UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
RISCO PROBABILÍSTICO DE REFERÊNCIA DO SISTEMA
ELÉTRICO BRASILEIRO
Engº NEYL HAMILTON MARTELOTTA SOARES
Dissertação submetida à Universidade Federal
de Itajubá para a obtenção do Grau de Mestre
em Ciências em Engenharia Elétrica
Orientador Local: Prof. Dr. José Wanderley Marangon Lima, UNIFEI
Orientador Externo: Prof. Dr. Marcus Th. Schilling, UFF
IT AJUBÁ - MG
MAIO DE 2002
SOARES, Neyl Hamilton Martelotta
Risco
probabilístico
de
referência
do
sistema
elétrico
brasileiro/Neyl Hamilton Martelotta Soares. – Itajubá, 2002.
157 f.: il. Color
Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia Elétrica) –
Universidade Federal de Itajubá.
1.
Confiabilidade.
2.
Risco.
3.
Métodos Probabilísticos.
4.Desempenho. 5 Sistemas de Energia Elétrica I. Título
ii
iii
Aos meus pais (in memoriam) ,
à minha esposa Alda e
à minha filha Gabriela.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de prestar meus agradecimentos em primeiro lugar a essa
Força Maior que nos faz viver, pela saúde e pela oportunidade de aprimorar-me
como pessoa e como técnico. Sou especialmente grato à minha amada esposa,
Alda, que sempre me deu amor, carinho e muita força para que eu pudesse
persistir nos meus objetivos.
compreendeu
Agradeço à minha filha Gabriela, que
a minha ausência durante a elaboração da Dissertação.
Também gostaria de agradecer ao Corpo Docente da UNIFEI, que com carinho
e paciência soube ajudar-me em todas as horas que precisei.
Gostaria de
agradecer aos orientadores Prof. Dr. José Wanderley Marangon Lima e Prof. Dr.
Marcus Th. Schilling pela dedicação, ânimo e sobretudo pela amizade.
Agradeço ainda ao Engº István Gárdos e ao Engº João Carlos F. da
Luz, ambos anteriormente pertencentes ao quadro da ELETROBRÁS e,
atualmente, no Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, por me terem
oferecido a oportunidade do desafio de escrever essa Dissertação.
expresso meu
agradecimento ao Engº
Cesar Lúcio Corrêa
Também
de Sá
Jr.
(ex-ELETROBRÁS), pela ajuda oferecida e aos Engenheiros e Pesquisadores do
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) responsáveis pelo programa
NH2. Em especial, desejo citar o Engº Carlos Rubens Rafael Dornellas (Duke
Energy), o Engº Armando Matos de Oliveira (El Paso), o Engº Davi Sixel Arentz
(FURNAS), a Drª Andrea de Mattos Rei (ONS), Dr. João Carlos de Oliveira Mello
(ex-ASMAE) e Dr. Albert Cordeiro Geber de Melo (CEPEL) pelas incansáveis
ajudas, tirando as dúvidas que surgiram durante o uso intensivo do programa
NH2.
Ao Engº Antônio Augusto Gonçalves (ELETROBRÁS) pela cooperação
atenciosa em diversas ocasiões.
Finalmente, registra-se também que parte deste trabalho contou
com o apoio do CNPq através do projeto 522.849/96-2, o apoio do projeto
SAGE
(FINEP/RECOPE)
#0626/96
E-26/171.384/2001).
v
e
da
FAPERJ
(Projeto
RESUMO
Resumo da Dissertação apresentada à UNIFEI como parte dos requisitos necessários
par a obtenção do Grau de Mestre em Ciências (M.Sc.).
RISCO PROBABILÍSTICO DE REFERÊNCIA DO SISTEMA ELÉTRICO
BRASILEIRO
NEYL HAMILTON MARTELOTTA SOARES
Maio / 2002
Orientadores: Prof. José Wanderley Marangon Lima, D. Sc.
Prof. Marcus Theodor Schilling, D. Sc.
O objetivo precípuo desta Dissertação é proceder a uma primeira
avaliação numérica das ordens de grandezas dos níveis de risco associados ao grande
sistema elétrico brasileiro interligado, considerando os subsistemas Norte, Nordeste,
Sul, Sudeste e Centro-Oeste, de forma interligada.
Esse resultado é de grande
significado, pois pode ser utilizado como referência comparativa em futuros estudos
mais aperfeiçoados da confiabilidade da Rede Básica.
Como
subproduto,
são
delineados
um
conjunto
de
critérios
e
procedimentos utilizados no trabalho, que devem servir de base preliminar para
futuras avaliações dos níveis de risco da rede básica brasileira.
Palavras-chave : confiabilidade, risco, métodos probabilísticos, sistemas de potência.
vi
ABSTRACT
Abstract of Dissertation presented to UNIFEI as partial fulfillment of the requirements
for the Degree of Master of Science (M.Sc.).
PROBABILISTIC RISK BENCHMARK OF THE BRAZILIAN ELECTRICAL
SYSTEM
NEYL HAMILTON MARTELOTTA SOARES
May / 2002
Supervisors: Prof. José Wanderley Marangon Lima, D. Sc.
Prof. Marcus Theodor Schilling, D. Sc.
The main goal of this Dissertation is to proceed a first numerical
evaluation of the probabilistic risks magnitudes associated with the Brazilian
Electrical network, considering the subsystems North, Northeast, South, Southeast
and MidWest. This result is relevant because it can be used as an initial comparative
reference for future reliability studies of the Brazilian Basic Grid.
As a by-product, the whole set of criteria and procedures used in the
work are described in detail. They may also serve as a preliminary base for future
similar evaluations.
Keywords : reliability, risk, probabilistic methods, power systems .
vii
ÍNDICE
AGRADECIMENT OS
v
vi
R ESUMO
vi i
ABST RACT
LISTA DE FIGURAS
x
LISTA DE TABELAS
xi
I. INT RODUÇÃO
1
I.1. Considerações Preliminares
1
I.2. Objetivo da Dissertação
3
I.3. Estrutura da Dissertação
3
I.4. Nota de Esclarecimento
4
II. PROCEDIMENT OS T RADICIONAIS DO PLANEJAMENT O DA OPERAÇÃO
5
II.1. Introdução
5
II.2. Planejamento da Operação Energética
6
II.3. Planejamento da Operação Elétrica
14
II.4. Sumário
35
III. T RAT AMENT O PROBABILÍST ICO DO RISCO
37
III.1. Introdução
37
III.2. A Diversidade dos Estudos de Confiabilidade em Sistemas de Potência
37
III.3. Conveniência de Mensuração do Risco
40
III.4. Ações Relacionadas ao Uso Eficaz dos Estudos de Confiabilidade
41
III.5. Gerenciamento de Risco: Um Novo Desafio
42
III.6. Processo de Tratamento de Risco
44
III.7. O Conceito de “Bem-Estar” ou Robustez de um Sistema de Potência
44
III.8. Ferramental de Análise de Riscos Disponível no Brasil
46
III.9. O Programa NH2
47
III.10. Sumário
52
IV. HIPÓT ESES E PROCEDIMENT OS PARA CÁLCULO DO RISCO
53
IV.1. Introdução
53
IV.2. Hipóteses Básicas
53
IV.3. Dados
57
IV.4. Modelos
64
IV.5. Condições de Simulação
70
IV.6. Registro de Resultados
70
IV.7. Sumário
78
viii
V. RISCO PROBABILÍST ICO DE REFERÊNCIA DO SIST EMA ELÉT RICO BRASILEIRO:
RESULT ADOS
79
V.1. Introdução
79
V.2. Riscos do Sistema Interligado Nacional
80
V.3. Análise dos Resultados
109
V.4. Paradigmas Preliminares de Desempenho
111
V.5. Sumário
111
VI. CONCLUSÃO
113
VI.1. Retrospectiva
113
VI.2. Principais Constatações
114
VI.3. Recomendações
114
VI.4. Sugestões de Temas de Pesquisa
119
APÊNDICE A - DADOS GERAIS UT ILIZ ADOS
121
APÊNDICE B – INCERT EZ A DA EST IMAT IVA DA LOLD
128
APÊNDICE C - PROCESSAMENT O DO MODCAR
129
APÊNDICE D - CONFIGURAÇÃO DE CENÁRIOS
131
APÊNDICE E - ÍNDICES DE CONFIABILIDADE POR ÁREA E BARRA DO SIST EMA
ELÉT RICO BRASILEIRO
132
APÊNDICE F - SENSIBILIDADES NODAIS E DE CIRCUIT OS DO SIST EMA ELÉT RICO
BRASILEIRO
133
APÊNDICE G - INDICADORES DE SOBRECARGAS E VIOLAÇÕES DE T ENSÃO DO
SIST EMA ELÉT RICO BRASILEIRO
137
APÊNDICE H - IMAGEM DO ARQUIVO HIST ÓRICO DE CENÁRIOS
139
APÊNDICE I - ARQUIVO PARA PROCESSAMENT O DA CONFIABILIDADE
140
APÊNDICE J – EQUIVALÊNCIA DO ELO DE CORRENT E CONT ÍNUA EM IBIUNA 345 k V
141
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
143
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura II-1 – Configuração do Sistema Interligado Sul/Sudeste/Centro-Oeste (1998)
15
Figura II-2 – Configuração do Sistema Interligado Norte/Nordeste (1998)
16
Figura II-3 – Diagrama simplificado da Interligação Norte-Sul e demais interligações
do Sist ema Elét rico Brasileiro (1998)
17
Figura II-4 – Diagrama unifilar do sistema de corrente contínua de Itaipu
26
Figura II-5 – Redes
29
Figura III-1 – Classes de estudos de confiabilidade
39
Figura III-2 – Atividades de tratamento de risco
44
Figura III-3 – Diagrama do “ Bem-Estar” do sistema
45
Figura IV-1 – Identificando configurações referenciais e segmentações temporais
56
Figura IV-2 – Representação da parte transitória das probabilidades
66
Figura IV-3 – Modelo de Markov a dois est ados, com est ado de falha absorv ent e
67
Figura IV-4 – Modelo de Markov a dois est ados
67
Figura IV-5 – Modos de Falha
74
Figura IV-6 – Modelo de Registro Sintético de Resultados
77
Figura V-1 – Curva por Patamar de Carga Diária Típica do SIN
87
Figura V-2 – Identificação dos Efeitos de Geração, Transmissão e Compostos no SIN
98
Figura V-3 – Identificação das Áreas com os Piores Riscos no SIN
101
Figura V-4 – Identificação dos Modos de Falha Dominantes no SIN
105
Figura V-5 – Comparação dos Índices de Confiabilidade Regional no Brasil
108
x
LISTA DE TABELAS
Tabela II-1 – Tempo de eliminação do defeito para diferent es nív eis de t ensão
33
Tabela IV-1 – Resumo dos dados dos Sistemas S/SE/CO, N/NE e Brasil
58
Tabela IV-2 – Carregament os t ípicos de linhas de t ransmissão do Sist ema S/SE/CO
58
Tabela IV-3 – Carregamentos típicos de linhas de transmissão do Sistema N/NE
59
Tabela IV-4 - Limites operacionais típicos de tensão desejável
61
Tabela IV-5 – Dados Estocásticos Típicos de Linhas e Transformadores
63
Tabela IV-6 – Dados Estocásticos Típicos para Geradores (estatística BRACIER)
63
Tabela IV-7 – Modos de Falha Disjuntos
74
Tabela IV-8 – Modos de Falha não Disjuntos
76
Tabela V-1 – Principais Características Gerais do Sist ema Simulado
82
Tabela V-2 – Particularidades do SIN
83
Tabela V-3 – Áreas Delimitadas do SIN
84
Tabela V-4 – Definição de Curv a de Carga (DCEN)
86
Tabela V-5 – Estrutura dos Arquivos de Cenários
89
Tabela V-6 – Criação e Inicialização do Arquivo Histórico de Cenários
91
Tabela V-7 – Estrutura do Arquivo Auxiliar para Configuração de Cenários
92
Tabela V-8 – Sintonia de Processamento por Índices Globais de Confiabilidade do
SIN, St de 1999, T rês Pat amares (pesada, média e lev e)
94
Tabela V-9 – Evolução dos Coeficientes de Variação do Caso 1C
95
Tabela V-10 – Plano de Amostragem (t ribal Rn) do Caso 1C
95
Tabela V-11 – Indicadores Gerais de Desempenho do Processamento
96
Tabela V-12 – Discriminação Funcional Hierárquica dos Índices de Confiabilidade do
SIN, Set/1999
97
Tabela V-13 – Índices de Confiabilidade por Área do SIN, Set/1999
99
Tabela V-14 – Discriminação do Índice PPC por Modos de Falha , SIN, Set /1999
102
Tabela V-15 – Discriminação do Índice EENS por Modos de Falha, SIN, Set /1999
103
Tabela V-16 – Discriminação do Índice Freqüência por Modos de Falha , SIN,
Set /1999
104
Tabela V-17 – Índices Globais de Confiabilidade do Subsistema Norte-Nordeste
106
Tabela V-18 – Índices Globais de Confiabilidade do Subsistema Sul/Sudeste/CentroOeste
107
Tabela V-19 – Índices Globais de Confiabilidade do SIN Discriminados por
Macro-Regiões
107
Tabela V-20 – Índices Globais de Confiabilidade do SIN, dividido em Submercado
108
Tabela V-21 – Índices de Confiabilidade do SIN discriminados por Submercados
109
xi
Capítulo I
“When an engineer, following the safety regulations of the Coast Guard or the
Federal Aviation Agency, translates the laws of physics into the specifications
of a steamboat boiler or the design of a jet airliner, he is mixing science with a
great many other considerations all relating to the purposes to be served. And
it is always purposes in the plural – a series of compromises of various
considerations, such a speed, safety economy and soon on.”
D. K. Price, The Scientific Estate, 1968.
I. INTRODUÇÃO
I.1. Considerações Preliminares
O sistema elétrico brasileiro passa atualmente por um processo de
grandes mudanças. Até recentemente as empresas do setor elétrico não vinham tendo
retorno financeiro suficiente para obras, deixando o sistema quase que sem condições
de operação segura. No passado, quando havia abundância de recursos, a expansão
dava-se naturalmente.
Contudo, com o passar dos anos, o sistema foi tomando
dimensão cada vez maior, tanto na malha de transmissão quanto na carga. O sistema
que antes era robusto pelo seu parque gerador, hoje, às vezes, fica próximo do limiar
de geração suficiente para atender a ponta ou a maior carga em um determinado
período. Esse mesmo sistema que, praticamente, não tinha problema de controle de
tensão de uma forma generalizada, atualmente, começa a sofrer problemas dessa
natureza.
No que concerne a avaliação de risco, o planejamento da operação do
sistema elétrico brasileiro sempre usou métodos determinísticos, ou seja, seus limites
operativos
sempre
foram
calculados
deterministicamente
(e.g.
convencionais de fluxo de potência e de estabilidade dinâmica).
programas
A análise de
segurança era conduzida através de critérios do tipo (N-1). Todavia, com as crescentes
dificuldades do sistema, constata-se uma tendência de se calcular os níveis de risco
em diferentes níveis de agregação por técnicas probabilísticas: por área, por nível de
tensão, por centro de carga, por empresa, global. Essa tendência tem sido incentivada
em função de fatores como: reconhecimento da natureza inerentemente estocástica
dos sistema de potência; a tentativa de se evitar o desperdício oriundo de decisões
puramente determinísticas e, principalmente, a escassez de recursos financeiros que
obrigam a uma investigação mais minuciosa do comportamento do sistema, levando
1
em consideração riscos versus custos operacionais associados
[1-01].
A grande mudança estrutural que o Setor Elétrico Brasileiro está
atualmente sofrendo, reflete-se na forma de operação e regulamentação do sistema.
As concessionárias tradicionais do setor estão se desverticalizando, isto é, sendo
divididas em empresas distintas de geração, transmissão e distribuição, onde a
geração e a distribuição estão sendo vendidas às empresas da iniciativa privada e a
coordenação da transmissão fica sob a responsabilidade do Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS). Nesse contexto, a competição entre as empresas de geração,
no lado da oferta, e de comercialização e consumidores livres, no lado da demanda, é a
"mola mestre" do novo ambiente. Espera-se assim, que em futuro próximo, o mercado
regule as relações entre os agentes, estabelecendo um ponto de equilíbrio entre o
preço e a qualidade. Desta forma, será possível que o consumidor escolha qual é o
melhor fornecedor de energia elétrica sob o ponto de vista do nível de confiabilidade
que esse fornecedor possa dar versus a relação custo benefício dessa mesma
confiabilidade. Assim sendo, tornar-se-ão fragilizadas as técnicas determinísticas a
medida que as funções das concessionárias tradicionais, agora verticalizadas, vão se
separando.
Com isto, mostrar-se-ão essenciais as técnicas probabilísticas como
ferramental auxiliar para a boa gestão do sistema envolvendo os segmentos de
geração, transmissão e distribuição. Tais técnicas possibilitam a análise dos níveis de
risco aceitáveis reconhecendo a probabilidade de ocorrer o pior cenário possível
[1-02].
Um paralelo bastante interessante que é possível desenhar neste novo
cenário é a comparação da energia elétrica com os bens econômicos negociados nos
mercados de “bem de consumo” (commodities). Associada a um determinado preço de
uma mercadoria está a qualidade que depende de quanto o fornecedor estará disposto
a investir na sua produção.
A mecanização na colheita do café pode render ao
produtor uma melhor qualidade no grão conseguindo um preço melhor. No caso da
energia elétrica, o número de interrupções de fornecimento ou o risco de não
atendimento representam parâmetros para avaliar a sua qualidade.
É importante, portanto, agregar ao produto de “energia elétrica”,
parâmetros que devam ser considerados na negociação de compra e venda de energia.
A noção de r i sco é amplamente utilizada nos mercados de “bem de consumo”
(commodities) e com a ajuda de técnicas probabilísticas aplicadas ao setor elétrico, os
índices obtidos serão incorporados à análise econômica dos futuros agentes desse
mercado.
No Brasil, as metodologias probabilísticas são usadas há muito tempo
pelo planejamento da expansão do setor elétrico como também já sofreram
2
aperfeiçoamentos substanciais. Entretanto, no que tange à operação, o seu uso ainda
não atingiu um nível satisfatório para tomadas de decisão. O não entendimento das
potencialidades das técnicas probabilísticas, a dificuldade de interpretação de seus
resultados e a dificuldade de obtenção de dados estatísticos são os principais
obstáculos para a maior difusão destas técnicas no planejamento da operação
[1-01].
A
situação é de tal ordem que, hoje, pode-se afirmar que não há conhecimento no
ambiente de planejamento da operação, do real risco ao qual o sistema está exposto.
No que se refere especificamente à operação e planejamento do sistema
de transmissão no Brasil, verifica-se uma falta de critérios de risco compatíveis entre a
operação energética e a operação elétrica. Recentemente, com o episódio do blecaute
de 21 de janeiro de 2002, esta falta de compatibilização induziu o ONS a tomar
decisões fundamentadas em hipóteses estritamente determinísticas, evidenciando o
grau de fragilidade do processo.
I.2. Objetivo da Dissertação
Em virtude do problema referido no item precedente, constata-se a
existência de um grande potencial de aperfeiçoamento nas técnicas atualmente
utilizadas no planejamento da operação elétrica do sistema brasileiro.
Nessa perspectiva, o objetivo precípuo desta Dissertação é proceder a uma
primeira avaliação numérica das ordens de grandezas dos níveis de risco associados ao
grande sistema elétrico brasileiro interligado ou sistema interligado nacional (SIN),
considerando os subsistemas Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, de forma
interligada.
Esse resultado é de grande significado, pois, pode ser utilizado como
referência inicial comparativa em futuros estudos mais aperfeiçoados da confiabilidade
da rede básica.
Como subproduto, são delineados um conjunto de critérios e procedimentos
utilizados no trabalho, que devem servir de base preliminar para futuras avaliações dos
níveis de risco da rede básica brasileira.
I.3. Estrutura da Dissertação
O trabalho compreende basicamente seis capítulos sendo que neste
primeiro apresenta-se tão-somente a estrutura geral e o conteúdo.
No Capítulo II são apresentados os critérios e procedimentos clássicos
aplicados em estudos no planejamento da operação a curto prazo considerando os
aspectos energético e elétrico.
Ainda nesse capítulo, são brevemente mencionadas
algumas técnicas probabilísticas já utilizadas no planejamento elétrico e energético do
3
sistema brasileiro.
No Capítulo III é introduzido o uso de técnicas probabilísticas na
operação de curto prazo, enfatizando o cálculo do risco da rede elétrica.
No Capítulo IV são esboçados as premissas adotadas para a monitoração
do risco da operação elétrica a curto prazo. Essas hipóteses deverão, futuramente,
evoluir no sentido de consolidação de um conjunto de critérios e procedimentos para o
cálculo rotineiro do risco da rede básica.
No Capítulo V são apresentados os principais resultados das simulações
realizadas com o grande sistema elétrico brasileiro interligado.
Finalmente, no Capítulo VI, registram-se as principais conclusões,
constatações e recomendações oriundas do trabalho. Registram-se também sugestões
para outras investigações relevantes.
Parte dos resultados obtidos nesta Dissertação foram registrados nas
seguintes referências:
(i )
Schilling, M. Th.; Martelotta Soares, N.H.; Luz, J.C.F. - "Discernimento de
Indicadores de Risco", ELETROEVOLUÇÃO, nº 13, pp. 30-38, Setembro, 1998
[3-14];
(i i )
Martelotta Soares, N.H.; Schilling, M.Th.; Do Coutto Filho, M.B.; Luz, J.C.F.;
Maragon Lima, J.W. - "Estabelecimento Estatístico de Limites Operativos de
Tensão em Sistemas de Potência", ELETROEVOLUÇÃO, nº 15, pp.68-72, Março,
1999;
(i i i )
Sá, C.L.C; Schilling, M.Th.; Lício, R.V.; Soares, N.H.M.; Pessanha, J.F.; Mello,
A.C.G. - "Key Issues in Energy and Electric Power Reliability Modelling", 13th
PSCC, Trondheim, Norway, June, 1999;
(i v)
Fontoura Filho, R.N.; Schilling, M.Th.; Soares, N.H.M.; Marangon Lima, J.W.; Mello,
J.C.O. - "Planejamento do Sistema de Transmissão com Base em Critérios
Probabilísticos no Novo Contexto Institucional do Setor Elétrico Brasileiro", XV
SNPTEE, GPL/ 2, Outubro, 1999;
(v)
Schilling, M.Th.;Rei, A; Soares, N.H.M.; Marangon Lima, J.W. – “Mensurando o
Risco Probabilístico do Critério N-1”, XVI SNPTEE, Grupo VII, Outubro, 2001
[4-08].
I.4. Nota de Esclarecimento
Alerta-se o leitor que a citação explícita de certos comandos do programa
NH2 ao longo do texto foi necessária para fins de precisão documental, eliminação de
possíveis ambigüidades e facilitação da tentativa de repetição dos resultados
numéricos.
4
Capítulo II
“All bussiness proceeds on beliefs or judgements of probabilities and not just on
certainties.”
Charles Eliot
II. PROCEDIMENTOS TRADICIONAIS DO PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO
II.1. Introdução
O sistema elétrico nacional tem peculiaridades que forçosamente devem
ser consideradas quando da realização de análises de risco no âmbito do planejamento
da operação.
Portanto, justifica-se a necessidade de caracterizar as principais
práticas operativas em vigor.
Nessa perspectiva, o objetivo deste capítulo é apresentar um breve
panorama das premissas tradicionalmente utilizadas no Brasil para os estudos de
planejamento da operação energética e elétrica.
Será evidenciado que quase a
totalidade dos critérios e procedimentos utilizados é de cunho determinístico.
Cabe ressaltar que, atualmente, o planejamento da operação é de
responsabilidade do ONS conforme as atribuições conferidas a ele pela Lei 9.648 de 27
de maio de 1998. De acordo com a referida Lei, suas atividades são as seguintes: [2-32]
(a) “O planejamento e a programação da operação, e o despacho centralizado da
geração, com vistas à otimização dos sistemas eletroenergéticos interligados”;
(b) “A supervisão e coordenação dos Centros de Operação de sistemas elétricos”;
(c) “A supervisão e controle da operação dos sistemas eletroenergéticos nacionais
interligados e das interligações internacionais”;
(d) “Contratação e administração de serviços de transmissão de energia elétrica e
respectivas condições de acesso, bem como dos serviços ancilares”;
(e) “Propor à ANEEL as ampliações da rede básica de transmissão, bem como os
reforços dos sistemas existentes, a serem licitados ou autorizados”;
(f) “A definição de regras para a operação das instalações de transmissão da rede
básica dos sistemas elétricos interligados”.
5
Para o cumprimento de tais atribuições estão sendo confeccionados os
Procedimentos de Rede. Nestes documentos descrevem-se quais as obrigações tanto
do ONS como dos Agentes para uma adequada operação do sistema elétrico dentro
das atividades que o Operador tem que exercer.
II.2. Planejamento da Operação Energética
Os diferentes graus de utilização das usinas hidrelétricas e termelétricas
na composição dos parques geradores permitem classificar os sistemas elétricos em
três grandes grupos: termelétricos, hidrelétricos e hidrotérmicos.
Obviamente,
os
sistemas
térmicos
de
geração
são
compostos
exclusivamente de usinas termelétricas convencionais ou nucleares; os sistemas
hidrelétricos de geração são formados unicamente de usinas hidrelétricas; e os
sistemas
hidrotérmicos
de
geração
são
compostos
de
usinas
termelétricas
convencionais ou nucleares e usinas hidrelétricas; todos ligados aos centros de carga
através de um sistema de transmissão.
O objetivo tradicional da operação do sistema tem sido determinar uma
estratégia de geração em cada usina que minimize o valor esperado dos custos
operativos no período de planejamento.
Em sistemas termelétricos, o planejamento da operação visa minimizar
os custos com combustíveis. Isto pode ser resolvido ordenando-se as unidades em
função de seus custos marginais de operação e atendendo-se cada MWh adicional de
carga com a unidade disponível de menor custo marginal
[2-01].
Em sistemas hidrelétricos, leva-se em conta funções compostas de
múltiplos
objetivos
como
minimização
de
vertimentos,
maximização
do
armazenamento no final do horizonte, ou a distribuição eqüitativa de folgas de geração
ao longo do período de estudo. Devido à incerteza associada às afluências futuras, ao
número de aproveitamentos existentes, à inter-relação entre as decisões tomadas num
determinado instante e suas conseqüências futuras, e as não-linearidades das funções
de produção das usinas hidrelétricas, o problema da operação de sistemas
hidrelétricos é um problema de grande porte, estocástico e não-linear
Em
sistemas
hidrotérmicos,
incorporam-se
às
[2-02].
dificuldades
já
relacionadas para sistemas hidrelétricos, as não-linearidades das funções de custo de
operação das usinas térmicas. Mais ainda, os benefícios associados à produção de
energia nas usinas hidrelétricas passam a ser medidos em termos da economia de
custos de combustíveis provocada pelo deslocamento da geração térmica. Assim, as
funções de custo de operação envolvem variáveis não-separáveis
6
[2-03].
Também incluem-se como custos, eventuais compras de energia de
sistemas vizinhos e os custos de não atendimento à carga (se necessário).
A impossibilidade de se ter um conhecimento perfeito das futuras
afluências aos aproveitamentos e, em certa medida, da curva de carga do sistema,
afeta tanto a capacidade de produção média nos períodos (energia) quanto a máxima
potência produzida (ponta), visto que esta última depende das alturas de queda nos
reservatórios, que por sua vez dependem do armazenamento (afluências e regras
operativas).
Uma complicação adicional vem da necessidade de atendimento às
restrições hidráulicas decorrentes do uso múltiplo de água (navegação, irrigação,
saneamento, etc), além das regras de segurança para controle de cheias nas bacias [203].
A existência de várias bacias interligadas e a necessidade de avaliação
das conseqüências do uso das reservas nos anos futuros levam ao emprego de um
período longo de estudo
[2-03].
Finalmente, o planejamento da operação de um sistema hidrotérmico tem
que levar em conta um amplo espectro de atividades, abrangendo desde a otimização
plurianual dos reservatórios (análise do desempenho do sistema a longo prazo) até o
despacho das usinas (para a semana ou dia seguinte), levando em conta as restrições
operativas.
Trata-se, portanto, de um problema extremamente difícil, mesmo sem a
consideração de suas incertezas inerentes
[2-04], [2-05] e [2-06].
II.2.1. Critérios de Planejamento do Sistema Gerador
Os critérios de planejamento da operação de sistemas de geração
envolvem aspectos econômicos e de garantia de suprimento que refletem o
compromisso entre a qualidade do serviço obtido e o seu custo. Desta forma, o critério
em que se baseia a operação dos sistemas elétricos é o atendimento aos requisitos do
mercado de energia elétrica, segundo parâmetros que assegurem uma qualidade de
serviço satisfatória para os consumidores, a custo mínimo
[2-20].
Em sistemas predominantemente hidrelétricos, como o Brasileiro, a
análise do atendimento ao mercado deve contemplar a possibilidade de déficits de
atendimento à demanda máxima e de déficits de energia. Estes dois tipos de déficits,
originários de causa aleatórias, têm naturezas distintas.
Os déficits de energia
resultam da insuficiência de água para que as usinas hidrelétricas supram sua parcela
no mercado e os déficits de potência resultam das indisponibilidades forçadas ou
programadas dos equipamentos de geração
[2-20].
7
II.2.1.1. Critérios de Suprimento
Os critérios de garantia de suprimento representam a forma de se
estabelecer a qualidade do serviço e baseiam-se na aferição de parâmetros operativos
do sistema. Em função da própria natureza do suprimento, podem ser isolados em
critérios de suprimento de ener gi a e de potência. Em função da representação das
características aleatórias dos fatores que afetam os parâmetros operativos, cada um
desses grupos divide-se em critérios determinísticos e probabilísticos
[2-20].
II.2.1.1.1. Critérios determinísticos de suprimento de energia
Os critérios determinísticos de suprimento de energia não consideram de
forma explícita a natureza aleatória dos fatores que afetam o suprimento de energia.
O desconhecimento em relação às afluências futuras é contornado pela hipótese de
repetição de afluências iguais ao registro histórico de vazões.
As manutenções
programadas são representadas através de cronogramas de manutenção previstos
para o período de estudo ou através de índices estatísticos que refletem o histórico de
manutenção de unidades geradoras semelhantes.
Da mesma forma, as saídas
forçadas de unidades geradoras são representadas por índices estatísticos.
No Brasil, um critério determinístico de garantia de suprimento de
energia foi aplicado nos estudos de planejamento da expansão da geração, para a
definição do programa de expansão do sistema, e nos de planejamento da operação,
para definição dos contratos de suprimento de energia. A capacidade de produção de
energia das usinas é determinada de modo a garantir o atendimento dos requisitos
sem a ocorrência de déficits, na hipótese de repetição do registro histórico de vazões.
Os conceitos básicos associados a esse critério são: energia firme de um sistema
gerador1; energia firme de uma usina2, energia secundária3 e; período hidrológico
crítico4
[2-07].
Esse critério foi aplicado até 1986, quando a identificação de deficiências
levou à formulação de critérios probabilísticos
1
[2-08].
As principais deficiências do
Energia firme de um sistema gerador é o maior valor possível de energia continuamente produzido pelo sistema, com
as mesmas características do mercado, sem a ocorrência de déficits, no caso de repetição das afluências do registro
histórico.
2
Energia firme de uma usina é o valor médio de energia que a usina é capaz de gerar durante o período crítico do
sistema, com este atendendo à sua energia firme.
3
Energia secundária de um sistema ou usina é o excesso de energia, em relação à energia firme, possível de ser
produzido nas seqüências hidrológicas. É usualmente calculada como a diferença entre a geração média em todo o
histórico de vazões e a energia firme.
4
Período hidrológico crítico é o período de tempo, correspondendo à seqüência de vazões do histórico, em que o
armazenamento do sistema vai de seu nível máximo (todos os reservatórios cheios) ao seu nível mínimo (todos os
reservatórios vazios) sem reenchimentos totais intermediários, no atendimento da energia firme do sistema.
8
critério determinístico são: (i) a falta de uma quantificação dos riscos de não
atendimento ao mercado futuro de energia; (ii) a não consideração de uma regra de
operação conjunta do sistema hidrotérmico que vise a minimização do custo total de
operação, e (iii) a dependência de uma única seqüência hidrológica, a histórica, dentre
uma infinidade de cenários igualmente plausíveis
[2-20].
II.2.1.1.2. Critérios probabilísticos de suprimento de energia
As deficiências identificadas na aplicação de critérios determinísticos de
suprimento de energia servem de base para o estabelecimento das premissas dos
critérios probabilísticos: (i) considerar as regras de operação ótima do sistema
hidrotérmico; (ii) representar as características hidrológicas distintas das afluências
aos aproveitamentos do sistema e (iii) permitir a quantificação dos riscos de
suprimento
[2-08].
Há dois enfoques básicos para estabelecer a solução de compromisso
entre custo operativo e qualidade do suprimento de energia. No primeiro, supõe-se
conhecido o valor econômico do não atendimento ao mercado de energia e minimiza-se
o custo total de operação do sistema.
Os parâmetros operativos que refletem a
qualidade do suprimento são obtidos como conseqüências dos custos de geração,
investimento, combustíveis e do custo de déficit pré-fixado
[2-09].
No outro enfoque,
adota-se um índice pré-fixado de qualidade de suprimento, considerado adequado, e
determina-se a disponibilidade de energia do sistema através da minimização dos
custos
[2-10].
Definida a opção por um dos enfoques básicos, risco ou custo de déficit
pré-fixado, há várias alternativas metodológicas para a implementação de um critério
probabilístico de suprimento de energia. A opção por uma determinada alternativa
depende
das
implementação
ferramentas
computacionais
disponíveis
e
da
facilidade
de
[2-02].
Atualmente, no planejamento da operação do sistema interligado brasileiro
é adotado um risco de déficit de 5% ao ano para avaliação da disponibilidade de
energia [2-10].
A maior desvantagem da avaliação de disponibilidade de energia a risco
pré-fixado é o caráter arbitrário do índice de garantia escolhido. No caso brasileiro, o
risco de 5% representa um relaxamento em relação ao critério determinístico
anteriormente citado que adotava a série mais seca do histórico.
9
II.2.1.1.3. Critérios determinísticos de suprimento de potência
Na aplicação de critérios determinísticos de suprimento de potência nos
estudos de planejamento da expansão, a capacidade de geração a ser instalada no
sistema é dimensionada de modo a atender à demanda máxima prevista e a uma
margem de reserva necessária para manter a qualidade no atendimento
[2-20].
Essa folga, como visto anteriormente, é definida para fazer frente às
perdas aleatórias de geração, às manutenções preventivas, aos desvios da previsão de
carga e à necessidade de regulação de freqüência no sistema.
No âmbito do planejamento da operação quantifica-se uma reserva de
potência operativa, que normalmente é dimensionada nos seus padrões mínimos
necessários para a manutenção do nível de qualidade pretendido no sistema
[2-30].
II.2.1.1.4. Critérios probabilísticos de suprimento de potência
A aplicação de critérios probabilísticos de suprimento de potência no
planejamento da expansão e operação de sistema geradores também admite o emprego
das abordagens alternativas de risco ou custo de déficit pré-fixado
[2-20].
No enfoque econômico, seria necessário o conhecimento do custo da falta
de suprimento nos horários de ponta de carga, ao longo dos diversos segmentos da
rede elétrica, levando em consideração a confiabilidade integrada dos sistemas de
geração e transmissão
[2-20].
Tal abordagem é onerosa, requerendo pesados esforços
computacionais, além de simplificações criteriosamente estabelecidas.
Em função desses motivos, é freqüente a opção pelo emprego de critérios
com base em riscos pré-fixados.
Nesse caso, a avaliação das condições de
atendimento é fundamental para a verificação dos eventuais afastamentos em relação
ao critério
[2-20].
Usualmente, denomina-se a análise probabilística das condições de
atendimento de um sistema gerador como avaliação de confiabilidade. Essa tarefa é
bastante complexa, e era realizada pelo Sub-Grupo de Confiabilidade – SGCONF ,
com base em modelos matemáticos capazes de representar simplificadamente o
sistema e métodos capazes de estimar índices que reflitam o grau de confiabilidade do
sistema
[2-20].
II.2.2. O Problema de Curto Prazo
O objetivo do planejamento energético de curto prazo é produzir um
programa de geração que atenda às restrições operativas ao longo da próxima semana
ou mês, sendo também denominado por programação energética da operação.
10
Os
estágios do planejamento podem ser dias ou blocos de horas.
Em contraste com o
planejamento energético de longo e médio prazos, onde a incerteza associada aos
parâmetros do sistema é muito grande, o planejamento de curto prazo pode ser
considerado determinístico, isto é, aceitam-se como razoavelmente precisas as previsões
de afluências e demandas ao longo do período
[2-11].
II.2.3. Planejamento da Operação Energética do Sistema Interligação Brasileira
O interesse neste item, é a descrição do conjunto de procedimentos e
estudos tradicionais utilizados no planejamento da operação energética do sistema
brasileiro.
Os
estudos
de
planejamento
da
operação
energética,
por
sua
complexidade e volume de dados manipulados, são divididos em etapas: longo prazo,
também chamada de plurianual; médio prazo ou anual; e curto prazo ou mensal.
As duas primeiras etapas de estudo – plurianual e anual – correspondem
a um planejamento estratégico, no qual se analisa o desempenho do sistema para
diferentes cenários operativos. Poder-se-ia desdobrar em torno dessas etapas, pois,
além de importantes, são riquíssimas em conteúdo. Porém, a ênfase que é dada a este
trabalho diz respeito a operação a curto prazo.
Dessa forma, cuidaremos daqui em
diante somente da operação energética a curto prazo.
Os estudos de planejamento de curto prazo mensal definem as políticas
para as semanas do próximo mês.
Estas políticas são as interfaces entre o
planejamento da operação e a programação da operação, que definem programas
diários de geração para o sistema
[2-11].
Os resultados desses estudos visam orientar a programação da geração
do sistema nas semanas seguintes, estabelecendo diretrizes e restrições nas decisões
operativas e definindo regiões viáveis para eventuais reprogramações.
No caso do
sistema brasileiro foi adotada uma divisão dos limites operativos em três grupos, com
grau decrescente de importância
[2-21]:
− Grupo de restrições (atendimento obrigatório)
•
alocação de reserva operativa girante por empresa;
•
níveis contratuais de intercâmbio entre empresas;
•
níveis mínimos de geração para o atendimento a restrições elétricas do
sistema de transmissão;
•
programação das manutenções de geradores;
•
restrições hidráulicas nos aproveitamentos;
•
programação de geração da usina de Itaipu;
11
− Grupo de metas (devem ser atendidas)
•
geração máxima e média por aproveitamento térmico
•
intercâmbios
máximo
e
médio
entre
empresas,
classificados
por
modalidade;
− Grupo de diretrizes (têm caráter orientativo)
•
níveis de armazenamento no final da semana e geração ou descarga média
semanal por aproveitamento
•
programação diária típica de geração termelétrica
•
alternativas operativas.
O planejamento de curto prazo também tem a responsabilidade de
verificar as conseqüências futuras das decisões assumidas para as próximas semanas.
A ocorrência de perturbações severas nas condições operativas previstas (modificação
no comportamento da afluências ou perdas de equipamento de porte) ao longo do mês
pode levar à necessidade de revisão das restrições, metas e diretrizes das semanas
seguintes
[2-11].
Poder-se-ia, de forma sucinta, enumerar algumas funções básicas do
planejamento a curto prazo da operação, que são apresentadas abaixo.
i)
Análise e previsão de carga de energia e demanda do sistema
Com
base
nos
dados
observados
no
sistema,
os
valores
inicialmente previstos para cada mês são revistos e desagregados em valores
médios e máximos para cada semana
[2-13].
No caso do sistema brasileiro são
obtidas previsões para cada uma das empresas, compilando-as por agregação a
carga do sistema interligado.
ii)
Análise e previsão de afluências aos aproveitamentos
A partir das vazões verificadas nos períodos anteriores é possível
efetuar
uma
previsão
das
afluências
naturais
aos
aproveitamentos
hidroelétricos. Estas previsões são obtidas para os pontos mais relevantes das
bacias hidrográficas e estendidas por regressão aos outros pontos
iii)
[2-13] e [2-15].
Coordenação da programação de manutenções
Uma escala semanal de manutenções de unidades geradoras
deverá ser definida na etapa de planejamento anual, respeitando as restrições
de âmbito gerencial dos serviços e a qualidade de atendimento do sistema.
Portanto, será uma referência para a coordenação das manutenções do mês em
estudo.
iv)
Avaliação das estratégias hidrotérmicas
12
Caso ocorram mudanças substanciais nas condições previstas de
carga, disponibilidade de equipamentos e custos de combustíveis que foram
consideradas nas estratégias hidrotérmicas de operação do sistema definidas no
planejamento anual, então, será necessário recalcular as estratégias de
operação.
v)
Simulação semanal detalhada das condições de atendimento
Com base nas estratégias semanais, é possível identificar os
montantes de geração térmica e hidráulica para o mês em estudo, definindo
assim as unidades térmicas que estarão em operação no período e o total de
geração hidrelétrica necessária para completar o mês
[2-16].
Para definir a geração de cada aproveitamento, são necessárias
representações mais detalhadas da carga, dos aproveitamentos e das restrições
da rede elétrica.
Normalmente, adota-se a previsão horária da carga ou
conjunto de horas típicas (patamares), e observa-se as restrições operativas de
coordenação horária nos aproveitamentos hidrelétricos (balanço hídrico e
limites operativos de turbinas) e nos aproveitamentos térmicos (taxas de
tomada ou duração da carga)
[2-17].
Quanto à representação elétrica, é necessário que se procure
avaliar com mais rigor a viabilidade das gerações definidas nas políticas
semanais de operação, de modo que sejam aplicáveis como ponto de partida
para a programação semanal da operação.
vi)
Simulação mensal da operação do sistema
Esta simulação é complementar à executada na função anterior,
tendo como objetivo apenas permitir a avaliação das condições operativas
futuras do sistema, supondo-se a operação programada para o primeiro mês e
as previsões de afluências disponíveis.
vii)
Revisão dos contratos de suprimentos entre as empresas e titulação dos
intercâmbios previstos
Na etapa de planejamento da operação plurianual são contratados
valores entre empresas supridoras e recebedoras do sistema interligado,
levando em consideração balanços energéticos feitos com as previsões de carga
(tanto de energia quanto de potência) e disponibilidades de geração
Em
função
de
alterações
nas
previsões
de
[2-12].
carga
e
nas
disponibilidade de geração no mês pode ser necessário redefinir os valores
contratuais de suprimento entre empresas, havendo critérios específicos para
estas revisões
[2-11].
13
viii)
Previsão de consumo de combustíveis
Uma das mais importantes parcelas dos custos operacionais num
sistema hidrotérmico são os custos referentes ao consumo de combustíveis nas
usinas térmicas.
mensal
a
Desta forma, é relevante que se obtenha do planejamento
previsão
do
consumo
quantidades e tipos necessários.
de
combustíveis,
especificando-se
as
Estas estimativas irão possibilitar a
programação, por parte das empresa, da compra e estoque dos combustíveis, e
servem de base para o rateio dos custos da geração térmica entre todas as
empresas do sistema interligado
[2-18] e [2-19].
A proposição de novos critérios e procedimentos para o planejamento
energético levando em conta a influência de incertezas foge ao escopo deste trabalho.
II.3. Planejamento da Operação Elétrica
Até 1998, o sistema elétrico brasileiro era composto por duas grandes
malhas distintas de transmissão interligadas (S/SE/CO e N/NE) de alta e extra-alta
tensão (Figuras II-1 e II-2), vários sistemas isolados, um parque de geração
predominantemente hidrelétrico e um reduzido parque térmico-nuclear. A integração
dos dois grandes sistemas ocorreu em março de 1999, Figura II-3. Esta interligação
conectou as seguintes subestações: Serra da Mesa; Gurupi; Miracema; Colinas e
Imperatriz.
O sistema interligado S/SE/CO é malhado com níveis de tensão em 69,
88, 138, 230, 345, 440, 500, 525, 765 kV e um elo de corrente contínua em ± 600 kV.
Já o sistema interligado N/NE é, praticamente, um radial em 500 kV com ligações em
69, 138 e 230 kV.
Esses dois sistemas cobrem essencialmente todo o território
nacional. Os sistemas isolados são geralmente do tipo máquina/barra de carga.
14
DETALHE A
DETALHE B
DETALHE A
DETALHE B
Figura II-1 – Configuração do Sistema Interligado
Sul/Sudeste/Centro-Oeste (1998)
15
Figura II-2 – Configuração do Sistema Interligado Norte/Nordeste (1998)
16
NORTE
NORDESTE
CENTRO OESTE
L e g e nd a :
SUDESTE
750 kV
600 kV
ITAIPU
500 kV
230 kV
SUL
Figura II-3 – Diagrama simplificado da Interligação Norte-Sul e demais
interligações do Sistema Elétrico Brasileiro (1999)
Com o advento da integração econômica da América do Sul, o Brasil
começou a interligar o seu sistema elétrico a outros sistemas dos países vizinhos,
destacando-se uma interligação com a Argentina através de uma conversora em
Uruguaiana, outra interligação com a Venezuela e a própria usina de Itaipu com o
Paraguai. O Brasil iniciou ainda um projeto com a Bolívia visando a construção de
um gasoduto, sendo que este país abastecerá usinas térmicas brasileiras. Com a Lei
9074 de 1995, houve a criação do produtor independente , onde lhe é concedido o
direito de vender sua produção de energia às concessionárias que melhor lhe
convierem.
O planejamento da operação elétrica é uma atividade que envolve síntese,
análise e coordenação entre as empresas do setor, visando o estabelecimento de um
ponto de operação elétrico seguro, econômico e confiável.
objetivos do Planejamento da Operação Elétrica
(i)
São três os principais
[2-22]:
otimizar a confiabilidade da malha principal do sistema interligado para as
possíveis configurações e condições operativas, dentro do horizonte operativo,
utilizando os recursos operativos disponíveis;
17
(ii) examinar, em conjunto com o Planejamento da Expansão, alternativas
associadas à antecipação de obras sempre que se considerar esta antecipação
fundamental para atenuar ou eliminar restrições operativas, ou sempre que
existirem riscos operacionais considerados inaceitáveis.
Além disso, pode-se
até sugerir ao Planejamento da Expansão, a revisão do plano original;
(iii) garantir a operação da malha principal do sistema interligado dentro do melhor
nível possível de confiabilidade e economia, explorando os recursos disponíveis
de geração e transmissão.
Nos dois primeiros casos, considera-se nos estudos a configuração mais
provável.
Quando os níveis de confiabilidade forem considerados insatisfatórios,
tenta-se melhorá-los através da implantação de esquemas especiais de proteção,
otimização de controladores e ações de proteção e alterações de configuração, sempre
que possível e necessário. No terceiro caso, busca-se estabelecer as diretrizes a serem
utilizadas na operação em tempo real [2-22].
É usual a caracterização de horizontes temporais distintos: curto prazo;
anual e plurianual. Em cada um desses planejamentos são feitos estudos que têm a
intenção de estabelecer critérios a serem considerados na operação elétrica em
condições normal e de emergência, visando estabelecer condições limites de
desempenho quanto ao controle de tensão e carregamento. As faixas de operação do
sistema
também são definidas, tendo como objetivo a adequação de seus recursos
com o menor custo possível, levando em conta os limites definidos por cada empresa,
devido às próprias restrições dos seus sistemas.
II.3.1. Características dos Estudos Tradicionais
As características de cada estudo são comentadas a seguir.
II.3.1.1. Estudos a Curto Prazo
Os estudos a curto prazo compreendem a análise da operação do sistema
abrangendo o trimestre subseqüente com um maior detalhamento para o primeiro mês
correspondente .
Os meses restantes são estudados em maiores detalhes nas
respectivas atualizações mensais.
Os estudos são realizados mensalmente , considerando todos os aspectos
que possam levar a modificações das condições elétricas de operação no transcorrer
do mês. Os principais objetivos desses estudos são
[2-22]:
⇒ Fornecer subsídios quanto ao desempenho elétrico do sistema interligado em
regime normal e em emergência, procurando evidenciar as dificuldades
18
operativas
decorrentes
do
esgotamento
dos
recursos
disponíveis
para
atendimento às diversas condições de carga do sistema (carga pesada, média,
leve e mínima), bem como o eqüacionamento das soluções;
⇒ Fornecer diretrizes para o controle de tensão do sistema interligado em regime
normal de operação;
⇒ Otimizar o despacho de geração térmica convencional para o sistema, de acordo
com os níveis de risco esperados;
⇒ Determinar a prioridade de substituição de ponta térmica entre as empresas;
⇒ Determinar o montante de auxílio operativo;
⇒ Determinar os limites de transferência de potência entre áreas do sistema e
riscos associados, bem como a influência nestes limites de eventuais atrasos em
cronograma de obras de grande porte;
⇒ Verificar a influência de atrasos em obras sobre o desempenho operativo do
sistema, bem como sobre a estimativa de despacho de geração térmica;
⇒ Oferecer
diretrizes
que
possibilitem
a
determinação
da
influência
da
manutenção de unidades geradoras e equipamentos do sistema interligado
sobre o desempenho elétrico do mesmo;
⇒ Avaliar restrições operativas quanto ao atendimento às carga interruptíveis, e
⇒ Elaborar casos base de fluxo de potência para utilização das empresas.
O planejamento da operação a curto prazo também é responsável pelo
programa diário de operação (PDO). Este programa é composto do programa diário de
produção, do programa diário de transmissão e do programa diário do controle
automático de geração (CAG) para o dia seguinte.
O PDO é o instrumento
fundamental para a supervisão e coordenação em tempo real dos sistemas interligados
brasileiros, sendo encaminhado às Empresas do Setor. O seu conteúdo consiste em
programação de geração e carga a cada 30 minutos, previsão de intercâmbio entre
áreas de controle, previsão de suprimento de Itaipu ao Sistema Interligado S/SE/CO,
folgas de potência por Usina/Empresa, identificação de carregamentos elevados em
equipamentos importantes do sistema, recomendações energéticas e elétricas, relação
de manutenções de unidades geradoras e de desligamentos da malha principal e da
modalidade de controle de carga e geração de cada área de controle. Esse produto tem
como finalidade o atendimento à carga através da melhor utilização dos recursos
energéticos disponíveis e com a garantia de segurança deste atendimento.
É fundamental enfatizar que todos os estudos de curto prazo são
tradicionalmente efetuados sob o ponto de vista estritamente determinístico.
19
II.3.1.2. Estudos Anuais
Basicamente, a diferença entre os estudos anuais e os estudos a curto
prazo é que no primeiro se avalia a operação do sistema e se evidenciam eventuais
dificuldades operativas, podendo até ter um papel planejador, isto é, criar adaptações
às necessidades operativas que advirão; enquanto que no segundo, se determina e
otimiza sua operação para a condição que se encontra tendo como referência os
estudos anuais.
Os estudos anuais consistem na análise da operação do sistema para o
ano seguinte àquele da realização dos estudos, visando atingir os seguintes objetivos
[2-22]:
⇒ Estimar os limites de transmissão e, com base nestes, o despacho de geração
térmica, mês a mês, tendo em vista a previsão de consumo de combustível para
o ano seguinte;
⇒ Evidenciar eventuais dificuldades operativas para atendimento adequado às
cargas quanto ao controle de tensão e carregamento nas condições de carga
pesada, média, leve e mínima do sistema, em regime normal e em condições de
emergência;
⇒ Avaliar a necessidade de geração térmica para manter os padrões adequados de
qualidade de atendimento aos consumidores, tendo em conta eventuais atrasos
no cronograma de obras, bem como o efeito de manutenção em equipamentos
do sistema;
⇒ Determinar os limites de transferência de potência entre áreas do sistema, bem
como a influência nestes limites de eventuais atrasos em cronogramas de obras
de grande porte;
⇒ Avaliar a capacidade de suporte de potência reativa das diversas empresas,
evitando que os sistemas vizinhos sejam prejudicados;
⇒ Destacar, entre as instalações previstas, as mais importantes no sentido de
garantir ao sistema um desempenho operativo confiável, indicando as medidas
operativas capazes de suplantar as dificuldades decorrentes de eventuais
atrasos na implantação destas instalações;
⇒ Estabelecer os níveis máximos de geração nas usinas em que o sistema de
transmissão associado está limitado a uma potência inferior à capacidade
geradora destas usinas;
⇒ Avaliar os esquemas de alívio de carga, corte de geração existentes e demais
esquemas especiais, verificando a necessidade de alterá-los em função de novas
20
configurações, bem como a
necessidade de estabelecimento de outros
esquemas;
⇒ Analisar o programa de manutenção de unidades geradoras definidas pelas
empresas com relação ao sistema interligado, recomendando as alterações que
se fizerem necessárias, visando melhores resultados sob o ponto de vista
elétrico;
⇒ Avaliar restrições
operativas quanto à energização de novos elementos,
considerando alterações na configuração do sistema;
⇒ Avaliar restrições operativas quanto ao atendimento à cargas interruptíveis, e
⇒ Elaborar casos base de fluxo de potência para utilização das empresas.
Novamente, aqui, é fundamental observar que todos os estudos são
realizados tradicionalmente sob o ponto de vista determinístico.
II.3.1.3. Estudos Plurianuais
Os estudos plurianuais devem consistir na análise do desempenho
operativo do sistema com base no sistema planejado à luz de previsões mais realistas
e a partir de critérios de operação.
Estes estudos, que são realizados para um período de até 3 anos a frente
ao ano da realização dos mesmos e que compõem o plano decenal, visam atingir os
seguintes objetivos
[2-22]:
⇒ Ajustar o plano de obras às previsões de carga, dotando o sistema de reforços
mínimos necessários para atender os requisitos de operação dentro de seus
padrões de desempenho;
⇒ Definir as prioridades para instalações previstas, sob o enfoque operativo, que
visam principalmente evitar cortes de carga em regime normal e de emergência,
minimizar a geração térmica, mantendo os níveis de tensão pré-estabelecidos;
⇒ Fornecer aos setores do planejamento o programa de obras ajustado para o
próximo triênio, sob
o enfoque operativo, apresentando em escala de
prioridades os reforços mínimos necessários para que possam ser avaliados os
aspectos financeiros e de construção;
⇒ Verificar os limites máximos de transferência de potência entre as diversas
áreas do sistema interligado, bem como a influência nestes limites, de eventuais
atrasos em cronogramas de obras de grande porte;
⇒ Avaliar a necessidade de geração térmica para manter os padrões adequados de
qualidade de atendimento aos consumidores, tendo em conta eventuais atrasos
no cronograma de obras;
21
⇒ Verificar a conveniência de estabelecimento de esquemas especiais tais como
conservação de carga, corte de geração e outros;
⇒ Avaliar a capacidade de suporte de potência reativa das diversas empresas,
evitando que sistemas vizinhos sejam prejudicados, e
⇒ Elaborar casos básicos de fluxo de potência para serem utilizados pelas
empresas.
Mais uma vez, é fundamental observar que todos os estudos são
realizados tradicionalmente sob o ponto de vista determinístico.
Considerando que o objetivo deste trabalho visa unicamente o referencial
de tempo de curto-prazo, os estudos anuais e plurianuais não serão doravante mais
considerados.
II.3.2. Critérios Gerais
Nos estudos realizados, procura-se obter maior uniformidade nas
análises tanto em regime normal de operação como em emergência (indisponibildade
de equipamento).
Nos critérios utilizados no planejamento da operação, busca-se, sempre
que possível, uma compatibilização com os critérios utilizados no planejamento da
expansão
[2-22].
Com a utilização desses critérios, procura-se estabelecer condições
limites de desempenho para a operação do sistema quanto ao controle de tensão e de
carregamento e também a utilização coordenada dos recursos existentes e previstos
com o menor custo possível, dentro dos limites existentes
[2-22].
Os estudos de planejamento da operação deverão apontar alternativas de
operação do sistema em função dos diferentes níveis de desempenho, devendo ser
indicadas as medidas operativas para que sejam atendidos os critérios estabelecidos
(níveis de tensão, níveis de carregamento, etc.).
No caso de não atendimento aos
critérios, recomendações especiais deverão ser indicadas, podendo consistir, para
casos de emergências, na instalação de esquemas especiais de proteção
[2-22].
Para se realizar os estudos de curto prazo, é necessário, em primeiro
lugar, a confecção dos casos-base onde efetivamente serão feitos os estudos. Esses
casos-base contemplam os dados de topologia do sistema (conjunto de geradores,
circuitos,
transformadores,
compensadores
síncronos
e
estáticos,
reatores,
capacitores, capacitores série e série controlável, que fazem parte da configuração de
cada empresa de energia elétrica); do tipo de carga (pesada, média ou leve) a ser
considerado; dados de despachos de geração e tensão de cada usina.
22
Para tanto, existem algumas condições (critérios) para a formação dos
casos-base para os estudos. Estas levam em conta a configuração do sistema; a carga
própria; geração e reserva de potência.
Com relação à configuração do sistema, cada empresa é responsável por
fornecer a configuração de seu sistema, respeitando o seu cronograma de obras. Uma
vez de posse das configurações, analisam-se alternativas que levam em consideração
as indisponibilidades de elementos de transmissão e/ou geração, bem como eventual
atraso no cronograma de obras
[2-22].
Quando da entrega dos dados referentes à topologia, as empresas
também fornecem os dados de carga própria, onde são incluídos os serviços auxiliares
de usina e as cargas interruptíveis
[2-22].
Ao longo do dia, a carga varia consideravelmente (vide Figura V-1), não
sendo possível, portanto, admitir somente um patamar de carga. Por isso, sem muita
margem de erro, pode-se dividir o dia em 3 (três) períodos de carga, a saber: pesada,
média e leve .
O horário de carga pesada começa às 17 horas indo até 22 horas
(20,83%). O horário de carga média vai das 7 horas até às 17 horas (50%) e das 22
horas às 24 horas (29,17%). E o horário de carga leve , inicia-se às 0 horas indo até 7
horas
[2-25].
No caso da carga pesada, as pontas previstas das empresas (em MWh/h)
ocorrem simultaneamente no horário de ponta do Sistema Interligado.
O caso de
carga média é formado, levando em conta a carga com o pior fator de potência de cada
empresa (em MWh/h) dentro deste período.
E finalmente, o caso de carga leve é
confeccionado, considerando o menor valor de carga (em MWh/h) de cada empresa
para este período, de terça a sexta-feira. Cabe salientar que a carga leve de segundafeira é similar à carga de Domingo às 15 horas
[2-24].
Nos estudos em regime permanente, as cargas são representadas como
potência constante tanto a parte ativa como a reativa. Porém, poderá haver situações
em que haja necessidade da representar a carga de uma determinada empresa,
considerando sua diversidade (residencial, comercial ou industrial), a fim de facilitar a
convergência
[2-22].
Cabe ressaltar que, atualmente, já está sendo adotada uma
representação de carga mais detalhada em várias empresas devido a condição de
esgotamento de recursos da malha principal do sistema elétrico brasileiro.
Como foi afirmado anteriormente,
os
casos-base contemplam os
despachos das usinas. Como o parque gerador do sistema brasileiro é hidrotérmico,
deve-se considerar a operação conjunta das usinas (hidrelétricas e térmicas) de forma
a se ter o menor custo possível
[2-22].
23
Assim, os despachos das usinas hidrelétricas fornecidos pelas empresas
consideram as disponibilidade mais prováveis para o período em estudo, as limitações
devido aos reservatórios, as limitações operativas das máquinas e a indisponibilidade
de geração de acordo com os cronogramas de manutenções das empresas
[2-22].
Por outro lado, as usinas térmicas deverão ter despachos o menor
possível em função do nível de desempenho a ser adotado
[2-22].
Os estudos devem indicar o menor despacho de geração térmica para as
empresas atenderem seus compromissos e a geração térmica necessária para atender
aos requisitos mínimos por questões de transmissão, associadas a diferentes níveis de
desempenho.
A diferença entre estes dois valores determina a necessidade de
substituição de geração térmica de cada empresa.
Tal substituição é feita pelas
sobras de geração hidráulica em outras empresas, conforme prioridade definidas nos
estudos anuais e com base no desempenho elétrico do sistema
[2-22].
É importante evidenciar que os despachos de geração das usinas, de
uma forma geral, não devem esgotar as suas capacidades de geração, levando em
consideração o número de unidades geradoras em operação.
Esta folga total de
geração pode ser chamada de reserva de potência operativa.
Os casos-base para
estudos devem dispor de uma reserva de potência, visando, por exemplo, a regulação
carga-freqüência, saídas não programadas de unidades geradoras, etc.
No sistema elétrico brasileiro, a reserva de potência operativa é fornecida
somente por usinas hidrelétricas selecionadas no controle automático de geração
(CAG) e é calculada de forma distinta para os sistemas interligados S/SE/CO e N/NE.
Em outras palavras, o sistema S/SE/CO usa um método híbrido englobando
métodologias determinística e probabilística, enquanto o sistema N/NE usa uma
metodologia puramente determinística. Abaixo, serão mostrados de forma superficial
as parcelas utilizadas para o cálculo da reserva de potência operativa dos dois
sistemas.
Sistema S/SE/CO
[2-30]:
Reserva Primária (R1)
destina-se à regulação da freqüência do
sistema - regulação primária;
Reserva Secundária (R2)
Destina-se
a
atender
as
variações
momentâneas ou de curta duração da carga
dentro da demanda horária – regulação
secundária;
Reserva Terciária (R3)
Definida
24
como
a
maior
"máquina
probabilística" ,
onde
esta
parcela
é
a
diferença entre um valor total de reserva de
potência operativa do sistema calculado
probabilisticamente e as parcelas de reserva
primária
(R1)
e
secundária
(R2)
das
empresas.
Sistema N/NE
[2-29]:
Reserva Primária (R1)
destina-se à regulação da freqüência do
sistema - regulação primária;
Reserva Secundária (R2)
destinar-se
a
atender
a
saída
não
programada de unidades geradoras.
Esta
parcela é quantificada deterministicamente,
de
tal
forma
que
o
seu
valor
seja
equivalente à capacidade efetiva da maior
unidade geradora do Sistema, ou seja, a
maior máquina do sistema;
Reserva Terciária (R3)
Destina-se a atender a diferença entre as
reais necessidades de demanda do sistema
e a demanda prevista, ou seja, erro de
previsão de carga.
II.3.2.1. Operação do Elo em Corrente Contínua
Como mencionado anteriormente, o sistema elétrico brasileiro possui
dois elos de corrente contínua. Um situa-se na subestação de Uruguaiana. É um
back-to-back da antiga ELETROSUL, que faz interligação com a Argentina, em 50 Hz.
O outro elo de corrente contínua se localiza entre as subestações de Foz de Iguaçu 500
kV (50 Hz) e Ibiuna 345 kV (60 Hz) que pertence a FURNAS. Este último, é de extrema
importância para o sistema elétrico brasileiro, pois, é por ele que se transmite um
bloco muito grande de potência para o sistema nacional, além do suporte de potência
reativa na região de Ibiuna 345 kV. Será dado, aqui, uma breve descrição desse elo de
corrente contínua e alguns tópicos de sua operação no sistema elétrico. Este link liga
dois sistemas de corrente alternada de freqüências fundamentais diferentes, 50 Hz do
lado do retificador (Foz do Iguaçu 500 kV) e 60 Hz do lado do inversor (Ibiuna 345 kV).
O elo é constituído por dois bipolos (duas pontes de 12 pulsos por polo) e duas linhas
25
de transmissão em corrente contínua. A operação normal do elo é na forma bipolar,
porém, em caso de emergência, ele pode operar também na forma monopolar. Sua
capacidade nominal de transmissão de potência é de 3.150 MW por bipolo, perfazendo
uma total de 6.300 MW. A tensão CC nominal por bipolo é de ± 600 kV. As linhas de
transmissão de CC têm, em média, 800 km de extensão e distanciadas entre si de 10
km
[2-26].
A Figura II-4 ilustra bem a configuração utilizada no link (vide Apêndice J).
Polo 1
Polo 2
Polo 3
Polo 4
Figura II-4 – Diagrama unifilar do sistema de corrente contínua de Itaipu
No que diz respeito ao controle de tensão do sistemas CC, para tensões
CA menores ou iguais a 500 kV mais 5% no retificador (até 105%) e a 345 kV mais 5%
no inversor (até 105%), o sistema poderá operar continuamente a um nível de tensão
CC não inferior a 75% do valor nominal e toda faixa de corrente CC (tensão reduzida),
isto é, mesmo que se esteja operando com 75% de tensão, a corrente poderá ter
qualquer valor dentro da sua faixa.
Para tensão máxima do retificador de 500 kV
mais 10% (110%), o valor mínimo de tensão CC foi estabelecido em 80% do valor
nominal
[2-23].
26
No que diz respeito ao balanço de potência reativa, a capacidade nominal
à freqüência fundamental dos equipamentos de compensação reativa deve ser tal, que
atenda aos seguintes critérios
−
[2-23]:
Transmitir capacidade nominal de 700 MW/gerador a ser entregue na barra
retificadora 500 kV, 50 Hz com um máximo de até 9 geradores em operação,
estando conectado qualquer elemento chaveável (filtro, banco de capacitor) ou
mesmo tendo uma linha de 500 kV fora de serviço;
−
Transmitir a capacidade máxima de 727 MW/gerador a ser entregue na barra
500 kV, 50 Hz com um máximo de até 8 geradores em operação, conectados
com todos os elementos em serviço;
−
Esses requisitos devem ser satisfeitos para uma faixa de tensão de 0,95 a 1,05
pu na barra retificadora de 500 kV.
O número máximo de bancos de filtros à freqüência fundamental deve
ser tal que a conexão repentina não ocasione auto-excitação para qualquer condição
prévia de carga
[2-22].
Ou seja, a disponibilidade de filtros nas subestações
extremidades para a operação do elo de corrente contínua deve ser tal, que o montante
de filtros em Ibiuna dependerá (i) do número de conversores em operação; (ii) da
potência transmitida no elo; (iii) do balanço de potência reativa na estação de Ibiúna
345 kV, compreendendo a faixa de operação dos síncronos e o intercâmbio de reativo
com o sistema AC; sendo que a filtragem mínima será determinada pela injeção de
harmônicos no sistema e a máxima será definida de forma a evitar auto-excitação das
máquinas de Itaipu. E em Foz do Iguaçu, dependerá (i) do número de conversores em
operação; (ii) da potência ajustada no elo, (iii) do número de máquinas de Itaipu em
operação, sendo que a filtragem mínima será determinada pela injeção de harmônicos
no sistema, enquanto que a filtragem máxima será em função do balanço do reativo
na estação de Ibiúna
[2-24].
II.3.3. Critérios Determinísticos para Avaliação do Comportamento do Sistema
Interligado
No planejamento a
curto prazo efetuam-se estudos
em
regime
permanente, de curto-circuito, estabilidade estática e de estabilidade eletromecânica.
Para cada tipo de estudo tomam-se alguns critérios em relação à topologia, aos níveis
de tensão, a compensação de potência reativa, aos carregamentos em linhas de
transmissão e transformadores como referência.
Com o objetivo de permitir que o ONS cumpra suas atribuições
mencionado no item II.1, foram conceituadas as seguintes redes: Básica, de Operação ,
27
de Supervisão e de Simulação . Essas topologias servem para orientar várias atividades
que são exercidas pelo o ONS. Para os casos de estudos elétricos, considera-se a Rede
de Simulação.
A Rede Básica é a rede oficialmente definida e regulamentada pela
ANEEL.
Ela é constituída somente por agentes de transmissão
Atualmente, sua
especificação é dada pela Resolução ANEEL nº 433, de 13 de novembro de 2000. No
seu artigo 3º, a Resolução, descreve que integram a Rede Básica as linhas de
transmissão, os barramentos, os transformadores de potência e os equipamentos com
tensão igual ou superior a 230 kV, com exceção das seguintes instalações e
equipamentos: [2-32]
(i)
instalações
de
transmissão,
incluindo
as
linhas
de
transmissão,
transformadores de potência e suas conexões, quando destinadas ao uso
exclusivo de centrais geradoras ou de consumidores, em caráter individual ou
compartilhado;
(ii)
instalações de transmissão de interligações internacionais e suas conexões,
autorizadas para fins de importação ou exportação de energia elétrica; e
(iii)
transformadores de potência com tensão secundária inferior a 230 kV, inclusive
a conexão.
A Rede Complementar é a rede que estende além dos limites da Rede
Básica, cujos fenômenos têm influência significativa na Rede Básica.
A Rede
Complementar é definida através de estudos elétricos realizados pelo ONS, que
avaliam a influência de estações e linhas de transmissão da Rede Básica, tendo,
portanto, caráter dinâmico em função da evolução do sistema elétrico. [2-32]
A Rede de Operação é a união da Rede Básica, da Rede Complementar e
das Usinas Integradas. Por Usinas Integradas, entende-se que sejam aquelas com
capacidade instaladas igual ou superior a 50 MW ou usinas que apesar de não
atenderem esta potência, são imprescindíveis para o controle de tensão ou estão
hidraulicamente acopladas a usinas com capacidade superior a 50 MW. Também
fazem parte dessa rede as Subestações com nível de tensão igual ou superior a
230kV; ou seja, as Transformações com tensão primária maior ou igual a 138kV e que
conectam equipamentos fundamentais para o funcionamento da Rede de Operação e
os Barramentos de tensão maior ou igual a 69kV de interligação entre a transmissão e
a distribuição, além daqueles, em qualquer nível de tensão, que conectam
equipamentos fundamentais para o funcionamento da Rede de Operação. Além disso,
fazem parte dessa rede as Linhas de Transmissão de tensão maior ou igual a 230kV,
28
excluídas as de conexão de consumidores ligados diretamente à rede de operação e as
de tensão inferiores a 230kV, que têm impactos sobre a Rede Básica, de acordo com
indicação do ONS para composição da Rede Complementar.
Dentro dessa rede
existem ainda algumas situações especiais que são: [2-32]
(i)
sistema de transmissão associado à usina de Itaipu, incluindo o elo de corrente
contínua e o sistema tronco de 750kV, que é considerado na Rede de
Operação, face a sua relevância para a operação da Rede de Operação,
(ii)
sistema tronco de transmissão de suprimento a Campo Grande, incluído na
Rede de Operação, tendo em vista sua influência no intercâmbio entre as
regiões Sul e Sudeste e
(iii)
sistema tronco de transmissão de suprimento a Florianópolis, incluído na Rede
de Operação, devido sua influência no despacho do complexo termelétrico de
Jorge Lacerda.
A Rede de Supervisão é a Rede de Operação e outras instalações, cuja
monitoração via sistema de supervisão, é necessária para a tomada de decisões em
tempo real, pelo ONS, relativas à Rede de Operação.
[2-32]
A Rede de Simulação é a rede necessária de ser representada, para que
os estudos e análises de fenômenos na Rede de Operação apresentem resultados com
o grau de precisão requerido para definição de diretrizes e procedimentos para
operação desta rede. [2-32]
Os conceitos de rede, anteriormente descritos, podem ser visualizados na Figura II-5
[2-32].
Figura II-5 - Redes
29
II.3.3.1. Avaliação do Comportamento em Regime Permanente
Quanto à tensão em regime permanente, como já mencionado, o Sistema
Brasileiro é composto por vários sub-sistemas de níveis de tensão diferentes acoplados
que vão do 69 ao 765 kV, trazendo alguns inconvenientes para o próprio sistema.
Porém, independente do nível em que se esteja, a faixa de tensão deverá ficar entre
95% (tensão mínima) e 105% (tensão máxima) da tensão nominal do barramento. Por
exemplo, um barramento em 500 kV tem sua faixa de tensão entre 475 kV (95%) e
550 kV (105%).
Contudo, existem barramentos cujas tensões podem afetar
sobremodo o desempenho do sistema e para estas barras deverão ser definidos, pelas
empresas, os valores mínimo e máximo de tensão respeitando os equipamentos
existentes e a faixa de tensão supra citada. No caso de se querer valores de tensão
fora da faixa de referência, a empresa deverá providenciar uma justificativa para tal
fato
[2-22].
Para se fazer o controle de tensão no sistema, são permitidas as
seguintes ações
(i)
[2-22]:
abertura de linha de transmissão, desde que o sistema continue a operar no
mesmo nível de risco;
(ii) subexcitar os geradores e compensadores síncronos, desde que o limite de
estabilidade do próprio sistema não seja comprometido;
(iii) manobrar banco de capacitores ou de reatores de barra, desde que isso não
provoque variações de tensão superiores a 5% da pré-existente após atuação
da reguladores de tensão das máquinas e compensadores estáticos.
Para
qualquer medida de controle de tensão, a tensão final tem que se manter
dentro da faixa de tensão esperada.
Quanto ao carregamento da
linha
de transmissão, o limite de
carregamento será o mais crítico dentre os seguintes: limite térmico, flecha máxima
(devido a áreas de moradia, rodovias, etc.), limite dos equipamentos terminais, limite
de estabilidade e limite de tensão
[2-22].
Quanto ao carregamento em transformadores, o limite será a sua
capacidade máxima nominal [2-31].
Quanto à compensação de potência reativa, o sistema deve ter
compensação suficiente de maneira a não haver prejuízos operativos quer com relação
aos níveis de tensão quer com relação à capacidade de transmissão em qualquer
período de carga e em qualquer condição de operação (normal ou emergência)
30
[2-22].
II.3.3.2. Avaliação do Comportamento em Regime de Emergência
Quanto à tensão em condição de emergência, isto é, no caso de acontecer
uma contingência simples (perda uma linha de transmissão ou de um transformador
ou saída de
uma unidade geradora), a faixa de tensão pós-defeito5 é ampliada
temporariamente, até que sejam tomadas medidas operacionais (modificação na
tensão de excitação de unidades geradoras ou síncronos; alteração dos tapes dos
transformadores do sistema; manobra em equipamentos de compensação reativa;
relocação de geração) de forma a trazer a tensão de volta à sua faixa original. Essa
nova faixa de tensão tem seu valor mínimo em 90% e o máximo em 110%. Para as
barras de carga, a variação de tensão será limitada em até 10% da tensão préexistente, respeitando a faixa de tensão de 90 a 110% da tensão
[2-22].
Quanto ao carregamento da linha de transmissão em condição de
emergência, o limite de carregamento nas linhas que ficaram em operação, não deverá
ser superior ao seu limite de transmissão, já anteriormente mencionado
Quanto
emergência,
ao
dependerá
carregamento
de
sua
em
potência
transformadores,
trifásica
nominal
[2-22].
em
condição
de
(em
MVA).
Os
transformadores em relação à sua potência podem ser dividido em duas categorias: os
de potência trifásica menor ou igual a 100 MVA e os de potência trifásica maior que
100 MVA. Para os transformadores de até 100 MVA poderão ser aceitos sobrecargas
superiores a 50%, conforme norma (NBR 5416/1981).
Para os transformadores
superiores a 100 MVA, o máximo carregamento deverá ser fornecido pelo fabricante.
Caso não se tenha esses dados, a sobrecarga não deverá ser superior a 50% do valor
nominal de placa por mais de 20 segundos, devendo ser reduzido a valores em torno
do nominal por esquemas de proteção do equipamento.
Contudo, no caso de uma
sobrecarga admissível, todos os recursos disponíveis como, por exemplo, abertura de
linha e redespacho de geração devem ser usados para a eliminação da mesma. No
caso de uma sobrecarga imposta, deve-se considerar o limite de carregamento que não
acarrete perda de vida útil do equipamento
[2-31].
II.3.3.3. Estudos de Curto-Circuito
Os
estudos
de
curto-circuito
visam,
basicamente,
verificar
a
adequacidade elétrica de disjuntores, chaves seccionadoras, transformadores de
corrente e aterramento das instalações.
5
Visam também a escolha e ajuste da
Tensão pós-defeito é aquela onde o sistema reestabeleceu o regime permanente após a atuação dos reguladores de
tensão dos geradores e compensadores síncronos e a atuação dos LTC (load tap changers) automáticos
31
proteção.
O cálculo tradicional do nível de curto-circuito emprega técnicas
determinísticas e é feito considerando o sistema em regime subtransitório com todas
as máquinas e linhas de transmissão em operação
[2-22].
II.3.3.4. Avaliação do Comportamento em Regime Dinâmico
A estabilidade a pequenos sinais está relacionada com a capacidade do
sistema de potência manter o sincronismo sob pequenos distúrbios.
Estes são
considerados suficientemente reduzidos, de forma a permitir a linearização das
equações do sistema para a análise. Esta análise dá informações importantes sobre
as características dinâmicas do sistema de potência
[2-28].
Usando técnicas lineares, o
sistema será considerado estaticamente estável quando todos os autovalores
complexos conjugados tiverem suas partes reais negativas
[2-22].
Sua instabilidade
pode ser resultado de [2-28]:
(a) aumento angular do rotor através de um modo não oscilatório ou aperiódico
devido a falta de torque sincronizante ou
(b) amplitude crescente da oscilação do rotor devido a torque amortecedor
insuficiente.
No que concerne ao uso de técnicas probabilísticas, essa área ainda é um
campo quase inexplorado, podendo ser fértil em estudos pioneiros.
A estabilidade transitória está relacionad a com a capacidade do sistema
de potência manter o sincronismo quando da ocorrência de um severo distúrbio
transitório ou grandes perturbações.
Conseqüentemente, a resposta do sistema
apresenta grandes excursões do ângulo do rotor dos geradores e é influenciada pela
relação não-linear potência/ângulo
[2-28].
Nas simulações de estudo transitório ou dinâmico do planejamento a
curto prazo, as condições iniciais de configuração, geração e carga são aquelas
presentes nos casos de regime permanente (casos-base) para as cargas pesada, média
e leve. A representação das cargas, na medida do possível, refletirá a característica de
cada área em função da tensão e da freqüência. Os geradores serão representados
pelo seu modelo de máquina mais completo, os reguladores de tensão, sinais
adicionais, limitadores de sub e sobreexcitação, limitador V/Hz, se existirem, sendo
que nas simulações dinâmicas sempre que necessário, deverão ser representados os
reguladores de velocidade. Contudo, algumas usinas poderão ser representadas como
cargas negativas ou pelo modelo clássico. Para qualquer condição de carga, o sistema
deverá ser estável para curtos-circuitos monofásicos, sem religamento, considerada a
perda de um de seus elementos (carga, gerador, linhas de transmissão ou
32
transformador). O tempo de eliminação do defeito é soma do tempo de atuação da
proteção primária (relés) com o tempo de abertura dos disjuntores, sem considerar
falha do disjuntor. A tabela II-1 mostra os valores indicativos de tempo de atuação da
proteção primária mais o tempo de abertura dos disjuntores para diferentes níveis de
tensão, quando da ocorrência de um defeito (ressalta-se que valores abaixo são
indicativos, devendo ser utilizados somente quando da falta de informações mais
precisas)
[2-22].
Tabela II-1 – Tempo de eliminação do defeito para diferentes níveis de tensão
(kV)
Tempo de operação dos relés + Tempo de abertura
do disjuntor*
(em ciclos)
750
4,0
500
4,0
525
4,0
440
5,0
345
5,0
230
6,0
138
9,0
138**
30,0
Tensão
(*)Sem falha no disjuntor
(**)Sem teleproteção
Como resultado final da simulação, considera-se como comportamento
estável do sistema (uma nova condição operativa após uma perturbação) quando,
durante a simulação, as oscilações angulares entre grupos de geradores apresentarem
uma tendência de amortecimento. Deve-se ressaltar que muito embora na análise do
comportamento dinâmico após
uma
perturbação seja
verificada
a
perda
de
sincronismo de um conjunto de unidades geradoras, o que conceitualmente significa
uma condição de instabilidade, o sistema pode operar satisfatoriamente sem este
conjunto e, portanto, apresentar um desempenho satisfatório para a emergência em
estudo
[2-22].
Novamente, os cálculos dos limites aqui envolvidos são calculados por
programas que utilizam técnicas determinísticas. O uso de técnicas probabilísticas
em programas para estudos dinâmicos ainda encontra-se em fase de investigação
experimental.
33
II.3.4. Estudos Tradicionais de Alívio de Carga por Subfreqüência
Esses estudos visam determinar o restabelecimento do
equilíbrio
geração × carga desfeito por contingências, através do alívio automático de carga.
Os principais critérios adotados nesse tipo de estudos pretendem definir
[2-27]:
–
os níveis de sobrecarga ( déficit de geração);
–
as emergências onde existe recuperação da freqüência;
–
montante de carga a ser cortado;
–
nível inicial do corte (freqüência de corte);
–
a freqüência mínima do sistema (limitada por equipamentos);
–
número de estágios e o montante de carga cortado por estágio;
–
ações de proteção para controlar as sobretensões.
Todos esses estudos são tradicionalmente efetuados sob o ponto de vista
determinístico.
II.3.5. Nível de Desempenho ou Risco – Perspectiva Determinística
O Sistema Elétrico Brasileiro está dividido em várias áreas elétricas
como, por exemplo, área São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo,
Norte, Nordeste, etc. Cada uma delas tem sua própria característica de operação e,
desta forma, eventuais emergências na(s) interligação(ões) de suprimento acarretam
alguma severidade à respectiva área. Esse grau de severidade da contingência está
relacionado com a conseqüente variação de tensão, de freqüência e/ou sobrecarga
verificada sobre os elementos de transmissão ou mesmo uma perda de sincronismo
após a ocorrência do evento, resultando ou não em perda de carga. Esta severidade
fornece o nível de desempenho do sistema/área, isto é, o risco de perda de carga ao
qual
está
submetido
o
sistema/área,
levando
em
consideração
diferentes
carregamentos do sistema de transmissão em função da variação da carga ou geração
no sistema/área em estudo (grau de utilização), associados às contingências não
suportadas em cada nível
[2-22].
Os níveis de risco, sob o ponto de vista determinístico, praticados
atualmente no Sistema Brasileiro são descritos abaixo
–
[2-22]:
Nível 1 : O sistema suporta, sem perda de carga, todas as contingências simples,
referentes a elementos de transmissão (linhas, transformadores, etc), ou
unidades geradoras; 6
6
Neste nível de risco, o sistema atenderia ao critério clássico de planejamento (N-1).
34
–
Nível 2 : O sistema, para o grau de utilização imediatamente superior ao do nível
1 de desempenho, não suporta uma ou mais contingências simples
referentes
à
perda
de
elementos
de
transmissão
(linhas,
transformadores etc), ou unidades geradoras, resultando em violação
dos critérios operativos aqui estabelecidos; 7
–
Ní vel 3: O sistema, para um grau de utilização imediatamente superior ao do
nível 2 de desempenho, não suporta contingências simples adicionais às
do nível anterior8.
Os níveis de desempenho são definidos nos estudos de curto prazo,
sendo interessante compará-los com os conceitos de "estado saudável", estado
marginal" e "estado em risco", discutidos na seção III.7.
De uma forma geral, a avaliação do sistema é feita através de análises de
contingências. Nestas análises, verificar-se-á
–
[2-22]:
aspectos de estabilidade – aplica-se um curto-circuito monofásico em um
elemento com posterior eliminação do defeito através da abertura deste
elemento. O sistema deve evoluir readquirindo uma condição operativa estável;
–
após o restabelecimento do regime permanente, as tensões, a freqüência e os
carregamentos devem ser admissíveis, ao menos temporariamente;
–
com o elemento defeituoso fora de serviço e a aplicação das medidas corretivas
(chaveamento de bancos de capacitores/reatores, ajustes de tensão, geração,
etc.), o sistema deve recuperar as faixas operativas aceitáveis.
II.4. Sumário
Foram vistos nesse capítulo os critérios tradicionais utilizados no
planejamento da operação a curto prazo tanto energética como eletricamente.
Foi
comentado que os estudos energéticos a curto prazo já utilizam técnicas probabilísticas
além das determinísticas e que os estudos elétricos a curto prazo ainda usam,
predominantemente, técnicas determinísticas .
Direcionando a atenção para os estudos elétricos, no que tange aos níveis
de desempenho do sistema no planejamento da operação a curto prazo, a aplicação da
metodologia determinística (“N-1”) torna-se inflexível, sendo muito restritivos os limites
calculados para cada nível de risco. Isto quer dizer que seriam calculados limites que
não necessariamente estariam naquele patamar de risco, mas, sim, em um patamar
7
Neste nível de risco, o critério (N-1) é violado no que concerne apenas linhas de transmissão, transformadores e
geradores.
8
Neste nível de risco, o critério (N-1) já é violado pela simples perda de capacitores, e reatores.
35
de risco menor, podendo-se transmitir mais.
Por outro lado, o uso de técnicas
probabilísticas poderia ajudar nesse caso, uma vez que elas levam em consideração,
não as coincidências de ponta (carga pesada), mas a probabilidade de acontecer essa
situação, podendo identificar níveis de risco mais realísticos levando também em
conta o grau de utilização do sistema/área.
O
panorama
traçado
neste
capítulo
reforça
a
necessidade
de
desenvolvimento de critérios e procedimentos probabilísticos para aplicações no
planejamento elétrico de curto prazo, dado que a grande maioria dos estudos é ainda
realizada em bases essencialmente determinísticas.
36
Capítulo III
“Probability is the very guide to life.”
Thomas Hobbes, 1588-1679
III. TRATAMENTO PROBABILÍSTICO DO RISCO
III.1. Introdução
A análise de confiabilidade é usualmente relacionada ao planejamento da
expansão dos sistemas, sendo reconhecida a maturidade dos modelos utilizados tanto
para o nível hierárquico um (sistemas de geração) como para o nível hierárquico dois
(confiabilidade composta ou global). O capítulo precedente indicou que no âmbito da
análise da operação elétrica de curto prazo, praticamente, não tem sido considerado o
tratamento probabilístico das incertezas, evidenciando-se, então, uma área carente de
desenvolvimento.
Com base nessa constatação, este capítulo introduz alguns conceitos e
enfoques basilares para o tratamento probabilístico de risco de sistemas elétricos.
III.2. A Diversidade dos Estudos de Confiabilidade em Sistemas de Potência
Segundo Endrényi (1978), confiabilidade, à luz da engenharia, é a
probabilidade de um equipamento ou sistema funcionar adequadamente, por um
período de tempo determinado, sob condições operativas definidas. Dessa forma, o
conceito matemático de probabilidade passa a ser a medida da confiabilidade, uma vez
que esta se torna o parâmetro de julgamento da performance de um equipamento ou
sistema.
A confiabilidade pode ser vista sob dois enfoques distintos: a de sistemas
e a de equipamentos.
Entretanto, independente das áreas em que se esteja
trabalhando, a confiabilidade pode ser traduzida pelos chamados índices de
confiabilidade. Assim, sucedendo um evento (falha, por exemplo, de um equipamento
por um determinado período de tempo) pode-se interpretá-lo através da probabilidade
da ocorrência (confiabilidade do equipamento), quanto tempo dura o evento (duração),
quantas vezes ocorre (freqüência) e qual a potência indisponível associada ao evento.
37
Dessa maneira, pode-se, então, identificar os índices de confiabilidade mais comuns
da seguinte forma
[3-01]:
–
probabilidade (confiabilidade, disponibilidade);
–
durações médias (para a primeira falha, tempo médio entre falhas, duração
média das falhas);
–
freqüência (número de falhas / tempo);
–
expectâncias em geral (déficit / tempo).
Nessa perspectiva, o objetivo dos estudos de confiabilidade é predizer que
níveis de risco deverão ocorrer com base nos dados de falha dos elementos e no
projeto do sistema (system design)
[3-01].
Por sua vez, esses índices de confiabilidade ou níveis de risco podem ser
classificados quanto à sua natureza temporal. Esta classificação é importante para
identificar o tipo de aplicação à qual o índice se refere: a confiabilidade histórica ou a
preditiva
[3-04].
A confiabilidade histórica (desempenho) é relativa ao comportamento
passado do sistema/componente (que de fato ocorreu) enquanto que a confiabilidade
preditiva refere-se a uma prognose do comportamento futuro.
A confiabilidade
preditiva depende da histórica, uma vez que as previsões são realizadas com base no
passado.
A confiabilidade histórica é praticada em análises pós-operativas de
equipamentos a fim de avaliar a performance do próprio equipamento, das turmas de
manutenção, dos operadores, etc. A confiabilidade preditiva é bastante desenvolvida
em
áreas
de Planejamento,
onde,
através
de estudos
procura-se prever
a
confiabilidade do sistema. Porém, na área de Operação, as concessionárias brasileiras
ainda não praticam confiabilidade preditiva nem para equipamentos nem para
sistemas
[3-02].
A análise de risco no horizonte da operação é reconhecidamente uma
tarefa bastante complexa devido aos seguintes fatores:
(i)
Grande porte do sistema ? o sistema é composto por um conjunto de
elementos
(unidades
geradoras,
compensadores
síncronos,
circuitos,
transformadores, disjuntores, reatores, capacitores, capacitores série e série
variável, etc.), interconectados de alguma maneira
[3-01];
(ii) As grandezas de interesse são processos estocásticos não estacionários ? o
comportamento do sistema varia para diferentes referências de tempo (regime
permanente ou transitório)
[3-02].
É praticamente impossível realizar a avaliação de confiabilidade para um
sistema elétrico de potência como um todo. Assim, costuma-se dividir os estudos de
38
confiabilidade por classes ou níveis hierárquicos (NH). Para estudos de confiabilidade
preditiva, para uma mesma classe, os modelos adotados podem ser diferentes, caso o
horizonte do estudo seja longo ou curto prazo
[3-02].
A Figura III-1 mostra as classes de estudos atualmente adotadas
[3-03].
Alguns autores clássicos (Billinton) advogam a análise nodal (subestações) como
pertencentes ao nível hierárquico 2.
Fontes
Primárias
Fontes
Primárias
(NH0)
Geração
Geração
+
Interligação
(NH1)
Transmisssão
Transmissão
(NH2)
Subestação
Subestações
(NH3)
Distribuição
(NH4)
Distribuição
Figura III-1 – Classes de estudos de confiabilidade
Dependendo do horizonte de tempo a que se refere o estudo de
confiabilidade, os modelos a serem adotados diferem sobremaneira, em função,
principalmente, das hipóteses de formulação.
Ao estudar-se o sistema (regime permanente) a longo prazo, pode-se
supor que a taxa de falha dos componentes seja constante, que as probabilidades de
se estar em um ou outro estado (operando ou não operando) não dependam do tempo,
etc. No curto prazo, muitas dessas hipóteses já não seriam mais válidas, ainda que o
sistema estivesse em regime (modelo não-estacionário).
Observa-se que no âmbito da análise histórica cabem dois tipos de
análise de confiabilidade.
A primeira (análise de desempenho) diz respeito ao
desempenho real verificado através do registro histórico do sistema
[3-13];
a segunda
seria a análise preditiva realizada na pós-operação . Neste caso, as informações sobre
as fontes primárias e a carga são determinísticas dado que estas representam
realizações verificadas – os níveis de risco incorridos podem ser, então, estimados
unicamente a partir das incertezas associadas à topologia.
39
A análise preditiva
realizada na pré-operação, comporta o estudo de uma sucessão de configurações
referenciais situadas no intervalo do horizonte de estudo
[3-05].
III.3. Conveniência de Mensuração do Risco
As metodologias determinísticas para a análise da operação elétrica
disponíveis atualmente procuram garantir a confiabilidade da rede elétrica, mas
carecem de potencial para avaliar corretamente os verdadeiros níveis de risco
inerentes ao sistema.
Deste fato, pode eventualmente resultar uma utilização não
otimizada de recursos causada pela implantação desnecessária de redundâncias,
sobredimensionamentos injustificados ou mesmo pelas conseqüências advindas da
implementação de esquemas operativos com alto risco de falha
[3-06].
Com a reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro, o sistema de energia
elétrica se tornará competitivo. Desta forma, haverá uma motivação muito forte para
se reavaliar o tratamento determinístico tradicional usado na confecção dos limites de
segurança da operação em tempo real e considerar em seu lugar uma técnica de
avaliação da segurança baseado no risco ("risk-based security assessment approach"),
onde risco é definido como o produto de probabilidade e de conseqüência [1-02].
A
metodologia
tradicional
determinística,
adotada
no
âmbito
do
planejamento da operação a curto prazo, impõe restrições operativas como nível de
geração, fluxo de potência ativa (MW), nível de tensão, quando a perda de um único
circuito ou unidade geradora resulta em violação da confiabilidade mínima exigida
operativamente.
Este procedimento é conhecido como critério “N-1”.
Como
mencionado no capítulo anterior, a desvantagem dessa técnica é que todos os limites
calculados são inflexíveis, isto é, não existe nenhum mecanismo para ajustar essa
inflexibilidade como uma função de probabilidade ou de conseqüência da contingência
comandando o limite. Portanto, é freqüente encontrar casos em que os sistemas de
potência são operados sob restrições impostas por eventos de pequena probabilidade
de ocorrência ou severidade de conseqüência mesmo quando a restrição impõe
oportunidade de custos muito significativos, tais como o limite de intercâmbio
econômico (contratos).
As empresas de energia elétrica de alguns países estão incorporando
técnicas probabilísticas nos seus estudos, tanto na fase de planejamento como na de
operação devido às incertezas, tais como demanda futura, preço dos combustíveis,
custos de construção, disponibilidade e custos de outras concessionárias ou
produtores independentes, e o próprio ambiente regulatório (reestruturação)
40
[3-08].
Se o risco é calculado como o produto da probabilidade de um evento
resultar na violação da segurança e da conseqüência da violação , então, pode-se dizer
que o tratamento determinístico para o cálculo da segurança ("security assessment")
resultará em restrições operativas de alto custo que não são justificadas pelo baixo nível
de risco correspondido [1-02].
Caracteriza-se, dessa forma, a urgente necessidade de se dispor de uma
complementação da análise determinística clássica, baseada em metodologias
probabilísticas de análise de confiabilidade, com medidas de desempenho do sistema.
Tais métodos permitem a avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos da rede
elétrica e, por conseguinte, o gerenciamento eficaz da continuidade, qualidade e
segurança da operação do sistema interligado nacional. Com a implantação de um
sistema tarifário adequado, a relação entre os custos de operação da rede e os
respectivos níveis de riscos do sistema (qualidade de atendimento) constituirá uma
informação imprescindível para as decisões gerenciais.
Dessa
maneira,
o
estabelecimento
de um
conjunto
de critérios
probabilísticos se tornam prementes, visando a monitoração do desempenho do
sistema, sedimentado a partir de uma análise probabilística de confiabilidade,
propiciando assim, uma base sólida para a definição de políticas gerenciais de
operação do sistema elétrico brasileiro levando em conta uma variada gama de
incertezas.
III.4. Ações Relacionadas ao Uso Eficaz dos Estudos de Confiabilidade
A manipulação de indicadores de mérito da rede elétrica compreende
ações de monitoração; diagnose e gerenciamento.
No que concerne ao monitoramento, a análise objetiva a qualificação e a
quantificação preditivas dos níveis de riscos probabilísticos incorridos pelo sistema
elétrico durante as situações operativas de interesse.
Como já foi comentado, tais
riscos advêm das incertezas probabilísticas inerentes ao próprio sistema e que são
oriundos das variações fortuitas na topologia da malha elétrica, disponibilidades do
parque
gerador,
despacho,
condições
hidrológicas,
solicitações
ambientais,
comportamento da carga, escalas de manutenção programada, solicitações de
desligamentos, margens de reserva girante, tolerâncias admissíveis para operação em
regime de emergência, margens de segurança estática e dinâmica, erros do operador,
etc.
O monitoramento de confiabilidade permitirá a efetivação da chamada
coordenação ou gerenciamento de riscos ao longo de todo o sistema, propiciando assim,
41
a uniformidade da oferta de energia elétrica com o mesmo grau de continuidade,
adequação e segurança e, por conseguinte, com tarifas proporcionais a essas
características do produto “energia elétrica”.
Cabe notar que a avaliação de riscos sob os pontos de vista de adequação
e segurança encontra-se em estágio embrionário de desenvolvimento.
A avaliação de risco, sob o ponto de vista da continuidade, é realizada
consoante diversas segmentações temporais (tempo quase-real, curtíssimo prazo – 30
minutos, curtíssimo prazo – horário) de acordo com as constantes de tempo
associadas aos diversos fenômenos dinâmicos envolvidos no cenário operativo sob
análise.
Os níveis de risco do sistema são expressos através de indicadores de
confiabilidade que refletem tipicamente grandezas com diversas agregações espaciais
(por barra, área, empresa, estado, centro de carga, país), tais como, probabilidades de
perda de cargas, freqüências e durações médias de interrupções, valores médios de
perda de suprimentos, severidade de eventos e diversos outros índices de interesse.
Esse tipo de análise de riscos tem diversas aplicações, destacando-se
entre elas a identificação de carências elétricas e energéticas e a estimação dos custos
da energia interrompida. Uma interface estratégica deste tipo de estudo concerne a
análise
comparativa
dos
horizontes
temporais
da
pós-operação
(análise
de
desempenho histórico ou pretérito) e da pré-operação (ou seja, a prognose dos riscos
do sistema).
A ação de diagnose de confiabilidade diz respeito ao cotejo dos
indicadores oriundos da monitoração com os critérios vigentes e conseqüente
enquadramento (isto é, classificação) das condições operativas do sistema. A etapa de
gerenciamento diz respeito às ações gerenciais que devem ser empreendidas visando o
balanço otimizado do binômio custos versus riscos do sistema.
Tanto a diagnose
quanto o gerenciamento só deverão ser implementados quando a etapa de monitoração
estiver consolidada.
III.5. Gerenciamento de Risco: Um Novo Desafio
O gerenciamento de riscos é uma das atividades estratégicas que
necessariamente se impõe no novo panorama institucional que vive atualmente o
sistema elétrico brasileiro (desverticalização, produção independente de energia,
compartilhamento da malha, etc.)
Billinton et al.
[1-02]
[3-13].
relataram que a falta de gerenciamento do risco pode
levar à degradação dos níveis de segurança, principalmente para a segurança
dinâmica, uma vez que as incertezas envolvidas na resposta dinâmica do sistema são
42
grandes e a conseqüência de instabilidade pode ser cara. Por essa razão, a motivação
em desenvolver uma metodologia baseado em risco para a avaliação da segurança
("risk-based approach to security assessment" ). Tal metodologia poderia oferecer
–
potencial
para
justificar
práticas
operacionais
que
pondere
[1-02]:
mais
eqüitativamente as trocas entre custo e segurança, resultando em economia
substancial a partir do uso de fontes de energia menos custosas;
–
um sistema de gerenciamento de risco para a avaliação da segurança (" security
assessment" ), que preveniria, arbitrariamente ou ao acaso, o risco não
conducente a uma boa prática operativa.
O gerenciamento de risco exige que as técnicas probabilísticas sejam
integradas ao processo de avaliação da segurança, usados normalmente nos estudos
do planejamento da expansão.
Esta não é uma área bem desenvolvida, porque,
tradicionalmente, as técnicas probabilísticas têm sido usadas mais pela equipe de
planejamento do que pela de operação, uma vez que o horizonte de decisão e,
conseqüentemente, as incertezas são muito diferentes
[1-02].
Cabe ressaltar mais uma
vez, que na Operação, as técnicas probabilísticas ainda encontram resistência ao seu
uso devido à falta de conhecimento sobre as mesmas e a difícil interpretação e
compilação dos seus resultados uma vez que se pode gerar vários índices de risco.
Essas dificuldades têm facetas de natureza qualitativa e quantitativa. Sob o ponto de
visto qualitativo, a própria nomenclatura utilizada gera dúvidas oriundas da ausência
de consenso quanto a aspectos conceituais (por exemplo, os termos desempenho,
confiabilidade,
risco
são
amiúde
empregados
como
meros
sinônimos).
Quantitativamente, o julgamento dos valores numéricos dos índices também não são
triviais e a inexistência de balizadores comparativos com aceitação consistente
também configura uma dificuldade [3-14].
O uso de uma técnica baseada em risco para a avaliação da segurança de
sistema de potência na operação de uma rede competitiva de energia exigirá um
método para o cálculo dos limites de segurança, baseado na probabilidade e na
conseqüência da insegurança, ou seja, níveis de geração, fluxos nas linhas de
transmissão e tensões.
Os pontos de operação seriam, então, julgados aceitáveis
dependendo do nível de risco e dos benefícios econômicos associados com o ponto de
operação, e não simplesmente baseados no instante no qual o desempenho do sistema
seguido da primeira contingência mais severa viola o critério mínimo de confiabilidade
operativa
[1-02].
43
III.6. Processo de Tratamento de Risco
O processo de tratamento de risco inclui tanto a avaliação quanto o
controle do risco. Uma estratégia eficaz deve combinar os efeitos financeiros e uma
componente de avaliação do próprio risco.
Esse componente é a avaliação
quantitativa dos riscos e inclui a análise de probabilidade (ou freqüência), análise de
conseqüência (magnitude) e a interação dos resultados obtidos destas duas análises
parciais
[3-09].
A Figura III–2 dá um visão de uma estrutura das atividades de
tratamento de risco.
Gerenciamento do Risco
Avaliação do
Risco
Análise do
Risco
Probabilidade
de Ocorrência
Controle do
Risco
Identificação
de Opção
Monitoração
Estimação da
Magnitude do
Risco
Ação Corretiva
Figura III-2 – Atividades de tratamento de risco
O propósito de um processo de quantificação da avaliação de risco é
determinar os possíveis valores de resultados (conseqüências) que poderiam ocorrer e
a probabilidade de ocorrência associada para cada valor de resultado. No caso de um
produtor independente, o resultado escolhido poderia ser, por exemplo, o custo total
de transação ao consumidor ou o benefício total esperado a partir dessa transação
sobre seus termos
[3-09].
III.7. O Conceito de “ Bem-Estar” ou Robustez de um Sistema de Potência
Uma vez conhecendo-se pontos de operação do sistema de potência,
poder-se-á, então, verificar o “bem-estar” do próprio sistema.
O conceito de
“Bem-Estar” ou robustez envolve uma metodologia que, conforme a performance do
ponto de operação, classifica o sistema em três diferentes estados: saudável, marginal
e em risco
[3-07].
Como mencionado anteriormente, as principais desvantagens associadas
aos métodos probabilísticos estão na dificuldade de interpretar os índices e na falta de
informação suficiente para prover estes índices.
44
Essa metodologia do “Bem-Estar”
alivia essas dificuldades, pois, inclui critério determinístico em uma técnica
probabilística. Esse conceito pode ser visto na Figura III–3, onde a performance do
ponto de operação é estabelecido como estando nos estados saudável e marginal em
adição a um estado convencional de risco. Os critérios determinísticos utilizados tais
como a perda de um simples elemento, costumam definir o estado de saúde.
Os
índices de “Bem-Estar” podem ser calculados para cada ponto de operação do sistema
e a resultante destes índices agregados produzem um conjunto global dos índices de
“Bem-Estar” para o sistema inteiro
[3-08].
SAUDÁVEL
MARGINAL
EM RISCO
Figura III-3 – Diagrama do “ Bem-Estar” do sistema
Dessa forma, para uma dada contingência, um ponto de operação é
considerado estar em estado saudável , se [3-08]:
“todos os pontos de operação e as restrições operativas estiverem dentro de seus
limites para o atendimento daquela carga e os níveis de tensão dentro de limites
aceitáveis. No estado saudável, há margem suficiente tal que a perda de um
elemento qualquer, especificado por um dado critério, não resulte em violações
para o sistema nem para as restrições operativas. O critério especificado, como a
perda de elemento qualquer, dependerá da filosofia de planejamento e operação
de cada concessionária de energia elétrica” .
O ponto de operação está em um estado marginal se satisfizer a
seguinte definição
[3-08]:
“se o ponto de operação for para uma condição tal onde a perda de algum
elemento coberto pelo critério especificado resulte na violação do sistema global
ou das suas próprias restrições operativas, então, o ponto de operação estará em
um estado marginal. O estado marginal é similar ao estado saudável no tocante
que todas as restrições são satisfeitas, porém, não há mais margem suficiente
45
para suportar um defeito. O ponto de operação pode ir para um estado marginal
pela saída de um elemento ou pelo crescimento de carga do sistema”.
O ponto de operação está na estado em risco , se satisfizer a seguinte
definição
[3-08]:
“se qualquer restrição do sistema e/ ou restrição operativa de um ponto de
operação são violados, então, o ponto de operação estará em um estado em
risco”.
O “bem-estar” de um sistema de potência total está baseado no
“bem-estar” de seus pontos de operação. Para uma dada contingência no sistema, o
sistema de potência global é considerado estar em um estado saudável se todos os
seus pontos de operação estiverem em estado saudável. Se o sistema entrar em um
estado no qual pelo menos um de seus pontos de operação estiver em estado em risco,
então, o sistema é considerado estar no estado em risco.
O sistema estará em um
estado marginal se nenhum dos seus pontos de operação estiver em estado em risco e,
pelo menos, um deles estiver em estado marginal
[3-07].
A partir das definições dos estados, pode ser concluído que o objetivo
básico é projetar e operar um sistema com uma alta probabilidade de estar em um
estado saudável tanto quanto uma baixa probabilidade de estar em estado em risco
[3-
08].
III.8. Ferramental de Análise de Riscos Disponível no Brasil
No Brasil, atualmente, existem diversos programas disponíveis para a
análise de confiabilidade composta9, sendo que os principais são: CONFTRA, GATOR,
FLUXP, PACOS, CGS, ANCORA, REAL, NH2, MENTOR.
Em outros países, os
programas mais citados são: SICRET (Itália), ZUBER (Alemanha), TRELSS (EUA),
MECORE (Canadá), PROCOSE (Canadá) e CREAM (EUA). Esses programas têm sido
difundidos na área de planejamento da expansão. Iniciativas recentes de organismos
de pesquisa (EPRI) em outros países (EUA), considerando o novo ambiente
institucional, têm sido baseadas na avaliação probabilística do risco ("Probability Risk
Assessment - PRA"), conjugando dois programas computacionais assciados a um
metodologia de enumeração de estados (" Fast Contingency Analysis Program" e
"Reliability Index Program"). Curiosamente, alega-se que a metodologia de simulação
Monte Carlo seria inviável, dado que os sistemas tratados têm da ordem de 30000
barras. [3-18]
9
Análise de confiabilidade visando tanto o efeito da geração quanto o da transmissão.
46
A primeira grande análise de confiabilidade de todo sistema brasileiro foi
realizada com o programa GATOR, posteriormente abandonado por sua inadequação
às peculiaridades do sistema. A seguir, registrou-se uso intenso do programa CGS
(por cortesia do Dr. Colemar Arruda, CELG, UFG) em diversos estudos subseqüentes.
A partir de 1985, iniciou-se o Projeto NH2 através de uma parceria ELETROBRÁS,
CEPEL e o Subgrupo de Confiabilidade (SGC/GTCP/CTST/GCPS).
A contínua
evolução do programa NH2 o situa, hoje, como uma ferramenta bem adequada para
estudos de confiabilidade composta.
III.9. O Programa NH2
Esta seção registra alguns comentários sobre o programa NH2 para a
conveniência do leitor. Minúcias adicionais podem ser vista na literatura
[3-10], [3-11], [3-
12], [3-13].
O sistema computacional NH2 compreende um programa principal para
análise probabilística para sistemas de potência, incluindo o cálculo da confiabilidade
composta geração/transmissão de grandes sistemas hidrotérmicos e módulos
auxiliares para o gerenciamento e montagem dos dados de entrada e saída
[3-19]
descreve-se
uma
versão
do
programa
adaptado
a
[3-10].
Em
processamento
paralelo/distribuído.
Atualmente, trata-se de um programa com boa difusão na área de
planejamento.
Todavia, a área de estudos da operação elétrica vem demonstrando
interesse crescente na utilização do NH2 adaptado às necessidades da operação
elétrica de curto prazo
[3-12].
Para atingir seus objetivos, o NH2 incorpora características que
combinam processamento computacional efetivo com flexibilidade na modelagem e
diagnósticos
[3-13].
A modelagem flexível foi necessária devido à diversidade dos usuários e
das aplicações.
Isto foi possível usando o conceito de cenário e permitindo aos
usuários especificar o método para seleção de estados (Enumeração ou Monte Carlo) e
o modelo para análise de performance (fluxo de potência AC ou DC)
[3-13].
A eficiência computacional é obtida adotando-se técnicas de redução de
variância (método híbrido) implementadas na simulação de Monte Carlo, e por utilizar
um eficiente fluxo de potência ótimo no modelo de ações corretivas (redespacho de
sistema de geração, ajustamento do perfil de tensão, mudanças nos tapes dos
transformadores, mínimo corte de carga), que considera a estratégia de solução
específica para cada contingência.
A análise de cada contingência do sistema é
47
realizado por um fluxo de potência ótimo (FPO)
[3-13].
O programa é capaz de diagnosticar o sistema em estudo.
Isso é
possível, não somente por meio dos próprios índices de confiabilidade, mas também
pelo espectro de informações adicionais fornecidas. Este inclui informação na maioria
dos casos severos, distribuição probabilística da variável selecionada, estatísticas de
violação por circuito e por barra, estatísticas de perdas por área, e sensibilidade para
os reforços do sistema. Os índices são gerados em duas situações distintas: antes da
medidas corretivas serem efetivas (índices do problema do sistema) e após as medidas
corretivas serem efetivadas (índices de corte de carga). Além dos índices básicos de
confiabilidade composta, o programa calcula também índices de freqüência e duração
dado que uma metodologia foi desenvolvida para calcular esses índices com razoável
exatidão. Todos os índices de confiabilidade composta são desagregados por sistema,
área e níveis de barramento e também por diferentes modos de falha (ilhamento,
sobrecarga, violação de tensão, colapso de tensão, etc)
[3-13].
O programa NH2 permite as seguintes funções básicas a serem
realizadas, interativamente ou por processamento em batch [3-12]:
–
análise de um caso de fluxo de potência (tradicional ou ótimo);
–
análise de um caso de contingência;
–
análise de uma lista de contingências;
–
fluxo de potência probabilístico;
–
análise de confiabilidade (transmissão e composta) .
III.9.1. As principais características do programa NH2
A análise de confiabilidade composta de sistemas envolve o cálculo de
índices que refletem a adequação 10 do sistema ao suprimento das demandas previstas
ao longo de um determinado período, usualmente um ano. Ao longo deste período, o
sistema elétrico pode estar se expandindo, com entrada de unidades geradoras,
circuitos, transformadores, etc. Por outro lado, as cargas também variam ao longo do
ano e apresentam comportamentos diferentes em cada região e estação do ano. Há
que considerar ainda que, em sistemas hidrotérmicos, as condições hidrológicas
afetam significativamente a disponibilidade de potência nas usinas hidrelétricas, de
acordo com o comportamento das afluências. É, portanto, necessário recorrer-se à
simulações energéticas do sistema de geração, de modo a obter-se as disponibilidades
mensais de potência em cada usina hidrelétrica, para a condição hidrológica
10
Capacidade do sistema em atender à demanda de carga ou as restrições operativas do sistema.
48
considerada. Cabe ressaltar que o algoritmo de confiabilidade implementado no NH2
permite o cálculo de índices anualizados, isto é, condicionados a cada cenário de
carga, ou índices anuais, ou seja, integrados para todos os cenários de carga
O
conceito de cenário foi introduzido no NH2 para
[3-11].
permitir
a
consideração dos aspectos citados e é caracterizado pela descrição dos seguintes
elementos
[3-10]:
−
configuração do sistema elétrico (topologia e dados elétricos dos componentes);
−
distribuição espacial das cargas (por barra);
−
disponibilidade de potência nas usinas do sistema.
A abordagem adotada corresponde a transformar a análise de um período
anual em seqüência de análises de cenários representativos dos diversos aspectos
relevantes para a análise de confiabilidade composta.
A cada cenário pode-se
associar, portanto, uma probabilidade e um conjunto de índices de probabilidade;
índices globais podem, então, ser calculados pela média ponderada dos índices de
cada cenário, tomando-se como pesos as probabilidades de ocorrência de cada cenário
[3-10].
Para efetuar a análise de confiabilidade associada a um determinado
cenário, deve-se escolher um despacho de geração viável para o caso-base. Esse casobase registra, portanto, uma decisão operativa e se traduz por um particular perfil de
tensões nas barras e de carregamento nos circuitos do sistema
[3-11].
Definido um caso-base, pode-se analisar o desempenho do sistema frente
a uma série de contingências, caracterizadas pela mudança de estado de um ou mais
componentes do sistema. Este modo de utilização chama-se análise de contingências
[3-11].
A caracterização das transições de estado de cada componente permite
associar probabilidades a cada contingência e a conseqüente obtenção de índices de
confiabilidade. Este modo de utilização chama-se análise de confiabilidade [3-11].
A análise de desempenho compreende a solução da rede utilizando um
fluxo de potência não linear e a monitoração das violações de restrições operativas, na
ocorrência de alguma violação. Neste caso, o programa faz uso do modelo de medidas
corretivas para eliminar as violações, valendo-se dos controles definidos pelo usuário
e, em última instância, do corte de carga mínimo necessário para o restabelecimento
do sistema
[3-11].
Na análise de confiabilidade, a seleção de estados pode ser efetuadas de
dois modos alternativos: por enumeração de contingências e por simulação Monte
Carlo. No primeiro, uma lista de contingências é formada explicitamente ou de forma
49
implícita. Os índices calculados representam um limite inferior dos valores verdadeiros,
dada a impossibilidade prática de se enumerar todo o espaço de estado, no caso de
sistema de grande porte .
No segundo modo, as contingências são escolhidas
aleatoriamente, a partir dos modelos estocásticos dos componentes.
Os índices
calculados representam uma estimativa não tendenciosa dos índices verdadeiros; o
processo de sorteio permite também o cálculo do intervalo de confiança associado a
cada índice, para amostra utilizada
[3-11].
Um terceiro modo de seleção de estado permite combinar os dois modos
acima, o que possibilita a obtenção de índices com uma menor incerteza; este modo
combinado se baseia nas chamadas técnicas de redução de variância, muito utilizadas
em métodos de simulação Monte Carlo
[3-11].
A análise de cada estado pode ser realizado por um fluxo de potência
ótimo (FPO).
III.9.1.1. Utilizando Fluxo de Potência Ótimo por Método de Pontos Interiores
Para obter-se uma exatidão aceitável na estimação dos índices de
probabilísticos, deve-se ter um grande número de estados de sistema, incluindo
combinação de saídas de gerador e circuito (falhas) e incertezas da carga. Portanto,
no processo de análise de contingência, particularmente lidando com sistemas
fortemente carregados (estressados), devem existir situações onde o algoritmo
Newton-Raphson não converge para a solução, para um dado conjunto de cargas
(potências ativa e reativa).
Isso pode ocorrer devido aos pontos iniciais ruins, a
problemas de mal-condicionamento ou porque as equações de fluxo de potência não
têm solução real
[3-13].
No programa NH2, problemas de solução de sistemas são aliviados pelo
cálculo do corte de carga mínimo a fim de trazer viabilidade numérica ("solvability") a
um caso de fluxo de potência sem solução, isto é, trazer o sistema de um ponto de
operação onde o fluxo de potência não convergiu para um ponto onde há solução.
Resolvendo o problema da viabilidade, se ainda houver violações operativas (tensão e
sobrecarga) será, então, calculado um corte adicional para a eliminação das violações
existentes.
No processo de cálculo do corte de carga mínimo (viabilidade e/ou
violações operativas), um fluxo de potência ótimo é resolvido pelo método direto de
pontos interiores
[3-13].
Na aplicação dos métodos de pontos interiores no FPO, duas estratégias
básicas são relatadas na literatura.
A primeira é baseada em um esquema de
otimização do fluxo de potência, onde o algoritmo de pontos interiores é aplicado ao
50
resultado do problema de programação linear ou quadrática obtido a partir da
linearização das equações de fluxo de potência na solução do algoritmo de fluxo de
carga
[3-15], [3-16].
A segunda estratégia, chamada método direto por pontos interiores,
consiste na aplicação do método por pontos interiores ao problema original de
programação não-linear que está no FPO
[3-17].
Esta última estratégia foi adotada no
programa NH2. Ela é mais adequada porque não depende da convergência de qualquer
algoritmo de fluxo de potência – em seu esquema iterativo, é exigido somente o
atendimento às equações de fluxo de potência na solução ótima.
Também, as
experiências numéricas mostraram que os métodos por pontos interiores são mais
efetivos quando lidando com mal-condicionamento em grande escala e redes com
problemas de tensão
[3-13].
III.9.2. Problemas de Colapso de Tensão
Os problemas de colapso de tensão estão muito relacionados com a
viabilidade do sistema.
Dessa forma, pode-se definir um conjunto de índices
probabilísticos associados com a análise de viabilidade. O primeiro é a probabilidade
de casos insolúveis (PCI), relacionado a aquelas contingências onde o algoritmo
tradicional de fluxo de potência (Newton-Raphson) não converge
[3-13].
Usando o algoritmo de pontos interiores, um subconjunto dessas
contingências tem a viabilidade restaurada sem corte de carga, enquanto para outro
subconjunto o corte de carga é necessário. Logo, é possível obter três outros índices:
a probabilidade de corte de carga para restaurar a viabilidade (PCCRV); a freqüência de
corte de carga para restaurar a viabilidade (FCCRV), e a expectância de corte de carga
para restaurar a viabilidade (ECCRV)
[3-13].
A diferença entre os índices PCI e PCCRV define uma medida de
efetividade do algoritmo de pontos interiores em restaurar a viabilidade do sistema
mantendo a carga, incluindo possíveis ações de controle [3-13].
III.10. Sumário
Neste capítulo foram discutidos diversos aspectos relevantes para o
tratamento do risco de sistemas elétricos.
Em particular, foram discutidos conceitos relacionados ao monitoramento,
diagnose e gerenciamento de risco. Foi também discutido o conceito de “bem-estar” ou
robustez de um sistema de potência no âmbito da operação de curto prazo. Finalmente,
foi apresentado um breve panorama da ferramenta computacional que será utilizada
nas simulações.
51
52
Capítulo IV
“And the more observations or experiments there are made, the less will the
conclusions be liable to error, provided they admit of being repeated under the
same circumstances.”
Thomas Simpson, 1710-1761.
IV. HIPÓTESES E PROCEDIMENTOS PARA CÁLCULO DO RISCO
IV.1. Introdução
O objetivo deste capítulo é o registro das premissas adotadas para o
cálculo dos níveis de risco operacionais associados à malha elétrica brasileira.
IV.2. Hipóteses Básicas
IV.2.1. Caracterização espacial do sistema
Serão analisadas três topologias distintas, a saber:
(i)
Sistema Sul / Sudeste / Centro - Oeste (Sistema A);
(ii)
Sistema Norte / Nordeste (Sistema B ), e
(iii) Sistema Brasileiro completo (incluindo a interligação Norte/Sul) - Sistema
Brasil.
IV.2.2. Configurações referenciais
Interpreta-se como configuração referencial um determinado arranjo
topológico representado por um conjunto de equipamentos considerados já disponíveis
para
a
operação
transformadores,
normal.
linhas,
Tais
reatores,
equipamentos
barramentos,
compreendem
capacitores,
os
geradores,
componentes
de
subestações, etc. Assim, uma vez estabelecido o sistema a ser estudado e o respectivo
horizonte temporal de estudo (vide seção IV.2.3), caracterizam-se eventualmente uma
ou mais configurações referenciais, as quais refletem a evolução temporal topológica do
sistema ao longo do horizonte de estudo.
Cada configuração referencial deve ser
submetida a minuciosa análise de risco com especial atenção aos efeitos incrementais
provocados pelo comissionamento ou atraso na entrada de novos equipamentos no
sistema, ou até mesmo a eventual retirada de equipamentos obsoletos.
53
Assim, a
“duração” de uma dada configuração referencial corresponde à permanência de uma
dada topologia.
Convém observar que no âmbito de uma dada configuração
referencial, os efeitos das saídas forçadas são considerados, ou seja, a topologia não é
tratada deterministicamente.
Se o horizonte temporal for suficientemente extenso de tal forma que as
manutenções possam ser tratadas de forma probabilística, tais ações (isto é, as
manutenções) não precisam necessariamente caracterizar novas
referenciais.
configurações
Por outro lado, se o horizonte de estudo for muito curto e as
manutenções estiverem estabelecidas de forma determinística, as implementações das
mesmas deverão caracterizar configurações referenciais válidas durante a duração da
própria manutenção.
topológicas
É também fundamental a consideração de alterações
que reflitam
mudanças
de estratégia
operativa
(por
desligamento de capacitores ou linhas em regime de carga leve).
também
deverão
caracterizar
configurações
referenciais
exemplo,
o
Essas alterações
e
deverão
ser
cronologicamente simuladas pelo analista ao longo do horizonte temporal de estudo
(vide seção IV.2.3).
Neste trabalho, as topologias analisadas dizem respeito às
configurações referenciais associadas aos seguintes instantes de tempo:
• Sistema A - Abril de 1998;
• Sistema B – Março-Abril de 1998, e
• Sistema Brasil - Setembro 1999.
Cumpre notar que essas configurações foram selecionadas com o intuito
de se avaliar o impacto da interligação Norte-Sul na confiabilidade do Sistema Elétrico
Brasileiro. Os sistemas A e B refletem a situação de abril de 1998.
IV.2.3. Horizonte temporal de estudo
A definição do horizonte de estudo caracteriza-se pelos limites inferior e
superior do período de tempo a ser analisado. No âmbito da operação, esses instantes
podem variar desde a pré-operação, passando pelo tempo real, até um cenário situado
aproximadamente 5 anos a frente.
Em princípio, os horizontes considerados
prioritários para investigação referem-se às monitorações de resolução horária,
abrangendo o dia (24 monitorações), a semana (168 monitorações), o mês (720
monitorações) e o ano (8766 monitorações).
Neste trabalho, por motivo de
simplicidade, o horizonte considerado será uma mera abstração, dado que a análise
será restrita a um único instante de tempo (horizonte pontual).
54
IV.2.4. Segmentação temporal para cada configuração referencial
Dado que os efeitos e fenômenos representados na análise de risco têm
dinâmicas com constantes de tempo muito diferenciadas, cabe analisar a segmentação
adequada do intervalo de tempo associado a cada configuração referencial
[4-01]
. Em
princípio, a representação da evolução temporal de fenômenos para cada configuração
referencial obedece à seguinte hierarquia aproximada:
(i) fontes primárias de energia (mudanças de estado com dinâmica lenta no
caso de sistemas hidráulicos);
(ii) topologia (estados estacionários, pela própria definição do conceito de
configuração referencial), e
(iii) carga (mudanças de estado com dinâmica rápida).
Observa-se, nesse caso, que o número de segmentos ou intervalos de
tempo associados ao estudo de cada configuração referencial, advirá da combinação
do número de estados representativos da dinâmica da carga. A análise de uma dada
configuração topológica referencial através de segmentos temporais, onde os demais
estados sejam aproximadamente estacionários, permite estimar a dinâmica dos riscos
do sistema. Neste trabalho, por motivo de simplicidade, a segmentação temporal será
restrita ao período associado à previsão da carga.
Em outras palavras, os
processamentos computacionais refletirão apenas as situações de cargas pesada,
média e leve.
IV.2.5. Análise da configuração referencial
A análise do horizonte de estudo comporta a identificação de uma coleção
de configurações referenciais que por sua vez admitem eventuais segmentações
temporais identificáveis a partir da evolução temporal prevista para as fontes
primárias de energia, topologia e carga. Esse conceito é simbolicamente representado
na Figura IV-1, onde é mostrado um horizonte temporal de estudo compreendendo
três configurações referenciais.
O comportamento previsto para a carga sugere a
proposição de três segmentações temporais para a primeira configuração referencial
dado que o comportamento dos recursos energéticos tem aparentemente pouca
influência durante a duração desta primeira configuração.
Observa-se que a determinação do número de segmentações temporais
de cada configuração referencial é dependente de cada sistema analisado, devendo ser
compatível com as premissas usuais utilizadas na programação da operação para
cada hora, dia, semana, mês ou ano futuro
[4-02].
Em geral, o período de validade de
cada política de despacho ou a duração de um ponto de operação especificado pelos
55
estudos de programação eletroenergética da operação caracterizam a extensão
temporal de um segmento temporal.
Figura IV-1 – Identificando configurações referenciais e segmentações temporais
Cada
segmento temporal pode comportar
diversas
avaliações
de
confiabilidade, variando entre o mínimo de 2 (início e fim do próprio segmento
temporal) até o máximo de n avaliações eqüidistantes no tempo, sendo n dado pela
divisão da duração prevista da segmentação temporal pela menor das constantes de
tempo representativas das durações das incertezas da topologia (esse critério
pressupõe que um modelo Markoviano clássico está associado às incertezas da
topologia). É fundamental estabelecer uma relação coerente entre cada segmentação
temporal e a respectiva previsão de carga do período.
Em outras palavras, é
importante que durante cada segmentação temporal, as probabilidades atinjam o
estado estacionário, dado que a versão atual do NH2 não manipula incertezas no
período transitório. Como já foi anteriormente comentado neste trabalho, para cada
topologia serão analisados somente três patamares de carga.
IV.2.6. Modos de falha monitorados
Diz respeito aos fenômenos que influenciam a contabilização dos índices
de risco, tais como os cortes parciais ou totais de carga, ilhamento de sistemas (modos
de falha de continuidade), violações de tensão, ocorrências de sobrecarga (modos de
falha de adequação), violações de segurança, etc.
Neste trabalho, não serão
considerados os modos de falha de segurança, ou seja, aqueles relacionados ao
56
comportamento dinâmico do sistema (perda de sincronismo, colapso de tensão,
oscilações de freqüência).
IV.3. Dados
Os dados de natureza determinística descritivos das três topologias a
serem analisadas foram coletados das seguintes fontes:
•
Sistema A (Origem: Grupo de Trabalho de Planejamento da Operação a Curto Prazo
- GTPO ): este sistema foi representado por 1791 barramentos, 734 transformadores
(sendo dois defasadores), 2591 linhas de transmissão, 36336 MW de geração,
carga de 34119 MW, abrangendo tensões de 765, 525, 500, 345, 230, 138 e 69 kV.
O elo de corrente contínua de Itaipú foi representado por carga negativa;
•
Si st ema B (Origem: Grupo de Trabalho de Análise do Sistema Norte e Nordeste –
GTAS/ NO):
este
sistema
foi
representado
por
461
barramentos,
421
transformadores, 648 linhas de transmissão, 10060 MW de geração, carga de
9.373 MW, abrangendo tensões de 500, 230, 138 e 69 kV, e
•
Sistema Brasil (Origem: Grupo de Trabalho de Planejamento da Operação a Curto
Prazo do ONS): este sistema foi representado por 2465 barramentos, 1279
transformadores (sendo dois defasadores), 3490 linhas de transmissão, 48462 MW
de geração, carga de 45476 MW, abrangendo tensões de 765, 525, 500, 345, 230,
138 e 69 kV. A interligação Norte-Sul foi representada, por um circuito de 500 kV,
refletindo a seguinte condição operativa: carga pesada, geração em Tucuruí de 3280
MW, fluxo de 264 MW na interligação Norte-Sul, na direção Norte para Sul.
Novamente para este sistema, o elo de corrente contínua foi representado por carga
negativa (-5122 MW e 2720 Mvar), injetada em Ibiúna 345kV. Nessa configuração
da malha brasileira integrada não existia ainda o elo de corrente contínua de
Garabi. A carga da Alumar foi representada de forma convencional, como potência
constante de (641+j310) MVA na barra de 230 kV de São Luis II. A usina de Angra
I foi representada com um despacho de 450 MW na carga pesada e Angra II não
havia entrado em operação.
Os compensadores estáticos foram representados
como injeções fixas de potência reativa e os capacitores séries controlados a
tiristores (TCSC) da Norte-Sul foram tratados com reatâncias fixas. As modelagens
de cargas funcionais, usualmente utilizadas no sub-sistema Norte-Nordeste foram
mantidas, já que o programa NH2 permite essa facilidade. Esse artifício facilita a
convergência dos casos de fluxo de potência.
57
Observa-se, na Tabela IV-1, que os números para o Sistema Brasil (C)
não são a soma dos outros dois Sistemas, porque o referido Sistema (C) já considera a
entrada em operação de obras necessárias para a interligação Norte-Sul.
Tabela IV-1 – Resumo dos dados dos Sistemas S/SE/CO, N/NE e Brasil
Barramentos
Circuitos
Transformadores
Geração
(MW)
Carga
(MW)
Sistema A
(S/SE/CO)
1791
2591
734
36336
34119
Sistema B
(N/NE)
461
648
421
10060
9373
Sistema C
(BRASIL)
2465
3490
1279
48462
45476
Com relação aos carregamentos considerados nos estudos, os valores
típicos de carregamento normal e de emergência adotados para os sistemas S/SE/CO
e N/NE e, consequentemente, para o caso do Sistema Brasil, são apresentados nas
Tabelas IV-2 e IV-3.
Tabela IV-2 – Carregamentos típicos de linhas de transmissão do Sistema
S/SE/CO
Tensão
(kV)
Sistema A
Normal
Emergência
765
4175 MVA
(3151 A)
5218 MVA
525
2182 MVA
(2400 A)
2727 MVA
500
2165 MVA
(2500 A)
2706 MVA
440
1524 MVA
(2000 A)
1905 MVA
345
1200 MVA
(2008 A)
1500 MVA
230
500 MVA
(1255 A)
625 MVA
138
250 MVA
(1045 A)
312 MVA
88
200 MVA
(1.312 A)
250 MVA
69
90 MVA
(753 A)
112 MVA
58
Tabela IV-3 – Carregamentos típicos de linhas de transmissão do Sistema N/NE
Tensão
(kV)
Sistema B
Normal
Emergência
500
2040 MVA
(2356 A)
2550 MVA
230
660 MVA
(1657 A)
825 MVA
138
289 MVA
(1209 A)
361 MVA
69
100 MVA
(837 A)
125 MVA
Notar-se-á que, para o mesmo nível de tensão, os valores adotados para
carregamento normal das linhas de transmissão nos dois sistema são diferentes. Isto
se deve aos diferentes valores de capacidades informados nesses sistemas para o
mesmo nível de tensão. Adotou-se, então, o critério de assumir, para cada sistema, o
carregamento de maior freqüência para cada nível de tensão como valor de referência
de capacidade das linhas em regime normal para o respectivo nível de tensão. Para os
valores de carregamento em emergência das linhas, adotou-se o valor de 1,25 vezes o
valor do carregamento normal.
Para os transformadores, os valores adotados para os carregamentos
normal e de emergência foram aqueles associadas a sua própria capacidade nominal e
a capacidade que ele possa suportar por 4 (quatro) horas, respectivamente.
Os carregamentos encontrados em cada caso base que diferiam dos
dados típicos adotados, são os valores encontrados no próprio caso e que foram
respeitados por serem os enviados pelas empresas.
Para os transformadores elevadores foram respeitadas suas capacidades
quando se tinha esse valor ou, em caso de falta do mesmo, utilizou-se o valor de
geração de acordo com o número de unidades geradoras em operação no caso em
estudo.
Os valores superiores e inferiores das derivações de trafos com
comutação sob carga foram mantidos idênticos aos originais dos casos de fluxo de
potência aqui apresentados. Em todos os casos, todos os transformadores com LTC
foram utilizados para controle sistêmico (ou seja, o código DCLT não foi utilizado).
A faixa de operação de potência reativa das unidades geradoras (valores
máximo e mínimo) são fornecido pela curva de capabilidade de cada máquina. Essas
faixas podem variar dependendo de alguns fatores, como despacho em MW, fator de
59
potência de operação e tensão da máquina. Contudo, no estudo realizado, as faixas
utilizadas foram fornecidas pelo grupo de estudo de planejamento a curto prazo do
antigo GCOI, valores esses fornecidos pelas concessionárias de geração para estudos
dinâmicos. As faixas utilizadas são mostradas no Apêndice A. Deve-se observar que
não foi possível coletar todos os dados necessários e alguns limites de geração de
reativo permaneceram indefinidos.
Sabe-se que esse fato tem forte impacto nos
resultados, tornando-os distantes daqueles que seriam obtidos com os limites
corretos.
Ainda assim, os resultados alcançados podem ser encarados como
representativos das ordens de grandeza dos riscos reais incorridos pelo sistema.
É consensual a afirmação de que a tensão é uma das grandezas
essenciais para o monitoramento do desempenho de sistemas de energia elétrica
[1-01],
não apenas sob o ponto de vista da adequação como também da segurança. Sabe-se,
por outro lado, que a mesma sofre influências oriundas de variações da topologia,
comportamento aleatório da carga e até mesmo ações do operador. Nessa perspectiva,
não é recomendável a discriminação de valores estritamente determinísticos para fins
de monitoração de risco ou estabelecimento de critérios operativos de desempenho.
O comportamento típico das tensões de um sistema elétrico é uma
característica que reflete a política operativa vigente. Sabe-se, por exemplo, que os
perfis de tensão admissíveis no Brasil para os sistemas S/SE/CO e N/NE têm
características diversas. Interessa portanto concentrar a atenção nas particularidades
desses sistemas com o intuito de identificar padrões de comportamento. Os níveis de
tensão típicos recomendados
[4-07]
para a operação do sistema interligado S/SE/CO
sob regime normal são mostrados na Tabela IV-4. Subsistemas com níveis de tensão
nominal diferentes daqueles registrados na tabela são tratados em particular, caso a
caso.
Outros limites de tensão são permitidos em caráter de excepcionalidade,
mediante justificativa de necessidade operativa incontornável, tais como aquelas
oriundas de limitações de equipamentos.
Usualmente, pode-se observar que a variação percentual máxima
admissível para ambos os extremos situa-se em até 10% em relação à tensão nominal.
A faixa de oscilação típica reside num patamar aproximado de 5 % da tensão nominal.
Considera-se permissível o desligamento de linhas de transmissão para fins de
controle de tensão, desde que os níveis de confiabilidade sob o ponto de vista de
continuidade de atendimento não sejam afetados.
Essa situação pode ocorrer em
condições de carga leve (madrugada), exigindo a investigação do compromisso entre
continuidade versus adequação.
60
O controle de tensão pode utilizar o artifício de subexcitar as máquinas desde
que essa estratégia não comprometa a segurança do sistema. Admite-se também que,
para qualquer condição de carga, o nível de tensão possa ser inferior ao valores
delimitados na Tabela IV-4, desde que o desempenho do sistema não fique
comprometido e que haja concordância das partes afetadas. Essa condição permite a
proposição de oferta de energia com qualidade diferenciada.
O chaveamento de
bancos de capacitores ou reatores de barras não deve provocar variações de tensão
superiores a 5% da tensão existente, após a atuação dos reguladores de tensão de
máquinas síncronas e de compensadores estáticos. A tensão estacionária final deve
manter-se dentro dos limites estabelecidos na Tabela IV-4.
É interessante notar que, no modelo computacional utilizado para
cálculo de riscos (programa NH2), o limite máximo de tensão em pu admite uma
precisão de até 3 algarismos significativos, enquanto o limite mínimo comporta uma
precisão de até 4 algarismos.
Tabela IV-4 - Limites operacionais típicos de tensão desejável
Tensão
Nominal
(kV)
Tensão Máxima
(kV)
Tensão Mínima
(kV)
69 (100%)
72,50 (1,05072 pu)
65,6 (0,95072 pu)
88 (100%)
92,40 (1,05000 pu)
83,6 (0,95000 pu)
138 (100%)
145,0 (1,0507 pu)
131,0 (0,94928 pu)
230 (100%)
242,0 (1,05217 pu)
218,0 (0,94783 pu)
345 (100%)
362,0 (1,04928 pu)
328,0 (0,95072 pu)
440 (100%)
460,0 (1,04545 pu)
400,0 (0,90909 pu)
500 (100%)
550,0 (1,10000 pu)
475,0 (0,95000 pu)
525 (100%)
550,0 (1,04762 pu)
475,0 (0,90476 pu)
750 (100%)
800,0 (1,06667 pu)
720,0 (0,96000 pu)
[4-07]
Por motivo de simplificação, foram utilizados no código DTEN os valores
apresentados no Apêndice A.
A operação sob regime de emergência fica caracterizada quando há
contingência simples ou de ordem superior no sistema, envolvendo perda de linhas,
transformadores,
unidades
geradoras,
banco
de
capacitores,
reatores
e
compensadores síncronos.
Nas barras de geração e barras seccionadoras, os limites de tensão
aceitáveis sob condições de emergência, em regime permanente, após a atuação dos
equipamentos de controle de tensão (reatores, capacitores, derivações automáticas,
compensadores síncronos) são os seguintes:
61
- tensão mínima: 0,90 pu
- tensão máxima: 1,10 pu
Nas barras de carga, a variação de tensão é admissível na faixa de até 10% da
tensão imediatamente anterior à contingência, desde que os limites supracitados
(0,9-1,1) não sejam violados.
A modelagem computacional desta restrição operativa
para fins de avaliação de riscos exige o emprego de artifícios especiais. O sistema deve
dispor de recursos de controle de tensão imediatos que possibilitem a recuperação do
valor mínimo de 90% e máximo de 110% ou valores alternativos específicos definidos
pelas empresa, para casos especiais.
Consideram-se como recursos imediatos não
automáticos, os seguintes:
-ajuste na tensão de excitação de unidades geradoras ou compensadores síncronos;
-alteração de derivações;
-manobras em equipamentos de compensação de potência reativa;
-redespacho dos geradores.
Constata-se, ainda, que o perfil de tensão de determinados barramentos
exerce grande influência sobre o restante do sistema, justificando assim a instalação
de medição em tempo real em tais locais. Observa-se também que a avaliação do risco
do sistema é diretamente afetada pela delimitação do perfil de tensão permitido nas
barras do sistema, já que a violação desses perfis poderia implicar em cortes de carga
de caráter corretivo.
Considerando tais aspectos, evidencia-se a necessidade da
proposição, monitoração e análise de faixas admissíveis de variabilidade de tensão em
barramentos estratégicos do sistema, cujos níveis de injeção de potência reativa sejam
controláveis
via
derivações
de transformadores,
compensadores
síncronos
ou
estáticos, chaveamentos de elementos estáticos ou quaisquer outros dispositivos a
estado sólido.
Idealmente, deveriam ser usados os dados estocásticos individualizados
de todos os elementos da rede sujeitos a falhas e reparos, assim como os desvios
padrões associados aos patamares de carga analisados.
Entretanto, o conjunto
disponível de dados apresenta lacunas significativas, sugerindo o uso de valores
típicos médios, tais como os mostrados nas Tabelas IV-5 e IV-6.
Por motivo de
simplicidade e devido ao alto grau de aproximação da estatística disponível e ainda
lembrando que a investigação encetada busca tão-somente a avaliação das ordens de
grandeza dos riscos, admitiu-se que a freqüência de falha dos equipamentos fosse
tomada como numericamente próxima das taxas de falhas (λ) dos mesmos.
hipótese deverá ser substituída em estudos mais rigorosos posteriormente.
62
Essa
A hipótese assumida para a incerteza na malha de transmissão (linhas +
trafos) atribui à mesma uma indisponibilidade equivalente de 0,01% (10- 4pu) que é
inferior
à
indisponibilidade
real
da
malha
brasileira.
O
valor
médio
de
indisponibilidade das linhas de transmissão no Brasil situa-se em 0,082% e o valor
típico dessa grandeza para trafos é da ordem de 0,05% [4-09] . Nessa perspectiva, os
resultados de confiabilidade que serão obtidos refletirão um limite pessimista de risco.
Tabela IV-5 – Dados Estocásticos Típicos de Linhas e Transformadores
Taxa de Falha
(ocorrências/ano)
Tempo Médio de Reparo
(horas)
Indisponibilidade
(%)
Linhas
0,0365
24,0
10- 2
Transformadores
0,0365
24,0
10- 2
Classe
(MW)
Taxa de Falha
(ocorrências/ano)
10 a 29
9,7236
Tempo Médio de
Reparo
(horas)
19,1608
30 a 59
6,0444
12,6839
0,88
60 a 199
7,6212
24,3902
2,12
200 a 499
10,1400
25,0018
2,89
Itaipu
5,2800
25,0000
1,51
10 a 59
10,5120
46,9263
5,63
60 a 89
34,0764
41,5800
16,17
90 a 129
16,4688
37,2995
7,01
130 a 199
21,2868
34,2818
8,33
200 a 389
50,2824
36,1795
20,77
6,0000
20,0000
1,37
625
50,2824
52,0386
29,37
1245
52,5600
57,0470
34,23
Nucleares
Compensador
Síncrono
Térmicas
Hidráulicas
Tabela IV-6 – Dados Estocásticos Típicos para Geradores (estatística BRACIER)
63
Indisponibilidade
(%)
2,13
Deve-se enfatizar
que o grande mérito desse tipo de avaliação
aproximada é o fornecimento de valores referenciais preliminares, indicativos das
ordens de grandeza dos riscos a serem esperados.
Avaliações posteriores, mais
rigorosas, deverão refletir outros fenômenos de interesse tais como: envelhecimento de
equipamentos, solicitações ambientais, capacidade de reparo, etc.
No estudo encetado, buscou-se utilizar a representação estocástica mais
básica possível com o intuito de aferir, futuramente, o impacto de uma posterior
depuração nos dados.
Neste trabalho, não foram consideradas as incertezas
associadas aos patamares de carga, nem as relacionadas à contingências de reatores,
capacitores e equipamentos de subestações.
Outro aspecto reconhecido como relevante para
a
avaliação da
confiabilidade, refere-se à representação precisa das vinculações (medidas corretivas)
que associam as contingências com alterações topológicas (abertura de linhas,
desligamento de máquina, esquema de alívio de carga, manobras de reatores e
capacitores, reconfiguração topológicas em geral). A modelagem correta desse aspecto
demanda um conhecimento dos protocolos de atuação da proteção do sistema e
envolve
aspectos
relacionados
à
evolução
cronológica
do
próprio
sistema.
Considerando a complexidade desse tópico e dificuldade de identificação de todas as
vinculações relevantes e o caráter simplificado dessa investigação, optou-se pela
modelagem desconsiderando tais vinculações.
IV.4. Modelos
Nesta seção são discutidos aspectos relevantes para a formação do
espaço de estados probabilísticos que norteará o cálculo dos riscos operativos do
sistema.
IV.4.1. Fontes primárias de energia
Esse aspecto é importante para o cálculo do risco da operação porque o
mesmo é refletido diretamente na alocação dos despachos de potência ativa viáveis
para o sistema. Para a avaliação dos riscos operacionais no horizonte de curto prazo é
bastante relevante a modelagem das disponibilidades de combustíveis fósseis e gás ,
dado que os mesmos podem ser afetados por greves, acidentes, etc. (fenômenos com
dinâmica rápida). A disponibilidade hidrológica é tão mais importante quanto maior
for o chamado horizonte temporal de estudos. Para um horizonte muito curto (por
exemplo, o dia), as condições hidrológicas (fenômeno com dinâmica usualmente lenta)
podem ser modeladas deterministicamente, pois o grau de conhecimento sobre as
64
mesmas será significativo. Já para horizontes mais longos (por exemplo, o mês), as
incertezas intrínsecas serão maiores, com influência direta nos níveis de riscos
incorridos.
No caso do Sistema Brasil (vide seção IV.2.1), sabe-se que a condição
operativa da interligação é essencialmente dependente do panorama hidrológico
vigente.
A versão do NH2 usada permite a representação indireta da hidrologia na
composição dos cenários. Destarte, neste trabalho a influência das fontes primárias de
energia são consideradas sob forma indireta, através dos despachos de geração
permitidos nas simulações do NH2.
IV.4.2. Solicitação ambiental
Os fenômenos de solicitação ambiental também apresentam uma
dinâmica com largo espectro de variação, abrangendo desde aqueles muito rápidos
(modelagem de comportamento ceraúnico) até os de dinâmica muito lenta tais como
tempestades geomagnéticas de origem solar (ciclo médio de 11 anos), El-Ninõ, La Ninã,
etc.
Outros fenômenos com constantes de tempo compatíveis com o horizonte de
operação elétrica de curto prazo são: avanço de frentes frias, variação de temperaturas
locais, ventanias, corrosão , etc.
É evidente que a modelagem acurada destes
fenômenos é de grande relevância para a avaliação dos riscos de curto prazo.
O
estágio atual de desenvolvimento do NH2 permite a modelagem indireta de vários dos
fenômenos citados através de uma manipulação conveniente das taxas de falhas (λ),
curva de carga e os comandos do próprio programa.
Não obstante, neste trabalho
optou-se por não considerar nenhum efeito de solicitação ambiental, dado que o objetivo
é estabelecer valores referenciais preliminares.
IV.4.3. Geração
A definição do espaço de estados representativo dos equipamentos de geração de
potência ativa e reativa é fundamental na análise de riscos da operação elétrica de
curto prazo.
Diversos efeitos podem ser aí incluídos, destacando-se entre eles a
operação em regime degradado de máquinas térmicas ("derated states"), os estágios de
tomada de carga de turbinas a gás, a estratégia de manutenção programada, a política
de sobressalentes e estoques, a eficiência do reparo, restrições operativas (por
exemplo, cavitação), a coleção de estados operacionais de interesse (por exemplo,
reserva fria sincronizada ou não, máquina reparada porém indisponível, etc).
Dependendo dos fenômenos modelados, a complexidade da cadeia de Markov
correspondente pode atingir níveis elevados. Na versão atual do NH2, é fundamental
ressaltar que as constantes de tempo da cadeia utilizada sejam significativamente
65
inferiores às segmentações temporais analisadas, porque as probabilidades são
tratadas em estado estacionário (ou seja, o modelo Markoviano usado despreza a
variação temporal das probabilidades). Em outras palavras, isso quer dizer que não
tem sentido tentar efetuar uma monitoração horária do risco se for constatado que em
intervalos dessa magnitude as probabilidades ainda não atingiram o regime
permanente. Assim, a representação da parte transitória das probabilidades (Figura
IV.2) é reconhecidamente umas das futuras adaptações necessárias para a atual
versão do programa.
Sendo o NH2 um programa para cálculo de índices de
confiabilidade a longo prazo, os índices por ele calculados só têm valor após um tempo
de acomodação de uma exponencial crescente, conforme mostrado na Figura IV.2.
Lembrando da teoria de controle, o tempo de acomodação (t s) é o tempo necessário
para a resposta entrar dentro de uma faixa de tolerância em torno do valor final, dada
por uma fração ± e do valor final, e permanecer dentro desta faixa após esse tempo.
Normalmente, faz-se essa tolerância igual a 0,02 (2%) ou 0,05 (5%).
Índice
t1
t2
ts
tempo
Figura IV-2 – Representação da parte transitória das probabilidades
Convém ainda notar que para segmentações temporais muito reduzidas
(por exemplo, meia hora), não há tempo hábil para o reparo e, nesse caso, o estado de
falha do modelo Markoviano a dois estados seria absorvente (Figura IV-3). Nesse caso,
poder-se-ia tentar "enganar" o programa utilizando tempos médios de reparo tendendo
para o "infinito" (por exemplo, valores iguais a 999999).
66
λ
REPARO
OPERAÇÃO
µ
X
Figura IV-3 – Modelo de Markov a dois estados, com estado de falha absorvente
A versão atual do NH2 permite modelagem do espaço de estado da
geração a múltiplos estados, possibilitando uma ampla gama de análises, que são
relevantes para a operação.
Dado que este estudo é preliminar, optou-se por
representar o espaço probabilístico da geração da forma mais simplificada possível.
Assim, tanto os geradores quanto os compensadores síncronos foram modelados por
cadeias de Markov a dois estados, representando os estados de falha e operação
normal (Figura IV-4).
λ
REPARO
OPERAÇÃO
µ
Figura IV-4 – Modelo de Markov a dois estados
IV.4.4. Topologia
A modelagem estocástica da topologia compreende a representação de
nós e ramos.
A modelagem dos nós visa refletir os riscos oriundos das falhas em
subestações.
A modelagem dos ramos mostra o impacto das falhas nos elementos
longitudinais e transversais da rede.
Embora as falhas nodais tenham um impacto profundo nos níveis de
risco operativo do sistema, a atual versão do programa NH2 não admite uma
modelagem probabilística direta desses efeitos.
Não obstante, diversos artifícios
podem ser utilizados (por exemplo, criação de pequenos trechos de linhas fictícias com
vinculação adequada de contingências, distorção adequada das taxas de falha dos
trechos de linha conectados à subestação de interesse, etc) visando uma consideração
aproximada da influência nodal nos riscos do sistema. A influência estocástica nodal
não é tratada nesta avaliação, devendo ser objeto de uma investigação específica.
67
A modelagem dos ramos longitudinais no que concerne linhas CA e
transformadores é viabilizada por cadeias de Markov a múltiplos estados, permitindo a
modelagem de contingências simples, duplas e de ordem superior e quedas de torres
com vários circuitos. A modelagem de transformadores de dois enrolamentos é trivial,
mas a modelagem de transformadores de três enrolamentos exige a manipulação
adequada de dados de taxas de falha já que há necessidade da introdução de um
barramento e ramos equivalentes fictícios. A modelagem de elos de corrente contínua
não é diretamente factível na versão 5.0 do programa NH2, muito embora seja viável o
uso de um artifício baseado em cadeias a múltiplos estados [4-03] . Neste trabalho, a
representação da influência do elo CC nos casos do Sistema S/ SE/ CO e Sistema Brasil
é descrita na seção II.3.2.1. Linhas CA e transformadores de dois e três enrolamentos
são modelados por cadeias de Markov a dois estados, representando situações de
operação e falha. Dado que a geração foi modelada de forma agregada para fins de
cálculo de fluxo de potência, os transformadores elevadores forem representados por
equivalentes.
Em futuros estudos tais equipamentos deverão ser representados de
forma individualizada.
A modelagem estocástica de ramos transversais (capacitores e reatores)
não é diretamente factível na presente versão do NH2. Entretanto a influência das
falhas desses elementos no nível de risco do sistema também pode ser avaliada
indiretamente por manipulações adequadas de vinculações e uma seqüência de
comandos especialmente estruturada. Embora seja inquestionável a influência desses
elementos nos níveis de risco operativos, neste trabalho, não será realizada nenhuma
modelagem de ramos transversais.
IV.4.5. Carga
A análise do risco operativo no sentido amplo, reflete basicamente as
condições de atendimento à carga sob o ponto de vista de continuidade, adequação e
segurança.
Assim sendo, a modelagem da carga constitui uma etapa muito
importante no processo de avaliação. Entre os aspectos de interesse para o cálculo do
risco podem ser citados:
(i)
a consideração de uma correlação espacial entre barramentos de carga, para
um dado instante de tempo, diferente de um;
(ii)
a representação percentual de parcelas de impedâncias, correntes e potências;
(iii) a composição percentual em termos de consumidores comerciais, residenciais
e industriais;
(iv)
fator de potência nodal;
68
(v)
histórico da carga realizada ou a previsão de carga disponível (com as
respectivas incertezas) para cada segmentação temporal de interesse, e
(vi)
a cronologia da curva de carga.
Os aspectos (i), (iii) e (vi) não são contemplados pela versão usada do
programa NH2. O aspecto (ii) é parcialmente contemplado visto que o programa
admite a modelagem da carga como função da tensão. O aspecto (iv) é um dado de
entrada para as simulações e o aspecto (v) também é tratado como dado de
entrada.
Para cada segmentação temporal de interesse, a carga realizada ou
prevista é transformada num modelo Markoviano a múltiplos estados, admitindose um total de até 36 estados que são representativos dos patamares de carga
considerados significativos para a segmentação temporal em questão.
As
intensidades de transição entre os estados probabilísticos (isto é, os patamares de
carga)
bem
como
suas
respectivas
probabilidades
de
ocorrência
são
automaticamente calculados por técnicas de agregação estatística otimizada
("clusters") que preserva aproximadamente a equivalência energética (área sob a
curva de carga) entre a curva de carga original e a curva de carga discretizada em
patamares
[4-04].
Observa-se que essa técnica provoca a perda da "memória"
cronológica da carga.
Na análise elétrica determinística de curto e médio prazos é usual a
definição de patamares de carga pesada, média, leve e, em alguns casos, mínima.
Esse tipo de modelagem também é factível na versão do NH2 em uso, desde que sejam
conhecidas as durações relativas em horas de cada um desses patamares e os valores
em pu dos mesmos. Também pode ser utilizada outra modelagem de carga disponível
na versão do NH2, onde a leitura da curva de carga pode ter período anual ou mensal
com coeficientes de sazonalidade / tendência
[4-06].
Neste trabalho, as condições de modelagem da carga variam caso a caso e
s ão explicitadas como condicionantes dos resultados obtidos (vide seção II.3.2).
IV.4.6. Demais modelos relevantes para os riscos da operação
Além dos modelos supramencionados, diversos outros fenômenos, efeitos
e condicionantes influenciam a formação do espaço de estados probabilísticos do
sistema de potência e como tal impactam os níveis de risco do sistema.
mesmos cabe citar os seguintes:
(i)
modelos de esquemas de controle de emergência e proteção;
(ii) modelos de manutenção;
(iii) modelos cronológicos de solicitação de desligamentos;
69
Entre os
(iv) modelos de manobras topológicas e remanejamento de carga;
(v) modelos de implementação de compartilhamento da rede ( wheeling);
(vi) modelos de interferência humana (erros do operador, situações especiais,
etc).
Com exceção do item (vi), todos os demais são passíveis de representação
com maior ou menor grau de aproximação com a versão atual do programa NH2.
Neste trabalho, essas influências não serão modeladas, dado que o objetivo principal é
a busca de balizadores referenciais preliminares.
IV.5. Condições de Simulação
A seção precedente evidenciou a riqueza de influências que contribuem
na composição do espaço probabilístico de estados que deve ser considerado na
avaliação dos riscos operacionais do sistema.
Por conseguinte, a variedade de
resultados é então igualmente abrangente, implicando na necessidade de uma grande
clareza no que diz respeito ao conjunto de premissas que origina esses mesmos
resultados.
Em outras palavras, a relação entre as sutilezas das premissas e os
respectivos resultados (isto é, níveis de risco do sistema) deve ser inequívoca. Por este
motivo, as condições específicas de simulação serão registrados no próximo capítulo,
conjuntamente com os resultados.
IV.6. Registro de Resultados
IV.6.1. Definições dos índices de confiabilidade para compreensão dos resultados
do NH2
Para a conveniência do leitor, relacionam-se, a seguir, os índices básicos
normalmente calculados pelos programas computacionais de avaliação de riscos e
suas respectivas interpretações simplificadas, tomando-se como base o ano [3-16].
A notação aqui utilizada toma como base a nomenclatura preconizada
pelo antigo Subgrupo de Confiabilidade:
• PPC - Probabilidade de perda de carga (% ou pu). É amiúde referido como
LOLP .
Define-se também o chamado PVS, probabilidade de violação no
sistema (ou
SPP , "system problem probability")
quando
contabiliza-se
cumulativamente a probabilidade de ocorrência de todos os modos de falha
(isto é,
sobrecargas,
insuficiência
subtensões,
sobretensões,
isolamento de cargas,
de geração, etc), anteriormente à
aplicação de medidas
corretivas, tais como redespacho, etc. A comparação entre PPC e PVS reflete o
grau de eficácia das medidas corretivas;
70
• EPC - Expectância de perda de carga (horas/ ano). É obtida pelo produto da
PPC (pu) por 8.760. Uma outra notação usual é LOLE;
• F - Freqüência média de perda de carga (ano-1). Quantifica o número médio de
vezes no ano em que o modo de falha ocorre. É amiúde referido como LOLF;
• D - Duração média de perda de carga (horas ).
Quantifica a duração média
acumulada no ano do modo de falha. É obtida pela divisão da EPC (isto é,
LOLE) pela freqüência F. Usualmente é também citado como LOLD ou R;
• EPNS - Expectância da potência não suprida (MW/ ano).
Quantifica a
expectância da potência ativa interrompida provocada pelos modos de falha
considerados. Também referida como DNS;
• EENS - Expectância da energia interrompida (MWh/ ano). Quantifica a energia
média acumulada anual interrompida devido à ocorrência dos modos de falha
considerados. É estimada a partir do valor da expectância da potência ativa
interrompida no período. Admite duas aproximações, a saber, EPNS × 8.760 ×
PPC (pu) esta alternativa é utilizada pelos programas GATOR 3.0 e CGS ,
e EPNS × 8.760 esta alternativa mais pessimista é utilizada pelo programa
NH2. Também referida como EAI (energia anual média interrompida);
• IMG - Indisponibilidade média global (hora/ ano). Quantifica o número médio
de horas em que haveria interrupção de carga caso a demanda máxima se
verificasse durante todo o tempo. Calculado pela divisão de EENS pela ponta
de carga anual (MW);
• SEV - Severidade (minuto). Quantifica uma duração fictícia que causaria uma
interrupção de energia equivalente à ocorrida no sistema, supondo-se que o
pico de carga é constante. É igual a IMG × 60.
Trata-se de um índice de
grande interesse dado que para o mesmo já existem critérios internacionais de
classificação;
• ICE - Índice de confiabilidade de energia (%). É o quociente de EPNS pela carga
total da região de interesse em MW (pico de carga).
Este indicador é
semelhante ao chamado risco estático, dado pela relação entre a energia não
suprida e a energia efetivamente suprida num dado período.
IV.6.2. Os resultados emitidos pelo NH2
No que concerne aos resultados gerados pelo programa NH2, convém
observar os aspectos a seguir.
71
A Estimativa dos Índices de Corte de Carga no Sistema diz respeito aos
valores de índices obtidos após a aplicação das medidas corretivas (ou operativas)
para eliminação dos modos de falha.
Pode-se avaliar a eficiência das medidas
corretivas comparando as probabilidades associadas aos estados de falha antes (PVS probabilidade de violação no sistema) e depois (PPC - probabilidade de perda de carga)
do efeito das medidas. Assim, tem-se:
Eficiência das medidas operativas = 1 −
PPC
%.
PVS
(4.1)
Os Índices Calculados, isto é, os valores impressos como estimativa dos
índices de corte de carga no sistema são a PPC (pu); EPNS (MW); EPC (horas/ ano);
EENS (MWh/ ano); F (ano-1); D (horas); SEV (minutos) e ICE(%);
Os índices calculados admitem a seguinte decomposição funcional:
Valor global = Parcela ger + (Parcela trans + Parcela efeitos compostos) .
(4.2)
O valor global já é naturalmente calculado pelo programa e a parcela de
geração é obtida pela contabilização exclusiva de todas as contingências simples e
múltiplas do sistema que causam déficit de potência.
A subtração da parcela de
geração do valor global compõe o valor expresso como (T RAN + COMP).
É ainda
possível estimar apenas o valor da parcela oriunda dos efeitos das falhas de
transmissão se for realizada uma simulação por enumeração (vide comando EXEN).
Nota-se que no contexto do novo modelo do setor elétrico brasileiro, esse tipo de
avaliação assume grande importância, pois, poderá refletir a responsabilidade da rede
básica no desempenho global do sistema.
Esse valor, uma vez obtido, pode ser
subtraído da parcela (TRAN + COMP), resultando uma boa estimativa da parcela de
efeitos compostos.
Tais efeitos espelham aquelas contingências simultâneas de
geração e transmissão que de per si não causariam modo de falha, mas que
conjuntamente (efeito composto) o causam. Essa decomposição funcional é relevante
porque auxilia o analista a identificar as partes débeis do sistema (isto é, geração ou
transmissão);
No que se refere à Precisão de Cálculo, cumpre notar que todos os índices
são variáveis aleatórias e como tal, a precisão na estimação das mesmas é expressa
pelo coeficiente de variação β dado pela Eq.(4.3), onde
variável e x é a média amostral.
72
s é o desvio padrão amostral da
β = s/x .
(4.3)
Quanto menor o valor de β , melhor a qualidade
da estimativa.
Observando-se que o valor médio do índice situa-se no denominador, justifica-se o
fato de que sistemas muito confiáveis (isto é, baixa PPC) provocam um β desfavorável
se o desvio padrão for relativamente largo. Dado que o desvio padrão tende a reduzirse com o número de sorteios, a obtenção de uma boa precisão nos índices de
confiabilidade de sistemas muito confiáveis só é obtida mediante o processamento de
um número maior de sorteios do que seria necessário no caso de sistemas menos
confiáveis. Em princípio, considera-se que valores de β iguais ou inferiores a 5% são
satisfatórios.
O cálculo do coeficiente de variação de uma variável aleatória (LOLD) que
é função de outra variável aleatória cujo coeficiente de variação é conhecido (como é o
caso da Duração) é aproximado por (vide Apêndice B)
[4-05]:
β L2OL D = β L2OL F − β L2OL P .
(4.4)
No que se refere à Composição do Espaço Probabilístico de Estados para
cada topologia analisada, o programa fornece alguns dados sobre a natureza dos
eventos tratados.
Visando ilustrar o tipo de informação disponibilizada, seja o
seguinte exemplo retirado de um processamento usual:
- ÍNDICES DE CONFIABILIDADE COM AMOSTRA = 2994 EVENTOS
- N ÚMERO DE EVENTOS S IMULADOS E S OLUCIONADOS: 2994
- N ÚMERO DE EVENTOS CRÍTICOS :
•
COM PROBLEMAS NO SISTEMA: 1882
•
COM CORTE DE CARGA: 65
Neste caso, o espaço probabilístico de estados é composto de 2994
elementos.
Cada elemento representa uma certa combinação envolvendo linhas,
transformadores, geradores e patamares de carga. A probabilidade de cada elemento é
dada pelo produto das probabilidades de cada item (linha, transformador, etc). Do
total de 2994 eventos, 1882 apresentaram modos de falha, enquanto 2994 – 1882 =
1112 foram reconhecidos como estados aceitáveis (sem modos de falha). Dos 1882
estados inicialmente com violação operativa, 1882-65 =1817 tiveram as violações
eliminadas simplesmente através dos controles intrínsecos do programa (redespacho
de potências ativa e reativa, variação de tapes), enquanto 65 casos só tiveram suas
73
violações eliminadas procedendo-se cortes de carga. Através do número de eventos
críticos com corte de carga (65) e o número total de eventos críticos (1882), pode-se
avaliar um outro indicador de eficiência das medidas corretivas do programa. Neste
exemplo, a eficiência pode ser avaliada como de 1 - (65/ 1882) = 96,55 %.
Para o Percentual de Modos de Falha, a Tabela IV-7 ilustra um exemplo
da discriminação dos modos de falha disjuntos emitida pelo programa.
Tabela IV-7 – Modos de Falha Disjuntos
Ilhamento
Probabilidade
(pu)
0,77 E - 02
Percentual
(%)
1,22
Fluxo
36,74 E -04
0,58
Tensão
0,37
59,19
Catastrófico
0
0
Fluxo + Ilhamento
33,40 E - 05
0,05
Tensão + Ilhamento
11,02 E - 03
1,75
Tensão + Fluxo
0,23
36,03
Fluxo + Tensão +Ilha
73,48 E -04
1,17
Outros
0
0
Sistema
0,6286
100
Modo de Falha
O modo de falha disjunto é a contabilização distinta do modo de falha,
excluindo a superposição de eventos.
Pode ser calculado antes da aplicação das
medidas corretivas, fornecendo os índices de problemas (S PP ) ou após as medidas
corretivas, fornecendo os índices de corte (L OLP , EENS e LOLF ).
A contabilização
disjunta dos modos de falha reflete algumas das áreas coloridas na Figura IV-5.
Tensão
Tensão
+
Fluxo
Fluxo
Fluxo+
Tensão+
Tensão
Ilha
Fluxo
+
+
Ilha
Ilha
Ilhamento
Catastrófico
Figura IV-5 – Modos de Falha
74
No exemplo em pauta, a eficiência das medidas operativas (vide Eq. 4.1) é
igual a (1 - 0,02171/ 0,6286) = 96,55 %. É interessante notar que os dois indicadores de
eficiência citados, embora nesse caso particular sejam numericamente idênticos, são
conceitualmente distintos.
O indicador da eq. 4.1, baseia-se em relações de
probabilidades enquanto o outro fundamenta-se em contagem de número de estados.
Nas situações em que certos casos divergentes são retirados da estatística, a igualdade
numérica desaparece.
O modo de falha ILHAMENT O reflete a perda de carga por
isolamento (por exemplo, contingências em linhas alimentando cargas isoladas). Esse
modo de falha é muito importante em sistemas radiais. O modo F LUXO diz respeito à
sobrecargas, sendo muito importante em redes
operadas
com condições
de
partilhamento. O modo de falha T ENSÃO se refere à ocorrência de violações de tensão
(sub e sobretensão), sendo indicativo dos níveis de estresse da malha ou capacidade
operacional (chaveamentos, desligamentos).
O
modo de falha
CAT AST RÓFICO
representa os casos de fluxo de potência onde não foi possível a convergência e,
consequentemente, saíram da análise estatística.
A principal utilidade da Tabela IV-7 reside na identificação dos piores
modos de falha simples (entendendo-se como simples aquele modo de falha que ocorre
sem a superposição de um outro modo de falha, por exemplo, apenas ilhamento, etc).
Outro resultado dado pelo programa é mostrado na Tabela IV-8, que
registra a aglutinação não disjunta dos modos de falha, ou seja, os modos de falha
são aí contabilizados de forma simples e com a inclusão de outros modos além
daquele sob contabilização, isto é, modo de falha ILHA = modos de falhas [ILHA +
(ILHA + TENSÃO) + (ILHA + FLUXO) + . . .]. Tal tabela permite a identificação do
modo de falha mais expressivo nos índices, sejam de forma individual ou na presença
de outro. O modo de falha DEFICIT DE P OT ÊNCIA está associado à incapacidade da
geração instalada atender à ponta de carga. Este modo resulta de uma comparação
simples entre total de geração G e carga D (NH1). Caso G seja menor que D, ocorre
déficit de potência. Na simulação Monte Carlo, esta análise é um subproduto, pois
após o sorteio de saídas forçadas de geradores e flutuações na carga (caso o usuário
permita) tem-se de imediato a comparação G/D.
Outros resultados importantes que o programa NH2 gera são:
i. sumário de problemas de sobrecarga e de tensão no sistema;
ii. índices de confiabilidade por barra e por área, e
iii. estimativas dos custos marginais de potência e de circuito por área.
Com relação ao item i , são descritos os problemas de sobrecarga nos
circuitos respeitando os seus carregamentos normais. São também relacionados os
75
problemas de tensão nas barras do sistema, levando em consideração as faixas de
tensão das mesmas.
Com relação ao último item, são relacionados os custos
marginais (CM) probabilísticos ordenados decrescentemente. Os maiores CM de barra
sinalizam as melhores barras para injeção de potência ativa (barras candidatas a
receber usinas térmicas) ou as piores para retirada de potência ativa no sentido
de reduzir o corte de carga (função objetivo mínimo corte de carga). Os maiores CM de
circuitos sinalizam os circuitos mais recomendados para duplicação, recapacitação,
com o mesmo objetivo de reduzir índices de corte. No contexto da operação, seriam os
circuitos que deveriam ser citados com os de maior empenho por parte da manutenção e
necessidade de redundâncias desses equipamentos.
Tabela IV-8 – Modos de Falha não Disjuntos
Modo de Falha
Probabilidade
Ilhamento
0,26 E - 01
Fluxo
0,24
Tensão
0,62
Catastrófico
0
Déficit de Potência
0
IV.6.3. Composição de sumário de resultados
O volume de resultados numéricos obtidos em cada processamento típico
do NH2 para o sistema brasileiro é bastante acentuado.
Visando facilitar a
interpretação e divulgação desses resultados, mormente nos níveis gerenciais, é
conveniente o registro de uma síntese como sugerido na Figura IV-6.
Observa-se que o custo de interrupção exige o processamento de uma
versão especial do NH2 (ainda não liberada ao público) e espelharia o prejuízo dos
consumidores residenciais, comerciais e industriais, enquanto o custo de não
faturamento reflete o prejuízo empresarial pela não realização da venda de energia.
Além dos dados quantitativos é relevante a emissão de um diagnóstico qualitativo
indicando a robustez ou "saúde do sistema" (vide seção III.7). Sugere-se, em princípio,
a caracterização desta robustez através de variáveis difusas representando os estados
de operação normal , risco moderado e alto risco , todos três associados a um nível
de pertinência a ser avaliado.
Ressalta-se que esta proposição exige investigações
adicionais, que não serão abordados neste trabalho, constando aqui apenas como
sugestão de futuras investigações
[4-08].
76
•
Período:
•
Sistema:
•
Nivel de Risco (PPC):
•
Severidade (minutos):
•
Expectância da Energia Interrompida (MWh):
•
Custo de Interrupção (106 US$):
•
Custo de não Faturamento (106 US$):
•
Diagnóstico Qualitativo:
%
- Operação Normal
(Nível de Pertinência:.........)
- Operação em Risco Moderado
(Nível de Pertinência:.........)
- Operação em Alto Risco
(Nível de Pertinência:.........)
•
Comentários:
Figura IV-6 – Modelo de Registro Sintético de Resultados
Além dos índices globais (PPC, F, EENS, etc.), também são de interesse
certos registros associados ao desempenho do algoritmo de simulação, tais como:
–
Número de simulações não solucionadas;
–
Número de configurações simuladas e solucionadas (configurações com modos
de falha eliminadas via medidas operativas e via corte de carga);
–
Probabilidade de violação no sistema (PVS , %)
–
Eficiência das medidas operativas [ ( 1 - (PPC) / PVS) ] ,%.
Quanto aos índices estáticos por barramento e por área (índices locais),
sugere-se a ordenação dos riscos por tipo de índice, visando a identificação dos
barramentos mais e menos favoráveis, e o levantamento de estatísticas e distribuições
probabilísticas de interesse (e.g. fluxos em determinadas interligações) .
Outros
resultados de interesse, indicativos das precisões obtidas estão a seguir citados:
–
Número de simulações solicitado
–
Melhor coeficiente de variação (β ) atingido por índice global;
–
Melhor coeficiente de variação atingido por índice por barra;
–
Pior coeficiente de variação atingido por índice global, e
–
Pior coeficiente de variação atingido por índice por barra.
O registro dos índices dinâmicos deverá refletir a evolução temporal do
risco do sistema calculado para cada segmentação temporal e não será aqui abordado.
77
IV.7. Sumário
Este capítulo aglutinou um conjunto de informações, hipóteses e
sugestões de procedimentos úteis para a monitoração dos riscos probabilísticos de
sistemas de potência complexos e de grande porte. Essas premissas serão adotadas
para o cálculo dos níveis de risco do sistema elétrico brasileiro, a ser discutido no
capítulo seguinte.
78
Capítulo V
“One must learn by doing a thing; for though you think you know it, you have
not certainty until you try.”
Sophocles.
V. RISCO PROBABILÍSTICO DE REFERÊNCIA DO SISTEMA ELÉTRICO
BRASILEIRO: RESULTADOS
V.1. Introdução
O objetivo deste trabalho é a estimação dos níveis referenciais de risco do
sistema elétrico brasileiro, isto é, do Sistema Interligado Nacional (SIN). Esse resultado é
relevante porque, além de inédito, o mesmo servirá como padrão preliminar de
aferição comparativa das ordens de grandeza de avaliações similares subseqüentes.
Como é de conhecimento geral, a
avaliação de indicadores
de
confiabilidade de sistemas de potência é função de um conjunto amplo de
condicionantes, que devem ser detalhadamente explicitados quando da apresentação
dos resultados obtidos. Fornecido um conjunto de dados e uma ferramenta
computacional qualquer, as informações associadas à análise de confiabilidade
encetada devem ser rigorosamente registradas de tal forma que diferentes analistas
consigam reproduzir essencialmente os mesmos resultados numéricos se as premissas
originalmente estabelecidas forem observadas. No caso particular do sistema elétrico
brasileiro, diversas peculiaridades adicionais devem também ser levadas em conta.
Visando atender essa necessidade, este trabalho registra, além de um
conjunto de resultados e suas respectivas análises, uma descrição pormenorizada dos
procedimentos utilizados nas investigações realizadas. Nessa perspectiva, a evolução,
aperfeiçoamento e consolidação das técnicas aqui adotadas também poderá contribuir
para o estabelecimento de uma rotina bem fundamentada de avaliação de riscos.
Como já foi acima mencionado, outra contribuição relevante deste trabalho
situa-se na estimação pioneira das ordens de grandeza dos níveis de risco globais do
SIN. Foram consideradas as incertezas típicas oriundas da própria malha de
transmissão nos níveis de tensão a partir de 69 kV, combinadas com as incertezas do
parque gerador nacional e o perfil típico da curva de carga diária no Brasil.
A importância desses resultados fica evidenciada quando é constatado
79
[5-3]
que investigações semelhantes estão sendo tentativamente obtidas em outros países
(e.g. EUA, Alemanha, República Tcheca). Pode-se, então, verificar que a metodologia
utilizada no Brasil apresenta várias facetas nitidamente superiores às técnicas
utilizadas nesses países.
V.2. Riscos do Sistema Interligado Nacional
Inicialmente, nesta seção, o foco das atenções volta-se para a descrição
detalhada de um grande conjunto de aspectos que podem, direta ou indiretamente,
influenciar a determinação dos indicadores de risco do sistema elétrico brasileiro. A
seguir são comentados os procedimentos de análise utilizados. Os principais
resultados obtidos são então registrados, sendo a análise dos mesmos apresentada na
seção V.3.
V.2.1. Resumo de Premissas
Nas Tabelas V-1 a V-4 apresentam-se um conjunto detalhado de
características que balizaram a investigação realizada. É interessante observar que na
configuração analisada o grau de solicitação do sistema (dado pela razão entre a ponta
de carga ativa e a capacidade instalada) situa-se em 81,7 % , sugerindo uma
significativa margem estática de atendimento. Nessa situação, a grande maioria dos
problemas advém do déficit de energia ou carência de transmissão, dado que a ponta é
amplamente atendida pelo parque gerador instalado, mesmo considerando várias
contingências. Embora seja reconhecido que no Brasil os cenários hidrológicos têm
grande influência nos níveis de confiabilidade global do sistema, nesta primeira
avaliação apenas um único cenário foi tratado, associado ao fluxo de 264 MW no
sentido Norte→Sul na interligação Norte-Sul ( vide Tabela V-2).
O sistema estudado nos casos do SIN foi inicialmente partilhado em 42
áreas representando as regiões de interesse das empresas. A Tabela V-3 mostra a
relação de todas as áreas tratadas. O valor negativo (-5122 MW e 2720 Mvar) associado
à carga da região 1 (Furnas ) advém do modelo de elo CC utilizado nas simulações
(carga negativa em Ibiúna, vide Apêndice J). A última coluna da Tabela V-3 é dada
pela composição das colunas de recursos e de carga, orientando na identificação dos
grandes centros de carga.
Em resumo, o chamado caso #1 refere-se ao SIN (Brasil), setembro de
1999, três patamares (cargas pesada, média e leve), com 42 áreas demarcadas.
Uma segunda análise repartiu todo o sistema em apenas 3 áreas
(sistemas N/NE, S/SE/CO e a Interligação Norte-Sul), visando uma comparação dos
80
níveis de confiabilidade regionais.
Foi finalmente realizada uma terceira análise,
considerando o SIN dividido em submercados, no intuito de se ter uma referência
preliminar do risco em cada submercado.
Ressalta-se que o SIN é repartido em 4
submercados: SUL, SUDESTE/CENTR0-OESTE, NORTE e NORDESTE.
Enfatiza-se
que
em
todas
as
análises
efetuadas
optou-se
pela
representação da carga em três patamares, como já foi mencionado nas seções (II.3.2,
pág. 23) e (IV.4.5). As demais premissas da modelagem da carga são mostradas na
Tabela V-4 e no Apêndice C (vide também Figura V–1).
Para fins de conveniência de consulta do leitor e registro documental,
uma imagem oriunda de uma parcela do arquivo histórico de cenários <cenanew.ns>,
associada ao caso de carga pesada é mostrada no Apêndice H.
O arquivo
<mc_glob_seed.sub> registra (vide Apêndice I) o processamento da análise de
confiabilidade, consoante a descrição da seção V.2.2.3. A disponibilidade de ambos os
arquivos permite a repetição dos resultados numéricos registrados neste trabalho.
81
Tabela V-1 - Principais Características Gerais do Sistema Simulado
Identificação do(s) caso(s)
(código, região, época, regime de carga)
Caso # 1, SIN (Brasil), Setembro 1999, 3
pat amares (pesada, média e lev e)
Valor aproximado dos recursos totais de
geração relacionada ao patamar de carga
máxima em MW – RTOT
55.665
Valor da ponta de carga ativa para o
45.476
sistema, para 1 pu de tensão, em MW – (grau de solicitação do sistema = 45476 / 55665 =
RTOT
81,7 % )
Despacho da geração no caso base de
carga máxima em MW – RTOT
48.461 (na carga pesada)
232 barras de carga na região Nordeste foram
modeladas como função da tensão com os
seguintes parâmetros A = 0 %; B = 60 %; C = 0 %,
D = 100 %. O valor da tensão abaixo da qual as
Modelagem de parcela da carga como
parcelas de potência constante e corrente
função da tensão – DCAR
constante passam a ser modeladas como
impedância constante foi estabelecido como
0,007pu. Observa-se que esta premissa é bastante
conservativa, dado que o valor default é 0,7 pu.
Estimativa de perdas no patamar de carga
máxima em MW – RTOT
2.985
Número de barras
representadas – RSIS
2.465
reais
e
fictícias
Número de ramos representados – RSIS
Número de geradores
representados – DUSI
Circuitos: 3.490; trafos: 1.277; trafos defasadores:
2; total: 4.769
individualizados
474
Número de barras de geração – RSIS
260
− Ilha
Barras de referência do caso – RREF
Elos CC
Solteira (barra 501) com 19 máquinas,
geração máxima de 3254 MW
− Paulo Afonso IV (barra 5022) com 1 máquina,
geração máxima de 1 x 410 MW
− Elo CC em Ibiuna 345 kV (barra 86): carga
negativa de (-5.122 + j 2720) MVA
− Carga da Alumar em São Luis II 230 kV (barra
5551): (641 + j 310)MVA
Total de áreas demarcadas
Modelagens especiais e outros aspectos
relevantes
42
não há
Parâmetros alterados via DCTE
Arquivo Histórico (ULOG2)
Vide apêndice A
Não se aplica
Arquivos de dados e saída
Vide registros parciais nos Apêndices
Limites de carregamento
Vide Tabela IV-2
82
Tabela V-2 - Particularidades do SIN
Identificação do (s) caso (s)
(código, região, época, regime de carga)
Situação operativa de Itaipu 60 Hz:
Caso # 1, SIN (Brasil), Setembro 1999,
3 pat amares (pesada + média + lev e)
Itaipu60 (barra 1107): 8 máquinas gerando 5400
MW
- 8 circuitos foram representados
Circuitos em 765 kV
(modelagem de capacitores série)
- capacitores série não foram modelados sob o
ponto de vista estocástico
Usinas Nucleares
Angra I gerando 450 MW (barra 10)
fluxo de 264 MW no sentido N →S
Interligação Norte-Sul
Interligações Internacionais
não presentes nos casos simulados
Uso de equivalentes (EXEQ)
não foram utilizados
Centros de carga
Malhas secundárias
distribuição)
não demarcados
(subtransmissão,
Modelagem parcial da malha em 138, 69 kV e
níveis mais baixos de tensão
Aspectos energéticos
não foram modelados
83
Tabela V-3 - Áreas Delimitadas do SIN
CÓDIGO
P RESENT ES NO
CONTROLE E
M ONIT ORAÇÃO
(DRMI,DRCC)
RECURSOS DE
G ERAÇÃO MÁXIMA
DA Á R EA EM
CARGA P ESADA RTOT
(MW)
CARGA
P ESADA DA
Á REA
(MW)
SALDO /
D ÉFI CI T
(MW)
FURNAS
1
sim (drcc, drmi)
9633
- 5055
14688
CEMIG
2
sim(drcc, drmi)
5597
3402
2195
CEMIG – SECUNDÁRIA
3
sim(drcc, drmi)
60
2570
-2510
EPTE
4
sim(drcc, drmi)
0
0
0
CESP
5
sim(drcc, drmi)
10558
1168
9390
CESP-SECUNDÁRIA
6
sim(drcc, drmi)
0
1846
-1846
CPFL
7
sim(drcc, drmi)
38
3488
-3450
LIGHT
9
sim(drcc, drmi)
786
4319
-3533
CERJ
10
sim(drcc, drmi)
62
1488
-1426
ESCELSA
11
sim(drcc, drmi)
177
967
-790
CELG
12
sim(drcc, drmi)
674
1172
-498
CEB
13
sim(drcc, drmi)
69
735
-666
CELTINS
16
sim(drcc, drmi)
0
18
-18
ITAIPU (50 E 60 HZ )
17
sim(drcc, drmi)
5840
8
5832
CATAGUAZES LEOPOLDINA
18
sim(drcc, drmi)
10
152
-142
GERASUL
19
sim(drcc, drmi)
3262
52
3210
ELETROSUL
20
sim(drcc, drmi)
0
50
-50
COPEL
21
sim(drcc, drmi)
3796
1384
2412
COPEL SECUNDÁRIA
22
sim(drcc, drmi)
82
1532
-1450
CEEE
23
sim(drcc, drmi)
1114
3037
-1923
CELESC
25
sim(drcc, drmi)
89
1988
-1899
ENERSUL
26
sim(drcc, drmi)
75
481
-406
EMAE (HBORDEN + PIRATININGA)
27
sim(drcc, drmi)
1080
0
1080
ELETROPAULO (ELMA)
28
sim(drcc, drmi)
0
6393
-6393
BANDEIRANTE (EBE)
29
sim(drcc, drmi)
0
3938
-3938
CEMAT (ELETRONORTE)
45
sim(drcc, drmi)
150
13
137
CEMAT (RONDONÓPOLIS) RD-
46
sim(drcc, drmi)
12
132
-120
CEMAT (CUIABÁ )
47
sim(drcc, drmi)
16
266
-250
CEMAT (NOBRES) NO-TG-SI
48
sim(drcc, drmi)
14
137
-123
CEMAT (CACERES)
49
sim(drcc, drmi)
72
50
22
S / SE / CO
ÁREAS
(TOTAL = 42)
BG-CM
84
RECURSOS DE
G ERAÇÃO MÁXIMA
DA Á R EA EM
CARGA P ESADA RTOT
(MW)
CARGA
P ESADA DA
Á REA
(MW)
SALDO /
D ÉFI CI T
(MW)
ÁREAS
(TOTAL = 42)
CÓDIGO
P RESENT ES NO
CONTROLE E
M ONIT ORAÇÃO
(DRMI,DRCC)
CHESF (UHE PAF + UAS + ULG
51
sim(drcc, drmi)
7386
0
7386
CHESF (AREA CENTRO)
52
sim(drcc, drmi)
0
72
-72
CHESF (SUDOESTE DA BAHIA)
53
sim(drcc, drmi)
950
290
660
CHESF (AREA SUL)
54
sim(drcc, drmi)
50
2295
-2245
CHESF (AREA LESTE)
55
sim(drcc, drmi)
0
2539
-2539
CHESF (AREA NORTE)
56
sim(drcc, drmi)
0
1181
-1181
CHESF (AREA OESTE)
57
sim(drcc, drmi)
216
500
-284
ENORTE ((AREA MARANHÂO)
58
sim(drcc, drmi)
0
364
-364
59
sim(drcc, drmi)
3698
998
2700
A LBRAS + A LUMAR
61
sim(drcc, drmi)
0
1286
-1286
SALGEMA
62
sim(drcc, drmi)
0
165
-165
INTERLIGAÇÃO NORTE - SUL
63
sim(drcc, drmi)
0
57
-57
N / NE
+ UX)
ENORTE
(AREA
TUCURUI
-
BELEM)
Identificação do (s) caso (s)
(código, região, época, regime de carga)
Definição do espaço de estados
Caso # 1, SIN (Brasil), Setembro 1999, 3 patamares (pesada+média+leve)
Constituído de 4769 elementos de transmissão, 474 geradores e 3
patamares de carga
85
Tabela V-4 - Definição de Curva de Carga (DCEN)
Identificação do (s) caso (s)
(código, região, época, regime de carga)
Obtenção dos dados (cálculo externo, MODCAR)
Arquivo MODCAR
Caso # 1, SIN (Brasil), Setembro 1999,
3 pat amares (pesada+média+lev e)
MODCAR
Vide Apêndice C
Arquivo (ULOG 3) de definição de cenários (NCEN)
Número de Patamares de carga (cenários)
<cenanew.dat>, vide Tabela V- 7
3
Incertezas relativas da carga ativa do sistema (%)
zero
Incertezas relativas da carga reativa do sistema (%)
zero
Número de ordem do cenário
1
Nível de carga do cenário (pu)
1,0 (45 476 MW)
Descrição
Pico sem Incerteza (carga pesada)
Probabilidade de ocorrência do cenário (pu)
0,2083333 = (5 / 24)
Número de níveis para os quais há transições
um (carga média)
Taxa de transição para o nível 2 (ocorrências/hora)
0,2
Taxa de transição para o nível 3 (ocorrências/hora)
zero
Número de ordem do cenário
2
Nível de carga do cenário (pu)
0,8535 (38 814 MW)
Descrição
Carga média
Probabilidade de ocorrência do cenário (pu)
0,5 = (12 / 24)
Número de níveis para os quais há transições
dois (carga pesada e leve)
Taxa de transição para o nível 1 (ocorrências/hora)
0,08333
Taxa de transição para o nível 3 (ocorrências/hora)
0,08333
Número de ordem do cenário
3
Nível de carga do cenário (pu)
0,6238 (28 368 MW)
Descrição
Carga leve
Probabilidade de ocorrência do cenário (pu)
0,2916667 = (7 / 24)
Número de níveis para os quais há transições
um (carga média)
Taxa de transição para o nível 1 (ocorrências/hora)
zero
Taxa de transição para o nível 2 (ocorrências/hora)
0,14286
Manipulação dos níveis de carga por área (DANC)
- ajuste no despacho apenas pela swing (dfix)
86
estas facilidades não foram acionadas
120
Pesada
100
Média
% Carga Pesada
Média
80
Leve
60
40
20
0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
Horas
Figura V-1 - Curva por Patamar de Carga Diária Típica do SIN
V.2.2. Procedimentos de Avaliação
Os procedimentos utilizados para o processamento do SIN estão descritos
abaixo.
V.2.2.1. Processamento individual dos casos de fluxo de potência para cada
cenário
Os arquivos utilizados para a análise de confiabilidade eram provenientes
de casos convencionais de fluxo de potência (cargas pesada, média e leve),
originalmente processados via ANAREDE. Assim, a primeira dificuldade encontrada
situou-se na incompatibilidade entre os arquivos históricos dos programas NH2 e
ANAREDE (na versão mais recente do programa essa dificuldade foi superada). A
solução adotada baseou-se na obtenção de uma imagem em cartão de todos os casos
de fluxo de potência em estudo. Isso, por sua vez, acarretou outra dificuldade, uma
vez que os casos originalmente gravados em arquivo histórico (savecase), guardam os
valores de tensão e de ângulo com precisão dupla. Assim, ao obter-se a imagem em
cartão, os valores de tensão e ângulo são truncados devido ao tamanho do campo do
cartão de entrada de dados de barra (DBAR), perdendo a precisão original. A
conseqüência dessa perda é que os casos não convergem ou convergem em outro
ponto de operação distinto daquele acertado no planejamento da operação a curto
prazo.
87
Adaptações como as substituições do elo CC por uma carga negativa na
barra de Ibiúna 345kV, dos compensadores estáticos por compensadores síncronos e
dos capacitores séries chaveados simplesmente por capacitores séries foram efetuadas
manualmente nos casos estudados, uma vez que a versão do programa utilizada não
possuía modelagens para esses elementos (na versão mais recente, essas mudanças
são automáticas).
Efetuadas todas essas adaptações, o próximo passo foi (i) a busca de
convergência, (ii) eliminação de violações operativas de cada patamar e (iii) registro
das diferenças topológicas entre os cenários. A convergência foi obtida com base nos
controles tradicionais de perfis de tensão e limites de reativo (CTAP, CREM e QLIM). A
eliminação de violações foi alcançada via ajuste manual do caso de fluxo de potência.
O registro das diferenças topológicas entre os três cenários faz-se necessário para a
posterior montagem do arquivo histórico de cenários.
A seguir, efetuou-se a montagem dos blocos de cartões de controle dos
dados probabilísticos associados a cada cenário. As taxas de falhas e os tempos médio
de reparo utilizados foram aqueles mencionados no Capítulo IV e mostrados nas
Tabelas IV-5 e IV-6.
Nesse momento, dispunha-se de três arquivos distintos contendo casos
de fluxo de potência convergidos e sem violações operativas. Sendo esses o caso de
carga pesada (P_New) e os casos de Média e Leve, associados ao cenário de carga
pesada (cenanew.dat ). Dispunha-se também de blocos de dados probabilísticos
representativos de cada cenário, assim como a caracterização das diferenças
topológicas existentes entre esses mesmos cenários. Tais dados também foram
armazenados nos arquivos citados. As estruturas desses três arquivos são iguais,
como é mostrado na Tabela V-5, para a conveniência do leitor.
É de interesse notar que os limites de geração de reativo (comando
DUSI, vide Apêndice A) de algumas usinas foram deliberadamente deixados abertos.
Isso foi motivado pela falta de informações adequadas quando da montagem do
arquivos. Essa premissa representa recursos de controle inexistentes no sistema
estudado e que se refletirá numa avaliação otimista da confiabilidade. Os limites de
tensão (comando DTEN, vide Apêndice A) foram adaptados de acordo com os relatório
dos estudos elétricos do planejamento da operação a curto prazo do GCOI (vide Tabela
IV-4, seção IV.3).
88
Tabela V-5 - Estrutura dos Arquivos de Cenários
T OPOLOGIA
titu - Título do caso
dcte - Definição de constantes
dbar - Dados de barras
dlin - Dados de linhas
dare - Dados de áreas e intercâmbios
dcar - Dados p modelagem da carga em função da tensão
R ECURSOS DE CONTROLE
dusi - Dados de capacidade de usinas
dten - Dados dos grupos de limites de tensão normal e de emergência
DADOS E STOCÁSTICOS
decg - Dados estocásticos de geradores por classes de usina
dcts - Dados estocásticos de ramos e alterações vinculadas
dcen - Dados estocásticos de cenários (obtido via MODCAR)
CONTINGÊNCIAS, C ONTROLES E M ONITORAÇÃO
drmi - Define região de interesse para o cálculo de confiabilidade e monitoração
drcc - Define região de contingências e controles (espaço probabilístico de estados)
Numa primeira avaliação, as regiões de contingências, controle e
monitoração (DRCC, DRMI) foram definidas como sendo idênticas e abrangendo todo o
SIN. Essa premissa parte do pressuposto que o algoritmo de fluxo de potência seria
capaz de provocar ações de controle apenas em regiões eletricamente próximas das
zonas de ocorrências de contingências.
O espaço probabilístico de estados associados a equipamentos compõe-se
de todas as linhas, transformadores e geradores, inclusive os elevadores de usina. O
espaço probabilístico sistêmico completo também considera o modelo estocástico da
carga, como definido na seção II.3.2 e Tabela V-4. Assim, as ordens de grandeza dos
índices de confiabilidade obtidos, refletem, pioneiramente, o universo de incertezas
89
associado ao sistema brasileiro integrado na sua totalidade. A posterior demarcação
adequada de áreas permite a comparação dos níveis de riscos dos grandes
subsistemas N/NE e S/SE/CO.
V.2.2.2. Montagem dos arquivos históricos de cenários
Existem duas alternativas básicas para a obtenção de cenários:
i)
os cenários podem ser montados a partir do caso de carga máxima, utilizando-se
apenas os percentuais de carga associados a cada patamar que se queira
representar. Essa opção não foi escolhida pelo fato de que quando se
confeccionam os casos com os patamares desejados, respeitando somente os
percentuais de carga indicados no comando DCEN, os mesmos freqüentemente
não convergem. Isso ocorre porque as diferenças nas condições operativas entre os
casos é ignorada (e.g. chaveamentos de equipamento, diferenças topológicas, etc),
e
i i ) os cenários podem ser montados a partir de casos individuais de fluxo de potência
já convergido. No trabalho, os casos para a confecção dos cenários foram
proveniente do Estudo da Operação de Curto Prazo. O caso de referência foi o de
carga pesada.
Para essa última alternativa de confecção de cenário é necessário além
dos casos, as seguintes etapas descritas a seguir:
a) inicialmente, são comparadas as topologias dos pares de casos de cargas "pesada
e média" e "pesada e leve”. Isso é necessário porque a gravação do arquivo de
cenários só é possível se todos os casos tiverem a mesma configuração (números
de barra idênticos). Em outras palavras, é necessário compatibilizar o caso de
carga máxima com todos os outros patamares simulados. Essa comparação dos
números de barra entre os casos foi realizado manualmente. Deve-se ressaltar
que mesmo que as topologias sejam diferentes, devem ser introduzidas as barras
que faltam em todos os casos. Dessa forma, para que os processamentos de fluxo
de potência dos casos média e leve ocorressem adequadamente, foram, nesta
etapa, identificadas as diferenças das configurações média e leve em relação à
configuração pesada. Cabe ainda lembrar que a opção ILHA é obrigatória quando
da execução dos fluxos de potência dos casos pesada, média e leve (vide subetapa c);
b) após essa compatibilização, grava-se o caso de carga pesada (EXLF, NEWT,
CTAP, CREM QLIM e ILHA) em um savecase de cenários (cenanew.ns). Para
conveniência do leitor, a seqüência aqui usada é ilustrada na Tabela V-6;
90
Tabela V-6 - Criação e Inicialização do Arquivo Histórico de Cenários
Comandos
Descrição
Ulog
Unidade lógica
1
Número da unidade lógica
p_new
Arquivo imagem em cartão do caso pesada
exlf newt ctap crem qlim ilha
Códigos de execução para o fluxo de potência
ulog
Unidade lógica
4
Número da unidade lógica
cenanew.ns
Arquivo histórico de cenários
arqv inic cena
Iniciando o arquivo de cenários
Sim
Confirmação da inicialização do arquivo de
cenários
Sistema Malha Brasil
Identificação dos cenários
arqv grav cena
Códigos de gravação no arquivo de cenários
1
Grava na posição 1 do arquivo histórico de
cenários o caso de carga pesada
c) a seguir, montou-se um arquivo seqüencial <cenanew.dat> contendo as
configurações das cargas média e leve. Isto foi feito aglutinando os arquivos de
fluxo de potência dos casos de cargas média e leve e os comandos necessários
para o programa ler os patamares corretamente dentro do arquivo. Também
foram feitas as alterações topológicas necessárias em relação ao caso de carga
pesada, como já alertado. Cabe aqui ressaltar que para a montagem desse
arquivo contendo as topologias das cargas média e leve, foram considerados
somente os comandos que continham dados diferentes daqueles já informados
no caso de carga pesada. A Tabela V-7 ilustra a estrutura típica desse tipo de
arquivo, e
d) finalmente, a obtenção do arquivo histórico de cenários foi alcançada com base
na seqüência de comandos registrada no Apêndice D. O processamento foi
inicialmente submetido com as gravações no arquivo histórico de cenário na
condição inibida. Quando foi constatado que não havia mais nenhuma
incompatibilidade pendente, procedeu-se à gravação dos casos.
91
Tabela V-7 - Estrutura do Arquivo Auxiliar para Configuração de Cenários
Cartão de Controle
Descrição
NCEN
Indica que serão fornecidos os dados relativos a um
cenário no arquivo de alterações de cenário até que seja
encontrado outro código NCEN ou o final do arquivo
02 (carga média)
número do cenário a ser descrito
titu
Título do caso
carga média
Cartão com o título do caso em estudo
dbar
Leitura dos dados de barra AC
dlin
Leitura
dos
dados
transformadores)
dare
Leitura dos dados de intercâmbio de potência ativa entre
áreas
dcar muda
Leitura dos dados dos parâmetros que estabelecem a curva
de variação da carga em relação a magnitude de tensão
nas barras
decg
Leitura dos dados estocásticos de geradores por classe das
usinas
dusi muda
Leitura dos dados estocásticos e de capacidade das usinas
dten muda
Leitura dos dados de grupos de limites de tensão em
regime normal e emergência
serv tftr
Executa algumas funções auxiliares definidas pelas opções
ativadas.
Utilizada em conjunto com o código SERV estima os dados
estocásticos dos circuitos de acordo com os dados típicos
fornecidos em DECT
NCEN
03 (carga leve)
titu
carga leve
dbar
dlin
dare
dcar muda
decg
dusi muda
dten muda
serv tftr
FIM
92
de
circuito
AC
(linhas
e
V.2.2.3. Processamento da análise de confiabilidade
A análise de confiabilidade dos casos mostrados na Tabela V-8 foi
efetuada pelo programa NH2, nas versões 5.1 de 11/99 e 5.21 de 05/01, utilizando-se
processadores Pentium III nas velocidades 733 e 500 MHz, ambos com 128 kbytes de
RAM
através
de
complementares
simulação
lançaram
Monte
mão
de
Carlo
não
técnicas
de
seqüencial.
Algumas
enumeração
do
análises
sistema
de
transmissão.
Para o caso base utilizou-se uma técnica de solução de fluxo de potência
pelo método de Newton completo. Para a tentativa de eliminação de violações quando
de ocorrência de contingências, utilizou-se um algoritmo de fluxo de potência ótimo,
baseado empontos interiores, acionando os controles de redespacho, variação de tapes
e perfil de geração.
No que concerne o acompanhamento das violações, foram monitorados
os fluxos aparentes (MVA), em condições normais de operação. Foram também
monitoradas as gerações de potência ativa das barras de referência, a potência reativa
das demais unidades geradoras, bem como as tensões nas barras de carga com cargas
(RMON).
As regiões de interesse para monitoração e cálculo da confiabilidade
(DRMI) e as regiões de controle (DRCC) foram definidas como iguais (vide Tabela V-3).
Apesar da literatura relatar que coeficiente de variação (β) igual a 5% é
satisfatório (seção IV.6.2), optou-se por ter uma melhor qualidade na estimativa.
Assim, foram utilizados valores de β iguais a 1% e a 0,1%.
V.2.3. Principais Resultados Globais do SIN
Inicialmente, alerta-se o leitor, observando que esta seção contém
tão-somente os resultados quantitativos obtidos. A análise qualitativa minuciosa dos
mesmos será vista na seção V.3.
Dado que até o presente não há grande experiência no tratamento
probabilístico completo e integrado do sistema brasileiro (SIN) para fins de avaliação
de confiabilidade, foi primeiramente necessário proceder a chamada "sintonia" de
parâmetros de processamento do caso #1, cujas características já foram apresentadas
nas Tabelas V-1 a V-4.
Na verdade, a sintonia nada mais é do que a busca, empírica, da melhor
estratégia de simulação combinando o trinômio "precisão vs tempo de simulação vs
estratégia de cálculo". A precisão de cada índice de confiabilidade é dada pelo
coeficiente de variação β (quanto menor o valor de β, maior a precisão), enquanto o
93
tempo de simulação é registrado automaticamente pelo programa. A estratégia de
cálculo é expressa por uma combinação empírica de número de lotes, número de
sorteios por lote e o coeficiente de variação desejado. O processamento ocorre até que
ou o coeficiente de variação desejado seja atingido ou todos os lotes sejam esgotados
(nesse caso o coeficiente de variação desejado pode não ter sido atingido, exigindo
nova simulação). A Tabela V-8 apresenta alguns dos processamentos de sintonia
realizados para o SIN.
Tabela V-8 - Sintonia de Processamento por Índices Globais de Confiabilidade do
SIN, Set de 1999, Três Patamares (pesada, média e leve)
Caso
Especificação da
PPC
EENS
Simulação
(%)
(MWh/ano)
(1/ano)
(horas)
27,18
33157
363,8
6,54
β = 0,94
β = 6,33
β = 1,93
β = 1,69
26,94
32135
358,2
6,60
β = 0,38
β =2,60
β = 0,61
β = 0,48
Lotes = 1
1A
Sorteios = 10000
β = 0,1%
Lotes = 500
1B
Sorteios = 100
β = 0,1%
Lotes = 100
1C
Sorteios = 2000
β = 0,1%
Freqüência Duração
Severidade
ICE
Tempo de
(min)
(%)
Simulação
43,93
0,00836
1dia,
10 horas,
2 minutos
42,57
0,00810
7 dias,
5 horas,
48 minutos
42,93
0,00817
8 dias,
17 horas,
21 minutos
27,03
32403
358,1
6,61
β = 0,23
β = 1,536
β = 0,39
β = 0,31
27,59
β = 4,14
29908
β = 17,981
405,7
β = 6,16
5,96
β = ---
39,62
0,00754
1 hora
27,58
β = 1,92
29630
β = 11,115
360,7
β = 3,73
6,70
β = ---
39,26
0,00747
---
27,07
β = 0,57
32861
β = 3,817
360,2
β = 1,04
6,58
β = ---
43,54
0,00828
13 horas, 20
minuntos
26,95
β = 0,57
31699
β = 3,766
359,9
β = 1,01
6,56
β = 0,83
41,99
0,00799
33 horas, 10
minutos
27,03
β = 0,187
32511
β = 1,258
358,6
β =0,32
6,60
β = 0,26
43,07367
0,00819
12 dias, 19
horas
27,58
β = 1,909
28807
β = 11,382
361,2
β = 3,92
6,69
β = ---
38,17
0,00726
2 horas, 56
minutos
27,08
β = 0,569
33172
β = 3,864
360,5
β = 1,04
6,58
β = ---
43,95
0,00836
13 horas, 30
minutos
Lotes = 3
1D
Sorteios = 100
β = 1%
Lotes = 3
1E
Sorteios = 1000
β = 1%
Lotes = 3
1F
Sorteios = 10000
β = 1%
Lotes = 30
1G
Sorteios = 1000
β = 1%
Lotes = 300
1H
Sorteios = 1000
β = 1%
Lotes = 5
1I
Sorteios = 600
β = 1%
Lotes = 5
1J
Sorteios = 6000
β = 1%
Nota: Coeficiente de variação β dado em %, semente = 1513, Pico de carga na região de interesse = 45286,91 MW.
Cabe ressaltar que não se chegou a uma lógica definitiva para a
94
estratégia de cálculo, ou seja, se seria melhor ter mais lotes com menos sorteios ou
menos lotes com mais sorteios.
Pode-se observar (Tabela V.8) que a pior precisão está associada ao
cálculo da energia, já que esta é, sob o ponto de vista numérico, o indicador de maior
valor absoluto.
A Tabela V-9 mostra a evolução, por patamar de carga, dos
coeficientes de variação do caso 1C.
A composição final do plano de amostragem
desse caso é dado na Tabela V-10.
O plano inicial (“trial run”) é dado entre
parênteses.
Tabela V-9 Evolução dos Coeficientes de Variação do Caso 1C
Sist ema Brasil, 3 pat amares de carga, 42 áreas, 100 lot es, 2000 sort eios por lot e, β = 0,1%
Dia
Hora
Caso
Lot e
Cenário
β PPC (%)
β EPNS (%)
23/08
18:00
0
1
Pesada
100,00
100,00
24/08
17:54
9785
11
Média
3,29
7,17
27/08
17:42
26162
45
Pesada
0,35
3,15
28/08
17:43
21776
56
Leve
2,96
6,58
29/08
16:55
25878
67
Leve
2,73
6,05
30/08
17:43
46112
80
Pesada
0,26
2,30
31/08
16:35
43722
91
Média
1,07
2,58
37728
100
Leve
2,24
5,03
Tabela V-10 Plano de Amostragem (Final) do Caso 1C
CENÁRIOS
1
Pesada
2
Média
3
Lev e
2,42 %
63,80 %
33,78 %
28,01 %
53,73 %
18,26 %
(20,83 %)
(50,0 %)
(29,17 %)
PPC
EENS
Do ponto de vista tanto da PPC quanto da EENS, a convergência mais
penosa situa-se na carga média (patamar 2), sugerindo que esse é o patamar mais
confiável à luz desses indicadores. É interessante notar que enquanto para o patamar
de carga pesada o indicador PPC acusa alto risco (convergência rápida), isso ocorre na
carga leve quando o indicador é a EENS.
A
TabelaV-11
registra
os
resultados
gerais
do
desempenho
de
processamento do caso 1C, considerado como sendo o mais representativo do risco
probabilístico de referência do SIN , com base nos valores realizados dos coeficientes de
95
variação.
Tabela V-11 - Indicadores Gerais de Desempenho do Processamento
Identificação do(s) caso(s)
(códi go, r egi ão, mês, ano, car ga)
Caso 1C, SIN (Brasil), Setembro
1999, 3 patamares (pesada,
média e leve)
Tipo e abragência de Contingências
Geração, transmissão e compostas
(simples e múltiplas)
Estimativa de perdas (MW) – RTOT
2985
Margem estática virtual de geração
{(geração instalada/ pico de carga na região de interesse)-1] × 100
Percentual analisado do espaço de estados (representatividade da análise)
Probabilidade da configuração de referência (caso base)
[(55665 / 45286,91)-1] × 100 =
22,92%
Não se aplica na simulação Monte
Carlo
Não se aplica
100 × 2000 = 200000
Número total de simulações planejadas
Número de configurações simuladas e solucionadas
175603
Número de configurações com modos de falhas
152960
Número de configurações com modos de falha eliminados via corte de carga
54365
Número de configurações simuladas e não solucionadas
(200000 – 175603) = 24397
Número de configurações sem modos de falhas
(175603 – 152960) = 22643
Número de configurações com modos de falha eliminados via medidas
operativas
(152960 – 54365) = 98595
Probabilidade de violações (PVS) pré-medidas operativas (%)
87,80360
Probabilidade de perda de carga (PPC) pós-medidas operativas (%)
27,03319
Eficiência das medidas corretivas [ (1- (PPC / PVS) ] × 100 (%)
69,2
Tempo total de simulação
8 dias, 17 horas e 21 minutos
Versão do Programa NH2
5.21
Computador (Processador, velocidade, memória RAM
Pentium III, 733 MHz, 128 kbytes
de RAM
Sim
Processamento dedicado
Para o caso 1C, foi também realizada uma análise de discriminação
funcional, cujos resultados são mostrados na Tabela V-12. Essa análise consiste na
identificação das parcelas de responsabilidade dos sistemas de geração e transmissão
na formação dos índices globais do sistema (vide colunas dois e três da Tabela V-12 e
Eq. 4.2). Esse tipo de análise é útil porque indica se a fragilidade do sistema advém da
geração, da transmissão ou de conjunturas operativas.
Usando a configuração topológica do caso 1C, a coluna três da Tabela
V-12 pode ser obtida inibindo as falhas de geração e efetuando uma análise de
enumeração apenas da transmissão. A tolerância usada foi 10E-25 e o tempo de
processamento apenas para contingências simples de circuitos alcançou 20 horas e 21
96
minutos em um Pentium III 733 MHz com 128 kbytes de RAM.
Como o
processamento foi compartilado em 3 casos semelhantes, é razoável supor que o
tempo para o processamento singular alcance aproximadamente um terço (≈ 7 horas).
Fica, então, evidenciada a dificuldade do processamento das contingências duplas e
de ordem superior. Não obstante, cumpre notar que a percentagem analisada do
espaço de estado para contingências simples atingiu 94,30 %, sendo a probabilidade
do caso base igual a 70,58 %. Assim, 23,72 % do espaço de estados corresponde
apenas às contingências simples de transmissão e os 5,7 % restantes correspondem
às demais contingências (simples de geração, duplas, triplas ... de transmissão ou
geração e híbridas de geração e transmissão). Também aqui foi mantido o mesmo
espaço probabilístico de estados original do caso 1C. Para fim de registro e de
comodidade do leitor, os comandos usados foram os seguintes:
EXEN GLOB FTOT RSUM STAT TRAN NICR .
Finalmente,
a
quarta
coluna
da
Tabela
V-12
representa,
aproximadamente, a responsabilidade dos chamados efeitos puramente compostos.
Tais efeitos são oriundos daquelas contingências híbridas (ou seja, compostas) de
geração e transmissão, cujo efeito em separado apenas da contingência de geração ou
transmissão não causaria impacto no sistema. Entretanto, o efeito combinado das
contingências de geração e transmissão provoca um incremento nos indicadores de
confiabilidade. Os valores da coluna quatro são obtidos subtraindo-se da primeira
coluna, a soma das colunas dois e três. O diagrama da Figura V-2 ilustra os
percentuais dos efeitos de geração, transmissão e compostos para o SIN.
Tabela V-12 - Discriminação Funcional Hierárquica dos Índices de Confiabilidade
do SIN, Set/1999
Caso 1C
Índices
PPC (%)
Freqüência (1/ ano)
Duração (horas)
EENS (MWh/ ano)
(1)
Valor Global
(S)
27,03
β = 0,228%
358,1
β = 0,39%
6,6
β = 0,31%
32403
β = 1,54%
(2)
Influência só
da Geração
(G)
(3)
Influência só da
T ransmissão
(enumeração)
(T )
(4)
Influência só dos
Efeitos
Compostos
( C = S - G - T)
Zero
7,10
19,93
Zero
61,5
−
Zero
10,1
−
Zero
19083
13320
97
7,1
13320
19083
19,93
Influência só da Transmissão
Influência só da Transmissão
Influência só dos efeitos compostos
PPC
(a)
Influência só dos efeitos compostos
EENS
(b)
Figura V-2 - Identificação dos Efeitos de Geração, Transmissão e Compostos no
SIN
Embora
a
enumeração
da
transmissão
também
permita
o
estabelecimento de índices de confiabilidade condicionados aos níveis de tensão, esse
tipo de análise não foi aqui contemplada. Porém, uma análise dessa natureza é útil
porque aponta os segmentos da malha de transmissão onde residem as maiores
fragilidades.
Outro conjunto de resultados importantes é mostrado na Tabela V-13,
onde são registrados os índices de confiabilidade por cada uma das 42 áreas relativas
ao caso 1C. Alerta-se que na Tabela V-13 são também antecipados, para fins
comparativos, os resultados obtidos para uma demarcação do SIN em apenas três
macro-áreas (vide Tabelas V-3 e V-19). Os custos marginais são calculados através
dos índices de sensibilidade do NH2, quando do cálculo da confiabilidade composta, e
representam o montante de corte de carga com respeito a variações incrementais de
demanda nas barras, e com respeito a reforços incrementais na transmissão (custos
marginais de operação)
[5-04].
Essa avaliação é de interesse porque auxilia na detecção
de discrepâncias entre os níveis regionais de confiabilidade.
A Figura V-3 mostra alguns níveis de confiabilidade regional relativa
entre algumas das áreas do sistema brasileiro, sob os pontos de vista de cada um dos
três indicadores da Tabela V-13.
98
Tabela V-13 - Índices de Confiabilidade por Área do SIN, Set/1999
ÁREAS
ID
PPC
Freqüência
EENS
(%)
(1 / ano)
(MWh/ano)
Perda
Média
Custos Médios Marginais
de Circuitos por Área
(MW)
(Unidade Monetária/MWh)
FURNAS
1
0,0957
0,68
9
603,46
-0,01797
C EMI G
2
0,1715
1,20
1119
152,73
-0,00287
C EMIG - SECUNDÁRIA
3
0,2281
1,56
850
36,53
-0,01497
E PT E
4
26,8
-0,00222
C ESP
5
0,0068
0,06
5
292,7
-0,00961
C ESP -SECUNDÁRIA
6
0,3652
1,56
574
25,51
-0,00152
C PFL
7
21,6091
353,92
6788
37,41
-0,01812
L IGHT
9
0,3627
1,46
1310
30,23
-0,00774
C ER J
10
0,2139
2,46
475
16,87
-0,00152
E SCELSA
11
0,3561
2,15
1221
23,1
-0,00533
C ELG
12
0,7331
2,83
1571
15,94
-0,00097
C EB
13
0,5130
3,98
576
11,39
-0,03998
C ELTINS
16
0,0305
0,21
27
0,00
0,00000
I TAIPU (60 H Z)
17
0,00
0,00000
C ATAGUAZES L EOPOLDINA
18
0,0275
0,34
51
0,00
-0,00001
GER ASUL
19
0,0151
1,47
4
0,00
0,00000
E LETROSUL
20
0,0391
0,09
2
163,22
-0,00396
C OPEL
21
0,0458
0,10
86
52,31
-0,00165
C OPEL S ECUNDÁRIA
22
0,2333
1,47
703
5,68
-0,00302
C EEE
23
0,6989
4,03
2349
35,41
-0,01685
C ELESC
25
0,5517
2,83
1223
26,62
-0,00164
E NERSUL
26
0,3353
1,09
424
23,2
-0,01129
E MAE (H BORDEN +
P IRATININGA )
27
0,43
-0,00003
E LET ROPAULO (ELMA)
28
0,3073
1,68
4515
2,95
-0,00023
BANDEI R ANT E (EBE)
29
0,2624
1,34
3553
3,33
-0,00008
C EMAT (E LET RONORT E)
45
0,0488
0,25
8
27,35
-0,00001
46
0,1702
0,64
118
1,92
-0,00015
C EMAT (CUIABÁ )
47
0,2466
0,76
279
2,01
-0,00042
C EMAT (NOBRES) NO-T G-SI
48
0,3871
1,69
219
1,96
-0,00053
C EMAT (CACERES)
49
0,0856
0,49
64
1,37
-0,00032
C EMAT (R ONDONÓPOLI S )
RD-BG-CM
99
ÁREAS
PPC
Freqüência
EENS
(%)
(1 / ano)
(MWh/ano)
Perda
Média
Custos Médios Marginais
de Circuitos por Área
(MW)
(Unidade Monetária/MWh)
26,01834
351,71
28048
1337,35
-0,16300
53,08
-0,00104
ID
M ACRO-R EGI ÃO
S/SE/CO
C HESF (UHE PAF + UAS +
51
ULG + UX)
C HESF (A REA C ENT RO )
52
0,1408
0,51
40
1,1
-0,00486
C HESF (SUDOEST E DA BAHIA )
53
0,0742
0,33
465
11,24
-0,00017
C HESF (A REA S UL)
54
0,2621
1,03
423
89,39
-0,00290
C HESF (A REA L EST E)
55
0,1941
0,97
297
77,07
-0,00308
C HESF (A REA N ORT E)
56
0,1329
0,91
389
102,32
-0,00413
C HESF (A REA O ESTE)
57
0,1762
1,22
278
55,61
-0,00248
E NORT E (A REA MARANHÃO )
58
0,1201
0,72
393
2,14
-0,00026
E NORT E (A REA T UCUR UI -
59
0,3501
1,53
1309
140,54
-0,00140
A LBRAS + A L UMA R
61
0,0081
0,08
406
6,13
0,00001
SALGEMA
62
0,0384
0,07
241
0,00
-0,00024
1,4477
6,97
4220
524,03
-0,02053
0,0106
0,07
38
33,00
+0,00032
0,0094
0,07
34
33,00
+0,00032
BELEM )
M ACRO-R EGI ÃO
N/NE
63
I NT ERLIGAÇÃO N ORT E - S UL
M ACRO-R EGI ÃO
I NT ERLIGAÇÃO N-S
Identificação do (s) caso (s)
(código, região, época, regime de carga)
SIN (Brasil), Setembro 1999, 3 patamares (pesada,
média e leve), 42 áreas (cor cinza)
Identificação do (s) caso (s)
(código, região, época, regime de carga)
SIN (Brasil), Setembro 1999, 3 patamares (pesada,
média e leve), 3 áreas (cor amarela)
N OTA : ID - representa o código numérico da área
21,00
18,00
PPC (%)
15,00
12,00
9,00
6,00
3,00
0,00
1
2
3
5
6
7
9
1 0 11
12
13
16
18
19 2 0 2 1 22
23
25
26
Áreas
(a) PPC
100
28
29
45 4 6 47
48
49
52
53
54
55 5 6 5 7 58
59
61
62
63
6 5 0 0
6 0 0 0
5 5 0 0
5 0 0 0
EENS (MWh / ano)
4 5 0 0
4 0 0 0
3 5 0 0
3 0 0 0
2 5 0 0
2 0 0 0
1 5 0 0
1 0 0 0
5 0 0
0
1
2
3
5
6
7
9
10
11
12
1 3
16
18
19
20
2 1
22
23
25
26
28
29
45
46
47
48
49
52
53
54
55
56
57
45
46
47
48
49
52
53
54
55
56
57
45
46
47
48
49
52
53
54
55
56
58
59
61
62
63
Á R E A S
(b) EENS
350
FREQÜÊNCIA (ocorrências/ano)
300
250
200
150
100
50
0
1
2
3
5
6
7
9
10
11
12
1 3
16
18
19
20
21
22
23
25
26
28
29
58
59
6 1
62
63
Á R E A S
(c) Freqüência
120
SEVERIDADE (minutos)
100
80
60
40
20
0
1
2
3
5
6
7
9
10
11
12
13
16
1 8
19
20
21
22
23
25
26
28
29
57
58
59
61
62
63
Á R E A S
(d) Severidade
Figura V-3- Identificação das Áreas com os Piores Riscos no SIN
A
gestão
da
confiabilidade
do
sistema
fica
facilitada
se
forem
identificadas as origens básicas dos modos de falha do mesmo. Esse tipo de análise é
mostrado nas Tabelas V-14 a V-16 que apresentam as discriminações dos índices por
modos de falha para o caso 1C.
101
Os índices de violações refletem a situação antes da aplicação das
medidas operativas disponíveis. Os índices de corte de carga representam os níveis de
risco propriamente ditos, dado que são obtidos após o esgotamentos de todos os
recursos liberados no sistema para evitar os cortes de carga oriundos das
contingências. Os tipos de modos de falha foram comentados na seção IV.2.6.
A chamada contabilização disjunta não admite dupla contagem (os
índices somam 100 %) e permite a detecção de modos de falha singulares (ou seja,
situações nas quais um único tipo ou combinação de tipos de falha ocorre). A
contagem não-disjunta auxilia na identificação do modo de falha prevalente no
sistema. Os dois tipos de contabilização atuam como informações complementares
para o analista.
Os gráficos da Figura V-4 ilustram os percentuais dos modos de falha
disjuntos do sistema brasileiro, para o caso 1C, por tipo de índice de corte de carga.
Tabela V-14 - Discriminação do Índice PPC por Modos de Falha , SIN, Set/1999
Não-Di sjunt os
Di sjunt os
Contabiliz ação
Caso 1C
Índices Pré-medidas corretivas
(Violações)
Índices Pós-medidas corretivas
(Cort e de Carga)
Modos de Falha
PVS (%)
Percentual (%)
Número
de
Eventos
PPC (%)
Ilhamento (I)
1,38
1,58
-
0,98
3,61
-
Sobrecarga (F)
1,12
1,27
-
0,33
1,21
-
Tensão (T)
28,32
32,26
-
0,35
1,28
-
Catastrófico
-
-
-
0,00
0,00
-
F+I
0,71
0,80
-
0,52
1,92
-
T+ I
1,35
1,54
-
0,94
3,48
-
T+ F
46,37
52,82
-
17,15
63,44
-
I+F+T
6,84
7,79
-
5,07
18,75
-
Outros
1,71
1,94
-
1,71
6,31
-
Total
87,80
100
-
100
-
Ilhamento (I)
10,28
7,50
Sobrecarga (F)
55,04
23,06
Tensão (T)
82,89
23,50
Catastrófico
Zero
zero
Déficit de Potência
Zero
zero
102
Percen- Número
t ual
de
(%)
Eventos
Di sjunt os
Cont abi l i zação
Tabela V-15 - Discriminação do Índice EENS por Modos de Falha, SIN, Set/1999
Caso 1C
Índices Pré-medidas corretivas Índices Pós-medidas corretivas
(Violações)
(Cort e de Carga)
Modos de Falha
EENS
(MWh/ano)
Percentual (%)
Ilhamento (I)
2645
8,16
Sobrecarga (F)
236
0,73
Tensão (T)
90
0,28
Catastrófico
-
0,00
1324
4,09
T+ I
2628
8,11
T+ F
6905
21,31
I+F+T
15713
48,49
Outros
2863
8,83
32403
100,00
Total
Não-Di sjunt os
Número
de
Eventos
EENS
(MWh/ano)
F+I
Percentual (%)
Ilhamento (I)
21123
Sobrecarga (F)
8101
Tensão (T)
25337
Catastrófico
3180
Déficit de Potência
zero
103
Número
de
Eventos
Tabela V-16 - Discriminação do Índice Freqüência por Modos de Falha , SIN,
Set/1999
Di sjunt os
Contabiliz ação
Caso 1C
Número
de
Eventos
Percentual (%)
Ilhamento (I)
6,82
1,90
Sobrecarga (F)
4,71
1,32
Tensão (T)
5,21
1,46
Catastrófico
0,00
0,00
1,81
0,51
T+ I
0,00
0,00
T+ F
292,38
81,65
I+F+T
39,22
10,95
Outros
7,92
2,21
358,08
100,00
F+I
F (1/ano)
Percentual (%)
Índices Pós-medidas corretivas
(Cort e de Carga)
Freqüência
(1/ano)
Modos de Falha
Total
Não-Di sjunt os
Índices Pré-medidas corretivas
(Violações)
Ilhamento (I)
38,50
Sobrecarga (F)
331,49
Tensão (T)
322,36
Catastrófico
zero
Déficit de Potência
zero
104
Número
de
Eventos
Sobrecarga (F)
1%
Outros
6%
Tensão (T)
1%
F+I
2%
Ilhamento (I)
4%
I+F+T
19%
T+I
3%
T+F
64%
(a) PPC
Sobrecarga (F)
1%
Ilhamento (I)
8%
Outros
9%
Tensão (T)
0%
F+I
4%
I+F+T
49%
T+I
8%
T+F
21%
(b) EENS
Ilhamento (I)
2%
I+F+T
11%
Sobrecarga (F)
1%
Outros
2%
Tensão (T)
1%
F+I
1%
T+F
82%
(c) Freqüência
Figura V-4 - Identificação dos Modos de Falha Dominantes no SIN
105
Completando a análise de confiabilidade do SIN, um abrangente conjunto
de resultados adicionais indicando índices por barramento, sensibilidades nodais e por
circuito e indicadores de violações de tensão e sobrecargas , todos relacionados ao caso
1C, podem também ser vistos nos Apêndice E, F e G.
V.2.4. Principais Resultados por Subsistemas
Na seção V.2.3, o enfoque é o sistema elétrico brasileiro completo. Nesta
seção, o interesse volta-se para a avaliação de regiões específicas. É conveniente
lembrar que os resultados globais e regionais só são rigorosa e completamente
comparáveis, caso o espaço probabilístico de estados seja o mesmo. Não obstante,
avaliações independentes, baseadas em espaços de estados distintos, ainda são
passíveis de comparação aproximada através de indicadores normalizados, tais como
a severidade.
V.2.4.1. Avaliação das Macro-Regiões N/NE e S/SE/CO
A avaliação comparativa das macro-regiões N/NE e S/SE/CO tem grande
interesse porque além de caracterizar as diferenças nos níveis de confiabilidade entre
os dois grandes subsistemas elétricos brasileiros, também possibilita aquilatar o
impacto da interligação Norte-Sul na confiabilidade do sistema brasileiro como um
todo.
Inicialmente, nas Tabelas V-17 e V-18, são mostrados os resultados de
ambos os subsistemas, processados de forma separada, e com um procedimento
semelhante àquele associado à Tabela V-8 (vide seção V.2.3). Como já foi comentado,
aqui a comparação dos resultados exige cautela, dado que os espaços de estados são
diferentes.
Tabela V-17 - Índices Globais de Confiabilidade do Subsistema Norte-Nordeste
Caso
Especificação da
Simulação
Lotes = 11
2A
Sorteios = 100000
β = 1%
PPC
(%)
EENS
(MWh/ano)
Freqüência Duração
(1/ano)
(horas)
1,21
4025
7,0
15,17
β =0,89
β = 1,86
β = 0,99
β = 0,53
Severidade
(min)
ICE
(%)
Tempo de
Simulação
26,37
0,00502
≈ 11 horas
Nota: Coeficiente de variação β dado em %, Pico de carga na região de interesse = 9156,5 MW.
106
Tabela
Caso
V-18
-
Índices
Globais
de
Confiabilidade
Sul/Sudeste/Centro-Oeste
PPC
(%)
EENS
(MWh/ano)
6,86
17158
43,6
13,78
β = 2,08
β = 5,75
β = 3,59
β = 2,99
Especificação da
Simulação
Lotes = 5
3A
Sorteios = 10000
β = 1%
Freqüência Duração
(1/ano)
(horas)
do
Severidade
(min)
30,17
Subsistema
ICE
(%)
0,0057
4
Tempo de
Simulação
≈ 48 horas
Nota: Coeficiente de variação β dado em %, Pico de carga na região de interesse = 34.118,87 MW.
A Tabela V-19 e também a Tabela V-13 apresentam os resultados das
macro-regiões, porém baseados na definição de um único espaço de estados e usando
a mesma sintonia da Tabela V-8. Isso foi obtido usando-se o artifício de demarcação
conveniente de apenas 3 áreas: Sistema Sul/Sudeste/Centro-Oeste (área 1), Sistema
Norte/Nordeste (área 2) e a Interligação Norte/Sul (área 63). Isso foi feito reagrupando
as áreas do caso 1C e alterando os cartões de controle, do NH2, DRMI e DRCC.
A
essas áreas foram atribuídas cores, como mostrado nas Tabelas V-3 e V-12. A
demarcação da interligação foi mantida visando evitar uma eventual superposição
incorreta de fronteiras. O processamento foi operacionalizado via comando de controle
de monitoração de índices (DRMI).
Os gráficos da Figura V-5 comparam os
indicadores regionais e globais do SIN.
Tabela V-19 - Índices Globais de Confiabilidade do SIN Discriminados por
Macro-Regiões
Áreas
PPC
(%)
EENS
(MWh/ano)
Freqüência
(1/ano)
Duração
(horas)
Severidade
(min)
S/SE/CO
26,0183
28048
351,71
6,48
41,119
N/NE
1,4477
4220
6,97
18,19
26,621
Interligação N-S
0,0094
34
0,07
12,51
35,934
-
GLOBAL
(Brasil – 3 áreas)
27,01964
32300,27
358,461
6,603006
β = 0,227
β = 1,533
β = 0,39
β = 0,31
42,79419
0,00814
Identificação do(s) caso(s)
(código, região, época, regime de carga)
ICE
(%)
Caso 1C, SIN (Brasil), Setembro 1999, 3 patamares (pesada,
média e leve), 3 áreas
Nota: Pico de carga na região de interesse = 45286,91 MW.
107
30
27,02
26,02
PPC (%)
25
20
15
10
5
1,45
0
Sistema Brasil
Sistema S/SE/CO
Sistema N/NE
SISTEMAS
(a) PPC
35000
32300
28048
EENS (MWh/ano)
30000
25000
20000
15000
10000
4220
5000
0
Sistema Brasil
Sistema S/SE/CO
Sistema N/NE
SISTEMAS
(b) EENS
Figura V-5 – Comparação dos Índices de Confiabilidade Regional no Brasil
V.2.4.2. Avaliação dos Submercados S, SE/CO, N e NE
Essa avaliação evidencia o nível de risco associado a cada submercado
com relação a sua confiabilidade.
Os resultados global e por cada submercado são mostrados nas Tabelas V-20 e V-21.
O procedimento é semelhante àquele associado à Tabela V-8 (vide seção V.2.3).
Tabela V-20 - Índices Globais de Confiabilidade do SIN, dividido em Submercado
Especificação da
Simulação
Lotes = 100
Sorteios = 2000
β = 0,1%
PPC
(%)
EENS
(MWh/ano)
Freqüência
(1/ano)
Duração
(horas)
27,04584
32636,81
358,889
6,601528
β = 0,266
β = 1,55
β = 0,39
β = 0,32
Severidade
(min)
ICE
(%)
Tempo de
Simulação
43,24005
0,008227
≈ 8 dias e
21 horas
Nota: Coeficiente de variação β dado em %, Pico de carga na região de interesse = 45286,91 MW.
108
Tabela V-21 – Índices de Confiabilidade do SIN discriminados por Submercados
PPC
EENS
Freqüência
Duração
Severidade
(%)
(MWh/ano)
(1/ano)
(horas)
(min)
S
1,890169
4887,555
9,2215
17,96
34,338
SE/CO
0,246965
23483,52
352,6836
6,13
43,427
N
0,520329
2211,841
2,496168
18,26
50,626
NE
0,954865
2053,394
4,796091
17,44
17,884
Submercados
Identificação do(s) caso(s)
Caso 1C, SIN (Brasil), Setembro 1999, 3 patamares
(código, região, época, regime de carga)
(pesada, média e leve), 4 áreas
Nota: Pico de carga na região de interesse = 45286,91 MW.
V.3. Análise dos Resultados
Antes de iniciar os comentários sobre os resultados encontrados, cabe
tecer alguns sobre o programa NH2, além daqueles anteriormente explicitados.
Algumas observações devem ser feitas, de modo a esclarecer possíveis interpretações
ou conclusões equivocadas com relação aos resultados. Observou-se que em retiradas
de circuito que tivessem reatores de linha, os mesmos não saem junto com o circuito,
uma vez que o programa representa tanto o reator de barra quanto o de linha no
próprio barramento, assim, não tendo uma função para reatores de linha.
situação, por exemplo, é problemática para o cenário de carga pesada.
Essa
Outra
observação é que o NH2 quando passa da solução de NEWTON para PONTOS
INTERIORES, a função objetivo é minimizar corte de carga . Portanto, em carga leve,
a última ação a se realizar é cortar carga, visto que esta ação irá elevar mais as
tensões nos barramentos da área onde ocorreu o corte de carga.
Dessa forma,
notou-se que no cenário de carga leve, todos os circuitos sorteados que tiveram algum
tipo de violação de operação por sobretensão foram retirados da estatística devido a
problemas de convergência na solução por pontos interiores.
Uma forma de mitigar os problemas acima citados, seria a adoção de
ações vinculadas, associando aos circuitos as ações necessárias a sua saída. Para o
caso dos reatores de linha, seria vinculado a ação que na saída daquele circuito
sairiam também os respectivos reatores daquela linha. Para o caso de carga leve, o
procedimento seria o mesmo, isto é, associar ações vinculadas de modo a inserir
reatores e/ou retirar capacitores na retirada de um determinado circuito. Por esses
dois pequenos exemplos, conclui-se que, as ações vinculadas são importante caso se
queira fazer um estudo o mais próximo do real. Cabe mencionar que determinadas
retiradas de linha associadas às tensões de seus barramentos podem se traduzir na
necessidade de atuação de esquemas de corte de carga ou de ilhamento ou de corte de
109
geração para aquela contingência.
Entretanto, a inclusão das ações vinculadas
poderia comprometer a performance do programa.
Outra observação foi uma diferença entre o valor da carga total na saída
do programa (Pico de Carga) e o valor da carga total obtida pelo relatório dentro do
programa (RELA RTOT). A justificativa para isso, é que o Pico de Carga (listagem do
programa NH2) é o somatório das cargas, sem levar em consideração a tensão. Já o
valor da carga total obtido pelo relatório do programa NH2 é o somatório das cargas
corrigidas pelas suas respectivas tensões de barra.
Dessa forma, explica-se à
diferença entre esses valores. Isso, deveria ser mais um item a ser compatibilizado no
NH2.
Dentre os vários casos rodados e apresentados na Tabela V-8,
poder-se-iam selecionar dois, a saber: 1C e 1H. Os índices globais de confiabilidade
encontrados nesses casos aproximam-se das precisões exigidas, 0,1% e 1%
respectivamente. Em contrapartida, seus tempos de processamento são visivelmente
extensos.
O critério para definição do caso de referência foi o menor tempo de
processamento. Dessa forma, o caso 1C teve uma melhor performance e, assim, foi o
caso escolhido.
Pode-se ainda fazer uma análise sucinta das precisões alcançadas. Pela
Tabela V-8, observa-se que em poucos casos, os β da PPC, da F e da D atingiram ou
tiveram valores melhores do que as precisões exigidas.
Entretanto, com relação à
EENS, todos os valores encontrados ficaram acima das precisões requeridas. Dessa
forma, haveria a necessidade de aumentar ou o número de lotes ou o número de
sorteios ou diminuir a precisão (β ).
Com relação aos resultados dos índices globais de confiabilidade do caso
de referência, tem-se os seguintes comentários:
•
observou-se que o somatório dos valores da PPC por área foi superior ao valor do
seu índice global. Isso pode ser explicado pelo fato que, quando o sistema está
dividido em áreas e ocorre uma contigência causando violações em uma
determinada área do sistema, isto poderá influenciar outra(s) área(s) quando de
atuação de controles nas mesmas, na tentativa de eliminar às violações da área
onde originou o problema. Esse fato pode estar associado ao grau de acoplamento
do sistema como um todo.
Dessa forma, poder-se-ia dizer que quanto mais
acoplado estiver esse sistema, mais distante estará o somatório das PPC das áreas
da PPC global;
•
observou-se que o somatório dos valores de EENS por área foi igual ao valor global
para este índice;
110
Tentou-se fazer um análise do(s) pior(es) barramento(s). Como a listagem
de saída do programa evidencia os índices de PPC, EENS, EPNS, F, D e o β de cada
barramento, ficaria trabalhoso achar o pior barramento. Dessa forma, para fazer tal
análise, deve se eleger um índice, o de maior interesse, e dentro dos resultados
encontrados para cada barramento deste índice, procurar o pior, com o menor β ou,
de outra forma, procurar o pior barramento por índice, utilizando o mesmo critério.
Comparando
os
resultados
dos
principais
índices
globais
de
confiabilidade dos 3 casos, tem-se que:
•
a PPC, a medida que se fragmenta o sistema, isto é, o divide em mais áreas, o valor
deste índice aumenta;
•
No que diz respeito à EENS, o valor desse índice, em teoria, deveria ser o mesmo
em todos os casos, entretanto, isso não ocorreu;
•
Quanto aos índices da F e da D, foram obtidos valores diferentes tanto de
freqüência como de duração para cada caso;
•
Os valores obtidos dos casos analisados estão na mesma ordem de grandeza.
V.4. Paradigma Preliminar de Desempenho
Os resultados encontrados têm um caráter preliminar. Dessa forma, a
ordem de grandeza do risco global de referência para o Sistema Interligado Nacional
Brasileiro é de:
•
Probabilidade de Perda de Carga
27 % (β = 0,228);
•
Expetância de Potência não Suprida
3,7 MW/ano (β = 1,536);
•
Expetância de Energia não Suprida
32.400 MWh/ano (β = 1,536);
•
Freqüência
358 ocorrências/ano (β = 0,39);
•
Duração
6,6 horas (β = 0,31);
•
Severidade
43 minutos (β = 1,536);
•
Índice de Confiabilidade do Sistema
0,00817% (β = 1,5).
V.5. Sumário
Este capítulo cumpriu os objetivos inicialmente estabelecidos quais
sejam, o de proceder e registrar uma primeira avaliação rigorosa e tão detalhada
quanto possível dos níveis de confiabilidade composta de todo o sistema brasileiro
111
interligado, considerando incertezas na geração e na transmissão, e com 3 patamares
de carga. O resultado obtido é inédito e tem utilidade como valor numérico referencial
preliminar dos níveis de risco incorridos pelo sistema elétrico brasileiro, no âmbito da
operação.
112
Capítulo VI
“If anything can go wrong, it will.”
Murphy.
VI. CONCLUSÃO
VI.1. Retrospectiva
Esta Dissertação abordou o problema relacionado à utilização de técnicas
probabilísticas nos estudos elétricos do planejamento da operação, possibilitando,
dessa forma, conhecer o risco ao qual a malha nacional está exposta.
Este assunto é de grande relevância porque, considerando a energia
elétrica como “bem de consumo”, o consumidor poderá escolher, no futuro, de qual
fornecedor irá comprar essa energia, levando em conta a confiabilidade e o custo. Os
resultados aqui obtido podem servir como base para futuros estudos de confiabilidade
envolvendo a Rede Básica.
O problema foi tratado através de casos de fluxo de potência originados
no planejamento da operação a curto prazo.
As principais dificuldades encontradas
associaram-se:
•
à obtenção dos mais diversos tipos de dados como de carregamentos normal e de
emergência dos circuitos, taxas de falha e tempos médios de reparo dos
equipamentos (ressalta-se que para estes dois últimos, apenas algumas empresas
fazem o acompanhamento estatístico das interrupções do seu sistema);
•
ao processamento do programa utilizado para o cálculo da confiabilidade
composta devido a diversas sutilezas dos seus manuais e a presença de
imprecisões encontradas nos mesmos;
•
a não compatibilização dos arquivos históricos de fluxo de potência do programa
ANAREDE com os do programa de confiabilidade NH2 (posteriormente sanado);
•
à confecção dos cenários para o estudo de confiabilidade composta com 3 (três)
patamares; e
•
aos longos tempos de simulação quando se quis um resultado mais preciso para
todo o SIN. Entretanto, para estudos mais específicos ou locais, onde diminui-se
a área de interesse, o tempo de simulação pode cair bastante.
113
Cumpre observar que alguns resultados parciais desta Dissertação foram
publicados conforme mencionado no item I.3.
VI.2. Principais Contribuições
As principais contribuições desta Dissertação são as seguintes:
i)
foram estabelecidos valores de referência para estudos futuros de confiabilidade
composta no Sistema Interligado Nacional; e
i i ) foram delineados os procedimentos necessários para a realização desses
estudos.
VI.3. Recomendações
Visando o aperfeiçoamento da avaliação dos níveis de risco do sistema
brasileiro, considerando o novo ambiente institucional, diversas recomendações
podem ser apontadas, como destacadas abaixo.
VI.3.1. Quanto aos aspectos conceituais
Uma forma de diagnose do sistema elétrico brasileiro, no sentido de
prever, ou pelos menos, se ter uma condição mais próxima da realidade futura do
sistema, é a análise de confiabilidade composta desse sistema elétrico. Essa análise
fornece um grande conjunto de informações. Por esse motivo, o registro de todas as
informações torna-se muito trabalhoso, inviável, em certos casos, para o tempo de
resposta que se deseja. Assim sendo, optou-se pelo registro de alguns aspectos da
confiabilidade global do sistema.
No intuito de monitorar preditivamente a confiabilidade do sistema
elétrico, recomenda-se que sejam selecionados, por exemplo, os seguintes: PPC,
EENS, SEV e F. A escolha desses índices se justifica, visto que a probabilidade de
perda de carga ( PPC) visa enfatizar o modo de falha de continuidade de atendimento à
demanda em sua forma mais simples; a energia não suprida (EENS) enfoca o risco
inerente ao sistema, levando em conta os impactos sofridos por esse sistema e
possibilita uma avaliação posterior de custos; a severidade (SEV) se dá pela
normalização da EENS, permitindo uma comparação coerente entre situações
diversas, e finalmente, o aspecto da temporalidade dos modos de falha é capturado
aproximadamente através da freqüência de perda de carga ( F).
VI.3.2. Quanto a coleta e tratamento de dados determinísticos e probabilísticos
A coleta de dados, tanto determinísticos quanto estocásticos, deve ser
centralizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS – de modo a se ter
114
dados coerentes e confiáveis.
Os dados determiníticos , tais como impedância de circuito e de
transformador, carregamentos (normal e em emergência), tensão no barramento, carga
(ativa e reativa) no barramento, modelo de carga (Z,I,P), topologia da rede e elementos
em derivação devem ser aqueles provenientes dos estudos elétricos de curto, médio ou
longo prazo.
Quanto aos dados probabilísticos, devem ser encetadas ações gerenciais
que viabilizem a formação de um banco de dados com esse tipo de informação
fundamental para a monitoria dos riscos do sistema.
VI.3.3. Quanto à modelagem de componentes e fenômenos
Para certos equipamentos que existem no sistema e que não possuem
modelagem no NH2, recomenda-se a adoção das seguintes alternativas: o elo de
corrente contínua pode ser representado como carga negativa; os compensadores
estáticos como compensadores síncronos e os capacitores séries controláveis
simplesmente como capacitores séries.
Recomenda-se que as variâncias dos patamares de carga sejam
determinadas e as mesmas sejam utilizadas para representar as incertezas dos citados
patamares.
VI.3.4. Quanto aos aperfeiçoamentos da ferramenta computacional utilizada
Quanto à saída dos dados gerados pelo NH2, recomenda-se uma
melhoria de formatação, como por exemplo, tratamento automático de resultados,
criação de gráficos, seleção especial de valores (o pior barramento, etc.).
Quanto às deficiências do NH2, pode-se citar: a modelagem de elos de
corrente contínua, de capacitores séries (controláveis ou não), de compensadores
estáticos, a saída automática de reatores de linha na ocasião de contingência de
circuito, confecção de casos de cenários por imagem cartão muito confusa e sem
maiores explicações, compatibilização do valor do pico de carga com o somatório das
cargas corrigidas pelas tensões dos seus respectivos barramentos (RELA RTOT).
Visando a diminuição dos tempos de processamento, recomenda-se a
adaptação de técnicas de processamento paralelo e distribuído, principalmente
quando o estudo é voltado para o curto prazo
[3-19].
Recomenda-se também a inclusão de recursos adequados para a
eliminação de violações operativas em regime de carga leve, relacionados ao
chaveamento de capacitores, reatores e circuitos.
115
VI.3.5. Quanto aos critérios e procedimentos de simulação
Durante a investigação realizada, a primeira fase enfocou a confecção dos
casos de fluxo de potência que constituiriam, posteriormente, o cenário para a
subseqüente análise de confiabilidade. Os casos de fluxo de potência utilizados nas
simulações foram provenientes dos estudos elétricos para o planejamento da operação
de curto prazo, referência Setembro/1999.
No planejamento da operação de curto prazo, os casos são gravados em
arquivo histórico do programa de fluxo de potência ANAREDE.
Isto foi uma
dificuldade, uma vez que no início das simulações a versão disponível do programa
NH2 (versão 5.1 de 11/99) não lia arquivo histórico do programa ANAREDE. Dessa
forma, para confeccionar os casos NH2 foi necessário listar todos os casos de fluxo de
potência do ANAREDE em imagem cartão e fazer alguns ajustes tais como: representar
elos de corrente contínua como carga negativa, representar compensador estático
como síncrono e o capacitor série controlável como sendo só um simples elemento
série. Um outro agravante, é que na imagem cartão há o problema do truncamento
dos valores gravados. Aqui, os valores mais afetados são os de tensão e os de ângulo,
visto que são gravados em precisão dupla.
A conseqüência desse conjunto de
modificações é que quando se processa o NH2, tendo como entrada de dados a
imagem cartão do fluxo de potência do ANAREDE mais as novas representações, o
caso converge em outro ponto de operação daquele inicialmente ajustado ou,
simplesmente, não converge.
Ressalta-se que todo ajuste necessário requer
conhecimento do sistema para retorná-lo ao ponto de operação que foi determinado.
Essa dificuldade reforçou a recomendação de que o programa NH2 fosse capaz de
interagir diretamente com o ANAREDE, o que foi parcialmente implementado.
Recomenda-se por conseguinte, que essa interação seja inteiramente automatizada.
A segunda fase foi a obtenção dos dados determinísticos e estatísticos
para a montagem do caso do NH2.
A maioria dos parâmetros de natureza
determinítica foi proveniente do caso do ANAREDE. Para os dados de carregamentos
normal e em emergência, foram respeitados os que já estavam no caso.
Para os
circuitos e transformadores que não possuíam esses valores, foram inseridos valores
típicos. O tratamento das faixas de tensão dos barramentos foi análogo ao usado para
os dados de carregamento. Entretanto, para aqueles barramentos que não possuíam
faixas de tensão, foi considerada a faixa padrão do programa NH2.
As faixas de
potências ativa e reativa das unidades geradoras foram obtidas junto à equipe dos
estudos elétrico da planejamento da operação de curto prazo.
A recomendação
pertinente a essa fase concentra-se na introdução de facilidades que tornem mais
116
expedita a montagem dos casos de confiabilidade.
A terceira fase foi a confecção dos cenários para a análise de
confiabilidade. Para isso, foram montados os cenários de interesse (Sistema Brasil
com 3, 4 e 42 áreas, e os Sistemas S/SE/CO e N/NE). Esses cenários foram formados
com 3 patamares de carga (pesada, média e leve).
O NH2 tem duas maneiras de
confeccionar um cenário: a primeira pelo programa MODCAR (Apêndice C) e, a
segunda, via arquivo de configurações (Apêndice D).
Esta última foi a alternativa
escolhida para montar o cenário. Dessa forma, gravou- se o cenário de carga pesada
no arquivo de cenários e os outros patamares (média e leve, em formato cartão) foram
gerados em um arquivo (de configurações). Cabe ressaltar, que o percentual de cada
patamar foi informado no cartão de cenário (DCEN) do arquivo de dados de carga
pesada .
Tendo o caso de fluxo de potência da carga pesada pronto, isto é,
ajustados e sem nenhuma violação (sobrecarga, ilhamento e sub e sobretensão),
montou-se o arquivo contendo as configurações das cargas média e leve. Nesse ponto
foram encontrados alguns problemas, pois, antes de processar o NH2, deve-se
observar se todos os patamares de carga contêm os mesmos barramentos.
Caso
contrário, o NH2 não monta o cenário.
Para resolver isto, recomenda-se que quando o caso de fluxo de potência
estiver disponível e ajustado, sejam comparados os barramentos da carga pesada
contra os da carga média e contra os do carga leve. O(s) barramento(s) inexistente(s)
deverá(ão) , então, ser incluído(s) no(s) caso(s) em que está(ão) faltando. Somente após
essa comparação é que se poderá gravar o caso de carga pesada no arquivo de cenário.
Com o arquivo de configurações montado já se pode gravar também os patamares de
carga média e leve. Aqui, depara-se com outro óbice, pois, o ajuste isolado do caso
inicial de fluxo de potência não se revela suficiente. Quando o NH2 vai completar o
cenário gravando as outras configurações, o programa faz internamente certos
processamentos comparativos da configuração do cenário de carga pesada com as
outras configurações, acarretando, muitas vezes, na ocorrência de novas violações. A
recomendação para resolver isso é:
i)
ajustar inicialmente o caso de carga pesada e gravá-lo no arquivo de cenário,
i i ) não ajustar os casos de carga média e leve isoladamente. Esses casos devem
ser ajustados concomitantemente à confecção do cenário, porém, sem gravá-los.
A gravação só se dará quando todos os patamares, no caso média e leve,
estiverem convergidos e sem violações. Cabe ressaltar que os casos, uma vez
gravados no arquivo de cenário, não poderão ser mais alterados (limitação do
117
programa).
A última e quarta fase é a etapa de processamento que consiste
basicamente na
definição das
opções
confiabilidade propriamente dita.
de processamento para
a
análise
de
A recomendação básica aqui remete ao registro
rigoroso das premissas utilizadas.
O programa NH2 poderia emitir um relatório
consolidando todas essas premissas.
VI.3.6. Quanto ao estabelecimento de paradigmas de desempenho
Embora o setor já disponha de um amplo arsenal logiciário com
tratamento de incertezas (NH2, CONFINT, etc), a disseminação dos mesmos vem
ocorrendo de forma lenta.
Um dos motivos desta situação reside na aparente
dificuldade de interpretação dos indicadores usualmente calculados.
Essas dificuldades têm facetas de natureza qualitativa e quantitativa.
Sob o ponto de vista qualitativo, a própria nomenclatura utilizada suscita dúvidas
oriundas da ausência de consenso quanto a aspectos conceituais (e. g. os termos
desempenho, risco, confiabilidade são amiúde empregados como meros sinônimos).
Quantitativamente, o julgamento dos valores numéricos dos indicadores de mérito
também não é trivial, dado o caráter eminentemente multifacetado desses índices e a
inexistência de balizadores comparativos com aceitação inconteste.
A
interpretação ou
discernimento de indicadores
vem
ganhando
crescente atenção em diversos países face as grandes mudanças estruturais em curso
no setor elétrico mundial.
O forte incentivo à formação de um ambiente de
exacerbada competição, naturalmente valoriza a disponibilidade de uma ampla gama
de indicadores de mérito, de fácil interpretação, que subsidiem a tomada de decisões.
Considerando que os índices de risco refletem a influência das
incertezas, convém identificar a natureza das mesmas. Sabe-se, por um lado, que as
incertezas relevantes aos sistemas de potência não são unicamente tratáveis via teoria
de probabilidades.
Pode-se, por exemplo, citar as influências de intervenções
humanas que não são nem determinísticas nem necessariamente seguem um padrão
passível de representação rigorosa por modelos estocásticos. A representação desse
tipo de incerteza pode eventualmente ser mais bem sucedida através do emprego de
variáveis nebulosas (ou difusas, incertas, fuzzy).
Entretanto, o uso de variáveis
difusas em sistemas de potência ainda está em fase de maturação e a grande maioria
das técnicas de avaliação de risco ainda baseia-se no emprego de variáveis aleatórias.
A valoração numérica de indicadores de risco e confiabilidade por
variáveis aleatórias depende fundamentalmente do conjunto de hipóteses, modelos e
118
ferramentas de simulação adotados durante o processo de avaliação.
Essa
dependência é acentuada na proporção da grande diversidade de alternativas de
avaliação
possíveis.
Todo
índice
de
risco
é,
portanto,
probabilisticamente
condicionado às premissas adotadas no seu próprio cálculo.
Em virtude disso, recomenda-se a repetição exaustiva da análise realizada
nesta Dissertação, visando o acúmulo de experiência que permitirá a fixação de
paradigmas de desempenho úteis à boa gestão do sistema elétrico.
VI.4. Sugestões de Temas de Pesquisa
Os principais tópicos de futuras pesquisa aqui recomendadas, a título de
continuação das investigações encetadas nessa Dissertação, são os seguintes:
i)
evolução temporal do risco do sistema para um dado horizonte da operação;
i i ) simulação dos esquema de controle de emergência; e
i i i ) adaptação do procedimento aqui proposto à análise de solicitação de
desligamentos.
119
APÊNDICE A - DADOS GERAIS UTILIZADOS
Visando facilitar a repetição dos resultados encontrados, este apêndice
registra diversos blocos de comandos utilizados nas simulações, quais sejam:
−
constantes utilizadas (comando DCTE);
−
dados estocásticos típicos de geradores (comando DECG);
−
dados estocásticos e de capacidade das usinas (comando DUSI ); e
−
dados de limites de tensão (comando DTEN).
Comando DCTE
BASE 100.00 DASE 100.00 TEPA 1.000 EXST 4.000 TETP
TLPP 1.000 TEPR 1.000 QLST 4.000 TLPR 1.000 TLPQ
TSBA 5.000 ASTP 0.050 VSTP 5.000 TLVC 0.500 TLTC
ZMAX 500.00 TLPV 0.500 VDVM 200.00 VDVN 50.000 TUDC
PGER 30.000 CNVK 135.05 TPST 500.00 LFIT
10 ACIT
DCIT
10 VSIT
10 LPIT
100 LFLP
10 LCRT
HIST
560. QLIM
5. NIPI
80 TVPL
1. TSIL
Comando DTEN
1 0.900 1.120 0.900 1.120
2 0.880 1.100 0.880 1.100
0 0.900 1.100 0.900 1.100
Comando DECG (vide Tabela IV-6)
1 HIDRAULICAS: 10 A 29 MW
9.7236
2 HIDRAULICAS: 30 A 59 MW
6.0444
3 HIDRAULICAS: 60 A 199 MW
7.6212
4 HIDRAULICAS: 200 A 499 M
10.14
5 ITAIPU: 700 MW
5.28
6 NUCLEAR I: 625 MW
50.2824
7 NUCLEAR II: 1245 MW
52.56
8 FOSSEIS: 10 A 59 MW
10.512
9 FOSSEIS: 60 A 89 MW
34.0764
10 FOSSEIS: 90 A 129 MW
16.4688
11 FOSSEIS: 130 A 199 MW
21.2868
12 FOSSEIS: 200 A 389 MW
50.2824
13 GERACAO EXTERNA
0.
14 COMPENSACAO REATIVA
6.
Nota: A classe 13 (geração externa) não foi utilizada.
19.16076
12.68392
24.39024
25.00175
25.
52.03861
57.04702
46.92633
41.58004
37.29952
34.2818
36.17945
36.17945
20.
Comando DUSI
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
10
12
12
12
12
12
12
14
14
14
16
16
16
16
16
16
16
16
18
18
ANGRA-I--LCBARR---LCBARR---LCBARR---LCBARR---LCBARR---LCBARR---FUNIL----FUNIL----FUNIL----FURNAS---FURNAS---FURNAS---FURNAS---FURNAS---FURNAS---FURNAS---FURNAS---ITUMBIAR-ITUMBIAR--
1
1
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3
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0
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1
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1
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6
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3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
4
4
5.
120.
120.
120.
120.
120.
120.
30.
30.
30.
100.
100.
100.
100.
100.
100.
100.
100.
200.
200.
657. -360.
184. -90.
184. -90.
184. -90.
184. -90.
184. -90.
184. -90.
74. -50.
74. -50.
74. -50.
164. -90.
164. -90.
164. -90.
164. -90.
164. -90.
164. -90.
164. -90.
164. -90.
380. -91.
380. -91.
121
360.
70.
70.
70.
70.
70.
70.
50.
50.
50.
60.
60.
60.
60.
60.
60.
60.
60.
100.
100.
5.000
2.000
0.100
0.010
99
32
20.
TBPA
TSBZ
TSFR
TADC
LFCV
5.000
0.010
0.010
0.010
3
CPAG
0
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
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72
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74
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90
91
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96
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18
18
18
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20
20
20
20
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22
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35
35
35
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36
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40
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44
44
45
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250
250
250
250
250
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253
253
253
253
253
255
255
257
257
257
257
257
300
300
300
300
301
301
301
301
302
302
302
303
ITUMBIAR-ITUMBIAR-ITUMBIAR-ITUMBIAR-MARIMB---MARIMB---MARIMB---MARIMB---MARIMB---MARIMB---MARIMB---MARIMB---M.MOR.A--M.MOR.A--M.MOR.A--M.MOR.A--M.MOR.A--M.MOR.A--M.MOR.B--M.MOR.B--M.MOR.B--M.MOR.B--P.COLOMB-P.COLOMB-P.COLOMB-P.COLOMB-SCRUZ19--SCRUZ19--SCRUZ13.8SCRUZ13.8CORUMBA--CORUMBA--CORUMBA--S.MESA---S.MESA---S.MESA---BGERALCS-BGERALCS-B.SULCS--GRAJAU---GRAJAU---VITORIA--IBIUNA---IBIUNA---IBIUNA---IBIUNA---T.PRETO--N.PECANH-N.PECANH-N.PECANH-N.PECANH-N.PECANH-N.PECANH-FONTES---FONTES---FONTES---FONTES---FONTES---P.PASSOS-P.PASSOS-I.POMBOS-I.POMBOS-I.POMBOS-I.POMBOS-I.POMBOS-EMBORCA--EMBORCA--EMBORCA--EMBORCA--JAGUARA--JAGUARA--JAGUARA--JAGUARA--N.PONTE--N.PONTE--N.PONTE--SSIMAO----
3
4
5
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2
3
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2
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200.
200.
200.
200.
110.
110.
110.
110.
110.
110.
110.
110.
30.
30.
30.
30.
30.
30.
30.
30.
30.
30.
40.
40.
40.
40.
45.
45.
25.
25.
4.
4.
4.
4.
4.
4.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
15.
15.
15.
15.
10.
10.
10.
10.
10.
0.
0.
15.
15.
10.
10.
10.
15.
15.
180.
180.
180.
180.
80.
80.
80.
80.
5.
5.
5.
180.
380.
380.
380.
380.
186.
186.
186.
186.
186.
186.
186.
186.
52.
52.
52.
52.
52.
52.
41.
41.
41.
41.
82.
82.
82.
82.
220.
220.
84.
84.
139.
139.
139.
425.
425.
425.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
71.
71.
71.
71.
48.
48.
44.
44.
44.
13.
13.
50.
50.
24.
24.
27.
39.
42.
298.
298.
298.
298.
105.
105.
105.
105.
179.
179.
179.
285.
-91.
-91.
-91.
-91.
-80.
-80.
-80.
-80.
-80.
-80.
-80.
-80.
-20.
-20.
-20.
-20.
-20.
-20.
-6.
-6.
-6.
-6.
-25.
-25.
-25.
-25.
-95.
-95.
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-30.
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-100.
-100.
-300.
-100.
-100.
-10.
-10.
-35.
-120.
-120.
-35.
-270.
-270.
-270.
-270.
-180.
-85.
-85.
-85.
-85.
-999.
-999.
-30.
-30.
-30.
-30.
-30.
-999.
-999.
-28.
-28.
-28.
-28.
-28.
-68.
-68.
-68.
-68.
-50.
-50.
-50.
-50.
-999.
-999.
-999.
-80.
122
100.
100.
100.
100.
80.
80.
80.
80.
80.
80.
80.
80.
21.
21.
21.
21.
21.
21.
15.
15.
15.
15.
25.
25.
25.
25.
110.
110.
40.
40.
100.
100.
100.
300.
100.
100.
20.
20.
60.
200.
200.
60.
300.
300.
300.
300.
300.
280.
280.
280.
280.
999.
999.
80.
80.
80.
80.
80.
999.
999.
70.
70.
70.
70.
70.
83.
83.
83.
83.
35.
35.
35.
35.
999.
999.
999.
80.
98
99
100
101
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103
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161
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167
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170
171
172
173
174
303
303
303
303
303
304
304
304
304
304
304
305
305
305
305
306
306
306
306
312
312
312
312
332
343
343
343
343
343
346
354
355
400
400
400
400
400
400
400
401
401
401
401
401
401
401
403
403
404
404
500
500
500
500
500
500
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
501
502
SSIMAO---- 2
SSIMAO---- 3
SSIMAO---- 4
SSIMAO---- 5
SSIMAO---- 6
TMARIAS--- 1
TMARIAS--- 2
TMARIAS--- 3
TMARIAS--- 4
TMARIAS--- 5
TMARIAS--- 6
VGRANDE--- 1
VGRANDE--- 2
VGRANDE--- 3
VGRANDE--- 4
GUILMAN--- 1
GUILMAN--- 2
GUILMAN--- 3
GUILMAN--- 4
MIRANDA--- 1
MIRANDA--- 2
MIRANDA--- 3
MIRANDA--- 4
JUIZFORA-138
IGARAPAVA- 1
IGARAPAVA- 2
IGARAPAVA- 3
IGARAPAVA- 4
IGARAPAVA- 5
MESQUITA-- 1
NEVES-CS2- 1
NEVES-CS1- 1
HBO.E----- 1
HBO.E----- 2
HBO.E----- 3
HBO.E----- 4
HBO.E----- 5
HBO.E----- 6
HBO.E----- 7
HBO.S----- 1
HBO.S----- 2
HBO.S----- 3
HBO.S----- 4
HBO.S----- 5
HBO.S----- 6
HBO.S----- 7
PIR13.8--- 1
PIR13.8--- 2
PIR14.4--- 1
PIR14.4--- 2
AVERMEL--- 1
AVERMEL--- 2
AVERMEL--- 3
AVERMEL--- 4
AVERMEL--- 5
AVERMEL--- 6
ISOLTE---- 1
ISOLTE---- 2
ISOLTE---- 3
ISOLTE---- 4
ISOLTE---- 5
ISOLTE---- 6
ISOLTE---- 7
ISOLTE---- 8
ISOLTE---- 9
ISOLTE----10
ISOLTE----11
ISOLTE----12
ISOLTE----13
ISOLTE----14
ISOLTE----15
ISOLTE----16
ISOLTE----17
ISOLTE----18
ISOLTE----19
ISOLTE----20
JUP440---- 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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1
1
1
1
1
1
1
1
1
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1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
4
4
4
4
4
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
2
2
2
2
3
3
3
3
1
2
2
2
2
2
4
4
4
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
4
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
180.
180.
180.
180.
180.
35.
35.
35.
35.
35.
35.
75.
75.
75.
75.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
25.
25.
25.
25.
25.
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15.
15.
15.
15.
15.
10.
10.
15.
20.
20.
20.
20.
20.
20.
25.
25.
30.
30.
125.
125.
125.
125.
125.
125.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
25.
285.
285.
285.
285.
285.
66.
66.
66.
66.
66.
66.
95.
95.
95.
95.
38.9
38.9
38.9
38.9
130.
130.
130.
130.
13.
42.
42.
42.
42.
42.
0.
0.
0.
65.
65.
65.
65.
65.
35.
35.
65.
70.
70.
70.
70.
70.
70.
100.
100.
135.
135.
232.7
232.7
232.7
232.7
232.7
232.7
176.
176.
176.
176.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
170.
110.8
-80.
-80.
-80.
-80.
-80.
-21.
-21.
-21.
-21.
-21.
-21.
-35.
-35.
-35.
-35.
-17.
-17.
-17.
-17.
-40.
-40.
-40.
-40.
0.
-14.
-14.
-14.
-14.
-14.
-60.
-60.
-60.
-20.
-20.
-20.
-20.
-20.
-13.
-13.
-20.
-24.
-24.
-24.
-24.
-24.
-24.
-999.
-999.
-999.
-999.
-90.
-90.
-90.
-90.
-90.
-90.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-50.
-48.
123
80.
80.
80.
80.
80.
21.
21.
21.
21.
21.
21.
32.
32.
32.
32.
17.
17.
17.
17.
40.
40.
40.
40.
0.
14.
14.
14.
14.
14.
100.
100.
100.
16.
16.
16.
16.
16.
12.
12.
16.
35.
35.
35.
35.
35.
35.
999.
999.
999.
999.
90.
90.
90.
90.
90.
90.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
50.
48.
175
176
177
178
179
180
181
182
183
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192
193
194
195
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197
198
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200
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206
207
208
209
210
211
212
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216
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218
219
220
221
222
223
224
225
226
227
228
229
230
231
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
248
249
250
251
502
502
502
502
502
502
502
502
502
502
502
503
503
506
506
507
507
507
507
508
508
508
509
509
509
510
510
510
510
510
510
510
510
510
510
510
510
510
510
510
510
510
510
511
511
511
511
512
512
512
512
513
513
513
513
513
514
514
514
514
515
515
515
516
516
516
516
517
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517
518
518
518
519
519
519
520
JUP440---- 2
JUP440---- 3
JUP440---- 4
JUP440---- 5
JUP440---- 6
JUP440---- 7
JUP440---- 8
JUP440---- 9
JUP440----10
JUP440----11
JUP440----12
JUP138---- 1
JUP138---- 2
JURUMIR--- 1
JURUMIR--- 2
CAPIVAR--- 1
CAPIVAR--- 2
CAPIVAR--- 3
CAPIVAR--- 4
CANOAS-I-- 1
CANOAS-I-- 2
CANOAS-I-- 3
CANOAS-II- 1
CANOAS-II- 2
CANOAS-II- 3
PPRIMAVERA 1
PPRIMAVERA 2
PPRIMAVERA 3
PPRIMAVERA 4
PPRIMAVERA 5
PPRIMAVERA 6
PPRIMAVERA 7
PPRIMAVERA 8
PPRIMAVERA 9
PPRIMAVERA10
PPRIMAVERA11
PPRIMAVERA12
PPRIMAVERA13
PPRIMAVERA14
PPRIMAVERA15
PPRIMAVERA16
PPRIMAVERA17
PPRIMAVERA18
ROSANA---- 1
ROSANA---- 2
ROSANA---- 3
ROSANA---- 4
SGRANDE--- 1
SGRANDE--- 2
SGRANDE--- 3
SGRANDE--- 4
TAQUARU--- 1
TAQUARU--- 2
TAQUARU--- 3
TAQUARU--- 4
TAQUARU--- 5
CHAVANT--- 1
CHAVANT--- 2
CHAVANT--- 3
CHAVANT--- 4
BARIRI---- 1
BARIRI---- 2
BARIRI---- 3
BBONITA--- 1
BBONITA--- 2
BBONITA--- 3
BBONITA--- 4
IBITING--- 1
IBITING--- 2
IBITING--- 3
NAVANHA--- 1
NAVANHA--- 2
NAVANHA--- 3
PROMISS--- 1
PROMISS--- 2
PROMISS--- 3
T.IRMAOS-- 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
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1
1
1
1
1
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
2
2
3
3
3
3
1
1
1
1
1
1
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
1
1
1
1
3
3
3
3
3
3
3
3
3
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
25.
25.
25.
25.
25.
25.
25.
25.
25.
25.
25.
25.
25.
8.
8.
50.
50.
50.
50.
0.
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0.
0.
0.
0.
6.
6.
6.
6.
0.
0.
0.
0.
0.
50.
50.
50.
50.
15.
22.
15.
6.5
6.5
6.5
6.5
12.
12.
12.
46.
46.
46.
30.
35.
30.
0.
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
49.
49.
160.
160.
160.
160.
27.5
27.5
27.5
24.
24.
24.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
101.
93.
93.
93.
93.
18.5
18.5
18.5
18.5
110.8
110.8
110.8
110.8
110.8
104.
104.
104.
104.
48.
48.
48.
35.
35.
35.
35.
44.
44.
44.
115.8
115.8
115.8
88.
88.
88.
162.
-48.
-48.
-48.
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-48.
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-26.
-77.
-77.
-77.
-77.
-11.
-11.
-11.
-10.
-10.
-10.
-45.
-45.
-45.
-45.
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-45.
-45.
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-45.
-45.
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-45.
-45.
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-9.
-9.
-9.
-48.
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-50.
-23.
-23.
-23.
-14.
-14.
-14.
-14.
-18.
-18.
-18.
-48.
-48.
-48.
-47.
-47.
-47.
-50.
124
48.
48.
48.
48.
48.
48.
48.
48.
48.
48.
48.
48.
48.
26.
26.
77.
77.
77.
77.
11.
11.
11.
10.
10.
10.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
45.
40.
40.
40.
40.
9.
9.
9.
9.
48.
48.
48.
48.
48.
50.
50.
50.
50.
23.
23.
23.
14.
14.
14.
14.
18.
18.
18.
48.
48.
48.
47.
47.
47.
50.
252
253
254
255
256
257
258
259
260
261
262
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271
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281
282
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291
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298
299
300
301
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327
328
520
520
520
520
521
521
522
522
522
522
523
523
525
525
526
526
532
533
750
750
751
751
752
753
753
753
754
754
800
800
800
800
801
801
801
801
804
804
804
804
805
805
805
805
808
808
810
810
810
810
811
811
811
811
901
901
907
907
909
909
911
911
913
917
917
918
918
919
919
919
919
920
920
920
920
921
921
T.IRMAOS-- 2
T.IRMAOS-- 3
T.IRMAOS-- 4
T.IRMAOS-- 5
CACONDE--- 1
CACONDE--- 2
E.CUNHA--- 1
E.CUNHA--- 2
E.CUNHA--- 3
E.CUNHA--- 4
LIMOEIR--- 1
LIMOEIR--- 2
JAGUARI--- 1
JAGUARI--- 2
PARAIBU--- 1
PARAIBU--- 2
EMBU------ 1
SAA------- 1
CDOUR----- 1
CDOUR----- 2
CDOUR----- 1
CDOUR----- 2
CDOUR----- 1
CDOUR----- 1
CDOUR----- 2
CDOUR----- 3
CDOUR13--- 1
CDOUR13--- 2
GBMUN-GER- 1
GBMUN-GER- 2
GBMUN-GER- 3
GBMUN-GER- 4
GBMUN-CS-- 1
GBMUN-CS-- 2
GBMUN-CS-- 3
GBMUN-CS-- 4
GPARIG-GER 1
GPARIG-GER 2
GPARIG-GER 3
GPARIG-GER 4
GPARIG-CS- 1
GPARIG-CS- 2
GPARIG-CS- 3
GPARIG-CS- 4
S.CAXIAS-- 1
S.CAXIAS-- 2
SEGRED-GER 1
SEGRED-GER 2
SEGRED-GER 3
SEGRED-GER 4
SEGRED-CS- 1
SEGRED-CS- 2
SEGRED-CS- 3
SEGRED-CS- 4
CHARQUEA-1CF
CHARQUEA-2CF
JLACERD-A- 1
JLACERD-A- 2
JLACERD-A- 3
JLACERD-A- 4
JLACERD-B- 5
JLACERD-B- 6
JLACERD-C- 7
PFUNDO1-G- 1
PFUNDO2-G- 2
PFUNDO1-CS 1
PFUNDO2-CS 2
SOSO1A4-G- 1
SOSO1A4-G- 2
SOSO1A4-G- 3
SOSO1A4-G- 4
SOSO1A4-CS 1
SOSO1A4-CS 2
SOSO1A4-CS 3
SOSO1A4-CS 4
SOSO5E6-G- 5
SOSO5E6-G- 6
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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1
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1
1
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1
1
1
1
0
0
0
0
1
1
3
3
3
3
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
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2
4
4
1
1
2
2
2
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3
3
3
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4
4
4
4
4
4
3
3
3
3
3
3
3
3
1
1
4
4
4
4
4
4
4
4
8
8
8
8
9
9
1
1
2
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
0.
0.
0.
0.
0.
0.
12.
12.
12.
12.
4.5
4.5
5.
5.
30.
30.
0.
0.
5.
5.
5.
5.
5.
5.
5.
5.
5.
5.
230.
230.
230.
230.
0.
0.
0.
0.
15.
15.
15.
15.
0.
0.
0.
0.
5.
5.
115.
115.
115.
115.
0.
0.
0.
0.
12.5
12.5
25.
25.
33.
33.
80.
80.
180.
40.
40.
0.
0.
120.
120.
120.
120.
0.
0.
0.
0.
120.
120.
162.
162.
162.
162.
40.
40.
27.
27.
27.
27.
16.
16.
14.
14.
43.
43.
0.
0.
17.
17.
55.
55.
55.
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85.
85.
110.
110.
419.
419.
419.
419.
0.
0.
0.
0.
63.
63.
63.
63.
0.
0.
0.
0.
320.
320.
320.
320.
320.
320.
0.
0.
0.
0.
25.
25.
50.
50.
66.
66.
131.
131.
363.
110.
110.
0.
0.
182.
182.
182.
182.
0.
0.
0.
0.
175.
175.
-50.
-50.
-50.
-50.
-25.
-25.
-17.
-17.
-17.
-17.
-8.5
-8.5
-9.
-9.
-26.
-26.
-160.
-160.
-999.
-999.
-999.
-999.
-999.
-999.
-999.
-999.
-999.
-999.
-200.
-200.
-200.
-200.
-200.
-200.
-200.
-200.
-30.
-30.
-30.
-30.
-30.
-30.
-30.
-30.
-90.
-90.
-100.
-100.
-100.
-100.
-100.
-100.
-100.
-100.
0.
0.
-13.
-13.
-9.
-9.
-16.
-16.
-50.
-50.
-50.
-43.
-43.
-37.
-37.
-37.
-37.
-37.
-37.
-37.
-37.
-84.
-84.
125
50.
50.
50.
50.
25.
25.
17.
17.
17.
17.
8.5
8.5
9.
9.
26.
26.
250.
250.
999.
999.
999.
999.
999.
999.
999.
999.
999.
999.
200.
200.
200.
200.
200.
200.
200.
200.
30.
30.
30.
30.
30.
30.
30.
30.
90.
90.
145.
145.
145.
145.
145.
145.
145.
145.
36.
36.
24.
24.
36.
36.
94.
94.
195.
38.
38.
67.
67.
55.
55.
55.
55.
55.
55.
55.
55.
84.
84.
329
330
331
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334
335
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344
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358
359
360
361
362
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366
367
368
369
370
371
372
373
374
375
376
377
378
379
380
381
382
383
384
385
386
387
388
389
390
391
392
393
394
395
396
397
398
399
400
401
402
403
404
405
922
922
925
925
925
925
926
926
926
926
1107
1107
1107
1107
1107
1107
1107
1107
1107
1125
1126
1155
1155
1155
1155
1156
1156
1156
1156
1162
1162
1162
1162
1162
1162
1170
1170
1172
1172
1175
1175
1500
1501
1501
1501
1501
1501
1501
1502
1502
1502
1502
1524
1546
1700
1703
1704
2050
2051
2051
2350
2350
2350
2350
2352
2352
2352
2352
2551
2600
2600
2600
2601
2601
2602
2602
2602
SOSO5E6-CS 5
SOSO5E6-CS 6
SSANT-GER- 1
SSANT-GER- 2
SSANT-GER- 3
SSANT-GER- 4
SSANT-CS-- 1
SSANT-CS-- 2
SSANT-CS-- 3
SSANT-CS-- 4
ITAIPU-60- 1
ITAIPU-60- 2
ITAIPU-60- 3
ITAIPU-60- 4
ITAIPU-60- 5
ITAIPU-60- 6
ITAIPU-60- 7
ITAIPU-60- 8
ITAIPU-60- 9
MIMOSO---- 1
MIMOSO---- 2
ITAUBA-GER 1
ITAUBA-GER 2
ITAUBA-GER 3
ITAUBA-GER 4
ITAUBA-CS- 1
ITAUBA-CS- 2
ITAUBA-CS- 3
ITAUBA-CS- 4
JACUI----- 1
JACUI----- 2
JACUI----- 3
JACUI----- 4
JACUI----- 5
JACUI----- 6
PMED.A---- 1
PMED.A---- 2
PMED.B---- 1
PMED.B---- 2
PREAL----- 1
PREAL----- 1
IGARAPE-01MQ
ITUT+CA--- 1
ITUT+CA--- 2
ITUT+CA--- 3
ITUT+CA--- 4
ITUT+CA--- 1
ITUT+CA--- 2
SGRANDE--- 1
SGRANDE--- 2
SGRANDE--- 3
SGRANDE--- 4
GAFANHOT-138
NLIMA----138
AREAL----6.6
MACABU---3.0
MACABU---6.6
BUGRES---- 1
CANASTRA-- 1
CANASTRA-- 2
CHAMINE--- 1
CHAMINE--- 2
CHAMINE--- 3
CHAMINE--- 4
GUARICANA- 1
GUARICANA- 2
GUARICANA- 3
GUARICANA- 4
UPA
13.2
MASCAR.--- 1
MASCAR.--- 2
MASCAR.--- 3
SUICA----- 1
SUICA----- 2
RBONITO--- 1
RBONITO--- 2
RBONITO--- 3
0
0
1
1
1
1
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
0
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
1
0
0
0
3
1
1
0
1
1
1
1
0
3
3
4
4
4
4
4
4
4
4
5
5
5
5
5
5
5
5
5
1
1
3
3
3
3
3
3
3
3
2
2
2
2
2
2
9
9
1
1
3
3
3
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
1
2
2
2
1
1
1
1
1
0.
0.
220.
220.
220.
220.
0.
0.
0.
0.
420.
420.
420.
420.
420.
420.
420.
420.
420.
10.
10.
75.
75.
75.
75.
75.
75.
75.
75.
15.
15.
15.
15.
15.
15.
5.
5.
60.
60.
40.
40.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
20.
20.
20.
20.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
5.
5.
355.
355.
355.
355.
0.
0.
0.
0.
730.
730.
730.
730.
730.
730.
730.
730.
730.
20.
20.
125.
125.
125.
125.
125.
125.
125.
125.
30.
30.
30.
30.
30.
31.
63.
63.
160.
160.
75.
75.
125.
13.
13.
13.
13.
24.
24.
25.
25.
25.
25.
21.
15.
20.
12.
12.
11.
22.
22.
18.
18.
18.
18.
36.
36.
36.
36.
23.
41.
41.
41.
15.5
15.5
5.
5.
5.
-84.
-84.
-110.
-110.
-110.
-110.
-110.
-110.
-110.
-110.
-268.
-268.
-268.
-268.
-268.
-268.
-268.
-268.
-268.
-12.
-12.
-60.
-60.
-60.
-60.
-60.
-60.
-60.
-60.
-8.
-8.
-8.
-8.
-8.
-8.
-12.
-12.
-28.
-28.
-31.
-31.
-15.
-6.
-6.
-6.
-6.
-12.
-12.
-13.
-13.
-13.
-13.
0.
0.
-5.
0.
0.
-6.
-6.
-6.
-12.
-12.
-12.
-12.
-15.
-15.
-15.
-15.
-10.
-15.
-15.
-15.
-7.
-7.
-2.5
-2.5
-2.5
126
84.
84.
105.
105.
105.
105.
105.
105.
105.
105.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
12.
12.
61.
61.
61.
61.
61.
61.
61.
61.
13.
13.
13.
13.
13.
13.
56.
56.
94.
94.
45.
45.
85.
6.
6.
6.
6.
10.
10.
13.
13.
13.
13.
0.
0.
5.
0.
0.
6.
14.
14.
12.
12.
12.
12.
15.
15.
15.
15.
10.
15.
15.
15.
7.
7.
2.5
2.5
2.5
406
407
408
409
410
411
412
413
414
415
416
417
418
419
420
421
422
423
424
425
426
427
428
429
430
431
432
433
434
435
436
437
438
439
440
441
442
443
444
445
446
447
448
449
450
451
452
453
454
455
456
457
458
459
460
461
462
463
464
465
466
467
468
469
470
471
472
473
474
2623
2786
2885
5005
5006
5009
5010
5011
5012
5013
5014
5015
5016
5018
5022
5023
5024
5025
5027
5030
5031
5032
5033
5052
5053
5054
5055
5056
5061
5062
5063
5064
5065
5066
5145
5147
5410
5450
5520
5521
5522
5523
5586
5586
5596
5596
5596
5778
5779
6294
6295
6297
6298
6299
6405
6419
6419
6419
6419
6419
6420
6420
6420
6421
6421
6422
6422
6465
6465
CASTELO--138
JVILLE.1--69
US.PALMEI-69
P.AFONSO I 1
P.AFONSO I 2
P.AFON_IIA 1
P.AFON_IIA 2
P.AFON_IIA 3
P.AFON_IIB 4
P.AFON_IIB 5
P.AFON_IIB 6
P.AFON_III 1
P.AFON_III 2
P.AFON_III 4
P.AFONS_IV 1
P.AFONS_IV 2
P.AFONS_IV 3
P.AFONS_IV 4
P.AFONS_IV 6
A.SALES
1
A.SALES
2
A.SALES
3
A.SALES
4
L.GONZAGA 2
L.GONZAGA 3
L.GONZAGA 4
L.GONZAGA 5
L.GONZAGA 6
XINGO
1
XINGO
2
XINGO
3
XINGO
4
XINGO
5
XINGO
6
CS_RECIFE2 1
CS_RECIFE2 2
CE_MILAGRES
CS_FORTALEZA
B.ESPERANC 1
B.ESPERANC 2
B.ESPERANC 3
B.ESPERANC 4
CS_P.DUTRA 1
CS_P.DUTRA 2
CS_IMPERATR1
CS_IMPERATR2
CS_IMPERATR3
CS_CAMACARI1
CS_CAMACARI2
SOBRADINHO 1
SOBRADINHO 2
SOBRADINHO 4
SOBRADINHO 5
SOBRADINHO 6
CS_MARABA 1
TUCURUI
1
TUCURUI
2
TUCURUI
3
TUCURUI
4
TUCURUI
5
TUCURUI
6
TUCURUI
7
TUCURUI
8
TUCURUI
9
TUCURUI
10
TUCURUI
11
TUCURUI
12
CS_V.CONDE 1
CS_V.CONDE 2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
3
3
3
3
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
14
14
14
14
3
3
3
3
14
14
14
14
14
14
14
3
3
3
3
3
14
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
14
14
0.
0.
0.
40.
40.
60.
60.
60.
51.
51.
51.
150.
150.
150.
230.
230.
230.
230.
230.
50.
50.
50.
50.
151.
151.
151.
151.
151.
301.
301.
301.
301.
301.
301.
0.
0.
0.
0.
30.
30.
48.
48.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
60.
60.
60.
60.
60.
0.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
250.
0.
0.
24.
0.
18. -10.
25. -10.
60.-9999.
60.-9999.
66.-9999.
66.-9999.
66.-9999.
76.-9999.
76.-9999.
76.-9999.
200.-9999.
200.-9999.
200.-9999.
410.-9999.
410.-9999.
410.-9999.
410.-9999.
410.-9999.
110.-9999.
110.-9999.
110.-9999.
110.-9999.
250.-9999.
250.-9999.
250.-9999.
250.-9999.
250.-9999.
500.-9999.
500.-9999.
500.-9999.
500.-9999.
500.-9999.
500.-9999.
0. -100.
0. -100.
0. -70.
0. -140.
49.-9999.
49.-9999.
59.-9999.
59.-9999.
0. -70.
0. -70.
0. -70.
0. -70.
0. -70.
0. -105.
0. -105.
190.-9999.
190.-9999.
190.-9999.
190.-9999.
190.-9999.
0. -90.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
332.5 -150.
0. -90.
0. -90.
127
0.
10.
10.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
150.
150.
100.
200.
9999.
9999.
9999.
9999.
100.
100.
100.
100.
100.
150.
150.
9999.
9999.
9999.
9999.
9999.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
150.
APÊNDICE B – INCERTEZA DA ESTIMATIVA DA LOLD
Os índices LOLP, EPNS e LOLF podem ser representados como valor
esperado de diferentes funções teste de F(x).
Estes índices podem ser estimados
através de simulação de Monte Carlo, onde a incerteza da estimativa é dada pela
variância do estimador, apresentado pela equação abaixo:
~
V ( E ( F )) =
V(F)
NE
(A.1)
onde
~
~
V ( E ( F )) variância do estimador; V(F) variância da função; E ( F )
estimador do valor esperado, e NE número de estados amostrados (tamanho da
amostra). Por sua vez o índice LOLD é obtido a posteriori, pelo quociente entre a LOLP
e a LOLF. Desta forma, é importante derivar a variância do estimador da LOLD a
partir da variância dos dois outros índices.
LOLD =
LOLP
LOLF
(A.2)
Como na simulação de Monte Carlo, os índices LOLP e LOLF são
estimadores de média, estes índices são variáveis aleatórias com distribuição normal,
cujos valores médios são iguais aos valores da população, e suas variâncias são dadas
pela variância de população dividida pelo tamanho da amostra [J. R.Benjamin, C.A.
Cornell, Probability, Statistics and Decision for Civil Engineers, McGraw-Hill Book
Company, New York, USA, 1979.], apud
[4-05].
Assim, a estimativa da variância da
LOLD pode ser obtida a partir das variâncias das estimativas da LOLP e LOLF
[4-05].
Considerando-se outras hipóteses simplificadoras, chega-se finalmente a
que11:
β L2OL D = β L2OL F − β L2OL P .
Exemplo1: Valores Globais (vide Tabela V-8)
2
β LOLF
= 0,39 2
2
β LOLP
= 0,228 2
11
⇒
β LOLD = 0,3164
A derivação da forma simplificada desta equação foi proposta pelo Dr. Albert Melo (CEPEL).
128
(A.3)
APÊNDICE C - PROCESSAMENTO DO MODCAR
Este apêndice registra dados, premissas e resultados associados à
modelagem da carga do SIN através do utilitário MODCAR.
C.1 - Arquivo <cabra.dat> (carga do Brasil) utilizado para o processamento do
MODCAR. A carga pesada, no valor de 45476 MW, foi tomada como
referência de 1,0 pu (Vide Tabela V-4).
4
0.6238 7.0
0.8535 10.0
1.0 5.0
0.8535 2.0
(
Nota: A relacao entre patamares foi retirada dos casos de pesada
media e leve.
Duração da
C.2 - O DCEN obtido foi o seguinte:
carga pesada
DCEN IMPR
3 000.00
1 1.0000 NIVEL 100.0% 0.2083333
2 0.20000
2 0.8535 NIVEL 85.4% 0.5000000
1 0.08333
3 0.08333
3 0.6238 NIVEL 62.4% 0.2916667
2 0.14286
9999
1
2
1
C.3 - O arquivo <cabra.loa> , resultante do processamento do MODCAR foi o
seguinte:
CEPEL - CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELETRICA
PROGRAMA DE MODELAGEM E AGRUPAMENTO DE CARGA (MODCAR)
V2.1-10/98
CURVA DE CARGA TIPO PATAMAR + DURACAO
AGRUPAMENTO DA CURVA DE CARGA -
3
CLASSES
CLASSE NO. ELEMENTOS REPRESENTANTE (PU)
1
5
1.0000
2
12
0.8535
3
7
0.6238
------------------------------------------ERRO MEDIO QUADRATICO DO AGRUPAMENTO EM RELACAO 'A CURVA ORIGINAL: 0.1776E14
1 CEPEL - CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELETRICA
PROGRAMA DE MODELAGEM E AGRUPAMENTO DE CARGA (MODCAR)
V2.1-10/98
CURVA
DE
CARGA
DO
SISTEMA
129
O R I G I N A L
A G R U P A D A
INTERVALO PATAMAR
NIVEL
PATAMAR DURACAO
1
0.62380
3
0.62380
1.0
2
0.62380
3
0.62380
1.0
3
0.62380
3
0.62380
1.0
4
0.62380
3
0.62380
1.0
5
0.62380
3
0.62380
1.0
6
0.62380
3
0.62380
1.0
7
0.62380
3
0.62380
1.0
8
0.85350
2
0.85350
1.0
9
0.85350
2
0.85350
1.0
10
0.85350
2
0.85350
1.0
11
0.85350
2
0.85350
1.0
12
0.85350
2
0.85350
1.0
13
0.85350
2
0.85350
1.0
14
0.85350
2
0.85350
1.0
15
0.85350
2
0.85350
1.0
16
0.85350
2
0.85350
1.0
17
0.85350
2
0.85350
1.0
18
1.00000
1
1.00000
1.0
19
1.00000
1
1.00000
1.0
20
1.00000
1
1.00000
1.0
21
1.00000
1
1.00000
1.0
22
1.00000
1
1.00000
1.0
23
0.85350
2
0.85350
1.0
24
0.85350
2
0.85350
1.0
1 CEPEL - CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELETRICA
PROGRAMA DE MODELAGEM E AGRUPAMENTO DE CARGA (MODCAR)
V2.1-10/98
MODELO ESTOCASTICO DA CARGA
NO. DE NIVEIS DE CARGA:
NIVEL:
(/H)]:
1
3
CARGA = 1.0000 PU
PROB. = 0.20833
TAXAS TRANS. [PARA,
PROB. = 0.50000
TAXAS TRANS. [PARA,
2 ( 0.854) -> 0.200
NIVEL:
(/H)]:
2
CARGA = 0.8535 PU
1 ( 1.000) -> 0.833E-01
NIVEL:
(/H)]:
3
CARGA = 0.6238 PU
3 ( 0.624) -> 0.833E-01
PROB. = 0.29167
TAXAS TRANS. [PARA,
2 ( 0.854) -> 0.143
***
SOMATORIO DAS PROBABILIDADES =
130
1.0000
***
APÊNDICE D - CONFIGURAÇÃO DE CENÁRIOS
Este apêndice registra informações úteis quando da configuração dos
cenários. A seqüencia de comandos
abaixo é fornecida com o intuito de ilustrar o
procedimento geral.
ulog
4
cenanew.ns
ulog
6
P1.sai
Arquivo de saída para configuração final do caso de carga pesada
Arqv rest cena
01
exlf newt ctap crem qlim rcvg
rela rmon
ulog
3
Arquivo com dados dos cenários de cargas média e leve obtido na
cenanew.dat
sub-etapa c
ulog
6
m1.sai
Arquivo de saída para a configuração final do cenário de carga
cfce
m édi a a partir da carga pesada
02
exlf newt ctap crem qlim rcvg ilha
rela rmon
arqv grav cena
02
ulog
6
Arquivo de saída para a configuração final do cenário de carga
l1.sai
leve a partir da carga pesada
cfce
03
exlf newt ctap crem qlim rcvg ilha
rela rmon
arqv grav cena
03
arqv list cena
fim
131
APÊNDICE E - ÍNDICES DE CONFIABILIDADE POR ÁREA E BARRA DO
SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO
Este apêndice registra os resultados, por barramento, para as Áreas 1 e
2, obtidos para o caso 1C citado na Tabela V-8.
Devido ao grande volume de
informações, fez-se apenas a amostra da saída desse relatório.
INDICES DE CONFIAB. POR BARRA
*
AREA
LOLF com * --> Limite Superior ;
( )
BARRA
CARGA
LOLP
NUM.
NOME
(MW)
14 FUNIL----2MQ
1.1 0.85799E-04
( 23.6 %)
44 GRAJAU---2CS
2.6 0.15680E-03
( 20.1 %)
50 T.PRETO--1CS
0.6 0.10528E-03
( 27.0 %)
67 IVAIPORA--69
0.2 0.12657E-03
( 21.3 %)
185 ANGRA----138
24.5 0.33366E-04
( 37.8 %)
195 ADRI-T53-CAP
2.3 0.11684E-03
( 22.3 %)
198 POCOS---13.8
1.2 0.14358E-03
( 21.9 %)
199 VITORIA-13.8
0.4 0.64132E-04
( 32.2 %)
203 UCAMPOS--1MQ
1.2 0.15821E-03
( 17.4 %)
INDICES DE CONFIAB. POR BARRA
*
AREA
LOLF com * --> Limite Superior ;
( )
BARRA
CARGA
LOLP
NUM.
NOME
(MW)
314 BARREIRO-138
361.3 0.33468E-04
( 37.8 %)
319 CPENA----230
15.8 0.15294E-03
( 17.7 %)
322 FRUTAL---138
20.8 0.87152E-04
( 25.1 %)
323 ITUTING2-138
148.6 0.23833E-04
( 44.7 %)
332 JUIZFORA-138
203.8 0.86137E-04
( 23.6 %)
342 MCLAROS2-138
103.0 0.27866E-03
( 13.4 %)
345 MESQUITA-230
102.5 0.33468E-04
( 37.8 %)
348 VALADARE-138
215.7 0.26782E-03
( 14.9 %)
353 NEVES----138
737.0 0.42899E-04
( 33.3 %)
361 JF138-T5
55.3 0.19547E-03
( 17.6 %)
362 PASSOS---138
74.4 0.14261E-03
( 24.5 %)
364 PCALDAS1-138
374.8 0.14064E-03
( 23.5 %)
365 PCALDAS2-138
86.6 0.10822E-03
( 24.4 %)
376 TAQUARIL-138
275.1 0.52804E-04
( 30.1 %)
382 TMARIAS--138
104.0 0.96618E-04
( 23.7 %)
394 VALADARE-230
37.1 0.71600E-04
( 25.8 %)
399 VPALMA---138
54.1 0.19932E-03
( 16.9 %)
1500 IGARAPE-01MQ
3.1 0.47666E-05
( 100.0 %)
1 * *
FURNAS
--> Coefic. de Variacao
EENS
LOLF
(MWh/ano)
(/ano)
0.66661
0.20522
( 23.6 %)
( 15.4 %)
2.6061
0.20871
( 19.7 %)
( 26.4 %)
0.46123
0.33031E-02
( 25.4 %)
( 763.4 %)
0.22175
0.57759E-01
( 21.3 %)
( 63.2 %)
0.31569
0.11932
( 38.5 %)
( 25.8 %)
2.1513
0.61539E-01
( 21.3 %)
( 42.4 %)
1.2330
0.56271E-01
( 20.4 %)
( 53.0 %)
0.18787
0.20813E-01
( 30.2 %)
( 90.3 %)
1.2774
0.69491E-01
( 17.8 %)
( 34.8 %)
2 * *
CEMIG
--> Coefic. de Variacao
EENS
LOLF
(MWh/ano)
(/ano)
18.689
0.35237E-01
( 42.6 %)
( 27.9 %)
1.0872
0.26333
( 18.4 %)
( 13.3 %)
11.694
0.52849E-01
( 24.6 %)
( 47.3 %)
0.47461
0.42140E-01
( 44.8 %)
( 17.5 %)
7.1665
0.11078
( 33.1 %)
( 23.7 %)
84.641
0.32120
( 19.4 %)
( 13.1 %)
0.57067
0.59455E-01
( 42.7 %)
( 25.3 %)
239.62
0.21777
( 16.7 %)
( 19.8 %)
21.314
0.12372
( 34.0 %)
( 22.6 %)
116.25
0.60487E-01
( 18.8 %)
( 61.7 %)
70.491
0.00000
( 24.5 %)
(****** %)
322.83
0.00000
( 22.8 %)
(****** %)
76.353
0.58212E-01
( 24.7 %)
( 68.6 %)
0.26053
0.25483E-02
( 30.2 %)
( 511.5 %)
25.064
0.70302E-01
( 30.0 %)
( 27.9 %)
1.5457
0.12577
( 31.3 %)
( 13.7 %)
121.04
0.97676E-01
( 19.8 %)
( 36.6 %)
0.12944
0.81803E-02
( 100.0 %)
(
2.1 %)
132
*
(
(
(
(
(
(
(
(
(
LOLD
(h)
3.6625
0.0 %)
6.5810
16.1 %)
279.20
763.0 %)
19.196
39.7 %)
2.4496
0.0 %)
16.631
28.2 %)
22.352
38.3 %)
26.993
84.3 %)
19.944
23.4 %)
IS
(min)
36.361
( 23.6 %)
60.142
( 19.7 %)
46.123
( 25.4 %)
66.526
( 21.3 %)
0.77312
( 38.5 %)
56.122
( 21.3 %)
61.649
( 20.4 %)
28.181
( 30.2 %)
63.871
( 17.8 %)
ICE
(%)
0.69179E-02
( 23.6 %)
0.11442E-01
( 19.7 %)
0.87753E-02
( 25.4 %)
0.12657E-01
( 21.3 %)
0.14709E-03
( 38.5 %)
0.10678E-01
( 21.3 %)
0.11729E-01
( 20.4 %)
0.53617E-02
( 30.2 %)
0.12152E-01
( 17.8 %)
*
LOLD
IS
ICE
(h)
(min)
(%)
8.3200
3.1036
0.59049E-03
(
0.0 %) ( 42.6 %) ( 42.6 %)
5.0876
4.1285
0.78547E-03
(
0.0 %) ( 18.4 %) ( 18.4 %)
14.446
33.734
0.64181E-02
( 26.9 %) ( 24.6 %) ( 24.6 %)
4.9544
0.19163
0.36460E-04
(
0.0 %) ( 44.8 %) ( 44.8 %)
6.8115
2.1099
0.40142E-03
(
2.5 %) ( 33.1 %) ( 33.1 %)
7.5999
49.305
0.93808E-02
(
0.0 %) ( 19.4 %) ( 19.4 %)
4.9311
0.33405
0.63556E-04
(
0.0 %) ( 42.7 %) ( 42.7 %)
10.773
66.653
0.12681E-01
( 12.3 %) ( 16.7 %) ( 16.7 %)
3.0375
1.7352
0.33014E-03
(
0.0 %) ( 34.0 %) ( 34.0 %)
28.309
126.13
0.23997E-01
( 43.0 %) ( 18.8 %) ( 18.8 %)
0.00000 56.847
0.10816E-01
(****** %) ( 24.5 %) ( 24.5 %)
0.00000 51.681
0.98328E-02
(****** %) ( 22.8 %) ( 22.8 %)
16.285
52.900
0.10065E-01
( 38.9 %) ( 24.7 %) ( 24.7 %)
181.52
0.56821E-01 0.10811E-04
( 510.6 %) ( 30.2 %) ( 30.2 %)
12.039
14.460
0.27511E-02
( 14.7 %) ( 30.0 %) ( 30.0 %)
4.9871
2.4998
0.47562E-03
(
0.0 %) ( 31.3 %) ( 31.3 %)
17.876
134.24
0.25539E-01
( 28.1 %) ( 19.8 %) ( 19.8 %)
5.1044
2.5053
0.47666E-03
(****** %) ( 100.0 %) ( 100.0 %)
APÊNDICE F - SENSIBILIDADES NODAIS E DE CIRCUITOS DO SISTEMA
ELÉTRICO BRASILEIRO
Este
apêndice
registra
os
custos
marginais
(sensibilidades)
barramento e por ramo para o caso 1C, citado na Tabela V-8.
Devido ao grande
volume de informações, fez-se apenas a amostra da saída para a Área 1.
ESTIMATIVA DOS CUSTOS MARGINAIS DE POTENCIA POR AREA
* AREA 1 * *
FURNAS
*
BARRA
NUM.
NOME
203 UCAMPOS--1MQ
202 UCAMPOS-FIC2
174 R.LEAO---138
201 UCAMPOS--1MQ
200 UCAMPOS-FIC1
177 VITORIA--138
105 ANGRA----500
10 ANGRA----1MQ
199 VITORIA-13.8
150 VITORIA--FIC
148 CAMPOS---FIC
192 CAMPOS--13.8
175 CAMPOS---138
45 VITORIA--1CS
151 VITO-FIC--CS
149 VITORIA--345
147 CAMPOS---345
185 ANGRA----138
107 GRAJAU---500
178 GRAJAU---138
179 GRAJAU---FIC
44 GRAJAU---2CS
184 S.CRUZ---138
108 S.JOSE---500
180 JACAREP--138
30 SCRUZ-19-2MQ
31 SCRUZ-13-1MQ
144 JACAREP--345
106 ADRIANO--500
109 ADR-ANG-F500
173 ADRIANO--138
140 ADRIANO--345
143 ADRIAN-F-T2B
206 ADRIAN-T-T25
141 ADRIAN-F-T53
194 ADRI-T55-REA
205 ADRIAN-T-T2A
204 ADRIAN-T-T1B
195 ADRI-T53-CAP
145 ADRIAN-F-T1B
146 ADRIAN-F-T2A
142 ADRIAN-F-T55
169 S.JOSE---138
172 IMBARIE--138
171 CAMPINAS-138
182 FUNIL----138
138 ITUTINGA-345
14 FUNIL----2MQ
170 P.CALDAS-138
225 ITUMBIARA230
187 M.MORAES-138
132 M.MORAES-FIC
136 FURNAS---345
40 B.GERAL--2CS
24 M.MOR.-B-4MQ
16 FURNAS---8MQ
22 M.MOR.-A-6MQ
131 M.MORAES-345
12 LCBARRET-6MQ
190 PCOLOMBIA138
134 LBARRETO-345
236 B.SUL----138
161 MOGI-----230
216 PCOLOMBIA345
20 MARIMBON-8MQ
214 MARIMBON-FIC
246 MARIMBON13.8
198 POCOS---13.8
CARGA
(MW)
1.20
0.00
0.00
1.20
0.00
0.00
0.00
0.00
0.40
0.00
0.00
0.00
0.30
0.00
0.00
0.00
0.00
24.50
0.00
0.00
0.00
2.60
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
2.30
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
1.00
0.00
0.00
1.10
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
1.20
7.50
1.80
0.00
5.80
0.00
0.00
0.80
0.30
0.00
4.30
0.00
0.00
1.20
CUSTO MARGINAL
($/MWh)
0.32090E-02
0.32085E-02
0.28602E-02
0.27743E-02
0.27636E-02
0.20237E-02
0.19746E-02
0.19745E-02
0.19590E-02
0.19590E-02
0.19328E-02
0.19324E-02
0.19250E-02
0.18570E-02
0.18522E-02
0.18475E-02
0.17648E-02
0.14498E-02
0.14153E-02
0.13824E-02
0.13755E-02
0.13753E-02
0.13738E-02
0.13600E-02
0.13253E-02
0.13222E-02
0.13040E-02
0.12835E-02
0.12749E-02
0.12747E-02
0.12520E-02
0.12507E-02
0.12496E-02
0.12493E-02
0.12416E-02
0.12408E-02
0.12400E-02
0.12400E-02
0.12384E-02
0.12353E-02
0.12353E-02
0.12313E-02
0.12281E-02
0.12155E-02
0.10576E-02
0.83134E-03
0.79032E-03
0.73815E-03
0.68216E-03
0.62449E-03
0.32997E-03
0.31931E-03
0.28824E-03
0.27951E-03
0.25606E-03
0.25164E-03
0.23993E-03
0.23264E-03
0.21969E-03
0.21954E-03
0.21487E-03
0.20383E-03
0.18796E-03
0.18197E-03
0.17609E-03
0.16653E-03
0.16651E-03
0.16468E-03
( 1.8 %)
( 1.7 %)
( 0.9 %)
( 2.4 %)
( 2.4 %)
( 1.7 %)
( 1.5 %)
( 1.5 %)
( 1.5 %)
( 1.5 %)
( 1.0 %)
( 1.0 %)
( 1.0 %)
( 1.1 %)
( 1.1 %)
( 1.1 %)
( 1.1 %)
( 1.1 %)
( 1.2 %)
( 1.2 %)
( 1.2 %)
( 1.2 %)
( 1.1 %)
( 1.2 %)
( 1.2 %)
( 1.1 %)
( 1.2 %)
( 1.1 %)
( 1.1 %)
( 1.1 %)
( 1.3 %)
( 1.1 %)
( 1.3 %)
( 1.3 %)
( 1.1 %)
( 1.3 %)
( 1.3 %)
( 1.3 %)
( 1.1 %)
( 1.2 %)
( 1.2 %)
( 1.1 %)
( 1.3 %)
( 1.3 %)
( 0.4 %)
( 4.6 %)
( 1.1 %)
( 4.7 %)
( 0.4 %)
( 0.4 %)
( 0.8 %)
( 0.8 %)
( 0.6 %)
( 11.6 %)
( 2.1 %)
( 0.5 %)
( 0.4 %)
( 0.4 %)
( 0.4 %)
( 1.7 %)
( 0.4 %)
( 8.1 %)
( 5.7 %)
( 0.4 %)
( 0.2 %)
( 0.3 %)
( 0.3 %)
( 0.5 %)
133
por
213
217
129
127
128
77
100
121
28
18
35
120
81
50
220
78
66
86
48
61
60
231
74
69
70
73
65
72
79
101
80
68
67
76
210
126
63
62
227
102
247
MARIMBON-345
0.00
ITUMBIARA345
0.00
MOGI-----345
0.00
MOG-RLC1-345
0.00
MOG-RLC2-345
0.00
T.PRETO--500
0.00
MARIMBON-500
0.00
P.CALDAS-FIC
0.00
P.COLOMB-4MQ
1.50
ITUMBIAR-5MQ
6.50
CORUMBA--3MQ
0.00
P.CALDAS-345
0.00
T.PRETO--FIC
0.00
T.PRETO--1CS
0.60
CORUMBA--345
0.00
T.PRETO--345
0.00
IVAIPORA-525
0.00
IBIUNA---345 -5122.00
IBIUNA---3CS
0.00
FOZ-500-60HZ
0.00
F.IGUACU-765
0.00
R.VERDE--230
0.00
ITA-TP-2-765
0.00
IV-ITA-1-765
0.00
IV-ITA-2-765
0.00
ITA-TP-1-765
0.00
IVAIPORA-765
0.00
ITABERA--765
0.00
T.PRETO---69
0.00
ARARAQUA-500
0.00
T.PRETO--FIC
0.00
IVAIPORA-FIC
0.00
IVAIPORA--69
0.20
T.PRETO--765
0.00
ITUMBIARA500
0.00
GUARULHOS345
0.00
IV-FOZ-2-765
0.00
IV-FOZ-1-765
0.00
B.GERAL--230
0.00
POCOS----500
0.00
C.BRAVA--138
0.00
0.16343E-03
0.16118E-03
0.16027E-03
0.15867E-03
0.15866E-03
0.15389E-03
0.15147E-03
0.15109E-03
0.13682E-03
0.13587E-03
0.13285E-03
0.13106E-03
0.12619E-03
0.12617E-03
0.11923E-03
0.11876E-03
0.11793E-03
0.11568E-03
0.11567E-03
0.10227E-03
0.10052E-03
0.90123E-04
0.74712E-04
0.73857E-04
0.73852E-04
0.73585E-04
0.72466E-04
0.67970E-04
0.65713E-04
0.64384E-04
0.60914E-04
0.56827E-04
0.56816E-04
0.56754E-04
0.55790E-04
0.53234E-04
0.43155E-04
0.42930E-04
0.33391E-04
0.31080E-04
0.23990E-04
( 0.3 %)
( 0.5 %)
( 1.2 %)
( 0.8 %)
( 0.8 %)
( 0.9 %)
( 0.2 %)
( 0.6 %)
( 0.6 %)
( 3.6 %)
( 0.3 %)
( 0.5 %)
( 0.5 %)
( 0.5 %)
( 0.6 %)
( 0.5 %)
( 0.7 %)
( 1.5 %)
( 1.5 %)
( 0.5 %)
( 0.5 %)
( 4.3 %)
( 1.9 %)
( 0.7 %)
( 0.7 %)
( 0.7 %)
( 0.7 %)
( 0.8 %)
( 7.6 %)
( 0.9 %)
( 2.4 %)
( 1.0 %)
( 1.0 %)
( 1.0 %)
( 1.3 %)
( 4.4 %)
( 1.3 %)
( 1.3 %)
( 20.0 %)
( 2.7 %)
( 98.6 %)
ESTIMATIVA DOS CUSTOS MARGINAIS DE CIRCUITOS POR AREA
* AREA 1 * *
FURNAS
*
CIRCUITO
NUM.
1
1
1
1
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
1
1
1
2
1
2
1
1
1
1
1
1
1
235
169
210
147
147
105
169
134
147
216
190
220
196
161
69
70
210
169
187
106
73
175
175
184
74
103
131
184
131
175
175
136
239
239
76
246
120
241
180
187
DESCRICAO
(S.MESA---500)/ 36
(S.JOSE---138)/ 275
(ITUMBIARA500)/ 217
(CAMPOS---345)/ 149
(CAMPOS---345)/ 149
(ANGRA----500)/ 10
(S.JOSE---138)/1604
(LBARRETO-345)/ 136
(CAMPOS---345)/ 148
(PCOLOMBIA345)/ 217
(PCOLOMBIA138)/2301
(CORUMBA--345)/ 35
(CAMPINAS13.8)/ 124
(MOGI-----230)/ 454
(IV-ITA-1-765)/ 72
(IV-ITA-2-765)/ 72
(ITUMBIARA500)/ 320
(S.JOSE---138)/ 287
(M.MORAES-138)/ 24
(ADRIANO--500)/ 107
(ITA-TP-1-765)/ 76
(CAMPOS---138)/ 147
(CAMPOS---138)/ 147
(S.CRUZ---138)/ 31
(ITA-TP-2-765)/ 76
(CAMPINAS-500)/ 124
(M.MORAES-345)/ 132
(S.CRUZ---138)/ 30
(M.MORAES-345)/ 136
(CAMPOS---138)/ 174
(CAMPOS---138)/ 174
(FURNAS---345)/ 16
(S.MESA---138)/ 230
(S.MESA---138)/ 230
(T.PRETO--765)/ 81
(MARIMBON13.8)/ 214
(P.CALDAS-345)/ 129
(R.VERDE-13.8)/ 240
(JACAREP--138)/ 184
(M.MORAES-138)/ 330
(S.MESA---3MQ)
(CASCADUR-138)
(ITUMBIARA345)
(VITORIA--345)
(VITORIA--345)
(ANGRA----1MQ)
(V.TELES--138)
(FURNAS---345)
(CAMPOS---FIC)
(ITUMBIARA345)
(BARRETOS-138)
(CORUMBA--3MQ)
(CAMPINAS-FIC)
(SAO JOSE-230)
(ITABERA--765)
(ITABERA--765)
(EMBORCAC-500)
(SARAPUI--138)
(M.MOR.-B-4MQ)
(GRAJAU---500)
(T.PRETO--765)
(CAMPOS---345)
(CAMPOS---345)
(SCRUZ-13-1MQ)
(T.PRETO--765)
(CAMPINAS-FIC)
(M.MORAES-FIC)
(SCRUZ-19-2MQ)
(FURNAS---345)
(R.LEAO---138)
(R.LEAO---138)
(FURNAS---8MQ)
(S.MESA---230)
(S.MESA---230)
(T.PRETO--FIC)
(MARIMBON-FIC)
(MOGI-----345)
(R.VERDE--FIC)
(S.CRUZ---138)
(JAGUARA--138)
CUSTO MARGINAL
($/MWh)
-0.46038E-04
-0.43094E-04
-0.38114E-04
-0.33091E-04
-0.33091E-04
-0.31510E-04
-0.30889E-04
-0.29758E-04
-0.28837E-04
-0.27810E-04
-0.27435E-04
-0.27120E-04
-0.26082E-04
-0.25912E-04
-0.25315E-04
-0.25298E-04
-0.24857E-04
-0.24549E-04
-0.24149E-04
-0.24145E-04
-0.24116E-04
-0.23801E-04
-0.23801E-04
-0.23682E-04
-0.21458E-04
-0.21338E-04
-0.20284E-04
-0.20131E-04
-0.20066E-04
-0.19509E-04
-0.19509E-04
-0.18985E-04
-0.16689E-04
-0.16689E-04
-0.16583E-04
-0.16479E-04
-0.14186E-04
-0.13672E-04
-0.13317E-04
-0.11835E-04
134
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
0.2
4.3
2.2
2.8
2.8
0.4
50.1
1.2
0.9
1.1
0.1
0.7
0.1
2.7
0.5
0.5
0.7
42.3
0.1
3.5
1.0
0.9
0.9
0.1
14.3
0.9
3.2
4.0
1.3
10.9
10.9
1.3
30.9
30.9
0.5
0.2
4.4
0.1
0.4
5.1
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
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%)
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%)
%)
%)
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%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
1
1
1
2
1
1
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2
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1
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1
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1
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1
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1
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1
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1
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1
182
78
190
78
78
140
140
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187
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140
184
210
101
140
140
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65
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67
107
227
190
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120
120
100
289
187
78
78
275
275
86
134
100
173
213
180
1745
1745
185
180
123
173
178
219
219
131
78
77
284
178
178
175
178
122
1600
180
234
234
178
178
180
178
178
222
180
228
1653
169
1641
178
170
178
44
104
(FUNIL----138)/ 14
(T.PRETO--345)/ 76
(PCOLOMBIA138)/ 28
(T.PRETO--345)/ 86
(T.PRETO--345)/ 86
(ADRIANO--345)/ 146
(ADRIANO--345)/ 143
(S.JOSE---138)/1610
(ADRIANO--500)/ 108
(ITABERA--765)/ 73
(CACHAMORRA )/ 180
(ADRI-T55-REA)/ 142
(M.MORAES-138)/ 318
(M.MORAES-138)/ 318
(BANDEIR--230)/ 218
(ADRIANO--345)/ 145
(S.CRUZ---138)/ 185
(ITUMBIARA500)/ 18
(ARARAQUA-500)/ 102
(ADRIANO--345)/ 144
(ADRIANO--345)/ 144
(MOGI-----230)/ 129
(IVAIPORA-765)/ 69
(IVAIPORA-765)/ 70
(ITABERA--765)/ 74
(S.JOSE---138)/ 271
(BAND-TER-T1 )/ 223
(IVAIPORA--69)/ 68
(GRAJAU---500)/ 179
(B.GERAL--230)/ 228
(PCOLOMBIA138)/2316
(GRAJAU---138)/ 179
(T.PRETO--765)/ 80
(VITORIA--345)/ 151
(VITORIA--1CS)/ 151
(P.CALDAS-345)/ 126
(P.CALDAS-345)/ 126
(MARIMBON-500)/ 214
(CAMARA---138)/ 180
(M.MORAES-138)/2257
(T.PRETO--345)/ 449
(T.PRETO--345)/ 449
(CASCADUR-138)/ 178
(CASCADUR-138)/ 178
(IBIUNA---345)/ 48
(LBARRETO-345)/ 12
(MARIMBON-500)/ 20
(ADRIANO--138)/ 145
(MARIMBON-345)/ 216
(JACAREP--138)/1644
(R.LEAO
138)/ 174
(R.LEAO
138)/ 174
(ANGRA----138)/1771
(JACAREP--138)/1646
(CAMPINAS-345)/ 124
(ADRIANO--138)/ 143
(GRAJAU---138)/1642
(B.SUL----345)/ 234
(B.SUL----345)/ 234
(M.MORAES-345)/ 134
(T.PRETO--345)/ 81
(T.PRETO--500)/ 80
(F.CANECA-138)/ 178
(GRAJAU---138)/ 180
(GRAJAU---138)/ 180
(CAMPOS---138)/ 148
(GRAJAU---138)/1643
(CAMPINAS-DIS)/ 123
(W.LUIS---138)/ 169
(JACAREP--138)/1695
(SAMAMBAI-345)/ 233
(SAMAMBAI-345)/ 233
(GRAJAU---138)/1651
(GRAJAU---138)/1652
(JACAREP--138)/1640
(GRAJAU---138)/ 283
(GRAJAU---138)/ 283
(BSUL-FIC-230)/ 232
(JACAREP--138)/1635
(B.SUL----230)/ 222
(URUGUAI--138)/ 178
(S.JOSE---138)/1698
(V.VALQUE-138)/ 180
(GRAJAU---138)/1649
(P.CALDAS-138)/ 364
(GRAJAU---138)/1655
(GRAJAU---2CS)/ 179
(C.PAULIS-500)/ 77
(FUNIL----2MQ)
(T.PRETO--765)
(P.COLOMB-4MQ)
(IBIUNA---345)
(IBIUNA---345)
(ADRIAN-F-T2A)
(ADRIAN-F-T2B)
(MATURACA-138)
(S.JOSE---500)
(ITA-TP-1-765)
(JACAREP--138)
(ADRIAN-F-T55)
(CASSIA---138)
(CASSIA---138)
(BANDEIRA-345)
(ADRIAN-F-T1B)
(ANGRA----138)
(ITUMBIAR-5MQ)
(POCOS----500)
(JACAREP--345)
(JACAREP--345)
(MOGI-----345)
(IV-ITA-1-765)
(IV-ITA-2-765)
(ITA-TP-2-765)
(MERITI---138)
(BAND-FIC-T1 )
(IVAIPORA-FIC)
(GRAJAU---FIC)
(B.SUL----230)
(COLOMBIA-138)
(GRAJAU---FIC)
(T.PRETO--FIC)
(VITO-FIC--CS)
(VITO-FIC--CS)
(GUARULHOS345)
(GUARULHOS345)
(MARIMBON-FIC)
(JACAREP--138)
(BATATAIS-138)
(ITAPETI--345)
(ITAPETI--345)
(GRAJAU---138)
(GRAJAU---138)
(IBIUNA---3CS)
(LCBARRET-6MQ)
(MARIMBON-8MQ)
(ADRIAN-F-T1B)
(PCOLOMBIA345)
(PDAGUA-A
)
(R.LEAO---138)
(R.LEAO---138)
(JACUACANG138)
(B.TIJUCA-A )
(CAMPINAS-FIC)
(ADRIAN-F-T2B)
(PIEDADE--138)
(SAMAMBAI-345)
(SAMAMBAI-345)
(LBARRETO-345)
(T.PRETO--FIC)
(T.PRETO--FIC)
(GRAJAU---138)
(JACAREP--138)
(JACAREP--138)
(CAMPOS---FIC)
(B.MATO---138)
(CAMPINAS-345)
(S.JOSE---138)
(CURICICA-138)
(SAMAMBAI-500)
(SAMAMBAI-500)
(J.BOTA-A-138)
(J.BOTA-B-138)
(P.MIGUEL-138)
(T.SUL----138)
(T.SUL----138)
(B.SUL---13.8)
(ALVORADA-138)
(BSUL-FIC-230)
(GRAJAU---138)
(GRAMACHO-138)
(JACAREP--138)
(LEOPOLDO-138)
(PCALDAS1-138)
(ACAMPISTA138)
(GRAJAU---FIC)
(T.PRETO--500)
-0.11394E-04
-0.10499E-04
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-0.98435E-05
-0.98435E-05
-0.96503E-05
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-0.89241E-05
-0.84053E-05
-0.77328E-05
-0.77150E-05
-0.76619E-05
-0.75709E-05
-0.75709E-05
-0.74487E-05
-0.74381E-05
-0.71604E-05
-0.71106E-05
-0.71049E-05
-0.68599E-05
-0.68599E-05
-0.66888E-05
-0.66300E-05
-0.66082E-05
-0.63365E-05
-0.62003E-05
-0.61641E-05
-0.60607E-05
-0.59291E-05
-0.58024E-05
-0.50657E-05
-0.49127E-05
-0.48441E-05
-0.47372E-05
-0.46537E-05
-0.44086E-05
-0.44086E-05
-0.40672E-05
-0.37469E-05
-0.33251E-05
-0.28407E-05
-0.28407E-05
-0.24233E-05
-0.24233E-05
-0.20968E-05
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-0.17958E-05
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-0.13417E-05
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-0.93185E-06
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-0.49572E-06
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-0.16147E-06
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-0.15072E-06
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-0.13112E-06
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-0.49340E-07
-0.19071E-07
-0.17679E-07
-0.15744E-07
-0.10267E-07
0.17735E-03
135
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
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(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
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9.3
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20.7
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6.8
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2.0
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12.7
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93.8
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1.2
9.1
9.1
0.9
0.9
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0.8
0.8
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1.8
6.1
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1.8
6.4
22.9
22.9
0.4
6.8
0.6
16.6
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0.2
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55.0
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7.3
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105
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225
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217
217
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218
101
169
169
169
120
120
77
231
100
100
120
200
86
86
229
55
218
218
187
43
42
126
226
226
106
230
103
367
230
180
180
180
180
106
100
120
217
219
66
62
173
63
140
61
61
61
61
60
60
192
140
213
219
766
766
233
233
134
238
218
218
187
65
78
78
78
50
131
169
169
185
(ANGRA----500)/ 107
(ANGRA----500)/ 108
(ITUMBIARA230)/ 231
(ITUMBIARA230)/ 231
(C.MAGAL. 230)/ 231
(B.SUL----345)/ 220
(CAMPINAS-DIS)/ 86
(C.PAULIS-138)/ 104
(POCOS----500)/ 104
(C.PAULIS-500)/ 598
(P.CALDAS-345)/ 134
(P.CALDAS-345)/ 134
(ITUMBIARA345)/ 218
(ITUMBIARA345)/ 218
(BANDEIRA-345)/ 224
(BANDEIRA-345)/ 223
(ARARAQUA-500)/ 103
(S.JOSE---138)/ 108
(S.JOSE---138)/ 108
(S.JOSE---138)/ 108
(P.CALDAS-345)/ 136
(P.CALDAS-345)/ 136
(T.PRETO--500)/ 598
(R.VERDE--230)/ 240
(MARIMBON-500)/ 101
(MARIMBON-500)/ 101
(P.CALDAS-345)/ 123
(UCAMPOS-FIC1)/1760
(IBIUNA---345)/ 126
(IBIUNA---345)/ 126
(B.ALTO---230)/2987
(BALTO----CE1)/ 215
(BANDEIRA-345)/ 234
(BANDEIRA-345)/ 234
(M.MORAES-138)/2333
(BAND10.5-CE2)/ 212
(BAND10.5-CE1)/ 211
(GUARULHOS345)/ 122
(BANDEIR--230)/ 224
(BANDEIR--230)/ 223
(ADRIANO--500)/ 142
(S.MESA---230)/ 787
(CAMPINAS-500)/ 104
(PIMENTA--345)/ 136
(S.MESA---230)/ 235
(JACAREP--138)/ 144
(JACAREP--138)/ 144
(JACAREP--138)/ 144
(JACAREP--138)/ 144
(ADRIANO--500)/ 141
(MARIMBON-500)/ 535
(P.CALDAS-345)/ 121
(ITUMBIARA345)/ 220
(B.SUL----345)/ 41
(IVAIPORA-525)/ 68
(IV-FOZ-1-765)/ 65
(ADRIANO--138)/ 146
(IV-FOZ-2-765)/ 65
(ADRIANO--345)/ 141
(FOZ-500-60HZ)/ 60
(FOZ-500-60HZ)/ 60
(FOZ-500-60HZ)/ 60
(FOZ-500-60HZ)/ 60
(F.IGUACU-765)/ 63
(F.IGUACU-765)/ 62
(CAMPOS--13.8)/ 148
(ADRIANO--345)/ 142
(MARIMBON-345)/ 214
(B.SUL----345)/ 222
(XAVANTES-230)/ 226
(XAVANTES-230)/ 226
(SAMAMBAI-500)/ 235
(SAMAMBAI-500)/ 235
(LBARRETO-345)/ 326
(R.VERDE--138)/ 240
(BANDEIRA-345)/ 212
(BANDEIRA-345)/ 211
(M.MORAES-138)/ 132
(IVAIPORA-765)/ 68
(T.PRETO--345)/ 464
(T.PRETO--345)/ 464
(T.PRETO--345)/ 464
(T.PRETO--1CS)/ 81
(M.MORAES-345)/ 22
(S.JOSE---138)/ 172
(S.JOSE---138)/ 172
(ANGRA----138)/1772
(GRAJAU---500)
(S.JOSE---500)
(R.VERDE--230)
(R.VERDE--230)
(R.VERDE--230)
(CORUMBA--345)
(IBIUNA---345)
(C.PAULIS-500)
(C.PAULIS-500)
(TAUBATE--500)
(LBARRETO-345)
(LBARRETO-345)
(BANDEIRA-345)
(BANDEIRA-345)
(BAND-FIC-T2A)
(BAND-FIC-T1 )
(CAMPINAS-500)
(S.JOSE---500)
(S.JOSE---500)
(S.JOSE---500)
(FURNAS---345)
(FURNAS---345)
(TAUBATE--500)
(R.VERDE--FIC)
(ARARAQUA-500)
(ARARAQUA-500)
(CAMPINAS-345)
(UTEC
138)
(GUARULHOS345)
(GUARULHOS345)
(AG.LINDAS230)
(BALTO-FICCE1)
(SAMAMBAI-345)
(SAMAMBAI-345)
(DIAMANTE-138)
(BAND-FIC-CE1)
(BAND-FIC-CE1)
(CAMPINAS-DIS)
(BAND-FIC-T2A)
(BAND-FIC-T1 )
(ADRIAN-F-T55)
(NIQUEL---230)
(C.PAULIS-500)
(FURNAS---345)
(S.MESA---500)
(JACAREP--345)
(JACAREP--345)
(JACAREP--345)
(JACAREP--345)
(ADRIAN-F-T53)
(AVERMELHA500)
(P.CALDAS-FIC)
(CORUMBA--345)
(B.SUL----1CS)
(IVAIPORA-FIC)
(IVAIPORA-765)
(ADRIAN-F-T2A)
(IVAIPORA-765)
(ADRIAN-F-T53)
(F.IGUACU-765)
(F.IGUACU-765)
(F.IGUACU-765)
(F.IGUACU-765)
(IV-FOZ-2-765)
(IV-FOZ-1-765)
(CAMPOS---FIC)
(ADRIAN-F-T55)
(MARIMBON-FIC)
(BSUL-FIC-230)
(BANDEIR--230)
(BANDEIR--230)
(S.MESA---500)
(S.MESA---500)
(JAGUARA--345)
(R.VERDE--FIC)
(BAND-FIC-CE1)
(BAND-FIC-CE1)
(M.MORAES-FIC)
(IVAIPORA-FIC)
(LESTE----345)
(LESTE----345)
(LESTE----345)
(T.PRETO--FIC)
(M.MOR.-A-6MQ)
(IMBARIE--138)
(IMBARIE--138)
(ITAORNA 138)
0.17704E-03
0.15320E-03
0.13746E-03
0.13746E-03
0.11442E-03
0.11244E-03
0.88326E-04
0.75755E-04
0.69677E-04
0.55249E-04
0.52124E-04
0.52124E-04
0.51911E-04
0.51911E-04
0.45067E-04
0.42395E-04
0.38967E-04
0.34287E-04
0.34287E-04
0.34287E-04
0.29643E-04
0.29643E-04
0.28449E-04
0.28241E-04
0.22314E-04
0.22314E-04
0.20287E-04
0.17293E-04
0.16306E-04
0.16306E-04
0.15600E-04
0.15095E-04
0.14439E-04
0.14439E-04
0.13140E-04
0.12345E-04
0.12345E-04
0.10349E-04
0.89803E-05
0.77445E-05
0.73067E-05
0.67124E-05
0.65857E-05
0.63547E-05
0.59725E-05
0.59406E-05
0.59406E-05
0.59406E-05
0.59406E-05
0.50868E-05
0.48897E-05
0.46525E-05
0.38499E-05
0.37200E-05
0.20944E-05
0.17826E-05
0.17779E-05
0.16566E-05
0.14481E-05
0.14413E-05
0.14413E-05
0.14413E-05
0.14413E-05
0.13570E-05
0.12938E-05
0.10071E-05
0.82130E-06
0.79881E-06
0.66656E-06
0.53987E-06
0.53987E-06
0.48968E-06
0.48968E-06
0.45670E-06
0.42980E-06
0.42283E-06
0.42281E-06
0.40919E-06
0.40244E-06
0.20407E-06
0.20407E-06
0.20407E-06
0.18869E-06
0.17258E-06
0.16356E-06
0.16356E-06
0.14376E-06
136
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
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(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
3.0
2.9
2.2
2.2
0.6
0.4
0.8
3.4
2.7
0.5
1.0
1.0
0.5
0.5
0.3
0.3
0.9
4.0
4.0
4.0
1.5
1.5
0.8
7.2
1.0
1.0
1.1
70.7
3.4
3.4
0.5
0.3
0.9
0.9
0.5
0.2
0.2
0.9
0.2
0.2
14.5
2.5
17.2
2.3
0.9
7.0
7.0
7.0
7.0
23.9
3.5
1.1
0.8
0.4
6.0
1.9
22.5
3.0
24.6
0.6
0.6
0.6
0.6
8.1
9.1
1.0
56.3
0.8
12.8
6.3
6.3
9.5
9.5
2.7
17.8
0.2
0.2
3.6
18.8
0.6
0.6
0.6
2.6
3.8
3.8
3.8
2.6
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
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%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
%)
APÊNDICE G - INDICADORES DE SOBRECARGAS E VIOLAÇÕES DE
TENSÃO DO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO
Este apêndice registra os indicadores de sobrecargas e violações de
tensão para o caso 1C, citado na Tabela V-8.
Devido ao grande volume de
informações, fez-se apenas a amostra da saída desse relatório.
SUMARIO DE PROBLEMAS NO SISTEMA - SOBRECARGAS
X-----------------X-----------------X----X------------------X----------------X
DA BARRA
PARA BARRA
CIRC
PROB.SOBRECARGA
VIOL.MEDIA (%)
X-----------------X-----------------X----X------------------X----------------X
990 ILHOTA2--1CS 988 ILHOTAB--000
1
0.48271E+00
105.26
989 ILHOTA1--1CS 987 ILHOTAA--000
1
0.48159E+00
105.14
5511 B.ESPER. 230 5520 UBE-01G1
1
0.46085E+00
102.18
485 PIRATINI-088 403 PIRATIN-13.8
1
0.44959E+00
101.36
6418 TUC ATR FIC 6413 TUCURUI
69
1
0.44269E+00
103.20
1936 ATIBAIA1Y138 1950 CRUZACO1Y138
1
0.39882E+00
101.80
1815 CGMCOUT-13.8 1134 CG MCOUTO138
2
0.39856E+00
102.40
2542 BNORTE 34.5 2530 BNFICT01
1
0.39181E+00
100.57
625 BOTUCATU-230 627 BOTUCATU-230
1
0.29797E+00
101.22
1754 TERESOPOL138 1755 RDC-ENTR.138
1
0.29037E+00
100.33
76 T.PRETO--765
80 T.PRETO--FIC
1
0.28278E+00
102.66
77 T.PRETO--500
80 T.PRETO--FIC
1
0.28270E+00
102.64
712 CARAGUA--138 713 CARAGUAT--88
1
0.28012E+00
101.68
557 CANOAS-2--88 613 SALTOGRDE-88
1
0.23913E+00
101.49
210 ITUMBIARA500 217 ITUMBIARA345
1
0.22329E+00
101.46
254 FONTES---138 253 FONTES---GER
1
0.21046E+00
102.69
225 ITUMBIARA230 217 ITUMBIARA345
1
0.20924E+00
101.67
1815 CGMCOUT-13.8 1134 CG MCOUTO138
1
0.20076E+00
104.42
1815 CGMCOUT-13.8 1134 CG MCOUTO138
3
0.20075E+00
104.42
2537 ETORTO 34.5 2542 BNORTE 34.5
1
0.19574E+00
101.69
700 PINHAL-YP138 2314 PINHAL---138
1
0.19566E+00
108.87
673 VALPARAIS138 2347 VALPARAIS138
1
0.19566E+00
104.78
2102 AMERICANA-69 2198 COSMOPOLI-69
1
0.19566E+00
105.68
675 VVENTU-YP138 2348 VILAVENTU138
1
0.19565E+00
104.01
1228 NPRATA-2-230 1226 NPRATA-2--69
1
0.19564E+00
101.98
2517 NBAND
13.8 2512 NBAND
69
2
0.19560E+00
103.71
2517 NBAND
13.8 2512 NBAND
69
3
0.19559E+00
103.71
764 AEROPORTO138 2965 AEROPORTO13B
1
0.19550E+00
100.52
5157 BONGI RL T6 5158 BONGI-T6 13
1
0.19539E+00
101.71
1131 AQUIDA
138 1806 AQUIDAU-13.8
1
0.19523E+00
104.89
5452 FORTALEZA230 5453 FORTALEZA 69
4
0.19269E+00
101.06
5452 FORTALEZA230 5453 FORTALEZA 69
3
0.19256E+00
101.00
236 B.SUL----138 219 B.SUL----345
6
0.19057E+00
100.34
5891 SA.JESUS 230 5893 SA JESUS 69
1
0.18803E+00
100.24
5751 CMD BP-1 230 5852 MATATU
230
1
0.18711E+00
100.19
1140 DOU NAC--138 1886 CAARAP0--138
1
0.18513E+00
100.98
755 C.DOURADA138 751 CDOURADA13
1
0.18350E+00
101.01
1216 JACUI----138 1162 JACUI----6GR
1
0.18072E+00
100.70
536 AVERMELHA440 535 AVERMELHA500
1
0.17942E+00
103.96
1215 ITAUBA---230 1155 ITAUBA---4GR
1
0.17850E+00
102.09
856 SSEGREDO-525 810 SSEGREDO-4GR
1
0.17303E+00
100.97
256 P.PASSOS-138 255 P.PASSOS-GER
1
0.16742E+00
103.48
1210 GRAVATAI-230 1209 GRAVATAI--69
2
0.16639E+00
100.18
480 H.BORDEN-230 401 HBO-S--6U+N8
1
0.15371E+00
102.64
4763 C.ALTA
138 4704 ENG.RODOV138
1
0.14827E+00
100.34
104 C.PAULIS-500 106 ADRIANO--500
1
0.14173E+00
100.45
5411 MILAGRES 230 5421 BANABUIU 230
3
0.13568E+00
100.32
2040 BOTUCATU--88 626 BOTUCATU-138
2
0.13020E+00
100.99
2040 BOTUCATU--88 626 BOTUCATU-138
1
0.13015E+00
100.98
5582 PDD-FIC-CS12 5586 PD-------2CS
1
0.12709E+00
106.25
2541 UPA
34.5 2551 UPA
13.2
3
0.12335E+00
102.71
1210 GRAVATAI-230 1209 GRAVATAI--69
1
0.12329E+00
100.14
220 CORUMBA--345
35 CORUMBA--3MQ
1
0.11836E+00
101.02
1028 LONDRIN-E230 1027 LONDRINA-525
1
0.11438E+00
101.76
481 H.BORDEN--88 400 HBO-E--5G+2P
1
0.10969E+00
100.96
687 EUCUNHA--138 522 EUCUNHA--4MQ
1
0.10488E+00
102.43
1095 MIMOSO--F138 1144 MIMOSO
138
1
0.92972E-01
101.38
2681 SUICA-----69 2680 SUICA----138
1
0.91381E-01
102.71
2541 UPA
34.5 2551 UPA
13.2
2
0.85470E-01
102.46
2541 UPA
34.5 2551 UPA
13.2
1
0.77710E-01
102.40
878 APUCARANA230 1028 LONDRIN-E230
1
0.74717E-01
102.91
5060 XINGO' 500
5061 UXG-01G1
1
0.73912E-01
100.93
618 JURUMIRIM230 620 JURUMI-B-138
1
0.62460E-01
100.97
2614 CACHOEIRO138 2615 CACHOEIRO-69
1
0.62380E-01
100.42
5481 SOBRAL
230 5491 PIRIPIRI 230
1
0.62148E-01
100.58
583 EMBUGUA ?U138 739 PARELHEI-138
1
0.54782E-01
100.88
104 C.PAULIS-500 105 ANGRA----500
1
0.52156E-01
101.93
137
SUMARIO DE PROBLEMAS NO SISTEMA – SUBTENSAO
X-----------------X-------------------X--------------------X
BARRA
PROB.SUBTENSAO
VIOL.MEDIA (p.u.)
X-----------------X-------------------X--------------------X
181 VALE---CFLCL
0.16345E+00
0.94357
278 PALMARES-138
0.16295E+00
0.94357
298 MELO--TRANSP
0.16295E+00
0.94357
2674 SAMARCO--138
0.10922E+00
0.94147
3455 SAO JOSE-088
0.99136E-01
0.94091
730 SSEBASTIA138
0.89557E-01
0.94296
1694 BAYER----138
0.87932E-01
0.94504
1696 A.BRANCA-138
0.87795E-01
0.94505
5535 PERITORO 13
0.84902E-01
0.84487
3436 NORTE----088
0.79715E-01
0.94386
3437 NORTE----088
0.79715E-01
0.94386
1588 VAZANTE--138
0.78624E-01
0.94699
1624 GUANDU---138
0.77759E-01
0.94642
5526 C.NETO 69KV
0.62787E-01
0.87735
5533 PERITORO 69
0.57184E-01
0.84474
1771 JACUACANG138
0.41377E-01
0.94531
1639 M.ALTO---138
0.40420E-01
0.94538
1741 PETROFL 138
0.39505E-01
0.94501
198 POCOS---13.8
0.37087E-01
0.83929
711 BOISSUCAN138
0.31734E-01
0.94596
293 CACHAMORRA
0.26130E-01
0.94500
1631 M.BARRET-138
0.25930E-01
0.94632
1626 LAMEIRAO-138
0.24195E-01
0.94663
2063 CANASTRA--69
0.23164E-01
0.88134
1637 ESPERANC-138
0.21998E-01
0.94424
731 CEBRASP---88
0.21565E-01
0.94656
2050 BUGRES-----6
0.20728E-01
0.85395
285 C.SOARES-138
0.20694E-01
0.94652
1770 MURIQUI 138
0.20420E-01
0.94389
1630 C.ROCHA--138
0.20157E-01
0.94640
277 ZIN------138
0.17339E-01
0.94402
276 BRISAMAR-138
0.16225E-01
0.94410
1207 FARRO-----69
0.15109E-01
0.94732
2642 ITARANA---69
0.14636E-01
0.87909
1773 ANGRA
138
0.14153E-01
0.94473
286 R.FREIRE-138
0.13996E-01
0.94657
2113 BROTAS----69
0.10521E-01
0.88929
1780 RESENDE 138
0.10294E-01
0.94619
2623 CASTELO--138
0.87814E-02
0.90551
1608 A.GRANDE-138
0.84751E-02
0.94573
1550 PARACAT2-138
0.81148E-02
0.90262
2071 PELOTAS2-138
0.78942E-02
0.85393
3428 CENTRO---088
0.78901E-02
0.88388
5503 TERESINA 69
0.76842E-02
0.85971
1551 PARACAT1-138
0.75377E-02
0.87291
2615 CACHOEIRO-69
0.69095E-02
0.87875
1638 A.FRANCO-138
0.67717E-02
0.94523
999 IVAIPOR-E525
0.60462E-02
0.94241
2631 FRUTEIRA-138
0.59547E-02
0.90119
1633 GUADALUP-138
0.58674E-02
0.94531
2254 ALTINOPOL-69
0.57559E-02
0.89299
2635 GUARAP.T-138
0.55060E-02
0.92712
2641 ITABIRA--138
0.54892E-02
0.90789
6409 CVRD + SE-09
0.54889E-02
0.93881
6405 MARABA---1CS
0.54783E-02
0.91368
1634 PANAMERICANA
0.54783E-02
0.94515
1233 PELOTAS1--69
0.49425E-02
0.84284
2640 ITAPEMIR-138
0.43706E-02
0.90644
1636 TURIACU--138
0.42165E-02
0.94483
2584 TAGT
13.8
0.42021E-02
0.94266
2665 PIUMA----138
0.40011E-02
0.91130
2072 JAGUARAO-138
0.37474E-02
0.85601
1274 SVPALMAR-138
0.35374E-02
0.86396
5496 PRI 13.8
0.34960E-02
0.82113
1772 ITAORNA 138
0.34700E-02
0.94553
1752 FRIBURGO 138
0.34294E-02
0.90280
2057 BASILIO--138
0.34219E-02
0.87291
2610 ALAGE-1-34.5
0.33366E-02
0.91013
292 P.METRO2-138
0.32807E-02
0.94464
2246 TRES.PONT138
0.29719E-02
0.91591
2198 COSMOPOLI-69
0.29150E-02
0.89150
1236 PELOTAS3-230
0.28022E-02
0.88616
714 CJORDAO-A138
0.27983E-02
0.90466
50 T.PRETO--1CS
0.27865E-02
0.93804
2668 PRAIA---34.5
0.27037E-02
0.89441
1632 PAV.NOVA-138
0.27024E-02
0.94466
3459 APARECIDA088
0.27003E-02
0.93249
1609 RAMOS----138
0.26077E-02
0.94397
1669 CACHAMBI-138
0.25762E-02
0.94381
1740 IMBARIE 138
0.25552E-02
0.94251
5493 PIRIPIRI 69
0.25310E-02
0.80569
1647 B.TIJUCA-138
0.25026E-02
0.94415
138
APÊNDICE H - IMAGEM DO ARQUIVO HISTÓRICO DE CENÁRIOS
Este apêndice documenta as imagens em cartão do caso de carga pesada
e do arquivo de configurações (cargas média e leve) que compõem o arquivo histórico
de cenários <cenanew.ns> associado ao caso 1C, mencionado na Tabela V-8. O CD
em apenso contém os correspondentes arquivos completos (cargas pesada, média e
leve).
139
APÊNDICE I - ARQUIVO PARA PROCESSAMENTO DA CONFIABILIDADE
Este apêndice apresenta o arquivo <mc_glob_seed.sub> utilizado para a
obtenção exata dos resultados finais do caso 1C mostrado na Tabela V-8, associado ao
arquivo histórico de cenários <cenanew.ns>.
( **********************************************************************
( *
ARQUIVO ........ CENANEW.NS
*
( *
FORMATO ........ NH2 VERSAO 5.1 (04/2000)
*
( *
CRIADO EM
( *
( *
..... 13/07/2000
*
POR ..... Neyl Hamilton M. Soares ( ONS )
ULTIMA ALTERACAO EM
*
....24/08/01
*
( *
POR .... [X] Neyl
*
( *
POR .... [ ] Marcus&Neyl
*
( *
Hora ... 16:25 h
*
( * OBSERVACOES:
*
( * Sistema Brasil (S/SE/CO e N/NE)
*
( * Simulacao de Monte Carlo, Confiabilidade Composta (G&T)
*
( **********************************************************************
( Alocando Arquivo de Cenários
ULOG
4
cenanew.ns
( Restaurando o Patamar de Carga Pesada
ARQV REST CENA
1
( Alocando Arquivo de Saída
ULOG
6
MC_L100S2000.lis
( Executando Fluxo de Potência AC, com os controles de reativo das maquinas, de remotas e de tapes ativados
EXLF NEWT QLIM RCVG CTAP CREM ILHA
( Executado Monte Carlo, com as opcoes de análise global, fluxo de potência ótimo e relatório sumarizado
EXMC GLOB SEED FPOT RSUM
( Número de Lotes
100
( Número de sorteios por lote
2000
( Toerãncia para estimativa da LOLP (%)
.1
( Tolerância para estimativa da ENPS (%)
.1
( Semente Inicial
1513
FIM
140
APÊNDICE J – EQUIVALÊNCIA DO ELO DE CORRENTE CONTÍNUA EM
IBIUNA 345 kV
No caso original de carga pesada proveniente dos estudos elétricos do
planejamento da operação de curto prazo (ANAREDE), a carga total da área 1
(FURNAS) é de (193,3 + j 2) MVA e inclui o elo de corrente contínua.
Na montagem do caso para o NH2, foi necessário representar o referido
elo CC como carga negativa no barramento de Ibiuna 345 kV, uma vez que o programa
NH2 não modela internamente elos de corrente contínua. Como conseqüência, teve-se
que equivalentar a área em questão.
Para representar a carga negativa foi necessário obter do caso original de
carga pesada , o quanto de potências ativa e reativa estavam sendo injetados, pelo elo
CC, no barramento de Ibiuna 345 kV. No nosso estudo, o inversor do elo CC estava
injetando o valor de 4 × (-1297 + j 680) MVA, ou seja, (-5188 + j 2720) MVA.
Consequentemente, toda topologia de Ibiuna em direção a Foz do Iguaçu 500 kV (50
Hz) foi descartada. Isto acarreta uma diminuição da carga na área, uma vez que as
cargas nos ba rramentos dessa topologia descartada devem ser desconsideradas no
montante total de carga da área 1. Assim, a carga no barramento de Foz do Iguaçu
500 kV (50 Hz), 60 MW, foi descontada do valor total de carga da área 1.
Assim, com o equivalente, a carga em MW da Área 1 sem considerar a
injeção do elo é de:
193,3 – 60 = 133,3 MW .
Para se obter o valor da carga a ser inserida no barramento de Ibiuna
345 kV, foi feito um somatório da(s) injeção(ões) de potência nessa barra com a(s)
carga(s) ali localizada(s). Então, o valor injetado, em MW, é:
- 5188 + 66 = - 5122 MW (ratificando o valor da página 79), e
+ 2720 + 0 = 2720 Mvar .
Nota-se aqui que o valor de carga de 133,3 MW inclui a carga na barra de
Ibiuna 345 kV de 66 MW e esta carga também foi levada em conta no momento que foi
foi calculado o valor injetado em MW na barra de Ibiuna 345 kV (carga negativa).
Então, deve-se deduzir essa carga do total de carga da área 1, considerando que a
mesma está incluída na carga negativa. Assim, o valor é de:
133,3 – 66 = 67,3 MW.
Para se ter o valor da carga total na Área 1, considerando o equivalente,
foi feito o somatório da carga negativa do elo e da carga total da área 1. Dessa forma,
141
o valor total de carga na área 1 é de:
- 5122 + 67,3 = - 5054,7 ≈ - 5055 MW (ratificando o valor da página 83), e
+ 2720 + 0 = 2720 Mvar .
Pode ser visualizado na Figura J.1, que a fronteira da área 1 no caso
original de carga pesada é delimitada pela linha tracejada lilás, enquanto que a nova
fronteira da área equivalentada é dada pela linha tracejada cor verde.
Graficamente, tem-se:
Carga Total da Área 1 equivalentada é de
(- 5055 + j 2720) MVA
Carga Total da Área 1 é de (193,3 + j 2) MVA
Polo 1
1297 MW
680 Mvar
1297 MW
Polo 2
Polo 3
680 Mvar
1297 MW
680 Mvar
1297 MW
+ 60 MW
Polo 4
+ 66 MW
680 Mvar
Figura J.1 – Fronteiras da Área de Furnas com plet a e equiv alent ado o elo CC em Ibiuna
Equivalentando o Elo CC,
Ibiuna 345 kV
Ibiuna 345 kV
(-5188 + j 2720) MVA
(-5122 + j 2720) MVA
+ 66MW
(a)
(b)
Figura J.2 – Represent ação do elo CC como carga negat iv a
142
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