JORNALISMO NA GEADA NEGRA: O BREVE JORNAL PANORAMA (1975-1976)
JOURNALISM IN THE BLACK FROST: THE BRIEF NEWSPAPER PANORAMA (1975-1976)
PERIODISMO EN LA ESCARCHA NEGRA: EL BREVE PERIÓDICO PANORAMA (1975-1976)
José Carlos Fernandes1
Hiago Rizzi Zanolla2
Resumo: Em março de 1975, a população da cidade de Londrina, no Norte do Paraná, viu
chegar às bancas um jornal novo, intitulado Panorama. Recheado de suplementos especiais e
escrito nos moldes do new journalism americano, o periódico tinha estre seus autores repórteres
e editores oriundos da imprensa alternativa do eixo Rio-São Paulo, assim como da notável
revista Realidade. Em meio às limitações impostas ao jornalismo pela ditadura militar instalada
em 1964, o grupo migrou para o interior do Brasil atraído pela possibilidade de financiamento
empresarial aliado à liberdade de expressão. A resposta a esse estímulo não avançou. A
brevíssima circulação do jornal constitui não só um capítulo pouco contemplado da história da
imprensa brasileira e da história da leitura, como estudo de caso sobre a distância entre intenção
editorial e percepção dos desejos e ritmos próprios do público leitor.
Palavras-chave: Recepção na imprensa; jornal Panorama; letramento no interior.
Abstract: In March 1975, the population of Londrina, in northern Paraná, saw a new newspaper,
called Panorama, hit the newsstands. Filled with special supplements and written along the lines
of American new journalism, the newspaper had among its author's reporters and editors from the
alternative press from the Rio-São Paulo axis, as well as from the notable magazine Realidade.
Amidst the limitations imposed on journalism by the military dictatorship installed in 1964, the
group migrated to the interior of Brazil, attracted by the possibility of business financing allied
with freedom of expression. The response to this stimulus did not advance. The newspaper's very
brief circulation constitutes not only a little contemplated chapter in the history of the Brazilian
press and the history of reading but also a case study of the distance between editorial intention
and the perception of the desires and rhythms of the reading public.
Keywords: Press reception; Panorama newspaper; literacy in the countryside.
Resumen: En marzo de 1975, la población de la ciudad de Londrina, en el norte de Paraná, vio
aparecer en las gradas un nuevo periódico, titulado Panorama. Lleno de suplementos especiales
y escrito en la línea del nuevo periodismo estadounidense, el periódico tuvo entre sus autores
reporteros y editores de la prensa alternativa del eje Rio-São Paulo, además de la notable revista
Realidade. En medio de las limitaciones impuestas al periodismo por la dictadura militar instalada
en 1964, el grupo emigró al interior de Brasil atraído por la posibilidad de financiación
empresarial combinada con la libertad de expresión. La respuesta a este estímulo no avanzó. La
brevísima circulación del periódico constituye no sólo un capítulo poco cubierto en la historia de
la prensa brasileña y de la historia de la lectura, sino también como un estudio de caso sobre la
distancia entre la intención editorial y la percepción de los deseos y ritmos de la lectura público.
Palabras clave: Recepción en la prensa; periódico Panorama, lectura en el interio.
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Universidade Federal do Paraná.
Universidade Federal do Paraná.
LINHA MESTRA, N.46, P.182-192, HTTPS://DOI.ORG/10.34112/1980-9026A2022N46P182-192, JAN.ABR..2022
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JORNALISMO NA GEADA NEGRA: O BREVE JORNAL PANORAMA (1975-1976)
Introdução
Entre os anos de 1975 e 1976, num total de 20 meses e 547 edições, um grupo de
jornalistas veteranos ligados ao jornalismo paulistano e carioca – particularmente à imprensa
alternativa e à revista Realidade – iniciou um projeto de cooperação com jovens jornalistas
atuantes na cidade de Londrina, no Norte do Paraná. Desse encontro “fora do eixo” nasceu o
jornal Panorama, diário em formato standard, sob a tutela de um dos maiores conglomerados
de comunicação do estado, o Grupo Paulo Pimentel (GPP).
O inusitado da parceria gerou um caso único na história da imprensa alternativa brasileira
pós-64: O Panorama é um híbrido de difícil enquadramento – um periódico de resistência,
sustentado por um “barão” da comunicação e escrito por um plantel de estrelas das redações,
migradas para o sertão paranaense, em busca de liberdade de expressão; e da possibilidade de
praticar jornalismo castiço em meio às políticas de exceção. O projeto não foi derrotado pela
censura, como se poderia prever, ainda que houvesse essa possibilidade no horizonte, mas pela
Geada Negra de 1975 – fenômeno que devastou os cafezais paranaenses e causou reviravoltas
na economia do estado –; pela própria imprensa local, que qualificava os profissionais vindos
de outras praças como um grupo de colonialistas; e pelos ditos “colonialistas” que, em tese, à
revelia do talento reconhecido, teriam idealizado um público leitor que não encontraram,
premissa sobre a qual se sustenta este artigo. O número de lançamento do Panorama, nos inícios
de 1975, foi um clássico “encalhado” da imprensa escrita.
Nesse cenário, o presente artigo se ocupa de sugerir fontes e enquadramentos para um estudo
de caso de “recepção difícil”, no qual a cultura de um determinado tipo de imprensa – ainda que se
trate de uma cultura de resistência, como a da imprensa alternativa brasileira – se sobrepôs à
compreensão do próprio público a que o produto de comunicação se destinava. Quer-se, com a visita
a esse episódio, destacar as dificuldades crônicas da imprensa em conciliar estratégias de linguagem
popular e a realidade dos receptores, ainda que a experiência tenha se dado num período de baixa
voltagem para captar informações sobre o público alvo. Na esteira desse objetivo, deseja-se destacar
um capítulo da imprensa brasileira – no qual foi latente a busca da transformação social e política por
meio da leitura – registrado de forma errática pela historiografia da imprensa; e somar aos estudos de
leitura uma narrativa sobre a circulação de jornais de qualidade no interior do país.
O presente artigo se propõe a registrar que o Panorama dialogou direta e indiretamente
com linhagens editoriais fundantes da imprensa moderna no Brasil: o jornal Última Hora,
criado em 1951, e a revista Realidade, que passou a circular em 1966, e a imprensa alternativa
(KUCINSKI, 2003). Todos esses modelos tinham foco no leitor – o qualificado e o comum – e
não necessariamente se escoravam nas hordas do poder (ABREU, 2002). O estudo tem como
matéria-prima as próprias edições do jornal, em especial a primorosa primeira edição;
bibliografia de base sobre a imprensa durante a ditadura militar e depoimentos (DUARTE;
BARROS, 2011) de jornalistas que participaram do jornal, a exemplo de José Trajano, Nílson
Monteiro, Walter Schmidt, Elvira Alegre, Célia Regina de Souza, Wilson Serra e Domingos
Pellegrini – que, posteriormente ao Panorama, trabalhou no alternativo Ex- e foi a única a
fotografar o velório de Vladimir Herzog, em 1975.
Produto de uma pesquisa de iniciação científica iniciada em 20193, o texto nasce de leituras
de reconhecimento, ou “leituras flutuantes”, de todas as edições do jornal Panorama; elaboração
de um documento de trabalho para compreender o jornalismo e o Brasil na década de 1970
(ZANINI, 2020; BASILE, 2002); garimpagem de registros sobre o jornal Panorama na bibliografia
O projeto de pesquisa “Imprensa em tempos de ditadura: o breve jornal Panorama” integra um projeto-mãe, ocupado de
estudar a resistência democrática no Paraná entre 1964 e 1976. Da fase sobre o Panorama da pesquisa participaram sete
estudantes de Jornalismo e uma estudante de Publicidade e Propaganda, todos da Universidade Federal do Paraná.
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JORNALISMO NA GEADA NEGRA: O BREVE JORNAL PANORAMA (1975-1976)
sobre imprensa alternativa no Brasil e análise de conteúdo da primeira edição, cuja recepção, à
revelia do empenho publicitário, não encontrou guarida entre os leitores e gerou rejeição entre os
anunciantes. Destacamos, na sequência, os contextos do nascimento do referido periódico, seu
tempo e as informações encontradas sobre o processo de recepção, seguidas de análise.
Como fazia nos dois jornais de sua propriedade, com sede em Curitiba, O Estado do
Paraná e Tribuna do Paraná, o empresário e ex-governador do estado Paulo Pimentel teve
baixa ingerência editorial em Panorama, entregando a tarefa a jornalistas premiados e
reconhecidos nas hordas da imprensa. De qualquer modo, patrão e publishers eram visados pela
ditadura. Pimentel tinha relações ambíguas com os militares, no melhor do estilo “morde e
assopra”. Mesmo com circulação restrita ao Norte do Paraná, o Panorama se viu em situação
de pilhagem (FERNANDES; MARCHETTE; COSTA, 2016) e sumiu à moda de um meteoro,
debaixo de outro colonialismo – o da historiografia da imprensa, presa aos acontecimentos do
eixo Rio-São Paulo. O episódio não ganhou menção à altura de seu impacto e qualidade gráficaeditorial em nenhum compêndio sobre o assunto4.
Mesmo que deixado à sombra, no breve período em que o jornal Panorama circulou teve
o mérito de aproximar os profissionais de imprensa de Londrina de nomes consagrados, como
escritor João Antônio (Malagueta, Perus e Bacanaço; Abraçado ao meu rancor) e os jornalistas
Mylton Severiano, Narciso Kalili, Hamílton de Almeida Júnior e José Trajano (PELLEGRINI,
2011). Apesar da aura que deixou, a trajetória do periódico está registrada apenas em
depoimentos esparsos, deixados por seus participantes, o que faz da experiência um campo
inédito de estudo de recepção, dentre outros.
Contextos
O grupo de jornalistas da imprensa paulistana e carioca convidado a colaborar na criação
do jornal Panorama tinha boas razões para deixar o eixo Rio-São Paulo e se mudar para
Londrina, então com apenas 40 anos de fundação e erguida em tempo recorde, por força do
capital, à moda Eldorado. O município, com 170 mil habitantes à época aqui recortada, era um
polo regional do chamado Norte Novo, epicentro da maior produção brasileira do café, num
momento em que o país era o segundo maior produtor do mundo (MAGALHÃES, 2001). Se
Londrina, por si só, era sinônimo de lugar que corria dinheiro – uma boa notícia para jornalistas
acossados pelos efeitos profissionais trazidos pelo AI-5 e sujeitos à instabilidade da imprensa
alternativa, na qual militavam –, havia um segundo elemento: a solidez da proposta editorial
feita pelo empresário Paulo Pimentel, segundo relatos (ALBERTI, 2013).
Com base em uma dezena de entrevistas em profundidade (DUARTE; BARROS, 2011),
recolhidas pelo grupo de pesquisa, repórteres e editores ligados à primeira fase do projeto – que
vai do convite, em meados de 1974, à demissão coletiva do grupo “forasteiro”, em abril de 1975
– atestam que o empresário lhes acenou a possibilidade de produzirem um jornal moderno, no
qual teriam liberdade editorial, angariariam e formariam jovens repórteres – à moda discipulato
–; e que poderiam desfrutar de um prédio erguido especialmente para abrigar uma redação de
jornal (atualmente, sede de um banco). O tipo de jornalismo em profundidade e extensivo
praticado na revista Realidade, criada em 1966 (SEVERIANO, 2013); a irreverência da
imprensa alternativa; a experiência acumulada por jornais como o Última Hora – entre outros
sinalizadores positivos –, poderiam ser condensados sem que houvesse o risco eminente de não
haver dinheiro para custear o idealismo da imprensa mais à esquerda (ABREU, 2002).
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É subestimado, inclusive, no texto de referência Jornalistas e revolucionários: nos tempos da imprensa
alternativa (2018), de Bernardo Kucinski.
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Essa combinação inesperada tinha, contudo, ingredientes tão idealistas quanto trágicos e se
pode dizer que essas duas facetas se revelaram. Em meados de 1974, quando o grupo de jornalistas
“de fora” se muda para Londrina, tem início um idílio, a cuja memória não faltam tinturas épicas
e poéticas. Fotos ilustram reuniões de trabalho dos veteranos com os jovens londrinenses que se
integravam ao projeto; e também indicam proximidade com jornalistas londrinenses mais
experientes, a exemplo de Domingos Pellegrini – contista e romancista que vai sofrer franca
influência do escritor João Antônio, oriundo da revista Realidade, criador do conto-reportagem e
com quem vai conviver na redação. Em tempo, o “time dos sonhos” do Panorama era formado
por nomes como João Antônio (consagrado na prática do conto reportagem), José Trajano (que
viria a se tornar um dos grandes jornalistas esportivos do país), Narciso Kalili, Mylton Severiano
da Silva, Ricardo Gontijo e Hamílton Almeida Filho, para citar alguns.
Esses eventos não passaram despercebidos a quem estava fora do circuito da imprensa. A
cidade algo provinciana sente o impacto dos recém-chegados, mais boêmios, irreverentes,
namoradores – elemento informalmente apontado pelos entrevistados como um dos prováveis
motivos para a baixa recepção ou recusa ativa a um trabalho de altíssima qualidade jornalística.
Não faltam relatos sobre o medo de os jornalistas-editores serem fuzilados por algum pai ou
namorado enciumado, confirmação do misto de curiosidade e mal-estar provocado pela equipe
(TRAJANO, 2020). Pode-se dizer que a recusa flagrante de um produto do naipe do Panorama
passou por um conflito nos costumes, mesmo numa cidade erguida pela força de estrangeiros e
migrantes; que tinha um ambiente editorial positivo, com base em experiências anteriores; e
historicamente reconhecida por sua recusa do governo militar (PELLEGRINI, 2020).
Nos seis meses, aproximados, em que jornalistas tarimbados catequizaram jovens repórteres
nas lides da imprensa alternativa e no jornalismo de revista – oriundo da norte-americana Life,
modelo da Realidade – resultou num laboratório profícuo, que resultou nos três primeiros cadernos
de lançamento do jornal, no início de 1975, esmiuçados mais adiante. Todos os elementos do
jornalismo moderno estavam ali condensados: pesquisas de público-alvo, perfil da população de
Londrina, matérias literárias, inserções na realidade, atenção aos problemas sociais – a exemplo dos
boias-frias. No dia em que todo esse material de leitura – passível de ser lido ainda hoje, com
interesse – chegou às bancas de revista, em inícios de março de 1975, não havia leitores o bastante
para garanti-lo. O volume de notícias – em escala apenas para leitores de grande prática –, a ironia,
o humor, os enfoques inesperados contrastavam com os índices de escolaridade, oscilantes entre o
analfabetismo e alfabetismo funcional, então não registrados, mas hoje facilmente analisáveis.
Na década de 1960, o Paraná somava índices de mais de 40% de analfabetismo e uma
década adiante (TRINDADE; ANDREAZZA, 2001), período de circulação do jornal, não teria
sido o bastante para superar essa marca. Some-se ao estranhamento explícito a linguagem por
vezes debochada (“Desgracido”, era o título do perfil do empresário João Milanez, dono do
jornal Folha de Londrina e concorrente de Paulo Pimentel), a diagramação arrojada, entre
outros elementos que exigiriam dos criadores do jornal mais tempo de sedução editorial, até
vencer a resistência dos leitores, dos anunciantes e da classe empresarial, que vai ver na
independência do Panorama uma ameaça, abrindo fogo nada amigo sobre ela.
É de se supor – em meio à ausência de registros documentais – que a linguagem e a
abordagem das matérias do Panorama, marcadas pelo estilo revista emprestado da Realidade e
pela irreverência da imprensa alternativa, causaram estranheza nos leitores londrinenses.
Paralelo, o tom pouco reverente do jornal aos donos do poder local causou reação em cadeia
entre políticos e empresários da região. À revelia das edições históricas do primeiro mês de
circulação, a liberdade editorial – pressionada pelo capital – sofreu reveses. Foi quando a bolha
furou. Em inícios de abril de 1975, num gesto de protesto o grupo de jornalistas “de fora” se
desligou de forma coletiva e ruidosa. A influência daqueles editores e repórteres renomados,
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contudo, marcou o periódico. Muitas propostas estilísticas e editoriais foram mantidas, ainda
que não tenham garantido a sobrevivência do veículo.
Pouco tempo depois, o jornal receberia outro golpe – a Geada Negra de 18 de julho de 1975
encerrou o ciclo cafeeiro do Paraná e eclipsou a economia londrinense. Em meados de 1976, sem
receita que o sustentasse e com o conglomerado Paulo Pimentel privado da reprodução da TV Globo,
assim como do soldo que daí provinha, o Panorama deixa de circular, somando 547 edições.
Encerrado, o jornal passou a ser reverenciado pelas gerações seguintes, que o citam como um
episódio espetacular – e abortado – da imprensa paranaense e brasileira. À revelia de ser muito
lembrada, no entanto, a experiência do Panorama carece de pesquisas, vácuo a ser preenchido.
Além de reunir subsídios – capazes de sugerir um espaço para o Panorama na
historiografia da imprensa –, interessa captar – ainda de forma preliminar – indícios sobre a
recepção do público londrinense à novidade que circulou pela cidade ao longo de um ano e
meio, e a hipótese de impacto da Geada Negra sobre o veículo, até sua melancólica dissolução.
Um gigante sem leitores
Dada a ambição de estabelecer um jornalismo de impacto no Norte Paranaense
(WACHOWICZ, 2001), com possibilidade de extrapolar esses limites, o Panorama teve uma
fase piloto, que se inicia cerca de seis meses antes do lançamento do jornal, por volta de outubro
de 1974. Este período de teste permitiu que os jornalistas preparassem suas reportagens com
grande dedicação e detalhismo – uma espécie de laboratório, cuja origem é, em alguma medida,
a imprensa alternativa, a grande reportagem e o new journalism, cuja regra é o empréstimo das
ferramentas literárias para construir a informação (CHINEM, 2004). Graças a esse ideário, a
preparação para lançar o jornal implicava em desenvolver gêneros para além das matérias
tradicionais, hard news, provocando apostas em “perfis”, “depoimentos”, relatos jornalísticos
personalizados – na primeira pessoa – e, fiel à imprensa “nanica”5, humor. Com tal fórmula, as
reações dos leitores podem ser de aplausos ou de vaias.
Nestes inícios, tem-se a criação do “mito” do Panorama, que permanece até hoje, mas
revestido de frustração: as memórias dos entrevistados revivem um jornal projetado para ser de
impacto e competir com os maiores do país, mesmo saindo do interior. Um jornal que podia ser
um marco para a imprensa paranaense; e com capacidade de conciliar a linguagem de revista
num suporte de “diário”, sustentando nesse suporte a acidez do gene alternativo. Sinais de
desenvolver esse modelo são evidentes nas edições iniciais do jornal, em 1975.
O jornalista José Trajano, em entrevista à equipe, afirma que o Panorama permitiu à
população londrinense saber sobre si mesma, tamanha a profundidade e arrojo das matérias
que retratavam a região:
A cidade de Londrina não tinha se visto, não sabia como ela pensava. O
Narciso [Kalili] contratou um instituto importante na época, que perguntou
aos moradores como eles viam a homossexualidade, o preconceito racial, o
que pensavam da vida, como era a educação… Então foi a primeira vez, em
muitos anos de Londrina, que a cidade começou a conhecer o que a população
pensava dela mesma. [...] O povo de Londrina não se via no jornal, quem
aparecia na Folha de Londrina era o ricaço, não o homem da rua, do campo –
esse não via no jornal. Nós trouxemos para dentro das páginas, o pessoal que
realmente fazia a cidade (TRAJANO, 2020).
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Sinônimo de imprensa alternativa.
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As raízes alternativas do Panorama se mostravam presentes em várias matérias dessa
primeira fase. Pessoas comuns da cidade surgiam como personagens para tratar de temas relevantes
para a comunidade. Figuras locais importantes eram expostas e colocadas contra a parede, em
matérias mais aprofundadas, sem concessões ao chamado jornalismo chapa-branca, o assim
chamado, no jargão da profissão, jornalismo conivente com políticos e com o capital. Some-se que
a própria Londrina também era alvo de críticas dos repórteres forasteiros, demonstrando uma
possível dificuldade dos jornalistas em se adaptar ao ritmo de uma cidade do interior.
Essa fase mais ambiciosa e notável, contudo, teve um curto período no Panorama. A etapa
se encerra com uma briga entre o editor Narciso Kalili e o empresário Paulo Pimentel, por força de
pressões externas. O jornalista Nilson Monteiro relembra o episódio em que os 42 jornalistas da
redação fizeram uma carta conjunta de demissão – marco do primeiro rompimento do periódico:
O Narciso reclamou que estava tendo muita perseguição e um boicote do setor
comercial da cidade. O Narciso disse, ‘eu só vim pra cá porque você me deu
carta branca, se você for tirar essa carta branca nós vamos embora agora’. Os
jornalistas que estavam de São Paulo que estavam voltaram para casa. Parecia
um enterro (MONTEIRO, 2020).
A partir da ruptura, com a demissão do “time dos sonhos” do Panorama, uma nova fase
se inicia. O jornal se reergue com jornalistas da cidade de Londrina e também de outras partes
do estado, principalmente de Curitiba. A partir das evidências, identificamos neste capítulo da
breve história do Panorama a prevalência de um jornalismo mais tradicional, o chamado
“jornalão” (NOBLAT, 2002), mas que mantinha algumas táticas editoriais da fase de
laboratório e do primeiro mês de circulação – conforme afirmaram os entrevistados Nilson
Monteiro e Walter Schmidt. A equipe do Panorama pós-Trajano, pós-Kalili, tentou reconstruir
a imagem do jornal na cidade e se aproximar da população.
Uma nova ruptura, porém, se instalou com devastação dos cafezais paranaenses em 18 de
julho de 1975. A Geada Negra, assim denominada por queimar e escurecer o tronco das plantas,
liquidou mais de 850 milhões de pés de café no estado, desempregou cerca de 300 mil
lavradores, provocou o êxodo do campo, criou inchaço na periferia de Curitiba – para onde
houve migração contínua – e reduziu bruscamente o crescimento demográfico de cidades que
eram verdadeiros eldorados, a exemplo do município de Cornélio Procópio (MAGALHÃES,
2001). É provável que a crise financeira, decorrente da Geada Negra tenha contribuído para o
término das atividades do periódico londrinense, em outubro de 1976. Em entrevista, um dos
jornalistas do Panorama à época, Wilson Serra, relembrou como o período impactou a redação.
“Quem comprava jornal da banca deixou de comprar por falta de dinheiro, o mesmo aconteceu
com muita gente que anunciava e parou de anunciar” (SERRA, 2019).
O tempo do Panorama
A primeira edição do jornal Panorama circulou em Londrina no dia 9 de março de 1975.
A cidade com quase 200 mil habitantes parou para conferir o produto algo inesperado para aquele
cenário: 30 páginas em formato standard (38 x 58 cm). A edição inicial oferecia como bônus três
tabloides especiais, somando 160 páginas. A capa trazia na manchete: “A soja não compensa
outra vez”, antecipando a crise anunciada do estado com a monocultura cafeeira. Os cadernos
agregados eram de difícil manuseio. A rica e provinciana Londrina teria se visto dividida ante a
irreverência das reportagens – traço dos jornalistas que compunham a redação, com experiência
em revistas e na imprensa alternativa, resistente à ditadura (KUCINSKI, 2003).
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JORNALISMO NA GEADA NEGRA: O BREVE JORNAL PANORAMA (1975-1976)
A primeira edição testemunha as pretensões do novo jornal: pautas arrojadas, atenção a
personagens do cotidiano, humor e uso de recursos gráficos. Os sete entrevistados da série que
sustenta este artigo (José Trajano, Nilson Monteiro, Walter Schmidt, Elvira Alegre, Célia
Regina de Souza, Wilson Serra e Domingos Pellegrini) foram unânimes ao apontá-lo como um
veículo empresarial, destinado a entrar no páreo em escala nacional.
Os três cadernos especiais – intitulados Cidade, Aventura e Economia – estão disponíveis
no site6 criado para a iniciação científica que abriga esta pesquisa, além de reportagens
comentadas e trabalhos apresentados em outros eventos. A edição física dos cadernos tem
poucas páginas coloridas – meses depois, a impressão offset seria empregada, criando destaques
em vermelho em todo o Panorama. Os cadernos Cidade e Aventura contam com 48 páginas
cada; Economia tem 64. Das 160 páginas, 39 são ocupadas por anúncios – são 74 peças
publicitárias no total, a maior parte delas com saudações de diversas origens ao novo
empreendimento: organizações civis, estatais, indústrias, comércio e outras empresas do GPP.
“O que o londrinense pensa da vida?”7 é a primeira reportagem especial. O Instituto
Gallup de Opinião Pública foi contratado para estender a pesquisa que estava sendo realizada
em todo o mundo, com o objetivo de conhecer a “situação atual da humanidade”, para Londrina.
Um total de 192 pessoas foram entrevistada, sobre questões tais como acesso à informação,
perspectivas, lazer, trabalho, religião, saúde e administração pública. A matéria não faz juízo
entre as respostas dos londrinenses, mas finaliza com o comentário provocativo de que “o
cidadão, apesar dos apesares, gosta da sua cidade” (PANORAMA, 1975, p. 11)
“Londrina de João Antonio” 8 é um registro dos dois meses que o jornalista passou na
cidade, especialmente para a feitura dos primeiros números. Na reportagem para o Panorama,
João Antônio relata o convite feito e as aventuras pela cidade de apenas 40 anos no interior
do Paraná. Explora a modernidade provinciana de Londrina; vida noturna; personagens
diversos. Ao fim, o autor define a cidade como um quilombo (sic) miscigenado, e decide
partir antes que “fique de vez” (PANORAMA, 1975, p. 23).
O caderno Aventura propõe uma reconstituição dos movimentos migratórios que têm
Londrina como ponto final ou de partida (PANORAMA, 1975, p. 1). Os jornalistas viajaram para
diferentes cidades da região: Norma Freire, acompanhada da estagiária Elvira Alegre, traça um
perfil da mulher do Norte Paranaense com 18 fontes consultadas. Matéria marca a publicação das
primeiras fotos de Alegre (ALEGRE, 2020), que no futuro se notabilizou no ofício. Domingos
Pellegrini perfilou imigrantes japoneses, enquanto Hamilton de Almeida Filho descreveu com
profundidade o colonizador Ibraim Abud Neto; e produziu a seminal “Brasiguaios”.
O texto mais conhecido da edição de estreia do Panorama, entretanto, é a história de
um homem muito conhecido entre os londrinenses: o exótico João Milanez, proprietário da
Folha de Londrina. O conflito é evidente: Milanez era o proprietário do concorrente direto
do Panorama. O título, em letras garrafais, é “Desgracido!” Por mais gentil que o texto de
João Antônio possa ser, e mesmo que este tenha gostado, como lembrou José Trajano, o título
e a ideia do perfil soaram agressivo aos leitores, que devem ter se perguntado “mas esses
caras querem chegar aonde?” (TRAJANO, 2020).
O terceiro caderno, Economia, reforça Londrina como o celeiro do Brasil. Célia Regina
de Souza, estagiária ligada ao movimento estudantil, encarnou o jornalismo “gonzo” para
6
O BREVE JORNAL PANORAMA. Disponível em: https://icjornalpanorama.wixsite.com/home.
O QUE O LONDRINENSE PENSA DA VIDA? O Breve Jornal Panorama, 2020. Disponível em:
https://icjornalpanorama.wixsite.com/home/post/o-que-o-londrinense-pensa-da-vida. Acesso em: 10 de abril de 2022.
8
LONDRINA DE JOÃO ANTONIO. O Breve Jornal Panorama, 2020. Disponível em:
https://icjornalpanorama.wixsite.com/home/post/londrina-de-jo%C3%A3o-ant%C3%B4nio. Acesso em: 10 de abril de 2022.
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JORNALISMO NA GEADA NEGRA: O BREVE JORNAL PANORAMA (1975-1976)
escrever “Boia-fria”9. Nessa técnica, oriunda do new journalism, o jornalista se insere no
cenário da reportagem – Célia viveu como como uma boia-fria por dois dias, e relatou a
experiência em primeira pessoa. Neste suplemento destacam-se ainda “Os anos loucos de
Londrina”, de João Antônio, sobre o boom do café no início da década de 1950, e o perfil do
pioneiro Álvaro Godoy, por Domingos Pellegrini. É também de Pellegrini o perfil “João, o
barrageiro”, que acompanha um trabalhador de Porecatu. Incentivado por João Antônio, o texto
foi publicado na revista Civilização Brasileira e depois incluído no livro O homem vermelho,
que em 1977 ganhou o prêmio Jabuti na categoria Contos (PELLEGRINI, 2020).
Considerações
O Panorama pode ser considerado consequência de uma intersecção estilística de
veículos de grande influência da época, desde a revolução gráfica da revista Senhor, que
circulou de 1959 a 1964, aproveitando da linguagem escrita e fotográfica presente na revista
Realidade (1966-1976) e a revista americana Life (1936-2000), além do espírito alternativo
presente na imprensa “nanica”. O jornal utilizava recursos de alto custo, com uma estrutura de
grande investimento em que os lucros não superaram os gastos.
As técnicas editoriais, os recursos visuais e o as inovações das técnicas de impressão,
como o processo off-set, são fatores que mesmo considerados ricos estilisticamente não
chegaram a conquistar os leitores londrinenses, além de possuir uma posição contrahegemônica em alguns momentos, distanciando ainda mais a cidade e o veículo. Por esses
motivos e outros, a Folha de Londrina acaba por ser a mais aceita pelos anunciantes
tradicionais, levando a uma drástica diminuição na receita comercial do Panorama.
Uma das hipóteses iniciais desta pesquisa indicava a possibilidade de o Panorama ser
enquadrado como um dos mais de 150 periódicos da imprensa alternativa brasileira (CHINEM,
2004; KUCINSKI, 2003). A tese surgiu após a percepção das semelhanças do jornal com outros
alternativos que circulavam no país, principalmente pelas características de linguagem,
temáticas e enquadramentos; e de contar, na fase inicial, com jornalistas que, em tese, vieram
para Londrina “aplicar” o que faziam editorialmente em jornais como o Bonde, Movimento,
Opinião (SEVERIANO, 2013). Pode-se afirmar, contudo, que o jornal não cabe nesta categoria,
não somente pelo alto financiamento, mas também por ter a ambição de ser uma referência
nacional e bater de frente com outros jornais de porte da época. Para o jornalista Nilson
Monteiro, o Panorama era “empresarial”:
Ele [o Panorama] era próximos dos alternativos pois o pessoal que fez o Panorama
saiu do Ex, da Revista Realidade, de jornais bons e alternativos. Ele pode ser sim,
no ponto de vista de inteligência ser da imprensa alternativa, mas era um jornal
grande empresarial – tinha grandes sonhos, grandes voos (MONTEIRO, 2020).
Uma das revelações sobre o Panorama – via entrevistas – diz respeito ao fim da publicação.
O jornal, sendo financiado por um ex-governador e empresário, o advogado Paulo Pimentel,
deparou-se com um boicote comercial e político que acarretou em ruína. O ingrediente político
contribuiu muito para o término do jornal. Na época, Pimentel era inimigo político do seu expadrinho político, Ney Braga, aliado da ditadura, à qual serviu como ministro da Educação. O
Panorama, cuja manutenção era onerosa e sem apresentar lucro, foi sufocado politicamente. As
implicações dessa contenda política foram severas. O jornalista Walter Schmidt recorda:
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BOIA-FRIA. O Breve Jornal Panorama, 2020. Disponível em: https://icjornalpanorama.wixsite.com/home/post/boiafria. Acesso em 10 de abril de 2022.
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JORNALISMO NA GEADA NEGRA: O BREVE JORNAL PANORAMA (1975-1976)
Acontece, neste mês de abril, provável, março ou abril de 1976, uma grave
crise política no Paraná, que resultou numa briga entre o Paulo Pimentel e o
Ney Braga. O resultado desse rompimento e briga política foi a perda da
concessão da Rede Globo do Paraná, do Paulo Pimentel. Ali, instala-se uma
nova crise no jornal Panorama, que é diretamente afetado porque ele contava
com um pouco de recursos das duas televisões do Norte do Paraná que
transmitiam a Globo (SCHMIDT, 2020).
Além do sufoco político, o Panorama não conseguia se manter sozinho – como os jornais,
em geral, no Brasil (SANT’ANNA, 2008). Desde as primeiras edições, o periódico encontrou
dificuldades para fidelizar anunciantes. Apesar do alvoroço cultural e artístico – e suas
aproximações com as vanguardas da cidade de São Paulo –, o Norte do Paraná ainda era
provinciano. A primeira edição do Panorama conta com grandes anunciantes e saudações ao
jornal, porém, aos poucos, o diário criou um desconforto com a comunidade e uma má impressão
junto à classe empresarial, despreparadas para aquele jornalismo com sotaque metropolitano,
irreverente e irônico. Em entrevista, a jornalista Célia Regina de Souza ressalta que “[...] os
anunciantes mais tradicionais ainda ficavam com a Folha de Londrina” (SOUZA, 2020).
Apesar da experiência dos jornalistas que integravam o grupo do Panorama, muitas
evidências indicam que o relacionamento com a comunidade foi um dos fatores decisivos para
resultados negativos do jornal. O jornalista Domingos Pellegrini entende que o jornal não soube
conversar com população de Londrina ao preferir chocá-la em vez de entendê-la:
A visão deles era de impacto. Ao invés de chegar com uma visão de
integração, eles chegaram com uma visão de impacto. Esse foi o grande erro.
Mesma coisa que você chegar para alguém e pedir para ela faça uma roupa
modesta e, na hora de entregar, ela chega com um terno, um smoking.
Inadequação (PELLEGRINI, 2020).
Assim como Pellegrini, Monteiro afirma que a acidez do jornal pode ter sido o motivo
de seu fim:
Nós não percebemos que o jornal tinha compromisso com a sociedade rural, que
era o dinheiro da cidade. Foi fomentado na cidade que ele [jornal] virou as costas
para Londrina, dizia que só se falava de puta e que todos os jornalistas eram
maconheiros. Quando se fomentou isso, não tinha mais volta (MONTEIRO, 2020).
Em relação aos dados sobre o Panorama, não é possível quantificar com exatidão a maior
parte das informações. Por um lado, culturalmente os jornalistas se mantinham distantes dos
números sobre o jornal, contribuindo apenas com impressões genéricas do cotidiano da redação.
Em contraponto, o próprio arquivo do periódico não aponta dados essenciais, como a tiragem
e área de circulação. Há indicativos esparsos de que a edição era de 10 mil exemplares.
A convenção era de que cada exemplar atingia cinco pessoas, o que permite dizer que o
público beirava 50 mil pessoas, numa população de 170 mil indivíduos, de acordo com dados do
Censo/IBGE. Na década de 1960, o Paraná tinha analfabetismo na faixa de 40%. Aplicado a
Londrina, haveria na cidade 85 mil pessoas aptas a ler jornal – o que faz da marca de 50 mil tão
ambiciosa quanto expressiva. Mas não houve tempo dessa experiência se consolidar: a Geada Negra
e o descomunal desgaste econômico que o fenômeno trouxe interromperam o que poderia ser um
encontro histórico do melhor jornalismo e a população de um Eldorado brasileiro.
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JORNALISMO NA GEADA NEGRA: O BREVE JORNAL PANORAMA (1975-1976)
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Sobre os autores
José Carlos Fernandes. Doutor e mestre em Estudos Literários pela UFPR. Especialista em
História da Arte do século 20. Graduado em Jornalismo, Filosofia e Belas Artes. Professor do
curso de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
E-mail:
[email protected].
Hiago Rizzi Zanolla. Estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Paraná.
E-mail:
[email protected].
LINHA MESTRA, N.46, P.182-192, HTTPS://DOI.ORG/10.34112/1980-9026A2022N46P182-192, JAN.ABR..2022
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