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MetaLex - por uma metaferramenta lexical

2023, As ciências do léxico

METALEX: POR UMA METAFERRAMENTA LEXICAL Guilherme Fromm INTRODUÇÃO A escrita deste texto, a partir de um relatório de pósdoutorado, realizado entre 2016 e 2017, deriva do meu trabalho como terminógrafo e professor na área de Ciências do Léxico (em nível de pós-graduação), Língua Inglesa e Tradução (em nível de graduação). Já em minha tese de doutorado (Fromm, 2007), propus a criação de um ambiente computacional voltado para facilitar os trabalhos terminográficos: o VoTec. Após quase quinze anos da pesquisa original, considero o trabalho um tanto datado, tendo em vista, principalmente, a evolução dos programas, ambientes e ferramentas disponibilizados, de forma gratuita ou não, para todos os pesquisadores. Entendo, também, que, embora haja ambientes tão elaborados (computacionalmente falando) quanto o VoTec, já desde aquela época, como o e-Termos, os profissionais que trabalham com o léxico ainda precisam lidar (e, portanto, ter uma considerável curva de aprendizado) com vários programas/ambientes/ferramentas, ao mesmo tempo, para desenvolverem seus projetos. A ideia desse meta-ambiente lexical (MetaLex), portanto, é agregar, em um só lugar (preferencialmente online), todos os tipos de ferramentas e recursos possíveis para o desenvolvimento de trabalhos 399 em Lexicografia e Terminografia. Não proponho o ambiente em si, especialmente porque não sou da área de Linguística Computacional ou programador e porque acredito que o seu desenvolvimento requereria uma equipe ou uma investigação de doutorado nessa área, mas sim a base teórica para a seleção de todas as ferramentas e/ou recursos que comporiam esse ambiente. 1. BASES TEÓRICAS É importante destacar que adoto, neste trabalho, a divisão proposta por Barbosa (2001) para os tipos de obras lexicais, como podemos verificar no Quadro 1. Quadro 1 – Divisão proposta por Barbosa (2001) para obras lexicais Dicionário Vocabulário Glossário Nível do sistema Nível da norma Nível da fala Trabalha com conjuntos manifestados em um determinado texto Unidade: lexema Unidade: palavras (significado abrangente; (significado específico; frequência regular) única aparição) Apresenta Apresenta uma única Apresenta todas as acepções de (teoricamente) todas as acepção do verbete um verbete dentro de uma área acepções de um mesmo (dentro de um de especialidade verbete contexto determinado) Perspectivas: Perspectivas: Perspectivas: sincrônica e diacrônica, diatópica, sincrônica, sintópica, sinfásica diafásica e diastrática sinstrática e sinfásica Fonte: Fromm (2007) Trabalha com todo o léxico disponível e o léxico virtual Trabalha com conjuntos manifestados dentro de um recorte de língua ou de uma área de especialidade Unidade: vocábulos/termos (significado restrito; alta frequência) O estudo foi iniciado pela comparação de recursos disponíveis através de pesquisas na Internet, algo como desenvolvido por 400 Almeida, Aluísio e Teline (2003), Almeida, Aluísio e Oliveira (2006), Fromm (2004), e tantas outras pesquisas e relatórios técnicos desenvolvidos por pesquisadores autônomos e grupos de pesquisa, como o Núcleo Interinstitucional de Linguística Computacional, do ICMC/ USP. É através da análise do “estado da arte” que podemos tomar ciência do que existe de mais inovador na área e propor algo além, como um ambiente completo para lexicógrafos e terminógrafos. Em relação à pesquisa bibliográfica, comecei com obras referentes à lexicologia/lexicografia (mais abrangentes): Atkins, Fillmore e Johnson (2003), Béjoint (2010), Borba (2003), Schmitz (2000), Welker (2004), Xatara, Bevilacqua e Humblé (2011). Na sequência, trabalhei com alguns textos relacionados à terminologia/terminografia e obras de referência na área: Almeida, Pino e Souza (2007), Alves (1996), Aubert (1996), Barbosa (1989, 1991, 1994), Bergeron e Kempa (1995), Bevilacqua e Finatto (2006); Correia (2016); Faria (2014), Finatto (1994, 1998, 2007), Finatto, Lopes e Ciulla (2015), Fromm (2002), Fromm e Yamamoto (2013), ISO 1087, Krieger e Finatto (2004), Perroti-Garcia (2003), Tagnin e Bevilacqua (2013). Também alguns dicionários eletrônicos foram verificados, como Goyos Jr. (2000) e Houaiss (2002). 2. ALGUMAS DEFINIÇÕES Antes de começar a análise em si, acredito ser interessante propor uma divisão entre os três tipos de análises de programas já existentes que foram realizadas neste estudo: recursos, ferramentas e ambientes. Esses programas podem estar disponíveis em dois meios: para download e instalação no computador, ou como uma página da internet. Destaco que todo o ponto de vista adotado foi como o de 401 um pesquisador da área, ou seja, todos os programas foram analisados tendo em vista sua utilidade para os lexicógrafos e terminógrafos. Defino, aqui, recursos como programas simples, páginas da Internet ou bases de dados desenvolvidas para um fim e que servem como fonte de pesquisa para estudos lexicais. Bases lexicais (como a WordNet), por exemplo, podem servir para trabalhos nas áreas de Linguística Computacional, de Tradução (automatizada), de Processamento de Língua Natural (PLN) etc. Nem todas foram produzidas exclusivamente para a elaboração de dicionários, vocabulários e glossários, mas podem ser analisadas pelos pesquisadores como subsídios para seus trabalhos. Páginas em que análises de corpora podem ser feitas online, através dos grandes portais (como o COCA, o DWDS e AC/DC Linguateca, por exemplo) ou ferramentas de busca que usam a Internet inteira como corpus (como o WebCorp), também servem de fonte para checagem de prováveis lexemas, vocábulos/termos e palavras que venham a compor uma obra lexical. Alguns colegas, que têm noções de programação, chegam até a trabalhar com programas (como o SPSS) ou linguagens de programação (como a R) elaborados para trabalhos na área de estatística. Ferramentas, por outro lado, foram desenvolvidas (as que estamos analisando) para estudos lexicais e/ou linguísticos. As mais antigas são os programas (ou suítes) de análise lexical projetadas para trabalhar com corpora, como o WordSmith Tools ou o AntConc, que apresentam três ferramentas básicas: listagem de palavras, listagem de palavras-chave e concordanciador. Embora muitos dessas suítes sejam usadas por várias outras subáreas da Linguística atualmente, os lexicógrafos e terminógrafos continuam a se beneficiar muito dessas ferramentas, já que a base de análise é lexical. Elas disponibilizam os candidatos a lexemas, vocábulos/termos e palavras que comporão a obra de referência, além de apresentarem todo o entorno do item 402 pesquisado (cotexto, à direita e/ou à esquerda, normalmente disponibilizados em telas KWIC), facilitando a localização de contextos definitórios e/ou explicativos (Aubert, 1996), fornecendo subsídios para a elaboração de uma definição para esses candidatos, por exemplo (como no caso do VoTec). As ferramentas foram sendo aprimoradas com o tempo, muitas migraram para a Internet e algumas até se especializaram unicamente na área do léxico; outras se adaptaram para tarefas específicas que podem (ou não) ser adotadas pelos lexicógrafos/terminógrafos, como concordanciadores simples (ParaConc, TextSTAT), anotadores de corpora (UAM Corpus Tool), etiquetadores (TreeTagger, TermoSTAT), compiladores de gramáticas em formato computacional (UNITEX) e visualizadores para bases de dados (LexiquePro e Blossary). Os ambientes (no caso desta proposta) são conjuntos de programas voltados especificamente para análise lexical. Neste trabalho, fiz uma diferenciação entre os ambientes para a lexicografia e para a terminografia. Entre os que podem ser instalados no computador, destaco o WeSay e o Language Explorer como ambientes lexicográficos e o SDL MultiTerm e o GesTerm como ambientes terminográficos. Daqueles disponíveis para trabalho online, por um lado, não encontrei nenhum ambiente voltado exclusivamente para a lexicografia; para a terminografia (denominados por Wilkens et al., 2012, como ambientes web de gestão terminológica), por outro lado, descobri vários: VoTec, e-Termos, TermWiki (Plus), Terminus e Corpógrafo. A quantidade de ferramentas e funcionalidades variam bastante de ambiente para ambiente, mas se apresentam como plataformas onde os terminógrafos podem executar grande parte de seus trabalhos. 403 3. ESTADO DA ARTE No Quadro 2, apresento uma seleção de vários programas e sites (citados e/ou outros que poderiam ter sido pesquisados), resumindo o que foi apresentado na diferenciação entre recursos, ferramentas e ambientes. Parte da escolha dessa seleção, em específico, vem da minha própria experiência na área; parte está ligada às de indicações de sites (como o de Martin Weisser), que elencam centenas de páginas (especialmente àquelas ligadas às áreas da Linguística Computacional) de ferramentas especializadas. Percebe-se, nesse quadro, que claramente não há nenhuma ferramenta ou ambiente dedicados apenas à Onomástica. Embora uma pesquisa exaustiva, na Internet, tenha sido realizada, nada foi encontrado à época da pesquisa. Em conversas via e-mail com os colegas que trabalham nessa área dentro do GT de Lexicologia, Lexicografia e Terminologia da ANPOLL, apenas recursos foram apontados. Quadro 2 – Programas e sites levantados na pesquisa Recursos para Onomástica Computador (instaláveis) Ferramentas de Análise Lexical/ Corpus Ambientes para Lexicografia Ambientes para Terminografia Recurso de Análise Estatística Computador – Auxiliares Nenhum encontrado WordSmith Tools, AntConc, TextSTAT, ParaConc, UNITEX WeSay, SIL Fieldworks Language Explorer SDL MultiTerm, GesTerm SPSS Statistics Ferramentas: Anotadores e Etiquetadores de Corpora UAM Corpus Tool, TreeTagger Ferramentas de visualização LexiquePro 404 Recursos - Bases Lexicais Recursos para Onomástica Ferramentas de Compilação e Análise Lexical/Corpus Internet Portais para análise de corpora fechados Ferramentas de visualização Ambientes para Lexicografia Ambientes para Terminografia WordNet, WordNet Brasil Nomes no Brasil (Antroponímia), Namsor (Antroponímia) Sketch Engine, TermoStat COCA, Corpus do Português, DWDS, PortalMinas, Linguateca AC/DC, COPATrad Blossary Nenhum encontrado VoTec, E-Termos, TermWiki, Terminus, Corpógrafo Fonte: elaborado pelo autor 4. ORGANIZANDO AS FONTES Depois desse primeiro levantamento realizado, escolhi alguns programas elencados no Quadro 2 para o desenvolvimento de miniprojetos a fim de verificar suas funcionalidades. Os programas analisados são apresentados no Quadro 3. Quadro 3 – Programas analisados Tipo de programa Ambientes Ferramentas Programas No computador Language Explorer, Unitex, WeSay Na Internet VoTec, e-Termos, TermWiki (Pro), Corpógrafo, Terminus No computador WordSmith Tools, AntConc Na Internet Sketch Engine, TermoSTAT Fonte: elaborado pelo autor 405 Existem infindáveis possibilidades de classificação de todos esses programas, mas o ponto de vista adotado para todo o estudo tem o lexicógrafo/terminógrafo (tanto o profissional experiente com o manuseio de programas de computador e a metodologia da Linguística de Corpus, quanto aqueles com pouca experiência e também os aprendizes) como foco. Tendo isso em vista, foram pensados três macrocampos para analisá-los: as informações gerais sobre os produtos, as informações sobre a possibilidade do uso de corpus/corpora em um projeto (quando possível/pertinente) e as informações sobre como estruturar o produto lexicográfico/terminográfico. O Quadro 4 mostra essa primeira subdivisão. Quadro 4 – Macrocampos da ficha de análise Ferramenta/Ambiente a ser analisado Informações gerais sobre o Informações sobre Informações das produto corpus estruturas da obra Fonte: elaborado pelo autor 5. ELABORANDO UM PROTÓTIPO Todas essas divisões foram concentradas em uma única planilha base, e as informações buscadas se concentram em caixas de rolagem (com um menu selecionável), de seleção (com um botão) ou de texto (a serem preenchidas com texto). Na análise de cada programa, essa planilha base foi copiada, renomeada e completada com as informações a ele relacionadas. Tenho ciência que este tipo de projeto deveria ser executado como um banco de dados, e não como uma planilha. Devido à minha lacuna de aprendizado para trabalhar com o Access ou programa semelhante, no entanto, não houve como realizá-lo a contento. Para a construção da planilha base, os dados que 406 deveriam estar disponíveis nas caixas (quando era o caso) foram arrolados em duas planilhas separadas, denominadas Caixas de Seleção – Ferramentas e Caixas de Seleção – Estruturas, como podemos ver no exemplo da Figura 1, e depois ligados aos respectivos campos na planilha base. Figura 1 – Caixas de Seleção – Estruturas e seus respectivos campos (recorte) Fonte: elaborada pelo autor Todos esses campos foram levantados de três maneiras: minha experiência como lexicógrafo e terminógrafo, a pesquisa bibliográfica aprofundada e os campos disponíveis nos programas analisados. A Figura 2 indica como ficou o projeto gráfico dentro da planilha base no Excel, dividida entre os três macrocampos. 407 Sequencialmente, no Quadro 5, explico a motivação que me levou ao desenvolvimento de cada caixa; no Quadro 6, apresento uma seleção de todos os campos elencados para esta pesquisa e, na Figura 2, o primeiro exemplo de análise, ainda em formato Excel (os demais encontram-se no anexo, em formato de quadros). Figura 2 – Ficha de Análise desenvolvida: divisão por macrocampos Fonte: elaborada pelo autor Quadro 5 – Campos da ficha de análise (recorte): motivação e importância Macro campos Informações gerais sobre o produto Campos Motivação/Importância para o desenvolvimento do software Divisão das três categorias principais Categoria propostas para este trabalho. Verificar se o trabalho pode ser elaborado Ambiente de em uma única máquina, online, ou trabalho desenvolvido em ambas as plataformas. Determinar se o programa tem um Alvo perfil mais voltado para a Lexicografia, principal do a Terminografia, ambas, ou para a programa Onomástica. Subcampos 408 Macro campos Campos Informações gerais sobre o produto Motivação/Importância para o desenvolvimento do software A ideia é classificar, de acordo com a minha experiência como profissional da Usuário do área, os possíveis usuários que podem programa utilizar o programa: os aprendizes, os profissionais ou ambos. Fonte: elaborado pelo autor Subcampos Quadro 6 – Possibilidades de escolhas nos campos da ficha de análise (recorte) Macro campos Informações gerais sobre o produto Campos Indicadores/Arquivos/ Ferramentas/Formatos Categoria Ferramenta; Ambiente; Recurso. Ambiente de Computador; Internet; Computador trabalho e Internet. Lexicografia; Terminografia; Alvo principal Lexicografia/ Terminografia; do programa Onomástica. Usuário do Aprendiz; Profissional; Misto. programa Público em geral; Especialistas; Aprendizes (especialidade); Alunos Usuário do do Fundamental (Dicionários tipo 1; produto Dicionários tipo 2; Dicionários tipo 3; Dicionários tipo 4); Tradutores. Complexidade Baixa; Média; Alta. de uso Fonte: elaborado pelo autor Subcampos Tendo em vista a análise até aqui apresentada, elaborei a minha proposta teórica para o MetaLex, conforme o Quadro 7. Quadro 7 – Propostas para o MetaLex (recorte) Estrutura Categoria Proposta O programa se configurará como um ambiente na Internet; através de escolhas do usuário (doravante denominado pesquisador máster, PM), campos próprios de análise lexical, ferramentas e recursos poderão ser selecionados, na montagem de um projeto de pesquisa a ser exportado. 409 Estrutura Proposta Ambiente de O trabalho exportado poderá ser instalado na máquina do usuário Trabalho ou instalado em rede, com acesso liberado a vários usuários. O PM, ao começar a usar a plataforma, determinará quais campos comporão o seu projeto. Proponho que, a partir da pesquisa aqui Alvo principal realizada, sugestões de estruturas (macro e micro) e ferramentas do programa (como aquelas ligadas à corpora) sejam indicadas ao usuário, tendo em vista os três grandes tipos de projetos: Lexicográfico, Terminográfico ou Onomástico. Fonte: elaborado pelo autor Na sequência (Figura 3), apresento uma proposta gráfica preliminar para desenvolvimento de um projeto no módulo de Lexicografia. A primeira decisão que o denominado PM teria que tomar é se seu trabalho será ou não baseado em corpus. Como podemos ver na figura, a estrutura de decisões de um projeto não baseado em corpus é um pouco menor do que aquela que se baseia em corpus. Na sequência, deverão ser escolhidos os formatos da macroestrutura (formato geral e formato interno, além da escolha de todos os possíveis campos), seguido de sua parametrização, e da microestrutura (seleção dos paradigmas e seus possíveis campos), também seguido de uma parametrização. No caso de projeto baseado em corpus, serão carregadas ferramentas básicas (inserção ou compilação automática de corpus, análise de corpus) e possíveis ferramentas adicionais. A partir da análise do corpus, teremos os candidatos a lexemas e, desse ponto em diante, podemos repetir os passos dos projetos sem corpus. Nos dois casos, o MetaLex deverá fazer uma parametrização de todos os campos (macro e microestruturas) e ferramentas escolhidas, criar um banco de dados, adicionar as ferramentas selecionadas (para exportá-las), elaborar uma parametrização final e criar a escolha dos processos de saída do projeto: formato executável (que possa ser instalado em um só computador) formato pasta (contendo o banco de dados e as ferramentas escolhidas), compactada, para que possa ser, posteriormente, instalada em um servidor. 410 Figura 3 – Fluxograma de metaferramenta lexicográfica/terminográfica/onomástica; destaque para a seção lexicográfica 411 Fonte: elaborado pelo autor CONSIDERAÇÕES Embora não considere a execução do trabalho computacional na criação do MetaLex impossível, acredito que o mesmo exigiria centenas (ou até mesmo milhares) de horas de trabalho. Há uma quantidade gigantesca de variáveis já pesquisadas: de ferramentas disponíveis na Internet que teriam que ser adaptadas para a estrutura deste projeto às centenas de campos, cada um com um rótulo e/ou características específicas, que teriam que compor o banco de dados. A experiência que tive com a elaboração do VoTec, quando contratei os serviços da empresa Jr. do ICMC para a elaboração da ferramenta, me ensinou que há um ir e vir constante entre a parte teórica e a prática; muitas das soluções que eu propunha, inclusive, foram incrivelmente facilitadas/resumidas/alteradas a partir de uma percepção diferenciada que os programadores viam em cada desafio. Por outro lado, um ambiente para trabalhos lexicais desta magnitude, acredito, serviria como uma ferramenta única para os lexicógrafos, terminógrafos, toponimistas e antroponimistas: não haveria mais a necessidade de executar o trabalho em várias fases, já que cada uma delas exige uma ferramenta/ambiente/recurso diferente. O profissional criaria um ambiente de trabalho sob medida para o seu projeto, instalável em seu computador ou num servidor e com capacidade para o trabalho coletivo, evitando ferramentas e recursos desnecessários, contando com tudo aquilo que é essencial para o desenvolvimento de sua obra de referência. REFERÊNCIAS ALMEIDA, G. M. B.; ALUÍSIO, S. M.; TELINE, M. F. Extração manual e automática de terminologia: comparando abordagens e critérios. In: 412 WORKSHOP EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA LINGUAGEM HUMANA, 2003, São Carlos. Anais do TIL [...]. São Carlos: USP, 2003. ALMEIDA, G. M. de B.; OLIVEIRA, L. H. M. de; ALUISIO, S. M. A terminologia na era da informática. Cienc. Cult., São Paulo, v. 58, n. 2, p. 42-45, jun. 2006. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252006000200016&lng=en&nrm=i so. Acesso em: 15 ago. 2021. ALMEIDA, G. M. B.; PINO, D. H. P.; SOUZA, D. S. L. A definição nos dicionários especializados: proposta metodológica. 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