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CINEMA: a estética do holocausto e nazismo
Cinema: the aesthetics of the holocaust and nazism
Taís Verdade1
Ana Lúcia Oliveira Fernandez Gil2
Resumo: Como de alguma forma é possível que o Holocausto, um homicídio em massa, possa ser associado
à estética, que no conhecimento popular é o significado do belo? De uma maneira que parece contraditória, as
marcas do horror vivido na Segunda Guerra Mundial foram registradas como insígnia de uma vitória que transmite
e provoca, aos olhos de quem observa estes arquivos de dor e horror, uma compaixão e sentimentos extremos
relatados pela sombra das imagens de quem viveu aqueles infindáveis dias. Sem pretensão de ser um estudo
conclusivo, o tema do presente artigo é meramente um relato comparativo do conteúdo estudado, pesquisado e
assistido propriamente para a problematização deste nó que envolve Arte, dor física e moral na Estética diante das
lentes do cinema.
Palavras-chave: Holocausto. Cinema. Estética. Filosofia da Arte.
Abstract: How is it possible that the holocaust, a mass homicide, may be associated with Aesthetics, which in
popular knowledge is the meaning of beauty? In a way that seems contradictory, the marks of the horror lived in
World War II were recorded as a badge of a victory that conveys and provokes, to the eyes of who watches these
files of pain and horror, a compassion and extreme feelings reported by the shadow of images of the ones who lived
those endless days. Without pretension to be a conclusive study, the theme of this article is merely a comparative
report of the content which was studied, researched and watched exactly to the problematization of this node that
involves Art and physical and moral pain on Aesthetics in front of Cinema lens.
Keywords: Holocaust. Cinema. Aesthetics. Philosophy of art.
Introdução
Segundo Heidegger (1992, p. 44), “a beleza é um modo de ser da verdade”, significando
que a beleza e a verdade estão diretamente ligadas e “o belo faz parte do acontecer da verdade”.
Essas citações tornam-se cada vez mais polêmicas, haja vista que o tema da morte é um tema
presente nas obras de arte em diversas manifestações artísticas. Assim, imortalizando subjetivamente a reflexão da morte e a destruição da estética, confirmando desse modo que na obra de
arte “o apelo da verdade” gera um consenso entre seus estudiosos.
Para Bazin (1991, apud DELEUZE, 2007, p. 9), a necessidade de critérios estéticos era
uma forma variável dos acontecimentos, o “real não era mais representado ou reproduzido, mas
visado” e então, no cinema, ao invés de representar uma realidade compreensível e decifrada,
o neorrealismo visava uma representação com sentido ambíguo.
A estética está embutida em nossos dias, avaliamos o tempo todo o conceito de bonito
e feio. Nossa concepção foi transferida genealogicamente, com um ideal estipulado por uma
sociedade. Todavia, o que é bonito e feio? Na Arte, a Estética trata de Filosofia, Arte e Ciência.
Pretende-se tratar aqui o conceito de Estética e Crítica por um viés filosófico e as sensações
1
Acadêmica do Curso de Artes Visuais – Centro Universitário Leonardo Da Vinci – UNIASSELVI – Rodovia BR
470 – Km 71 – nº 1.040 – Bairro Benedito – 89130-000 – Indaial/ SC Fone (47)32819000 – Fax (47) 3181-9090 –
Site: www.uniasselvi.com.br
2
Centro Universitário Leonardo Da Vinci – UNIASSELVI –. Rodovia BR 470 - Km 71 - no 1.040 – Bairro
Benedito – Caixa Postal 191 – 89130-000 – Indaial/SC Fone (47) 3281-9000 – Fax (47) 3281-9090 – Site: www.
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que suas representações artísticas, particularmente, transmitem no cinema. A sétima arte exige
a necessidade do sublime, que não é representado somente pelas belezas divinas inatingíveis,
mas como na Arte, o sublime está na natureza ou nas ações humanas. Quem nunca viu um vídeo
de uma tempestade no mar ou mesmo de um vulcão em erupção e não ficou extasiado com tal
horror e beleza? Assim como o olhar de uma cobra que hipnotiza, podemos chamar de sublime.
Conforme afirma Bazin (1991, p. 276), seriam questões fundamentais para a análise e para a
crítica de cinema:
[...] teria sido talvez o primeiro crítico a perceber e a analisar a mudança fundamental
que ocorreu no cinema nos anos 40 e no pós-guerra, a separação entre um primeiro
cinema — “realista” — e um cinema moderno — “neorrealista”. O que fazia esse
novo cinema diferente e o que nele possibilitava essa nova relação com o espectador,
ou, ao contrário, o que aconteceu ao cinema e ao mundo para que se buscasse uma
nova relação filme espectador.
Nas ações humanas ocorre algo próximo. A representação do sublime pode ser
simbolizada pela antiga concepção do belo com imagens do chamado “paraíso”, ou mesmo no
terror humano. Bazin (1991, p. 187) diz que “o mistério nos dá medo”, mas que imagens fortes
encantam. As representações das atrocidades do ser humano também atraem e podem, de certa
forma, até “encantar”.
Identificar e reconhecer a estética em filmes com temas do holocausto desenvolvem
uma série de questionamentos sobre a chamada sétima arte. Os cineastas tornavam possíveis,
mas ainda não haviam estabelecido as novas imagens. No neorrealismo, é descoberto o que se
pode chamar da “função” que as crianças tinham nas telas, despertando as situações sensóriomotoras. Nesse sentido, a evolução do cinema ganha força.
Figura 1. Cena do filme A lista de Schindler
Fonte: Disponível em: <https://bit.ly/2LC8QAv>. Acesso em: 7 nov. 2016.
Antissemitismo
Holocausto é uma palavra de origem grega que significa "sacrifício pelo fogo". As
autoridades alemãs perseguiram outros grupos além dos judeus, por sua dita "inferioridade
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racial": ciganos, deficientes físicos e mentais, e alguns povos eslavos (poloneses e russos).
Outros grupos também perseguidos foram: políticos, ideológicos e comportamentais (entre eles
os comunistas, os socialistas, as Testemunhas de Jeová e os homossexuais). O grande objetivo
de Hitler era criar um novo império alemão, pois acreditava que os alemães eram uma raça
superior provenientes do Deus Thor, da mitologia nórdica.
A propaganda na Segunda Guerra Mundial estava direcionada para as campanhas que
incitavam o racismo contra judeus. As propagandas criticavam os inimigos, demonstravam o
comportamento que os alemães deveriam seguir na guerra, como economizar e evitar luxos,
preparando o povo para a guerra e, dessa forma, o governo nazista estabeleceu ordem e recebeu
aceitação da população alemã, gerando lealdade ao nazismo, disseminando o seu ideal de
Nacional Socialismo, que estimulava o racismo, o antissemitismo e o comunismo.
Voltando um pouco no tempo, em 1933, de acordo com o Museu do Holocausto, Hitler foi
nomeado chanceler pelo presidente Hindenburg. Este era chefe do Partido Nacional Socialista.
A Alemanha foi denominada Terceiro Reich e começaram as perseguições. O partido nazista
foi declarado o único partido da Alemanha e seu objetivo era a discriminação e o racismo.
Quando Hindenburg morreu, Hitler passou a ser chanceler e chefe do exército e das forças
armadas. Nesse momento, os judeus são declarados inimigos da Alemanha e foram banidos de
empregos públicos, escolas, universidades e tinham que usar estrela amarela para diferenciá-los
da população. Desse momento em diante, os alemães queriam eliminar os judeus, pois eram
desnecessários. Depois que os judeus foram expulsos, a população alemã tomou conta das casas
e negócios deles.
A propaganda trata de impor uma doutrina a todo o povo; a organização aceita no
seu quadro unicamente aqueles que não ameaçam se transformar em obstáculo a
uma maior divulgação da ideia. A propaganda estimula a coletividade no sentido de
uma ideia, preparando-a para a vitória dela; a organização tem de ganhar a vitória
mediante concentração dos adeptos corajosos, capazes de combater pelo triunfo
comum. A vitória de uma ideia será mais fácil quanto mais intensa for a propaganda e
quanto mais exclusiva, rígida e sólida for a organização que, praticamente, toma a si
a realização do combate (HITLER, 1926, p. 307).
Figura 2. “Ele é o culpado pela guerra" (1932)
Fonte: Disponível em: <https://bit.ly/2uOvCOI>. Acesso em: 11 nov.
2017.
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Figura 3. "Demführer - Die Jugend" Propaganda post karte – Deutschland
Fonte: Disponível em: <https://bit.ly/2Lwb4F6>. Acesso em: 11 nov. 2017.
De acordo com o Museu do Holocausto, as propagandas insistiam em demonstrar o
final trágico que seria caso os soviéticos ganhassem a guerra e o perigo iminente que os judeus
causavam aos alemães de “raça pura”. O cinema, nesse período, teve um papel fundamental
na disseminação das ideias de Hitler, o antissemitismo racial, a supremacia da raça pura alemã
(ariana) e a também superioridade do poder militar alemão como era apresentado pela ideologia
nazista.
Os filmes representavam os judeus como uma raça sub-humana, que estavam
contaminando a raça ariana, como vermes. Depois que a Segunda Guerra foi deflagrada, as
propagandas começaram a demonstrar os judeus não apenas como “coisas” desumanas, mas
também como inimigos perigosos para o Reich1 alemão, para assim ter apoio silencioso e
subentendido da população no extermínio dos judeus. Por outro lado, enquanto a população
alemã estava sendo “enriquecida” de orgulho nacional nazista, os judeus estavam em campos
de extermínio. Os soldados da SS obrigavam ainda os judeus a demonstrar uma vida normal e
uma fachada de comunidade “em férias”. Antes de entrar para as câmeras de gás, a SS obrigava
os judeus a escreverem um cartão postal para parentes e amigos, falando o quanto estavam
sendo bem tratados nos campos e possuíam uma vida tranquila, incentivando dessa maneira
deportá-los não só da Alemanha, mas dos países por ela ocupado.
Em meados de 1944, a população estava curiosa para saber o que estava acontecendo
com os judeus deportados. Foi então que a Cruz Vermelha fez uma inspeção no Campo de
Theresienstadt, localizado no Protetorado de Boêmia e Moravia, hoje República Tcheca;
na preparação para a visita, o campo recebeu um “embelezamento” e assim produziram um
filme usando os moradores do gueto para demonstrar o quanto eram bem acolhidos, e que
Theresienstadt recebia muito bem os judeus2.
Reich foi um termo cunhado pela propaganda do regime nazista da Alemanha, e que tinha como objetivo
demonstrar a grandeza do projeto de Hitler para transformar seu país em uma incontestável potência mundial.
2
Logo após a gravação, todo o elenco foi deportado para campo de extermínio Auschwitz-Birkenau.
1
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Os nazistas aplicaram as propagandas com êxito para envolver a população alemã no
apoio à guerra e também para incentivar aqueles que executavam os extermínios em massa
dos judeus, ciganos e tantas outras vítimas do regime de Hitler, transformando o povo em
expectadores, testemunhas e cúmplices de um crime de tamanha proporção.
Figura 4. Cartaz para exposição antimaçônica
Fonte: Disponível em: <https://bit.ly/2mvMnu8>. Acesso em: 20 jul. 2018.
Figura 5. Cartaz para exposição antimaçônica
Fonte: Disponível em: <https://bit.ly/2LxGreR>. Acesso em: 11 nov. 2016.
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Outro acontecimento relevante a ser citado foi a “Noite dos Cristais” (Kristallnacht, em
9 de novembro de 1938) marcada pois os nazistas quebraram todas os vidros das residências
e vitrines dos judeus e de símbolos judaicos. Os reflexos da luz da lua nos vidros quebrados
no chão refletiam como cristais, por isso o nome. Contudo, a perseguição já havia começado
tempos atrás, mas foi essa noite que marcou o início do Holocausto. Na noite dos Cristais, cerca
de sete mil e quinhentas oficinas foram destruídas e centenas de residências danificadas. Mil
judeus foram assassinados. Vinte e seis mil foram mandados para campos de concentração.
Figura 6. Imagens Kristallnacht
Fonte: Disponível em: <https://www.ushmm.org/
lcmedia/photo/lc/image/86/86838.jpg>.Acesso em: 11
nov. 2016.
Fonte: Disponível em: <https://www.ushmm.org/
lcmedia/photo/lc/image/50/50378.jpg>. Acesso em:
30 jul. 2018.
Fonte: Disponível em: <https://www.ushmm.org/
lcmedia/photo/lc/image/04/04467.jpg>. Acesso em: 30
jul. 2018.
Fonte: Disponível em: <https://www.ushmm.org/
lcmedia/photo/lc/image/74/74445.jpg>. Acesso em:
30 jul. 2018.
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Fonte: Disponível em: <ttps://www.ushmm.org/lcmedia/
photo/lc/image/85/85287.jpg>. Acesso em: 30 jul. 2018.
Fonte: Disponível em: <https://www.ushmm.org/
lcmedia/photo/lc/image/97/97572.jpg>. Acesso em:
30 jul. 2018.
Figura 7. As crianças e os “indesejáveis”
Fonte: Disponível em: <https://www.ushmm.org/lcmedia/
photo/lc/image/85/85124.jpg>. Acesso em: 30 jul. 2018.
Fonte: Disponível em: <https://www.dw.com/
image/16444955_403.jpg>. Acesso em: 7 nov. 2016.
Fonte: Disponível em: <https://cdn.playbuzz.
com/cdn/116a06a9-b01e-41e4-b5f6cdadc766ef82/5eba6ad0-94d0-4e6b-ad00f4baa2a76509.jpg>. Acesso em: 30 jul. 2018.
Fonte: Disponível em: <https://www.dw.com/
image/18002214_403.jpg > Acesso em 07/11/2016>.
Acesso em: 7 nov. 2016.
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Figura 8. Experimentos com humanos nos campos de concentração
Fonte: Disponível em: <http://auschwitz.org/gfx/auschwitz/_
thumbs/en/defaultgalerie/713/11/1/20080516_1382570511_
big_1111,oHuCn6impHCVqcKHZpY.jpg>. Acesso em: 7 nov.
2016.
Fonte: Disponível em:
<https://78.media.tumblr.
com/2def62a7b2915e3b5f722db23cec3cdf/
tumblr_inline_pa0hb5ePrW1qdcbec_400.
jpg>. Acesso em: 7 nov. 2016.
Fonte: Disponível em: <https://ichef.bbci.co.uk/news/624/media/
images/80564000/jpg/_80564251_51400549.jpg>. Acesso em: 30 jun.
2018.
Fonte: Disponível em: <http://2.
bp.blogspot.com/-EXzEHqbV24A/
U2YTfU7ilgI/AAAAAAAABhE/
m--QhDuax-o/s1600/485pxSlave_laborers_at_Buchenwald.
jpg>. Acesso em: 7 nov. 2016.
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Também, segundo o Museu do Holocausto5, os alemães definiam os judeus pela religião
de seus avôs e avós. Em 1935, quando foi proclamada a Lei de Nuremberg, na qual o povo
alemão era proibido de casar ou manter relações com arianos, e quem desrespeitasse a lei era
preso e levado para o campo de concentração de Dachau, que foi o primeiro campo criado em
19336. Estas informações e curiosidades podem ser observadas na íntegra em “exemplos de
legislação antissemita, 1933-1939” no site do US Holocaust Memorial Museum.
Conforme US Holocaust Memorial Museum, o campo de concentração de Buchewald foi
aberto em julho de 1937. Segundo a fonte, o que os nazistas queriam era que os judeus saíssem
das terras da Alemanha. No entanto, após a Noite dos Cristais, o caminho para o Holocausto
estava livre, não havia mais limites. Todas as crianças foram expulsas das escolas. “Afinal de
contas, de qualquer maneira, temos que queimar esta praga bubônica”, Friedrich Uebelhor
(chefe nazista na cidade de Lodz). O objetivo maior era a expropriação, era a aniquilação desse
povo, conforme documentário A Propaganda na Segunda Guerra Mundial Canal Philos, de
2016.
Figura 9. Holocausto
Fonte: Disponível em: <https://seuhistory.com/noticias/operacoes-de-fuga-e-caca-aos-nazistas-da-segundaguerra>. Acesso em: 13 ago. 2018.
United States Holocaust Memorial Museum, Copyright © Washington, DC. Disponível em: <https://www.
ushmm.org/learn>. Acesso em: 7 jul. 2016.
6
Curiosidade: pouco antes desse acontecimento, os alemães lançaram um jogo semelhante ao banco imobiliário,
em que o objetivo era retirar o máximo dos judeus das terras da Alemanha. Dessa maneira, já cultuavam a ideia
nazista desde pequenos, visto que os jogos eram destinados à faixa etária de oito a oitenta anos.
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Fonte: Disponível em: <https://1.bp.blogspot.com/-nsmWYcL-92M/WEQtx2FKdJI/
AAAAAAAAPEM/L7PEjg6iS_AcwjRH7o-jMxCi8WupS0D3gCLcB/s1600/
Holocausto%2Bna%2BSegunda%2BGuerra%2BMundial.png>. Acesso em: 07 nov. 2016.
Segundo a documentação do acervo do Museu do Holocausto, após a invasão da Rússia
em 1941, as Einsatzgruppen (Unidades Móveis de Extermínio), seguindo o exército nazista
ficavam atrás das linhas de fogo para realizar operações de assassinato em massa. Nos países
com influência alemã também ocorriam a extinção dos judeus, os mortos eram jogados nas ruas,
para que um grupo especializado recolhesse. No gueto de Varsóvia, cidade de Lodz e em outras
cidades e guetos, em um espaço, no qual cabiam, no máximo, 30 mil pessoas, foram levadas
160 mil. Os judeus que estavam confinados nos guetos recebiam duzentas calorias por dia de
alimento e precisavam trabalhar para receber. Nos guetos era proibido engravidar. As primeiras
pessoas levadas dos guetos foram os idosos, doentes e crianças de até doze anos; e para os que
ficavam, os nazistas davam esperanças de sobrevivência.
Nos guetos de Varsóvia, foram filmadas propagandas que mostram como judeus comem,
se vestem e são bem tratados. Existem também álbuns de fotografias criados pela SS, para
demonstrar o quanto era fantástico viver nos campos de concentração, escondendo o genocídio
que realmente acontecia.
Figura 10. Fotografias criadas pela SS
Fonte: Disponível em: <https://
secure.i.telegraph.co.uk/
multimedia/archive/03559/
aushwitz_3559929b.jpg>. Acesso
em: 16 ago. 2018.
Fonte: Disponível em: <https://
www.ushmm.org/lcmedia/photo/lc/
image/77/77205.jpg >. Acesso em:
30 jun. 2018.
Fonte: Disponível em: <http://
www.fpp.co.uk/pictures/train.
JPEG>. Acesso em: 30 jun. 2018.
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Fonte: Disponível em: <https://
www.ushmm.org/lcmedia/photo/
lc/image/90/90326.jpg>. Acesso
em: 30 jun. 2018.
Fonte: Disponível em: <https://i.pini
mg.com/originals/73/bd/21/73bd2
13c05a8d63105cae951fc557c6
1.jpg>. Acesso em: 16 ago. 2018.
Fonte: Disponível em: <https://
www.ushmm.org/lcmedia/photo/lc/
image/78/78893.jpg>. Acesso em:
30 jun. 2018.
Cinema e estética
Hitler possuía visão do que desejava alcançar com seus filmes, mas foi com a cineasta
Leni Riefenstahl, que se tornou tão poderoso, utilizando os filmes e propagandas como uma
arma de guerra, um verdadeiro instrumento nazista. Sua obra mais polêmica foi o documentário
Triunfo da Vontade, o mais influente filme de propaganda nazista já realizado. Com esse filme,
a cineasta aperfeiçoou as técnicas, no comando de sessenta câmeras e quatrocentos quilômetros
de película, desenvolveu técnicas de fotografia, câmera lenta, subaquáticas e tomadas aéreas,
além de outros efeitos. A partir de então, muitos filmes conhecidos nossos, utilizam a mesma
técnica de Leni Riefenstahl, de desenhos infantis a ficção. Nos Jogos Olímpicos de Berlim, de
1938, utilizou o que o nazismo idealizava como corpos perfeitos, movimento e vigor físico,
filmando os atletas, trazendo uma referência aos Deuses do Olímpio.
Uma cena marcante registrada pela cineasta foi quando Jesse Owens, atleta negro,
venceu o campeão alemão no salto em distância. Joseph Goebbels, ministro da propaganda,
não queria negros no filme, porém, Leni o convenceu do contrário e na narração o comentarista
diz: “Dois corredores negros contra o mais forte da raça branca”.
Figura 11. Jogos Olímpicos
Fonte: Disponível
em: <http://www.
atlasgallery.
com/wp-content/
uploads/2016/10/
Dive-from-10meters-tower768x1024.jpg>.
Acesso em: 30 jun.
2018.
Fonte: Disponível
em: <http://www.
atlasgallery.
com/wp-content/
uploads/2016/10/
The-DiscusThrower-789x1024.
jpg>. Acesso em: 30
jun. 2018.
Fonte: Disponível
em: <http://www.
atlasgallery.
com/wp-content/
uploads/2016/10/
Gold-medal-winner817x1024.jpg >.
Acesso em: 30 jun.
2018.
Fonte: Disponível em: <http://www.artne
t.com/WebServices/images/ll00060llde
pVJFgDVECfDrCWQFHPKcNEXF/leni
-riefenstahl-high-jumper.jpg>.
Acesso em: 30 jun. 2018.
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Fonte: Disponível em:
<http://iv1.lisimg.com/
image/9095866/620fullFonte: Disponível olympia-part-two%3Afestival-of-beautyFonte: Disponível em: <https://
collections.
screenshot.jpg>. Acesso
em: <https://
ushmm.org/
em: 30 jun. 2018.
collections.
iiif-b/assets/
ushmm.org/
thumbs/764938>.
iiif-b/assets/
thumbs/789084>. Acesso em: 30
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Acesso em: 30
jun. 2018.
Fonte: Disponível em: <https://collections.
ushmm.org/search/?f%5Bf_key_
event%5D%5B%5D=nazi_olympics>. Acesso
em: 1 nov. 2016.
Não se sabe até hoje qual era o grau de ignorância da cineasta referente ao que realmente
ocorria nos campos de extermínio e concentração. No pós-guerra, Leni Riefenstahl passou
quatro anos presa em um campo de concentração francês como colaboradora do regime. Leni
sempre se dizia inocente, mas seu biógrafo, Rainer Rother, autor do livro Leni Riefenstahl:
The Seduction of Genius (2002), afirmava em entrevista que seu vínculo com o nazismo era
inegável: “ela nunca negou seu fascínio por Hitler e falou o quanto o admirava, quase até o final
da guerra. Por isso, em sua visão, não havia problemas em trabalhar para ele, apesar de saber o
que se passava na Alemanha e que estava trabalhando para uma ditadura”.
O que se sabe e pode-se dizer a respeito da cineasta Leni Riefenstahl é que seu
legado estético é gigantesco e reflete em filmes contemporâneos, como: ângulos de câmera,
enquadramentos, movimentos de massas e nus, foram as grandes descobertas de registro.
Conforme documentário apresentado pela Philos TV: A Propaganda na Segunda Guerra (2010),
“sua genialidade também foi sua ruína”. Era chamada de “gênio maldito”, nunca mais reergueuse como cineasta. Morreu em setembro de 2003, como a última figura famosa do nazismo.
Figura 12. Triumph des Willens
Fonte: Disponível em: <https://collections.
ushmm.org/iiif-b/assets/756326 >. Acesso
em: 1 nov. 2016.
Fonte: Disponível em: <https://www.imdb.com/title/
tt0025913/mediaviewer/rm2493992960>. Acesso em: 7
nov. 2016.
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Alguns filmes com referências ao Holocausto e à Segunda Guerra Mundial:
Título do Filme
Título do Filme
Toy Story 3 (2010)
Um ato de Liberdade (2009)
Star Wars (1980 e 2015)
O pianista (2003)
Remember (2015)
O diário de Anne Frank (1959)
O menino do pijama listrado (2008)
Harry Potter – Toda série (2001 a 2011)
A Lista de Schindler (1993)
Jogos Vorazes (2012)
O Labirinto do Fauno (2006)
O Jogo da Imitação (2014)
O Lar das Crianças Peculiares (2016)
A História de Irena Sendler (1940)
Bastardos Inglórios (2009)
Capitão América (2011)
A vida é bela (1999)
Cavalo de Guerra (2012)
Fonte: A autora.
Estética
Identificar e reconhecer a estética em filmes com temas do holocausto desenvolve uma
série de questionamentos sobre a chamada sétima arte. Os cineastas tornavam possíveis, mas
ainda não haviam estabelecido as novas imagens. O escritor, roteirista, Artaud (1995, p. 13611369) em artigo publicado faz uma constatação: “o que o cinema privilegia não é a força do
pensamento, é seu “impoder” e o pensamento nunca teve outro problema, e essa é a glória sombria
do cinema, o roubo dos pensamentos”, ou então, como diz Georges Duhamel (1930, p. 52):
“não posso mais pensar o que quero, as imagens móveis substituem meu próprio pensamento”.
O que a propósito foi essa a arte das massas, que Hitler usou para se tornar o “Grande Fürer”
e ter ascensão, manipulando os filmes; a imagem em movimento foi a encenação das vítimas,
com tal cuidado e destreza que aliava Hitler a Hollywood até hoje. As grandes manipulações de
massa, que não foram criadas por uma pessoa mediana, e sim por Leni Riefenstahl, cineasta que
conseguiu ligar a imagem/movimento à estratégia de guerra, tendo nos bastidores a realidade e
os horrores do holocausto.
Kant, tentando superar a dualidade entre objetividade e subjetividade afirma que o belo
“é aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente”
(ARANHA; MARTINS, 1997, p. 379). Então o belo é o atributo que fornecemos a certos
objetos para exprimir com subjetividade o que sentimos; sendo assim, não há belo, nem regras.
Conforme afirma Dufrenne (2002, p. 571-572): “se nós podemos sentir o trágico de Racine ou o
patético de Beethoven ou a serenidade de Bach é porque temos uma ideia – anterior a qualquer
sentimento – do trágico, do patético ou do sereno, vale dizer, daquilo que doravante deveremos
chamar de categorias afetivas”.
De acordo Deleuze (2007), a experiência estética diz que na Fenomenologia, a descrição
do objeto e da percepção estética, salienta o sentimento. Desse modo, podemos questionar a
cultura? O homem recebe a cultura historicamente de seus antepassados, porém o homem é
condicionado pela cultura, mas tem capacidade de adquirir cultura e se cultivar. Essa não é uma
crítica da Fenomenologia, mas possui vínculos com Husserl (2002) e a crítica de Kant (1997).
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Somando esse conceito, a experiência estética situa-se dentro da realidade e não temos dúvida
de que o homem é condicionado pela cultura. De acordo com tal premissa, afirma Merleau
Ponty (2006, p. 307): “Se ele contempla uma paisagem é com os olhos que foram educados
pela pintura; se ele acolhe o imaginário, é com ajuda das imagens que foram fornecidas pelas
mitologias ou pelas artes”. Dufrenne (2002, p. 571-572) apresenta que o “pensamento utópico
é o pensamento do possível que se anuncia no real e nele encontra o começo da realização”.
Figura 13: Enciclopédia do Holocausto
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Pode-se analisar que, trabalhando assim, Hitler conquistou seu povo, tornando-o
cúmplice de um genocídio que não cometeram com as próprias mãos, mas sim com a
apropriação de opiniões alheias sem questionar o que seria melhor ou mais digno. Suas culturas
familiares, políticas e ideologias ficaram, em primeira vista, sem análise das consequências. As
propagandas da Segunda Guerra foram, de certa forma, o pensamento utópico que foi anunciado
como o real e gerou a realização de um Führer determinado e obscuro.
As montagens estéticas no cinema propiciam grandes resultados. As questões debatidas
com relação ao cinema político são bastante longas e causaram grandes debates e discussões. No
entanto, não podemos deixar de considerar o grande resultado da união entre a Arte e a Política,
assunto que chama atenção de estudiosos, historiadores, críticos, dentre outros nos registros da
história da humanidade. No século passado, o fascismo, o comunismo e o nazismo procuraram o
apoio das artes. Nesses casos não será mencionado o preço que cada artista pagou se sujeitando
à censura, insubordinação ou à própria vida. Assim, essas forças também descobriram como o
cinema poderia trabalhar a favor da política. Com o nazismo não foi diferente, Joseph Goebbels,
ministro da propaganda do Terceiro Reich, usou o cinema alemão como ferramenta para
conquistar o mundo e, assim, as propagandas nazistas foram as mais bem-sucedidas campanhas
para realizações do nazismo, utilizando o cinema como instrumento da vida real.
Considerações finais
Até que ponto essas obras cinematograficamente políticas são eficazes? E se esse
espectador não partilha da mesma ideia? O que se pode afirmar com tantas imagens é que,
independentemente da estética utilizada, podendo ser a melhor cena, tomada ou montagem,
nunca se conhecerá em profundidade a dor vivida na Segunda Guerra Mundial. O cinema nos
traz a presença dos horrores do Holocausto; a estética nos faz ter uma empatia com os elementos
apresentados; com a estética do cinema, ganhamos uma identificação afetiva ou intelectual
com a situação apresentada, com aquelas dores e vidas perdidas. O cinema é o espaço que tem
excelência para análise do passado e presente. O cinema traz-nos memórias e as lentes, com seus
movimentos, ângulos e proximidades, não somente define o que vai captar, mas também o que
o espectador precisa sentir, quais os efeitos mentais e psicológicos trazidos à tona quando a cena
é exibida. O cinema é a “Arte inesgotável”. Os números de mortes e atrocidades registradas dos
povos ditos imperfeitos, aqueles que não pertenciam a suposta raça superior ariana, representa
a dimensão daquele período cinza de nossa história, entretanto, acredito que não dimensione a
dor, a humilhação e a frustração de quem sofreu na pele as barbaridades executadas pelo sistema
nazista. Que o cinema permaneça homenageando em suas películas e, consequentemente,
abrindo novas portas para uma humanidade menos intolerante e hostil.
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Artigo recebido em 20/05/17. Aceito em 03/08/18.
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