INTENÇÃO DE COMPRA ONLINE NOS SENIORES
PORTUGUESES
Rita Margarida Rolin Pires
Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Gestão Empresarial
Orientadora:
Prof.ª Doutora Hélia Pereira, ISCTE Business School, Departamento de Marketing,
Operações e Gestão Geral
Coorientadora:
Prof.ª Doutora Maria de Fátima Salgueiro, ISCTE Business School, Departamento de
Métodos Quantitativos para a Economia e Gestão
outubro 2014
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Resumo
Com o aumento da população sénior em Portugal, a evolução exponencial da penetração
do uso da Internet no mundo e em Portugal e o aumento da familiaridade dos seniores
portugueses com as novas tecnologias, nomeadamente a Internet e o comércio eletrónico,
torna-se evidente a necessidade de conhecer melhor o segmento sénior enquanto utilizador
de Internet, qual a sua disponibilidade para efetuar compras nesse meio e que fatores
influenciam a sua intenção de o fazer.
Para o efeito realizou-se uma investigação quantitativa, através de um questionário online,
a uma amostra por conveniência de 154 seniores portugueses com acesso à Internet.
As análises efetuadas permitiram concluir que a amostra em estudo revelou bastante
familiaridade com a utilização da Internet assim como uma abertura relativamente às
compras online. Os resultados revelaram ainda que o nível de rendimento, o nível de
escolaridade, as características pessoais ligadas à inovação, o nível de experiência com a
Internet e a experiência de compra online anterior influenciam positivamente a intenção de
comprar pela Internet por parte da amostra de seniores em estudo, ao contrário do género e
da idade que demonstraram não influenciar essa intenção.
A investigação revelou ainda que a conveniência e o preço são os benefícios mais
valorizados quando os seniores compram pela Internet e que os riscos percebidos nesse
processo influenciam negativamente (embora não muito significativamente) a sua intenção
de compra online.
Palavras-chave: Segmento sénior; Internet; Comportamento do consumidor online; OSAM;
Intenção de compra online; Comércio eletrónico
JEL Classification System: M31 (Marketing); M37 (Advertising); D81 (Criteria for
Decision-Making under Risk and Uncertainty)
I
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Abstract
With the ageing of the Portuguese population, the exponential evolution of the worldwide
Internet penetration, and the increase of knowledge from Portuguese seniors about new
technologies, including the Internet and e-Commerce, it becomes evident the need to better
know the senior segment as Internet user, what it’s disponibility to buy online and which
fators influence them to buy in that media.
For this purpose we carried out a quantitative research through an online questionnaire to a
sample of 154 Portuguese seniors with Internet access.
The results of the analyses showed that the study sample revealed to be very familiar with
the use of the Internet and wide open to buy products online.
The results also revealed that the level of income, education level, personal characteristics
(related to innovation), Internet skills and the experience of previous online purchases
influence positively the intention of our study sample to purchase online. Gender and age
showed not to influence that intention.
The research also revealed that, to the study sample, convenience and price are the most
valued benefits of e-commerce. The perceived risks of the process influence (though not
very significantly) negatively their intention to buy online.
Key Words: Senior segment, Internet, Online consumer behavior; OSAM; Online shopping
intention, E-Commerce
JEL Classification System: M31 (Marketing); M37 (Advertising); D81 (Criteria for
Decision-Making under Risk and Uncertainty)
II
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Agradecimentos
Aos meus pais, pelo apoio incondicional em todos os meus objetivos académicos e de vida.
Sem eles teria sido tudo muito mais difícil.
Ao Nuno, por ter estado sempre comigo, nos bons e nos maus momentos, com todo o seu
amor, compreensão e disponibilidade.
À Professora Hélia Pereira pela sua orientação académica, disponibilidade e sobretudo
positivismo e boa-disposição, sempre.
À Professora Fátima Salgueiro pelo imensurável apoio na análise estatística, pela sua
disponibilidade, dedicação e rigor.
À Soraia e ao João, por estarem sempre presentes em todas as etapas da minha vida há
tantos anos, e esta não foi exceção.
A todos os que, de alguma forma, acompanharam este longo percurso até aqui,
nomeadamente à Lena, sempre disponível em horas de maior desânimo e a toda a família
FunnyHow? por toda a compreensão e preocupação.
Um agradecimento final a todos os amigos, colegas e familiares que participaram no
questionário e se prontificaram em divulgar o mesmo.
III
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Índice
Resumo .......................................................................................................................................... I
Abstract ....................................................................................................................................... II
Agradecimentos .........................................................................................................................III
Índice .......................................................................................................................................... IV
Índice de Gráficos. .................................................................................................................. VII
1. Introdução ................................................................................................................................ 1
2. Enquadramento ....................................................................................................................... 4
2.1 Aumento da esperança média de vida e da população acima dos 50 anos. .............................. 4
2.2 Aumento da Penetração do uso da Internet e compras online a nível Mundial e Nacional ..... 6
2.2.1. Internet no Mundo ............................................................................................................ 6
2.2.2. Internet em Portugal ......................................................................................................... 7
2.2.3 Compras online ................................................................................................................. 8
2.2.3.1. Compras online no Mundo ........................................................................................ 8
2.2.3.2. Compras online em Portugal ..................................................................................... 8
2.3. Aumento da familiaridade dos indivíduos com mais de 50 anos com as novas tecnologias,
nomeadamente a Internet. ............................................................................................................ 10
2.3.1 O Target Sénior Português .............................................................................................. 11
2.3.1.1. O Target Sénior português online ........................................................................... 11
3. Revisão de Literatura............................................................................................................ 13
3.1. O Marketing na Era Digital ................................................................................................... 13
3.1.2. O Sénior na Era Digital .................................................................................................. 14
3.1.3. O Consumidor Sénior na Era Digital ............................................................................. 14
3.1.3.1. Segmento Sénior ..................................................................................................... 15
3.2. Comportamento do Consumidor ........................................................................................... 16
3.2.1. Compras online .............................................................................................................. 17
3.2.2 Processo de decisão de compra: o contexto online ......................................................... 17
3.3. Modelos de comportamento do Consumidor Online............................................................. 19
3.3.1. Modelo de Adoção Tecnológica (TAM) ........................................................................ 20
3.3.2. Modelo de Aceitação de compras Online (OSAM) ....................................................... 20
3.4. Fatores que influencia a intenção de compra online ............................................................. 22
3.4.1. Características Demográficas ......................................................................................... 22
3.4.1.1. Género ..................................................................................................................... 22
3.4.1.2. Idade ........................................................................................................................ 23
3.4.1.3. Rendimento e Nível de Escolaridade ...................................................................... 24
IV
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
3.4.3. Experiência com a Internet ............................................................................................. 25
3.4.4. Crenças normativas ........................................................................................................ 25
3.4.5. Experiência de compras online....................................................................................... 26
3.4.6. Motivação para compra online ....................................................................................... 27
3.4.7. Benefícios percebidos .................................................................................................... 28
3.4.8. Riscos Percebidos ........................................................................................................... 28
4. Metodologia ........................................................................................................................... 30
4.1. Objetivos ............................................................................................................................... 30
4.2. Etapas da investigação .......................................................................................................... 30
4.3. Definição da População Alvo, Técnica de Amostragem e Amostra ..................................... 31
4.6. Recolha de dados ................................................................................................................... 34
4.7. Estrutura do Questionário...................................................................................................... 34
4.8. Sistematização das hipóteses de investigação ....................................................................... 35
4.9. Ferramentas e Técnicas de análise estatística Utilizadas ...................................................... 37
5. Apresentação e análise de resultados................................................................................... 38
5.1.Caracterização Sociodemográfica dos inquiridos .................................................................. 38
5.1.1. Género ............................................................................................................................ 38
5.1.3. Nível de Escolaridade e Rendimento Mensal Líquido ................................................... 39
5.1.4. Características Pessoais - Inovação ................................................................................ 40
5.2. Caracterização da utilização da Internet ................................................................................ 40
5.2.1. Tempo de Utilização da Internet .................................................................................... 41
5.2.2. Frequência de Utilização da Internet e Intenção de manter essa frequência .................. 41
5.2.3. Local de Acesso à Internet ............................................................................................. 42
5.2.4. Nível de Conhecimento .................................................................................................. 43
5.2.5. Utilização da Internet em vez de outras atividades .................................................... 43
5.3. Comércio Online ................................................................................................................... 45
5.3.1. Intenção de Comprar Online .......................................................................................... 46
5.3.2. Compra efetiva Online ................................................................................................... 46
5.3.3. Razões para não Comprar Online ................................................................................... 47
5.3.4. Regularidade das Compras Online ................................................................................. 48
5.3.5. Valor Gasto em Compras Online em 2013 .................................................................... 49
5.3.6. Tipo de produtos mais adquiridos Online ...................................................................... 49
5.3.7. Forma de Pagamento Online .......................................................................................... 50
5.3.8. Crenças Normativas em compras Online ....................................................................... 51
5.3.9. Benefícios Percebidos em Compras Online ................................................................... 52
5.3.10. Riscos Percebidos em Compras Online........................................................................ 54
V
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5.2 Validação das hipóteses de investigação ................................................................................ 56
5.2.1. Influência do género na intenção de compra online ....................................................... 56
5.2.2. Influência da idade na intenção de compra online ......................................................... 57
5.2.3. Influência do Rendimento e do Nível de Escolaridade na intenção de compra online .. 57
5.2.4. Influência da Personalidade (Inovação) na intenção de compra online ......................... 58
5.2.7. Influência da Experiência de compra online na intenção de repetição de compra online
.................................................................................................................................................. 62
5.2.8. Influência dos Benefícios Percebidos na intenção de repetição de compra online ........ 64
5.2.9. Influência dos Riscos Percebidos na intenção de repetição de compra online ............... 66
5.2.10 - Síntese de validação das hipóteses de investigação .................................................... 66
6. Principais Conclusões e Discussão dos resultados, Limitações e Recomendações .......... 69
6.1. Principais Conclusões e Discussão dos resultados ................................................................ 69
6.2. Principais Contribuições Teóricas e Práticas da Investigação .............................................. 75
6.3. Limitações da Investigação e Recomendações para Investigações Futuras .......................... 76
7. Bibliografia ............................................................................................................................ 78
8. Anexos .................................................................................................................................... 87
VI
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Índice de Gráficos:
Gráfico 1- Pirâmide Etária Portugal, 2012 (estimativa) e 2035 (projeções por cenários) .................. 5
Gráfico 2 – Crescimento dos utilizadores de Internet no Mundo 1995-2010 .................................... 6
Gráfico 3– Utilizadores Internet Portugal .......................................................................................... 7
Gráfico 4 – Penetração global de compradores online de 2011 a 2018 (Previsão) ............................ 8
Gráfico 5 – Portugueses que já compraram produtos e/ou serviços na Internet (%) .......................... 9
Gráfico 6 – Distribuição Idades dos Inquiridos................................................................................ 38
Gráfico 7 – Distribuição Níveis Escolaridade dos Inquiridos .......................................................... 39
Gráfico 8 – Distribuição Rendimento Mensal Líquido dos Inquiridos ............................................ 39
Gráfico 9 – Distribuição das Inovação dos Inquiridos ..................................................................... 40
Gráfico 10- Distribuição da Frequência de Utilização da Internet dos Inquiridos ........................... 41
Gráfico 11 – Distribuição da Intenção de Manter Utilização no ano seguinte dos Inquiridos ......... 42
Gráfico 12 – Distruibuição do Nível Conhecimento Internet dos Inquiridos .................................. 43
Gráfico 13 – Distribuição da Utilização da Internet em vez de outras atividades dos Inquiridos .... 44
Gráfico 14 - Finalidades de Utilização da Internet........................................................................... 45
Gráfico 15 – Distribuição da Intenção de Comprar Online dos Inquiridos ...................................... 46
Gráfico 16 – Distribuição da Compra efetiva Online dos Inquiridos ............................................... 47
Gráfico 17 – Distribuição da Regularidade das Compras Online dos Inquiridos ............................ 48
Gráfico 18 - Distribuição do Valor Gasto em Compras Online em 2013 dos Inquiridos ................ 49
Gráfico 19 – Distruibuição da Forma de Pagamento Online dos Inquiridos ................................... 51
Gráfico 20 – Distruibuição das Crenças Normativas em compras Online dos Inquiridos ............... 52
Gráfico 21 – Distribuição dos Benefícios Percebidos em Compras Online dos Inquiridos ............. 53
Gráfico 22 - Distribuição dos Riscos Percebidos em Compras Online dos Inquiridos .................... 55
Gráfico 23 - Intenção de Compra Online por escalão de Escolaridade ............................................ 58
Gráfico 24 – Relação entre o Score de adesão a novas tecnologias e intenção de compra online ... 59
Gráfico 25 - Relação entre o Score de Grau de Conhecimento da Internet e intenção de compra
online. ............................................................................................................................................... 60
Gráfico 26 - Intenção de Compra Online por nível de Frequência de Utilização da Internet .......... 61
Gráfico 27 - Intenção de Compra Online por nível de Regularidade com que faz Compras Online 63
Gráfico 28 - Intenção de Compra Online por nível de Valor gasto em compras online em 2013 ... 64
Índice de Quadros
Quadro 1 - População Portuguesa 2011 ............................................................................................. 5
Quadro 2 - Índice de Crescimento de Utilização da Internet por grupo etário ................................. 11
Quadro 3 - Estrutura do Questionário .............................................................................................. 34
Quadro 4 – Médias dos Pontos de Inovação dos Inquiridos ............................................................ 40
Quadro 5 – Distribuição dos Locais de Acesso à Internet dos Inquiridos........................................ 42
Quadro 6 - Distribuição das Razões para não Comprar Online dos Inquiridos ............................... 48
Quadro 7 – Distruibuição do Tipo de produtos mais adquiridos Online dos Inquiridos .................. 50
Quadro 8 – Médias dos pontos dos Benefícios Percebidos em Compras Online dos Inquiridos ..... 53
Quadro 9 - Médias dos pontos dos Benefícios Percebidos em Compras Online dos Inquiridos ..... 55
Índice de Figuras
Figura 1 - Modelo de Aceitação Tecnológica (TAM) ...................................................................... 20
Figura 2 - Modelo de Aceitação de Compras Online ....................................................................... 21
VII
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Anexo 2: Índice de Gráficos
Gráfico A. 1. - Distruibuição do Género dos Inquiridos .................................................................. 96
Gráfico A. 2. - Distribuição do Tempo de Utilização da Internet .................................................... 96
Gráfico A. 3. - “Benefícios Percebidos” – número de dimensões a reter na análise em componentes
principais ........................................................................................................................................ 102
Gráfico A. 4. - “Riscos Percebidos” – número de dimensões a reter na análise em componentes
principais ........................................................................................................................................ 104
Anexo 2: Índice de Quadros
Quadro A. 1. - Influência do Género na Intenção de Compra Online .............................................. 96
Quadro A. 2. - Correlação entre a Idade e a Intenção de Compra Online ........................................ 97
Quadro A. 3 - Influência do Rendimento na Intenção de Compra Online ....................................... 97
Quadro A. 4. - Intenção de Compra Online por escalão de Rendimento ......................................... 97
Quadro A. 5. - Influência da Escolaridade na Intenção de Compra Online ..................................... 97
Quadro A. 6. - Intenção de Compra Online por escalão de Escolaridade ........................................ 98
Quadro A. 7 - Fiabilidade da escala de “Inovação” ......................................................................... 98
Quadro A. 8. - Correlação entre a Inovação e a Intenção de Compra Online .................................. 98
Quadro A. 9. - Fiabilidade da escala de “Experiência com a Internet” ............................................ 98
Quadro A. 10. - Correlação entre o Nível de Conhecimento da Internet e a Intenção de Compra
Online ............................................................................................................................................... 98
Quadro A. 11. - Influência da Frequência de Utilização da Internet na Intenção de Compra Online
.......................................................................................................................................................... 99
Quadro A. 12. - Intenção de Compra Online por nível de Frequência de Utilização da Internet .... 99
Quadro A. 13 - Correlação entre as Crenças Normativas e a Intenção de repetição de Compra
Online ............................................................................................................................................... 99
Quadro A. 14 - Influência da Regularidade de compra Online na Intenção de repetição de Compra
Online ............................................................................................................................................. 100
Quadro A. 15. - Intenção de Compra Online por escalão de Regularidade de compra Online ...... 100
Quadro A. 16. - Influência do Valor Gasto em 2013 em compras Online na Intenção de repetição
de Compra Online .......................................................................................................................... 100
Quadro A. 17. - Intenção de Compra Online por escalão de Valor gasto em 2013 em Compras
Online ............................................................................................................................................. 100
Quadro A. 18 - Índice de avaliação para aplicação da análise fatorial à variável “Benefícios
Percebidos” .................................................................................................................................... 101
Quadro A. 19. - “Benefícios Percebidos” - Variância Total Explicada por dimensão ................... 101
Quadro A. 20. - “Benefícios Percebidos” - Itens por dimensão ..................................................... 102
Quadro A. 21. - Total de variância da Intenção de Compra Online explicada pelas 5 dimensões de
Benefícios Percebidos .................................................................................................................... 103
Quadro A. 22. - Estimativas obtidas no modelo de regressão linear explicativo da Intenção de
Compra Online como função dos Benefícios Percebidos .............................................................. 103
Quadro A. 23 - Índice de adequabilidade da aplicação da análise em componentes principais às
variáveis “Riscos Percebidos” ........................................................................................................ 103
Quadro A. 24. - “Riscos Percebidos” - Variância Total Explicada por dimensão ......................... 104
Quadro A. 25. - “Riscos Percebidos” - Itens por dimensão ........................................................... 105
Quadro A. 26. - Estimativas obtidas no modelo de regressão linear explicativo da Intenção de
Compra Online como função dos Riscos Percebidos ..................................................................... 105
VIII
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
1. Introdução
Esta dissertação de mestrado tem como tema principal o comportamento de compra online
em indivíduos portugueses com mais de 50 anos. O principal objetivo é caracterizar a
presença online deste target nomeadamente identificar os principais fatores que
influenciam a sua intenção de compra na Internet.
O tema escolhido assenta em três factos verificados na atualidade:
1. Aumento da esperança média de vida e da população acima dos 50 anos.
2. Aumento da penetração do uso da Internet a nível Mundial e Nacional.
3. Aumento da familiaridade dos indivíduos com mais de 50 anos com as novas
tecnologias, nomeadamente a Internet e o Comércio online, numa realidade que os
apelida, em muitos casos, de imigrantes digitais.
A importância da análise de um segmento de mercado em particular e o estudo da sua
presença e relação com a Internet está relacionado com uma nova abordagem interacionista
(Gloria et al., 2013) ao estudo do marketing digital. Antes do boom tecnológico no início
do século XXI a necessidade de personalizar a comunicação com cada segmento ou
consumidor na Internet não era uma prioridade (Kim et al.2001), sendo, aliás a
comunicação online com os consumidores altamente estandardizada (Barnes, Fox e Morris,
2004). No entanto, sendo visível a crescente importância das vendas online, foi
reconhecida a necessidade de entender melhor o comportamento de compra de cada
segmento neste meio (Donthu e Garcia 1999) e, desta forma, tornar possível às empresas a
personalização da interação, otimizando a experiência de uso com cada segmento.
O sénior da atualidade apresenta diferenças significativas, do ponto de vista
comportamental, face a esta faixa etária no passado, sendo que neste segmento encontramse neste momento perfis muito diferentes e a segmentação por parte das marcas deve
atender a essas diferenças.
O presente estudo pretende contribuir para o conhecimento, neste campo, do target de
faixa etária acima dos 50 anos, target este com um papel cada vez mais influente,
numeroso e pertinente no mercado, podendo fornecer dados que darão a conhecer que
estímulos poderão ser promovidos para que o processo de compra online seja estimulado
ou otimizado (no caso de já fazer compras online).
1
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Desta forma este estudo tem relevância para todas as empresas que disponham de “lojas”
online e queiram otimizar as suas vendas ou desenvolver estratégias para atingir este target
tão particular.
Consideram-se assim os seguintes objetivos de investigação para o presente estudo:
Aumentar o conhecimento do target sénior identificandi-o como um relevante
segmento de mercado;
Caracterizar e compreender o comportamento online em indivíduos seniores,
nomeadamente a sua experiência com a Internet e as principais motivações que os
levam a estar online;
Identificar e caracterizar as determinantes de intenção de compra online em
indivíduos seniores.
Partindo dos objetivos de investigação supracitados, a questão fundamental a que esta tese
pretende então responder é: Que fatores influenciam a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos?
Para responder aos objetivos de investigação e à questão fundamental serão testadas 10
hipóteses que serão enumeradas no final do capítulo de Revisão de Literatura.
O presente estudo é constituído por 7 capítulos, dos quais se faz em seguida um breve
resumo:
Capítulo 1 - Introdução - Introduz o tema em análise, expõe a pertinência do mesmo na
atualidade, os objetivos de investigação e a questão fundamental a ser respondida nesta
tese
Capítulo 2 – Enquadramento – Faz um enquadramento da atualidade relativamente ao
target sénior, à Internet e ao Comércio Online. Serão enumerados os três principais fatores
que justificam a pertinência desta investigação apresentando estatísticas representativas.
Serão abordados conceitos sobretudo demográficos e comportamentais relacionados com o
target sénior e o meio digital.
Capítulo 3 - Revisão de Literatura - Apresenta o estado da arte apoiando-se num
conjunto de artigos científicos, monografias e outros contributos teóricos relacionados com
o tema em análise. Faz o enquadramento científico do tema, abordando conceitos como
Era Digital, Segmento Sénior e Caracterização e Fatores de influência do consumo online.
2
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Por fim apresenta as hipóteses em estudo e o modelo de investigação a ser utilizado
decorrentes da revisão de literatura.
Capítulo 4 – Metodologia - Descreve a metodologia adotada na investigação e apresenta
as ferramentas utilizadas com vista à recolha de dados para posterior teste às hipóteses de
investigação.
Capítulo 5 – Apresentação e Análise de Resultados - Apresenta os principais resultados
da investigação, fazendo uma análise descritiva das respostas dadas pelos inquiridos ao
questionário, incluindo a caracterização sociodemográfica da amostra e a caracterização do
comportamento dos indivíduos com mais de 50 anos no meio online. Termina com os
testes às hipóteses de investigação em estudo.
Capítulo 6 - Principais conclusões e Discussão dos resultados, Limitações e
Recomendações – O capítulo final enuncia as principais conclusões retiradas da análise
dos dados apresentados no capítulo 5, bem como as contribuições desta investigação para a
teoria e para a prática. Apresenta ainda as limitações encontradas na realização do projeto
de investigação, deixando pistas para investigações futuras.
3
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
2. Enquadramento
Os pontos que se seguem fazem um enquadramento da atualidade relativamente ao tema
em estudo. Serão enumerados os três principais fatores que justificam a pertinência desta
investigação apresentando estatísticas representativas. Serão abordados conceitos
sobretudo demográficos e comportamentais relacionados com o target sénior e o meio
digital.
2.1 Aumento da esperança média de vida e da população acima dos 50 anos.
Enquanto que em geral, as taxas de natalidade têm vindo a decrescer na maioria dos países
desenvolvidos, com Portugal a apresentar em 2013 uma taxa de fertilidade de 1,511 (CIA
World Factbook, 2013), ou seja, abaixo da taxa de substituição aceitável 2de 2,1 (Yew,
2012), existe uma tendência contrastante em termos de esperança média de vida, que
continua a aumentar de ano para ano, sendo que em Portugal é de cerca de 79,78 anos
(INE, 2013).
Este fenómeno é explicado pelo modelo de transição demográfica. Este representa a
transição de altas para baixas taxas de natalidade e mortalidade à medida que um país se
desenvolve de um sistema económico pré-industrial para um industrializado (Coleman,
1992).
Em 2011, a população Portuguesa acima dos 50 anos representava já cerca de 38% do total
da população (INE, 2011). Analisando os dados dos censos de 2001 e 2011 (Quadro 1)
verifica-se que a população portuguesa com mais de 50 anos apresentou um aumento
representativo em 10 anos. Em 2011, este valor representava 4 044 816 indivíduos,
enquanto que em 2001 esse valor era de 3 458 377 indivíduos, ou seja, assistimos em 10
anos a um aumento de cerca de 17% nesta faixa etária da sociedade portuguesa, ao
contrário da população de crianças e jovens que apresentou um decréscimo de 5,8%. Desta
forma, a proporção de indivíduos com menos de 50 anos por cada indivíduo com mais de
50 anos diminuiu de 1,99 para 1,61, de 2001 para 2011.
1
A taxa de fertilidade é uma estimativa do número médio de filhos que uma mulher tem até ao final do seu
período reprodutivo. (Wikipédia)
2
Segundo Yew, uma média de 2,1 filhos por mulher é considerada a taxa de substituição aceitável de uma
população, sendo o total da taxa de fertilidade suficiente para sustentar os níveis populacionais. (Wikipédia)
4
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro 1 - População Portuguesa 2011
De 50 a
De 55 a
De 60 a
De 65 a
De 70 a
De 75 ou
54 anos
59 anos
64 anos
69 anos
74 anos
mais anos
6 517 362
722 360 677 651
634 741
551 701
496 438
961 925
3 237 387
346 248 322 095
298 546
253 004
220 461
368 859
Total +50
Total -50
Mulheres
4 044 816
Homens
1 809 213
Portugal
Homens e
Fonte: INE (2011)
Segundo o INE (2014), o índice de envelhecimento da população portuguesa continuará a
aumentar nos próximos 50 anos, sendo que a previsão para 2050 é que por essa altura as
gerações com mais de 50 anos representarão 40% a 50% da população total. No gráfico
seguinte são apresentadas projeções em 4 cenários possíveis até 2035, sendo que em todos
eles se observa uma população cada vez mais envelhecida.
Gráfico 1- Pirâmide Etária Portugal, 2012 (estimativa) e 2035 (projeções por
cenários)
Fonte: INE (2014)
5
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
2.2 Aumento da Penetração do uso da Internet e compras online a nível Mundial e
Nacional
2.2.1. Internet no Mundo
O número de utilizadores de Internet tem vindo a aumentar consideravelmente desde a sua
massificação em 1995, de 16 milhões de utilizadores (IDC, 2013) para 2,8 biliões de
utilizadores em 2013 (Internet World Stats, 2013), observando-se uma evolução na
penetração mundial de 0,4% para 38,8%.
Segundo a previsão apresentada pela CISCO (Cisco Visual Networking Index (VNI) Global
Forecast Update; 2012-2017), dentro de 3 anos o número de utilizadores chegará aos 3,6
biliões e o número total de dispositivos ligados à Internet será aproximadamente 3 vezes
maior que a população global em 2017. Haverá, portanto, 3 dispositivos conectados per
capita por essa altura.
Gráfico 2 – Crescimento dos utilizadores de Internet no Mundo 1995-2010
Fonte: Internetworldstats (2010)
6
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
2.2.2. Internet em Portugal
Segundo o Inquérito à utilização de tecnologia da informação e da comunicação nas
famílias (INE, 2012), em 2012, 62% das pessoas com idade entre 16 e 74 anos utilizavam
o computador e 60% a Internet, constituindo 1,1% do total da penetração na Europa
(Internet World Stats, 2013). Em 2014 são já 7,5 milhões os portugueses que utilizam a
Internet mas estima-se que o número cresça para 8,8 milhões até 2020 (ACEPI, 2014).
Os dados do Bareme Internet 2012 (Marktest) mostram ainda que a penetração de Internet
em Portugal é hoje dez vezes maior do que há 16 anos.
Portugal obteve em Junho de 2012 a 39ª posição da penetração no total dos 53 países
Europeus analisados (Internetwordstats.com, 2013).
O mesmo estudo refere que entre 2008 e 2012 estes níveis de utilização representavam um
crescimento médio anual de 8% na utilização de computador e 9% na utilização de
Internet.
Segundo a Marktest (2012), os utilizadores de Internet já são maioritários em Portugal. O
número de utilizadores de Internet em Portugal ultrapassou em 2009 o número dos que não
a utilizam, como é evidenciado no gráfico 3.
Gráfico 3– Utilizadores Internet Portugal
Fonte: Marktest (2012)
7
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
2.2.3 Compras online
2.2.3.1. Compras online no Mundo
Segundo o Portal Estatístico Statista (2014), em 2013, mais de 41,3% da população
mundial com acesso à Internet já a utilizava para fazer compras. O mesmo estudo prevê
que até 2018 a penetração aumente para os 47,3% (Gráfico 4).
Globalmente, mais de metade dos utilizadores de Internet fez pelo menos uma compra
online no último mês. Os produtos e serviços mais comprados pela Internet são os livros
(41%
comprados
nos
últimos
três
meses),
roupa/acessórios/sapatos
(36%),
vídeos/DVD/jogos (24%), bilhetes de avião (24%) e equipamentos eletrónicos (23%)
(Nielson 2008).
Gráfico 4 – Penetração global de compradores online de 2011 a 2018 (Previsão)
Fonte: Statista.com (2014)
2.2.3.2. Compras online em Portugal
Segundo a Marktest (2012), 80% dos portugueses utilizadores da Internet referem já ter
comprado online, ainda assim, os portugueses aparecem nos últimos lugares entre os países
Europeus, onde a Alemanha (97%), o Reino Unido (97%) e a Áustria (96%) ocupam as
três primeiras posições.
O comércio eletrónico em Portugal, embora com um nível relativo de utilização mais baixo
por parte do total da população (30%), apresenta uma taxa de crescimento elevada, sendo
8
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
este número cerca de 14 vezes o observado em 2000, quando apenas 2,1% dos portugueses
afirmava já ter feito compras através da Internet (Marktest, 2012). No gráfico 5 é
evidenciado esse mesmo crescimento.
Gráfico 5 – Portugueses que já compraram produtos e/ou serviços na Internet (%)
Fonte: Marktest (2012)
Segundo as conclusões preliminares de um estudo elaborado pela ACEPI (Associação da
Economia Digital) em 2014 sobre as compras online em Portugal, o comércio eletrónico
em Portugal tem em 2014 um peso de 32% no PIB português, estimando-se que em 2020
represente 54% desse valor, atinjindo os 90 mil milhões de euros. O mesmo estudo refere
ainda que são já 2,9 milhões os portugueses que até ao final de 2014 realizarão compras
online, um número que deverá chegar aos 4,4 milhões em 2020 (50% do total da população
portuguesa). Relativamente ao valor gasto, é ainda referido que os portugueses gastaram
em 2013 uma média de 967€, um valor que subiu em 2014 para os 988€, mas que se estima
crescer em 2020 para 1192€.
Entre os principais motivos que levam os portugueses a comprar online (Marktest, 2012)
encontramos as seguintes razões: “Preços mais atrativos/promoções” (54%), “é mais
cómodo” (48%) ou “é a única maneira de encontrar certos produtos” (29%).
Segundo a Marktest (2013) os produtos/serviços mais adquiridos online pelos portugueses
são serviços de viagens e alojamento (33%). Seguem-se roupas e sapatos (28%), livros
(20%), sites de venda de vouchers (20%), equipamento informático/hardware (19%),
telemóveis (15%) e artigos de supermercado (6%).
Ainda segundo o estudo da Marktest sobre utilização da Internet em Portugal (2013), as
principais razões que apontam para não comprar online são: “Não é seguro” (46%),
9
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
“Preferem ir pessoalmente às compras” (27%), “Nunca tiveram necessidade” (23%),
“Gostam de ver o produto” (10%) ou “Nunca pensaram nisso” (5%).
2.3. Aumento da familiaridade dos indivíduos com mais de 50 anos com as novas
tecnologias, nomeadamente a Internet.
O uso das tecnologias da informação é hoje em dia uma importante condição de inclusão
de todos os cidadãos, sendo que permitem aos indivíduos mais velhos uma melhor
adaptação às mudanças tecnológicas e, por esta via, maiores hipóteses de desenvolvimento
pessoal, autonomia e integração nas sociedades atuais. (Dias, 2012).
As sociedades do conhecimento ou da informação, como as atuais, definiram novas
possibilidades e limites para os seniores, sendo que a própria literacia deixou de ser apenas
relativa ao ler e escrever tornando-se também relativa às novas tecnologias. A educação ao
longo da vida surge, para os mais velhos, como forma de acesso a informação (Cardoso et
al., 2005). Estes, por força dos efeitos de geração, correm riscos superiores de exclusão das
ditas sociedades.
O tempo e dinheiro adicional, provocados pela aproximação da idade da reforma ou a
própria permanência nesse estado, permitem que os seniores tenham vontade de explorar
novos hobbies (Demos, 2004) como, por exemplo, o uso do computador. Esta vontade de
familiarização com as T.I. e a progressiva penetração no meio online inscreve-se no
conceito de envelhecimento produtivo, na medida em que tais práticas permitem o
envolvimento dos seniores em atividades de realização significativas, pessoalmente
satisfatórias e com um impacto positivo nas suas vidas e nas dos outros (Kaye, Butter e
Webster, 2003).
Segundo o INE (2012), os indivíduos a partir dos 55 anos continuam a ter os menores
índices de utilização de computador e Internet comparativamente com os restantes grupos
demográficos, apresentando porém um crescimento positivo. Em 2012, 35,5% dos
indivíduos dos 55 aos 64 anos usava computador sendo que em 2004 esse valor rondava
apenas os 12%. Já relativamente ao uso de Internet nessa faixa etária, em 2012 era de
32,7%, sendo que em 2004 era apenas 8,3% (Quadro 2).
10
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro 2 - Índice de Crescimento de Utilização da Internet por grupo etário
Fonte INE (2012)
2.3.1 O Target Sénior Português
Um estudo realizado pela Marktest em 2010 traçou o seguinte perfil do target sénior
Português:
Em Portugal a faixa etária 50-74 é caracterizada por um conjunto de pessoas ativas (não
necessariamente a nível profissional) que investem principalmente em saúde e alimentação
saudável específica para o target, ajuda dos filhos e netos (investimento escolar, ajuda com
as rendas de casa, com a alimentação e cuidados dos netos), atividades de lazer (Ex:
Viagens, passeios), desporto (Ex: Caminhadas, hidroginástica), sendo que muitas delas
voltaram a estudar e a desenvolver capacidades específicas de interesse como por exemplo
o uso do computador (Marktest, 2010).
Os seniores que ainda mantêm uma atividade profissional investem também em poupanças
ativas (subscrição de produtos indicados para tal) para a preparação da idade da reforma,
onde reconhecem várias vantagens como a possibilidade de terem mais tempo disponível e
de descansarem, embora receiem que também implique uma espécie de "morte" física e
social (Marktest, 2010).
As suas ambições centram-se essencialmente em questões de saúde, autonomia e
disponibilidade económica para poderem viver com qualidade (Marktest, 2010).
2.3.1.1. O Target Sénior português online
Tal como acontece na utilização do computador, o recurso ao comércio eletrónico diminui à
medida que aumenta o grupo etário, sendo a redução particularmente significativa a partir dos 45
aos 54 anos (INE, 2012).
A Marktest (2013) definiu o target sénior (+50) online da seguinte forma:
Leem notícias online (82%)
Consultam email (79%)
11
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Acedem a redes sociais (61%, dos quais 57% utiliza o Facebook)
Veem vídeos online (41%)
Ouvem música online (28%)
Veem lojas online (38%)
Já compraram online (28%)
Utilizam Internet Banking (37%)
Consultam blogues (26%)
Utilizam instant Messaging (24%)
Veem leilões online (23%)
Jogam online (20%)
Veem TV online (15%)
São sobretudo um target que gosta de estar informado.
Após o enquadramento do tema é então necessário rever o estado da arte relativamente ao
meio digital, ao target sénior cada vez mais valorizado pelo marketing e com
especificidades próprias e a caracterização e fatores de influência do consumo online.
12
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
3. Revisão de Literatura
3.1. O Marketing na Era Digital
Assistimos no final do século XX ao desenvolvimento das tecnologias digitais e da
Internet, ocorrendo a transformação da sociedade industrializada numa sociedade baseada
no poder da informação (Castells, 2003), ou a chamada Era Digital. A emergência e a
rápida difusão deste novo media também está diretamente relacionado com as inovações na
área tecnológica, desde os computadores pessoais até aos smart phones, tablets, etc.
Kotler (2000) afirma que a revolução digital mudou de maneira fundamental os conceitos
de espaço, tempo e de massa. Uma empresa já não precisa de ocupar muito espaço, pode
ser virtual e estar em qualquer parte. A revolução digital abriu portas para um novo
começo, e as empresas que exploram nichos de mercado e dispõem de pouco capital, vêm
agora uma oportunidade para atingir mercados globais.
A Internet é hoje em dia uma parte integrante do marketing mix (Strauss e Frost, 1999),
desempenhando um importante papel ao nível da comunicação, vendas e distribuição
(Melewar et al.2003). Devido à constante competição pela atenção dos consumidores e à
alteração de paradigma, em que os consumidores assumem um papel de controlo cada vez
maior na interação com as marcas (Evans et al.2001), existe uma necessidade emergente
para compreender como as empresas poderão atingir com sucesso alguns targets
específicos no meio online, neste caso o consumidor sénior. O foco na análise de um
segmento de mercado em particular, e o estudo da sua presença e relação com a Internet,
está relacionado com uma nova abordagem interacionista (Gloria et al.2013) ao estudo do
marketing digital. Antes do boom tecnológico, no início do século XXI, a necessidade de
personalizar a comunicação com cada segmento ou consumidor na Internet não era uma
prioridade (Kim et al.2001), sendo aliás a comunicação online com os consumidores
altamente estandardizada (Barnes,Fox e Morris 2004). No entanto, sendo visível a
crescente importância das vendas online, foi reconhecida a necessidade de entender melhor
o comportamento de compra de cada segmento neste meio (Donthu e Garcia 1999) e desta
forma tornar possível às marcas a personalização da interação com cada um.
O comportamento e a presença online das marcas necessitam então de ser moldados com
base nas necessidades do consumidor, otimizando a experiência de uso, explorando a
interação com cada segmento e desta forma reconhecendo a diversidade demográfica quer
a nível “étnico, idade, género, personalidade e educação (Dell’Era, Marchesi e Verganti,
2010).
13
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
3.1.2. O Sénior na Era Digital
Esta revolução não escapou aos mais velhos, mas ainda assim na maioria dos estudos sobre
tecnologia e medias digitais, a informação sobre os seniores é muitas vezes negligenciada.
Os principais estudos sobre o tema exploravam três aspetos.
O primeiro relacionado sobretudo com as diferenças no uso da tecnologia em diferentes
idades, a chamada “Divisão digital”, refletia não só a percentagem de seniores que usava a
Internet mas também as diferentes utilizações que cada indivíduo fazia da mesma. Esta
divisão digital era a principal preocupação em muitos estudos que exploravam as barreiras
e as limitações no uso da Internet, programas de intervenção e os seus efeitos (Kiel, 2005).
O segundo ponto amplamente explorado estava relacionado com as utilidades da Internet
para os seniores, sendo que as principais funções descritas eram: comunicar, fonte de
informação, ferramenta para organização de tarefas (Ex: compras, organização das
finanças) e atividades de lazer (Opalinski, 2001).
O terceiro ponto e o que mais interessava aos investigadores era o impacto da Internet no
bem-estar psicológico dos seniores. Estudos demonstraram que aprender a utilizar o
computador e a Internet potencia o sentido de independência (Henke, 1999) e cria um
maior sentido de poder nos seniores (Shapira, Barak e Gal, 2007). Além disto, o uso da
Internet estaria também associado ao fortalecimento da autoconfiança, altos níveis de
interação social, diminuição de sentimentos de solidão, níveis mais baixos de depressão e
genericamente atitudes mais positivas relativamente à idade (Dias, 2012; Van De
Watering, 2005; Dickenson e Hill, 2007; Fokkema e Knipscherr, 2007).
Face à literatura revista anteriormente, neste estudo o investigador decidiu adotar a
definição de sénior proposta pela Comissão das Comunidades Europeias. A referência
demográfica clássica de indivíduo sénior é alguém a partir dos 65 anos (idade da reforma),
no entanto esta Comissão propôs, em 1992, a designação de 3ª idade para o grupo dos 5074 anos (sendo a 4ª idade para os 75 ou mais anos). Assim, é neste momento considerado
que os 50 e os 74 anos são fronteiras que reposicionam perspetivas e expectativas dos
outros e de si próprios.
3.1.3. O Consumidor Sénior na Era Digital
Com os anos começaram a surgir evidências de que o target sénior encerrava grande
potencial, tanto devido ao seu elevado crescimento como à familiarização progressiva com
as novas tecnologias, como mostrado no enquadramento desta dissertação.
14
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
A nova geração sénior tem vindo a transformar-se, mudando os seus costumes, gostos,
interesses, hábitos, estilos de vida, comportamentos de compra, desejos e expectativas. É
na sua grande maioria uma geração com razoável poder de compra, disponibilidade de
tempo, preocupação com a qualidade de vida, saúde e bem-estar (Dias, 2012).
Apesar de representarem uma faixa etária com características tão diferentes das restantes e
entre si, este target foi durante muito tempo pouco explorado pelos profissionais de
marketing (Towle e Martin, 1976), comunicando-se apenas para eles quando se tratava de
produtos ou serviços específicos para a sua idade (Philips e Sternthal, 1977) e de forma
pouco diferenciada, tratando-o como um grupo homogéneo. Vários estudos vieram
posteriormente provar a variabilidade física, sociológica e psicológica existente nesta faixa
etária (Nelson e Dannefer, 1992).
3.1.3.1. Segmento Sénior
A segmentação de mercado é a estratégia de identificar consumidores com necessidades
semelhantes e de atender a essas necessidades (Assael, 1993). A segmentação permite
melhor foco do mercado-alvo, evitando dispersão de esforços de marketing (Kotler, 2000),
ou seja, divide o mercado heterogéneo em pequenos segmentos homogéneos (Schewe e
Smith, 1980).
Como referido anteriormente uma das falhas nos estudos sobre utilizadores seniores online
é a falta de diferenciação entre eles e por essa razão o marketing generalizado não é eficaz
quando aplicado a este público-alvo.
Por esse motivo, para o presente estudo o investigador optou pelo reconhecido segmento
etário Baby Boomers, cujas características particulares estão amplamente identificadas pela
literatura.
Este segmento refere-se à geração de indivíduos nascidos no pós II Guerra Mundial onde
ocorreu um grande aumento das taxas de natalidade. Estes nascimentos ocorreram entre
1943 e 1964, ou seja, contempla indivíduos que têm hoje em dia idades compreendidas
entre os 50 e os 71 anos.
De acordo com Moura (2006), na prática Portugal não teve Baby Boomers já que a taxa de
natalidade não sofreu significativa alteração nas décadas que se seguiram à II Guerra
Mundial. No entanto, considerando que o fenómeno não é só demográfico, mas antes de
tudo cultural, é legítimo falar-se de uma geração de Baby Boomers em Portugal por
“contaminação”. Foi o aumento da população estudantil, provocado pelo primeiro grande
êxodo para as cidades, precisamente na década de 50, que permitiu criar a massa cultural
15
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
necessária para o alastramento do “vírus” libertado pelos Baby Boomers americanos e
europeus.
Este segmento tem sido seguido de perto pelos profissionais de Marketing devido às suas
características tão próprias. Matt Thorhill, fundador do projeto Boomer3 (citado por
Hildebrand) afirma que os Baby Boomers foram a primeira geração criada “em frente à
TV” mas serão também a última geração a consumir todos os media (Rádio, Imprensa,
Televisão, Internet), fazendo deles a geração mais fácil de atingir. Apesar desta
característica, muitos marketers tendem a ignorar este target, devido à idade “avançada”
estar associada a uma alguma resistência à mudança e uma maior lealdade às marcas, o que
era observável no target sénior de há 10 anos atrás, mas não nos seniores de hoje, neste
caso os Baby Boomers (Jim Gilmartin, presidente da Coming of Age Inc.4, citado por
Hildebrand)
3.2. Comportamento do Consumidor
Os primeiros estudos nesta área surgiram na década de 60 por Ferber (1958), Katona
(1960), Howard (1963), Newman (1963) e Engel (1968), que procuravam caracterizar
consumidores, compreender as duas atitudes face a determinados produtos e perceber o
comportamento de compra dos indivíduos. Tornava-se claro então que este conhecimento
era imprescindível para o planeamento estratégico das marcas, visto que quando melhor
conhecessem o seu cliente melhor sucedidos seriam no seu negócio. O objetivo último do
marketing nas empresas é que a venda assuma um papel simbólico devido ao
conhecimento que a empresa tem dos seus clientes, de tal forma que o produto ou serviço
se adapte ao cliente e se venda por si (Drucker, 1993).
Segundo a literatura, existem várias definições para o conceito de comportamento do
consumidor. Segundo Kotler (2000) é a forma como os indivíduos, grupos e organizações
selecionam, compram, usam e dispõem de bens, serviços, ideias ou experiências para
satisfazer as suas necessidades. Já para Solomon (2002) é o estudo dos processos
envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou dispõe de
produtos, serviços e ideias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos. De
acordo com Engel et al. (2000), o comportamento do consumidor compreende as
atividades diretamente envolvidas em obter, consumir e dispor de produtos e serviços,
3
O Projecto Boomer, fundado por Matt Thornhill, é uma consultora norte americana de estudos de mercado
especializada em marketing para a geração Baby Boomers.
4
A Coming of Age Inc.é uma agência de publicidade, marketing e formação especializada em Baby Boomers
e consumidores seniores.
16
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
incluindo os processos decisórios que antecedem e sucedem estas ações. Ainda Mowen e
Minor (2007) defendem que é o estudo das unidades compradoras e dos processos de troca
envolvidos na aquisição, no consumo e na disposição de mercadorias, serviços,
experiências e ideias.
Mais recentemente Hoyer e Macinnis (2008) definiram o comportamento do consumidor
como a totalidade de decisões que dizem respeito à aquisição, consumo, e fim de vida de
bens (abate/venda), serviços, atividades, experiências, pessoas, e ideias.
3.2.1. Compras online
O progressivo avanço da tecnologia e o crescimento da utilização da Internet, já explorado
no primeiro capítulo, têm facilitado o crescimento das compras no meio on-line (Lumpkin
e Hawes, 1985).
De acordo com Kotler (2000), o comércio eletrónico envolve os processos de compra e
venda suportados por meios eletrónicos, principalmente a Internet. Albertin (2001), por sua
vez, define o comércio eletrónico como a utilização de recursos tecnológicos para realizar
operações de compra e venda de uma forma mais dinâmica e rápida do que os outros
meios.
As novas possibilidades geradas pelo comércio eletrónico representam grandes
oportunidades para as empresas mas também para os consumidores, embora existam
diferenças entre as compras online e offline que têm que ser reconhecidas para que se
obtenham uma performance online adequada (Childers et al.2001).
A principal distinção entre o comércio tradicional e o comércio eletrónico reside
essencialmente na forma como a informação é trocada e processada entre as partes
intervenientes. No caso do comércio eletrónico, ao invés de existir um contacto pessoal
direto entre ambas as partes, a informação é transmitida através de uma rede digital ou
outro qualquer canal eletrónico.
3.2.2 Processo de decisão de compra: o contexto online
Uma compra é tipicamente uma resposta a um problema ou necessidade e uma vez que o
consumidor se aperceba do mesmo atravessará uma serie de passos até satisfazer esse
mesmo problema ou necessidade (Solomon, Bamossy, Askegaard, e Hogg, 2006).
Este é o reflexo do processo de decisão de compra, cujos principais passos são
genericamente definidos na literatura do marketing e comportamento do consumidor (e.g.
Kotler e Keller, 2006; Solomon, Bamossy, Askegaard, e Hogg, 2006) da seguinte forma:
17
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
1. Identificação do problema/necessidade
2. Procura de informação
3. Avaliação das alternativas
4. Decisão de compra
5. Comportamento pós-compra
A primeira etapa do processo de decisão é a identificação de uma necessidade, esta fase
ocorre quando, por qualquer razão o consumidor não está satisfeito e pretende melhorar a
sua situação. Esta fase surge através de estímulos de marketing (Ex: campanhas
publicitárias, promoções, etc.), já em ambiente online os marketeers podem antecipar as
necessidades do consumidor. As novas tecnologias permitem a recolha de informação
sobre os seus clientes e desta forma permitem conhecer os seus gostos, preferências e
necessidades.
De seguida o consumidor vai procurar informação acerca de possíveis soluções para o seu
problema. A informação obtida pode ter origem em fontes internas, como experiências
passadas, ou externas, como a Internet, comunicações da empresa ou conhecidos (Hoyer e
Macinnis, 2008). No meio online as empresas têm um maior conhecimento sobre os seus
potenciais clientes, como descrito no primeiro estágio, e providenciam antecipadamente a
informação sobre os seus produtos e serviços.
Na fase da avaliação de alternativas o consumidor analisa a informação recolhida, compara
as alternativas e estabelece critérios para a escolha (Ex: experiência passada, conhecimento
da marca, opiniões de grupos de referência). Após uma análise das alternativas, o
consumidor toma finalmente a decisão de compra/aquisição. Para Solomon et. al (2006)
muito do esforço que se dá durante a decisão de compra ocorre na fase em que a escolha
deve ser feita, a partir das alternativas disponíveis. Afinal de contas, a sociedade de
consumo moderna está repleta de escolhas.
No mercado eletrónico todo este processo é mais fácil e está automatizado, acontecendo de
forma mais rápida; quando um consumidor procura por um produto ou serviço nos
websites, estes fornecem de imediato as melhores alternativas existentes, segundo critérios
estabelecidos pelos utilizadores. Além dos próprios sites existem inúmeras comunidades
virtuais que são usadas como fontes de informação.
Após a decisão da melhor alternativa que satisfaz a necessidade do indivíduo segue-se a
decisão de compra. Nesta etapa é necessário entender os motivos que levam o consumidor
a efetuar a sua compra (Ex: diversão, interatividade, experiência de compra). A compra
18
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
depende também de fatores como a segurança e a privacidade percebida. No capítulo
seguinte serão abordados os fatores que influenciam a compra online.
Por último, após a experimentação e uso do produto o consumidor avalia o nível de
satisfação em relação ao mesmo, comparando as expectativas iniciais com a performance
do produto. Esta experiência de uso do produto resulta numa compra repetida ou
descontinuação da compra (Solomon et al.,2006).
O mercado eletrónico não permite contacto pessoal com o consumidor para um melhor
acompanhamento no pós-compra, no entanto consegue medir mais facilmente graus de
satisfação de uma forma barata e rápida quer seja por reviews dos utilizadores ou
marketing one-to-one.
Nem todos os processos de decisão de compra acontecem exatamente de forma tão
consistente como a defendida neste modelo visto que vários fatores externos (como
características do consumidor, motivações, ambiente socioeconómico, etc.) poderão
influenciar a forma como o consumidor progride em cada passo (Solomon, Bamossy,
Askegaard, e Hogg, 2006). Ainda assim podemos considerar que este é o processo mais
generalizado quando associado a compras de baixo envolvimento devido a experiência
habitual de compras passadas e rotinas automáticas de compras (Ibid.).
3.3. Modelos de comportamento do Consumidor Online
São várias as teorias desenvolvidas ao longo dos anos para melhor compreender o
comportamento do consumidor online. Nesta dissertação será destacado o modelo de
adoção tecnológica (Davis, 1989) e um modelo derivante deste: o Modelo de Aceitação de
Compras Online (Zhou et al.2007). Será neste último que será baseada esta investigação,
pois sintetiza o “estado da arte” no que diz respeito aos fatores que influenciam a intenção
do consumidor em efetuar compra online. Desta forma, a visão holística orientada para o
consumidor e o carácter abrangente na contemplação de dimensões de análise pertinentes
na intenção de compra online foram os critérios que basearam a escolha deste modelo
como referência desta investigação.
O facto de fornecer uma visão abrangente da temática das compras online, é extremamente
benéfico para as empresas, pois permite prever e contemplar nas suas estratégias de
marketing o máximo de dimensões que afetam a decisão de compra online dos
consumidores, fortificando as suas estratégias e fidelizando os consumidores.
19
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
3.3.1. Modelo de Adoção Tecnológica (TAM5)
O modelo de adoção tecnológica proposto por Davis é um dos modelos comportamentais
mais usados para explicar a adesão dos indivíduos aos sistemas de informação, abordando
a relação entre fatores externos (utilidade percebida, facilidade de uso percebida), fatores
internos (intenção) e a sua adoção. De acordo com este modelo, a performance
comportamental de um indivíduo (adoção de um sistema de informação) é determinada
pela sua intenção comportamental (intenção de uso) que é influenciada peça facilidade de
uso e utilidades percebidas.
Figura 1 - Modelo de Aceitação Tecnológica (TAM)
Fonte: Davis (1989)
Para Davis (1989), a utilidade percebida é a perceção que um determinado indivíduo tem
sobre a forma como a sua performance em determinada atividade pode melhorar com a
utilização de um determinado sistema e a facilidade de uso percebida, a perceção do
indivíduo relativamente à facilidade de uso de determinado sistema.
3.3.2. Modelo de Aceitação de compras Online (OSAM6)
Posteriormente Zhou et al. (2007) estenderam este modelo tendo em conta as
características específicas do contexto das compras online baseando-se numa extensiva
revisão da literatura sobre os fatores que influenciam a aceitação de compras online e a
relação estre esses fatores. Criaram então um modelo holístico de referência de aceitação
de Compras Online (OSAM) que pode ser observado na figura 2.
5
Na denominação TAM, apesar da tradução para a língua portuguesa ser diferente, optou-se por manter as
iniciais respeitantes à tradução na língua inglesa, pois este é comummente conhecido e aceite pela sua
denominação em inglês.
6
Também no caso do OSAM se optou por manter a denominação em inglês, pelas razões supracitadas.
20
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Segundo Zhou et al. (2007), um modelo de análise do meio online deve ter em
consideração que o objetivo fulcral neste meio é atrair consumidores para realizarem
compras através dele, aproveitando as suas especificidades e não tratar o online como
apenas mais um meio de comércio, como acontece na TAM.
Zhou et al. (2007) criaram assim o modelo OSAM, partindo das dimensões de análise
presentes no TAM e demonstrando a relação entre Crenças-Atitudes-IntençõesComportamentos. Procederam, por conseguinte, às seguintes alterações:
- A utilidade percebida foi substituída pelo resultado percebido para alcançar tanto os
potenciais benefícios, como também os riscos das compras online;
- Foram adicionados três novos fatores que funcionam como antecedentes da intenção de
compras online. As orientações de compra (Stephenson e Willett, 1969) e motivações de
compra (Babin et al.,1994; Childers et al.,2001), que advêm do mercado offline e a
experiência nas compras online, que resulta da análise de estudos empíricos (Xia, 2002;
Huang, 2003);
- A satisfação é introduzida como fator de mediação entre o comportamento e intenção de
compra, com o objetivo de explicar a repetição de comportamentos de consumo online
(Zhou et al.,2007);
- As características demográficas, a experiência com a Internet, as crenças normativa e os
seus efeitos diretos ou indiretos sobre a intenção de compras online foram também
incluídos (Zhou et al.,2007).
Figura 2 - Modelo de Aceitação de Compras Online
Fonte: Zhou et al. (2007)
21
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
As linhas não tracejadas ilustram relações de causalidade e as linhas a tracejado dizem
respeito a relações que, para alguns autores, não se encontram completamente asseguradas,
isto é, as investigações produzem resultados contraditórios (Zhou et al.,2007).
3.4. Fatores que influencia a intenção de compra online
De seguida, partindo do contributo de Zhou et al.(2007) e da revisão de literatura sobre o
tema, foram identificadas as principais determinantes que influenciam a intenção de
compra online e as respetivas hipóteses a serem testadas neste estudo. Estas foram
construídas com base na revisão de literatura que os autores realizaram acerca dos fatores
que influenciam a intenção de comprar online e as conclusões a que chegaram.
3.4.1. Características Demográficas
As características demográficas do consumidor têm sido um dos fatores de maior análise
por parte dos investigadores. A influência da idade, género, rendimento, educação e cultura
no comportamento de compra online dos consumidores têm vindo a ser estudados
particularmente desde os finais dos anos 90 (Bellman et at. 1999; Jarvenpaa e Tractinsky,
1999; Li et al.,1999; Swaminathan et al.,1999; Vrechopoulos et al.,2001; Hashim et
al.,2009; Hasan, 2010).
3.4.1.1. Género
O ato de fazer compras é tradicionalmente uma atividade associada às mulheres, sendo elas
normalmente responsáveis pelas compras para o lar, apresentando uma atitude mais
positiva perante a compra em lojas tradicionais e por catálogo do que os homens (Alreck e
Settle 2002). No entanto, quando falamos do canal online o panorama é bastante diferente.
Os consumidores do género masculino tendem a efetuar mais compras online (Li et
al.1999; Stafford et al.2004) e a gastar mais dinheiro online do que as mulheres (Susskind
2004; Hasan, 2010).
De igual modo, os resultados apurados por Vrechopoulos et al.(2001), Slyke et al. (2002),
Hashim et al. (2009) e Hasan (2010) mostram que a intenção de comprar online é mais
favorável entre os homens do que entre as mulheres.
Diversos estudos vieram mostrar as possíveis razões para esta diferença: no meio online
não existe uma compra sensorial nem os benefícios físicos associados à compra, como
acontece no mercado offline, sendo que para os homens esse facto não é tão valorizado
como pelas mulheres. O meio digital afasta compradores que preferem o contacto cara-acara ou que vêm a compra como uma experiência social, como as mulheres (Rodgers e
22
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Harris, 2003; Swaminathan et al.,1999). Estas desvalorizam a conveniência das compras
online ao contrário dos homens, sendo esse o principal motivo para estes realizarem
compras online (Li et al.,1999).
As mulheres demonstram também a necessidade de um mais elevado contacto físico na
avaliação do produto quando comparado com os homens (Citrin et al.., 2003). A
impossibilidade de poder visualizar fisicamente, tocar ou experimentar o produto,
característica do meio online, resulta numa menor adesão às compras online por parte das
mulheres.
A natureza dos produtos adquiridos online também influencia estas diferenças entre
géneros. Geralmente online, os homens compram mais tecnologia enquanto que as
mulheres estão mais interessadas em roupa e comida (Slyke et al.,2002). A verdade é que
os primeiros produtos a estarem disponíveis online estavam mais orientados para o target
masculino (Slyke et al.,2002), daí que as mulheres não encontrassem produtos que as
interessasse, resultando num desinteresse pelo uso da Internet para adquirir produtos
(Ibid.).
Outra razão comprovada é a própria aceitação da tecnologia e consequente uso da Internet,
que é bastante menor nas mulheres (Susskind, 2004). Estudo sobre os sistemas de
informação mostram que há visíveis diferenças no género no contexto da utilização
individual e do uso sustentando da tecnologia (Venkatesh e Morris 2000), sendo que as
mulheres associam a compra online a alguma complexidade tecnológica o que leva a
apresentarem uma opinião mais negativa sobre as compras online quando comparadas com
os homens (Rodgers e Harris, 2003).
Desta forma, após análise da literatura postulou-se a seguinte hipótese teórica de trabalho:
H1: Os homens com mais de 50 anos mostram uma maior intenção de compra online
que as mulheres.
3.4.1.2. Idade
Desde os primórdios da Internet até ao final dos anos 90 os seus utilizadores eram
maioritariamente jovens e com menos poder de compra que indivíduos mais velhos. Como
resultado, os primeiros estudos não demonstraram diferenças significativas entre as várias
idades dos consumidores online (Bellman et al.1999; Li et al.1999).
Hoje em dia a diferença de idades entre os consumidores online e não online está a
diminuir, mas o efeito da idade na intenção de compra online continua pouco clara. Alguns
estudos identificaram uma relação positiva entre a idade dos consumidores e a frequência
23
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
de compra online (Stafford et al.,2004; Hashim et al..,2009), enquanto outros identificaram
uma influência negativa (Joines et al.,2003) ou nenhuma relação (Li et al.1999; Rohm e
Swaminathan, 2004). Esta discrepância no que respeita aos resultados apurados pode ter
origem nos diferentes critérios usados na identificação das faixas etárias. Por exemplo,
alguns estudos utilizam intervalos de 10 anos (Li et al.,1999; Stafford et al.,2004), 15 anos
(Donthu e Garcia, 1999) e 20 anos (Rohm e Swaminathan, 2004), levando a uma maior
variabilidade de resultados e impossibilitando a eleição consistente desta variável como
fator influenciador das compras online.
Assim, após análise da literatura postulou-se a seguinte hipótese teórica de trabalho:
H2: A idade não influencia a intenção de compra online em indivíduos com mais de
50 anos.
3.4.1.3. Rendimento e Nível de Escolaridade
Quem compra online tem em geral maior poder de compra que os compradores em meios
tradicionais (Donthu e Garcia, 1999; Korgaonkar e Wolin, 1999; Li et al.,1999; Susskind,
2004). Os produtos mais procurados online são produtos tecnológicos e viagens que estão
diretamente associados a consumidores com maiores rendimentos (Zhou et al.,2007).
Korgaonkar e Wolin (1999) concluíram que o nível de rendimento está correlacionado
positivamente com as horas gastas por dia na Internet, com a percentagem de uso da
Internet para negócios, bem como com a frequência de compra online. Portanto,
consumidores com rendimentos mais elevados têm uma maior probabilidade de fazer
compras online e a frequência dessas compras cresce à medida que o rendimento cresce (Li
et al.,1999; Vrechopoulos et al.,2001; Hashim et al.,2009).
Por outro lado, os consumidores online não têm necessariamente um nível de educação
mais elevado. Alguns estudos identificaram uma relação positiva entre o nível de
escolaridade e o tempo e dinheiro que os consumidores gastaram online (Li et al.,1999;
Liao e Cheung, 2001; Susskind, 2004), enquanto outros não (Donthu e Garcia, 1999;
Bellman et al.1999). Esta última conclusão poderá estar relacionada com facto da compra
online ser uma tarefa relativamente simples que não requer uma educação superior (Zhou
et al.,2007).
Assim, após análise da literatura postularam-se as seguintes hipóteses teóricas de
investigação:
H3a: O nível de rendimento influencia positivamente a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos.
24
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
H3b: O nível de escolaridade influencia positivamente a intenção de compra online
em indivíduos com mais de 50 anos.
3.4.2. Personalidade (Inovação)
A personalidade influencia a adesão à inovação (Agarwal e Prasad, 1998). A inovação está
relacionada com as compras online na medida em que estas podem ser consideradas um
comportamento inovador comparativamente com as compras tradicionais.
Os resultados relativos à influência da inovação (como característica pessoal) na intenção
de compra online são mistos sendo que a maioria dos estudos provou que ser inovador
pode ter um impacto positivo na intenção de compra online (Donthu e Garcia 1999;
Limayem et al.2000) ou mesmo na compra efetiva (Goldsmith 2001).
Ainda Crespo e Bosque (2008) ao proporem um modelo explicativo da adoção do
comércio eletrónico verificaram a existência de uma relação positiva entre o fator
propensão para a inovação e a variável intensão de compra.
Desta forma, postulou-se a seguinte hipótese teórica de investigação:
H4: Características pessoais associadas à inovação influenciam positivamente a
intenção de compra online em indivíduos com mais de 50 anos.
3.4.3. Experiência com a Internet
A experiência dos consumidores com a Internet no geral não influencia necessariamente o
seu comportamento de compra online. Apesar de em alguns estudos ter sido encontrada
uma relação positiva entre a frequência de uso da Internet e o seu domínio com a intenção
de compra online (Bhatnagar et al.2000; Citrin et al.2000; Liao e Cheung 2001), esta
mesma relação revelou-se pouco significativa em estudos mais recentes (Cho 2004;
Nysveen e Pedersen 2004). O aumento da penetração global da Internet verificado nos
últimos anos (como mencionado no enquadramento deste estudo) poderá ter conduzido a
uma progressiva diminuição dos efeitos da experiência na Internet na intenção de compra
online.
Assim postulou-se a seguinte hipótese teórica de investigação:
H5: A experiência com a Internet não influencia a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos.
3.4.4. Crenças normativas
As crenças normativas referem-se às expectativas comportamentais relativas a indivíduos
de referência ou grupos de pertença (Ex: Cônjuge, família, amigos, media e, dependendo
25
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
da população e comportamento estudado, também professores, médicos, supervisores e
colegas de trabalho) (Ajzen, 1991).
Com base na Teoria do Comportamento Planeado (Ajzen, 1991), estas crenças podem
influenciar a intenção comportamental através de normas subjetivas (Ex: pressão social
percebida para realizar ou não determinado comportamento como por exemplo, comprar
online).
Foucault e Scheufele (2002) identificaram os familiares e os amigos, como as referências
mais recorrentes e mais importantes quando os indivíduos compram online. Estes sugerem
ainda que o nível de influência depende do tipo de produto que se pretende comprar. No
entanto, embora os resultados não sejam conclusivos regista-se uma tendência para aceitar
a presença de uma correlação positiva entre as variáveis (ibid.).
Desta forma, após revisão da literatura sobre o tema postulou-se a seguinte hipótese teórica
de investigação:
H6: Os amigos e a família são os elementos que mais influenciam a intenção de
compra online em indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
3.4.5. Experiência de compras online
A experiência com compras anteriores influenciam a repetição da compra, daí não ser
surpreendente a correlação positiva encontrada entre as experiências de compra online
(anteriores) e a intenção de compra online (repetição). Quanto mais experiência tem um
consumidor em comprar online e mais satisfeito estiver com as transações online passadas,
maior tendência haverá para continuar a repetir as compras e aumentar o valor gasto online
(Brown et al.,2003; Devaraj et al.,2002; Foucault e Scheufele, 2002; Koivumi, 2001; Moe
e Pader, 2004; Park e Jun, 2003; Pires et al.,2004) e menores serão as probabilidades de
desistir de uma compra online planeada (Cho, 2004).
Esta relação positiva é comprovada no modelo de aceitação tecnológica (TAM), falado
anteriormente neste estudo, que sugere que o aumento da experiência do utilizador tem
efeitos positivos nas suas atitude face à tecnologia e ao domínio dessa mesma tecnologia
(Venkatesh e Morris, 2000).
Desta forma, após revisão da literatura sobre o tema postulou-se a seguinte hipótese teórica
de investigação:
H7: A experiência de compra anterior está positivamente relacionada com a
tendência para comprar online em indivíduos com mais de 50 anos que compram
online.
26
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
3.4.6. Motivação para compra online
A motivação para a compra é um fator já antes tido em conta no contexto dos estudos
sobre comportamentos de compra no canal tradicional, e que continua a mostrar a sua
influência no comportamento do consumidor em ambiente online, nomeadamente no
tempo despendido online procurando e comprando produtos (Joines et al.2003).
São geralmente consideradas dois tipos principais de motivação para a compra (tradicional
ou online): motivações utilitárias e motivações hedónicas (Hirschman e Holbrook, 1982;
Babin et al.,1994; Childers et al., 2001).
As motivações de carácter utilitário têm em conta a preocupação em comprar produtos de
forma eficiente e rápida para atingir o objetivo com o mínimo de desgaste possível. Já as
motivações de carácter hedónico dizem respeito ao objetivo de divertir e entreter enquanto
se compra (Childers et al.,2001).
No meio online as motivações utilitárias têm sido extensivamente estudadas (Bhatnagar e
Ghose, 2004; Brengman et al.,2005; Kolsaker et al.,2004) e são consideradas mais
importantes que as hedónicas (Bhatnagar et al.,2000). A razão da primazia das motivações
utilitárias no meio online deve-se sobretudo à falta de tempo dos consumidores (Bellman et
al.,1999) e aos atributos principais do meio digital: conveniência, acessibilidade, seleção e
disponibilidade de informação (Wolfinbarger e Gilly, 2001). As motivações hedónicas no
meio online estão por isso menos presentes, sendo que se manifestam através do recolha de
informação sobre produtos, hobbies, sociabilizar e realizar negócios (Wolfinbarger e Gilly,
2001). Um consumidor com motivações hedónicas é mais atraído por lojas online com um
design apelativo e fáceis de navegar, sendo esses sites eficazes ferramentas de ligação com
o consumidor devido à elevada interatividade que a Internet permite (Childers et al.,2001),
senda essa característica mais apreciada do que a disponibilidade de informação só por si.
Consumidores que adotaram recentemente comportamentos de compra online tendem a
guiar-se por motivações de compra mais hedónicas, ao contrário dos consumidores online
experientes que tendem para as motivações utilitárias e atividades focadas num objetivo
específico (Novak et al.,2000; Johnson et al.,2004).
Daqui não se formulou qualquer hipótese de estudo pois não havia dados suficientes
resultantes do questionário para formular a hipótese.
27
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
3.4.7. Benefícios percebidos
Os benefícios percebidos de comprar pela Internet em comparação com a compra em meio
tradicional são dos fatores mais determinantes na adoção da compra online (Zhou et. al,
2007).
Forsythe et al. (2006) desenvolveram escalas para medir os benefícios percebidos
associados à compra online. Vários autores referem a conveniência, a oferta de produtos e
o preço como vantagens da compra online (Childers, 2001; Chen e Tan, 2004; Jarvenpaa e
Todd, 1997; Bhatnagar et al.,2000). Contudo, os autores supra citados salientam que de
entre as razões apresentadas, a conveniência é o benefício mais valorizado por quem
compra online. Este é definido como a possibilidade de compra 24 horas por dia, 7 dias por
semana a partir de casa (Hofacker, 2001) ou como o tempo e o esforço despendidos pelos
consumidores na compra de um produto (Brown, 1990).
Assim, postulou-se a seguinte hipótese teórica de investigação:
H8: A conveniência é o fator mais determinante na escolha do comércio online para
realizar compras em indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
3.4.8. Riscos Percebidos
Os riscos percebidos referem-se geralmente às crenças subjetivas dos consumidores em
sofrerem prejuízos na busca por um resultado desejado (Pavlou, 2003). A sua correlação
com a intenção de compra online é bastante significativa (Kolsaker et al.,2004).
A distribuição e a natureza impessoal do comércio online leva a uma maior assimetria na
informação e maiores riscos identificados, comparativamente com a compra em canais
tradicionais (Zhout et al..). O facto de ser uma experiência que implica riscos de
privacidade e partilha de dados, contribuem igualmente para essa perceção em comparação
com o mercado tradicional (Bhatnagar et al.,2000).
Vários estudos vieram constatar que a perceção de risco influencia negativamente a
intenção de repetição de compra online tanto de produtos (Bhatnagar et al.,2000;
Featherman e Pavlou, 2003; Jarvenpaa et al.,1999; Joines et al.,2003; Kolsaker et al.,2004;
Liao e Cheung, 2001; Park et al... 2004; Pavlou, 2003; Yuslihasri & Daud, 2011;) como de
serviços (Ruyter et al.,2001).
Na literatura, dois tipos de risco são mencionados no contexto das compras online: risco
financeiro e risco de desempenho do produto (Bhatnagar e Ghose, 2004; Bhatnagar et
al.,2000). Outros estudos (Forsythe et al., 2002; Forsythe e Shi, 2003) acrescentaram um
28
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
terceiro risco associado ao tempo despendido na compra de produtos e serviços pela
Internet.
Os riscos percecionados dependem também de alguns fatores, nomeadamente as
características demográficas dos consumidores e a experiência com a Internet (Bhatnagar e
Ghose, 2004).
Das características demográficas, destaca-se a influência do género na diferente perceção
de risco. Comparativamente com os homens, as mulheres percecionam uma maior
probabilidade de resultados negativos como resultado da compra online e apresentam uma
maior preocupação relativamente à gravidade das consequências da perda de privacidade
em compras pela Internet (Garbarino & Strabilevitz, 2004).
Constata-se igualmente que quanto maior a experiência na Internet, nos consumidores
online, mais eficiente será o seu método de pesquisa de produto e consequentemente menor
será a perceção de risco percebido relativamente a um produto (Zhou et al.,2007).
Contudo, os estudos efetuados sobre este tema revelaram que uma elevada experiência de
compra online não significa uma diminuição do risco percebido, pelo contrário, alguns
estudos sugerem que essa elevada experiência resulta numa menor confiança e maiores
riscos quando associados a um comerciante em particular. Este facto verifica-se pois à
medida que os consumidores ganham mais experiência em comprar online aumenta
também a sua consciência da concorrência, podendo resultar numa aversão ao risco
relativamente a alguns comerciantes em específico (Jarvenpaa e Tractinsky, 1999; Pires et
al.2004).
Desta forma, após revisão da literatura sobre o tema postulou-se a seguinte hipótese teórica
de investigação:
H9: O risco percebido está negativamente relacionado com a intenção de compra
online em indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
29
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
4. Metodologia
4.1. Objetivos
Este capítulo tem como objetivo caracterizar as opções metodológicas e o tipo de
investigação utilizada para a recolha e tratamento dos dados que visam responder à questão
de partida, testando as hipóteses de investigação apresentadas no capítulo anterior.
Serão também descriminadas as diferentes etapas constituintes do trabalho de pesquisa, a
definição do universo e amostra, a técnica de amostragem utilizada, o instrumento
utilizado, a apresentação infográfica do questionário e respetivas variáveis de investigação
e por fim as técnicas de análise estatística que serão aplicadas neste estudo.
4.2. Etapas da investigação
Primeiramente foi efetuada uma revisão do estado da arte relativa ao tema do presente
estudo. Após a recolha desta informação foi selecionada a metodologia mais adequada para
responder à pergunta de investigação e foram definidas as variáveis.
Com o intuito de responder à questão de partida proposta, elaborou-se um questionário
para a recolha de dados, com base em métricas comprovadas pelos autores que as testaram
em investigações prévias sobre as dimensões em estudo.
O questionário visava à recolha de informação sobre a intenção de compra online por parte
da amostra, neste caso, indivíduos com mais de 50 anos a viverem em Portugal e que usam
Internet.
Após elaboração do questionário inicial e antes de este ser divulgado, foi efetuado um préteste ao mesmo a fim de validar o instrumento a utilizar para a recolha de dados. O
questionário foi disponibilizado online entre os dias 27 de Janeiro e 28 de Julho de 2014 a
uma amostra selecionada, sendo esta amostra descrita posteriormente.
As respostas foram obtidas e analisadas pelo software estatístico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciences) e pelo programa Microsoft Excel.
Nos capítulos seguintes desta dissertação serão espelhadas a descrição da amostra e a
análise e discussão de resultados.
30
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
4.3. Definição da População Alvo, Técnica de Amostragem e Amostra
A População Alvo é o universo de indivíduos para os quais existe interesse em descrever e
efetuar inferência estatística (Tolonen, 2013) num determinado estudo.
A população alvo considerada neste estudo e sobre a qual se pretende obter informação é
constituída pela totalidade de indivíduos portugueses com mais de 50 anos que utiliza
Internet. Como mencionado anteriormente nesta dissertação, optou-se por focar a
investigação nesta faixa etária devido às elevadas e progressivamente maiores taxas de
penetração da Internet nos seniores portugueses e ao potencial futuro desta faixa etária
como adotante das compras online.
Segundo o INE, a dimensão atual deste universo correspondia em 2011 a 38% da
população portuguesa (INE, 2011), sendo desta forma irreal, perante tempo e recursos
disponíveis, proceder à análise do total da população. Desta forma optou-se pela recolha de
uma amostra.
O critério de seleção dos indivíduos baseou-se numa técnica de amostragem por
conveniência não probabilística. Esta técnica foi escolhida devido à facilidade de obtenção
de uma amostra, sendo os indivíduos da amostra escolhidos por estarem facilmente
disponíveis. Esta é também barata, rápida e ajustada à conveniência do investigador (Hill e
Hill, 2008)
Apesar das vantagens apresentadas, este método é claramente aquele que é mais suscetível
de apresentar um enviesamento dos resultados obtidos, sendo a amostra não representativa
da população e não sendo teoricamente correto a aplicação da inferência estatística e a
extrapolação das conclusões obtidas na amostra para o Universo, com confiança (Malhotra
e Birks, 2007). Apesar disto foi considerado que permitiam aferir genericamente das
perceções dos inquiridos e extrair conclusões válidas para responder aos objetivos do
estudo e assim refutar ou indiciar ser de validar as hipóteses de investigação.
Segundo Tull e Hawkins (1976), amostras por conveniência são frequentemente aplicadas
em investigações exploratórias, tal como o presente estudo, em que o principal objetivo
passa por obter resultados aproximados, que expliquem o fenómeno em causa.
A amostra é assim uma parcela do universo junto da qual se concretiza a investigação
pretendida. (Lopes, 2007).
A amostra final obtida neste estudo inclui 154 indivíduos portugueses utilizadores de
Internet com mais de 50 anos, não se tendo detetado situações anormais de falta de
resposta ou falta de qualidade de resposta.
31
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Sekaran (2003) constatou que a dimensão de uma amostra maior que 30 e menor que 500 é
apropriada para a maioria dos estudos, desta forma a amostra usada neste estudo poderá ser
considerada apropriada.
4.4. Instrumento para a recolha de dados – Questionário
O instrumento selecionado para a recolha de dados para este estudo foi o questionário
(apresentado no anexo 1) em formato online, criado no Google Forms.
Segundo Quivy e Campenhoudt (1992) um questionário consiste em colocar a um conjunto
de inquiridos, geralmente representante de uma população, uma série de perguntas
relativas à sua situação social, profissional ou familiar, às suas opiniões, à sua atitude em
relação a opções ou a questões humanas e sociais, às suas expectativas, ao seu nível de
conhecimentos ou de consciência de um acontecimento ou de um problema, ou ainda sobre
qualquer outro ponto que interesse os investigadores. Para Pardal e Correia (1995), o
questionário é um conjunto de questões estruturadas com o fim de obter dados das pessoas
a quem se dirige.
Este método foi o escolhido pois é o que melhor complementa a pesquisa documental
elaborada no capítulo anterior, é pouco oneroso e rápido na obtenção de dados, não
necessitando de um intermediário, neste caso um entrevistador (Lopes, 2007). Almeida
(1994) refere ainda que este instrumento torna possível a recolha de informação sobre um
grande número de indivíduos, permite comparações precisas entre as respostas dos
inquiridos e eventualmente possibilita a generalização dos resultados da amostra à
totalidade da população.
Após a revisão da literatura sobre o tema desta investigação, definição do modelo e seleção
das variáveis a incluir no estudo, procedeu-se à elaboração do questionário.
Este foi estruturado em 3 blocos de perguntas, explorando primeiro perguntas gerais acerca
do perfil demográfico dos inquiridos (1 a 6), seguido de questões acerca dos seus hábitos
de utilização da Internet (7 a 15) e finalizando com o tema das compras online (16 a 23).
A construção do questionário privilegiou a utilização de perguntas fechadas, minimizando
a opção de respostas qualitativas abertas (existindo apenas duas questões com resposta
semiaberta), a fim de maximizar a adequação e aplicabilidade de técnicas estatísticas e a
realização de testes de hipóteses. As questões de resposta fechada têm a vantagem do
tratamento dos resultados ser facilitado pela codificação e normalização da informação
sendo que tem como limitação a pouca profundidade da informação obtida.
32
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Foram assim usadas as 3 categorias de questões fechadas: Questões de resposta única
(apresenta apenas uma modalidade de resposta), questões de resposta múltipla (apresenta
várias modalidades de resposta, podendo o inquirido selecionar algumas ou colocá-las por
ordem de importância) e questões de escala (apresenta várias modalidades de resposta
gradativas).
Foram usadas escalas de medida nominais e ordinais. As escalas nominais são de natureza
classificatória, não implicando qualquer ordem. Já as escalas ordinais são escalas mais
adequadas para a medição de atitudes, opiniões ou intenções de comportamento. As escalas
ordinais usadas no presente estudo foram as escalas de tipo Likert de 5 pontos (1- Discordo
totalmente a 5- Concordo totalmente) e de 4 pontos (1- Utilizador inexperiente a 4Utilizador experiente). Foi utilizada prioritariamente a escala de Likert pois trata-se de um
tipo de escala de resposta psicométrica, sendo a mais usada para medir intenções de
comportamento e, por isso, apropriada para os resultados pretendidos (Malhotra, 2007; Hill
e Hill, 2008).
4.5. Pré-teste
O questionário foi previamente alvo de um estudo preliminar para verificar eventuais
necessidades de alteração e ajuste antes da sua aplicação. Foi então realizado um pré-teste
ao questionário a um pequeno grupo de elementos da população alvo (n=5, 3,25% da
amostra final) selecionados por conveniência. O pré-teste do questionário foi realizado
online no suporte a ser utilizado para a recolha da informação final, para procurar o
máximo de aderência a condições reais de realização do estudo.
O objetivo de um pré-teste é determinar e corrigir ambiguidades, omissões e equívocos do
questionário permitindo avaliar se este está ajustado em termos de vocabulário, ordem das
questões e significados destas para os respondentes.
O feedback permitiu eliminar algumas questões, ajustas escalas, clarificar questões e
simplificar opções de resposta bem como correção de erros pontuais de português.
De acordo com Hill e Hill (2009), a introdução ao questionário é bastante relevante, uma
vez que é através desta que o inquirido vai ter o primeiro contacto com o questionário.
Desta forma foi introduzida no questionário uma nota introdutória para dar a conhecer aos
inquiridos a razão da aplicação do questionário e o âmbito em que está inserido.
Os inquiridos eram então convidados a responder, sendo informados de que o questionário
fazia parte de um estudo académico sobre a utilização da Internet por parte de indivíduos
com mais de 50 anos no intuito de uma tese de mestrado que abordava a intenção de
33
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
compra online. Eram ainda informados que a participação no questionário era voluntária e
dada a garantia de que as suas respostas seriam enquadradas num estudo estatístico que não
os identificaria individualmente.
Para evitar a participação de elementos fora da faixa etária pretendida, ou seja, mais de 50
anos, a primeira questão do questionário foi a idade, pois esta funcionava como pergunta
filtro, sendo que se o inquirido respondesse uma idade inferior a 50 anos, era apresentada a
seguinte mensagem: “Questionário não aplicado a indivíduos com menos de 50 anos”.
4.6. Recolha de dados
O preenchimento do questionário final decorreu entre os dias 27 de Janeiro e 28 de Julho
de 2014, estando o mesmo alojado online no site especializado Google Forms, no seguinte
link: http://goo.gl/q8r9u5.
A opção de recolher os dados online deveu-se ao fato do custo de realização ser baixo (face
a outras opções como por exemplo a entrevista presencial), à rapidez na correção de
questões e da facilidade na propagação do questionário assim como na recolha de
respostas. Além destes fatores fazia todo o sentido que o questionário fosse divulgado e
respondido pela Internet perante o tema desta dissertação e a potencial familiaridade do
universo alvo com este meio.
Desta forma os inquiridos foram convidados a responder através da divulgação do link do
estudo no Facebook e por e-mail junto de pessoas do círculo de relações do investigador,
pertencentes ao universo-alvo, sendo-lhes pedido o preenchimento do questionário e sua
divulgação junto de outros membros do universo.
4.7. Estrutura do Questionário
O questionário consta, na íntegra, no Anexo A. As questões foram desenvolvidas com base
na revisão da literatura e foram estruturas da seguinte forma:
Quadro 3 - Estrutura do Questionário
Questões
Objetivo
Questões 1,2,3,4,5 e 6
Caracterização Sociodemográfica dos inquiridos
Questões 8,9,10,11,12,13 e 14
Caracterização dos inquiridos relativamente ao seu
comportamento e hábitos Online
Questão 15
Medição de intenção de compra online dos
inquiridos nos 6 meses seguintes
34
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Questão 16
Questão de filtro: Divisão entre os inquiridos que
compram e não compram online
Questão 17
Caso nunca tenham comprado online, perceber o
porquê
Questões 18,19,20,21,22 e 23
Caracterização dos comportamentos de compra
online dos inquiridos
4.8. Sistematização das hipóteses de investigação
O questionário, como já referido, pretende apoiar a principal questão de investigação
proposta e, em consequência disso, permitir o teste às hipóteses de investigação indicadas
no capítulo de revisão de literatura. A relação entre as hipóteses de investigação, os vários
estudos desenvolvidos até ao momento e que serviram de suporte teórico a esta dissertação
e as questões deste instrumento de investigação está identificada no quadro seguinte 4
abaixo.
Quadro 4 - Sistematização das hipóteses de investigação
Dimensão
Fatores
Idade
Questões
Autores
Q1. Idade
Li
et
al.
Stafford et al.
Vrechopoulos
al.(2001)
Slyke et al.
Hashim et al.
Hasan (2010)
Género
Q2. Género
Nível de
Escolaridade
Q3. Nível de Escolaridade
Rendimento
Q4. Rendimento Mensal
Dados
Demográficos
Inovação
Hipótese
(1999)
(2004) H1: Os homens com
et mais
de
50
anos
mostram uma maior
(2002) intenção de compra
(2009) online que as mulheres.
H2 : A idade não
Li
et
al.
(1999) influencia a intenção de
Rohm e Swaminathan compra
online
em
(2004)
indivíduos com mais de
50 anos.
H3b:
O
nível
de
escolaridade influencia
Li et al. (1999)
positivamente a intenção
Liao e Cheung (2001)
de compra online em
Susskind ( 2004)
indivíduos com mais de
50 anos.
Korgaonkar e Wolin H3a:
O
nível
de
(1999)
rendimento influencia
Li
et
al.
(1999) positivamente a intenção
Vrechopoulos et al. de compra online em
(2001)
indivíduos com mais de
Hashim et al. (2009)
50 anos.
Q6.B. Entre os meus amigos/colegas, sou
o primeiro a aderir a novas tecnologias
Q6.C. Estou sempre entusiasmado em
Crespo e Bosque (2008)
Personalidade - utilizar as novas tecnologias de
Donthu e Garcia (1999)
informação
Inovação
Limayem et al. (2000)
Q6.D. Gosto de experimentar as novas
tecnologias da informação
H4:
Características
pessoais associadas à
inovação
influenciam
positivamente a intenção
de compra online em
indivíduos com mais de
50 anos.
35
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Frequência
Utilização
Experiência
com a Internet
Nível de
Conhecimento
Família
Amigos
Crenças
Normativas
Outros
Q8. Com que frequência utiliza a
Internet?
Q11.A. Nível de conhecimento na
Utilização
da
Internet
Q11.B. Nível de conhecimento no
Domínio das ferramentas da Internet (Ex:
E-mail)
Q11.C. Nível de conhecimento na
Navegação em websites de comércio
eletrónico (ex: Ebay.com)
Q22.A. Importância das recomendações
dos familiares quando realiza compras
online
Cho
(2004)
Nysveen e Pedersen
(2004)
Bhatnagar et al.(2000)
Citrin et al. (2000)
Liao e Cheung (2001)
H6: Os amigos e a
Q22.B. Importância das recomendações
família são os elementos
dos amigos quando realiza compras
Foucault e Scheufele que mais influenciam a
online
(2002)
intenção de compra
Q22.C/D/E/F/G/H/I.
Importância das Ajzen (1991)
online em indivíduos
recomendações dos colegas de trabalho,
com mais de 50 anos que
reviews em fóruns, redes sociais, líderes
compram online.
de opinião, campanhas publicitárias,
meios de comunicação e newsletter das
marcas quando realiza compras online
Frequência de Q18. Com que regularidade faz compras
Compra Online online
Experiência
compras Online
Valor gasto
online 2013
Conveniência
H5: A experiência com a
Internet não influencia a
intenção de compra
online em indivíduos
com mais de 50 anos.
Brown et al. (2003)
Devaraj et al.(2002)
Foucault e Scheufele
(2002) Koivumi (2001)
Q19. Valor gasto em compras online em Moe e Pader (2004)
Park e Jun (2003)
2013
Pires et al. (2004)
H7: A experiência de
compra anterior está
positivamente
relacionada
com
a
tendência para comprar
online em indivíduos
com mais de 50 anos que
compram online.
Q23.A - Comprar na Internet é mais
conveniente (ex: não preciso sair de casa)
Q23.B - Comprar na Internet permite
comprar produtos e serviços com maior
privacidade
Q23.C -Na Internet tenho a possibilidade
de efetuar compras 24 h/dia
Q23.D - Comprar na Internet é menos
cansativo do que comprar nas lojas
tradicionais
Q23.E - Na Internet tenho uma oferta
global de produtos
Variedade
de produtos
Benefícios
Percebidos
Facilidade de
compra
Experiência
Preço
Q23.F - Na Internet há uma maior
variedade de produtos do que nas lojas
tradicionais.
Forsythe et al. (2006)
Q23.G - Na Internet tenho acesso a mais
Childers
(2001)
marcas e vendedores do que nas lojas
Chen e Tan (2004)
tradicionais
Jarvenpaa
e
Todd
Q23.H -Na Internet não tenho que esperar (1997)
para ser atendido
Bhatnagar et al. (2000)
Q23.I - Na Internet evito possíveis
aborrecimentos que posso ter nas lojas
tradicionais
Q23.J - Na Internet evito o elevado
tráfego de algumas lojas tradicionais
Q23.K - Na Internet encontro mais
informação sobre os produtos/serviços do
que nas lojas tradicionais
Q23.Q - Posso comprar por impulso em
resposta imediata a um anúncio
Q23.P - É excitante receber a encomenda
Q23.M - Existem promoções especiais na
Internet
Q23.N - Comprar Online permite-me
poupar dinheiro
H8: A conveniência é o
fator mais determinante
na escolha do comércio
online para realizar
compras em indivíduos
com mais de 50 anos que
compram online.
36
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Confiança/
Economia
Riscos
Percebidos
Produto
Tempo/
Experiência
Q23.R - Não confio muito nas empresas
online
Q23.S - Se comprar pela Internet corro o
risco de não receber os produtos que
comprei.
Q23.T - Na Internet há uma grande
probabilidade de comprar produtos que
não quero por engano
Q23.U - Sinto que não é seguro fornecer
o meu número de cartão de crédito nas
compras pela Internet
Q23.V - Na Internet corro o risco de ser
cobrado mais do que o valor devido
Q23.W - Na Internet não posso ver nem
tocar nos produtos, o que aumenta o meu
grau de insegurança face às minhas
compras
Q23.X - Na Internet não consigo avaliar o
produto (ex: qualidade)
Q23.Y - O tamanho poderá ser um
problema quando compro peças de
vestuário online
Q23.Z - Na Internet tenho que pagar os
custos de envio e de entrega das minhas
compras
Q23.AA - Fazer compras na Internet
demora muito tempo
Q23.BB - Demoro muito tempo a
encontrar
websites
de
comércio
eletrónico apropriados às minhas compras
Q23.CC - As imagens e os websites
demoram muito tempo a abrir
Q23.DD - O processo de compra online é
muito complicado
Bhatnagar et al. (2000)
Featherman e Pavlou
(2003)
Jarvenpaa et al. (1999)
Joines et al. (2003)
Kolsaker et al. (2004)
Liao e Cheung (2001)
Park et al. (2004)
Pavlou
(2003)
Yuslihasri & Daud
(2011) Ruyter et al.
(2001)
Bhatnagar e Ghose
(2004)
Forsythe et al. (2002)
Forsythe e Shi (2003)
H9: O risco percebido
influencia
negativamente
a
intenção de compra
online em indivíduos
com mais de 50 anos que
compram online.
4.9. Ferramentas e Técnicas de análise estatística Utilizadas
A análise estatística foi aplicada no presente estudo para analisar as respostas aos
questionários aplicados. As principais ferramentas utilizadas para a análise dos dados
foram o software SPSS (versão 20.0) e Microsoft Excel.
No capítulo seguinte serão apresentados os resultados da análise efetuada, em duas partes.
A primeira fase consiste na caracterização sociodemográfica dos inquiridos e na análise
descritiva dos dados obtidos nos questionários relativamente à utilização da Internet e à
intenção de compra Online, com base na utilização de medidas de tendência central, de
dispersão e de correlação.
Na segunda fase foi efetuada uma análise inferencial onde se testaram as hipóteses
definidas no capítulo 3, estudando-se a consistência interna e unidimensionalidade das
escalas utilizadas no questionário e realizando-se testes de hipótese não paramétricos,
testes de correlações, regressões lineares e análise fatorial em componentes principais.
37
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5. Apresentação e análise de resultados
Neste capítulo será apresentada uma análise descritiva dos resultados dos 154
questionários referentes a este estudo, bem como uma análise dos resultados dos testes de
hipótese realizados. A análise descritiva (Secção 5.1) será constituída por 3 partes:
Caracterização sociodemográfica dos inquiridos, Caracterização da utilização da Internet e
questões relacionadas com as compras online em si. Na Secção 5.2 serão apresentados os
resultados dos testes de hipóteses realizados para procurar validar cada uma das hipóteses
de investigação propostas.
5.1.Caracterização Sociodemográfica dos inquiridos
No que respeita aos dados sociodemográficos, foram analisadas as variáveis: Género,
Idade, Nível de escolaridade, Rendimento Mensal Líquido do Agregado, Constituição do
agregado e Inovação como característica pessoal.
5.1.1. Género
À semelhança da distribuição do género que se observa no total do universo de portugueses
com mais de 50 anos (55% de mulheres e 45% de homens (INE, 2011), a amostra inquirida
apresenta uma distribuição similar, revelando uma maior prevalência de inquiridos do
género feminino (61,7%) como se pode observar no gráfico A.1. do anexo 2. Esta
distribuição da amostra permite realizar uma análise mais rigorosa em termos deste
critério.
5.1.2. Idade
Relativamente à idade dos inquiridos esta varia entre os 50 e os 72 anos, sendo que mais de
metade da amostra tem uma idade compreendida entre os 50 e os 55 anos (56,5%) –
Gráfico 6. A média da idade dos participantes neste estudo é de 56 anos (Gráfico 6).
Gráfico 6 – Distribuição Idades dos Inquiridos
38
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5.1.3. Nível de Escolaridade e Rendimento Mensal Líquido
Outros critérios usados para caracterizar os inquiridos foram o Nível de Escolaridade
(Gráfico 7) e o Rendimento Mensal Líquido do Agregado (Gráfico 8).
Verificou-se que uma grande porporção dos inquiridos tinha um de nível de escolaridade
até ao secundário (48,1%) seguido de Bacharelato/Licenciatura (33,8%).
Gráfico 7 – Distribuição Níveis Escolaridade dos Inquiridos
Relativamente ao rendimento auferido, o intervalo mais frequentemente citado situa-se
entre os 1001€ e 2000€ mensais, que corresponde a 35,1% dos casos, seguido dos
intervalos menos entre 2001€ e 3000€. Apenas 7,8% referiu auferir mais de 5000€ por mês
no seu agregado.
Gráfico 8 – Distribuição Rendimento Mensal Líquido dos Inquiridos
39
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5.1.4. Características Pessoais - Inovação
Neste estudo foi também apurada a Inovação enquanto característica pessoal através de três
afirmações onde o inquirido podia concordar ou discordar totalmente conforme se
identificasse mais ou menos com as afirmações.
O valor médio situou-se nos 3,22 pontos (média das 3 médias de resposta) em 5 possíveis,
o que mostra que em termos médios os indivíduos não se consideram com muita propensão
para a inovação como se pode observar no Quadro 5. O gráfico 9 mostra a distribuição
detalhada das respostas a cada uma das questões.
Quadro 4 – Médias dos Pontos de Inovação dos Inquiridos
Personalidade (Inovação)
Média
Entre os meus amigos/colegas, sou o primeiro a aderir a novas tecnologias
2.84
Estou sempre entusiasmado em utilizar as novas tecnologias de informação
3.23
Gosto de experimentar as novas tecnologias da informação
3.60
Legenda: 1= Discordo totalmente e 5= Concordo totalmente
Gráfico 9 – Distribuição das Inovação dos Inquiridos
5.2. Caracterização da utilização da Internet
No que respeita à caracterização dos respondentes quanto à sua utilização da Internet foram
analisadas as seguintes variáveis: Tempo de Utilização, Frequência de Utilização, Intenção
de manter a frequência, Local de Acesso, Nível de Conhecimento, Utilização da Internet
em vez de outras atividades e Finalidades de Utilização.
40
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5.2.1. Tempo de Utilização da Internet
No que respeita à utilização da Internet a maioria dos inquiridos referiu que a utiliza há
mais de 4 anos (94,2%), sendo que apenas 6% dos inquiridos afirmou usar há cerca de 3 a
4 anos (3,2%) ou mesmo há apenas 1 a 2 anos (2,6%). Podemos portanto concluir que a
amostra em estudo apresenta uma grande experiência na utilização deste meio (Gráfico
A.2. do anexo 2).
5.2.2. Frequência de Utilização da Internet e Intenção de manter essa frequência
Foi também questionado com que frequência os inquiridos utilizavam a Internet e se
pretendiam manter o mesmo tipo de utilização no ano seguinte.
No que respeita à frequência de utilização da Internet, a amostra caracteriza-se por ser uma
população heavy-user deste meio, como podemos verificar no gráfico 10. Esta elevada
utilização está visível nas respostas dos inquiridos, em que 45,5% refere que utiliza a
Internet mais de três horas por dia e 37% de uma a três horas por dia. Podemos, desta
forma concluir que a utilização da Internet está completamente enraizada no
comportamento dos consumidores com mais de 50 anos, sendo parte integrante das suas
rotinas e quotidiano.
Gráfico 10- Distribuição da Frequência de Utilização da Internet dos Inquiridos
Verificou-se ainda que a grande maioria (92,9%) tenciona manter esta utilização para o
próximo ano (Gráfico 11).
41
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico 11 – Distribuição da Intenção de Manter Utilização no ano seguinte dos
Inquiridos
5.2.3. Local de Acesso à Internet
O local de acesso à Internet de eleição dos inquiridos é a sua casa, sendo que 85,7% dos
inquiridos referiu este local como ponto de acesso frequente à Internet. Esta questão era de
resposta múltipla, logo era possível selecionar mais do que uma opção de resposta. Em
segundo lugar os inquiridos mencionaram o emprego (57,1%) como local de acesso. Os
locais menos apontados foram a Biblioteca, Cafés e outros locais públicos com acesso à
Internet e Lar. Apesar de ter sido contemplada como hipótese de resposta “Centro Cultural
e Recreativo” este local não obteve qualquer resposta.
Foi ainda previsto um campo de resposta livre onde o inquirido podia mencionar outros
locais de acesso, sendo que foram observadas 4 respostas “Mobile”, o que apesar de não
estar adequado à pergunta, pois esta referia-se a um local de acesso e não a um meio de
acesso, é um indicativo desta tendência de acesso (Quadro 6).
Quadro 5 – Distribuição dos Locais de Acesso à Internet dos Inquiridos
Onde ocorre mais frequentemente o acesso à internet?
Casa
Casa de amigos/familiares
Emprego
Biblioteca
Centro Cultural ou Recreativo
Cafés/outros locais públicos com acesso à internet
Lar
Other: MOBILE (embora fosse local de acesso e não meio de acesso)
N
%
132
6
88
3
0
4
4
4
85,7%
3,9%
57,1%
1,9%
0,0%
2,6%
2,6%
2,6%
42
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5.2.4. Nível de Conhecimento
Como se pode observar no gráfico 12, a maioria da amostra classificou-se como sendo
utilizador independente ou experiente nas áreas Internet e Ferramentas da Internet, sendo
que 48,1% se considerou utilizador experiente (resposta mais frequente) no domínio das
ferramentas da Internet e 35,7% na Utilização da Internet.
Já no caso do comércio eletrónico a maioria já se classificou como Utilizador Básico ou
Independente, sendo que 31,2% se considerou utilizador básico (resposta mais frequente).
É assim nesta área que os internautas se consideram menos experientes e com menor
conhecimento na sua utilização.
Analisando estes dados é possível especular se um dos fatores para a não utilização da
Internet como canal e compra é o facto de os indivíduos não dominarem a navegação em
websites de comércio eletrónico.
Gráfico 12 – Distruibuição do Nível Conhecimento Internet dos Inquiridos
5.2.5. Utilização da Internet em vez de outras atividades
Neste estudo procurou-se saber com que frequência os inquiridos deixaram de fazer
algumas atividades em prol do uso da Internet.
No quadro 13 observa-se que a atividade mais “abandonada” foi ver televisão, sendo que
53,3% afirmou utilizar a Internet em vez de ver TV diariamente ou semanalmente. Esta
observação vai ao encontro do que foi mencionado na revisão da literatura com a chegada
da era digital e perda de utilizadores de outros meios, como a televisão. Observou-se ainda
que 27,3% dos inquiridos deixou de falar ao telefone diariamente para estar online. Esta
43
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
observação corrobora igualmente o abandono no telefone e adesão ao novo media: a
Internet.
Relativamente às restantes atividades aquelas que menos foram substituídas pelo uso da
Internet foram as tarefas domésticas (51,3% afirmou nunca ter renunciado a essa atividade
para utilizar a Internet), fazer exercício físico (57,8% afirmou nunca ter renunciado a essa
atividade para utilizar a Internet), dormir (62,3% afirmou nunca ter renunciado a essa
atividade para utilizar a Internet) e trabalhar (54,5% afirmou nunca ter renunciado a essa
atividade para utilizar a Internet), ou seja atividades mais básicas da vida de um indivíduo.
Ainda assim 18,8% afirmou utilizar a Internet todos os dias, em vez de trabalhar ou mesmo
em vez de dormir (11%).
Gráfico 13 – Distribuição da Utilização da Internet em vez de outras atividades dos
Inquiridos
5.2.6. Finalidades de Utilização da Internet
As finalidades de utilização da Internet mais frequentes, que acontecem numa base diária
na maioria dos inquiridos, são: Consulta do correio eletrónico (89%), Pesquisa de
informação (70,8%), Acesso a redes sociais (58,4%) e Trabalhar (52,6%), como se pode
observar no gráfico 15. Ainda no mesmo gráfico pode identificar-se que as atividades
online que a maioria afirmou nunca praticar são: Conhecer novas pessoas (59,7%),
Participar em passatempos (68,2%) e Ver filmes (50,6%).
44
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
De destacar que relativamente à utilização da Internet para compras online de produtos e
serviços as respostas dos inquiridos concentraram-se numa baixa frequência, sendo que
38,3% afirmou nunca o fazer e 22,7% apenas menos de uma vez por mês (Gráfico 14).
Gráfico 14 - Finalidades de Utilização da Internet
5.3. Comércio Online
No que respeita à caracterização da amostra quanto à utilização do comércio online foram
analisadas as seguintes variáveis: Intenção de Comprar Online, Compra efetiva Online,
Razões para não Comprar Online, Regularidade das Compras Online, Valor Gasto em
Compras Online em 2013, Tipo de produtos mais adquiridos Online, Forma de Pagamento
45
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Online, Crenças Normativas em compras Online, Benefícios Percebidos em Compras
Online e Riscos Percebidos em Compras Online
5.3.1. Intenção de Comprar Online
No gráfico 15 podemos observar que existe algum equilíbrio entre os inquiridos que
responderam ser muito provável efetuar compras nos 6 meses seguintes (43%) e os que
responderam não ser nada provável (52%). Apesar desta observação a maioria dos
inquiridos não tem ou tem pouca intenção de vir a adquirir produtos ou serviços online
(78%). Apenas 19% apresentou uma resposta neutra afirmando que é algo provável.
Gráfico 15 – Distribuição da Intenção de Comprar Online dos Inquiridos
5.3.2. Compra efetiva Online
Esta pergunta constituía um filtro, sendo que a partir daqui o questionário prosseguia com
uma segmentação entre compradores online e offline. Desta forma cada um dos grupos
respondia a partir deste momento a questões distintas dirigidas para o grupo em que se
incluía. Dos inquiridos apenas 34,4% dos indivíduos nunca tinha realizado qualquer
compra pela Internet e 65,6% já tinha comprado pelo menos uma vez neste meio (Gráfico
16). Os compradores offline respondiam seguidamente à questão 17 e o grupo de
compradores online respondia a todo o restante questionário há exceção da pergunta 17.
46
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico 16 – Distribuição da Compra efetiva Online dos Inquiridos
5.3.3. Razões para não Comprar Online
Como indicado anteriormente, esta questão era apenas respondida pelos não compradores
online, podendo o respondente indicar mais do que uma razão para não realizar compras
online. No quadro 7, verifica-se que as três principais razões da não compra pela Internet
deve-se ao facto do inquirido preferir ir pessoalmente às compras (62,3%) e preferir ver e
experimentar o produto antes de o comprar (64,2%). Estas razões estão maioritariamente
relacionadas com o produto em si. As segundas razões mais apontadas estão relacionadas
com a confiança nos sites, sendo que 41,5% afirmou não comprar pela falta de confiança
nos mesmos e 43,4% devido a receio de perder a privacidade dos dados pessoais e
financeiros.
As razões que os inquiridos menos mencionaram foi o custo do envio do produto (5,7%),
por nunca ter pensado em adquirir produtos online (13,2%) ou porque não sabem como o
fazer (15,1%).
Estes resultados são pertinentes para as empresas que queiram vender produtos ou serviços
neste meio na medida em que dão informações importantes sobre as áreas de atuação para
estimular a compra online.
47
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro 6 - Distribuição das Razões para não Comprar Online dos Inquiridos
Razões para não comprar online
N
%
Falta de confiança nos sites
Privacidade dos dados pessoais e financeiros
Prefiro ir pessoalmente às compras
Custo de envio dos produtos
Nunca tive necessidade
Não acho interessante fazer compras na Intenet
As lojas tradicionais oferecem mais garantias
Prefiro ver e experimentar os produtos antes de o comprar
Nunca pensei nisso
Não sei como fazer
Não tenho cartão de crédito/conta Paypal
22
23
33
3
15
18
14
34
7
8
10
41,5%
43,4%
62,3%
5,7%
28,3%
34,0%
26,4%
64,2%
13,2%
15,1%
18,9%
5.3.4. Regularidade das Compras Online
A partir da análise do gráfico 17 podemos verificar que, do grupo de inquiridos que
afirmou comprar online, 4,1% afirmou comprar todas as semanas e 33% todos os meses. A
maior incidência de resposta foi numa compra semestral (39,2%). Considera-se que o facto
de 37,1% da amostra comprar entre uma regularidade semanal ou mensal revela uma
interessante frequência de compra online, apesar de este valor ser ainda inferior aos que
mencionaram comprar numa base semestral ou anual (62,9%). Os valores encontrados
revelam assim o potencial da Internet como canal de compra e demonstram indícios da
necessidade de atuação das empresas neste campo.
Gráfico 17 – Distribuição da Regularidade das Compras Online dos Inquiridos
48
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5.3.5. Valor Gasto em Compras Online em 2013
Pela análise do gráfico 18 podemos concluir que o valor gasto em 2013 é elevado na
maioria dos inquiridos que já compra online, sendo que 44,1% referiu ter gasto mais de
300€ em compras pela Internet em 2013 e 21,5% entre 100€ e 300€.
Os intervalos menos referidos foram entre 5€ e 50€ e entre 50€ e 100€, que correspondem
a 15,1% e 19,4% das respostas, respetivamente.
Gráfico 18 - Distribuição do Valor Gasto em Compras Online em 2013 dos Inquiridos
5.3.6. Tipo de produtos mais adquiridos Online
Verificou-se que as categorias de produtos mais adquiridos em meio online são por ordem
decrescente de importância: Viagens e Alojamento (70,3%), Vestuário (35,6%) e Produtos
eletrónicos e informáticos (35,6%). As categorias menos compradas online são Cursos
(6,9%) e Medicamentos (6,9%). A questão apresentava ainda uma zona de campo livre
onde o inquirido podia colocar outras categorias para além das mencionadas como hipótese
pré-definidas. Entre as categorias sugeridas pelos inquiridos foram mencionados por
exemplo café (3%) ou eletrodomésticos (2%). A categoria “Café” poderá estar relacionada
com a marca Nespresso, que apresenta uma elevada quota no mercado dos cafés e é apenas
vendida online e em lojas próprias (Quadro 8).
49
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro 7 – Distruibuição do Tipo de produtos mais adquiridos Online dos Inquiridos
Produtos que já comprou online
N
%
Vestuário
Artigos de Supermercado
Filmes/Músicas
Produtos electrónicos/informáticos (ex: software, mp4)
CD's/DVD's/Discos Vinil
Livros
Publicações virtuais (Jornais, livros, revistas)
Viagens e Alojamento
Bilhetes para espectáculos/eventos
Cursos
Medicamentos
Vouchers de Desconto (ex: Grupon)
Other:
36
23
15
36
15
43
10
71
52
7
7
20
16
35,6%
22,8%
14,9%
35,6%
14,9%
42,6%
9,9%
70,3%
51,5%
6,9%
6,9%
19,8%
15,8%
1
1
1
2
1
1
1
3
1
1
1
1
1
1,0%
1,0%
1,0%
2,0%
1,0%
1,0%
1,0%
3,0%
1,0%
1,0%
1,0%
1,0%
1,0%
Comunicações
Telecomunicações
Carros
Electrodomésticos
Instrumentos musicais
Areia para gatos e xango
Material Fotografia
Café
Artigos de caça
Almofadas
Artigos papelaria/casa
Bricolage
Coleccionismo
5.3.7. Forma de Pagamento Online
No gráfico 19 estão identificadas as preferências nas diferentes formas de pagamento dos
inquiridos que já compravam online.
A forma de pagamento mais mencionado foi o cartão de crédito (40,4%), seguido de
Multibanco (22,2%) e Paypal (15,2). As formas menos mencionadas foram o Mbnet
(6,1%), o pagamento contra entrega (7,1%) e a transferência bancária (9,1%).
Estes resultados refletem as hipóteses de pagamento normalmente disponíveis nos sites de
compras online.
50
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico 19 – Distruibuição da Forma de Pagamento Online dos Inquiridos
5.3.8. Crenças Normativas em compras Online
No gráfico 20 pode claramente observar-se que os grupos que foram considerados como
muito importantes no processo e decisão de compras online foram os familiares (26%), os
amigos (17,8%) e os colegas de trabalho (10%), ou seja, os grupos mais próximos
pessoalmente dos inquiridos, corroborando o que foi mencionado na revisão de literatura.
Os grupos maioritariamente considerados como nada importantes neste processo foram as
redes sociais (30%), os líderes de opinião (28%) e as campanhas publicitárias (29,3%).
51
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico 20 – Distruibuição das Crenças Normativas em compras Online dos
Inquiridos
5.3.9. Benefícios Percebidos em Compras Online
Os inquiridos que já compravam pela Internet foram também questionados sobre os
benefícios que identificavam neste meio como canal de compra. Como pode ser observado
no gráfico 21, os benefícios que os inquiridos mais concordam totalmente relativamente às
compras online foram a possibilidade de efetuar compras 24 horas por dia (41,9%), o facto
de não ter de esperar para ser atendido (33%) e a oferta global dos produtos (25,9%). Os
benefícios mencionados anteriormente foram os que obtiveram mais pontos numa escala
de 1 a 5 (em que 1 era Discordo totalmente e 5 Concordo totalmente). No Quadro 9 pode
ainda ser observado que o facto de existirem promoções especiais na Internet obteve uma
média de 3,50 pontos em 5 possíveis.
Ainda através do Quadro 9 pode observar-se que os benefícios com menor média pontual
foram o facto de poder comprar por impulso em resposta imediata a um anúncio
(média=2,05), comprar online para experimentar novas experiências (média= 2,18) e ser
excitante receber a encomenda (média=2,23), ou seja benefícios ligados à experiência de
compra online em si.
52
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico 21 – Distribuição dos Benefícios Percebidos em Compras Online dos
Inquiridos
Quadro 8 – Médias dos pontos dos Benefícios Percebidos em Compras Online dos
Inquiridos
Benefícios Percebidos
Médias
Comprar na Internet é mais conveniente
3,31
Comprar na Internet permite comprar produtos e serviços com maior privacidade
3,07
Na Internet tenho a possibilidade de efetuar compras 24 h/dia
3,75
Comprar na Internet é menos cansativo do que comprar nas lojas tradicionais
3,20
Na Internet tenho uma oferta global de produtos
3,43
Na Internet há uma maior variedade de produtos do que nas lojas tradicionais
3,15
Na Internet tenho acesso a mais marcas e vendedores do que nas lojas tradicionais
3,29
Na Internet não tenho que esperar para ser atendido
3,63
Na Internet evito possíveis aborrecimentos que posso ter nas lojas tradicionais
2,62
Na Internet evito o elevado tráfego de algumas lojas tradicionais
3,21
Na Internet encontro mais informação sobre os produtos/serviços do que nas lojas tradicionais
3,31
Na Internet posso personalizar alguns produtos
3,10
Existem promoções especiais na Internet
3,50
Comprar Online permite-me poupar dinheiro
3,09
53
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Compro online para experimentar novas experiências
2,18
É excitante receber a encomenda
2,23
Posso comprar por impulso em resposta imediata a um anúncio
2,05
Legenda: 1= Discordo totalmente e 5= Concordo totalmente
5.3.10. Riscos Percebidos em Compras Online
Por fim, foram identificados os riscos percebidos no processo de compra online nos
indivíduos que já usavam a Internet como meio de aquisição de produtos e serviços.
Como evidenciado no gráfico 22 e no quadro 10, os riscos de comprar online mais
mencionados relacionam-se com o produto adquirido. Os riscos com a média mais alta em
5 pontos possíveis (em que 1 era Discordo totalmente e 5 Concordo totalmente) foram os
problemas de tamanho das peças de vestuário adquiridas online (média=3,73 em que
40,5% da amostra concordou totalmente que era um risco), o facto de não conseguir avaliar
o produto (média=3,51) e os custos de envio e de entrega das compras online
(média=3,44).
Por outro lado, dos riscos apresentados, os que revelaram menos preocupação foram os
relacionados com o tempo despendido e com a experiência de compra online (Gráfico 24).
Foram eles: “O processo de compra online é muito complicado” (média=2,21), “As
imagens e os websites demoram muito tempo a abrir” (média=2,27) e “Fazer compras na
Internet demora muito tempo” (média=2,32) (Quadro 10).
Comparando a média geral dos benefícios percebidos das compras online em indivíduos
com mais de 50 anos (3,06) com a dos riscos percebidos (2,86), estes apresentam uma
menor média, relevando que os inquiridos identificam mais benefícios que riscos neste
canal de compra (Quadros 9 e 10).
54
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico 22 - Distribuição dos Riscos Percebidos em Compras Online dos Inquiridos
Quadro 9 - Médias dos pontos dos Benefícios Percebidos em Compras Online dos
Inquiridos
Riscos Percebidos
Médias
Não confio muito nas empresas online
2,76
Se comprar pela Internet corro o risco de não receber os produtos que comprei
2,84
Na Internet há uma grande probabilidade de comprar produtos que não quero por engano
2,62
Sinto que não é seguro fornecer o meu número de cartão de crédito nas compras pela Internet
3,16
Na Internet corro o risco de ser cobrado mais do que o valor devido
2,58
Na Internet não posso ver nem tocar nos produtos, o que aumenta o meu grau de insegurança
face às minhas compras
3,41
Na Internet não consigo avaliar o produto
3,51
O tamanho poderá ser um problema quando compro peças de vestuário online
3,73
Na Internet tenho que pagar os custos de envio e de entrega das minhas compras
3,44
Fazer compras na Internet demora muito tempo
2,32
Demoro muito tempo a encontrar websites de comércio eletrónico apropriados às minhas
compras
2,36
As imagens e os websites demoram muito tempo a abrir
2,27
O processo de compra online é muito complicado
2,21
Legenda: 1= Discordo totalmente e 5= Concordo totalmente
55
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5.2 Validação das hipóteses de investigação
Nesta secção apresentar-se-ão os resultados relativos à validação das hipóteses de
investigação anteriormente formuladas. Serão evidenciadas as correlações entre as
variáveis, com o objetivo de corroborar ou não as hipóteses teóricas de trabalho definidas a
partir da análise da literatura, testando a influência de alguns determinantes nos
comportamentos de compra online de indivíduos com mais de 50 anos.
Neste estudo serão aplicados testes não paramétricos, pois não é possível garantir as
condições de aplicabilidade dos testes paramétricos: a amostra global é de pequena
dimensão (n=154), sendo na maior parte dos casos, e face à natureza das escalas das
variáveis, mais pertinente aferir sobre as distribuições das respostas e não tanto sobre as
médias das mesmas.
Para o estudo das Hipóteses 1 à 5 foi considerada a totalidade da amostra pois pretendia-se
aferir sobre a influência de fatores comuns a toda a amostra na intenção de compra. A
partir da Hipótese 6 foram apenas tidos em conta os indivíduos que já compravam online,
sendo então o objetivo aferir acerca da influência de fatores relacionados com as compras
online na intenção de repetição da compra.
5.2.1. Influência do género na intenção de compra online
H1: Os homens com mais de 50 anos mostram uma maior intenção de compra online do
que as mulheres.
Para testar a hipótese 1 e avaliar se o género masculino apresenta uma intenção de comprar
online significativamente superior ao género feminino, foi efetuado um teste não
paramétrico de Mann-Whitney. Este tipo de teste é usado para comparar a distribuição de
uma variável (intenção de compra, neste caso) em duas amostras independentes (homens e
mulheres, neste caso).
O resultado evidenciou que não há diferenças significativas na distribuição da intenção de
compra em homens e mulheres, pois a significância obtida (0,46) é maior que 5% (e logo a
hipótese nula de igualdade de distribuições não é rejeitada – ver Quadro A.1. do anexo 2).
A hipótese 1 não é então validada face à amostra em estudo.
56
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5.2.2. Influência da idade na intenção de compra online
H2: A idade não influencia a intenção de compra online em indivíduos com mais de 50
anos.
Para verificar se a idade do inquirido está relacionada com a intenção de compra online, foi
calculada a correlação entre as duas variáveis, e correspondente significância. Este
coeficiente de correlação linear varia entre -1 (associação negativa entre as variáveis) e 1
(associação positiva entre as variáveis), sendo que quando se regista o valor 0 não existe
associação.
Foi obtido um nível de correlação de 0,034, não significativamente diferente de zero
(sig=0,674), concluindo-se assim que a correlação entre a idade e a intenção de compra não
é significativa o que corrobora a hipótese teórica 2 definida previamente através da revisão
da literatura (Quadro A.2. do anexo 2).
5.2.3. Influência do Rendimento e do Nível de Escolaridade na intenção de compra
online
H3a: O nível de rendimento influencia positivamente a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos.
Relativamente ao rendimento, pretende-se verificar se existe uma relação positiva entre o
rendimento e a intenção de compra online. Tendo esse objetivo em mente, foi realizado um
teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para mais de 2 amostras independentes. Este teste
apresenta-se como a generalização do teste de Mann-Whitney usado para testar a primeira
hipótese e o objetivo é agora verificar se k amostras (k>2) independentes provêm de
populações com igual distribuição. Neste caso foi testada a igualdade da distribuição da
intenção de compra online para os vários níveis de rendimento.
Tendo em conta os valores apresentados no quadro A.3. do anexo 2, considera-se que a um
nível de significância de 6% existem diferenças significativas entre os grupos sendo que os
escalões de rendimento mais elevados apresentam valores mais elevados de intenção de
compra online (Quadro A.4. do anexo 2), validando assim H3a.
H3b: O nível de escolaridade influencia a intenção de compra online em indivíduos com
mais de 50 anos.
57
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Para testar a hipótese H3b foi também usado um teste não paramétrico de Kruskal-Wallis
com o objetivo de testar de haveria igualdade da distribuição da intenção de compra online
para os diversos níveis de escolaridade.
Os resultados no quadro A.5. no anexo 2 evidenciam que existem diferenças significativas
entre diferentes níveis de escolaridade (significância <0,05), o que valida a hipótese 3b
deste estudo.
Com efeito, é facilmente visível no quadro A.6. no anexo 2 e no gráfico 23 abaixo, que
indivíduos com nível de escolaridade mais elevado apresentam valores mais elevados de
intenção de compra.
Gráfico 23 - Intenção de Compra Online por escalão de Escolaridade
5.2.4. Influência da Personalidade (Inovação) na intenção de compra online
H4: Características pessoais associadas à inovação influenciam positivamente a intenção
de compra online em indivíduos com mais de 50 anos.
58
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Antes de testar a hipótese 4 deste estudo procedeu-se à validação da consistência interna da
escala aplicada para medir “Inovação”, constituída por 3 questões. Para isso analisou-se a
fiabilidade através do cálculo do coeficiente de Alpha de Cronbach. Os valores do
coeficiente variam entre 0 (totalmente não fiável) e 1 (totalmente fiável). Verifica-se neste
caso que o Alpha está classificado como muito bom (Hill e Hill, 2008) uma vez que
apresenta o valor de 0,897 (Quadro A.7. do anexo 2). Uma vez que a fiabilidade da escala
é elevada, foi criado um score de inovação através da realização de uma Análise em
Componentes Principais.
Com o intuito de aferir se a característica pessoal “Inovação” tem uma relação
estatisticamente significativa e positiva com a intenção de compra online em indivíduos
com mais de 50 anos foi feito investigada a correlação de Pearson entre as duas variáveis.
Observa-se no quadro A.8. do anexo 2, que, para um nível de significância <0,05, existe
uma correlação significativa e positiva moderada entre as duas variáveis, o que parece
corroborar H4 definida previamente na revisão de literatura. Com efeito, para o total da
amostra, o gráfico 24 parece evidenciar uma relação positiva entre o score de adesão a
novas tecnologias (variável “Inovação”) e a intenção de compra online.
Gráfico 24 – Relação entre o Score de adesão a novas tecnologias e intenção de compra
online
59
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
5.2.5. Influência da Experiência com a Internet na intenção de compra online
H5: A experiência com a Internet não influencia a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos
Para averiguar a experiência com a Internet analisaram-se o nível de conhecimento da
Internet e a frequência de utilização da mesma.
Tal como para as questões sobre a Inovação como característica pessoal, neste caso para o
nível de conhecimento da Internet primeiro procedeu-se também à validação da
consistência interna da escala utilizada, constituída também por 3 questões. Para isso
analisou-se a fiabilidade através do teste de Alpha de Cronbach. Verifica-se neste caso que
o Alpha está classificado como muito bom (Hill e Hill, 2008) uma vez que apresenta o
valor de 0,842 (Quadro A.9. do anexo 2).
Foi realizada uma análise fatorial em componentes principais para obter um score de grau
de conhecimento da Internet. Para o total da amostra, o Gráfico 25 parece evidenciar
relação positiva entre o score de Grau de Conhecimento da Internet/ Experiência de
utilização da Internet e a intenção de compra online.
Seguidamente testou-se a significância da correlação entre as duas variáveis. O resultado
obtido, evidenciado no quadro A.10. do anexo 2, mostra que há uma correlação positiva e
significativa, não validando assim H5 no que ao nível e conhecimento com a Internet diz
respeito.
Gráfico 25 - Relação entre o Score de Grau de Conhecimento da Internet e intenção de
compra online.
60
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Relativamente à variável “Frequência de utilização da Internet”, no gráfico 26, observa-se
que os inquiridos que utilizam mais frequentemente a Internet são os que apresentam maior
probabilidade de adquirir produtos e serviços online nos próximos 6 meses.
Para testar a Hipótese 5 relativamente a esta variável procedeu-se a um teste de KruskalWallis (Gráfico A.11. do anexo 2). Considerando o total dos respondentes, a Intenção de
compra varia significativamente (sig<0,05) em função da frequência de utilização diária da
Internet, sendo que são os indivíduos com maior frequência de utilização diária os que
apresentam valores mais elevados de intenção de compra (Quadro A.12. do anexo 2), não
validando igualmente H5 no que à frequência de utilização de Internet diz respeito.
Gráfico 26 - Intenção de Compra Online por nível de Frequência de Utilização da
Internet
5.2.6. Influência das Crenças Normativas na intenção de repetição de compra online
H6: Os amigos e a família são os elementos que mais influenciam a intenção de compra
online em indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
A partir desta hipótese será apenas tido em conta o grupo de inquiridos que respondeu já
ter comprado online.
61
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
A questão 22 do questionário pretendia aferir sobre quais os elementos que mais influência
exercem nas compras online dos inquiridos. As possibilidades de resposta eram as
seguintes:
Opinião de familiares, Opinião de amigos, Opinião de Colegas de trabalho, Reviews em
fóruns, Opinião em redes sociais (Ex: Facebook), Líderes de Opinião, Campanhas
Publicitárias, Meios de Comunicação (Ex: programa de TV), Newsletters das marcas.
Seguidamente, e para testar a Hipótese 6 deste estudo, procedeu-se a uma recodificação
das variáveis para que pudesse ser testada a correlação entre a influência de família e
amigos na intenção de compra versus a correlação entre a influência dos restantes
elementos e a intenção de compra (neste caso repetição de compra).
Os testes de correlação de Person (Quadro A.13 do anexo 2) revelam que há uma
correlação positiva e significativa entre a influência de outros elementos que não a família
e amigos na compra online e que por outro lado não existe correlação significativa entre a
influência de amigos e família e a intenção de comprar online, não validando desta forma
H6.
5.2.7. Influência da Experiência de compra online na intenção de repetição de compra
online
H7: A experiência de compra anterior está positivamente relacionada com a tendência para
comprar online em indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
Para medir a experiência de compra online foram tidos em conta dois fatores: A
regularidade com que o inquirido faz compras online e o valor gasto em compras online no
ano anterior.
Relativamente à regularidade com que efetua compras online observou-se primeiramente o
gráfico 27, onde se pode observar que são os inquiridos que fazem compras semanal ou
mensalmente na Internet aqueles que apresentam maior intenção de repetição de compra
nesse meio.
62
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico 27 - Intenção de Compra Online por nível de Regularidade com que faz
Compras Online
Para testar H7, no que à regularidade das compras online diz respeito, procedeu-se a um
teste de Kruskal-Wallis (Quadro A.14. do anexo 2). O valor de sig=0.00 obtido revela ser
de rejeitar a hipótese nula de igualdade de distribuições de intenção de repetição da compra
para os diversos graus de regularidade com que o indivíduo faz compras na Internet. Com
efeito, são os que mais frequentemente compram online (semanalmente ou mensalmente)
que apresentam maiores valores de intenção de repetição de compra (Quadro A.15. do
anexo 2), validando desta forma o formulado na H7.
No que diz respeito ao valor gasto em compras online em 2013, pode ser observado no
gráfico 28 que os maiores níveis de gastos parecem estar associados a uma maior
probabilidade de intenção de repetição compra online.
63
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico 28 - Intenção de Compra Online por nível de Valor gasto em compras online
em 2013
Para testar H7 no que ao gasto em compras online em 2013 diz respeito aplicou-se um teste
de Kruskal-Wallis (Quadro A.16. do anexo 2) sendo que o mesmo revela ser também de
rejeitar a hipótese de igualdade de distribuições de intenção de repetição da compra
(sig<0,05) para os diversos graus de gastos feitos com compras na net no ano de 2013.
Desta forma, são os que mais dinheiro gastaram em compras em 2013 (mais de 300€) que
apresentam maiores valores de intenção de repetição de compra (Quadro A.17 do anexo 2),
validando igualmente a Hipótese 7 deste estudo.
5.2.8. Influência dos Benefícios Percebidos na intenção de repetição de compra online
H8: A conveniência é o benefício percebido mais importante para explicar a intenção de
compra online em indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
A última questão do questionário dizia respeito aos benefícios e riscos percebidos pelos
inquiridos quando compram pela Internet.
Os benefícios percebidos eram constituídos por 17 variáveis diferentes, tendo a revisão de
literatura efetuada apontado para cinco tipos de benefícios. Assim, e para validar H8,
tornou-se necessário proceder a uma análise fatorial em componentes principais para
64
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
reduzir a dimensionalidade da escala. Com esse objetivo foi primeiro verificada a medida
de aplicabilidade da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin que é um índice usado para avaliar a
aplicação da análise fatorial. Valores altos (entre 0,5 e 1,0) indicam que a análise fatorial é
apropriada, sendo que neste caso o valor de KMO obtido foi de 0,824 e desta forma é
adequado avançar com a análise fatorial ao conjunto de dados (Quadro A.18. no anexo 2).
No quadro A.19 do anexo 2, observa-se que para obter um total de variância explicada de
aproximadamente 80% é preciso considerar uma solução com 5 dimensões, o que está em
linha com o número de dimensões sugerido na literatura. Também o scree plot (Gráfico
A.3 do anexo 2) parece evidenciar 5 dimensões: quando os valores próprios se aproximam
do zero e deixa de haver declive, não é importante acrescentar mais fatores (Pereira, 2006).
Foram assim agrupadas as 17 variáveis iniciais em apenas 5 dimensões, conseguindo estas
explicar aproximadamente 79% da variabilidade total das variáveis iniciais.
Com o intuito de melhorar a interpretação da solução com 5 dimensões, foi realizada uma
rotação Varimax, tendo-se obtido a Matriz de Componentes Rodada apresentada no
Quadro A.20. do anexo 2. Esta matriz apresenta as correlações entre os 17 items iniciais e
as 5 dimensões escolhidas. A sua análise permite atribuir designações às cinco dimensões,
a saber:
Componente 1:Conveniência
Componente 2:Facilidade de compra
Componente 3:Variedade dos produtos
Componente 4:Preço
Componente 5:Experiência
Tomando como variável dependente a intenção de compra online e como variáveis
independentes os scores das cinco dimensões resultantes da análise fatorial em
componentes principais, foi realizada uma regressão linear múltipla. O objetivo é procurar
explicar a intenção de repetição da compra usando como variáveis explicativas os cinco
tipo de benefícios percebidos face à compra pela Internet.
Tendo em conta o R2, conclui-se que as variáveis explicativas, neste caso os 5 tipos de
benefícios, presentes no modelo explicam 43,6% da intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos (Quadro A.21. do anexo 2).
O quadro A.22. do anexo 2 revela que a Facilidade de Compra e a Variedade de Produtos
não são significativamente explicativas da intenção de compra online para um nível de
significância de 5%.
65
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Dos cinco benefícios apresentados, os mais determinantes para explicar a intenção de
compra são o Preço, seguido da Conveniência, não validando por isso H8 na totalidade.
5.2.9. Influência dos Riscos Percebidos na intenção de repetição de compra online
H9: O risco percebido influencia negativamente a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
À semelhança dos benefícios percebidos, também nos riscos percebidos foi realizada uma
análise em componentes principais com o objetivo de reduzir a dimensionalidade da
escala, composta inicialmente por 15 items.
As medidas de adequabilidade (Quadro A.23. do anexo 2) revelam ser apropriado realizar
a análise (KMO = 0,842).
No quadro A.24. do anexo 2, observa-se que foram agrupadas as 15 variáveis iniciais em 3
componentes, conseguindo estas explicar aproximadamente 67% da variabilidade total das
variáveis iniciais. Também o Scree plot (Gráfico A.4. do anexo 2) parece confirmar a
existência de 3 fatores.
O Quadro A.25. do anexo 2 mostra a Matriz de Componentes Rodada, tendo-se assim
designado as três componentes de risco percebido:
Componente 1:Produto
Componente 2:Confiança e Economia
Componente 3:Tempo e Experiência
Do modelo de regressão linear múltipla estimado para explicar a intenção de compra como
função dos 3 tipos de risco percebido (Quadro A.26 do anexo 2) é possível concluir que
qualquer uma das três dimensões de risco obtidas através da Análise em Componentes
Principais tem um impacto negativo (embora nenhum seja significativo a um nível de
significância de 5%) sobre a intenção de repetição de compra online em indivíduos com
mais de 50 anos, validando parcialmente o postulado em H9.
5.2.10 - Síntese de validação das hipóteses de investigação
De forma resumida, apresenta-se de seguida um quadro síntese com a enumeração das
hipóteses de investigação, bem como a sua situação em termos de validação ou rejeição
face aos resultados da investigação e testes efetuados (Quadro 35).
66
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Hipótese de Investigação
Resultado de Investigação
H1: Os homens com mais de 50 anos Hipótese Rejeitada
mostram uma maior intenção de compra
online que as mulheres.
Não há diferenças por género na intenção
de compra online
H2 : A idade não influencia a intenção de
compra online em indivíduos com mais de
50 anos.
Hipótese Validada
H3a: O nível de rendimento influencia
positivamente a intenção de compra online
em indivíduos com mais de 50 anos.
Hipótese Validada
H3b: O nível de escolaridade influencia
positivamente a intenção de compra online
em indivíduos com mais de 50 anos.
Hipótese Validade
H4: Características pessoais associadas à
inovação influenciam positivamente a
intenção de compra online em indivíduos
Hipótese Validada
com mais de 50 anos.
H5: A experiência com a Internet não Hipótese Rejeitada
influencia a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos.
A experiência com a Internet influencia
intenção de compra online, quer ao nível
de conhecimento sobre a Internet, quer ao
nível de regularidade de uso da mesma
H6: Os amigos e a família são os Hipótese Rejeitada
elementos que mais influenciam a intenção
de compra online em indivíduos com mais
de 50 anos que compram online.
Os colegas e outros elementos parecem
afetar mais a decisão de compra online
que os amigos e família
67
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
H7: A experiência de compra anterior está Hipótese Validada
positivamente relacionada com a tendência
para comprar online em indivíduos com
mais de 50 anos que compram online.
H8: A conveniência é o fator mais Hipótese Rejeitada parcialmente
determinante na escolha do comércio
para
online
realizar
compras
em
indivíduos com mais de 50 anos que
compram online.
H9:
O
risco
A conveniência é o 2º benefício mais
determinante na escolha do comércio
online para realizar compras a seguir ao
preço
percebido
influencia Hipótese Validada parcialmente
negativamente a intenção de compra
online em indivíduos com mais de 50 anos
que compram online.
(Os
riscos
percebidos
influenciam
negativamente a intenção de compra
online
embora
não
a
um
nível
significativo)
68
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
6. Principais Conclusões e Discussão dos resultados, Limitações e Recomendações
O presente capítulo evidencia as principais conclusões obtidas após a investigação
realizada, bem como as resultantes contribuições teóricas e práticas. Apresenta ainda as
limitações inerentes à realização deste projeto de investigação e recomendações para
investigações futuras.
6.1. Principais Conclusões e Discussão dos resultados
As conclusões obtidas têm em consideração as variáveis em estudo de acordo com os
objetivos de investigação inicialmente definidos relativamente ao segmento sénior, isto é,
aumentar o conhecimento deste cada vez mais relevante segmento de mercado, caracterizar
e compreender o seu comportamento online, nomeadamente a sua experiência na Internet e
as principais motivações que os levam a estar online e identificar e caracterizar os
principais fatores que influenciam a sua intenção de compra online.
No seguimento desta contextualização no que respeita aos objetivos de investigação, será
apresentado, numa primeira fase, um resumo dos principais resultados e respetivas
conclusões e, numa segunda fase, será abordada a influência das variáveis em estudo na
intenção de compra dos inquiridos, respondendo desta forma, às hipóteses em estudo.
Através da análise realizada constatou-se que os consumidores presentes na amostra não se
consideram indivíduos especialmente inovadores, embora não demonstrem aversão às
novas tecnologias. Cerca de 60% da amostra afirmou gostar de experimentar novas
tecnologias da informação, embora na sua maioria não se considerem os pioneiros neste
passo. Esta conclusão vai ao encontro dos estudos mencionados nesta investigação, que
demonstram a progressiva familiarização com a tecnologia e penetração no meio online
por parte dos seniores portugueses. Relativamente à utilização da Internet, os seniores em
estudo revelaram uma elevada experiência na utilização deste meio, sendo que 94,2%
afirma que a utiliza há mais de 4 anos e 82,5% refere que a acede mais de uma hora todos
os dias. Esta tendência repercute-se no elevado nível de conhecimento que afirmam ter
sobre a utilização da Internet e as suas ferramentas. De facto, 48,1% e 35,7% da amostra
considerou-se utilizador experiente no domínio das ferramentas da Internet e na utilização
da mesma, respetivamente. Estes dados corroboram os estudos prévios elaborados neste
campo, que sugerem que as próprias fronteiras da literacia já não se situam no ler e
escrever, mas também no domínio das tecnologias da informação, inscrevendo-se no
conceito de envelhecimento produtivo e constituindo um importante contributo para a
inserção dos seniores na sociedade atual do conhecimento (Kaye, Butter e Webster, 2003).
69
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Apesar de, neste sentido, se poder afirmar que a Internet está completamente enraizada no
quotidiano desta amostra de seniores portugueses, estes revelaram menos conhecimento
relativamente à navegação em websites de comércio eletrónico, o que vai ao encontro dos
dados apresentados no enquadramento deste estudo que revelam que o recurso ao comércio
eletrónico apresenta uma fraca adesão por parte de faixas etárias mais velhas (INE, 2012).
No que diz respeito às atividades do dia-a-dia que os seniores deixam de fazer para estar
online, “ver TV” e “falar ao telefone” foram as mais referidas. Apesar de, como
BabyBoomers, serem considerados o último segmento que utiliza ativamente todos os
meios (Hildebrand, 2001), a verdade é que esta conclusão veio reiterar a progressiva
migração para o digital, mencionada na revisão de literatura.
As principais finalidades de utilizações da Internet que os seniores em estudo apontaram
foram a consulta do correio eletrónico (89%), a pesquisa de informação (70,8%) e o acesso
a redes sociais (58,4%). Estas foram justamente as atividades mencionadas pela Marktest
em 2013, quando caracterizou o sénior online, confirmando essa informação através desta
investigação.
Relativamente à utilização da Internet para compras online as respostas dos inquiridos
concentraram-se numa baixa frequência. Estes resultados vão igualmente ao encontro das
conclusões de um estudo feito pela Marktest (2013), em que apenas uma pequena
percentagem de seniores do estudo em causa afirmava ver lojas online ou mesmo já ter
comprado online. Ainda assim, 24% da amostra desta investigação afirmou fazê-lo
mensalmente e 12% semanalmente, o que perante o contexto, foram considerados bons
indícios de recetividade às compras pela Internet. A reforçar os indícios mencionados
anteriormente, observou-se que 57% referiu ser provável ou muito provável efetuar
compras nos 6 meses seguintes, 65,6% já tinha comprado pelo menos uma vez neste meio
e 44,1% gastou mais de 300€ em compras pela Internet em 2013, revelando o potencial
deste meio como canal de compra para este target
As razões para não efetuarem compras online centram-se no facto de preferirem ir
pessoalmente às compras e gostarem de ver e experimentar os produtos antes de os
comprar, sendo que neste ponto pouco ou nada as empresas podem agir pois são fatores
relacionados com a própria natureza da compra online. Ainda assim as segundas razões
mais apontadas estão relacionadas com a confiança nos sites. Estudos prévios no mesmo
âmbito, efetuados pela Marktest (2013), presentes no enquadramento desta investigação,
apresentam resultados semelhantes, destacando-se os problemas relacionados com a
segurança dos sites.
70
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Os produtos mais adquiridos online pela amostra sénior em estudo são as viagens e
alojamento (70,3%) e vestuário (35,6%), o que está alinhado com a preferência de produtos
adquiridos online pela generalidade dos portugueses (Marktest, 2013).
Os benefícios mais valorizados pelo target sénior quando compra online foram a
possibilidade de comprar 24 horas por dia e não ter de esperar para ser atendido e os riscos
mais mencionados foram os problemas com os tamanhos de peças de vestuário adquiridas
online, e não poder avaliar o produto antes de o comprar. Este risco é, como visto
anteriormente, umas das principais razões para os inquiridos não adquirirem produtos
online.
Observe-se agora as hipóteses propostas e as respetivas conclusões:
- H1: Os homens com mais de 50 anos mostram uma maior intenção de compra online que
as mulheres.
Esta hipótese não é válida para a amostra em estudo, sendo que o género não influencia a
intenção de compra online. A literatura sugeria uma relação entre as duas variáveis, em que
o género masculino era mais adepto do comércio eletrónico do que o feminino (Stafford et
al.2004). De facto os primeiros produtos a estarem disponíveis online estavam orientados
para o target masculino (Slyke et al.,2002), sendo que hoje em dia existe uma maior
variedade de produtos disponíveis online que sejam relevantes para o género feminino.
Além deste fator, outros estudos reforçam que as mulheres apresentam uma atitude mais
positiva perante o ato de comprar do que os homens (Alreck e Settle 2002). Apesar destas
valorizarem a compra offline como experiência social (Rodgers e Harris, 2003) podemos
estar a assistir a uma progressiva aceitação da tecnologia por parte das mulheres e
valorização de benefícios relativamente à compra pela Internet, igualando desta forma a
intenção de compra online dos homens.
- H2: A idade não influencia a intenção de compra online em indivíduos com mais de 50
anos.
Após teste à hipótese verificou-se que esta é válida para a amostra em estudo. Conforme
sugerido na revisão de literatura (Li et al.1999; Rohm e Swaminathan, 2004), a idade não
tem uma relação com a intenção de compra online em indivíduos com mais de 50 anos.
71
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
- H3a: O nível de rendimento influencia positivamente a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos.
- H3b: O nível de escolaridade influencia positivamente a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos.
Ambas as hipóteses 3 (a e b) foram validadas. Os resultados da inferência estatística
evidenciaram diferenças significativas entre diferente graus de rendimento e escolaridade,
sendo que quanto maior o nível em ambas as variáveis, maior a propensão para comprar
online. Estes resultados relativos a uma amostra sénior corroboram o sugerido pela
literatura por Li et al. (1999), Liao e Cheung (2001) e Susskind (2004).
- H4: Características pessoais associadas à inovação influenciam positivamente a intenção
de compra online em indivíduos com mais de 50 anos.
A análise da literatura existente defende maioritariamente a existência de uma relação
positiva entre a propensão para a inovação e a intensão de compra online (Agarwal e
Prasad, 1998; Crespo e Bosque, 2008) ainda que os resultados sejam mistos. O presente
estudo demonstra uma relação significativa, ainda que moderada, o que corrobora os
estudos prévios e valida a hipótese em estudo. Conclui-se desta forma que efetivamente os
seniores que apresentem características pessoais ligadas à inovação apresentam uma maior
tendência para comprar online.
- H5: A experiência com a Internet não influencia a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos.
A dimensão “Experiência com a Internet” era constituída por 2 fatores: a frequência de
utilização da Internet e o nível de conhecimento sobre a mesma. Em ambos os fatores o
resultado levou o investigador a rejeitar H5, pois foi comprovada a existência de uma
correlação significativa e positiva entre os dois fatores e a intenção de compra pela Internet
na amostra sénior em estudo.
Apesar de a literatura sugerir que, mesmo existindo uma relação, esta se revela pouco
significativa, a verdade é que já no modelo conceptual de aceitação de compras online
(OSAM) era representada, através de linha a tracejado, a produção de resultados
contraditórios entre a experiência na Internet e a intenção de compra online.
Conclui-se desta forma que entre os seniores, a experiência que revelam online tem um
impacto positivo na intenção de compra online.
72
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
- H6: Os amigos e a família são os elementos que mais influenciam a intenção de compra
online em indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
Um dos elementos que o OSAM acrescentou ao TAM (Modelo de Aceitação tecnológica)
foi o facto de incluir as crenças normativas como elementos determinantes da intenção de
compra online. A literatura defende ainda que a família e os amigos são as referências mais
recorrentes e mais importantes quando os indivíduos compram online, embora os
resultados não sejam conclusivos. Neste estudo a hipótese 6 foi rejeitada, pelo que os
colegas e outros elementos aparentemente afetam mais a decisão de compra online nos
seniores que os amigos e família.
- H7: A experiência de compra anterior está positivamente relacionada com a tendência
para comprar online em indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
Os resultados validam a hipótese 7 baseada na literatura existente. Esta sugere que a
experiência com compras anteriores influencia positivamente a repetição da compra
(Brown et al.,2003; Devaraj et al.,2002; Foucault e Scheufele, 2002; Koivumi, 2001; Moe
e Pader, 2004; Park e Jun, 2003; Pires et al.,2004). Conclui-se desta forma que são os
seniores que já compraram anteriormente, com uma maior regularidade e que gastaram
mais dinheiro em compras online em 2013 que apresentam uma maior intenção de
repetição de compra online.
- H8: A conveniência é o fator mais determinante na escolha do comércio online para
realizar compras em indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
Para testar a hipótese, identificaram-se primeiramente 5 dimensões de benefícios distintas:
Conveniência. Preço, Facilidade de Compra, Variedade de Produtos e Experiência. Estas
vão ao encontro do que é sugerido pela literatura. Os autores defendem ainda que a
conveniência é o benefício mais valorizado por quem compra online (Childers, 2001; Chen
e Tan, 2004; Jarvenpaa e Todd, 1997; Bhatnagar et al.,2000). A hipótese foi parcialmente
validada, sendo que a conveniência é o segundo benefício mais valorizado pelos seniores
quando compram online. Segundo a Marktest (2012) os principais motivos que levam os
portugueses a comprar online são os preços mais atrativos e o facto de ser cómodo, o que
corrobora totalmente o resultado obtido neste estudo.
- H9: O risco percebido influencia negativamente a intenção de compra online em
indivíduos com mais de 50 anos que compram online.
73
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Vários estudos constataram que a relação entre perceção de risco e a intenção de repetição
de compra online é significativa e negativa (Kolsaker et al.,2004). Nesse sentido formulouse a hipótese 9 deste estudo para concluir se os riscos percecionados pelos seniores que
compram online têm um efeito negativo na sua intenção de repetição da compra online.
Foram, em primeiro lugar, identificadas 3 dimensões distintas de risco percecionado:
Produto, Confiança e Economia e Tempo e Experiência, alinhados com o defendido na
literatura. A regressão efetuada evidenciou que qualquer uma das dimensões tem um
impacto negativo, embora nenhum seja significativo, sobre a intenção de repetição de
compra online em indivíduos com mais de 50 anos, validando por isso, em parte, o
postulado em H9.
As conclusões constatadas neste capítulo permitem desta forma responder aos objetivos
postulados no início da investigação, responder à questão principal da investigação e acima
de tudo fornecer insights para pesquisas futuras sobre o tema em estudo.
74
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
6.2. Principais Contribuições Teóricas e Práticas da Investigação
O Marketing online é uma temática recente, estando ainda assim mais avançado a nível
prático do que a nível teórico. Além de recente, trata-se de uma área em constante e rápida
evolução, exigindo quer aos gestores, quer aos académicos um acompanhamento
permanente das novidades e uma aprendizagem contínua.
O presente estudo teve como objetivo principal identificar os fatores mais significantes da
adesão ao comércio eletrónico por parte dos internautas seniores portugueses. Desta forma,
este estudo revela-se um importante contributo no conhecimento cientifico e empresarial.
Apesar da maioria das grandes marcas já apresentarem plataformas de venda online a
verdade é que as microempresas representam hoje em dia 95% do tecido empresarial
português, sendo que 20% a 35% não utilizam regularmente Internet no seu negócio,
pouco mais de 20% têm website e apenas 6% fazem negócio online (ACEPI, 2014). Ou
seja o comércio eletrónico tem um enorme potencial de exploração das empresas
portuguesas, pelo que este estudo contribui para um melhor conhecimento deste meio
quando dirigido ao target sénior.
Neste sentido a revisão de literatura efetuada pretendeu reunir uma base de corpo teórico
consistente fazendo um enquadramento do sénior de hoje em dia, numa época de advento
da era digital, abordando o sénior enquanto relevante segmento de mercado, os processos
de decisão de compra na Internet e os fatores que influencia a intenção de compra nesse
meio. Este corpo teórico fornecerá certamente uma base de trabalho e um ponto de partida
interessantes para trabalhos futuros.
Do ponto de vista teórico, este estudo confirmou a maioria da informação proveniente da
revisão bibliográfica, enriquecendo-a. Das 10 hipóteses testadas, 6 foram validadas e 4
foram rejeitadas para o target sénior.
Do ponto de vista prático será importante perceber que fatores podem incentivar o target
sénior a comprar online, pois os indivíduos desta amostra, apesar de apresentarem um nível
de experiência considerável na utilização da Internet e suas ferramentas, afirmaram não
dominar a navegação de websites de comércio eletrónico. Esta é uma oportunidade das
empresas tornarem os seus sites de compra online mais user friendly ou apresentarem, por
exemplo, um tutorial de como o fazer. Foi ainda detetado que os seniores não usam a
Internet para efetuar compras online devido à falta de confiança nos sites e ao receio de
perder a privacidade dos dados pessoais e financeiros. Mais uma vez as empresas poderão
atuar neste campo, podendo apresentar referências, recomendações ou certificações que
confiram a credibilidade necessária ao site.
75
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Apesar do presente estudo não abordar o acesso mobile à Internet, este foi mencionado por
alguns elementos da amostra quando questionados sobre o local de acesso (fazendo
confusão com aquilo que realmente se perguntava). Estas respostas poderão aqui também
dar pistas relativamente à aposta das empresas na adaptação dos sites de compra online ao
mobile (design responsivo).
6.3. Limitações da Investigação e Recomendações para Investigações Futuras
A realização deste projeto esteve sujeita a limitações de ordem diversa, que serão
seguidamente enumerados e que resultaram, em parte, em recomendações para
investigações futuras.
O facto de se tratar de uma investigação de âmbito académico, implica naturalmente
constrangimentos de tempo, meios e recursos, sendo que foi necessário assumir alguns
compromissos que permitissem a realização do mesmo dentro dos prazos estabelecidos
sem pôr em causa a sua validade no contexto de estudo.
O tema da investigação é, como referido anteriormente, um tema recente, sobretudo no
contexto académico, sendo que uma das limitações encontradas foi a dificuldade no acesso
a informação atualizada e gratuita, num meio que está em constante evolução, que
permitissem uma revisão bibliográfica consistente, indutora de novas linhas de pesquisa a
desenvolver e rica em termos dos objetivos fundamentais a atingir. No que respeita à
atualidade dos artigos, mesmo considerando um artigo com apenas 2 anos, a probabilidade
de os dados apresentarem algum nível de desactualização é elevada, dada, mais uma vez, a
grande dinâmica do tema em análise.
Outra limitação identificada neste estudo prendeu-se com a dificuldade em encontrar
indivíduos pertencentes à população que se pretendia estudar, sendo esse número limitado
no círculo de conhecimento e influência do investigador, o que causou uma reduzida
amostra.
Ainda relativamente à natureza da amostra, a técnica de amostragem utilizada condicionou os
dados obtidos. Por ser uma amostra por conveniência não probabilística não é considerada
como sendo representativa da população em estudo, não podendo teoricamente ser aplicada
a inferência estatística nem a generalização dos resultados para a população. As conclusões
retiradas são, portanto, válidas unicamente para a amostra estudada, podendo, todavia, ser
encaradas como pistas exploratórias para trabalhos futuros, ou seja, permitem o
levantamento de questões relativas à problemática em estudo, ainda pouco abordada, que
servem de base ao planeamento de futuras investigações, com um horizonte temporal mais
76
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
alargado e com uma amostra mais elevada em estudo. Sugere-se então no futuro, a
realização de estudos sobre este tema, recorrendo a uma amostra probabilística de maior
dimensão, que seja representativa da população em estudo. Visto que os utilizadores de
Internet aumentam a cada dia que passa, observando-se este grande aumento entre a faixa
sénior, e este meio estar constantemente em evolução e mudança, é importante reforçar a
necessidade e pertinência da reavaliação das conclusões agora encontradas
O questionário foi construído com o objetivo de testar as hipóteses em estudo, chegando-se
a posteriori à conclusão que nem todas as questões tidas à partida como necessárias para
proceder à validação das mesmas, o tenham sido na realidade. Em todo o caso, estas foram
úteis para uma caracterização mais abrangente da amostra.
Apesar de terem sido considerados uma abrangente quantidade de fatores que influenciam
a intenção de compra online, admite-se que existem outras variáveis que podiam ter sido
estudadas, nomeadamente, variáveis externas como a cultura ou fatores ligados ao
indivíduo como o envolvimento com a Internet, as suas motivações hedónicas e utilitárias,
etc., testando as suas influências nos comportamentos de compra online.
Apesar das limitações encontradas, o trabalho em causa constitui um contributo válido
adicional na tentativa de compreensão do comportamento do consumidor sénior
relativamente à sua intenção de escolha do meio digital para praticar a sua atividade de
consumo.
77
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
7. Bibliografia
ACEPI/IDC. 2014. Economia Digital em Portugal 2009-2020. Outubro
Agarwal, R. and Prasad, J. 1998. A Conceptual and Operational Definition of Personal
Innovativeness in the Domain of Information Technology, Information Systems Research
Vol (2): 204–215.
Ajzen, I. & Fishbein, M. 1991. Understanding attitudes and predicting social behavior.
Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall.
Albertin, A.L. 2001. Comércio Eletrónico. São Paulo: Atlas.
Almeida, J. F. 1994. Introdução à Sociologia, Universidade Aberta, Lisboa.
Alreck, P. and Settle, R. B. 2002. Gender Effects on Internet, Catalogue and Store
Shopping, Journal of Database Marketing, Vol. 9, No. 2:150-162.
Andersone, I., Gaile-Sarkane, E. 2009. Behavioral differences in consumer purchasing
behavior between online and traditional shopping: Case of Latvia. Economics &
Management, 23: 80-88.
Babin, B. J.; Darden, W. R; Griffin, M. 1994. Work and/or Fun: Measuring Hedonic and
Utilitarian Shopping Value. Journal of Consumer Research, Vol. 20, No. 4: 644-656.
Barnes, B., M. Fox, and D. Morris. 2004. Exploring the linkage between internal
marketing, relationship marketing and service quality: A case study of a consulting
organization. TotalQuality Management and Business Excellence 15 (5/6): 593–601.
Bhatnagar, A., Misra, S. and Rao, H. R. 2000. On Risk, Convenience, and Internet
Shopping Behavior, Communications of the ACM Vol. 43, No. 11: 98-105.
Bhatnagar, A. & Ghose, S. 2004. Segmenting Consumers Based on the Benefits and Risks
of Internet Shopping. Journal of Business Research, Vol. 57:1352-1360.
Brengman, M.; Geuens, M.; Wijters, B.; Smith, S. M; Swinyard, W. R. 2005. Segmenting
Internet Shoppers Based on Their Web-Usage-Related Lifestyle: a Cross-Cultural
Validation. Journal of Business Research, Vol. 58:79-88.
Brown, L.G. 1990. Convenience in Services Marketing, Journal of Services Marketing,
4(1), 53-59.
Brown, M., Pope, N. and Voges, K. 2003. Buying or Browsing? An Exploration of
Shopping Orientations and Online Purchase Intention, European Journal of Marketing
Vol. 37 (11/12): 1666-1685.
Cardoso, G., Costa, A. F., Palma, C. C., & Gomes, M. C. 2005. A sociedade em rede em
Portugal, Porto: Campo das Letras Editores.
78
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Central Intelligence Agency, Total Fertility Rate,
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2127.html
Chen, L.-D.; Gillenson, M. L.; Sherrell, D. L. 2002. Enticing Online Consumers: An
Extended Technology Acceptance Perspective. Information & Management, Vol. 39, No.
8, pp. 705-719.
Chen, L.D. e J. Tan. 2004. Technology adaptation in e-commerce: key determinants of
virtual store acceptance, European Management Journal, 22(1): 74-86.
Childers, T.L., Chresrwher L.C., Joann P.; Stephen C. 2001. "Hedonic and utilitarian
motivations for online retail shopping behavior." Journal of Retailing 77 (4): 511-535.
Cho, J. 2004. Likelihood to Abort an Online Transaction: Influences From Cognitive
Evaluations, Attitudes, and Behavioral Variables, Information & Management Vol. 41:
827-838.
Cisco Visual Networking Index (VNI) Global Forecast Update. 2013. Junho: 14.
Citrin, A. V.; Stem Jr., D. E.; Spangenberg, E. R.; Clark, M. J. 2003. Consumer Need for
Tactile Input: An Internet Retailing Challenge. Journal of Business Research. Vol. 56,
No. 11: 915-923.
Coleman, DA. 1992. The Demographic Transition in Ireland in International Context,
Proceedings of the British Academy. (79): 53–77.
Datamonitor Report. 2004. Empty Nesters - Targeting high-spending consumers. Abril
Davis, F., Bagozzi, R. & Warshaw, p. R. 1989. User acceptance of computer technology:
a comparison of two theoretical models. Management Science, 35 (8): 982-1003.
Dell’Era,C., A. Marchesi, e R.Verganti. 2010. Mastering technologies in design-driven
innovations: How two Italian furniture companies make design a central part of their
innovation process. Research Technology Management 53 (2): 12–23.
Demos. 2004. Eternal youths. London: Centrica and Saga Group.
Devaraj, S., Fan, M. and Kohli, R. 2002. Antecedents of B2C Channel Satisfaction and
Preference: Validating E-Commerce Metrics, Information Systems Research Vol. 13, No.
3: 316-334.
Dias, Isabel. 2012. O uso das tecnologias digitais entre os seniores: motivações e
interesses. Sociologia, Problemas e Práticas, no.68: 51-77.
Dickenson, Anna, and Hill, Robin L. 2007. ‘Keeping in touch: Talking to older people
about computers and communication’, Educational Gerontology, 33(8): 613-30.
Donthu, N., and A. Garcia. 1999. The Internet shopper. Journal of Advertising Research
39 (3): 52–58.
79
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Doolin, B.; Dillon, S.; Thompson, F.; Corner, J. L. 2005. Perceived risk, the Internet
shopping experience and online purchasing behavior: a New Zeland perspective. Journal
of Global Information Management, Vol. 13, No. 2: 66-88.
Drucker, P. F. 1993. Practice of Management, HarperCollins Publishers.
Eastman, J. K., and R. Iyer. 2005. The impact of cognitive age on Internet use of the
elderly: An introduction to the public policy implications. International Journal of
Consumer Studies, 29 (2): 125–136.
Engel, J.,R.D. Blackwell e P. W. Miniard. 2000. Comportamento do Consumidor (8ª
Edição). LTC Editora.
Eun Young Kim, Youn-Kyung Kim. 2004. Predicting online purchase intentions for
clothing products, European Journal of Marketing, Vol. 38 Iss: 7: 883 – 897.
Evans, M., G. Wedande, L. Ralston, and S. van’t Hul. 2001. Consumer interaction in the
virtual era: Some solutions from qualitative research. Qualitative Market Research: An
International Journal 4 (3): 150– 159.
Featherman, M. & Pavlou, P. A. 2003. Predicting E-Services Adoption: a Perceived Risk
Facets Perspective. International Journal of Human-Computer Studies, Vol. 59: 451–
474.
Fokkema, Tineke, and Knipscheer, Kees. 2007. ‘Escape loneliness by going digital: A
quantitative and qualitative evaluation of a Dutch experiment in using ECT to overcome
loneliness among older adults’, Aging & Mental Health, 11(5): 496-504.
Forsythe, S. M., T. Petee e J.O., Kim. 2002. Modeling Consumer Behavior in Online
Environments: Scale Development (Annual Reports). Spring House, PA: National Textile
Center.
Forsythe, S. M., e B. Shi. 2003. Consumer Patronage and Risk Perceptions in Internet
Shopping, Journal of Business Research, 56, (11): 867-875.
Forsythe, S., C. Li, D. Shannon, L. C. Gardner. 2006. Development of a scale to measure
the perceived benefits and risks of online shopping, Journal of Interactive Marketing,
20(2): 55-75.
Foucault, B. & Scheufele, D. 2002. Web vs. Campus Store? Why Students Buy Textbooks
Online. Journal of Consumer Marketing, Vol. 19, No. 4/5: 409-424.
Garbarino, E. & Strabilevitz, M. 2004. Gender Differences in the Perceived Risk of Buying
Online and the Effects of Receiving a Site Recommendation. Journal of Business
Research, Vol. 57: 768-775.
Gloria, A. M.; Wulf C. & Mullen H. 2013. Internet Marketing to 50+ Generations in the
UK and France, Journal of International Consumer Marketing, 25(1): 45-58.
80
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Goldsmith, R. E. 2001. Using the Domain Specific Innovativeness Scale to Identify
Innovative Internet Consumers, Internet Research-Electronic Networking Applications
and Policy Vol. 11, No. 2: 149-158.
Grupo Marktest. 2013. Bareme Internet: Audiências de Internet (universo de 2008). 17
Setembro
Grupo Marktest. 2012. Bareme Internet: Audiências de Internet (universo de 2008). 30
Outubro.
Hasan, B. 2010. Exploring gender differences in online shopping attitude. Computers in
Human Behavior, Vol. 26, No.4: 597-601.
Hashim, A.; Ghani, E. K.; Aid, J. 2009. Does Consumers’ Demographic Profile Influence
Online Shopping? An Examination Using Fishbein’s Theory. Canadian Social Science,
Vol. 5, No.6: 19-31.
Henke, M. 1999. ‘Promoting independence in older persons through the Internet’,
CyberPsychology & Behavior, 2(6):521-27.
Assael, H. 1993. Marketing Principles and Strategy (2ª Edição).Fort Worth : Dryden.
Hill, M., Hill, A. 2008. Investigação por questionário (2ª edição). Lisboa: Edições Sílabo.
Hirschman, E. C. & Holbrook, M. B. 1982. Hedonic Consumption: Emerging Concepts,
Methods and Propositions. Journal of Marketing, Vol. 46, No. 3: 92-101.
Hofacker, C. F. 2001. Internet Marketing (3ª Edição). New York: John Wiley & Sons, Inc.
Hoffman, D.L., Novak, T.P., Schlosser, A. 2000. Consumer control in online
environments. Working paper. Vanderbilt University.
Hoyer, W. D., Macinnis, D. J. 2008. Consumer Behavior. Nashville: South Western
Educational Publishing.
Digital buyer penetration worldwide from 2011 to 2018,
http://www.statista.com/statistics/261676/digital-buyer-penetration-worldwide/ , Outubro
2014
Huang, M. H. 2003. Modeling Virtual Exploratory and Shopping Dynamics: An
Environmental Psychology Approach. Information & Management, Vol. 41, No. 1: 3947.
Huang, W. Y.; Schrank, H.; Dubinsky, A. J. 2004. Effect of Brand Name on Consumers'
Risk Perceptions of Online Shopping. Journal of Consumer Behavior, Vol. 4, No. 1: 4050.
INE. 2009. Projecções de população residente em Portugal 2008-2060. 19 Março: 1-5.
81
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
INE. 2012. Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas
Famílias – 6 Novembro: 1-9.
INE. 2013. Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas
Famílias – 6 Novembro: 1-9.
INE. 2014. Projecções de população residente em Portugal 2012-2060: 13.
Internet Growth Statistics - Today's road to e-Commerce and Global Trade, Internet
Technology Reports, http://www.Internetworldstats.com/emarketing, 2013
Jarvenpaa, S. L. e P. A. Tood. 1997. Consumer Reactions to Electronic Shopping on the
World Wide Web, International Journal of Electronic Commerce, 2, 59-88.
Jarvenpaa, S. L. & Tractinsky, N. 1999. Consumer Trust in an Internet Store: A CrossCultural Validation. Journal of Computer, Mediated Communication, Vol. 5, No. 2.
Jayanti, R. K., M. K. McManamon, and T. W. Whipple. 2004. The effects of aging on
brand attitude measurement. Journal of Consumer Marketing 21 (4): 264–273.
Johnson, E. J., Moe, W. W., Fader, P. S., Bellman, S. and Lohse, G. L. 2004. On the Depth
and Dynamics of Online Search Behavior, Management Science Vol. 50, No. 3: 299-309.
Joines, J.; Scherer, C.; Scheufele, D. 2003. Exploring Motivations for Consumer Web Use
and Their Implications for E-Commerce. Journal of Consumer Marketing, Vol. 20, No. 2:
90-109.
Kaye, Leonard W., Sandra S. Butter, e Nancy M. Webster. 2003. Toward a productive
ageing paradigm for geriatric practice. Ageing International, 28(2):200-213.
Kiel, J. M. 2005. The digital divide: Internet and e-mail use by the elderly. Medical
Informatics & the Internet in Medicine, 30(1): 9-23.
Kim, J. W., B. H. Lee, M. J. Shaw, H. L. Chang, and M. Nelson. 2001. Application of
decision-free induction techniques to personalised advertisements on Internet storefronts.
International Journal of Electronic Commerce 5 (3): 45–62.
Koivumi, T. 2001. Customer Satisfaction and Purchasing Behaviour in a Web-Based
Shopping Environment, Electronic Markets Vol. 11, No. 3: 186-193.
Kolsaker, A., Lee-Kelley, L. and Choy, P. C. 2004. The Reluctant Hong Kong Consumer:
Purchasing Travel Online. International Journal of Consumer Studies Vol. 28, No. 3:
295-304.
Korgaonkar, P. K. & Wolin, L. D. 1999. A Multivariate Analysis of Web Usage. Journal
of Advertising Research, Vol. 39, No. 2: 53-68.
Kotler, P. 2000. Administração de Marketing: a edição do novo milénio (10ª edição). São
Paulo: Prentice Hall.
82
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Kotler, P., Keller, K. L. 2006. Administração de Marketing: A Bíblia do Marketing (12ª
Edição). São Paulo: Prentice Hall.
Lee Kuan Yew; Warning Bell for Developed Countries: Declining Birth Rates,
http://www.forbes.com/global/2012/0507/current-events-population-declining-birth-rateslee-kuan-yew.html, 2010
Leonel Moura. 2006. Baby boomers. Jornal de Negócios. 23 Agosto.
Li, H.; Kuo, C.; Russell, M. G. 1999. The Impact of Perceived Channel Utilities, Shopping
Orientations, and Demographics on the Consumer's Online Buying Behavior. Journal of
Computer-Mediated Communication, Vol. 5, No. 2.
Liao, Z. & Cheung, M. T. 2001. Internet-Based E-Shopping and Consumer Attitudes an
Empirical Study. Information & Management, Vol. 38, No. 5: 299-306.
Limayem, M., Khalifa, M. and Frini, A. 2000. What Makes Consumers Buy From
Internet? A Longitudinal Study of Online Shopping, IEEE Transactions on Systems,
Man, and Cybernetics-Part A: Systems and Humans Vol. 30, No. 4: 421-432.
Lopes, J. L. P. 2007. Fundamental dos Estudos de Mercado – Teoria e Prática (1ª
Edição). Lisboa: Edições Sílabo.
Lumpkin, J., & Hawes, J. 1985. Retailing without stores: An examination of catalog
shoppers. Journal of Business Research, 13(2): 139-151.
Malhotra, N. K. e Birks, D. F. 2006. Marketing Research: An Applied Approach (3ª
Edição). Harlow, England: Prentice Hall.
Marketing through the generations, Identifying the wants and needs of age groups,
http://www.bevindustry.com/articles/85020-marketing-through-thegenerations?v=preview, Outubro 2011
Marktest e Novadir. 2008. A Outra Geração: Os Seniores, perfil, comportamentos, usos e
atitudes.
Marktest. 2012. TGI Marktest 2012: Relatório Anual Bareme Internet.
Melewar, T. C., and N. Smith. 2003. The Internet revolution: Some global marketing
implications. Marketing Intelligence & Planning 21 (6): 363–369.
Monsuwé, T. P.; Dellaert, G. C.; Ruyter, K. 2004. What drives consumers to shop online?
A literature review. International Journal of Service Industry Management, Vol. 15, No.
1:102-121.
Morgan, Carol M. and Levy, Doran J. 1993. Segmenting The Mature Market. Chicago:
Probus.
Mowen, J.C e Minor, M.S. 2007. O comportamento do consumidor. Prentice Hall.
83
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Myers, H., & Lumbers, M. 2008. Understanding older shoppers: a phenomenological
investigation. Journal of Consumer Marketing, 25(5): 294 – 301.
doi:10.1108/07363760810890525
Nielson; Utilização da Internet já é um hábito enraizado nos portugueses, Trends &
Insights, http://pt.nielsen.com/news/20080207_Compras_online.shtml, 2008.
Novak, T. P, Hoffman, D. L.;Yung, Y. F. 2000. Measuring the Customer Experience in
Online Environments: A Structural Modeling Approach. Marketing Science, Vol. 19, No.
1: 22-42.
Nysveen, H. and Pedersen, P. 2004. An Exploratory Study of Customers' Perception of
Company Web Sites offering Various Interactive Applications: Moderating Effects of
Customers' Internet Experience. Decision Support Systems, Vol. 37, No. 1: 137-150.
Opalinski, Laural. 2001. ‘Older adults and the digital divide: Assessing results of a webbased survey’, Journal of Technology in Human Services, 18(3/4): 203-21.
Pardal, Luís e Correia, Eugénia. 1995. Métodos e técnicas de investigação social. Porto:
Areal Editores.
Park, J., Lee, D. and Ahn, J. 2004. Risk-Focused E-Commerce Adoption Model: a CrossCountry Study, Journal of Global Information Management, Vol. 7: 6-30.
Pavlou, P. A. 2003. Consumer Acceptance of Electronic Commerce: Integrating Trust and
Risk with the Technology Acceptance Model. International Journal of Electronic
Commerce, Vol. 7, No. 3: 101-134.
Pereira, A. 2006. SPSS. Guia prático de utilização. Análise de dados para ciências sociais
e psicologia. Lisboa: Edições Sílabo, Lda.
Peterson, R.A., S, Balasubramanian e M. J. Bronnenberg. 1997. Exploring the implications
of the Internet of consumder marketing, Journal of Academy Science, 25, (4): 329-346.
Pires, G., Stanton, J. and Eckford, A. 2004. Influences on the Perceived Risk of Purchasing
Online, Journal of Consumer Behaviour, Vol. 4, No. 2: 118-131.
Quivy, R.& Campenhoudt, L. 1992. Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa:
Gradiva.
Rodgers, S. & Harris, M. 2003. Gender and E-Commerce: An Exploratory Study, Journal
of Advertising Research, Vol. 43, No. 3: 322-330.
Rohm, A.J. & Swaminathan, V. 2004. A typology of online shoppers based on shopping
motivations, Journal of Business Research, 57: 748–757.
Ruyter, K., Wetzels, M. and Kleijnen, M. 2001. Customer Adoption of E-Service: An
Experimental Study, International Journal of Service Industry Management, Vol. 12,
No. 2: 184-208.
84
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Shapira, N., Barak, A., and Gal, I. 2007. ‘Promoting older adults’ well being through
Internet training and use’, Aging and Mental Health, 11(5): 477-84.
Slyke, C. V.; Comunale, C. L.; Belanger, F. 2002. Gender Differences in Perceptions of
Web-Based Shopping, Communications of the ACM, Vol. 45, No. 7: 82-86.
Solomon, M. R. 2002. Consumer Behavior (5ª edição). New Jersey: Prentice Hall.
Solomon, M., Bamossy, G., Askegaard, S. & Hogg, M.K. 2006. Consumer Behaviour: A
European Perspective (3ª Edição). Essex: Prentice Hall/Financial Times.
Stafford, T. F.; Turan, A.; Raisinghani, M. S. 2004. International and Cross-Cultural
Influences on Online Shopping Behavior. Journal of Global Information Management,
Vol., 7, No. 2: 70-87.
Stephanie Hildebrand. 2001. Marketing through the generations, Beverage Industry
Magazine Special report.
Stephenson, P. R. & Willett, R. P. 1969. Analysis of Consumers' Retail Patronage
Strategies. Marketing Involvement in Society and the Econom, American Marketing
Association, Chicago, IL.
Strauss, J., & R. Frost. 1999. Marketing on the Internet: Principles of online marketing.
Upper Saddle River, NJ: Prentice-Hall.
Susskind, A. 2004. Electronic Commerce and World Wide Web Apprehensiveness: An
Examination of Consumers' Perceptions of the World Wide Web. Journal of ComputerMediated Communication, Vol. 9, No. 3.
Swaminathan, V.; Lepkowska-White, E.; Rao, B. P. 1999. Browsers or Buyers in
Cyberspace? An Investigation of Fators Influencing Electronic Exchange. Journal of
Computer-Mediated Communication, Vol. 5, No. 2.
TASCHNER, Gisela B. 2000. Lazer, Cultura e Consumo. RAE- Revista de Administração
de Empresas, Vol. 40 (4): 38-47.
Tolonen H (Ed.). 2013. EHES Manual. Part A. Planning and preparation of the survey.
National Institute for Health and Welfare.
Towle, Jeffrey G. & Martin Jr., Claude R. 1976. The Elderly consumer: onde segment or
many? Advances in Consumer Research, n3: 463-468.
Tull, D. S., Hawkins, D. I. 1976. Marketing Research: Measurement and Method. New
Jersey: Prentice Hall.
Van De Watering, M. The impact of computer technology on the elderly,
http://www.marekvandewatering.com/texts/HCI_Essay_Marek_van_de_Watering.pdf ,
2005
85
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Venkatesh, V. and Morris, M. G. 2000. Why Don't Men Ever Stop To Ask for Directions?
Gender, Social Influence, and Their Role in Technology Acceptance and Usage Behavior,
MIS Quarterly Vol. 24, No. 1: 115-139.
Vrechopoulos, A.P.; Siomkos, G.J.; Doukidis, G.I. 2001. Internet shopping adoption by
Greek Consumers. European Journal of Innovation Management, Vol. 4, No. 3: 142152.
Wolfinbarger, M. & Gilly, M. 2001. Shopping Online for Freedom, Control, and Fun.
California Management Review, Vol. 43 (2): 34-56.
Xia, L. 2002. Affect As Information: the Role of Affect in Consumer Online Behaviors.
Advances in Consumer Research, Vol. 29 (1): 93-100.
Yuslihasri, I. A., & Daud, A. K. 2011. Fators that influence customers buying intention on
shopping online. International Journal of Marketing Studies, 3(1): 128-143.
Zhou, L., Dai, L., Zhang, D. 2007. Online Shopping Acceptance Model – A critical Survey
of consumer fators in Online Shopping. Journal of Electronic Commerce Research, VOL
8 (1).
86
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
8. Anexos
ANEXO 1
Questionário aplicado
87
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Comportamento Online indivíduos 50+
Este questionário faz parte de um estudo sobre a utilização da Internet por parte de indivíduos com
mais de 50 anos no intuito da minha tese de mestrado com o mesmo tema. A participação neste
questionário é voluntária e as suas respostas serão enquadradas num estudo estatístico que não o
identificará individualmente. Muito obrigada!
Grupo I – Dados Sociodemográfico
1. Idade
2. Género
Feminino
Masculino
3. Nível de Escolaridade
Sem educação
Ensino Básico - 1º ciclo
Ensino Básico - 2º e 3º ciclos
Ensino Secundário
Bacharelato / Licenciatura
Pós-graduação
Mestrado
Doutoramento
4. Rendimento Mensal Líquido do Agregado
Inferior a 1000€
Entre 1001 e 2000€
Entre 2001 e 3000€
Entre 3001 e 5000€
Superior a 5000€
5. Constituição do agregado
1 Pessoa
2 Pessoas
3 Pessoas
4 Pessoas
+ de 4 Pessoas
6. Indique em que medida se identifica com as afirmações descritas abaixo
Em que 1 significa "Discordo totalmente" e 5 "Concordo totalmente"
1 "discordo
2 3 4 5 "concordo
totalmente"
totalmente"
Q6.B.Entre os meus amigos/colegas, sou o
primeiro a aderir a novas tecnologias
Q6.C.Estou sempre entusiasmado em utilizar
as novas tecnologias de informação
Q6.DGosto de experimentar as novas
tecnologias da informação
88
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Grupo II – Utilização da Internet
7. Há quanto tempo utiliza a Internet?
Entre 1 e 2 anos
Entre 3 e 4 anos
Há mais de 4 anos
8. Com que frequência utiliza a Internet?
Menos de uma vez por semana.
Uma vez por semana.
Duas a três vezes por semana.
Menos de uma hora por dia.
De uma a três horas por dia
Mais de três horas por dia
9. Em relação ao uso da Internet, para o ano pretende manter o mesmo tempo de
utilização?
Sim
Não
10. Onde ocorre mais frequentemente o acesso à Internet?
Casa
Casa de amigos/familiares
Emprego/escola
Biblioteca
Centro cultural/recreativo
Cafés/outros locais públicos com acesso à Internet
Lar
Telemóvel
Outros (quais?)___________________
11. Avalie o seu nível de conhecimento nas seguintes áreas:
Utilizador
Utilizador
Inexperiente
Básico
Utilizador
Independente
Utilizador
Experiente
Q11.A. Utilização da Internet
Q11.B. Domínio das ferramentas
da Internet (ex: E-mail)
Q11.C. Navegação em websites
de comércio eletrónico (ex:
Ebay.com)
12. Com que frequência usou a Internet EM VEZ das seguintes atividades nos últimos 6
meses?
Menos de
uma vez por
Nunca
Mensalmente Semanalmente Diariamente
mês
Ver televisão
Falar ao telefone
Dormir
89
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Fazer exercício físico
Ler
Ir ao cinema
Sociabilizar pessoalmente
Tarefas domésticas
Trabalhar
13. Com que frequência usa a Internet com as seguintes finalidades?
Nunca
Menos de uma Mensalmente
Semanalmente
vez por mês
Diariamente
Correio Eletrónico
(e-mail)
Informação (notícias)
Lazer/Entretenimento
Aprender assuntos
novos/Estudar
Tarefas Administrativas
Jogar
Ouvir Música
Ver filmes
Redes Sociais (Ex.
Facebook)
Ler blogs
Trabalhar/Negócios
Contacto com
familiares/amigos que
vivem no estrangeiro
Contacto com
familiares amigos perto
Acesso a sites de
serviços (ex: finanças,
home banking)
Compras online de
90
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
produtos e serviços
Pesquisar informação
sobre produtos/serviços/
preços antes da compra
Planear e organizar
viagens
Pesquisar informação
prática
Participar em
passatempos
Conhecer novas pessoas
"Surfar" pela Internet
Fazer downloads
14. Numa escala de entre 1 (nada) e 5 (muito) caracterize o que a Internet é para si:
1 "nada"
2
3
4
5 "muito"
Importante
Interessante
Divertida
Cómoda
Sociável
Útil
Envolvente
Necessária
15. Numa escala de 1 a 5, onde 1 significa "Nada provável" e 5 "Muito provável" como
classifica a sua intenção de efetivar compras na Internet nos próximos 6 meses?
1
2
3
4
5
Nada provável
Muito provável
Grupo III – Compras Online
16. Já efetuou compras online?
Se responder "não" passe para a pergunta 17 e o seu questionário termina; se responder
"sim" passe para a questão 18 e prossiga com o mesmo
Sim
Não
17. Se não, porquê?
91
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Se tiver respondido "não" na pergunta anterior esta é a última questão a que tem de
responder; se tiver respondido "sim" na pergunta anterior, não responda a esta e passe à
próxima questão
Falta de confiança nos sites
Privacidade dos dados pessoais e financeiros
Prefiro ir pessoalmente às compras
Custo de envio dos produtos
Nunca tive necessidade
Não acho interessante fazer compras na Intenet
As lojas tradicionais oferecem mais garantias
Prefiro ver e experimentar os produtos antes de o comprar
Nunca pensei nisso
Não sei como fazer
Não tenho cartão de crédito/conta Paypal
18. Se já compra, com que regularidade o faz?
Semanalmente
Mensalmente
Semestralmente
Anualmente
19. Que valor gastou no ano de 2013 em compras online?
Entre 5€ e 50€
Entre 50€ e 100€
Entre 100€ e 300€
Mais de 300€
20. Que tipo de produtos já comprou online?
Vestuário
Artigos de Supermercado
Filmes/Músicas
Produtos eletrónicos/informáticos (ex: software, mp4)
CD's/DVD's/Discos
Livros
Publicações virtuais (Jornais, livros, revistas)
Viagens e Alojamento
Bilhetes para espetáculos/eventos
Cursos
Medicamentos
Vouchers de Desconto (ex: Grupon)
Outros ____________________
22. Indique a importância que as seguintes recomendações têm para si quando realiza
compras online, em que 1 significa "Nada importante" e 5 "Muito importante"
1 "nada
importante"
2
3
4
5 "muito
importante"
Q22.A.Opinião de familiares
Q22.B. Opinião de amigos
Q22.C. Opinião de Colegas de trabalho
Q22.D. Reviews em fóruns
Q22.E. Opinião em redes sociais (ex: Facebook)
92
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Q22.F. Líderes de Opinião
Q22.G. Campanhas Publicitárias
Q22.H. Meios de Comunicação (ex: programa
de TV)
Q22.I. Newsletters das marcas
23. Indique em que medida concorda com as afirmações abaixo descritas, em que 1
significa "Discordo totalmente" e 5 "Concordo totalmente"
1"discordo
totalmente"
2
3
4
5 "concordo
totalmente"
Q23.A.Comprar na Internet é mais conveniente (ex: não
preciso sair de casa)
Q23.B.Comprar na Internet permite comprar produtos e
serviços com maior privacidade
Q23.C.Na Internet tenho a possibilidade de efectuar
compras 24 h/dia
Q23.D.Comprar na Internet é menos cansativo do que
comprar nas lojas tradicionais
Q23.E.Na Internet tenho uma oferta global de produtos
Q23.F.Na Internet há uma maior variedade de produtos
do que nas lojas tradicionais
Q23.G.Na Internet tenho acesso a mais marcas e
vendedores do que nas lojas tradicionais
Q23.H.Na Internet não tenho que esperar para ser
atendido
Q23.I.Na Internet evito possíveis aborrecimentos que
posso ter nas lojas tradicionais
Q23.J.Na Internet evito o elevado tráfego de algumas
lojas tradicionais
Q23.K.Na Internet encontro mais informação sobre os
produtos/serviços do que nas lojas tradicionais
Q23.L.Na Internet posso personalizar alguns produtos
Q23.M.Existem promoções especiais na Internet
Q23.N.Comprar Online permite-me poupar dinheiro
93
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Q23.O.Compro online para experimentar novas
experiências
Q23.P.É excitante receber a encomenda
Q23.Q.Posso comprar por impulso em resposta imediata
a um anúncio
Q23.R.Não confio muito nas empresas online
Q23.S.Se comprar pela Internet corro o risco de não
receber os produtos que comprei.
Q23.T.Na Internet há uma grande probabilidade de
comprar produtos que não quero por engano
Q23.U.Sinto que não é seguro fornecer o meu número
de cartão de crédito nas compras pela Internet
Q23.V.Na Internet corro o risco de ser cobrado mais do
que o valor devido
Q23.W.Na Internet não posso ver nem tocar nas
produtos, o que aumenta o meu grau de insegurança
face às minhas compras
Q23.Y.Na Internet não consigo avaliar o produto (ex:
qualidade)
Q23.X.O tamanho poderá ser um problema quando
compro peças de vestuário online
Q23.Z.Na Internet tenho que pagar os custos de envio e
de entrega das minhas compras
Q23.AA.Fazer compras na Internet demora muito tempo
Q23.BB.Demoro muito tempo a encontrar websites de
comércio eletrónico apropriados às minhas compras
Q23.CC.As imagens e os websites demoram muito
tempo a abrir
Q23.DD.O processo de compra online é muito
complicado
94
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
ANEXO 2
Outputs das Análises Estatísticas Realizadas
95
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico A. 1. - Distruibuição do Género dos Inquiridos
Gráfico A. 2. - Distribuição do Tempo de Utilização da Internet
Quadro A. 1. - Influência do Género na Intenção de Compra Online
Género
Intenção de efetivar compras na Internet nos próximos 6 meses
Mann-Whitney U
2610,500
Wilcoxon W
7170,500
Z
-,739
Asymp. Sig. (2-tailed)
,460
96
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro A. 2. - Correlação entre a Idade e a Intenção de Compra Online
Idade
Intenção de efetivar compras na Internet nos próximos 6 meses
Pearson Correlation
-,034
Sig. (2-tailed)
,674
N
154
Quadro A. 3 - Influência do Rendimento na Intenção de Compra Online
Rendimento
Intenção de efetivar compras na Internet nos próximos 6 meses
Chi-Square
9,412
df
4
Asymp. Sig.
,052
Quadro A. 4. - Intenção de Compra Online por escalão de Rendimento
Rendimento Mensal Líquido do Agregado
Intenção de efetivar
compras na Internet
nos próximos 6
meses
N
Médias das Ordenações
Inferior a 1000€
25
77,74
Entre 1001 e 2000€
54
65,64
Entre 2001 e 3000€
42
79,11
Entre 3001 e 5000€
21
95,00
Superior a 5000€
12
94,13
Total
154
Quadro A. 5. - Influência da Escolaridade na Intenção de Compra Online
Escolaridade
Intenção de efetivar compras na Internet nos próximos 6 meses
Chi-Square
11,194
df
2
Asymp. Sig.
,004
97
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro A. 6. - Intenção de Compra Online por escalão de Escolaridade
Nível de Escolaridade
Até ao secundário
Intenção de efetivar
Bacharelato/Licenciatura
compras na Internet
PósGrad/Mestrado/Doutoramento
nos próximos 6 meses
Total
N
74
52
28
154
Médias
70,04
75,11
101,66
Quadro A. 7 - Fiabilidade da escala de “Inovação”
Alpha de Cronbach
,897
Nº Questões
3
Quadro A. 8. - Correlação entre a Inovação e a Intenção de Compra Online
Score de Inovação/Adesão a novas
Inovação
tecnologias de informação
Intenção de efetivar
Pearson Correlation
,344
compras na Internet nos
Sig. (2-tailed)
,000
próximos 6 meses
N
154
Quadro A. 9. - Fiabilidade da escala de “Experiência com a Internet”
Alpha de Cronbach
,842
Nº Questões
3
Quadro A. 10. - Correlação entre o Nível de Conhecimento da Internet e a Intenção de
Compra Online
Grau de Conhecimento Internet/Experiência de
Score de Grau de
Utilização
Conhecimento/Experiência
utilização Internet
Intenção de efetivar compras na
Internet nos próximos 6 meses
Pearson Correlation
,430
Sig. (2-tailed)
,000
N
154
98
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro A. 11. - Influência da Frequência de Utilização da Internet na Intenção de
Compra Online
Frequência de Utilização da Internet Intenção de efetivar compras na Internet nos
próximos 6 meses
Chi-Square
15,860
df
2
Asymp. Sig.
,000
Quadro A. 12. - Intenção de Compra Online por nível de Frequência de Utilização da
Internet
Frequência de Utilização de Internet
N
Médias
1 Até 1h / dia
27
60,83
2 a 3 h / dia
57
67,03
3 Mais de 3h / dia
70
92,46
Total
154
Intenção de efetivar
compras na Internet
nos próximos 6
meses
Quadro A. 13 - Correlação entre as Crenças Normativas e a Intenção de repetição de
Compra Online
Crenças Normativas
Intenção de efetivar compras na Internet nos
próximos 6 meses
,337
Importância das
Pearson
recomendações
Correlation
dos outros
Sig. (2-tailed)
,001
Importância das
Pearson
-,064
recomendações
Correlation
Amigos/Família
Sig. (2-tailed)
,534
99
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro A. 14 - Influência da Regularidade de compra Online na Intenção de
repetição de Compra Online
Regularidade
Intenção de efetivar compras na Internet nos próximos 6 meses
compra Online
Chi-Square
29,895
df
2
Asymp. Sig.
,000
Quadro A. 15. - Intenção de Compra Online por escalão de Regularidade de compra
Online
Regularidade com que faz compras online
Semanal ou Mensalmente
Intenção de efetivar
Semestralmente
compras na Internet
Anualmente
nos próximos 6 meses
Total
N
36
37
23
96
Médias
64,65
46,73
26,07
Quadro A. 16. - Influência do Valor Gasto em 2013 em compras Online na Intenção
de repetição de Compra Online
Valor Gasto em
Intenção de efetivar compras na Internet nos próximos 6 meses
compras Online
Chi-Square
35,126
df
3
Asymp. Sig.
,000
Quadro A. 17. - Intenção de Compra Online por escalão de Valor gasto em 2013 em
Compras Online
Valor gasto no ano de 2013 em compras online
Entre 5€ e 50€
Entre 50€ e 100€
Intenção de efetivar
compras na Internet
Entre 100€ e 300€
nos próximos 6 meses
Mais de 300€
Total
N
14
17
20
41
92
Médias
20,89
29,12
50,88
60,32
100
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro A. 18 - Índice de avaliação para aplicação da análise fatorial à variável
“Benefícios Percebidos”
,824
Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy.
Approx. Chi-Square
937,122
df
105
Sig.
,000
Bartlett's Test of Sphericity
Quadro A. 19. - “Benefícios Percebidos” - Variância Total Explicada por dimensão
Initial Eigenvalues
Total
% of
Cumulati
Variance
ve %
Rotation Sums of Squared Loadings
Total
% of
Cumulative %
Variance
1
7,528
50,187
50,187
3,249
21,662
21,662
2
1,357
9,044
59,232
2,868
19,119
40,781
3
1,211
8,073
67,305
2,308
15,384
56,165
4
1,090
7,265
74,570
1,784
11,896
68,061
5
,669
4,459
79,029
1,645
10,968
79,029
6
,562
3,748
82,777
7
,510
3,398
86,175
8
,465
3,101
89,276
9
,384
2,563
91,839
10
,372
2,480
94,319
11
,281
1,871
96,190
12
,218
1,457
97,646
13
,156
1,041
98,687
14
,127
,847
99,534
15
,070
,466
100,000
101
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Gráfico A. 3. - “Benefícios Percebidos” – número de dimensões a reter na análise em
componentes principais
Quadro A. 20. - “Benefícios Percebidos” - Itens por dimensão
Benefícios Percebidos na intenção de compra online
Componentes
1
Na Internet tenho a possibilidade de efetuar compras 24 h/dia
Comprar na Internet é menos cansativo do que comprar nas lojas
tradicionais
Comprar na Internet é mais conveniente
Comprar na Internet permite comprar produtos e serviços com
maior privacidade
Na Internet tenho uma oferta global de produtos
2
3
4
5
,841 ,203 ,123 ,011 ,161
,773 ,287 ,194 ,186 -,016
,735 ,233 ,228 ,169 ,132
,589 ,399 ,248 ,318 ,250
,586 ,120 ,544 ,384 ,107
Na Internet evito o elevado tráfego de algumas lojas tradicionais ,376 ,809 ,061 ,230 ,017
Na Internet encontro mais informação sobre os produtos/serviços
do que nas lojas tradicionais
Na Internet evito possíveis aborrecimentos que posso ter nas lojas
tradicionais
Na Internet não tenho que esperar para ser atendido
,091 ,751 ,392 ,190 ,098
,254 ,719 ,133 ,300 ,140
,491 ,701 ,166 -,126 ,201
102
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Na Internet há uma maior variedade de produtos do que nas lojas
tradicionais
Na Internet tenho acesso a mais marcas e vendedores do que nas
lojas tradicionais
,298 ,177 ,842 ,225 ,143
,223 ,326 ,828 ,237 ,179
Existem promoções especiais na Internet
,096 ,329 ,190 ,790 ,142
Comprar Online permite-me poupar dinheiro
,291 ,105 ,423 ,718 ,088
Posso comprar por impulso em resposta imediata a um anúncio ,098 ,041 ,174 ,015 ,840
,137 ,174 ,052 ,175 ,820
É excitante receber a encomenda
Quadro A. 21. - Total de variância da Intenção de Compra Online explicada pelas 5
dimensões de Benefícios Percebidos
Model
R2
R2 Ajustado
1
,436
,403
Quadro A. 22. - Estimativas obtidas no modelo de regressão linear explicativo da
Intenção de Compra Online como função dos Benefícios Percebidos
Modelo
Unstandardized
Standardized
Coefficients
Coefficients
t
Sig.
31,508
,000
B
Std. Error
Beta
(Constant)
3,670
,116
Conveniência
,592
,117
,412
5,054
,000
Facilidade de compra
,146
,117
,101
1,246
,216
Variedade dos produtos
,138
,117
,096
1,176
,243
Preço
,680
,117
,473
5,805
,000
Experiência
,221
,117
,153
1,884
,063
Quadro A. 23 - Índice de adequabilidade da aplicação da análise em componentes
principais às variáveis “Riscos Percebidos”
Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy.
Bartlett's Test of Sphericity
,842
Approx. Chi-Square
616,413
df
78
Sig.
,000
103
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro A. 24. - “Riscos Percebidos” - Variância Total Explicada por dimensão
Component
Initial Eigenvalues
Total
Extraction Sums of
Rotation Sums of Squared
Squared Loadings
Loadings
% of Cumulat Total
Varianc ive %
e
% of Cumulat Total
Varianc ive %
e
% of
Cumulati
Varianc
ve %
e
1
6,095 46,883 46,883 6,095 46,883 46,883
3,141
24,165
24,165
2
1,565 12,038 58,921 1,565 12,038 58,921
2,938
22,599
46,764
3
1,061 8,160
67,081 1,061
2,641
20,317
67,081
4
,753
5,790
72,871
5
,729
5,607
78,478
6
,634
4,879
83,357
7
,520
4,000
87,358
8
,394
3,033
90,391
9
,368
2,832
93,223
10
,310
2,386
95,609
11
,219
1,683
97,292
12
,212
1,633
98,925
13
,140
1,075 100,000
8,160
67,081
Gráfico A. 4. - “Riscos Percebidos” – número de dimensões a reter na análise em
componentes principais
104
Intenção de Compra Online nos Seniores portugueses
Quadro A. 25. - “Riscos Percebidos” - Itens por dimensão
Componentes
Riscos Percebidos na intenção de compra online
1
2
3
O tamanho poderá ser um problema quando compro vestuário online
,866 ,002 ,187
Na Internet não consigo avaliar o produto
,859 ,267 ,133
Na Internet não posso ver nem tocar nos produtos, o que aumenta o meu grau
de insegurança face às minhas compras
Na Internet tenho que pagar os custos de envio e de entrega das minhas
compras
Se comprar pela Internet corro o risco de não receber os produtos que
comprei
Na Internet há uma grande probabilidade de comprar produtos que não quero
por engano
,779 ,409 ,128
,714 ,264 ,177
,105 ,889 ,121
,362 ,683 ,121
Não confio muito nas empresas online
,131 ,662 ,374
Na Internet corro o risco de ser cobrado mais do que o valor devido
,312 ,622 ,398
Sinto que não é seguro fornecer o meu número de cartão de crédito nas
compras pela Internet
,330 ,442 ,359
O processo de compra online é muito complicado
,077 ,102 ,859
As imagens e os websites demoram muito tempo a abrir
,118 ,224 ,763
Demoro muito tempo a encontrar websites de comércio eletrónico
apropriados às minhas compras
,291 ,304 ,745
,255 ,446 ,458
Fazer compras na Internet demora muito tempo
Quadro A. 26. - Estimativas obtidas no modelo de regressão linear explicativo da Intenção
de Compra Online como função dos Riscos Percebidos
Model
Unstandardized
Standardized
Coefficients
Coefficients
t
Sig.
23,490
,000
B
Std. Error
Beta
(Constant)
3,625
,154
Produto
-,183
,155
-,126
-1,177
,243
Confiança / Económico
-,133
,155
-,092
-,858
,393
Tempo / Experiência
-,157
,155
-,108
-1,010
,315
105