Volumе 21, N°01, Dez. 2021, ISSN 1984-3879
Dossiê Inclusão e Diversidade no Ensino Superior
ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO DO TIPO CRIATIVA:
UM RELATO DE TRIAGEM NO ENSINO SUPERIOR
HIGH ABILITIES OR GIFTEDNESS OF THE CREATIVE TYPE: A
REPORT OF SCREENING IN HIGHER EDUCATION
ALTAS HABILIDADES O DOTACIONES DE TIPO CREATIVO: UN
INFORME DE TAMIZAJE EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR
Tatiana de Cassia Nakano1
Júlia Reis Negreiros2
Isabella Wonsik Cano3
Giovanna Julia Fusaro4
Lais Rovina Batagin5
Resumo: O presente estudo relata os resultados de um processo de triagem de estudantes com
indicadores de altas habilidades/superdotação (AH/SD) na área criativa. Alunos que cursavam
o 5º semestre do curso de graduação em Psicologia, de uma instituição privada, em um total de
124 estudantes, com idades entre 19 e 39 anos (M=21,1 anos; DP=2,61), sendo 101 do sexo
feminino e 23 do masculino, participaram da pesquisa. Após a aplicação de um teste de
criatividade figural, composto por duas atividades respondidas sob a forma de desenhos, a
pontuação total de cada estudante foi calculada, bem como a média e desvio padrão da amostra.
A fim de identificar os estudantes que apresentavam indicadores de AH/SD criativa, adotou-se
o critério estabelecido na literatura, ou seja, pontuação correspondente a dois desvios padrão
acima da média. Cinco estudantes preencheram esse critério, 4% da amostra total. Um segundo
critério, desempenho de um desvio padrão acima da média, também foi aplicado, de modo que
mais 16 estudantes foram identificados com altas habilidades, além dos cinco já selecionados
anteriormente. Os resultados apontaram a presença de universitários com indicadores de AH/SD
na área criativa e que, até o presente momento, não haviam sido identificados ao longo de sua
trajetória escolar. A recomendação de busca por uma avaliação mais aprofundada será feita aos
estudantes, sugerindo-se que pesquisas voltadas à identificação de outros tipos de superdotação
possam ser conduzidas na instituição.
Palavras-chave: Criatividade. Universidade. Identificação. Avaliação.
Abstract: Our study examined the results of a screening process for students with giftedness
indicators (AH/SD) in the creative area. Participants were 124 students who attended the fifth
semester of the graduation course in Psychology at a private institution, aged 19 to 39 years
(M=21.1 years, SD=2.61), 101 females and 23 males. As a result of applying a figural creativity
test, which consisted of two activities answered through drawings, the total score of each student
was calculated. This was also the mean and standard deviation of the sample. To identify
1
Doutora em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas,
[email protected]
Doutoranda em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas,
[email protected]
3
Graduanda
em
Psicologia,
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Campinas,
[email protected]
4
Graduanda
em
Psicologia,
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Campinas,
[email protected]
5
Graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas,
[email protected]
As autoras agradecem ao CNPq, Capes, Fapic e Fapesp (processo 2021/06366-3).
2
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students displaying creative AH/SD, a criterion established in the literature was employed,
namely a score that corresponds to two standard deviations above the mean. This criterion was
met by five students, or 4% of the total sample. A second criterion, performance one standard
deviation above the mean, was also applied. This led to the identification of 16 additional
students as having high abilities, in addition to those previously identified. According to the
results, university students with giftedness indicators were identified in the creative area and
had not been recognized during their academic careers. Students will be advised to seek a more
detailed assessment, suggesting that further research can be conducted at the institution to
identify other types of giftedness.
Keywords: Creativity. College. Identification. Assessment.
Resumen: El presente estudio reporta los resultados de un proceso de selección de estudiantes
con indicadores de altas habilidades/superdotación (AH/SD) en el área creativa. Estudiantes que
cursaron el 5º semestre de la carrera de Psicología, de institución privada, en un total de 124
estudiantes, con edades entre 19 y 39 años (M=21,1 años; DE=2,61), de los cuales 101 del sexo
femenino y 23 del masculino, participó en la encuesta. Después de aplicar una prueba de
creatividad figurativa, que consta de dos actividades respondidas en forma de dibujos, se calculó
la puntuación total de cada estudiante, así como la media y la desviación estándar de la muestra.
Para identificar a los estudiantes que presentaban indicadores de HA/DS creativos, se adoptó el
criterio establecido en la literatura, o sea, un puntaje correspondiente a dos desviaciones estándar
por encima de la media. Cinco estudiantes cumplieron con este criterio, el 4% del total de la
muestra. También se aplicó un segundo criterio, desempeño de una desviación estándar por
encima de la media, por lo que se identificaron 16 estudiantes más con altas capacidades, además
de los cinco seleccionados previamente. Los resultados apuntaron para la presencia de
universitarios con indicadores AH/DS en el área creativa y que, hasta ahora, no habían sido
identificados a lo largo de su trayectoria escolar. Se hará la recomendación de buscar una
evaluación más profunda a los estudiantes, sugiriendo que en la institución se pueden realizar
investigaciones dirigidas a identificar otros tipos de superdotación.
Palabras clave: Creatividad, Universidad, Identificación, Evaluación.
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, alunos com altas habilidades ou superdotação (AH/SD) são aqueles que
apresentam um alto potencial, combinado ou isolado, nas áreas intelectual, acadêmica,
de liderança e psicomotricidade, além de manifestar uma elevada criatividade, um alto
envolvimento com a aprendizagem e com a realização de tarefas de seu interesse
(BRASIL, 2012). Essa concepção multidimensional tem guiado as políticas públicas
internacionais e as leis brasileiras, as quais reconhecem essa parcela da população como
parte da educação especial, com direito a receberem atendimento diferenciado para que
suas habilidades possam ser desenvolvidas (IORIO; CHAVES; ANACHE, 2016).
Segundo estimativas de Organização Mundial de Saúde, as altas habilidades ou
superdotação (AH/SD) se manifestam em cerca de 3 a 5% da população (PÉREZ, 2007).
Nessa temática, uma das discussões que vem ganhando espaço se refere à inclusão
desses alunos no ensino superior, a qual se mostra um desafio (MARQUES; GOMES,
2014). Isso porque, apesar de reconhecer a importância de que a identificação desses
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indivíduos ocorra o mais precocemente possível, desde os níveis pré-escolares
(DELOU, 2012), o que se vê, no Censo Escolar de 2019, é a presença de somente 0,18%
dos estudantes matriculados no ensino superior identificados com AH/SD. Esse número
confirma que os dados referentes a esses estudantes são subdimensionados no ensino
superior brasileiro (MATOS et al., 2021).
A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDBEN n. 9394/96 –
BRASIL, 1996), reconhece a existência de estudantes com AH/SD em todos os níveis
de ensino, incluindo o superior. Segundo a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva, essa modalidade educacional inclui estudantes que
apresentam deficiências, com transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação (BRASIL, 2008). Especialmente nas últimas décadas,
esforços vêm sendo feitos para a melhoria da área, embora o país ainda enfrente uma
série de desafios (WECHSLER; FLEITH; GOMEZ-ARIZAGA, 2017), incluindo o
número ainda reduzido de estudantes identificados e atendidos.
Assim, ao serem identificados, tais estudantes deveriam ser cadastrados no censo
do Ministério da Educação e receberem atendimento educacional especializado
(SHIMITE; SILVA; KOGA, 2021). No entanto, tal direito, previsto em Lei, contrasta
com a prática. De acordo com Abrão et al. (2019), o cadastro nacional dos estudantes
com AH/SD deveria ser usado como base para a execução de políticas públicas voltadas
ao desenvolvimento desse aluno sendo que, mais comumente, a identificação ocorre ao
longo da educação básica, sendo que a maior parte dos estudantes universitários nessa
condição ingressam no curso sem um diagnóstico e sem acesso a um atendimento
específico às suas necessidades (BASSO et al., 2020). É nesse nível educacional que a
pesquisa aqui apresentada se foca.
Diversas revisões de pesquisas sobre AH/SD confirmaram um número bastante
restrito de trabalhos desenvolvidos nesse nível educacional (MARTINS et al., 2016;
OLIVEIRA et al., 2020; PEDRO; MARTINS et al., 2016; PEDRO; OGEDA et al.,
2016). Mais comumente, quando a educação especial é investigada no ensino superior,
o foco das pesquisas (ARAUJO et al., 2016) e das práticas voltadas ao atendimento
(RECH; NEGRINI, 2019) se volta para os estudantes que apresentam deficiências.
Desse modo, se verifica que a escassez de programas de atendimento para estudantes
universitários com AH/SD no contexto brasileiro (PASIAN, 2021).
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Nesse sentido, o que se pode verificar é que quando se trata de superdotação em
estudantes universitários, raramente tal questão é discutida na literatura” (BASSO et al.,
2020). Isso porque, mais comumente a identificação ocorre em crianças e em níveis
educacionais anteriores, apesar do contexto universitário se constituir em uma
oportunidade de identificação para aqueles alunos não identificados anteriormente
(OLIVEIRA et al., 2020). Consequentemente, estudos voltados à identificação no
ensino superior não são frequentes, raramente sendo tal fenômeno investigado em
adultos (FREITAS; PÉREZ, 2010).
Se pensarmos as universidades como “lugares onde se produz o conhecimento
científico, logo seria natural que as universidades se interessassem pelas pesquisas com
sujeitos com altas habilidades e competências extraordinárias” (DELOU, 2012, p. 135).
Na prática, entretanto, pouca atenção vem sendo dada a essa parcela de estudantes, de
modo que se faz essencial que pesquisadores voltem seu olhar para a identificação e
acompanhamento desses universitários. Apesar de respaldada pelas políticas públicas
voltadas à inclusão, Delou (2013) ressalta que as universidades não foram preparadas
para acolher esse tipo de aluno, sendo que, no entanto, não se pode negar o compromisso
institucional a ser assumido, especialmente aqueles voltados à remoção de barreiras
advindas do desconhecimento sobre como atender aos interesses e necessidades desse
perfil de estudante.
Um exemplo dessa situação foi relatado por Basso et al. (2020). De acordo com
as autoras, na triagem dos estudantes ingressantes na universidade durante os anos de
2017 e 2018, 76 foram identificados e não tinham recebido nenhum tipo de identificação
e acompanhamento anteriormente. Também Matos et al. (2021) relatam que, ao
revisarem sites de instituições públicas de ensino superior, encontraram somente duas
que apresentam programas, núcleos ou laboratórios que atuam em ações de ensino,
pesquisa e extensão ligado às AH/SD, a saber, a Universidade Federal Fluminense e a
Universidade Federal do Paraná. A ausência de identificação tem gerado dificuldades
de acesso ao atendimento educacional especializado, garantido por lei e discutido a
seguir.
1.1 Políticas de inclusão e de direito ao atendimento educacional especializado
(AEE)
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As políticas públicas voltadas à inclusão dos alunos da educação especial se
encontram bem desenvolvidas no Brasil. Como exemplos, podemos citar a Política
Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva (BRASIL, 2008),
a qual assegura a inclusão dos alunos da educação especial em escolas regulares através
da adequação de currículos, métodos, técnicas e recursos para atendimento de suas
necessidades e a Lei 13.234/2015 (BRASIL, 2015), a qual determina a identificação,
cadastramento e atendimento dos alunos com AH/SD na educação básica e no ensino
superior, visando seu pleno desenvolvimento. Tais documentos explicitam a
possibilidade de classificação do aluno em qualquer série ou nível escolar, por meio de
promoção, progressão, aceleração dos estudos e compactação escolar (GONÇALVES;
STOLTZ, 2022).
Tais medidas visam conhecer os potenciais a fim de tais informações possam
servir de base para o oferecimento de atendimento educacional especializado e
individualizado, além de intervenções (DAI, 2020). Outros propósitos buscam
maximizar a participação do aluno na classe regular, potencializar suas habilidades
elevadas, expandir o acesso a recursos em sua área de interesse, devendo o AEE ser
desenvolvido considerando-se os interesses e habilidades do estudante superdotado de
modo a garantir a adequação curricular (PEREIRA, 2014). Os princípios do AEE
também incluem a organização de um currículo mais elaborado, complexo e profundo,
facilitar o desenvolvimento e aplicação de habilidades diversas, promover uma atitude
de busca pelo conhecimento, incentivar a aprendizagem e o autoconhecimento (GAMA,
2014). O atendimento em contraturno escolar também se mostra uma opção e pode
ocorrer, por exemplo, em salas de recursos, núcleos especializados de atendimento ou
participação em programas específicos para desenvolvimento de seus interesses e
atenção às suas necessidades emocionais e sociais (MANI, 2021).
É interessante pensar que, passados tantos anos da criação das políticas nacionais
de educação especial, incluindo possibilidades de criação de programas, projetos e
alternativas pedagógicas para atender a demanda desses estudantes, a realidade ainda
esbarra na dificuldade de identificação desse público (LIMA; MOREIRA, 2018).
Segundo as autoras, tal etapa se mostra essencial em todos os níveis sendo que, no
ensino superior, a identificação atua de modo a garantir que os estudantes deixem de ser
negligenciados e terem seu potencial desperdiçado.
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1.2 As políticas de inclusão e assistência de alunos com AH/SD no ensino superior
Com base nesses dados e na percepção da existência de políticas públicas que
garantam o atendimento educacional especializado também no ensino superior,
podemos ver que a problemática das AH/SD nesse nível educacional ainda se mostra
pouco investigada e com diversas possibilidades a serem exploradas. Segundo Pérez
(2003), ao ser identificado, o estudante universitário poderia ter acesso a propostas
voltadas ao desenvolvimento e aprimoramento de suas habilidades, saindo da
invisibilidade. Nesse sentido, mostra-se essencial a estruturação de serviços de
orientação acadêmica visando a identificação, apoio e promoção de desenvolvimento de
indivíduos superdotados dentre os estudantes universitários (MASCARENHAS;
BARCA, 2012). Especialmente em relação ao ensino superior, a Lei de Diretrizes e
Bases para a Educação Nacional (BRASIL, 1996) prevê.
que o aluno com extraordinário aproveitamento nos estudos, por meio
da realização de provas ou outros instrumentos de avaliação,
aplicados por uma banca de especialistas, poderá acelerar seus estudos
realizando o curso em menor tempo ou, em âmbito da pós-graduação,
obter o ingresso no curso de doutorado (SHIMITE et al., 2021, p. 84)
Outra possibilidade, apontada por Delou (2012), envolve o aproveitamento dos
potenciais elevados nos programas de iniciação científica, os quais podem auxiliar no
fornecimento de boas perspectivas para esses alunos. Além disso, a autora destaca outras
possibilidades, envolvendo o oferecimento de atividades de enriquecimento escolar, de
participação em atividades de pesquisa, ensino e extensão, programas voltados ao
desenvolvimento de vocações científicas. A aceleração dos estudos através da
abreviação da duração dos cursos também se mostra uma possibilidade prevista nas leis
brasileiras, apesar de não haver nenhuma orientação acerca dessa prática em cursos de
pós-graduação (RANGNI; KOGA, 2019).
É importante esclarecer que um dos primeiros passos envolve a identificação
desses alunos visto que, somente após essa etapa se torna possível pensar em propostas
e programas para seu atendimento, que possibilitem seu desenvolvimento, evitando
possíveis problemas de desajustamento, baixo interesse pelo curso ou falta de motivação
(PASIAN, 2021). Entretanto, como não existe um único perfil de superdotado, o qual
será determinado pela área em que o alto potencial se faz presente, seu grau, se a
superdotação se apresenta de forma isolada ou combinada, a literatura tem recomendado
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a utilização de diferentes métodos e técnicas, incluindo entrevistas, observação, análise
de produtos, rendimento acadêmico e testes psicológicos (ALENCAR; FLEITH, 2006).
No estudo aqui apresentado, o modelo teórico tomado como base é o mesmo adotado
nas políticas públicas Brasileiras: o modelo teórico de Renzulli.
Através da Teoria dos Três Anéis, ressalta que a superdotação é o resultado da
interação de três fatores, sendo eles: habilidade acima da média, compromisso com a
tarefa, e criatividade (RENZULLI, 2018). O primeiro fator, habilidade acima da média,
e incluiu tanto a presença de habilidades gerais, como o raciocínio numérico, quanto
específicas, como as composições musicais. O segundo fator, compromisso com a
tarefa, representa a motivação, perseverança e dedicação à uma tarefa. Por fim, o fator
da criatividade engloba a curiosidade, a inovação e o interesse em desafios
(RENZULLI, 2012).
A pesquisa aqui relatada focou-se na identificação de um tipo específico de
AH/SD, aquela em que um alto nível de criatividade se faz presente. Desse modo, apesar
de presente como característica em diversos perfis de superdotação, a criatividade
elevada predomina nos indivíduos que apresentam o tipo de superdotação produtivocriativa (REIS et al., 2020).
No modelo de Renzulli, tomado como base para a elaboração das políticas
públicas brasileiras, esse tipo é chamado de superdotação criativo-produtiva,
caracterizando-se pelo desenvolvimento soluções e produtos originais (RENZULLI,
2004). Nesse tipo de superdotação a pessoa é levada a utilizar seu pensamento para
produzir novas ideias, apresentando interesse de realizar atividades que apresentam
relevância pessoal, ou seja, o que faz sentido, o que as interessam e aguça sua
curiosidade (SHIMITE et al., 2021). Sabatella (2008) apresenta outras características,
tais como capacidade de resolver problemas de forma diferente, facilidade de
autoexpressão, fluência e flexibilidade de ideias.
A criatividade tem sido definida, nas concepções mais atuais, como a interação
entre aptidão, processo e ambiente, por meio da qual um indivíduo gera um produto que
é percebido como novo e útil, dentro de um contexto social (PLUCKER; BEGHETTO;
DAW, 2004). Ao considerar essa característica como uma das possíveis áreas de
manifestação das AH/SD, estamos nos baseando na ideia ampliada desse fenômeno
(ANGELA; CATERINA, 2020), contribuindo ainda para que a associação exclusiva da
superdotação à um único tipo, no caso, presença de uma alta habilidade relacionada à
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área intelectual ou acadêmica seja revista. Isso porque, mostra-se um desafio a inclusão
da criatividade nos processos de identificação das AH/SD (RIGDLEY; RUBENSTEIN;
FINCH, 2020).
Diante do exposto, o presente estudo visou realizar uma triagem de estudantes
universitários do curso de Psicologia de uma instituição particular localizada no interior
do Estado de São Paulo, visando identificar aqueles que apresentavam sinais indicadores
de AH/SD do tipo criativa.
2. MÉTODO
Alunos que cursavam o 5º semestre de um curso de graduação em Psicologia de
uma instituição privada, em um total de 124 estudantes, com idades entre 19 e 39 anos
(M=21,1 anos; DP=2,61), sendo 101 do sexo feminino (81,5%) participaram da
pesquisa. A amostra respondeu a um teste de criatividade figural, composto por duas
atividades, nas quais são fornecidos estímulos incompletos, os quais devem ser
respondidos sob a forma de desenhos.
A avaliação de cada resposta é realizada em relação à treze características
criativas, as quais são posteriormente agrupadas, dando origem a quatro fatores (aspectos
cognitivos, aspectos emocionais, aspectos externos e enriquecimento de ideias), além
de uma pontuação total, resultante da soma dos fatores. Isoladamente, os fatores
permitem compreender melhor as características que se encontram melhor
desenvolvidas e aquelas que podem ser estimuladas. Já a pontuação total fornece uma
estimativa do potencial criativo do examinando.
Desse modo, a pontuação total de cada estudante foi calculada, bem como a média
e desvio padrão da amostra. Comumente o critério adotado para determinar se um
indivíduo apresenta potencial elevado a ponto de caracterizar uma superdotação é um
desempenho igual ou acima de 2 desvios padrões em testes padronizados. Tal critério
foi adotado no presente estudo.
3. RESULTADOS
A estimativa da estatística descritiva da amostra indicou que a pontuação média
na medida total do instrumento foi de 93,6 pontos e desvio padrão de 29,3 pontos. A
distribuição dos resultados da amostra pode ser visualizada na Figura 1.
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Figura 1. Distribuição da pontuação total no teste de criatividade.
Fonte: elaborado pelos autores (2022).
A fim de identificar os estudantes que apresentavam sinais indicadores de
superdotação criativa, adotou-se o critério estabelecido na literatura, no caso, uma
pontuação total de 152 pontos no teste (M + 2DP). Desse modo, cinco estudantes
preencheram esse critério, cerca de 4% da amostra total, o qual se encontra dentro do
intervalo estimado pela Organização Mundial de Saúde (3 a 5%). A média de idade dos
alunos é de 22,6 anos, sendo dois do gênero feminino e três do masculino.
Quadro 1: Perfil dos estudantes com indicadores de AH/SD criativa.
Pontuação Total
Idade
Sexo
170
21
F
179
23
M
161
23
M
159
23
M
158
20
F
Fonte: elaborado pelos autores (2022).
Como forma de melhor explorar os dados, um segundo critério foi aplicado,
envolvendo um resultado superior à média em 1 DP (M + 1 DP), de modo a caracterizar
uma alta habilidade. Ou seja, resultado igual ou superior a 123 pontos. Por meio desse
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procedimento, mais 16 estudantes foram identificados, além dos cinco já selecionados
pelo critério anterior. Dentre estes, a média de idade é de 21,8 anos, sendo 13 do gênero
feminino e 3 do masculino. A descrição do perfil dos estudantes é apresentada no
Quadro 2.
Quadro 2: Perfil dos estudantes com indicadores de alta habilidade criativa
Pontuação Total
Idade
Sexo
127
20
M
127
20
F
132
20
F
135
20
F
141
20
F
128
20
F
130
23
F
141
20
F
140
21
F
143
19
M
150
35
F
133
20
F
139
22
F
134
23
F
144
23
M
149
23
F
Fonte: elaborado pelos autores (2022)
Se considerarmos a idade dos dois grupos (M=22,6 anos; M=21,8 anos),
veremos que ela se aproxima da média de idade da amostra (M=21,1 anos), sendo
importante destacar a presença de uma estudante mais velha, de 35 anos, na segunda
amostra. Em relação ao gênero, vemos, na primeira amostra, predominância de
estudantes do gênero masculino (60,0%) e, na segunda, do gênero feminino (81,2%). É
importante destacar, no entanto, que o perfil dos alunos desse curso é
predominantemente feminino.
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4. DISCUSSÃO
Apesar da tendência histórica das AH/SD se marcar por um interesse mais intenso
na superdotação intelectual, ou seja, aquela em que um nível elevado de inteligência se
faz presente no indivíduo (STRICKER et al., 2019), outros aspectos, além dos
cognitivos, têm sido valorizados (JONES et al., 2016). Dentro desse modelo, a
criatividade tem recebido destaque, visto que tal construto vem contribuindo, de
maneira importante, para o olhar ampliado da AH/SD (ANGELA; CATERINA, 2020;
LUBART; BARBOT; BESANÇON, 2019; SORRENTINO, 2019). Foi dentro dessa
concepção que o presente estudo foi pensado de modo a realizar uma triagem de
potenciais elevados na área da criatividade no ensino superior.
Os resultados indicaram a presença de estudantes com sinais indicadores de altas
habilidades ou superdotação na área criativa e que, até o presente momento, não haviam
sido identificados ao longo de sua trajetória escolar. Tal situação confirma a revisão de
literatura realizada sobre a necessidade de maior investimento nesse nível educacional.
Desse modo, a percepção de Matos et al. (2021) expressa bem a situação atual:
É urgente que as universidades brasileiras criem núcleos e/ou
unidades de apoio educacional aos estudantes com altas
habilidades/superdotação, que colaborem na identificação desses
estudantes e de suas especificidades educacionais, assim como
incentivem a promoção de informação e formação, sobretudo, de seus
professores nesta área. A invisibilidade e a falta de políticas e práticas
educacionais destinadas a esses estudantes é uma forma de destituílos de seus direitos e necessitam serem revertidas por princípios
inclusivos (p. 211).
Preocupação semelhante é apresentada por Pasian (2021) ao afirmar a necessidade
de se investir em políticas e programas para que as universidades brasileiras sejam
preparadas para identificar, capacitar seus profissionais e, principalmente, saber atuar
de forma adequada junto aos alunos com AH/SD, desenvolvendo programas para esse
público específico. Dentre as sugestões elaboradas pela autora, podemos destacar:
aceleração curricular, oferecimento de disciplinas da pós-graduação para alunos
identificados que ainda se encontram na graduação, aceleração do aluno após avaliação
criteriosa de uma banca avaliadora, inclusive visualizando a possibilidade de ingresso
em mestrado e doutorado direto, prática comum em contextos internacionais, mas ainda
pouco difundida no Brasil.
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Especialmente em relação a superdotação criativa, Nakano et al. (2020) destacam
que, por desconhecimento, as características associadas a esse construto podem não ser
identificadas e estimuladas, dificultando a inclusão desses indivíduos em programas de
atendimento. Além disso, Pasian (2021) ressalta a importância da aplicação de
questionários e acompanhamento desses alunos, procedimentos que podem ajudar a
detectar problemas emocionais e comportamentais e encaminhamento a atendimento de
profissionais especializados, caso necessário.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A identificação da presença de estudantes no nível superior que não haviam sido
valorizados pelo potencial criativo elevado aponta para uma parcela de indivíduos que
deixam de receber atendimento especializado devido a ausência de procedimentos
voltados à identificação das altas habilidades/superdotação. Tal situação marca os
diferentes níveis educacionais brasileiros, apesar das políticas públicas existentes no
país em relação à educação especial. É no sentido de chamar a atenção para esse quadro
que o presente estudo, de caráter exploratório, foi conduzido.
Almeja-se que os resultados aqui apresentados possam encorajar a condução de
novas pesquisas na temática abordada, bem como chamar a atenção para as AH/SD no
ensino superior, ainda pouco enfocado pelos pesquisadores. Convém, no entanto,
indicar algumas limitações, as quais exigem cautela na generalização dos dados. A
primeira delas diz respeito à amostra, em número reduzido, limitada a um único curso
superior, em uma única instituição e de ensino privado. Em segundo lugar, deve ser
citada a identificação de um único tipo de superdotação, no caso, a relacionada a um
desempenho elevado em criatividade. Tais variáveis podem ter exercido influência nos
achados aqui relatados, de modo que pesquisas futuras são recomendadas, a fim de que
resultados mais amplos possam servir de base para a adoção de práticas regulares de
identificação e atendimento nas instituições de ensino superior. Especialmente, é
importante que um trabalho de esclarecimento seja feito junto aos docentes que atuam
nesse nível educacional, no sentido de familiarizá-los acerca dos principais indicadores
de AH/SD, a fim de que estes profissionais possam atuar como um primeiro filtro na
indicação de alunos para um processo de identificação. Somente assim os potenciais
poderão ser mais bem aproveitados, não só pelo indivíduo, mas, também, pelas
organizações e pelo país, limitando a perda de talentos para outros países.
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Para além dessa iniciativa, um trabalho institucional também se faz importante, a
fim de que as universidades possam planejar formas de atender a esse público em suas
necessidades especiais, visto que a maior parte delas tem se preocupado em oferecer
acessibilidade aos estudantes da educação especial, mas pensando somente nos que
apresentam algum tipo de deficiência ou limitação.
Perante essas recomendações e os resultados do estudo, as pesquisadoras
pretendem oferecer uma devolutiva a coordenação do curso, bem como aos alunos
identificados com indicadores, recomendando uma avaliação mais aprofundada, a qual
poderá confirmar ou não o quadro. Além disso, pretende-se utilizar procedimentos
semelhantes para identificar outros tipos de potenciais, podendo, inclusive, ampliar a
triagem para outros cursos caso haja interesse por parte da instituição.
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Submetido em: 01/12/2022
Aceitado em: 12/01/2023
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