Universidade de Aveiro
2010
Ana Daniela de Pina
Tavares
Secção Autónoma de Ciências da Saúde
Idosos e Actividade Física
- programas, qualidade de vida e atitudes
Universidade de Aveiro
2010
Ana Daniela de Pina
Tavares
Secção Autónoma de Ciências da Saúde
Idosos e Actividade Física
- programas, qualidade de vida e atitudes
Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos
requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Gerontologia,
especializada em Gestão de Equipamentos, realizada sob a orientação
científica do Doutor Aníbal Rui de Carvalho Antunes das Neves, Professor
Auxiliar do Departamento de Educação da Universidade de Aveiro.
Á minha mãe Fernanda.
Ao Luís.
O júri
Presidente
Prof. Doutora Alcione Leite da Silva
Professora associada convidada da Secção Autónoma de Ciências da Saúde Universidade de Aveiro
Prof. Doutora Maria Joana Mesquita Cruz Barbosa de Carvalho
Professora associada da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
Prof. Doutor Aníbal Rui de Carvalho Antunes das Neves
Professor auxiliar do Departamento de Educação da Universidade de Aveiro
Agradecimentos
Agradeço a todos quantos tornaram possível a concretização deste desafio.
Ao Prof. Doutor Aníbal Rui de Carvalho Antunes das Neves orientador
científico deste trabalho um agradecimento especial pela disponibilidade,
competência, transmissão de úteis ensinamentos, sugestões e por me abrir
novos horizontes.
Às instituições e professores, pela identificação dos participantes. O seu papel
como mediadores foi imprescindível.
Às pessoas idosas que aceitaram participar na investigação. Sem eles este
estudo não seria possível.
Aos meus amigos Ana, Joana, Dionério e Inês pelo companheirismo que
demonstraram nas jornadas da biblioteca.
À Daniela por ter estado sempre presente.
À minha mãe Fernanda pelo incentivo, determinação e infinito amor que me dá
e pelo enorme apoio que me deu para entrar neste grande projecto.
Ao Luís, um especial agradecimento, pois seu o apoio incondicional, incentivo
e motivação para pensar no futuro.
Palavras-chave
Idosos, Programa, Actividade Física, Atitudes, Qualidade de Vida
Resumo
Objectivos: O envelhecimento populacional exige que se conheçam as necessidades
das pessoas idosas para promover políticas e programas adequados. Assim, com este
estudo, pretende-se caracterizar os Programas de Actividade Física (Programas
Autárquicos, Programas de IPSS e Programas de Ginásio) através dos anos de prática
de Actividade Física (AF), do número de modalidades, das horas despendidas
semanalmente,da percepção da Qualidade de Vida relacionada com a saúde e da
atitude face à actividade física dos seus clientes.
Metodologia:
Esta
investigação
possui
um
carácter
exploratório-descritivo,
comparativo e não experimental, sendo o processo de selecção do grupo de amostra
realizada por conveniência. O grupo de amostra é constituído por 25 clientes do
programa de AF de Autarquia, 25 clientes do programa de AF de Ginásio, 25 clientes
do programa de AF de uma Instituição Particular de Solidariedade Social e 25
indivíduos que não praticam AF regularmente. Para recolher os dados foi construído
um questionário com três partes: a primeira parte é de informação pessoal, a segunda
parte é o questionário “Questionário MOS Short-Form Health Survey 12-Item” (SF12) e a terceira parte é o questionário "Older Person' Attitudes Toward Physical
Activity and Exercise Questionnaire".
Resultados: Constatou-se que todos os idosos da amostra têm uma atitude positiva
face à AF. Analisando os grupos verifica-se que existe uma predominância do género
feminino, casadas e que as idades variam de acordo com o programa inserido. O grupo
de pessoas idosas menos velhas e com melhor percepção de Qualidade de Vida
relacionada com a Saúde pratica AF no Ginásio e o grupo de pessoas idosas mais
velhas e com menor percepção de Qualidade de Vida relacionada com a Saúde pratica
AF na IPSS.
Conclusão: Existem diferenças significativas entre os clientes dos programas de AF
ao nível da idade, escolaridade, rendimento, percepção de Qualidade de Vida
relacionada com a Saúde e atitudes face à AF.
Keywords
Elderly, Program, Physical Activity, Attitudes, Quality of Life
Abstract
Objectives: The aging population requires knowing the needs of older people to
promote policies and appropriate programs. Thus, this study seeks to characterize the
clients of Physical Activity Programs (Autarchic Programs, Private Institution for
Social Solidarity Programs and Gym Programs) through years of practice of Physical
Activity (PA), number of procedures, hours spent weekly, perception of Quality Liferelated Health and to physical activity attitude.
Methodology: This research has been explorative and descriptive, comparative and not
experimental, and the process of selecting the sample group was for convenience. The
sample consists of 25 clients of the Autarchic Programs, 25 clients of the program for
Gym Programs, 25 clients of the program AF of a Private Institution for Social
Solidarity Programs and 25 subjects who do not practice regularly physical activity. To
collect the data we used a questionnaire with three parts: the first part of personal
information, the second part is a "Questionnaire MOS Short-Form 12-Item Health
Survey (SF-12) and the third part is the questionnaire " Older Person 'Attitudes Toward
Physical Activity and Exercise Questionnaire”.
Results: We found that all the elderly, of the sample, have a positive attitude towards
physical activity. Analyzing the groups it appears that there is a predominance of
female gender, married and the ages vary according to the program entered. The group
with better quality of life related health perception and fewer older is the group of Gym
Programs and the group with less quality of life related health perception and very older
is the group of Private Institution for Social Solidarity Programs.
Conclusion: There are differences between clients of the programs of AF in terms of
age, education, income, quality of life related to health perception and attitudes to AF.
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Índice
Lista de Abreviaturas e Siglas ........................................................................................................... 5
Introdução ......................................................................................................................................... 6
Capítulo I – Enquadramento Teórico............................................................................................... 8
1. Envelhecimento ....................................................................................................................... 9
1.1 O envelhecimento populacional em Portugal .................................................................... 9
1.2 O processo de Envelhecimento ........................................................................................ 10
1.3 O envelhecimento activo.................................................................................................. 13
2. Idosos e Qualidade de Vida .................................................................................................. 17
2.1 Definição de Qualidade de Vida ...................................................................................... 17
2.2 Qualidade de Vida na Saúde ............................................................................................ 18
2.3 Medição da Qualidade de Vida ........................................................................................ 19
3. Idosos e Actividade Física ..................................................................................................... 21
3.1 Conceito de Actividade Física ......................................................................................... 21
3.2 Tipos de Actividade Física............................................................................................... 21
3.3 Benefícios da Actividade Física ....................................................................................... 22
3.4 Barreiras à prática de Actividade Física .......................................................................... 27
4. Atitudes dos Idosos perante a Actividade Física ................................................................ 29
4.1 Conceito de Atitude ......................................................................................................... 29
4.2 Medição de Atitudes ........................................................................................................ 30
4.3 A Actividade Física e as Atitudes .................................................................................... 31
Capítulo II – Objecto de Estudo e Metodologia ............................................................................. 34
1. Modelo de Investigação......................................................................................................... 35
2. Objecto de Estudo ................................................................................................................. 35
2.1 Objectivos do estudo ........................................................................................................ 36
3. Metodologia ........................................................................................................................... 37
3.1 Grupos de estudo.............................................................................................................. 37
3.1.1. Caracterização dos grupos ......................................................................................... 39
a. Clientes que praticam Actividade Física em Programas Autárquicos ........................ 39
b. Clientes que praticam Actividade Física em Programas de Ginásios ........................ 40
c. Clientes que praticam Actividade Física em Programas de IPSS............................... 40
d. Pessoas que Não praticam Actividade Física regularmente ....................................... 41
1
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
3.2 Recolha de Dados............................................................................................................. 42
3.3 Instrumento de recolha de dados ...................................................................................... 42
3.2.1 Questionário das Atitudes das pessoas idosas face à Actividade Física ..................... 43
3.2.2 Questionário de Qualidade de Vida relacionada com a saúde .................................... 45
3.4 Análise dos Dados Recolhidos ......................................................................................... 46
Capítulo III – Apresentação dos Resultados .................................................................................. 48
1. Descrição dos grupos tendo em conta a Actividade Física ................................................ 49
2. Análise das atitudes face à Actividade Física .................................................................... 50
2.1 Estudo da Escala de Atitudes de amostra ...................................................................... 50
2.2 Estudo das Escalas das Atitudes dos grupos.................................................................. 51
3. Análise da Qualidade de Vida relacionada com a saúde .................................................... 52
3.1 Estudo dos resultados da SF-12 da amostra .................................................................. 52
3.2 Estudo dos resultados da SF- 12 por grupos.................................................................. 53
4. Estudo das correlações ....................................................................................................... 55
4.1. Correlações entre as variáveis dependentes principais (idade, rendimento, escolaridade,
anos de prática de AF, número de horas semanais e número de modalidades praticadas)............... 55
4.2. Correlações entre as variáveis (idade, rendimento, escolaridade, anos de prática,
número de horas semanais e número de modalidades praticadas) e as variáveis (LT, PS, EV, BS,
SFG e SMG). .................................................................................................................................... 56
Capítulo IV – Discussão dos Resultados ........................................................................................ 58
1. Caracterização dos grupos.................................................................................................. 59
1.1 Caracterização dos grupos por Género .......................................................................... 59
1.2 Caracterização dos grupos por Idade, Rendimento, Escolaridade e Estado Civil ......... 61
1.3 Caracterização dos grupos por Actividade Física. ......................................................... 63
1.4 Caracterização dos grupos por Atitudes face à Actividade Física. ................................ 64
1.5 Caracterização dos grupos por Qualidade de Vida relacionada com saúde................... 66
Capítulo V – Conclusões ................................................................................................................. 68
1.Conclusões Gerais ............................................................................................................... 69
2. Limitações e recomendações para futuras investigações ................................................... 70
Bibliografia ...................................................................................................................................... 72
Anexos.............................................................................................................................................. 82
2
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Índice de Figuras, Quadros e Tabelas
Figuras
Figura 1. Evolução da proporção da população idosa (65 ou mais anos),
Portugal, 1960-2050………………………………………………………… 10
Figura 2. Objecto de estudo………………………………………………… 37
Quadros
Quadro 1. Alterações estruturais resultantes do envelhecimento e
manifestações clínicas (adaptado de Spirduso, 2005) ……………………... 13
Quadro 2. Caracterização dos programas em estudo ...…………………….. 39
Quadro 3. Escala de Atitudes face à Actividade Física, com indicação dos
itens e questões associadas………………………………………………….. 45
Quadro 4: Descrição Sumária da escala SF-12……………………………... 47
Tabelas
Tabela 1. Tabela descritiva do grupo do Programa Autárquico……………. 40
Tabela 2. Tabela descritiva do grupo do Programa de Ginásio…………….. 41
Tabela 3. Tabela descritiva do grupo do Programa de IPSS………………... 41
Tabela 4. Tabela descritiva do grupo que não praticam AF regulamente…... 42
Tabela 5. Tabela referente à AF dos clientes dos programas de AF, valores
apresentados em Média e Desvio Padrão, n=25……………………………. 50
Tabela 6. Tabela descritiva das atitudes face à AF, tendo em conta os
subgrupos da escala, valores apresentados em Média e Desvio Padrão,
n=100; valor de
de Cronbach da escala global…………………………… 51
3
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Tabela 7. Tabela descritiva das atitudes face à AF, tendo em conta os itens
dos subgrupos da escala, valores apresentados em Média e Desvio Padrão,
n=100; valor de
de Cronbach das sub-escalas, tendo em conta os itens
correspondentes…………………………………………………………….. 52
Tabela 8. Tabela descritiva por Grupos de AF das atitudes face à AF, tendo
em conta os subgrupos da escala, valores apresentados em Média e Desvio
Padrão, n=25………………………………………………………………... 53
Tabela 9. Tabela descritiva da QV relacionada com a saúde, tendo em
conta os dois grupos e respectivos subgrupos, valores apresentados em
Média e Desvio Padrão, n=100; valor de
de Cronbach da escala global e
tendo em conta as sub-escalas…………………………..............................
54
Tabela 10. Tabela descritiva por grupos de AF da QV relacionada com a
saúde, tendo em conta os dois grupos e respectivos subgrupos, valores
apresentados em Média e Desvio Padrão, N=25………………………...…. 55
Tabela 11. Correlações entre as variáveis dependentes (idade, rendimento,
escolaridade, anos de prática, número de horas semanais e número de
modalidades praticadas)…………………………………………………….. 56
Tabela 12. Correlações entre as variáveis principais (idade, rendimento,
escolaridade, anos de prática, número de horas semanais e número de
modalidades praticadas) e as variáveis (LT, PS, EV, BS, SFG e SMG)…… 58
Tabela 13. Caracterização dos grupos por Género…………………………. 61
Tabela 14. Caracterização dos grupos por Idade…………………………… 62
Tabela 15. Caracterização dos grupos por Escolaridade…………………… 63
Tabela 16. Caracterização dos grupos por Rendimento……………………. 63
Tabela 17. Caracterização dos grupos por Estado Civil……………………. 64
4
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Lista de Abreviaturas e Siglas
AF – Actividade Física
AVD – Actividades de Vida Diária
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
DE – Desempenho emocional
DF – Desempenho físico
FF – Função Física
FS – Função Social
IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social
LAAC – Liga dos Amigos de Aguada de Cima
NPAF – Não praticantes de programas de Actividade Física
OPAPAEQ – Older Person Attitudes Toward Physical Activity and Exercise
Questionnaire.
PAF – Programa de Actividade Física
PAF_ IPSS – Programa de Actividade Física da Instituição Particular de
Solidariedade Social
PAF_ Ginásios – Programa de Actividade Física do Ginásio
PAF _ Autarquias – Programa de Actividade Física da Autarquia
QV – Qualidade de Vida
SF-12 – MOS Short-Form Health Survey 12-Item
SFG – Saúde Física Geral
SG – Saúde Geral
SM – Saúde Mental
SMG – Saúde Mentia Geral
VT – Vitalidade
WHO – World Health Organization
5
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Introdução
A população mundial está a envelhecer rapidamente na decorrência da descida das
taxas de natalidade de mortalidade, de forma a responder a esta situação torna-se
necessário criar estruturas sociais, estratégias tanto público-privadas que respondam às
necessidades desta população (Amaro & Meira, 2006). Assim sendo, a investigação na
área de Gerontologia possibilitará o desenvolvimento de produtos e serviços adequados.
Uma das áreas que detém mais investigação e divulgação, na área da Gerontologia
é a Actividade Física (AF). A Carta de Toronto (2010) indica que a AF não só promove
bem-estar, saúde física e mental, previne doenças, aumenta os contacto social e a QV aos
indivíduos que a praticam, como também contribui para a sustentabilidade ambiental e
providencia benefícios económicos para a sociedade. O principal objectivo desta Carta é a
de fornecer ferramentas à criação de oportunidades sustentáveis para que todos os
indivíduos possam usufruir de um estilo de vida saudável e fisicamente activo. Uma vez
que a inactividade física é a quarta causa de mortalidade por doença crónica, assim como,
os problemas cardíacos, os acidentes vasculares, a diabetes e o cancro (Salmon et al,
2010). A promoção de programas de AF não só ajudaria na diminuição da morbilidade da
população, diminuindo os custos associados aos cuidados de saúde com a doença crónica,
como também incentivaria a protecção ambiental, através da substituição dos carros pelas
bicicletas e caminhadas (Salmon et al, 2010).
A World Health Organization considera que a AF é um dos principais factores a
considerar para um Envelhecimento Activo e com Qualidade de Vida (QV). Assim, e
tendo em conta que os benefícios da prática de AF são amplamente divulgados e
projectados, pelas várias organizações competentes através dos meios de comunicação e
das campanhas de promoção de Saúde, verifica-se um aumento da prática de AF nas
pessoas idosas.
De forma a responder a este acréscimo verifica-se um aumento das respostas para a
prática de AF, direccionado às pessoas idosas. Em relação a programas estruturados e que
possam ser usufruídos por pessoas idosas identificou-se três tipos de programas de
promoção de AF junto desta população e desenvolvidos em contextos diferentes: os
programas Autárquicos, criados especialmente para esta população; os programas das
6
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
IPSS, que são um serviço prestado pela instituição; e os Ginásios privados, que embora não
tenham como público–alvo pessoas com mais de 65 anos, identifica-se um aumento neste
tipo de clientes. De facto, segundo o Eurobarometer (2010), cerca de 12 % dos inquiridos
pratica AF em centros de Fitness, sendo que a média da União Europeia é de 11% e prevêse que estes valores possam aumentar.
Tendo em conta que cada vez mais pessoas idosas praticam AF e que existem cada
vez mais programas destinados a pessoas idosas considera-se pertinente estudar as
características dos clientes destes programas, as atitudes face à AF e a sua percepção em
relação à QV relacionada com a Saúde. Para desenvolver esta investigação considerou-se
necessário definir que as pessoas idosas são indivíduos com idades iguais ou superiores a
65 anos e são caracterizados pela palavra clientes por pagarem o serviço em causa. Deste
modo, com vista a enriquecer a Investigação em Gerontológia, considerou-se pertinente
realizar o estudo “Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes”.
Com o objectivo de apresentar este estudo de uma forma clara, sistemática e
objectiva decidiu-se organizá-lo em cinco capítulos.
O capítulo I – Enquadramento Teórico, é constituído por uma breve abordagem do
quadro conceptual, explicitando a problemática em estudo, no qual são abordados os temas
do envelhecimento e da AF, que são posteriormente relacionados com a QV e as atitudes
face à AF.
O capítulo II – Objectivo de Estudo e Metodologia, integra o modelo de
investigação, o objecto de estudo e os seus objectivos, seguido da descrição dos
procedimentos metodológicos, composto pela definição dos grupos e respectiva
caracterização, pela descrição dos instrumentos de recolha de dados e procedimentos para
a análise dos dados recolhidos.
O capítulo III – Apresentação dos resultados, expõe os resultados obtidos da
diferença entre os grupos nas respostas aos questionários.
O capítulo IV – Discussão dos Resultados, analisa os resultados contrapondo-os
com os resultados de outras investigações.
O capítulo V – Conclusões, apresenta as conclusões gerais e sugere algumas
recomendações para investigações futuras.
7
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Capítulo I – Enquadramento Teórico
8
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
1. Envelhecimento
1.1 O envelhecimento populacional em Portugal
Hoje em dia, assistimos a dois fenómenos que, pela sua influência social, marcam o
séc. XXI, são estes: a diminuição da natalidade e o aumento da esperança média de vida. A
diminuição do número de jovens e portanto o estreitamento da base da pirâmide etária em
Portugal associado ao aumento de pessoas idosas, caracterizado pelo alargamento do topo
da pirâmide etária, origina o envelhecimento da população portuguesa.
Entre 1960 e 2001 a pirâmide demográfica traduziu-se por um decréscimo de cerca
de 36% na população jovem (0-14 anos) e um incremento de 140% da população idosa (65
e mais anos) (INE, 2002). Carrilho e Gonçalves (2004) indicam que a percentagem de
pessoas idosas com 65 ou mais anos duplicou nos últimos quarenta anos, passando de 8%
em 1960, para 11% em 1981, 14% em 1991 e 16% em 2001. De acordo com as mesmas
estima-se que esta proporção volte a duplicar nos próximos 40 anos, representando, em
2050, 32% do total da população (Figura 1).
Evolução da proporção da população idosa (65 ou mais anos), Portugal, 1960-2050
Unidade: %
32
29
24
14
16
18
20
11
8
1960
1981
1991
2001
2010
2020
2030
2040
2050
Figura 1. Evolução da proporção da população idosa (65 ou mais anos), Portugal, 1960-2050.
Dados demográficos referentes a 2008, assinalam que a população residente em
Portugal continua a tendência do envelhecimento. Sendo que a população com mais de 65
anos corresponde 17,4% e a população com mais de 80 anos corresponde 4,2%. Estima-se
9
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
que em 2060 a população com mais de 65 anos passe para 30,9% e com mais de 80 anos
passe para 12,8% (Giannakouris, 2008).
O envelhecimento global no século XXI originará diversas consequências culturais
e epidemiológicas (Martins, 2002) e causará um aumento significativo da procura de
respostas sociais e económicas em todo o mundo (WHO, 2002). É neste contexto que o
debate actual em torno do envelhecimento se centra, entre outras questões, no papel da
família, no peso que esta evolução demográfica representa para o sistema social e nas
políticas de saúde. Segundo um estudo divulgado pelo Alto Comissariado para a Saúde a
população portuguesa envelhece com independência funcional e hábitos de vida
favoráveis, sendo o limite estimado para o aparecimento de factores de dependência
funcional a idade superior a 70 anos (Oliveira, et al, 2008).
A intensidade do envelhecimento populacional origina novos desafios mas também
novas oportunidades de desenvolvimento de investigações para novos serviços. O que faz
com que os temas relacionados com a população idosa sejam sempre actuais e necessários
para uma sociedade cada vez mais envelhecida e que necessita de ser compreendida para
que a sociedade responda às suas necessidades (Matsudo, 2006).
1.2 O processo de Envelhecimento
Apesar deste aumento da longevidade se traduzir em aspectos positivos, é também
importante reflectir que este processo de envelhecimento está ligado a perdas importantes
em inúmeras capacidades físicas, as quais culminam, inevitavelmente, no declínio da
capacidade funcional e da independência do idoso (Matsudo, 1997).
Segundo Paúl (2005) o envelhecimento tem três componentes: i) a senescência, em
que o processo de envelhecimento biológico resulta da vulnerabilidade crescente e de uma
maior probabilidade de morrer; ii) um envelhecimento social, relativo aos papéis sociais,
apropriado às expectativas da sociedade para este nível etário e iii) o envelhecimento
psicológico, definido pela auto regulação do indivíduo no campo das forças, pelo tomar
decisões e opções, adaptando-se ao processo de senescência e do envelhecimento. O
crescimento e o envelhecimento nunca são o produto exclusivo de um único conjunto de
determinantes, mas a consequência da nossa base filogenética, a nossa hereditariedade
10
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
única, e o nosso contexto sócio - cultural que impulsiona a expressão das nossas
predisposições genéticas.
O envelhecimento é um processo fisiológico normal que decorre do processo
biológico mas que não segue necessariamente o envelhecimento cronológico e apresenta
uma acentuada variação individual (Spirduso, 2005).
Do mesmo modo que surgem diferentes definições de envelhecimento também
existem várias teorias sobre o processo de envelhecimento. As teorias do envelhecimento
podem-se dividir em dois grandes grupos: as teorias genéticas (que consideram a
participação dos genes no processo de envelhecimento) e as teorias estocásticas (em que a
perda de funcionalidade que acompanha o fenómeno de envelhecimento é causada pela
acumulação aleatória de lesões, associadas à acção ambiental, em moléculas vitais, que
provocam um declínio fisiológico progressivo). Nenhum dos grupos de teorias explicam
completamente o processo de envelhecimento, no entanto, nenhuma teoria pode ser
descartada (Mota, 2004)
Estas teorias biológicas do envelhecimento têm como aspectos em comum: a perda
de funcionalidade progressiva com o consequente aumento da susceptibilidade e incidência
de doenças; e o aumento da probabilidade de morte. Deste modo, torna-se importante
entender os principais efeitos do envelhecimento em diferentes componentes da aptidão
física, quadro 1: a nível antropométrico, órgãos sensitivos (pele, olhos e ouvidos), no
sistema endócrino, no sistema renal-urinário, no sistema respiratório, no aparelho
gastrointestinal, no sistema músculo-esquelético, no sistema cardiovascular, no sistema
imunológico e no sistema nervoso central (Matsudo & Matsudo, 1997, 2000; Spirduso,
2005).
11
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Órgão ou
Sistema
Nível
Antropométrico
Sistema
Imunológico
Pele e anexos
Olhos
Ouvidos
Sistema
Endócrino
Sistema Renal Urinário:
Músculoesquelético
Alterações Estruturais com a Idade
Manifestações clínicas
Diminuição da estatura;
Aumento no peso.
Diminuição dos arcos dos pés;
Aumento da curvatura da coluna vertebral
por alteração dos discos intervertebrais;
Aumento do diâmetro do crânio e da caixa
torácica;
Diminuição na massa livre de gordura;
Aumento da gordura corporal;
Diminuição da massa muscular;
Diminuição da densidade óssea.
Neoplasias;
Susceptibilidade às infecções;
Doenças auto-imunes;
Déficit da resposta à imunização.
Redução das células T-Helper;
Diminuição da funcionalidade das
células B;
Maior produção de imunoglobinas
Atrofia do tecido subcutâneo;
Redução da elasticidade;
Aumento da fragilidade vascular;
Fibrose peri-folicular;
Diminuição das glândulas sebáceas;
Diminuição da produção de vitamina D;
Diminuição da sensibilidade de dor.
Alteração da elasticidade do cristalino;
Alteração bioquímica do vítreo;
Alteração funcional da retina.
Rugas;
Púrpura com pequenos traumatismos;
Susceptibilidade a lesões por pressão;
Cicatrização lenta;
Pele seca e prurido;
Redução da pilosidade.
Diminuição do número e da função das
células ciliares no aparelho vestibular
Hipoacusia para sons de alta frequência
(agudos);
Redução da discriminação dos sons;
Redução do senso de posição;
Tonturas com quedas frequentes.
Menopausa/Andropausa;
Sintomas vasomotores e atrofia vaginal;
Diminuição da libido no homem;
Redução da potência sexual no homem;
Intolerância relativa à glicose;
Diminuição da reserva tiróideia
Redução da taxa de filtração glomerular;
Diminuição da absorção tubular;
Uropatia obstrutiva;
Incontinência por distensão;
Incontinência de stress (mecânico).
Hipogonadismo;
Diminuição da resposta insulínica à
glicose;
Aumento da adiposidade;
Diminuição da sensibilidade à insulina;
Diminuição da resposta tiroideia.
Diminuição do número de nefrónios;
Disfunção tubular;
Diminuição do tónus e capacidade da
bexiga;
Redução do tónus esfincteriano;
Hiperplasia prostática;
Hipotonia dos músculos pélvicos
(mulheres).
Redução da área das fibras;
Diminuição do teor mineral ósseo;
Diminuição da formação óssea;
Proliferação tecido conjuntivo;
Redução da cartilagem articular
12
Presbiopia;
Cataratas;
Glaucoma;
Degeneração macular
Diminuição de 10-20% da força muscular;
Maior vulnerabilidade às fracturas;
Rigidez e inflamação articular;
Artrite;
Artrite Reumatoide;
Osteoartrose.
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Órgão ou
Sistema
Sistema
Respiratório
Aparelho
gastrointestinal
Alterações Estruturais com a Idade
Redução da elasticidade pulmonar;
Diminuição da musculatura ventilatória;
Redução da clereance brônquica.
Redução da motilidade esofágica;
Perda funcional do esfíncter gastroesofágico;
Redução da secreção gástrica de ácido;
Redução da secreção gástrica tripsina;
Redução da secreção gástrica pepsina;
Redução do peristaltismo intestinal;
Alteração das enzimas hepáticas
Redução dos cardiomiócitos;
Diminuição da distensibilidade
ventricular;
Diminuição da elasticidade dos vasos;
Aumento das resistências vasculares;
Redução da sensibilidade dos
barorreceptores.
Manifestações clínicas
(continuação)
Redução da capacidade vital;
Aumento do volume residual;
Redução da capacidade ventilatória
máxima;
Diminuição da capacidade de difusão
pulmonar O2;
Diminuição do fluxo expiratório máximo;
Retenção de secreções;
Aumento da ventilação durante o exercício.
Disfagia;
Refluxo gastro-esofágico;
Hipocloridria com proliferação bacteriana;
Obstipação;
Alteração do metabolismo medicamentoso
Diminuição do volume sistólico;
Diminuição da utilização de O2 pelos
tecidos;
Diminuição da frequência cardíaca;
Diminuição da reserva cardíaca;
Aumento da pressão do pulso;
Hipertensão arterial;
Hipotensão hortostática;
Síncopes de repetição;
Menor capacidade de adaptação e
recuperação do exercício;
Aumento do débito de O2.
Diminuição dos reflexos posturais;
Diminuição no fluxo sanguíneo cerebral;
Sistema Nervoso
Redução da regulação autónoma;
Hipotermia ou Hipertermia;
Central
Perda de neurónios dos núcleos da base; Desidratação;
Redução dos neurotransmissores
Hipotensão ortostática, tonturas, síncopes;
colinérgicos;
Movimentos mais lentos;
Diminuição da actividade da acetilAlterações no padrão do sono;
colinesterase.
Intolerância às variações térmicas
ambientais;
Redução da sede.
Quadro 1. Alterações estruturais resultantes do envelhecimento e manifestações clínicas (adaptado
Sistema
cardiovascular:
de Spirduso, 2005).
1.3 O envelhecimento activo
O conceito de envelhecimento activo, criado pela World Health Organization
(WHO), em 1997, tem como base o princípio de permitir aos idosos que permaneçam
integrados e motivados na vida laboral e social (WHO, 2002).
13
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Na Conferência Mundial sobre o Envelhecimento (WHO, 2002) para a primeira
década do século XXI, o envelhecimento activo define-se como um processo de
optimização de oportunidades para a saúde, participação e segurança, no sentido de
aumentar a QV durante o envelhecimento.
A palavra “activo” refere-se à participação contínua nas questões sociais,
económicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente
activo ou de fazer parte da força de trabalho (WHO, 2002; Fernandes & Botelho, 2007). A
abrangência da definição do conceito de envelhecimento activo, acima referido, pela
WHO, tem como virtualidade as múltiplas vertentes e determinantes consideradas. No
entanto, tal abrangência poderá perder-se nas apropriações mais usuais do termo, que o
circunscrevem a questões como o exercício físico ou o prolongamento das actividades
produtivas e não tem em conta as outras dinâmicas sociais (Almeida, 2007).
O envelhecimento activo aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais
e permite que as pessoas percebam o seu potencial para alcançar o bem-estar físico, social
e mental ao longo do curso da vida. Sendo para isso necessário que as pessoas participem
em acções da sociedade em que está integrado, para que a mesma responda às suas
necessidades, desejos e quando necessário propicie protecção, segurança e cuidados
adequados (WHO, 2002). Assim, o objectivo do envelhecimento activo é aumentar a
expectativa de uma vida saudável e a QV das pessoas idosas, inclusive as que são frágeis,
fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados (Fernandes & Botelho, 2007).
Os pilares que suportam o conceito de envelhecimento activo, são a participação
social, a saúde e a segurança. O envelhecimento activo implica autonomia (controlo),
independência (nas AVD – Actividades de Vida Diária e nas AIVD – Actividades
Instrumentais de Vida Diária), QV e expectativa de vida saudável (WHO, 2002; Paúl,
2005).
Como factores determinantes do envelhecimento activo, compreendido sempre
numa perspectiva de género e de cultura, temos as características do indivíduo, as variáveis
comportamentais, económicas, do meio físico e do meio social e ainda a saúde e serviços
sociais (Paúl, 2005). Estes factores têm como finalidade a integração das pessoas na
sociedade e para atingir este objectivo é importante considerar o ambiente físico, as
condições habitacionais e a acessibilidade a ambientes agradáveis.
14
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Condições de proximidade com vizinhos, amigos ou familiares, acesso facilitado a
locais de abastecimento dos recursos diários necessários (acesso a bens alimentares e
outros, farmácia, cuidados de saúde) são condições essenciais primárias para a manutenção
da integração social (Fernandes & Botelho, 2007).
A WHO (2002) considera que a adopção de estilos de vida saudáveis e a
participação activa no cuidado da própria saúde são importantes em todos os estágios da
vida. Assim sendo, o processo de envelhecimento é determinado pela forma como os
indivíduos controlam a sua saúde pela promoção de estilos de vida saudáveis e pelo acesso
a cuidados de saúde (Fernandes & Botelho, 2007).
De forma a prevenir doenças, o declínio funcional, estender a longevidade e
aumentar a QV das pessoas idosas, nunca é tarde demais para que estes possam adoptar
estilos de vida saudáveis, tais como, praticar AF regularmente, consumir uma alimentação
saudável, abster-se do tabaco e álcool e fazer um uso correcto dos medicamentos.
Deste modo, apostar em programas de AF será uma opção para melhorar a saúde da
população, de facto estimou-se que para cada dólar (0,66 €) investido em medidas para
encorajar a actividade física moderada houve uma economia de 3,2 dólares (2,13 €) em
despesas médicas (WHO, 2002). Para tal, é essencial que se criem oportunidades para a
prática de exercício físico em espaços sem barreiras arquitectónicas e espaços de convívio,
contrariando o isolamento e promovendo a integração familiar e social (Fernandes &
Botelho, 2007).
15
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Síntese
Entre os ganhos mais importantes do século XX destacam-se o aumento da
esperança média de vida das pessoas idosas. Este ganho deve-se à melhoria do saneamento
básico e dos cuidados de saúde que levaram à diminuição da mortalidade.
Associado ao envelhecimento populacional surgem responsabilidades em relação
aos cuidados consequentes do processo de envelhecimento que requerem serviços
específicos que respondam às necessidades das pessoas idosas. De facto, embora viver
mais tempo tenha sido uma vitória da comunidade global, o processo de envelhecimento
normal representa o aparecimento de situações de fragilidade para as pessoas idosas.
Entender as consequências do envelhecimento no organismo é a primeira fase para a
criação de programas de promoção de saúde.
O envelhecimento activo surge como resposta a estas necessidades, tornando-se um
dos objectivos dos indivíduos, das suas famílias e governantes. É na operacionalização do
conceito de envelhecimento activo que surgem os programas de promoção de saúde. Uma
das formas primárias da promoção de saúde e prevenção de doenças é a promoção da AF
(WHO, 2002).
16
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
2. Idosos e Qualidade de Vida
2.1 Definição de Qualidade de Vida
A QV em pessoas idosas tem sido sujeita a vários debates e discussões por causa da
indefinição do termo, no entanto é importante defini-lo para que a sua avaliação seja
possível.
Na primeira metade do século XX, iniciou-se a análise objectiva do termo QV, no
entanto teve uma abordagem puramente economicista, baseando-se nos indicadores sociais
das pessoas tais como o rendimento per capita, os níveis de consumo, os sinais exteriores
de riqueza, entre outros. Em 1991 Arnold identificou que a QV poderia ser influenciada
por uma grande variedade de factores, tais como: a saúde física, emocional, intelectual e
social, assim como, a satisfação de vida, a percepção da sua saúde, o estatuto económico,
as actividades de lazer, a função sexual, a vitalidade e a energia (Volicer & BlommCharette, 1999). Embora haja uma concordância na maior parte dos factores não é
consensual a definição de cada domínio (Sousa et al., 2003).
A World Health Organization através do Grupo WHOQOL (World Health
Organization Quality of Life) define QV como sendo “a percepção do indivíduo de sua
posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação
aos seus objectivos, expectativas, padrões e preocupações.” É um conceito amplo uma vez
que abrange vários factores, tais como: a saúde do indivíduo, o seu estado psicológico, o
nível de independência, as relações sociais, as crenças pessoais e o meio em que se
encontra inserido (The WHOQOL Group, 1994).
De facto, a QV inclui uma ampla gama de áreas da vida do indivíduo. Segundo
Victor et al. (2000) os modelos de QV variam entre a "satisfação com a vida" ou "bemestar social" e entre os modelos baseados em conceitos de independência, controle e
competência social e cognitiva.
A QV é um conceito intensamente marcado pela subjectividade, envolvendo todos
os componentes essenciais da condição humana, nomeadamente as componentes físico,
psicológico, social, cultural ou espiritual e que sofre alterações consoante a evolução da
17
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
sociedade, que neste momento dá valor aos recursos materiais assim como ao direito de
“gozar” a vida (Sousa et al, 2003).
Deste modo, ter QV não é apenas ter uma boa saúde física ou psicológica, mas é
sentir-se bem consigo mesmo, com a sociedade e com o meio que o rodeia. Assim, para
um indivíduo possuir QV deve ter-se em conta os factores sócio-ambientais (a habitação,
os meio de transporte, a segurança, a assistência médica, as condições de trabalho e
remuneração, a educação, as opções de lazer e o meio – ambiente) e os factores individuais
(a hereditariedade, o estilo de vida, etc.). O estilo de vida que uma pessoa decide ter, tem
repercussões importantes na sua QV, destacando-se a influência dos hábitos alimentares,
da forma como lida com o stress, da forma como relaciona com as pessoas e da prática de
AF moderada e regular (The WHOQOL Group, 1994).
2.2 Qualidade de Vida na Saúde
A QV tornou-se um conceito amplamente difundido em diversas áreas,
principalmente no meio académico, por meio de estudos científicos relacionados à saúde.
Em 1946, a World Health Organization (WHO) define saúde como sendo “um estado de
bem-estar físico, mental e social e não simplesmente como a ausência de doença”. Esta
abrangente definição indica que a medição da saúde e os efeitos dos cuidados de saúde
deve não só incluir o controlo de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento de
esperança de vida mas também o bem-estar subjectivo da pessoa e a sua QV (WHO, 1946).
Bowling (1994) refere que a QV relacionada com a saúde é um conceito que
representa a resposta subjectiva de um indivíduo, que avalia os efeitos físicos mentais e
sociais da doença nas suas actividades de vida diária, tendo em conta que o indivíduo pode
obter satisfação pessoal e sensação de bem-estar independentemente das circunstâncias da
sua vida.
A QV relacionada com a Saúde é, portanto, um conceito mais específico do que o
de QV geral, sendo muitas vezes utilizado como sinónimo do estado de saúde, estado
funcional ou QV. O interesse do estudo deste conceito é recente e deriva da mudança do
paradigma do modelo de Biomédico que determinou as políticas e práticas do sector de
saúde nas últimas décadas. Passando nos últimos tempos, para um modelo Biopsicossocial
que estuda os determinantes e condicionantes multi-factoriais do processo saúde-doença
18
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
(Marco, 2006). Com a mudança de paradigma na saúde, a qualidade de vida das pessoas é
um dos factores que condiciona os resultados e serve para orientar a criação dos objectivos
nos vários sectores de saúde (Seidl & Zannon, 2004).
2.3 Medição da Qualidade de Vida
Em geral, QV sugere uma avaliação subjectiva da sua vida tendo em conta os seus
componentes gerais (rede social, situação ocupacional e situação financeira). Esta
subjectividade dos dados dificulta as áreas a incluir na definição (Volicer & BlommCharette, 1999). Assim, devido à complexidade do constructo e dos fenómenos que se
pretendem avaliar, surgem diversos instrumentos de medição, muitos deles sem base
científica. Entre os vários instrumentos utilizados, existe um fio condutor que os interliga,
que é o facto de a QV ser composta por aspectos objectivos e subjectivos, positivos e
negativos. As avaliações objectivas referem-se às consequências observáveis, enquanto as
subjectivas dizem respeito à percepção ou avaliação pessoal sobre determinado aspecto
abordado (Amendola & Alvarenga, 2008).
Em função da existência de várias divergências na avaliação deste conceito a World
Health Organization, na década de 90 criou um grupo de peritos (WHOQOL Group) com o
objectivo de debater o conceito de QV dentro de uma perspectiva transcultural,
construindo um instrumento para a sua avaliação. Assim surge, em 1995, o WHOQOL-100
composto por 100 itens e em 1998 surge o WHOQOL-BREF composto por 26 itens
validadas à população portuguesa em 2005.
Outro dos instrumentos mais utilizados para avaliar a QV relacionada com a saúde
e validada para a população portuguesa por Ferreira, em 2000, é o 36 item Short
FormHealth Survey Instrument (SF-36), resultado de um estudo de mais de dez anos
levado a cabo por investigadores da Rand Corporation nos EUA e que foi denominado
Medical Outcomes Study. O SF-36 é um questionário genérico, com conceitos não
específicos para determinada idade, doença ou grupo de tratamento, de fácil administração
e compreensão, podendo ser auto-aplicável ou respondido por entrevista (Ferreira, 1998).
Desenvolvido a partir do 36 item Short Form Health Survey Instrument (SF-36) surgiu um
questionário curto e de fácil aplicação o MOS Short-Form 12 Health Survey (SF-12).
19
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Síntese
O conceito de QV encontra-se envolto numa miríade de definições, em parte por ser
um tema subjectivo e por outra porque cada autor define critérios diferentes para a sua
avaliação.
A variedade de definições é de tal forma crescente que a WHO criou um grupo de
especialista com o intuído de conceberem uma definição plausível. Estes definiram QV
como sendo “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objectivos, expectativas,
padrões e preocupações.” Como se verifica é uma definição abrangente mas com uma
grande componente de subjectividade. A QV relacionada com a saúde é a percepção que a
pessoa tem sobre a sua situação física e/ou mental, sendo portanto um conceito menos
abrangente que a QV em si.
Com as diferentes definições existentes surgem associadas diferentes formas de a
avaliarem, pelo que se deve utilizar o instrumento cujos resultados respondam aos
objectivos do investigador.
20
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
3. Idosos e Actividade Física
3.1 Conceito de Actividade Física
A AF é geralmente definida como “qualquer movimento associado à contracção
muscular que faz aumentar o dispêndio de energia acima dos níveis de repouso”
(Caspersen et al.1986). Esta ampla definição inclui todos os contextos da AF, ou seja, a AF
em momentos de lazer (incluindo actividades desportivas e de dança), AF ocupacional, AF
em casa ou perto de casa, e a AF como caminhada.
3.2 Tipos de Actividade Física
Tendo em conta a abrangente definição de AF Ettinger (1996) defendeu a
existência de dois tipos de AF: a AF como estilo de vida e a AF com exercícios
estruturados, indicando que ambos são benéficos para a saúde.
A AF como estilo de vida inclui subir escadas, caminhar para fazer recados e
jardinagem, sendo portanto, tudo o que mantém a pessoa activa no seu quotidiano. Este
tipo de AF caracteriza-se por não acarretar nenhum custo financeiro, as pessoas não terem
que mudar o seu vestiário nem ir para um local específico ou tomar um banho no final da
sessão.
Já a AF com Exercícios Estruturados é constituída por exercícios repetitivos com o
objectivo de melhorar a sua capacidade física. Como exemplo deste tipo de AF refere-se os
grupos de Fitness, as caminhadas, a natação, o ciclismo, o jogging, a musculação, os
alongamentos, o yoga e todos os desportos activos. Normalmente estes exercícios
estabelecem que a pessoa saia de sua casa a uma determina hora do dia para ir para um
local diferente.
Para realizar a AF com Exercícios Estruturados, é necessário estabelecer e criar
programas formais de AF. Os programas de carácter formal devem ter objectivos definidos
na sua programação sendo direccionados para a melhoria da forma de vida e deverão
21
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
incluir actividades agradáveis que envolvam a força, a resistência, a flexibilidade, a
coordenação e o equilíbrio (Young & Dinan, 1994 cit in Faria & Marinho, 2004). O
programa de exercícios para idosos deve proporcionar benefícios em relação às
capacidades motoras que apoiam a realização das actividades da vida diária, melhorando a
capacidade de trabalho e lazer e alterando a taxa de declínio do estado funcional (Matsudo
& Matsudo, 1992).
Um programa de AF deve ser orientado para a melhorar a QV da pessoa idosa,
diminuindo os efeitos nocivos consequentes do processo de envelhecimento. Para tal
devem obedecer a alguns critérios (Takahashi & Tumelero, 2004):
Promover actividades recreativas (para a produção de endorfinas responsáveis pela
sensação de bem-estar e recuperação da auto-estima);
Actividades de sociabilização (em grupo, com carácter lúdico);
Actividades moderadas e progressivas (preparando gradativamente o organismo
para suportar estímulos cada vez mais fortes);
Actividade de força, com carga (principalmente para os músculos responsáveis por
sustentação/postura, evitando cargas muito fortes e contracções isométricas);
Actividades de resistência (com vista à redução das restrições no rendimento
pessoal);
Actividades aeróbicas de baixa intensidade (para reduzir a incidência de lesões);
Exercícios de alongamento (ganho de flexibilidade e de mobilidade) e Actividades
de relaxamento (diminuindo tensões musculares e mentais).
3.3 Benefícios da Actividade Física
Os níveis de AF das pessoas que vivem em países industrializados têm diminuído
nos últimos 100 anos. O aumento do número de horas de trabalho faz com que diminua o
tempo de lazer, originando um estilo de vida sedentário para muitas pessoas e consequente
diminuição da AF nas Actividades de Vida Diária.
Filósofos da antiga China e da Grécia já alertavam para os benefícios da AF regular
na saúde, no entanto somente nos últimos 50 anos é que a comunidade científica tem-se
22
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
debruçado sobre benefícios da AF. Incutir a AF no estilo de vida é imprescindível para
melhorar a saúde de uma pessoa.
Estudos demonstram que participar em actividades físicas regulares e moderadas
pode retardar o declínio funcional dos indivíduos. De facto, aumentar a pratica de AF
regular aumenta a longevidade, a flexibilidade, a funcionalidade e independência a
resistência óssea, o bem-estar, melhora o sono, o controlo de peso e diminui o risco de
enfarte do miocárdio, de Acidente Vascular Cerebral (AVC), de desenvolver Diabetes
Mellitus tipo II, de algumas doenças neoplásicas, risco de fracturas, de desenvolver a
depressão, obesidade, de perda de memória, de desenvolver demência e de desenvolver
doença da vesícula biliar (Ettinger, 1996).
i. Longevidade
Se uma pessoa se mantiver activa ao longo da sua vida viverá mais tempo que uma
pessoa inactiva e sedentária (Ettinger, 2005; Paffenbarger, 1991). De facto, estudos
indicam que indivíduos que adoptaram um estilo de vida saudável e indivíduos com alta
aptidão física, têm menor riscos de doenças cardiovasculares vivendo em média mais dois
anos que indivíduos sedentários (Matsudo, 2006). De forma a possuir um estilo de vida
fisicamente activo que tenha impacto na saúde, cada indivíduo deve caminhar 10 minutos
por dia (Ettinger, 2005). A alteração do estilo de vida, realizando AF regularmente, mesmo
depois dos 50 anos tem impacto no risco de mortalidade das pessoas reduzindo-o para o
mesmo nível dos indivíduos que praticam AF regular ao longo da sua vida (Byberg, 2009).
ii. Doenças cardiovasculares
A AF regular e moderada reduz o risco de morte por problemas cardíacos em 20 e
25% entre pessoas com doença do coração diagnosticada (CDC, 2004). Segundo Matsudo
& Matsudo (1992) a AF promove o aumento do volume sistólico, diminui a frequência
cardíaca no repouso; aumenta a ventilação pulmonar; diminui a pressão arterial e melhora
do perfil lipídico. As caminhadas e a realização de actividades de caminhada estruturadas
por profissionais competentes, são muito recomendadas por estarem associadas à
23
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
diminuição do risco de doenças cardiovasculares (Sesso, 1999; Albright, 2006; BooneHeinonen, 2009).
iii. Diabetes Mellitus de tipo II
A incidência da Diabetes Mellitus de tipo II está a aumentar nos países
desenvolvidos por causa da mudança dos factores ambientais (alimentação pobre e baixo
nível de prática de AF), associada à genética dos indivíduos (Gill et al, 2008). A incidência
desta patologia predispõe, o aparecimento de graves problemas de saúde, tais como, o
enfarte do miocárdio, o Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou mesmo a cegueira e a
falência renal. Pessoas com uma AF regular e que mantêm o peso normal têm menos
probabilidade de desenvolver Diabetes Mellitus de tipo II (Hu et al, 2004). No entanto, se a
pessoa idosa tem diabetes de tipo II a AF ajudará a manter os níveis de glicose sanguínea
controláveis (CDC, 2004).
iv. Controlo do peso
A obesidade é um problema de saúde pública e define-se como sendo a acumulação
excessiva de gordura no tecido adiposo (Reis, 2009). O excesso de peso está relacionado
com uma série de co-morbilidades, tais como, a hipertensão, as doenças cardíacas, o AVC,
a Diabetes Mellitus de tipo II e alguns tipos de cancro. Além disso, prejudica a estrutura
óssea prejudicando a artrite dos joelhos e origina problemas emocionais e sociais (Ettinger,
2005). A AF permite regular o peso do indivíduo, assim, de forma a prevenir o aumento do
peso, é importante praticar AF mais de 30 minutos por dia. Para perder peso é essencial
combinar a AF com uma dieta adequada e praticar AF entre 200 a 300 minutos por
semana, enquanto que para manter os níveis de perda de peso é necessário praticar 40 a 90
minutos de AF por dia (Golberg & King, 2007). Deste modo, a realização de AF regular e
de forma moderada fará com que os indivíduos possam desfrutar do benefício de ter o peso
correcto e viver de uma forma saudável.
24
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
v. Doenças neoplásicas
A falta de AF é um dos factores para o aparecimento de certas doenças
neoplásticas. A inactividade poderá originar cancro do cólon (Howard et al. 2008),
aumentar o risco de cancro da mama (Gharbi et al 2010), de cancro do útero (John, 2010),
de cancro de pulmões (Tardon et al. 2004) e de cancro da próstata (Friedenreich & Thune,
2001). Estudos indicam ainda que a prática de AF ajuda a pessoa durante e depois do
tratamento da neoplasia, contudo é necessário ter em conta o estádio em que se encontra a
neoplasia e o estilo de vida do indivíduo (Matsudo & Matsudo 1992; CDC, 2004; Knols et
al, 2005).
vi. A funcionalidade e a independência
A prática de AF permite a manutenção da independência na realização das
Actividades de Vida Diária (AVD), através da manutenção do sistema musculoesquelético. De facto, associado à inactividade prolongada surge o declínio da composição
muscular e aeróbica o que leva a que a saúde da pessoa idosas se torne mais frágil. Com a
diminuição da composição muscular e da capacidade do sistema aeróbico torna-se mais
difícil para a pessoa idosa executar as suas tarefas diárias ficando, portanto, dependente de
terceiros (Matsudo & Matsudo, 1992).
vii. Resistência óssea e alívio da rigidez articular
A resistência óssea pode ser preservada, tanto por homens como por mulheres,
mantendo-se fisicamente activos, mesmo que tenham sido inactivos no passado (Matsudo
& Matsudo, 1992). Analisando o processo de envelhecimento normal constata-se que há
uma diminuição gradual da densidade óssea, daí que é importante participar em programas
de AF que permitem manter ou até mesmo aumentar a densidade mineral óssea e de todo o
organismo (Mezzo, 1998). Contudo, os benefícios estendem-se além do efeito directo na
estrutura mineral óssea, pois se a pessoa idosa praticar regularmente AF, além de manter os
ossos fortes fortalecerá os músculos, o que permite melhorar a sua coordenação e
equilíbrio. Deste modo, praticar AF regularmente é essencial na prevenção das quedas,
25
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
fracturas e complicações associadas permitindo manter a autonomia e independência na
realização das AVD (Aveiro et al. 2004).
viii.
Humor e memória
A prática de AF de forma regular pode ser uma intervenção comportamental
importante para prevenir os sintomas de depressão nas pessoas idosas (Motl et al, 2005).
Sendo assim, a AF pode e deve ser um complemento à terapia tradicional pois permite que
os indivíduos que sejam fisicamente activos tenham menos risco de desenvolver depressão
e problemas de ansiedade (Martinsen, 2008). Destaca-se assim, a necessidade de
consciencializar os profissionais de saúde para a necessidade de prescrição da AF para as
pessoas idosas, como uma forma de atenuar os sintomas de depressão e ansiedade (Lee &
Park, 2008).
As conclusões das investigações na área da memória e demência são sempre
sujeitas a várias limitações metodológicas o que dificulta a generalização dos dados e
origina a que as conclusões dos estudos sejam ambíguas (Lautenschlager et al. 2010).
Contudo estudos revelam uma relação entre a prática regular de AF e a demência de tipo
Alzheimer, sendo que, os indivíduos fisicamente activos têm menor risco de desenvolver a
demência de tipo Alzheimer do que as pessoas inactivas (Lindsay et al. 2002).
Apesar de todos estes benefícios, uma grande proporção de idosos na maioria dos
países leva uma vida sedentária (Reis, 2009). Populações com baixo rendimento, minorias
étnicas e pessoas idosas com deficiências são frequentemente inactivos. Políticas e
programas deveriam estimular pessoas inactivas a tornarem-se mais activas à medida que
envelhecem, garantindo-lhes oportunidades.
26
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
3.4 Barreiras à prática de Actividade Física
Como se encontra acima referido, um estilo de vida fisicamente activo tem impacto
na prevenção da doença crónica e na promoção da saúde e bem-estar, tornando-se
indiscutível a sua importância para a saúde e QV de idosos, todavia, um dos maiores
desafios da actualidade é aumentar o número de pessoas idosas que praticam AF (Schutzer,
2004). Com o intuito de perceber a relação que as pessoas idosas têm com a AF evidenciase a importância dos estudos em relação à motivação, às barreiras, aos facilitadores e às
atitudes para a prática de actividades físicas pela população idosa (RoperASW, 2002).
Deste modo, os profissionais na área da AF devem orientar as pessoas idosas para
programas gradativos e cujo objectivo seja a reabilitação física, nomeadamente ao nível da
mobilidade. Assim sendo, é importante providenciar áreas seguras para caminhadas e
apoiar actividades comunitárias culturalmente apropriadas que estimulem a AF e que
sejam organizadas e lideradas pelos próprios idosos (Ettinger, 2006).
A RoperASW realizou um estudo em 2002, em que concluiu que as razões para não
participarem em programas de AF são: problemas de saúde (por patologias que sofrem no
momento ou pelo medo de se magoarem), dificuldades financeiras na adesão ao ginásio ou
aulas, não possuir um local para exercitar de forma segura e barata, não ter ninguém com
quem fazer exercício físico, inexperiência e falta de conhecimento de como fazer o
exercício físico.
Schutzer em 2004 compara as barreiras à prática de AF dos jovens com pessoas
idosas e conclui que as pessoas idosas indicam a sua saúde como sendo o principal
obstáculo à prática de AF. Além disso, realçou a importância do ambiente, sendo que um
ambiente seguro com parques adaptados à prática de AF facilita a prática da AF ao
contrário dos ambientes de crime e violência que afastam as pessoas da rua. As pessoas
idosas ainda apontaram como barreiras a falta de prescrição médica e as percepções de
infância que detém em relação à AF. A falta de conhecimento em relação ao benefício do
exercício moderado na saúde é também uma barreira à sua prática, uma vez que as pessoas
idosas consideram que as actividades da vida diária são o único exercício que necessitam.
Assim, pode-se verificar que diversos factores afectam a adesão das pessoas idosas
a programas de AF. Um estilo de vida fisicamente activo pode ser determinado pelas
características demográficas, pelo conhecimento, pelas atitudes e crenças sobre o exercício
27
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
físico, assim como pelos factores ambientais. Estes factores que poderão influenciar o
comportamento activo das pessoas idosas são importantes para desenvolver políticas
relevantes, intervenções eficazes e programas que respondam às necessidades das pessoas
idosas (Almeida, 2007).
Síntese
A AF é fundamental para um envelhecimento saudável, prevenindo o
envelhecimento precoce e melhorando a QV. Os benefícios da AF encontram-se bem
documentados na literatura científica e são divulgados activamente através de diversos
meios de comunicação e publicidade.
Cada vez mais a responsabilização do indivíduo pela sua própria saúde fomentam
campanhas de prevenção e promoção de saúde. De facto, estas campanhas estão a ter
sucesso devido ao número crescente de pessoas idosas a praticar AF nos vários programas
em que estão inseridos, no entanto é imperativo que estes programas tenham em conta as
barreiras à prática de AF por parte de pessoas idosas para que respondam às suas
necessidades e vontades.
28
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
4. Atitudes dos Idosos perante a Actividade Física
4.1 Conceito de Atitude
O conceito de atitude tem sido amplamente estudado na área da Psicossociologia,
com Allport em 1935 a compilar mais de 100 definições de atitudes, conclui-se que este
assunto é estudado tendo em conta a perspectiva do investigadore. Rodrigues (1992)
indicou três importantes factores que levam os investigadores a aprofundarem esta
temática: i)as atitudes constituem bons preditores de comportamentos, ii) as atitudes
sociais desempenham funções específicas para cada indivíduo, ajudando-o a formar uma
ideia estável da realidade em que vive e iii) as atitudes são a base de uma série de situações
sociais importantes, tais como as relações de amizade e situações de conflito.
Thurstone em 1928 definiu atitude como sendo “a intensidade do afecto pró ou
contra um objecto psicológico”. Em 1935, Allport introduziu a definição clássica da atitude
como sendo "um estado mental e neurológico de prontidão, organizado através das
experiências, capaz de exercer uma influência directa ou dinâmica sobre a resposta do
indivíduo a todos os objectos e situações com que está relacionada" (Eagly & Chaiken,
1998:269).
Rodrigues (1992) define atitude como sendo uma organização sólida de crenças e
cognições, dotada de carga afectiva pró e contra um objecto social definido, que predispõe
a uma cognição e afectos relativos a este objecto. As atitudes não são observáveis, no
entanto, são directamente inferíveis dos comportamentos observados. As atitudes são
organizadas tendo em conta três componentes: a componente cognitiva, a componente
afectiva e a componente comportamental. A componente cognitiva é a representação
cognitiva, composta pelas ideias e valores referente a um objecto, que pode ser, pessoa,
situação, grupo social, entre outros. A componente afectiva refere-se aos sentimentos e ao
sistema de valores da pessoa, que se materializa no desenvolvimento de sentimentos
positivos ou negativos, agradáveis ou desagradáveis, relativamente ao objecto social. A
componente comportamental é constituída pelo conjunto de respostas do sujeito face ao
objecto social e que depende das ideias, crenças e valores.
As atitudes influenciam vários fenómenos psicológicos tais como a motivação, a
percepção e a aprendizagem. As atitudes consideradas isoladamente podem levar a
29
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
predições erróneas do comportamento, no entanto conhecendo a atitude que uma pessoa
tem em relação a um objecto social facilmente se prevê o seu comportamento.
Comportamento esse que é mais fácil de prever quando as situações consideradas são
simples.
De acordo com Terry et al., 1997 uma atitude é definida em termos de uma
avaliação geral do objecto com o qual se tem uma atitude, mas pode expressar-se em
termos de opiniões, emoções (paixão/ódio, atracção/repulsão) e comportamentos (Eagly &
Chaiken, 1998).
As atitudes não são inatas, são adquiridas no processo de integração do indivíduo à
sociedade, nomeadamente, no convívio familiar e na comunitário. Esta interacção entre o
indivíduo e o meio proporciona-lhe uma vivência revelada através das suas atitudes
individuais (Eagly & Chaiken, 1998).
4.2 Medição de Atitudes
As atitudes, como referenciado anteriormente, não são directamente observáveis,
deste modo, se um investigador quiser conhecer as atitudes de uma pessoa em relação a um
objecto social tem duas formas de o fazer: uma metodologia directa e a outra indirecta
(Bohner & Wanke, 2002). A metodologia directa consiste na utilização de questionários,
entrevistas, ou na observação directa de comportamentos. Já a metodologia indirecta é
utilizada por investigadores que duvidam da primeira metodologia e utilizam medidas mais
discretas ou dissimuladas de forma a não comprometer a resposta correcta (Bohner &
Wanke, 2002; Aiken, 2002). Como metodologia indirecta das atitudes existe o “número
errado” e a “carta perdida”. No primeiro exemplo telefona-se para uma pessoa e diz-se que
se enganou no número mas que não tem dinheiro para telefonar ao número pretendido,
então pede à pessoa que atendeu se o pode fazer, no segundo exemplo são espalhadas
cartas com o endereço do investigador ou instituição e são colocados em locais
movimentados. Em ambos os exemplos as atitudes das pessoas referentes às situações que
lhes são colocadas são medidas através dos seus comportamentos (se realiza a chamada ou
manda a carta), contudo esta metodologia tem custos associados e necessita de uma janela
temporal do estudo alargada (Aiken, 2002).
30
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
A forma mais directa de determinar as atitudes das pessoas em relação a um
determinado objecto social é observar o comportamento que tem ao confrontar-se com a
situação (Ostrom, 1989). A exemplo deste tipo de observações do comportamento, apontase os favores a outrem, a assinatura de uma petição, ou fazer um donativo a uma causa,
como estas situações podem ser esporádicas a observação comportamental pode não ser
um indicador válido da atitude de uma pessoa numa situação. A entrevista e os
questionários são a forma mais comum da medição directa, e considera que os
entrevistados estão conscientes das suas atitudes e que não serão influenciados pelas
questões (Aiken, 2002).
Deste modo, tendo em conta que a metodologia directa é mais rápida na recolha dos
dados as escalas de atitudes constituem umas das técnicas utilizadas para medir a
qualidade, o grau de intensidade e a direcção das atitudes através das opiniões dos
indivíduos (Erwin, 2001). Embora existam diversos tipos de escals as mais usadas são as
escalas de Thurstone e as de Lickert.
As primeiras são uma escala de medida de valores que se centra na procura de
objectividade na selecção das frases face às quais os individuos apenas assinalam aquelas
com as quais concordam. É uma técnica de difcil e demorada construção (Thustone e
Chave, 1929 apud Rodrigues, 1992).
Por sua vez, a escala de Likert é uma das mais usadas para a medida das atitudes:
nesta é pedido ao indivíduo que, de acordo com a sua opinião, manifeste a sua
concordância ou discordância ao assinalar na escala o valor que corresponde à intensidade
do seu pensamento. É uma técnica de aplicação mais rápida e de baixos custos (Rodrigues,
1992).
4.3 A Actividade Física e as Atitudes
O significado atribuído à AF depende, sobretudo, das atitudes que a pessoa tem em
relação à sua prática. As atitudes em relação à AF são por sua vez, influenciadas pela
prática ou não de AF ao longo da vida do indivíduo.
Os estudos das atitudes face à AF têm como objectivo identificar os factores que
contribuem para a adesão ao exercício, é importante identificar quais as atitudes que as
pessoas idosas têm em relação à AF para que os programas de AF desenvolvidos de forma
31
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
a responder às verdadeiras necessidades das pessoas. Os programas devem ser concebidos
de forma a que sejam adequados e personalizados à pessoa idosa com a finalidade de
manter o nível de prática, a continuidade e a integração da AF no seu estilo de vida.
Entre os principais motivos apontados pelas pessoas idosas para a prática de AF,
destaca-se o facto de ser uma oportunidade de melhorar a saúde e a capacidade física;
sociabilizar; relaxar; promover o bem-estar e de ultrapassar um desafio que lhes é colocado
(Cardoso & Borges, 2008). Contudo, existem atitudes que influenciam a prática de AF
como as limitações funcionais e as experiências físicas anteriores (Bean et al., 2007).
Consequentemente, uma atitude positiva face ao exercício pode ser uma a determinante de
um estilo de vida fisicamente activo (Terry et al., 1996).
A prática de exercício físico é essencial para desenvolver um estilo de vida
saudável da pessoa idosa, que só resulta se a própria pessoa demonstrar vontade em
participar nos programas de AF e integra-los nas suas AVD. O estudo das atitudes é,
portanto, fundamental para entender os comportamentos das pessoas idosas.
Deste modo, é fundamental a promoção de programas adequados de AF para todas
as pessoas idosas, através dos programas autárquicos, instituições de apoio a pessoas
idosas e ginásios privados, proporcionando-lhes uma melhoria da sua QV (Oliveira e
Duarte, 1999).
A atitude individual de uma pessoa, é expressa através das suas opiniões e valores
pessoais, contudo esses valores são confrontadas continuamente pela sociedade, pelas
pessoas com quem se relaciona e pelos meios de comunicação (Internet, Mass media),
podendo potenciar modificações nas suas opiniões (Eagly & Chaiken, 1998).
32
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Síntese
As atitudes reflectem-se nos comportamentos das pessoas, nas suas escolhas e na
concepção dos seus objectivos a longo prazo. Compreender este fenómeno psicossocial
poderá fazer com que se possa prever os comportamentos que as pessoas idosas terão,
contudo não é um conceito fácil de avaliar e medir devido ao seu carácter
multidimensional.
Havendo cada vez mais pessoas idosas a praticar AF, torna-se necessário entender
as suas atitudes face à mesma para compreender de que forma os programas existentes
correspondem ou não às suas necessidades. Sabe-se que se uma pessoa possuir uma
atitude positiva face à AF ao longo da sua vida terá uma atitude positiva também na
velhice.
33
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Capítulo II – Objecto de Estudo e Metodologia
34
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
1. Modelo de Investigação
O plano de Investigação foi elaborado segundo um desenho estruturado e
transversal, enquadrado no paradigma da metodologia exploratório-descritia, comparativa
e não experimental, sendo o processo de selecção do grupo de amostra realizada por
conveniência (Fortin, 1999). A escolha do paradigma de investigação deveu-se ao facto
deste estudo ter como objectivo reunir informações que caracterizem as pessoas idosas
clientes dos programas de AF tendo em conta a QV relacionada com a saúde e as atitudes
face à AF.
2. Objecto de Estudo
“ Formular um problema de investigação é definir o fenómeno em estudo através de
uma progressão lógica de elementos, de relações, de argumentos e de factos. O objecto de
estudo indica o porquê da investigação” (Fortin, 1999: 47).
O principal objectivo desta investigação é caracterizar a população idosa que
participa em programas estruturados de AF. Deste modo, fez-se uma pesquisa dos vários
programas de promoção da AF, da qual foi possível identificar três tipos de programas
estruturados e direccionados concretamente para a população idosa: os programas
autárquicos, os programas das Instituições Particulares de Solidariedade Social e os
promovidos por Ginásios. As caracterizações destes grupos baseiam-se nos dados de
identificação, nas suas atitudes face à AF e na percepção de QV relacionada com a saúde
dos seus participantes (Figura 2).
Trata-se, portanto de um estudo descritivo cujo objectivo é conhecer e caracterizar
quais são os clientes que privilegiam estes tipos de programas, tendo em conta os factores
acima mencionados, de forma a conhecer e caracterizar as principais características dos
clientes frequentadores deste tipo de programas. Embora existam vários estudos sobre
pessoas idosas que praticam AF, os mesmos dão privilégio às IPSS, renunciando a um
olhar abrangente da população idosa que pratica AF.
35
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
PAF
PAF _ Autarquias
PAF_ IPSS
PAF_ Ginásios
NPAF
escolaridade; rendimento;
nº de anos de prática de AF
nº de modalidades
Qualidade de Vida relacionada com a saúde
Atitudes face à Actividade Física
“Quais as características das Pessoas Idosas clientes de programas de AF?”
Figura 2. Objecto de estudo.
2.1 Objectivos do estudo
Tendo em conta a questão de investigação “Quais são as características dos clientes
de programas de AF?”, esta investigação tem os seguintes objectivos:
1. Caracterizar os clientes de Programas de AF a nível de escolaridade.
2. Caracterizar os clientes de Programas de AF a nível do rendimento.
3. Caracterizar os clientes de Programas de AF tendo em conta os anos de prática de
AF e as modalidades praticadas.
4. Caracterizar os clientes de Programas de AF considerando as suas atitudes face à
AF.
5. Caracterizar os clientes de Programas de AF considerando a sua QV relacionada
com a saúde.
Estes objectivos são orientadores da pesquisa em questão e da sua respectiva análise.
36
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
3. Metodologia
A Investigação Científica, de todos os métodos de aquisição de conhecimento, é o
mais rigoroso e aceitável, pois assenta num processo racional e é dotado de um poder
descritivo e explicativo dos factos, dos acontecimentos e dos fenómenos (Fortin, 1999).
Este estudo foi estruturado de forma sistemática e organizada com o intuito de
responder aos objectivos propostos inicialmente. Deste modo, pelo facto do objectivo deste
estudo ser a caracterização das pessoas idosas que participam em programas de AF,
decidiu-se realizar um estudo com metodologia quantitativa, uma vez que esta técnica
permite uma amostra abrangente. Assim, com o objectivo de explorar e descrever as
características de uma população utiliza-se uma metodologia puramente quantitativa e um
desenho de estudo descritivo.
De seguida, caracteriza-se o grupo de estudo e a sua forma de selecção, passando
para os instrumentos da recolha de dados, das questões éticas consideradas e finalmente da
consequente análise estatística.
3.1 Grupos de estudo
De forma a desenvolver este projecto, foram constituídos três grupos com 25
pessoas idosas clientes de programas de AF e um grupo de 25 pessoas idosas que não
praticam regularmente AF. A amostra é não aleatória por conveniência, possibilitando um
estudo mais rápido, com menores custos e com facilidade na construção da amostra.
Consideraram-se os seguintes critérios de selecção da amostra:
a) Participarem regularmente nos programas indicados;
b) Terem mais de 65 anos de idade;
c) Aceitarem responder ao questionário;
d) Residirem no distrito de Aveiro.
Considerou-se importante criar um quarto grupo que não pratica AF regularmente,
de forma a desenvolver mais um factor de comparação que permite o desenvolvimento da
discussão tendo em conta que responderam ao mesmo questionário que os restantes
grupos. Os dados referentes ao grupo de pessoas idosas não praticantes foram recolhidos
no distrito de Aveiro, fundamentalmente no concelho de Oliveira de Azeméis e no
37
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
concelho de Aveiro. Como critérios de inclusão deste grupo destaca-se a disponibilidade
para responder, não realizar AF regularmente, não participar em programas de AF, a idade
superior a 65 anos e residirem no distrito de Aveiro. De seguida no quadro 2, faz-se uma
caracterização da amostra obtida, com uma explanação dos programas em causa.
Programa Autárquico
Programa de Ginásio
Programa da IPSS
25 Clientes
25 Clientes
25 Clientes
Programa: “Movimento Maior”
Programa: Ginásio Knock-Out
Programa: “ LAAC - Liga dos
Local: Ílhavo, Aveiro
Health Club
Amigos de Aguada de Cima”
Objectivo: promoção do
Local: Aveiro
Local: Aguada de Cima, Aveiro
Envelhecimento Activo com a
Modalidades praticadas: Cárdio
Objectivo: promoção do
convicção de que desporto é
(utilização de bicicletas e
Envelhecimento Activo com a
sinónimo de saúde e de QV.
passadeiras) e Hidroginástica.
convicção de que desporto é
População – alvo: pessoas com
Taxas: Mensalidade em média de
sinónimo de saúde e de QV.
mais de 65 anos.
50 €.
Modalidades oferecidas:
Modalidades praticadas:
Frequência: Depende da
Exercícios de Manutenção com
Actividades dentro de pavilhão:
mensalidade, duas/três vezes por
ginástica adaptada.
Exercícios de Manutenção,
semana ou diariamente.
Professor: José Marques Vidal.
15 Clientes
Taxas: faz parte da mensalidade
Técnicas de Relaxamento.
Actividades aquáticas:
da instituição.
Hidroginástica.
Programa: Ginásio Gino- Sport
Frequência: 1hora duas vezes por
Professores contactados: Paula
Local: Oliveira de Azeméis,
semana.
Sequeira e Ana Cláudia Dias
Aveiro
Taxas: As mensalidades variam
Objectivo: parceria com a
entre os 3,00€ (Exercícios de
Universidade Sénior de Oliveira
Manutenção e Técnicas de
de Azeméis.
Relaxamento); 13,75€
Modalidades praticadas:
(Actividades Aquáticas).
Exercícios de Manutenção com
Frequência: Depende da
ginástica adaptada
mensalidade, duas/três vezes por
Professor: Jakeline Cabral
semana ou diariamente.
Frequência: uma hora duas vezes
por semana.
10 Clientes
Quadro 2. Caracterização dos programas de promoção da AF.
38
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
3.1.1. Caracterização dos grupos
De forma a facilitar a percepção dos grupos do estudo em causa, passa-se de
seguida a caracterizar cada grupo tendo em conta as variáveis do estudo (género, idade,
estado civil, escolaridade e rendimento económico). A caracterização destas variáveis é
apresentada primeiramente com uma tabela, com os valores e percentagens, seguida de
uma breve explicação dos dados.
a. Clientes que praticam Actividade Física em Programas Autárquicos
AF em Programas de Autarquia
n = 25
Género
Feminino
Masculino
n
23
2
% Idade
n
92,0 de 65 a 69 anos
8,0 de 70 a 74 anos
de 75 a 79 anos
Escolaridade
1º Ciclo do Ensino Básico
2º Ciclo do Ensino Básico
3º Ciclo do Ensino Básico
Ensino Secundário
Licenciatura
n
18
2
2
2
1
% Estado Civil
56,0 Casado (a)
32,0 Viúvo (a)
12,0 Separado (a) /
Divorciado (a)
% Rendimento
n
72,0
8,0
8,0
8,0
4,0
14
8
3
menos de 150 €
de 150 € a 300€
de 300 € a 450 €
de 450 € a 600 €
de 750 € a 1000 €
de 1000 € a 1500 €
mais de 1500 €
3
6
6
4
2
2
2
n
%
15
8
2
60,0
32,0
8,0
%
12,0
24,0
24,0
16,0
8,0
8,0
8,0
Tabela 1. Tabela descritiva do grupo do Programa Autárquico.
Como se pode observar na tabela 1 este grupo é composto por 25 clientes, 23 do
género feminino e 2 do género masculino, com idades compreendidas entre os 65 e os 79
anos, com incidência entre os 65 e os 69 anos (50%). Relativamente ao estado civil, 60%
são casados, 32% são viúvos e 8 % são separados/divorciados. Ao nível da escolaridade
existe uma predominância de pessoas com o 1º Ciclo do Ensino Básico (72%), sendo que o
rendimento encontra-se distribuído pelos diferentes níveis, no entanto, salienta-se que
cerca de 76% dos indivíduos têm um rendimento inferior a 600€.
39
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
b. Clientes que praticam Actividade Física em Programas de Ginásios
AF em Programas de Ginásio
N = 25
Género
Feminino
Masculino
n
17
8
% Idade
n
68,0 de 65 a 69 anos
32,0 de 70 a 74 anos
de 75 a 79 anos
Escolaridade
n
1º Ciclo do Ensino Básico
2º Ciclo do Ensino Básico
3º Ciclo do Ensino Básico
Ensino Secundário
Bacharelato
Licenciatura
Pós-Graduação
4
3
1
7
4
5
1
% Estado Civil
84,0 Casado (a)
8,0 Viúvo (a)
8,0 Separado (a) /
Divorciado (a)
% Rendimento
n
16,0
12,0
4,0
28,0
16,0
20,0
4,0
21
2
2
de 150 € a 300€
de 450 € a 600 €
de 600 € a 750 €
de 750 € a 1000 €
de 1000 € a 1500 €
mais de 1500 €
3
2
1
3
9
7
n
%
17
1
7
68,0
4,0
28,0
%
12,0
8,0
4,0
12,0
36,0
28,0
Tabela 2. Tabela descritiva do grupo do Programa de Ginásio.
Observando a tabela 2 verifica-se que este grupo é composto por 25 clientes, 17 do
género feminino e 8 do género masculino, com idades compreendidas entre os 65 e os 79
anos, com incidência entre os 65 e os 69 anos (84%). Relativamente ao estado civil 68%
são casados, 4% são viúvos e 28 % são separados/divorciados. Ao nível da escolaridade,
32% frequentaram o Ensino Básico, 28% o Ensino Secundário e 40% o Ensino Superior.
Tendo em conta o rendimento verifica-se que cerca de 24% dos indivíduos possuem um
rendimento inferior a 750 € e 74 % dos indivíduos possuem um rendimento entre 750€ e
mais de 1500€ por mês.
c. Clientes que praticam Actividade Física em Programas de IPSS
AF em Programas de IPSS
N = 25
Género
Feminino
Masculino
Escolaridade
n
16
9
% Idade
n
% Estado Civil
64,0 de 65 a 69 anos
3 12,0
36,0 de 70 a 74 anos
3 12,0
de 75 a 79 anos
6 24,0
de 80 a 84 anos
6 24,0
mais de 85 anos
7 28,0
n
% Rendimento
Não sabe ler/escrever
Sabe ler e escrever
1º Ciclo do Ensino Básico
10
7
8
40,0 menos de 150 €
28,0 de 150 € a 300€
32,0 de 300 € a 450 €
de 750 € a 1000 €
Tabela 3. Tabela descritiva do grupo do Programa de IPSS.
40
n
%
3
9
12
1
12,0
36,0
48,0
4,0
Solteiro (a)
Casado (a)
Viúvo (a)
Separado (a) /
Divorciado (a)
n
%
1
14
9
1
4,0
56,0
36,0
4,0
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Este grupo, tabela 3, é composto por 25 clientes, 16 do género feminino e 9 do
género masculino, com idades compreendidas entre os 65 e 85 ou mais anos, com
incidência daqueles que têm mais de 75 anos (76%). Relativamente ao estado civil 12%
são solteiros, 36% são casados, 48% são viúvos e 4 % são separados/divorciados. Ao nível
da escolaridade, existe uma predominância de pessoas que não sabem ler (40%), e o 96%
têm um rendimento inferior a 450€.
d. Pessoas que Não praticam Actividade Física regularmente
Não Praticantes de AF
N = 25
Género
Feminino
Masculino
Escolaridade
n
15
10
% Idade
n
% Estado Civil
60,0 de 65 a 69 anos
5 20,0 Casado (a)
40,0 de 70 a 74 anos
4 16,0 Viúvo (a)
de 75 a 79 anos
6 24,0
de 80 a 84 anos
9 36,0
mais de 85 anos
1
4,0
n
% Rendimento
n
Não sabe ler/escrever
Sabe ler e escrever
1º Ciclo do Ensino Básico
2º Ciclo do Ensino Básico
Bacharelato
7
13
1
1
12,0
28,0
52,0
4,0
4,0
menos de 150 €
de 150 € a 300€
de 300 € a 450 €
de 450 € a 600 €
de 750 € a 1000 €
de 1000 € a 1500 €
1
9
9
3
2
1
n
%
16
9
64,0
36,0
%
4,0
36,0
36,0
12,0
8,0
4,0
Tabela 4. Tabela descritiva do grupo que não praticam AF regulamente.
Este grupo, tabela 4, é composto por 25 indivíduos, 15 do género feminino e 10 do
género masculino, com idades compreendidas entre os 65 e 85 ou mais anos. A idade
distribui-se da seguinte forma: 20% entre os 65 e os 69 anos, 16% entre os 70 e os 74 anos,
24% entre os 75 e os 79 anos, 36% entre 80 a 84 anos e 4% com mais de 85 anos.
Relativamente ao estado civil, 64% são casados e 36% são viúvos. Ao nível da
escolaridade, 12% não sabe ler ou escrever, 28% sabe ler e escrever, 52% frequentou o 1º
Ciclo do Ensino Básico, 4% frequentou o 2º Ciclo do Ensino Básico e 4% frequentou o
Bacharelato. Relativamente ao rendimento mensal, cerca de 76% vive com menos de 450€
e 24% vive com um rendimento compreendido entre os 450€ e os 1500€.
41
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
3.2 Recolha de Dados
De forma a recolher os dados necessários para o desenvolvimento desta
investigação, existiram três fases, a primeira consistiu no pedido de autorização, a segunda
na obtenção da autorização e finalmente a terceira na recolha de dados. Assim, para
concretizar a recolha de dados, são expostas de seguida as datas em que se realizaram as
fases mencionadas.
Numa primeira fase foi pedida autorização às entidades promotoras de AF, deste
modo, relativamente ao programa “Movimento Maior” foi entregue pessoalmente um
requerimento no dia 5 de Fevereiro, obtendo deferimento no dia 28 de Fevereiro, tendo a
recolha de dados o seu início no dia 2 de Março e o seu término no dia 9 de Março.
Em relação à LAAC, o requerimento foi enviado por correio no dia 22 de Fevereiro
e obteve deferimento no dia 24 de Fevereiro, a recolha de dados decorreu entre os dias 26
de Fevereiro e 8 de Março.
Foi necessário recolher dados em dois Ginásios, uma vez que não foi encontrado
nenhum Ginásio com 25 clientes com mais de 65 anos. Por parte dos Ginásios não foi
necessário enviar um pedido de autorização por escrito, sendo a resposta positiva fornecida
pelos gerentes dos Ginásios, a recolha dos dados ocorreu de 9 de Março até 16 de Abril.
Por fim, a recolha de dados do grupo de não participantes regulares de AF e
decorreu entre Fevereiro e Abril de 2010.
3.3 Instrumento de recolha de dados
“Um questionário é um instrumento de medida que traduz os objectivos de um
estudo em variáveis mensuráveis, organiza, normaliza e controla os dados, de tal forma que
informações procuradas possam ser colhidas de uma maneira rigorosa” (Fortin, 1999:240).
Os questionários podem ser preenchidos pelos participantes num contexto face a face,
levados em própria mão aos participantes ou enviados para um terminal de computador,
sendo mais baratos e rápidos para recolha dos dados do que uma entrevista.
Deste modo, como instrumento de recolha de dados desenvolveu-se um
questionário, cujo objectivo era o de responder ao objecto de investigação. A sua aplicação
teve lugar entre Fevereiro e Abril de 2010.
42
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Tendo em conta as perspectivas éticas do estudo o questionário começa com um
documento intitulado “ Consentimento livre e informado”, que contextualiza o estudo,
define os seus objectivos, faz referência à confidencialidade e à hipótese de retirar ou
interromper a sua participação em qualquer altura e ao facto de o indivíduo ser livre para
participar ou não neste estudo. Este documento foi sempre fornecido em duplicado, ficando
uma cópia para a pessoa idosa e outra para o investigador.
O preenchimento do questionário foi efectuado com a presença da investigadora,
disponível para esclarecer dúvidas que pudessem surgir, ou mesmo auxiliar no
preenchimento do mesmo.
Depois de definido o âmbito do estudo e após a análise da literatura existente sobre
os tópicos em questão, foram escolhidos dois instrumentos que serão analisados em
seguida. Depois de construído o questionário, foi realizado um pré-teste a cinco pessoas
idosas de forma a avaliar a sua percepção sobre s questionários, tendo-se verificado que se
deveriam fazer algumas alterações às escalas, que serão explicitadas mais à frente na
descrição das escalas.
Assim o questionário encontra-se estruturado em três partes; a primeira parte é
composta por informação de carácter pessoal (idade, data de nascimento, localidade,
prática de AF, número de horas dispendidas para a prática de AF e número de modalidades
que pratica); na segunda parte com o intuito de estudar a QV em relacionada com a saúde
utilizou-se o MOS Short-Form Health Survey 12-Item (SF-12); na terceira parte com o
intuito de estudar as atitudes face à AF utilizou-se o "Older Person' Attitudes Toward
Physical Activity and Exercise Questionnaire" (OPAPAEQ).
3.2.1 Questionário das Atitudes das pessoas idosas face à Actividade
Física
Para avaliarmos a Atitude dos idosos face à AF, o instrumento utilizado foi o
"Older Person Attitudes Toward Physical Activity and Exercise Questionnaire"
(OPAPAEQ), construído e validado por Terry et al. (1997) para ser aplicado à população
idosa canadiana. Posteriormente foi também validado e utilizado num estudo realizado por
Oliveira (1998), numa população de idosos pertencentes a Instituições de Lares e Centros
de Dia do distrito de Coimbra, utilizado por Couto em 2003 e por Santos em 2006.
43
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Esta escala é composta por 4 sub-escalas: libertação de tensão (LT), que atribui ao
exercício físico efeitos benéficos no alívio de tensões, irritabilidade e ansiedade;
promoção da saúde (PS), que associa os benefícios da saúde ao exercício; exercício
vigoroso (EV) que faz corresponder a manutenção de um bem-estar físico à prática de
exercício vigoroso; e benefícios sociais (BS) que apresenta o exercício como divertimento,
socializante ou como um meio de enriquecimento do tempo de lazer.
As respostas são efectuadas numa escala tipo Likert de 5 pontos que varia de (1)
discordo totalmente até (5) concordo totalmente. Quanto mais elevada a pontuação obtida
nesta escala mais positiva é a sua atitude perante a AF. Depois de realizado o pré- teste
verificou-se que havia a necessidade de uniformizar os conceitos, desta forma no item 3 foi
modificado o termo “exercício” para “exercício físico”, o que facilitaria a compreensão do
item. Os resultados são obtidos calculando a média dos pontos de cada item das subescalas “quadro 3”.
"Older Person' Attitudes Toward Physical Activity and Exercise Questionnaire"
Sub-escala
Libertação
de tensão
(LT)
Item
Questão
Item 3
O exercício físico ajuda a libertar emoções e ansiedades.
Item 6
O desenvolvimento das capacidades físicas leva à descontracção do indivíduo.
Item 10
A AF é de certa forma um remédio excelente para uma pessoa tensa, irritável e ansiosa.
Item 12
A AF descontrai o indivíduo que o pratica.
Item 2
O exercício físico praticado de uma forma equilibrada é essencial para uma boa saúde.
Promoção
O exercício físico é importante para ajudar uma pessoa a melhorar a saúde geral.
da saúde
Item 7
O exercício físico faz bem ao corpo humano.
(PS)
Item 11
A AF regular faz uma pessoa sentir-se melhor.
Item 13
Exercício
Item 5
O exercício físico, praticado regularmente, é necessário para uma boa saúde.
vigoroso
Item 9
O exercício físico diário é necessário para manter a saúde geral de cada pessoa.
(EV)
Item 14
O exercício físico é necessário para manter a saúde geral de cada pessoa.
Benefícios
Item 1
Praticar exercício físico com pessoas da mesma idade é bom para conviver.
sociais (BS)
Item 4
A AF quando realizada em grupo é divertida.
Item 8
Participar em actividades físicas é uma boa forma de passar os tempos livres.
Quadro 3. Escala de Atitudes face à Actividade Física, com indicação dos itens e questões associadas.
44
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
3.2.2 Questionário de Qualidade de Vida relacionada com a saúde
Com o intuito de estudar a QV relacionada com a saúde o questionário escolhido
foi o MOS Short-Form Health Survey 12-Item (SF-12) por ser um questionário curto, de
fácil aplicação e desenvolvido a partir do Short Form 36 Health Survey Instrument (SF-36)
(Ware, 2005).
Este instrumento mede a efectividade ou a percepção da QV relacionada com a
saúde através de 12 itens, organizados em duas dimensões de saúde – Saúde Física Geral
(SFG) e Saúde Mental Geral (SMG) “quadro 4”. Nestas dimensões estão incluídos itens
relativos às escalas Função Física (FF), Desempenho Físico (DF), Saúde Geral (SG),
Vitalidade (VT), Função Social (FS), Desempenho Emocional (DE) e Saúde Mental
(SM) do SF-36, tal como se descreve no “quadro 4”. A versão portuguesa do SF-12,
também desenvolvida a partir da versão portuguesa do SF-36 pelo Centro de Estudo e
Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra, encontra-se adaptada e validada
(Ferreira, 1998). É considerada uma ferramenta de fácil administração, pode completar-se
em dois ou três minutos, sendo que os seus resultados podem, ser comparáveis aos do SF36, quando aplicado a grandes amostras (Campolina & Ciconelli, 2008). Os valores das
pontuações obtidas são transformados numa escala de 0 a 100, sendo que a pontuações
mais baixas correspondem aos piores estados de saúde.
As respostas foram efectuadas numa escala tipo Likert de 5 pontos que variou de 1
(óptimo, sempre, absolutamente nada) a 5 (fraca, nunca, imenso). As respostas dos itens 2a
e 2b seguiam uma avaliação de 3 pontos, o que se revelou confuso durante o pré-teste,
deste modo, foi alterado o score deste itens para coincidir com os restantes, passando para
uma pontuação de 5 pontos.
45
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
“MOS Short-Form Health Survey 12-Item (SF-12)”
Domínio
SF-12
Sub-escala
Função Física (FF)
Saúde
Física
(SFG)
Desempenho físico (DF)
Saúde Geral (SG)
Saúde
Mental
(SMG)
Item
2a
2b
3a
3b
1
Descrição do item SF-12
Realizar actividades moderadas;
Subir vários lanços de escadas;
Sentir-se limitado no trabalho ou outras
actividades Fazer menos do que queria
Considerar saúde geral como excelente, muito
boa, boa, razoável ou fraca.
Vitalidade (VT)
6b Sentir-se com muita energia;
Função Social (FS)
7 Interferência da saúde nas actividades sociais;
10 Número de casos em que a saúde interferiu nas
actividades sociais
Desempenho emocional
(DE)
Saúde Mental (SM)
4a
4b
6a
6b
Fazer menos do que queria;
Trabalhar menos cuidadosamente;
Sentir-se calmo e tranquilo;
Sentir-se deprimido.
Quadro 4: Descrição Sumária da escala SF-12.
3.4 Análise dos Dados Recolhidos
Depois da colheita dos dados, que demorou aproximadamente três meses, todos os
dados foram organizados com o auxílio do programa de cálculo Microsoft Excel e do
sistema operativo Microsoft Windows XP Home Edition, versão 2002, service Pack 3, num
computador ASUSTeK Computer modelo A6VA. Depois de organizados os dados, foram
calculados os scores das sub-escalas dos questionários anteriormente explicados.
Posteriormente, os resultados foram passados para o programa estatístico
“Statistical Package for the Social Sciences”, mais conhecido pela sua abreviatura SPSS na
versão 17.0 para Windows XP.
Seguindo-se, a análise descritiva dos dados da amostra em causa tendo em conta as
variáveis (género, idade, estado civil, escolaridade e rendimento económico), cujos
resultados são demonstrados por valor total e percentagem.
Após a análise descritiva, realizou-se a análise da normalidade dos dados através do
teste Shapiro-Wilk (já que a amostra para cada grupo corresponde a menos de 50
indivíduos) para as variáveis libertação de tensão, promoção da saúde, exercício vigoroso,
46
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
benefícios sociais, SFG, SMG, FF, DF, SG, VT, FS, DE e SM. Tendo em conta a
anormalidade das distribuições de todas as variáveis recorreu-se à análise de variância nãoparamétrica de Kruscal-Wallis. Todos os testes levaram em consideração um grau de
confiança de 95% ( ≤ 0,05).
Para analisar os resultados da escala das atitudes foram feitas tabelas de distribuição
referentes às sub-escalas, numa primeira parte para a amostra total (n=100) e na segunda
parte segundo os grupos de amostra (n=25), sendo distribuição apresentada em média e
desvio padrão. Com o intuito de se verificar a consistência interna em cada uma das escalas
utilizadas, uma vez que se fez alterações no texto das mesmas, recorreu-se ao cálculo do
coeficiente de “alfa de Cronbach”, realizando-se de seguida à análise de variância nãoparamétrica de Kruscal-Wallis, de forma a ver se as diferenças existentes entre os grupos
eram significativas.
Para analisar os resultados da escala de QV em relação à saúde foram feitas tabelas
de distribuição referente aos domínios (SFG e SMG) e sub-escalas, numa primeira parte
para a amostra total (n=100) e na segunda parte segundo os grupos de amostra (n=25)
sendo, a distribuição dos valores apresentada em média e desvio padrão. No sentido de se
verificar a consistência interna em cada uma das escalas utilizadas, recorreu-se ao cálculo
do coeficiente de “alfa de Cronbach” e de seguida foi realizada à análise de variância nãoparamétrica de Kruscal-Wallis, de forma a ver se as diferenças existentes entre os grupos
são significativas.
Finalmente, para a amostra total, de forma a detectar associações entre as variáveis
(idade, rendimento económico, escolaridade, anos de prática, número de horas semanais e
número de modalidades praticadas) e as variáveis LT, PS, EV, BS, SFG e SMG, aplicou-se
o coeficiente de correlação não paramétrica de Spearman, levando em consideração um
grau de confiança de 95% ( ≤0,05).
47
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Capítulo III – Apresentação dos Resultados
48
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Para que a apresentação dos resultados seja de fácil apreciação, começa-se por
caracterizar os grupos da amostra em relação à AF, tendo em conta os anos de prática de
AF, as horas de prática de AF por semana e o número de modalidades que pratica, cujos
valores são apresentados em termos de média e do desvio padrão. De seguida, são
apresentados os resultados das escalas em termos globais (n=100) e os valores de
consistência interna (“alfa de Cronbach”) das sub-escalas. Seguindo-se uma análise dos
grupos em termos das sub-escalas.
1. Descrição dos grupos tendo em conta a Actividade Física
Analisando os anos de prática de AF dos clientes de programas de AF, tabela 5,
constata-se que as diferenças são estatisticamente significativas (
= 0,00 < 0,05),
verificando-se que os clientes de Ginásios praticam AF há mais anos que os clientes dos
outros programas, enquanto os que praticam há menos tempo AF são os clientes do
programa da Autarquia.
Relativamente ao número de horas que os clientes praticam AF por semana
constata-se que existe uma diferença estatisticamente significativa ( = 0,00 < 0,05) entre
os três grupos. O grupo que pratica mais horas semanalmente é o de Ginásios, e o que
pratica menos horas por semana é o das IPSS.
Em relação ao número de modalidades praticadas por cada grupo, constata-se que
as diferenças são estatisticamente significativas ( = 0,00 < 0,05) sendo que também para
esta variável o grupo de AF no Ginásio pratica mais modalidades e o grupo da IPSS pratica
menos modalidades.
Anos de prática
de AF
M ± DP
1,96 ± 0,53
AF_Autarquia
2,40 ± 0,81
AF_Ginásio
2,04 ± 0,93
AF_IPSS
p-value
0,000*
Horas de prática
semanal de AF
M ± DP
2,12 ± 0,27
2,24 ± 0,52
2,00 ± 0
0,000*
Número de
modalidades
M ± DP
1,48 ± 0,96
1,80 ± 0,81
1,44 ± 0,50
0,000*
* Diferenças estatisticamente significativas entre os três grupos em função das variáveis
dependentes (anos de prática de AF, horas de prática semanal de AF, número de modalidades); considerou-se
< 0,05 para a análise de variância de Kruscal-Wallis.
Tabela 5. Tabela referente à AF dos clientes dos programas de AF, valores apresentados em Média e Desvio
Padrão, n=25.
49
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
2. Análise das atitudes face à Actividade Física
2.1 Estudo da Escala de Atitudes de amostra
No sentido de se verificar a consistência interna em cada uma das Sub-escalas da
escala OPAPAEQ, recorreu-se ao cálculo do coeficiente de “alfa de Cronbach”, numa
primeira parte ao nível global, tabela 6, e de seguida tendo em conta os itens de cada subescala, tabela 7.
A análise dos resultados, tabela 6, permite verificar que o valor do “alfa de
Cronbach” foi elevado (0,912), o que significa que a escala ao nível global apresenta uma
grande consistência interna. Analisando as médias correspondentes às sub-escalas,
constata-se que todos os indivíduos possuem uma atitude muito positiva em relação à AF e
verifica-se que as respostas não variaram muito entre o 4 (concordo) e o 5 (Concordo
totalmente).
"Older Person's Attitudes Toward Physical Activity and Exercise Questionnaire"
Libertação de tensão
Promoção da saúde
Exercício vigoroso
Benefícios sociais
M ±DP
4,52 ± 0,56
4,63 ± 0,48
4,59 ± 0,53
4,50 ± 0,69
de Cronbach
0,912
Tabela 6. Tabela descritiva das atitudes face à AF, tendo em conta os subgrupos da escala, valores
apresentados em Média e Desvio Padrão, n=100; valor de
de Cronbach da escala global.
Tendo em conta as alterações efectuadas no questionário depois do pré-teste,
considerou-se pertinente verificar o “alfa de Cronbach”, de forma a verificar a consistência
interna da escala tendo em conta os itens que constituem os sub-grupos, tabela 7. Assim,
verifica-se que os valores variaram entre 0,72 e 0,89, sendo estes valores reveladores de
um bom desempenho dos itens das sub-escalas embora sejam mais baixos que o “alfa de
Cronbach”da escala total.
Analisando os scores obtidos em cada grupo constata-se que os indivíduos
manifestam uma atitude positiva face à AF em todas as sub-escalas que a constituem,
sendo que, tal como na perspectiva global também aqui as respostas variam entre o 4
(concordo) e o 5 (concordo totalmente).
50
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
"Older Person's Attitudes Toward Physical Activity and Exercise
Questionnaire"
Libertação de tensão
Item 3
Item 6
Item 10
Item 12
Item 5
Item 9
Item 14
n=100
M ±DP
4,51 ± 0,65
4,50 ± 0,71
4,53 ± 0,61
4,54 ± 0,71
de
Cronbach
0,858
Promoção da saúde
Item 2
Item 7
Item 11
Item 13
n=100
M ±DP
4,56±0,55
4,60± 0,58
4,68±0,53
4,68±0,53
de
Cronbach
0,899
Exercício vigoroso
Benefícios sociais
n=100
M ±DP
4,65 ±0,57
4,51±0,73
4,61±0,66
n=100
M ±DP
4,37 ± 0,91
4,62 ± 0,64
4,53 ± 0,77
de
Cronbach
0,728
Item 1
Item 4
Item 8
de
Cronbach
0,863
Tabela 7. Tabela descritiva das atitudes face à AF, tendo em conta os itens dos subgrupos da escala, valores
apresentados em Média e Desvio Padrão, n=100; valor de
de Cronbach das sub-escalas, tendo em conta os
itens correspondentes.
2.2 Estudo das Escalas das Atitudes dos grupos
Em relação às atitudes face à AF verifica-se que todos os grupos têm uma atitude
positiva em relação à AF, tabela 8, existindo diferenças significativas entre si ( = 0,00 <
0,05). De facto, o grupo que pratica AF no programa Autárquico é o que apresenta atitudes
mais positivas em todas as sub-escalas (LT, PS, EV e BS). Verifica-se que este grupo
apresenta valores entre 4,91 e 4,93 o que significa que os indivíduos concordam totalmente
com os itens da escala e portanto possuem uma atitude mais positiva em relação à AF. O
grupo que apresenta atitudes menos positivas em 3 das sub-escalas (LT, PS e EV) é o
grupo que pratica AF em IPSS, com valores compreendidos entre o 4,14 e 4,29 o que
significa que concordam com os itens da escala e embora tenham uma atitude positiva em
relação à AF é mais baixa comparativamente com os outros grupos. Em relação, à subescala BS o grupo com uma atitude menos positiva é o grupo constituído pelos não
participantes regulares de AF, com uma média de 4,02, o que significa que embora tenham
uma atitude positiva em relação aos BS da AF é mais baixa que os restantes outros grupos.
51
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Os valores de
de Cronbach são elevados, variando entre 0,757 e 0,921, mostrando
que a escala apresenta grande consistência interna.
"Older Person' Attitudes Toward Physical Activity and Exercise Questionnaire"
Libertação
de tensão
M ±DP
AF_Autarquia 4,91 ± 0,22
AF_Ginásio
4,79 ± 0,32
AF_IPSS
4,14 ± 0,57
Nãopraticante 4,24 ± 0,61
p-value
0,00*
Promoção
da saúde
M ±DP
4,91 ± 0,26
4,83 ± 0,33
4,37 ± 0,46
4,41 ± 0,56
0,00*
Exercício
vigoroso
M ±DP
4,82 ± 0,37
4,81 ± 0,37
4,29 ± 0,53
4,42 ± 0,60
0,00*
Benefícios
de
sociais
Cronbach
M ±DP
4,93 ± 0,21
0,890
4,66 ± 0,54
0,757
4,40 ± 0,46
0,889
4,02 ± 0,99
0,921
0,00*
* Diferenças estatisticamente significativas entre os três grupos em função das variáveis
dependentes (anos de prática de AF, horas de prática semanal de AF, número de modalidades); considerou-se
< 0,05 para a análise de variância de Kruscal-Wallis; valor de
de Cronbach, tendo em conta os grupos de
AF.
Tabela 8. Tabela descritiva por Grupos de AF das atitudes face à AF, tendo em conta os subgrupos da escala,
valores apresentados em Média e Desvio Padrão, n=25.
3. Análise da Qualidade de Vida relacionada com a saúde
A análise da escala de QV Relacionada com a Saúde é feita em duas partes, numa
primeira parte é feita a análise a nível global da amostra e numa segunda parte a nível dos
grupos.
3.1 Estudo dos resultados da SF-12 da amostra
No sentido de se verificar a consistência interna em cada uma das escalas, recorreuse ao cálculo do coeficiente de alfa de Cronbach. A análise dos resultados, tabela 9,
permitiu verificar que os valores do alfa de Cronbach foram elevados, na escala o valor foi
de 0,848 e tendo em conta as sub-escalas foi de 0,848 apresentado uma grande consistência
interna.
Analisando as médias do grupo total em relação à SMG e SFG verifica-se que os
elementos apresentam uma SMG (65 ± 24) mais positiva do que em relação à SFG (49 ±
26).
52
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Decompondo os valores gerais constata-se que a SMG apresenta valores elevados
ao nível das sub-escalas DE (63 ± 34), FS (80 ± 28), SM (71 ± 26) e apresentam um valor
mais baixo ao nível da VT (47 ± 40) podendo-se concluir que o grupo de amostra não se
encontra deprimido, nem considera que os problemas de humor afectam a sua FS nem DE,
no entanto apresentam baixos níveis de energia.
Em relação à SFG constata-se que em média, os valores em média dos grupos são
baixos. Sendo que em relação à SG o valor é relativamente baixo (33 ± 25), demonstrando
que as pessoas idosas têm uma percepção negativa em relação à sua saúde, no entanto, os
valores da FF (57 ± 34) e DF (58 ± 32) não acompanham esta tendência e apresentam
valores mais positivos.
MOS Short-Form Health Survey 12-Item
SF_Geral
SM_Geral
M ±DP
M ±DP
49 ± 26
65 ± 24
SG
FF
DF
DE
FS
SM
VT
M ±DP M ±DP M ±DP M ±DP M ±DP M ±DP M ±DP
33 ± 25 57 ± 34 58 ± 32 63 ± 34 80 ± 28 71 ± 26 47 ± 40
de Cronbach
0,848
de Cronbach
0,858
Tabela 9. Tabela descritiva da QV relacionada com a saúde, tendo em conta os dois grupos e respectivos
subgrupos, valores apresentados em Média e Desvio Padrão, n=100; valor de
de Cronbach da escala global
e tendo em conta as sub-escalas.
3.2 Estudo dos resultados da SF- 12 por grupos
No sentido de se verificar a consistência interna da escala, tendo em conta os
grupos de estudo recorreu-se ao cálculo do coeficiente de “alfa de Cronbach”. Analisando
os resultados, verifica-se que estes são elevados entre 0,821 e 0,915 em três dos grupos,
apresentando uma elevada consistência interna, excepto no grupo de Ginásio em que os
valores se compreendem entre 0,255 e 0,377, tabela 10.
Tendo em conta a SFG verifica-se que existem diferenças significativas entre os
grupos ( =0,000), sendo que o grupo que apresenta maior SFG é o grupo de Ginásio
enquanto o grupo que apresenta menor SFG é o grupo que pratica AF na IPSS.
Em relação às suas sub-escalas também existem diferenças significativas ( =0,000)
entre os grupos nas três sub-escalas SG, FF e DF. O grupo do Ginásio apresenta valores
53
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
superiores nas três sub-escalas SG (54 ± 23), FF (83 ± 24) e DF (86 ± 15), enquanto o
grupo que pratica AF em IPSS apresenta valores mais baixos nas sub-escalas SG (20 ± 22)
e DF (45 ± 26) e o grupo o grupo que não pratica AF regularmente apresenta valores mais
baixos em relação à FF (45 ± 36).
Em relação à SMG também se verificam diferenças significativas entre os grupos
( =0,000). Desde já, analisando os valores dos grupos, verifica-se que o grupo que pratica
AF no Ginásio é o que apresenta valores superiores, em paralelo com o grupo que pratica
AF em IPSS que apresenta valores inferiores aos dos outros grupos.
Em relação às suas sub-escalas existem diferenças significativas entre os grupos nas
sub-escalas DE, FS, SM e VT com os respectivos valores =0,000; =0,001; =0,004;
=0,004. Em todas as sub-escalas o grupo que pratica AF em Ginásios apresenta valores
superiores aos dos outros grupos enquanto que o grupo que apresenta valores mais baixos é
o grupo que pratica AF na IPSS, excepto na sub-escala da VT. Nesta sub-escala o grupo
que apresenta valores mais baixos é o que não pratica regularmente AF.
MOS Short-Form Health Survey 12-Item
SF_Geral
M ± DP
47 ± 26
74 ± 15
37 ± 20
39 ± 24
AF_Autarquia
AF_Ginásio
AF_IPSS
Nãopraticante
p-value
SM_Geral
M ± DP
60 ± 27
83 ± 18
57 ± 20
61 ± 21
0,000*
de
Cronbach
0,821
0,255
0,870
0,915
0,000*
SG
M ±DP
FF
M ±DP
DF
M ±DP
DE
M ±DP
FS
M ±DP
SM
M ±DP
VT
M ±DP
AF_Autarquia
AF_Ginásio
AF_IPSS
Nãopraticante
34 ± 21
54 ± 23
20 ± 22
26 ± 24
54 ± 32
83 ± 24
46 ± 29
45 ± 36
54 ± 36
86 ± 15
45 ± 26
47 ± 31
54 ± 36
92 ± 16
48 ± 30
60 ± 32
80 ± 29
95 ± 17
68 ± 26
78 ± 32
64 ± 29
87 ± 15
63 ± 24
70 ± 26
45 ± 33
59 ± 59
50 ± 27
36 ± 31
p-value
0,000*
0,000*
0,000*
0,000*
0,001*
0,004*
0,004*
de
Cronbach
0,898
0,377
0,847
0,838
* Diferenças estatisticamente significativas entre os quatro grupos em função das variáveis
dependentes (SFG, SMG, SG, FF, DF, DE, FS, SM, VT); considerou-se
de Kruscal-Wallis; valor de
< 0,05 para a análise de variância
de Cronbac, tendo em conta os grupos de AF.
Tabela 10. Tabela descritiva por grupos de AF da QV relacionada com a saúde, tendo em conta os dois
grupos e respectivos subgrupos, valores apresentados em Média e Desvio Padrão, N=25.
54
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
4. Estudo das correlações
4.1. Correlações entre as variáveis dependentes principais (idade, rendimento,
escolaridade, anos de prática de AF, número de horas semanais e número de
modalidades praticadas).
Realizou-se a análise das correlações de forma a detectar associações entre as
variáveis idade, rendimento, escolaridade, anos de prática, número de horas semanais e
número de modalidades praticadas. Através dos dados expostos na tabela 11, observa-se
que existe uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre a variável idade e
as diversas variáveis, indicando que quanto maior a idade, menor é o rendimento do
individuo, menor o nível de escolaridade, os anos de prática de AF, o número de horas
semanais que pratica AF e o número de modalidades praticadas. Em relação à variável
escolaridade observa-se que existe uma correlação positiva e estatisticamente significativa,
demonstrando assim, que quando se aumenta o nível de escolaridade dos indivíduos
aumenta também o rendimento, os anos de prática de AF, o número de horas semanais e o
número de modalidades praticadas. A variável rendimento também apresenta uma
correlação positiva e estatisticamente significativa, considerando-se assim, que aumentado
o rendimento aumenta o número de horas que prática de AF e o número de modalidades
praticadas. Observando a variável anos de prática de AF, verifica-se que existe uma
correlação positiva e com significado estatístico, indicando que quantos mais anos de
prática maior o número de modalidades praticadas.
Idade
r
Idade
-0,576
Escolaridade
-0,382
Rendimento
-0,229
Anos de Prática
Nº de horas semanais -0,207
-0,237
Nº de modalidades
Variáveis
r = Correlação de Spearman;
considerando-se
0,000*
0,000*
0,022*
0,039*
0,018*
Escolaridade Rendimento
Anos de prática
r
r
r
0,638 0,000*
0,249 0,013*
0,264 0,008* 0,576 0,000*
0,279 0,005* 0,570 0,000* 0,933 0,000*
= nível de significância; * diferenças estatisticamente significativas
≤ 0,05 para a Correlação de Spearman.
Tabela 11. Correlações entre as variáveis dependentes (idade, rendimento, escolaridade, anos de prática,
número de horas semanais e número de modalidades praticadas).
55
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
4.2. Correlações entre as variáveis (idade, rendimento, escolaridade, anos de
prática, número de horas semanais e número de modalidades praticadas) e as
variáveis (LT, PS, EV, BS, SFG e SMG).
Realizou-se a análise das correlações de forma a detectar associações entre as
variáveis idade, rendimento, escolaridade, anos de prática, número de horas semanais e
número de modalidades praticadas e os resultados gerias das escalas (LT, PS, EV, BS, SFG
e SMG). Através dos dados expostos na tabela 12, observa-se que existe correlação
negativa e estatisticamente significativa entre a variável idade e as variáveis LT, PS, EV,
SMG, não tendo sido encontrada uma correlação estatisticamente significativa com a
SMG. Estes resultados, indicam que com o aumento da idade diminui a atitude positiva
face à AF em relação às suas sub-escalas, enquanto com aumento da idade a percepção em
relação à SFG é mais negativa.
Analisando a variável escolaridade observa-se que existe uma correlação positiva e
estatisticamente significativa com as variáveis LT, PS, EV, BS, SFG e SMG, o que indica
que o aumento da escolaridade das pessoas torna mais positivas as suas atitudes face à AF
(LT, PS, EV, BS) e também mais positiva a sua percepção em relação à SFG e SMG.
A variável rendimento apresenta uma correlação estatisticamente significativa com
as variáveis atitudinais LT, PS, EV, SFG e SMG, não apresentado correlação com a
variável BS, deste modo, quanto maior o rendimento maior é a atitude face à AF, tendo em
conta as variáveis LT, PS, EV e a percepção em relação à SFG e SMG aumenta.
Observando a variável anos de prática de AF, verifica-se que existe uma correlação
positiva e estatisticamente significativa com as variáveis LT, PS, EV, BS e não apresenta
correlação estatisticamente significativa com as variáveis SFG e SMG, indicando que,
quando aumenta os anos de prática de AF melhor é a sua atitude face à AF. Em relação às
variáveis número de horas semanais e número de modalidades observa-se uma correlação
positiva e estatisticamente significativa com as variáveis LT, PS, EV, BS e SFG não
apresentando correlação estatisticamente significativa com a variável SMG. O que
demonstra que com o aumento do número de horas de prática de AF e o número de
modalidades, as atitudes face à AF são mais positivas, assim como a percepção em relação
à SFG.
56
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Idade
r
Libertação de Tensão -0,508
-0,466
Promoção da Saúde
-0,436
Exercício Vigoroso
-0,377
Benefícios Sociais
-0,258
Saúde Física Geral
-0,258
Saúde Mental Geral
Variáveis
r = Correlação de Spearman;
0,000*
0,000*
0,000*
0,000*
0,010*
0,067
Escolaridade
r
0,469 0,000*
0,435 0,000*
0,372 0,000*
0,274 0,000*
0,512 0,000*
0,344 0,000*
Rendimento
Anos de prática Nº de horas semanais Nº de modalidades
r
r
r
r
0,239 0,016* 0,270 0,007*
0,287
0,004*
0,287
0,004*
0,338 0,001* 0,309 0,002*
0,295
0,003*
0,309
0,002*
0,254 0,011* 0,248 0,013*
0,280
0,005*
0,266
0,008*
0,188 0,061 0,360 0,000*
0,302
0,002*
0,329
0,001*
0,391 0,000* 0,182
0,070
0,276
0,005*
0,255
0,010*
0,262 0,008* 0,076
0,451
0,163
0,104
0,151
0,135
= nível de significância; * diferenças estatisticamente significativas considerando-se
≤ 0,05 para a Correlação de Spearman.
Tabela 12. Correlações entre as variáveis principais (idade, rendimento, escolaridade, anos de prática, número de horas semanais e número de modalidades praticadas) e as
variáveis (LT, PS, EV, BS, SFG e SMG).
.
57
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Capítulo IV – Discussão dos Resultados
58
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Esta investigação possui um carácter exploratório-descritivo, uma vez que foi
objectivo deste estudo caracterizar a população que pratica AF em diferentes programas.
Segundo Oliveira (1998) a pesquisa exploratória visa na descoberta de directrizes ou
alternativas que possam vir a ser modificadas e exploradas, e a pesquisa descritiva
caracteriza-se pela observação, registo, análise e interpretação dos dados, sem que o
investigador interfira neles.
Outra característica, deste tipo de pesquisa, é o uso de uma técnica padronizada de
colheita de dados realizada principalmente pela aplicação de questionários e observação
sistemática.
O ponto de partida para a análise e discussão dos resultados tem por base os
resultados obtidos através do questionário utilizado na investigação. Deste modo, reflectese sobre os dados da caracterização dos grupos (género, estado civil, idade, nível de
escolaridade e rendimento económico), os dados sobre a percepção de QV relacionada com
a saúde e os dados das atitudes face à AF à luz dos resultados de outros estudos.
1. Caracterização dos grupos
1.1 Caracterização dos grupos por Género
Em relação ao género, como se pode verificar pela tabela 12, verifica-se que o
género feminino apresenta uma presença superior ao género masculino na participação de
programas de AF. De facto, nesta investigação é visível o predomínio do género feminino
nos vários programas de AF cujas percentagens variam entre os 60% e os 92% sendo que
as percentagens do género masculino que variam entre os 8% e os 40%. Esta discrepância
é mais visível no programa da Autarquia (23 feminino para 2 masculino) e menos visível
no grupo que não pratica regularmente AF (15 feminino para 10 masculino.
59
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Género
n = 25
Feminino
Grupo
AF_Autarquia
AF_Ginásio
AF_IPSS
Nãopraticante
n
23
17
16
15
Masculino
%
92,0
68,0
64,0
60,0
n
2
8
9
10
%
8,0
32,0
36,0
40,0
Tabela 13. Caracterização dos grupos por Género.
Deste modo, existe uma discrepância em relação aos outros estudos, que indicam
que o género feminino é mais sedentário que o género masculino e que dificilmente
participariam em actividades regulares e moderadas de AF. Booth et al. (2000) ao estudar
449 Australianos com mais de 60 anos verificou que existe uma diferença significativa
entre homens e mulheres constatando que o género masculino é muito mais fisicamente
activo que o género feminino, este resultado vai ao encontro de outros estudos (Eyler et al.,
1997; Simons-Morton et al., 2000; Mullineaux et al., 2001; Kaplan et al. 2001).
Contudo, estudos recentes, vão ao encontro dos dados recolhidos nesta
investigação, em que existe uma diferença significativa entre os dois géneros e verifica-se
que o género feminino tem mais tendência a participar em programas de desporto
moderado que o género masculino (Kahan, 2005; Misigoj-Durakovi, 2000) e que aumenta
os níveis de AF a partir dos 50 anos (Livingstone, 2001). Segundo o mesmo autor o
aumento da prática de AF associado ao aumento da idade no género feminino, deve-se ao
facto do género feminino começar a ter mais tempo livre, com a reforma, e a preocupar-se
mais com a sua saúde. Deste modo, consciencializam-se dos benefícios da AF no processo
fisiológico do envelhecimento, nomeadamente ao nível do sistema musculo-esquelético e
da menopausa.
Ortiz-Hernández & Ramos-Ibáñez (2010) no seu estudo sobre os factores sócioeconómicos associados à AF em adultos verificou que o género feminino pratica menos
AF que o género masculino nas zonas rurais, mas tal prevalência já não se verifica nas
zonas urbanas.
A divergência que existe em relação ao género que predomina nos programas de
AF pode ser associada ao desenho do estudo e processo de recolha de dados, que diverge
segundo o investigador e objectivos de investigação (Seefeldt, 2002).
60
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
1.2 Caracterização dos grupos por Idade, Rendimento, Escolaridade e Estado
Civil
Nos dados constantes da tabela 14 o grupo de amostra apresenta idades
compreendidas entre os 65 anos e mais de 85 anos. Analisando os três grupos de
programas de AF, constata-se que existem grandes diferenças entre os mesmos. Cerca de
84% dos elementos que compõe o grupo que pratica AF no Ginásio tem idades
compreendidas entre os 65 e 69 anos em oposição encontra-se o grupo que pratica AF em
IPSS, onde somente 12% tem idades compreendidas entre os 65 e 69 anos e 52% dos
elementos têm mais de 80 anos. Contudo, que o grupo que pratica AF em Autarquias
apresenta um tendência idêntica ao grupo que pratica AF Ginásios, sendo também
tendencialmente menos velho em relação ao grupo que pratica AF na IPSS e ao grupo que
não pratica regularmente AF.
Grupo
AF_Autarquia
AF_Ginásio
AF_IPSS
Nãopraticante
de 65 a 69
anos
n
%
14
56,0
21
84,0
3
12,0
5
20,0
Idade
n = 25
de 70 a 74
anos
n
%
8
32,0
2
8,0
3
12,0
4
16,0
de 75 a 79
anos
n
%
3
12,0
2
8,0
6
24,0
6
24,0
de 80 a 84
anos
n
%
6
24,0
9
36,0
mais de 85
anos
n
%
7
28,0
1
4,0
Tabela 14. Caracterização dos grupos por Idade.
Analisando as correlações da tabela 11 destaca-se a correlação negativa e
estatisticamente significativa entre a idade e as variáveis escolaridade e rendimento
económico. Indicando que com o aumento da idade o nível de escolaridade e literacia
diminui e consequentemente também o seu rendimento económico. O que vai ao encontro
da correlação positiva e estatisticamente significativa entre o rendimento económico e a
escolaridade.
Deste modo, na tabela 15 encontra-se resumido as características dos grupos em
relação à escolaridade verifica-se que os grupos com maior literacia são o grupo do
Ginásio e o das Autarquia (menos velhos) e com menor literacia os praticantes de AF na
IPSS e os não praticantes de AF (mais velhos). Observando a tabela 16 constata-se que o
grupo com maior rendimento mensal é que pratica AF no Ginásio e Autarquia (menos
61
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
velho e com mais literacia) e os que tem menor rendimento mensal são o que praticam AF
na IPSS (mais velhos e com menor literacia). Estes dados são congruentes com os estudos
de Kahan et al. (2005) e Grzywacz & Marks (2001) em que as pessoas idosas com mais
anos de estudos e consequentemente maiores rendimentos participavam mais activamente
em programas de AF. Em Portugal, a tendência verificada, neste estudo, do grupo que
pratica AF na IPSS é explícita da situação actual da população idosa, uma vez que,
viveram numa época em que não existiam, contratos, nem descontos para a segurança
social o que origina rendimentos mensais baixos (Martins & Sousa, 2008). Contudo,
devido ao alargamento da escolaridade obrigatória, ao longo destes anos, de forma a
aumentar o número de jovens no ensino superior e universitário, a população idosa do
futuro terá elevada formação (Bento, 1999), conhecimento e rendimentos, tendência que já
se verifica agora, nos idosos menos velhos.
1º Ciclo do
Ensino Básico
2º Ciclo do
Ensino Básico
3º Ciclo do
Ensino Básico
Ensino
Secundário
Bacharelato
n
10
3
n
7
7
n
18
4
8
13
n
2
3
1
n
2
1
-
n
2
7
-
n
4
1
%
40,0
12,0
%
28,0
28,0
%
72,0
16,0
32,0
52,0
%
8,0
12,0
4,0
%
8,0
4,0
-
%
8,0
28,0
-
%
16,0
4,0
n
1
5
-
PósGraduação
Sabe ler e
escrever
AF_Autarquia
AF_Ginásio
AF_IPSS
Nãopraticante
Licenciatura
Grupo
Não sabe
ler/escrever
Escolaridade
n = 25
%
4,0
20,0
-
n
1
-
Tabela 15. Caracterização dos grupos por Escolaridade.
Rendimento
n = 25
menos
de 150€
de 150€ a
300€
de 300€
a 450€
de 450€
a 600€
n
3
1
1
n
6
3
14
9
n
6
9
9
n
4
2
3
Grupo
AF_Autarquia
AF_Ginásio
AF_IPSS
Nãopraticante
%
12,0
4,0
4,0
%
24,0
12,0
56,0
36,0
%
24,0
36,0
36,0
%
16,0
8,0
12,0
Tabela 16. Caracterização dos grupos por Rendimento.
62
de
600€ a
750€
n
%
1 4,0
-
de 750 €
a 1000 €
de 1000€
a 1500€
mais de
1500 €
n
2
3
1
2
n
2
9
1
n
2
7
-
%
8,0
12,0
4,0
8,0
%
8,0
36,0
4,0
%
8,0
28,0
-
%
4,0
-
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Observando a tabela 17, constata-se que nos programas autárquicos e de ginásio
existe uma supremacia dos indivíduos casados em relação aos indivíduos viúvos ou
separados/divorciado. Sendo que no grupo que pratica AF na IPSS são os indivíduos
viúvos, separados/divorciados e solteiros que se encontram mais representados neste grupo
de amostra.
Do conjunto dos valores os indivíduos que praticam mais AF são os indivíduos
casados, contudo estes valores não estão em consonância com estudos como Kanplan,
2001 e Couto, 2003. Kanplan em 2001, num estudo cuja finalidade era identificar os
factores associados à frequência com que as pessoas idosas realizam AF, concluído que,
numa amostra de 6267 indivíduos quem praticava mais AF era os indivíduos não casados
(55,4%) em relação aos indivíduos casados (49,6%). Couto, 2003 no seu estudo sobre
factores demográficos e psicossociais nas pessoas idosas que praticam AF concluiu que são
as pessoas viúvas quem praticam mais AF.
Todavia, indo ao encontro dos dados recolhidos nesta investigação Shaw &
Spokane em 2008, no seu estudo cujo objectivo era examinar a associação entre o nível de
educação e a AF, identificou que as pessoas casadas (53,0%) praticam mais AF que as não
casadas (45,7), numa amostra de 7,595 indivíduos.
Casado (a)
Estado Civil
n = 25
Viúvo (a)
Grupo
AF_Autarquia
AF_Ginásio
AF_IPSS
Nãopraticante
n
15
17
9
16
%
60,0
68,0
36,0
64,0
n
8
1
12
9
%
32,0
4,0
48,0
36,0
Separado (a) / Solteiro (a)
Divorciado (a)
n
%
n
%
2
8,0
7
28,0
1
4,0
3
12,0
-
Tabela 17. Caracterização dos grupos por Estado Civil.
1.3 Caracterização dos grupos por Actividade Física.
Analisando os anos de prática de AF, as horas despendidas semanalmente e o
número de modalidades praticadas, verifica-se que o grupo que pratica AF no Ginásio,
63
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
treinam há mais tempo, mais horas por semana e mais modalidades. Tendo em conta os
dados analisados anteriormente e as correlações realizadas, verifica-se que este grupo
também se caracteriza por ser o menos velho, possuir maior escolaridade e
consequentemente maior rendimento.
Analisando o lado oposto verifica-se que o grupo que pratica AF há menos tempo é
o grupo que pratica AF na Autarquia, enquanto o grupo que pratica menos horas semana e
menos modalidades é o grupo que pratica AF na IPSS.
No entanto verifica-se que a prática de AF, em média, de todos os grupos iniciou-se
há relativamente pouco tempo, em média entre um e dois anos. Concluindo-se que grande
parte das pessoas idosas iniciou a prática de AF de forma regular e organizada depois de
entrar na reforma. Contudo, não foi analisado a prática de AF física destes indivíduos
quando eram jovens/adultos, uma vez que o exercício praticado pelas pessoas idosas é, em
parte, continuação do treino praticado em jovens (Marques, 1999).
1.4 Caracterização dos grupos por Atitudes face à Actividade Física.
Em relação às atitudes dos participantes de programas de AF constata-se que todos
os grupos apresentam atitudes cuja média ronda os 4,02 e 4,91, numa escala em que o
máximo é 5. De facto, vários estudos comprovam que as pessoas idosas têm atitudes muito
positivas em relação à AF como é o caso de Oliveira & Duarte (1999), de Couto (2003) e
de Caetano & Vasconcelos (2005).
Os clientes da Autarquia (menos velhos) são os que apresentam atitudes mais
positivas nas sub-escalas LT, PS, EV e BS. Sendo que os que apresentam atitudes menos
positivas são os clientes da IPSS (mais velhos) nas sub-escalas LT, PS, EV e na sub-escala
BS o grupo com atitudes menos positivas é o que não pratica AF regularmente.
Aprofundando os resultados das atitudes verifica-se que existe uma correlação
negativa e estatisticamente significativa entre a atitude positiva e a idade e uma correlação
positiva e estatisticamente significativa entre a atitude positiva e a escolaridade, o
rendimento, os anos de prática, os número de horas semanais e o número de modalidades
praticadas. Isto significa que com o aumento da idade diminui a positividade em relação às
atitudes de AF, enquanto o aumento do rendimento, dos anos de literacia e dos factores da
AF (anos de prática, número de horas despendidas semanalmente e número de
64
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
modalidades praticadas) afectam positivamente as atitudes das pessoas idosas, contudo não
se verifica correlação entre o rendimento e a atitude BS.
Estes valores são discrepantes em relação ao estudo de Oliveira & Duarte (1999)
que identificou que as atitudes dos idosos face à AF não são significativamente
influenciadas pelo género, idade, escolaridade e profissão. Já o estudo de Caetano &
Vasconcelos (2005) encontrou variações significativas em relação à escolaridade, em
relação à atitude global face à AF, contudo não detectou diferenças significativas em
função de género, idade, profissão.
Analisando o grupo que não pratica AF regularmente constata-se que a atitude que
se revela menos positiva é BS, dando menos relevância ao facto do exercício ser sinónimo
de divertimento, de socialização e meio de enriquecimento do tempo de lazer. Uma das
barreiras à prática de AF é o facto de não possuírem ninguém com quem fazer exercício
físico, de facto, as pessoas que não praticam AF possuem uma atitude positiva em relação
à AF. Todavia, este indivíduos podem não participar em programas de AF regularmente,
por causa da inexistência de participantes de AF nos seus amigos próximos e pelos
desconhecimento dos benefícios sociais que podem advir da prática regular em programas
de AF organizados e estruturados. Allender et al. (2006) ao estudar a participação das
pessoas idosas em programas de AF constataram que os principais motivos para a adesão
dos indivíduos seriam, o desejo de atenuar o processo de envelhecimento assim como
providenciar uma rede de suporte social nos membros do programa.
Contudo, os resultados obtidos nesta investigação devem ser vistos à luz dos
contextos sócio-demográficos em que os grupos estão inseridos. O grupo que pratica AF na
Autarquia reside num meio urbano, a cidade de Ílhavo, possui um nível médio de literacia
e rendimento. Além de mais, as suas aulas são diferentes quando comparadas com as aulas
dos outros grupos, uma vez que pratica AF sempre em grupo e apresenta uma grande
tendência para participar nas actividades aquáticas. Deste modo, a prática de AF, neste
grupo, favorece a socialização, possibilita a interacção entre os participantes e permite
melhorar o bem-estar psicológico dos indivíduos, sendo que apresentam uma atitude mais
positiva em relação aos BS.
O grupo do Ginásio, composto por 15 indivíduos da cidade de Aveiro e 10
indivíduos de Oliveira de Azeméis, apresentam índices mais altos de escolaridade e
consequentemente rendimentos. Na sua pratica regular de AF privilegiam o treino
65
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
individual usufruindo pontualmente das actividades em grupo. Esta situação pode ser a
justificação para que tenha uma atitude menos positiva em relação aos BS da prática de
AF.
Analisando o grupo que pratica AF na IPSS, constata-se que este reside em Aguada
de Cima, que é uma localidade substancialmente marcada pela indústria, metalúrgica e
cerâmica, assim como pela agricultura e terá sido por terem trabalhado durante a sua vida
activa nestas áreas que apresentam baixos índices baixos de escolaridade e
consequentemente de rendimento. A atitude positiva que apresentam em relação à AF,
embora mais baixa do que os que não praticam AF, pode advir da prática e dos benefícios
que consideraram que adquiriram da agricultura.
Deste modo, o grupo que não pratica AF regularmente, apresenta atitudes mais
positivas face à AF do que o grupo que pratica AF na IPSS, porque não se encontra
integrado em nenhuma valência de IPSS direccionado para pessoas idosas e está mais
sujeito à influência dos meios de comunicação como a televisão, que cada vez mais, passa
noticias sobre os benefícios da prática de AF por pessoas idosas.
1.5 Caracterização dos grupos por Qualidade de Vida relacionada com saúde.
As escalas cujo objectivo é medir a QV relacionada com a saúde foram
desenvolvidas de forma a medir a saúde e bem-estar, tendo em conta a perspectiva do
indivíduo. Assim, surge a escala SF-12 que é um instrumento cujo objectivo é estudar a
percepção das pessoas idosas sobre a sua saúde (Pettit et al., 2001).
Analisando os resultados totais identifica-se que o grupo que pratica AF nos
Ginásio apresenta um percepção mais positiva em relação à SFG e SMG, enquanto o grupo
que pratica AF na IPSS apresenta uma percepção mais negativa sobre a sua saúde nas duas
vertentes.
Esta diferença pode ser explicada pela correlação negativa e estatisticamente
significativa entre a idade e a SFG, deste modo o grupo que pratica AF no Ginásio por ser
o grupo menos velhos tem uma percepção mais optimista sobre a sua saúde, enquanto o
grupo que pratica AF na IPSS, como é o grupo mais velho apresenta uma percepção menos
positiva e mais baixa, o estudo das correlações indica ainda que quanto maior o
rendimento, a escolaridade, o número de horas dispendidas semanalmente e o número de
66
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
modalidades praticadas maior é a percepção de SFG, sendo por isso que o grupo que
pratica AF no Ginásio detém uma percepção mais positiva sobre a sua SFG.
Analisando os resultados SMG identifica-se que o rendimento e a escolaridade tem
impacto nesta variável. Assim sendo, as pessoas com maior nível de escolaridade e maior
rendimento, que neste caso é o grupo que pratica AF no Ginásio, tem uma percepção mais
positiva sobre a sua SMG do que os que praticam AF na IPSS.
Contudo estes dados não vão ao encontro dos dados de Mota et al. (2006) e Alves
(2007), uma vez que o grupo que deveria possuir percepção de QV relacionada com a
saúde mais baixa deveria ser o grupo que não pratica AF regularmente e não o grupo que
pratica AF, cujos valores das sub-escalas embora baixos são superiores ao grupo que
pratica AF na IPSS. Todavia, o grupo que não pratica AF regularmente, mostrou uma
percepção menos positiva e estatisticamente significativa em relação à FF e VT, que os
outros grupos, dando a indicação que se sentem mais cansados e com mais dificuldade em
realizar actividades moderadas ou intensas.
67
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Capítulo V – Conclusões
68
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
1.Conclusões Gerais
Tendo em conta o objectivo da investigação, os resultados obtidos e as análises
efectuadas pode-se sugerir que na amostra em estudo:
(1) As pessoas idosas que participam no programa de promoção da AF do Ginásio
são maioritariamente do género feminino, casadas, menos velhas, possuem maior
escolaridade e rendimento, praticam AF há mais anos, mais modalidades, mais vezes por
semana, têm atitudes mais positivas face à AF e uma boa percepção da sua QV relacionada
com a saúde;
(2) As pessoas idosas que participam no programa de promoção da AF da
Autarquia são maioritariamente do género feminino, casadas, com idades compreendidas
entre os 65 e 79 anos, com atitudes muito positivas em relação à AF, possuem uma
percepção média da Saúde Física Geral e uma boa percepção em relação à Saúde Menta
Geral.
(3) As pessoas idosas que participam no programa de promoção da AF da IPSS são
maioritariamente do género feminino, viúvas, muito idosas com baixo nível de
escolaridade e rendimento, praticam AF há menos anos e menos modalidades, possuem
atitudes positivas baixas face à AF e baixa percepção da QV relacionada com a Saúde.
(4) As pessoas idosas que não praticam AF de forma regular são do género
feminino, casados, com idades compreendidas entre os 65 e mais de 85 anos, baixo nível
de escolaridade e rendimento, boas atitudes face à AF e baixa percepção da QV
relacionada com a saúde.
Este estudo revela, ainda, que as pessoas idosas têm atitudes muito positivas em
relação à AF, gostam de integrar e participar em programas de AF e praticam AF
regularmente. Demonstra ainda, que participar em programas de AF pode alterar a
percepção de QV dos seus participantes, uma vez que os grupos de pessoas idosas com
atitudes mais positivas e menos velhos (grupo do Ginásio e grupo da Autarquia)
apresentam valores mais elevados na percepção de QV.
De facto este estudo indica que na sociedade portuguesa actual a heterogeneidade
entre as pessoas idosa é enorme. A imagem estereotipada do “velho, coitado, pobre e
69
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
doente” (Bento, 1999: 126) é uma desvirtuação da realidade. Embora existam pessoas
idosas que possam corresponder a esta descrição, ela não representa a totalidade das
pessoas idosas existentes. Este estudo demonstra que cada vez mais, existem pessoas
idosas com maiores conhecimentos, maiores rendimentos económicos e que exigem
diversidade, qualidade e serviços que possam ser fortes contributos para a sua QV.
Podemos assim afirmar que os programas de AF criados para as pessoas idosas vão ao
encontro das necessidades das pessoas mais velhas. Contudo, tendo em conta o contexto
em que estão inseridos, ao nível da promoção da AF por outras entidades, as pessoas
idosas menos velhas continuam a pratica normal de AF que fizeram durante a vida e não
recorrem a programas específicos para pessoas idosas, mas sim continuam a prática em
Ginásios particulares.
A realização deste tipo de investigações é essencial de forma a prever a evolução
dos programas de AF em Portugal. Existe neste momento uma crescente oferta nesta área
para as pessoas idosas, no entanto, não se sabe se respondem verdadeiramente às suas
necessidades e expectativas. Os programas de promoção da AF da Autarquia e da IPSS
foram criados por profissionais da área da AF, tendo em conta o que consideram ser as
necessidades das pessoas idosas, contudo não avaliam se a forma como o programa está
estruturado vai ao encontro das necessidades dos seus clientes. Assim, os Ginásios
privados surgem como uma alternativa, uma vez que a oferta é mais variada, as pessoas
idosas podem criar os seus próprios programas, podendo usufruir de aulas em grupo ou
individual, à hora e ao dia de semana que desejam e que lhes é mais conveniente.
2. Limitações e recomendações para futuras investigações
Como limitação deste estudo surge, em primeiro lugar, a restrição da generalização
dos dados por a amostra ser pequena. Em segundo lugar, as desigualdades sócio –
demográficas das localidades em que os grupos se encontram inseridos e que podem,
alterar os dados recolhidos e as conclusões do mesmo.
Diante das dificuldades encontradas ao longo da realização desta investigação e
tendo como base os resultados encontrados, sugere-se alguns pontos que devem ser
tomados em conta em futuras investigações:
70
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Ampliar a amostra e seleccionar os indivíduos de forma aleatória, de forma
a poder confirmar e generalizar os resultados acerca dos clientes idosos que participam em
programas de AF.
Utilizar diferentes tipos de instrumentos para avaliar os parâmetros
estudados nesta investigação a fim de identificar os que mais se aplicam à heterogeneidade
da população idosa.
Realizar uma investigação similar a esta cuja população se encontre inserida
na mesma cidade ou cuja situação sócio-demográfica seja idêntica.
Utilizar uma metodologia qualitativa para conhecer os hábitos de vida das
pessoas durante a vida activa de forma a entender como escolhem o programa de AF que
estão inseridos e as variáveis que afectam essa escolha.
Analisar as barreiras à prática da AF em indivíduos com atitudes positivas
em relação à AF.
71
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
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81
Idosos e Actividade Física - programas, qualidade de vida e atitudes
Anexos
82
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Anexo I – Questionário
Nº ______________
Consentimento Livre e Informado
Investigador: Ana Daniela de Pina Tavares
Contacto telefónico: 916250970
Responsável pelo projecto: Professor Doutor Rui Neves
O envelhecimento populacional exige que se conheçam as necessidades das pessoas
idosas para promover políticas e programas adequados. Assim, com este estudo,
integrado no Mestrado em Gerontologia, pretende-se caracterizar os Programas de
Actividade Física (Programas autárquicos, Programas de IPSS e Programas privados)
através da percepção da qualidade de vida relacionada com a saúde e da atitude face
à actividade física dos seus clientes. Nesse sentido pretende-se que responda a um
questionário que demorará perto de 7 minutos. Não existem respostas erradas e todas
as respostas são importantes para este projecto.
Nenhuma informação que o identifique será incluída no questionário, qualquer
eventual referência será substituída por códigos. A sua participação não terá qualquer
custo para si. Se decidir participar, pode mesmo assim retirar o seu consentimento ou
interromper a sua participação em qualquer altura. É livre de não responder a qualquer
pergunta, continuando as restantes a serem importantes.
Qualquer dúvida ou questão pode ser colocada à investigadora ou ao coordenador do
projecto (ver os contactos no início da folha).
Declaro que:
[ ] Não aceito participar
[ ] Aceito participar
Assinatura do participante ____________________________________________
Assinatura do investigador _______________________________________________
Consentimento verbal [ ]
Data:
___/___/2010
Nº ______________
Questionário
O presente questionário tem como principal objectivo a recolha de dados para
a elaboração da tese de Mestrado em Gerontologia. É constituído por três partes:
- 1ª parte – questões relacionadas com aspectos pessoais;
- 2ª parte – questões sobre o estado de saúde;
- 3ª parte – questões relacionadas com a atitude face ao exercício físico.
Agradeço desde já a sua atenção e colaboração.
Nº ______________
Data de Nascimento ___ /___ / ____
Idade ________ anos
Naturalidade: _____________________ Nacionalidade: _____________________
Sexo Feminino
[ ]
Masculino
[ ]
Estado Civil
Solteiro(a)
[ ]
Separado/Divorciado
[ ]
Casado(a)
[ ]
União de Facto
[ ]
Viúvo(a)
[ ]
Nível de Instrução:
Não sabe ler/escrever
[ ]
Ensino Técnico profissional [ ]
Sabe ler e escrever
[ ]
Licenciatura
[ ]
Ensino Básico
[ ]
Pós graduação
[ ]
Ensino Preparatório
[ ]
Mestrado
[ ]
Ensino Secundário
[ ]
Doutoramento
[ ]
O seu rendimento mensal encontra-se entre:
menos de 150 €
[ ]
de 600 € a 750 €
[ ]
de 150 € a 300 €
[ ]
de 750 € a 1000 €
[ ]
de 300 € a 450 €
[ ]
de 1000 € a 1500 €
[ ]
de 450 € a 600 €
[ ]
mais de 1500 €
[ ]
Participa regularmente em programas de Actividade Física?
SIM [ ]
NÃO [ ]
Se sim, responda às seguintes questões:
Há quantos anos? ________
Qual a frequência? ___ sessões por semana; ____ horas por sessão
Qual é a actividade física que pratica? _______________________________
Nº ______________
Questionário de Estado de Saúde (SF – 12v2) (Ferreira, 2000; Tavares, 2010)
Instruções: As questões que se seguem pedem-lhe opinião sobre a sua saúde, a
forma como se sente e sobre a sua capacidade de desempenhar as actividades
habituais.
Pedimos que leia com atenção cada pergunta e que responda o mais honestamente
possível. Se não tiver a certeza sobre a resposta a dar, dê-nos a que achar mais
apropriada e, se quiser, escreva um comentário a seguir à pergunta.
1. Em geral, diria que a sua saúde é:
(Por favor assinale com um círculo um número em cada linha)
Óptima
Muito boa
Boa
Razoável
Fraca
1
2
3
4
5
2. As perguntas que se seguem são sobre actividades que executa no seu dia-adia.
Será que a sua saúde o/a limita nestas actividades? Se sim, quanto?
(Por favor assinale com um círculo um número em cada linha)
Sempre
a) Actividades moderadas,
tais como deslocar uma
mesa ou aspirar a casa ….
b) Actividades intensas,
tais como subir vários lanços
de escada ….
A maior parte
do tempo
Algum
tempo
Pouco
tempo
Nunca
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
3. Durante as últimas 4 semanas teve, no seu trabalho ou actividades diárias,
algum dos problemas apresentados a seguir como consequência do seu
estado de saúde físico?
(Por favor assinale com um círculo um número em cada linha)
Quanto tempo, nas últimas Sempre
quatro semanas…
a) Fez menos do que
1
queria? ……
b) Sentiu-se limitado/a no
1
tipo de trabalho ou outras
actividades …….
A maior parte
do tempo
Algum
tempo
Pouco
tempo
Nunca
2
3
4
5
2
3
4
5
Nº ______________
4. Durante as últimas 4 semanas, teve com o seu trabalho ou com as suas
actividades diárias, algum dos problemas apresentados a seguir devido a
quaisquer problemas emocionais (tal como sentir-se deprimido/a ou
ansioso/a)?
(Por favor assinale com um círculo um número em cada linha)
Quanto tempo, nas últimas Sempre A maior
quatro semanas…
parte do
tempo
a) Fez menos do que queria?
1
2
……
b) Executou o seu trabalho ou
outras
actividades
menos
1
2
cuidadosamente do que era
costume …….
Algum
tempo
Pouco
tempo
Nunca
3
4
5
3
4
5
5. Durante as últimas 4 semanas, em que medida é que a sua saúde física ou
problemas emocionais interferiram no seu relacionamento social normal
com a família, amigos, vizinhos ou outras pessoas?
(Por favor assinale com um círculo um número em cada linha)
Absolutamente nada
Pouco
Moderadamente
Bastante
3
4
Imenso
1
2
5
6. As perguntas que se seguem pretendem avaliar a forma como se sentiu e
como lhe correram as coisas nas últimas quatro semanas.
Para cada pergunta, coloque por favor um círculo à volta do número que
melhor descreve a forma como se sentiu.
(Por favor assinale com um círculo um número em cada linha)
Quanto tempo, nas últimas Sempre
quatro semanas…
a) Se sentiu calmo/a e
tranquilo/a? ....
b) Se sentiu com muita
energia? ….
c) Se sentiu deprimido/a?
……
1
A maior
parte do
tempo
2
1
1
Algum
tempo
Pouco Nunca
tempo
3
4
5
2
3
4
5
2
3
4
5
7. Durante as últimas 4 semanas, até que ponto é que a sua saúde física ou
problemas emocionais limitaram a sua actividade social (tal como visitar
amigos ou familiares próximos)?
(Por favor assinale com um círculo na palavra que considerar adequada)
Sempre
A maior parte
do tempo
Algum
tempo
Pouco
tempo
Nunca
Nº ______________
Atitude face ao Exercício Físico (Terry et al., 1997; Oliveira, 1998, Tavares, 2010)
Assinalando o parâmetro escolhido (colocando um círculo
na pontuação que
considera adequada), diga-nos qual é a sua Atitude face ao Exercício Físico.
Discordo
totalmente
Discordo
Neutro/
Indeciso
Concordo
Concordo
totalmente
1. Praticar exercício físico com pessoas da
mesma idade é bom para conviver.
1
2
3
4
5
2. O exercício físico praticado de uma forma
equilibrada é essencial para uma boa saúde.
1
2
3
4
5
3. O exercício físico ajuda a libertar emoções e
ansiedades.
1
2
3
4
5
4. A actividade física quando realizada em
grupo é divertida.
1
2
3
4
5
5. O exercício físico, praticado regularmente, é
necessário para uma boa saúde.
1
2
3
4
5
6. O desenvolvimento das capacidades físicas
leva à descontracção do indivíduo.
1
2
3
4
5
7. O exercício físico é importante para ajudar
uma pessoa a melhorar a saúde geral.
1
2
3
4
5
8. Participar em actividades físicas é uma boa
forma de passar os tempos livres.
1
2
3
4
5
9. O exercício físico diário é necessário para
manter a saúde geral de cada pessoa.
1
2
3
4
5
10. A actividade física é de certa forma um
remédio excelente para uma pessoa tensa,
irritável e ansiosa.
1
2
3
4
5
11. O exercício físico faz bem ao corpo humano.
1
2
3
4
5
12. A actividade física descontrai o indivíduo
que o pratica.
1
2
3
4
5
13. A actividade física regular faz uma pessoa
sentir-se melhor.
1
2
3
4
5
14. O exercício físico é necessário para manter
a saúde geral de cada pessoa.
1
2
3
4
5
Discordo
totalmente
Discordo
Neutro/
Indeciso
Concordo
Concordo
totalmente
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Anexo II – Análise Estatística
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 1 Caracterização dos grupos por Género
Tabela 2. Caracterização dos grupos por Estado Civil
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 3 Caracterização dos grupos por Nível de Instrução.
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 4 Caracterização do grupo por Idade.
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 5 Caracterização do grupo por Rendimento Mensal.
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 6 Caracterização dos grupos por anos de prática de AF
Tabela 7 Caracterização do grupo por horas semanais que pratica AF
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 8 Caracterização do grupo por número de modalidades praticadas.
Tabela 9 Resultado da escala das atitudes.
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 10 Resultado da Escala que SF-12
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 11 Resultado do teste Kruskal-Wallis, parte 1.
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 12 Resultado do teste Kruskal-Wallis, parte 2.
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 13 Resultado do teste Kruskal-Wallis, parte 3.
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes
Tabela 14 Teste de Spearman’s rho para testar as correlações
Idosos e Actividade Física - Programas, Qualidade de Vida e Atitudes