAFDEC, 2001).
No Brasil o cultivo da espécie Epinephelus marginatus
tem sido impulsionada por vários fatores, como a redução
da sua oferta por meio de pesca de captura e pela sua relevância econômica, sendo um peixe nobre e muito apreciado,
apresentando elevados preços de mercado. Outro fator que
merece destaque é que o Epinephelus marginatus é uma
espécie que está na lista de espécies ameaçadas de peixes
(Convenção de Berna, Anexo 3 — Protocolo para a Biodiversidade Mediterrânea), e que se encontra na Lista Vermelha
da União Internacional para a Conservação da Natureza e
Recursos Naturais desde 1995 (Marino et al., 2003). A Portaria do Ministério do Meio Ambiente nº 445/2014 (IBAMA,
2014), Brasil, proíbe a pesca da garoupa por estar na lista
de espécies superexploradas de peixes marinhos ameaçados
(Rodrigues et al., 2009). De tal maneira, o cultivo de Epinephelus marginatus, além de ser apontado como um potencial candidato para protagonizar a piscicultura marinha no
Brasil, ainda se mostra uma alternativa promissora para proteger os estoques naturais desse peixe já ameaçado.
O presente estudo pretende fazer uma revisão e um levantamento dos principais estudos envolvendo o cultivo do Epinephelus marginatus, assim como uma análise das linhas de estudos das principais publicações dos últimos 20 anos no Brasil.
MÉTODO
No estudo cienciométrico, a presente pesquisa intencionou avaliar diversos tipos de produções acadêmicas (dissertações, teses, artigos e trabalhos publicados em anais de
eventos nacionais e internacionais) durante o período de
2002 a 2022. Assim, o levantamento bibliográfico foi realizado por meio da rede mundial de computadores (internet),
utilizando as bases de dados Science Direct, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Scholar. Para tanto,
os descritores utilizados foram “Cultivo de Epinephelus marginatus”, nos idiomas português, inglês e espanhol.
Para a seleção dos trabalhos foram considerados aqueles
que explanavam diretamente o tema relacionado e/ou palavras ligadas às etapas de manejo de cultivo no descritor no
título, resumo e/ou palavras-chave, nos três idiomas supracitados. Quanto aos critérios de exclusão, não foram considerados dossiês, notas científicas, artigos de revisão, capítulos de
livros e livros. Este último foi desconsiderado, principalmente,
por conta da dificuldade de acesso às versões impressas.
Após a seleção dos trabalhos que se enquadravam nos critérios pré-estabelecidos, realizou-se uma triagem com a intenção de excluir materiais repetidos. Das produções acadêmicas e pesquisas levantadas, foram analisadas as seguintes
informações: a) tipo de produção; b) região a que pertence o
local pesquisado; c) instituição acadêmico-científico e a região
onde está situada (considerando o vínculo do primeiro autor
do manuscrito); d) ano de publicação; e) número de citações
de cada trabalho listado, utilizando a opção “citado por” do
Google Scholar; f) revistas científicas; g) tipo de acesso do manuscrito ao público (aberto ou fechado); h) áreas de pesquisa.
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Os dados quantitativos foram analisados descritivamente, sendo representados em forma de quadros, gráficos e
tabelas. Para as perspectivas do estudo, as informações da
literatura foram analisadas qualitativamente para gerar um
marco teórico relacionado às futuras abordagens acadêmicas, científicas e políticas neste campo de pesquisa.
RESULTADOS
Quanto à instituição acadêmico-científico e região em
que foi gerada a publicação
Durante o período de 2002 a 2022 foram analisadas 20
produções acadêmico-científicas nacionais, sendo 02 notas
curtas, 01 resumo, 03 dissertações de mestrado, 04 teses
de doutorado e 10 artigos científicos. No cenário analisado com base na Figura 1, verificou-se que os estudos nesta
abordagem ainda são pouco expressivos em número, sendo
que a região Sudeste do Brasil recebeu maior atenção das
instituições de pesquisa (6) e foi aquela com maior número
de produções bibliográficas, 13, com destaque para o Instituto de Pesca, com 07 produções, o estado de São Paulo
concentrou todas as instituições de pesquisa voltadas à área
de cultivo de E. marginatus da região. Na região Norte do
país, 3 instituições tiveram publicações sobre o tema do estudo, havendo, inclusive, uma parceria internacional (IFAM
x Universidade de Messina – Itália). Já a região sul do país,
apenas a Universidade Federal de Santa Catarina teve publicações relacionadas ao cultivo de E. marginatus (Quadro
1). Apesar do grande potencial costeiro e grande número de
instituições de pesquisa, a região nordeste não apresentou −
até esse presente estudo − produções publicadas acerca do
cultivo de E. marginatus
Quanto ao período de publicação
Durante o período estipulado, verificou-se que a distribuição temporal (em anos) dos manuscritos encontrados
sobre a temática foi esparsa, com predominância na primeira década do período, na qual 11 manuscritos foram
realizados, destacando-se o ano de 2008, com quatro trabalhos, enquanto nos demais anos foram encontrados de
um a dois trabalhos (Figura 2). Sobre isso, infere-se que as
pesquisas possuem algumas circunstâncias que podem ser
consideradas essenciais para a geração do conhecimento
pretendido, o que pode influenciar o número de publicações no decorrer dos anos, como é o caso do tempo despedido para o desenvolvimento de tais estudos (Zago, 2018),
incluindo a publicação dessas pesquisas em periódicos
científicos.
Figura 2. Distribuição do número de publicações sobre Cultivo de
Epinephelus marginatus no Brasil no período de 2002 a 2022
Fonte: Autores.
Quanto ao número de citações de cada trabalho
Dentre as citações, os artigos foram os mais citados, possivelmente por este tipo de produção possuir maior credibilidade quando comparado a TCC, dissertação, tese e trabalho publicado em anais de evento (Tabela 1).
Os trabalhos de Sanches et al. (2006) e Roumbedakis et
al. (2013) foram os que tiveram maior número de citações
(35 e 24, respectivamente), já os demais oscilaram de nenhuma a pouco menos de duas dezenas de citações, conforme observado ainda na Tabela 1.
Figura 1. Distribuição de publicações por região do Brasil, onde
foram realizadas pesquisas referentes ao cultivo de E. marginatus
no período 2002 a 2022
Fonte: Autores.
É válido reafirmar que todas as publicações analisadas
tinham acesso aberto ao público. Neste contexto, destacamos que o trabalho mais citado (Sanches et al., 2006)
foi o pioneiro no país, abrindo assim uma série de possibilidades e de questionamentos para posteriores estudos
no Brasil
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Quadro 1. Relação das instituições acadêmico-científicas, suas respectivas regiões brasileiras e a correspondente produção publicada
sobre o cultivo de E. marginatus durante o período de 2002 a 2022.
Nome da Instituição
Região
Trabalhos publicados
Universidade de São Paulo – USP
Sanches et al., 2006; Sanches et al., 2007;
Sanches, 2008a;
Sanches, 2008b;
Sanches et al., 2008;
Sanches et al., 2014;
Silva et al., 2018
Coelho, 2021; Garcia, 2012
Universidade Estadual Paulista -UNESP
Rodrigues Filho, 2016; Engrácia Filho et al., 2018
Sudeste
Instituto de Pesca
Mota et al., 2018
Universidade Federal de Lavras - UFLA
Tarôco, 2021
Ramos, 2011; Souza, 2012; Roumbedakis et al., 2013
Sul
Kerber et al., 2012
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Norte
Redemar Alevinos Inc,
Universidade de Mogi das Cruzes - UMC
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Amazonas - IFAM
Universidade Federal do Pará - UFPA
Ramos et al., 2012
Embrapa Pesca e Aquicultura
Soares et al., 2022
Aride et al., 2021
Fonte: Autores.
Tabela 1. Relação das publicações encontradas sobre o cultivo de Epinephelus marginatus no Brasil durante o período de 2002 a 2022,
sendo categorizada em tipo de produção, número de citações e título do periódico de publicação
Tipo de Produção
Trabalhos encontrados
Número de citações
Título do Periódico
Resumo
Mota et al., 2018
0
Revista Científica UMC
Nota Curta
Sanches et al., 2007
12
Atlântica
Dissertação
Ramos, 2011
0
-
Dissertação
Sanches, 2008b
0
-
Dissertação
Souza, 2012
1
-
Tese
Coelho, 2021
0
-
Tese
Rodrigues Filho, 2016
0
-
Tese
Garcia, 2012
0
-
Tese
Torôco, 2021
0
-
Artigo
Sanches et al., 2006
35
Informações Econômicas
Artigo
Kerber et al., 2012
17
Journal of Agricultural Science and Technology
Nota curta
Aride et al., 2021
4
Fishes
Artigo
Sanches, 2008a
17
Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária
Artigo
Ramos et al., 2012
12
Boletim do Instituto de Pesca
Artigo
Sanches et al., 2014
14
Boletim do Instituto de Pesca
Artigo
Roumbedakis et al., 2013
24
Brazilian Journal of Biology
Artigo
Sanches et al., 2008
15
Artigo
Silva et al., 2018
2
Artigo
Engrácia Filho et al., 2018
2
Boletim do Instituto de Pesca
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia
Artigo
Soares et al., 2022
0
Fonte: Autores.
Research, Society and Development
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Quanto à composição de autoria e principais palavraschave
Relacionado à composição de autoria dos trabalhos, verificou-se de 1 a 8 autores nos artigos, diferentemente do que
ocorreu em dissertações e teses, nas quais predominam tipicamente um autor (Tabela 2). Já o artigo exige normalmente um número maior de autores, porque, geralmente, além
do autor principal, existe a colaboração de orientador(es) e
membros de um grupo de pesquisa, entre outros. Dentre as
produções analisadas, apenas um (1) trabalho apresentou
apenas um autor em uma análise de contagem direta (contribuição apenas dos autores principais); este é chamado de
produtor transeunte, ou seja, é aquele autor que publica
ao ano de uma a duas vezes sobre a temática analisada, de
acordo com a ótica da Cienciometria (Urbizagastegui, 2009).
Sobre isso, pode-se inferir que, embora um pequeno núcleo
de autores tenha colaborado nesta linha de pesquisa, estes,
predominantemente, são iniciantes no assunto (Alvarado,
2009). Dentre todas as produções analisadas, um (1) trabalho apresentou 13 autores, que foi uma comunicação curta
que, sob análise, pode ser ocasionado pelo grande número
de discentes de graduação envolvidos na autoria.
Quanto às áreas pesquisadas
As publicações foram a analisadas e divididas em 6 grupos
de acordo com o tipo de pesquisa relacionada dentro do cultivo de E. marginatus, sendo eles: Economia, crescimento,
enfermidades, reprodução e larvicultura, genética e outros
(Figura 3). Os grupos que apresentaram maior representatividade foram o de crescimento e reprodução e larvicultura,
com 30% das publicações cada, seguido de enfermidades,
com 20%, e genética, com 10%
Figura 3. Classificação por áreas de pesquisa das publicações
sobre Cultivo de Epinephelus marginatus no Brasil no período de
2002 a 2022.
Fonte: Autores.
Perspectivas dos estudos relacionados ao cultivo de
Epinephelus marginatus no Brasil
Entre as principais perspectivas sobre o cultivo de Epinephelus marginatus no Brasil, destacam-se os estudos direcionados às áreas de nutrição, reprodução e larvicultura.
Apesar de ser uma espécie nova para o cartel das espécies
aquícolas brasileiras e com pacote tecnológico de cultivo
ainda sob formação, as experiências de cultivo Brasil afora
se mostraram bastante promissoras (Manooch e Haimovici,
1978; Bruslé, 1985; Salazar e Sanchez, 1992; APEC/SEAFDEC,
2001), sem mencionar sua ocorrência natural, que se estende por praticamente desde toda a costa brasileira até a Patagônia Argentina (Figueiredo e Menezes, 1980; Irigoyen et
al., 2005; Condini et al., 2013).
No Norte do Brasil existem relatos de ocorrência da Epinephelus marginatus durante o período de estiagem amazônica, quando a salinidade aumenta nas águas estuarinas,
o que já se mostra como motivo para estudos de cultivo da
espécie em águas amazônicas. É válido frisar que o Epinephelus marginatus é uma espécie que se encontra na lista
vermelha de animais ameaçados da União Internacional
Tabela 2. Composição da autoria de cada tipo de produção sobre cultivo de Epinephelus marginatus no Brasil durante o período de
2002 a 2022
Artigo
Nota Curta
Resumo
Dissertação
Tese
1 Autor
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-
-
3
3
2 Autores
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-
-
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4 Autores
2
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-
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para a Conservação da Natureza e Recursos Naturais desde
1995 (Marino et al., 2003). Seu incentivo ao cultivo − muito
mais do que estimular a produção da piscicultura marinha
− no país é uma forma de amenizar esses impactos em populações naturais. Assim, a criação da garoupa-verdadeira
precisa ser impulsionada pela própria redução da oferta da
pesca de captura e pela sua relevância econômica, uma vez
que é considerada um peixe nobre e muito apreciado, apresentando elevados valores de mercado.
A piscicultura marinha brasileira ainda não teve papel de
destaque no cenário da aquicultura nacional, e pode ter na
Epinephelus marginatus seu grande protagonista para esse
papel. Nesse sentido, se fazem necessárias mais pesquisas
voltadas ao desenvolvimento de técnicas de cultivo eficazes,
assim como informações mais apuradas sobre nutrição, reprodução e alevinagem.
CONCLUSÃO
Poucos foram os trabalhos desenvolvidos e divulgados
na internet sobre o cultivo de Epinephelus marginatus no
Brasil durante o período de 2002 a 2022. Aqueles encontrados tiveram frequência de publicação bastante esparsa
no período de busca, variando de resumos publicados em
anais de eventos a teses. Os artigos foram os mais publicados e citados por outros autores, talvez em virtude do maior
grau de credibilidade científica e acesso livre ao manuscrito.
Em geral, as pesquisas se concentraram principalmente na
primeira década do século XXI, com foco na região Sudeste, reafirmando-a como grande polo de informações sobre
o cultivo de E. marginatus. No entanto, regiões do sul e do
norte do país apareceram com produções sobre o assunto.
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Recebido: 18 jul. 2023
Aprovado: 20 nov. 2023
DOI: 10.20985/1980-5160.2023.v18n3.1891
Como citar: Matias, J.F.N., Souza, A.S.L., Souza, R.A.L., Maia, B.P.S., Brabo, M.F., Pragana, A.D., Lisboa, V.
(2023). O cultivo de Epinephelus marginatus (Iowe, 1834) no Brasil: uma abordagem cienciométrica e
perspectivas de estudo. Revista S&G 18, 3. https://revistasg.emnuvens.com.br/sg/article/view/1891
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