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segunda-feira, 31 de março de 2014

Gone Girl

 
Em Parte Incerta (Gone Girl) de Gillian Flynn, é sem dúvida o livro que mais gostei de ler nos últimos tempos. Surpreendente. Soberbamente bem escrito. Espero que façam alguma coisa decente com o filme que aí vem.  Neste momento estou desejosa de começar a ler Lugares Escuros (Dark Places).
 
 

quinta-feira, 13 de março de 2014

O Toque de Midas

 
 
Colleen McCullough tem um talento especial para contar histórias de amores impossíveis, sem descambar para o lamechas. Esta é a história dum homem ambicioso que transforma tudo o que toca num sucesso, um homem que consegue tudo aquilo que quer, à exceção do amor da mulher com quem se casou. É uma saga familiar das boas, e pelo meio há encontros e desencontros, relações disfuncionais e a história da construção da Austrália como pano de fundo. 

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vidas Inspiradoras


Sempre gostei de ler biografias. Gosto de me inspirar em vidas interessantes e ricas de pessoas que de algum modo admiro.

Acabei agora de ler o livro "A Infanta Rebelde" de Raquel Ochoa, uma biografia da Infanta Dona Maria Adelaide de Bragança Van Uden, que faleceu em Fevereiro deste ano com a linda idade de 100 anos.
Eu diria que ela aproveitou bem os 100 anos que lhe foram dados.
Que vida extraordinária teve esta princesa no exílio que passou por duas guerras mundiais, fez parte da Resistência, foi presa, esteve à beira da execução, passou fome e ajudou a salvar vidas e a melhorar as condições de vida de centenas de pessoas.
No dia em que foi condecorada com a Ordem de Mérito Civil
Esta senhora, apesar da origem real, era completamente desapegada dos bens materiais. Era uma pessoa simples e corajosa, aprendeu a lutar pela sobrevivência desde cedo. As dificuldades por que passou durante a 2ª Guerra Mundial ajudaram a fortalecer ainda mais o seu carácter. Tornou-se uma verdadeira mulher de armas e nunca baixou os braços em qualquer situação. Sempre pronta a judar os outros, a frase que ela mais repetia era: " Não ligue às coisas, ligue às pessoas."

Uma vida verdadeiramente inspiradora.



quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Ano do Dilúvio

O Ano do Dilúvio, (The Year of the Flood no original) mais um livro interessantíssimo de Margaret Atwood.


Num futuro próximo o mundo é governado por gigantescas corporações que levaram ao extremo características como o calculismo, a frieza e a insensibilidade na gestão da vida do cidadão. A destruição do meio ambiente levou à extinção de muitas espécies e à poluição severa. O conhecimento científico foi colocado ao serviço dos caprichos dessas mesmas corporações que criaram seres híbridos de toda a espécie, tanto animais como vegetais.
Uma pandemia desenvolvida por uma das corporações ganha mais força do que era esperado e dizima a emagadora maioria dos seres humanos. Restam alguns, mas irão eles resistir àquilo com que se deparam, à mais recente e louca criação de uma corporação?

Só vos digo que é um livro muito actual, que espelha os problemas que mais afligem o Homem hoje em dia e que mostra como pode ser o mundo daqui a uns anos se continuarmos por este caminho. Uma crítica assumida às grandes corporações, a todas as formas de totalitarismo, à destruição do ambiente e da natureza, tudo isto envolvido por uma história que mantém o interesse até ao fim. Muito bom.

quarta-feira, 21 de março de 2012

As Serviçais



Depois de ler o magnífico O Assassino Cego de Margaret Atwood, As Serviçais de Kathryn Stockett (The Help, no original, A Resposta, no Brasil) soube-me a pouco. Li-o com interesse, pois sempre me interessei pelo tema da segregação racial, mas não conseguia deixar de fazer comparações entre a forma de escrever das duas autoras. Com As Serviçais parecia que estava a ler uma reportagem e não uma obra literária. O livro não é mau, de maneira nenhuma: a história mantém o interesse até ao fim e as personagens são ricas e interessantes, apenas sofreu com a comparação com a leitura anterior.  Mas não deixa de ser uma boa leitura para quem se interessa pelo tema da segregação racial nos sul dos Estados Unidos durante a década de 60.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Assassino Cego


Margaret Atwood
Fico tão feliz quando descubro um autor que me empolga e que me faz ficar cheia de vontade de conhecer o resto da sua obra. Aconteceu agora com Margaret Atwood. Li O Assassino Cego e fiquei rendida a esta senhora. Ela tem um dom, escreve maravilhosamente bem.


Mas ter um dom não significa que o acto de criar seja fácil. Conseguimos perceber que O Assassino Cego não foi um livro fácil de criar. Está ali muito trabalho, muito engenho e muita arte. Mas o que mais me tocou é que todo esse talento e todo esse trabalho assentam num profundo conhecimento do ser humano, das suas contradições, das suas fragilidades e das suas forças, no fundo, do limbo que pode ser a vida. Adorei.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Erva Canta

Doris Lessing

Tenho que confessar que não conhecia Doris Lessing antes de esta ter ganho o Prémio Nobel da Literatura em 2007. Nunca tinha ouvido falar da autora ou do seu trabalho, por isso, e porque há poucas mulheres laureadas com este prémio, fiquei com vontade de ler algo dela. Isso só aconteceu agora graças à minha irmã que requisitou na biblioteca de Alverca este livro para eu ler. A biblioteca do meu bairro (foto abaixo), apesar de ser uma das mais bonitas da cidade, não tem grande variedade e não tinha nenhum livro de Doris Lessing.

Biblioteca Municipal de São Lázaro
Não pedi à minha irmã nenhum livro específico, qualquer um de Doris Lessing servia. O engraçado é que ela trouxe o primeiro que a autora publicou,  A Erva Canta (The Grass is Singing) e não há melhor do que começar pelo princípio. A obra foi publicada em 1950 e a ação decorre na África do Sul. Ouro sobre azul: tenho um fascínio enorme pela história desse país complexo que é a África do Sul e como o livro foi publicado precisamente dois anos depois de ter tido início a política do Apartheid agarrei-me a ele e já não consegui parar mais. Foi um livro de leitura quase compulsiva.


A política do Apartheid começou oficialmente em 1948, mas a segregação racial sempre esteve muito presente neste território, mais ainda do que em qualquer outro território africano colonizado por europeus. (Será que houve algum pedacinho de África onde o colonizador europeu não tenha metido o bedelho? Acho que não.) Quando não eram os britânicos eram os Boers. A ambos os povos servia colocar o negro quase ao nível do animal, para se preservarem cultural e economicamente.

E é nesse contexto que entramos em contato com a comunidade britânica rural da África do Sul, no seio da qual decorre a acção. O livro é muito intenso a vários níveis. Primeiro porque mostra cruamente a "relação branco/negro" e depois porque a forma como a autora entra dentro dos personagens e nos conta os seus mais íntimos sentimentos, medos e loucuras é verdadeiramente poderosa.

Tenho que dizer que o livro começa por contar o fim da história, mas esse facto em vez de ser desencorajador da leitura, só nos dá mais vontade de descobrir como isso aconteceu. A autora tem uma grande mestria em manter a curiosidade do leitor que lê cada vez mais compulsivamente para descobrir como tudo se passou.


Não vou contar o enredo, apenas deixar um pequeno excerto para aguçar o apetite:

"(...) Falava como se não houvesse a mínima hipótese de recusa; ficara tão chocado que até esquecera os seus interesses pessoais. Nem mesmo estava a ser movido por pena de Dick. Estava a obedecer aos ditames da lei número um da África do Sul branca, que diz: "Não deixarás qualquer outro branco descer abaixo de certo ponto porque, se o fizeres, o preto poderá ver que não és melhor do que ele." Na sua voz soava a mais forte emoção de uma sociedade fortemente organizada, o que veio tirar a Dick qualquer hipótese de resistência. Porque, no final de contas, ele vivera naquele país toda a sua vida; estava minado pela vergonha; sabia o que era esperado da sua parte e sabia também que tinha falhado. (...)"

domingo, 7 de agosto de 2011

Vinho Mágico


Gosto da escrita de Joanne Harris. Com este, já li quatro livros da autora e nenhum me decepcionou. É uma escrita envolvente, quase sempre cheia de sabores e aromas. As suas histórias têm sempre também um toque de magia, "a magia do dia-a-dia" como diz Joe, o apaixonante personagem que no seu pequeno quintal cultiva ervas aromáticas, bagas, legumes e árvores de fruto tudo isto regado com muita alquimia. A magia de Jackapple Joe, como é conhecido, as suas sementes raras, os seus vinhos especiais, as suas histórias fascinantes tocam de modo profundo a vida de Jay, o personagem principal, quando este ainda era um menino. Ao longo de 20 anos Jay viverá assombrado pelo passado, pelos três verões passados com Joe e pelo seu súbito desaparecimento. Terá que largar tudo, ir para França e pôr em prática tudo o que Joe lhe ensinou para fazer as pazes com o passado e reencontrar a harmonia perdida quando Joe saiu da sua vida.

Com este livro retomei um hábito antigo, o de ir à biblioteca. A biblioteca é dos espaços mais democráticos que existe. E depois temos a magia do dia-a-dia: quantas pessoas este mesmo exemplar já fez feliz? Quantas pessoas já se emocionaram, já riram e já choraram com este livro nas mãos? Não é mágico?

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Livros, livros e mais livros

Henry Lamb, 1933

A querida Cenourita desafiou-me para responder a um questionário sobre leituras e eu como adoro livros não me fiz rogada.

1. Existe um livro que leias e releias várias vezes?

Na verdade dois, bastante diferentes um do outro. O Monte dos Vendavais, a  história de um amor maior do que a vida, escrita com as entranhas por Emily Brontë e Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, uma história que nos mostra como as primeiras impressões podem ser enganadoras, escrita com uma mestria maravilhosa para retratar uma época, uma sociedade, um país e as suas fortes clivagens sociais.
Já li ambos 4 vezes e de vez em quando lembro-me de uma parte ou outra e vou relê-la.

2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?

Os de António Lobo Antunes, simplesmente não consigo passar da segunda página. Nada contra o autor, o problema é mesmo meu.

3. Se escolhesses um livro para o resto da tua vida, qual seria ele?

Impossível escolher apenas um.

4. Que livro gostarias de ter lido mas que por algum motivo nunca leste?

Quero muito ler O Amor em Tempos de Cólera de Gabriel Garcia Marquez. Talvez seja o próximo. Mas tenho que confessar que agora estou numa fase de "Scandicrime", ou seja policiais escandinavos. É o  meu novo vício e talvez intercale um scandicrime entre os dois Nobel :)

5. Que livro cuja "cena final" jamais conseguiste esquecer?


Gostei muito do final de Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez, é inesquecível.

6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual o tipo de leitura?

Sempre gostei muito de ler e felizmente tinha muitos livros em casa. Quando era mais pequenina não largava a Gata Borralheira, adorava contos de fadas e princesas e claro os livros da Anita. Mais tarde devorava todos os livros da minha irmã da coleção Os Cinco, de Enid Blyton e a minha prima Fernanda fez-me a coleção toda de Uma Aventura de Ana Luísa Guimarães e Isabel Alçada, que eu adorava.

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?

Sinceramente não me obrigo a ler livros que não gosto. Acho que a leitura deve ser um prazer e não um frete. Quando não gosto ou não consigo ler ponho de parte.
Felizmente sempre gostei dos livros de leitura obrigatória na escola e na faculdade por isso não me posso queixar.

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.

O Deus das Pequenas Coisas de Arundhati Roy, Do Amor e de Outros Demónios de Gabriel Garcia Marquez, O Tempo e o Vento - O Continente de Erico Verríssimo, Os Maias de Eça de Queiroz, A Letra Escarlate de Nathaniel Hawthorne, para dizer apenas alguns.

9. Que livro estás a ler neste momento?

 Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa.


Sintam-se todos desafiados para falar um pouco sobre os livros da vossa vida.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Policiais escandinavos: um novo vício.

Sempre gostei de ler policiais. Comecei ainda adolescente com Agatha Christie e o seu genial Poirot, passei depois por Rex Stout e agora deixei-me envolver completamente pela onda de policiais vindos do frio. Acabei de ler A Princesa de Gelo, de Camilla Läckberg e foi daqueles livros que me prenderam desde a primeira página. O enredo está muito bem construído, trazendo à tona mistérios atrás de mistérios que só são desvendados no final. A história passa-se na gélida cidadezinha de Fjällbacka, onde Erica e Patrick vão desenredando lentamente a teia complexa de tragédias passadas que levaram ao assassinato de Alex numa banheira gelada em pleno inverno sueco. Aliás o frio e o gelo estão presentes de tal forma no livro que quase os sentimos na nossa pele e na nossa alma. Apesar de estarmos num sofá quentinho e na temperatura mais amena de Lisboa, o fascínio pelas terras geladas da Escandinávia adensa-se e viajamos facilmente até lá. Também é um pouco para isso que servem os livros, certo? Para viajar sem sair do lugar. Recomendo vivamente para quem gosta de policiais.


Segue-se Millenium e depois logo se vê.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"Muitos anos depois...

..., diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e cana, contruídas nas margens de um rio de águas tranparentes que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos."

Assim começa Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. O livro andava cá por casa há muito tempo, mas sempre adiei a leitura, por ter um "problema" com livros muito grandes. Já tinha lido García Márquez e gostado muito de alguns livros, como Do Amor e Outros Demónios, mas nada me preparava para este portento. Que livro maravilhoso. Desde a primeira linha ficamos presos à mágica história da família Buendía,  sem conseguir resistir aos encantos de personagens tão fascinantes. A própria povoação onde a história decorre, Macondo, é quase uma personagem com vida própria e tão fascinante como as humanas. O final do livro é arrebatador. Tão bem escrito que até emociona. Adorei.

Fiquei também feliz por saber que o livro está a ser traduzido para a língua indígena wayuunaiki dos índios Wayúu, habitantes do norte da Colômbia. É sempre bom saber que cada vez se dá mais importância à preservação das línguas e das culturas indígenas.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago

"O ser humano inventou Deus e depois escravizou-se a ele", frase brilhante de José Saramago. Frase que expressa a sua relação conflituosa com Deus e a religião: era ateu, mas não conseguia deixar de escrever sobre Deus. Entendo perfeitamente esse conflito.

Tenho uma relação conflituosa com a religião. Conflituosa e não resolvida. Questiono muitas coisas, tenho muitas dúvidas, mas uma coisa sei: o meu Deus não é o de qualquer das grandes religiões monoteístas. O meu Deus não é o Deus católico, nem o Deus muçulmano, nem o Deus judaico. O meu Deus é construído todos os dias. A cada dia vou acrescentando um adjectivo, uma frase, um conceito à minha definição de Deus.

O ser humano tem sido escravo desse Deus inventado ao longo dos séculos e, incrivelmente, continua a ser até aos dias de hoje.

Saramago decidiu sair de Portugal, quando a sua obra Evangelho Segundo Jesus Cristo foi criticada por gente que nunca a tinha lido, mas que correu a dizer que ofendia e feria a cultura religiosa dos portugueses. Foi impedido de concorrer a um prémio literário com a desculpa de que a obra "ofendia a moral católica dos portugueses".

Depois da celeuma levantada aquando da publicação de Caím, seu último livro, parece-me que vamos continuar escravizados por muito tempo.

José Saramago morreu hoje aos 87 anos de idade em Lanzarote.

domingo, 26 de julho de 2009

Leite Derramado no Cabo Espichel









Gostaria de saber escrever como Chico Buarque para poder falar sobre o seu último livro, Leite Derramado, mas infelizmente não sei. Só sei dizer que foi amor à primeira frase, que li, que ri, que me encantei com o português de Chico Buarque, que fiquei com vontade de falar dele como se ele fosse apenas o chico, aquele amigo cá de casa, que fiquei nostálgica de chalés demolidos, que fiquei triste, que voltei a rir e que por fim voltei a ficar triste e nostálgica, mas isso sou só eu que tenho uma alma nostálgica por natureza. Recomendo.

Recomendo também um passeio ao Cabo Espichel a quem nunca foi. Aliás toda a zona é maravilhosa. E de repente lembro-me que já só tenho uma semana de férias...

domingo, 12 de julho de 2009

Férias II






As férias até agora estão a ser deliciosas. Muita prainha, muita vitamina D, passeios, descanso, leitura, em resumo, uma maravilha.

Estou a ler o último livro de Chico Buarque, Leite Derramado, um livro que é leve sem ser light, se é que percebem o que quero dizer. O livro não é de maneira nenhuma frívolo ou fútil, muito pelo contrário, é um livro que aborda o tema do envelhecimento, do esquecimento, da confusão de memórias na cabeça de um idoso, de passados maravilhosos e de presentes tristes, mas cuja escrita flui tão facilmente que nos faz continuar numa leitura cheia de prazer, sem ter vontade de parar. Estou a lê-lo em todo o lado: em casa, na praia, numa esplanada, na relva à sombra de uma árvore... Está escrito num português tão bonito, que me traz algumas lembranças de Machado de Assis. Não falo no estilo, apenas num português que fica a meio caminho entre o português de Portugal e o português do Brasil actuais, e que me parece mais bonito ainda. Não conhecia o Chico escritor de livros, apenas o escritor de canções, mas acho que este senhor está muito bem em qualquer das áreas.

Lá está ele na foto, ao lado dos protectores solares. Ainda não comentei aqui, o resultado do estudo da DECO que chegou à conclusão que o melhor protector solar à venda em Portugal é o Ambre Solaire da Garnier, hihihi. Por acaso é o que sempre usei no corpo, enquanto amigas minhas gastavam balúrdios em cremes de perfumaria de marcas glamorosas! Qual Chanel, qual Dior, qual quê! O Ambre Solaire é que é! Sim, sim, aquele que se vende nos supermercados e é bem baratinho, aquele que é acessível a todos os bolsos, esse é que é o melhor! Adorei! Vitória do povo, para variar!


Mesmo sem saber tenho acertado nos melhores protectores solares do mercado. Para o rosto compro Biotherm que é o segundo melhor creme protector do mercado, segundo este estudo.

Fiquem bem, aproveitem a vida, leiam, sejam felizes.

terça-feira, 10 de março de 2009

Catarina de Bragança

Já há bastante tempo que não escrevia para a Academia, primeiro porque andei um bocadinho arredada dos livros e porque depois comecei a ler um livro muito grande. Mas agora aqui estou eu a cumprir o meu dever de sócia da Academia dos Livros, o que neste caso não é só um dever mas também um prazer.
Acabei agora de ler o livro de Isabel Stilwell, Catarina de Bragança, A Coragem de uma Infanta Portuguesa que se tornou Rainha de Inglaterra. Este livro conta a história de Catarina de Bragança desde o nascimento até à morte. A escrita da autora é muito simples e fluida. O livro não pretende ser uma obra-prima da literatura, apenas uma biografia completa da rainha. Apesar de alguns factores serem romanceados, todas as fases da vida de Catarina são contadas com muito rigor histórico e são raras as personagens do livro que não são reais.
O livro começa por contar a infância simples e despreocupada de Catarina e de seus irmãos no Palácio de Vila Viçosa. Na altura eram apenas herdeiros do Duque de Bragança, não sonhavam que um dia o seu pai iria ser rei e eles infantes de Portugal. Nessa época o país tinha caído sob o domínio de Castela, sendo Filipe IV de Castela também Filipe III de Portugal. Quando Catarina tinha 3 anos o seu pai tornou-se rei de uma nova dinastia de reis portugueses e toda a família se mudou para o Paço da Ribeira, em Lisboa.
Paço da Ribeira, Lisboa, Séc. XVII
O período da Restauração, com todas as suas dificuldades e as intrigas típicas de qualquer corte transformaram a vida de toda a família, principalmente a de D. JoãoIV e D. Luisa de Gusmão que enfrentaram as maiores dificuldades para vencer a guerra contra Castela. Mas também Catarina viu a sua vida completamente alterada e tocada muitas vezes pela tragédia. Foi aqui que perdeu os seus dois irmãos mais velhos, Teodósio, o herdeiro do trono, e Joana, a sua confidente. Foi aqui que lhe disseram, que com a morte de sua irmã, lhe caberia a ela a tarefa de fazer um casamento útil ao esforço de guerra. Foi também aqui que começou a formar o seu carácter com a influência positiva de Padre António Vieira e de seus pais. Poderíamos dizer que Catarina herdou o melhor de cada um dos seus pais: o carácter forte da mãe e o feitio doce do pai.

Durante anos foi negociado o seu casamento com Charles, herdeiro do trono da Inglaterra, para assegurar a ajuda financeira desse país à nossa guerra da Restauração. Como já disse no post anterior o dote da princesa foi pago em açúcar vindo do Brasil, especiarias vindas do Oriente, e também a praça de Bombaim, muito útil aos ingleses que assim iniciaram a sua intensa actividade comercial com a Índia, mais tarde colónia inglesa. Foi também D. Catarina que introduziu na corte inglesa o hábito de tomar chá a meio da tarde, hoje tão típico dos ingleses!
A sua atribulada vida de casada fica por contar, quem quiser saber mais tem que ler o livro.

Em resumo, achei a obra muito interessante, muito rigorosa em termos históricos e muito agradável de ler. A autora, luso-britânica, mostra com subtileza as diferenças culturais existentes na época entre os dois países, e o peso gigantesco da religião na sociedade da época. Leiam. Uma lição de história nunca fez mal a ninguém. Ficamos sempre a perceber um pouco melhor o presente, quanto conhecemos bem o passado.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Estou apaixonada...

pela escrita de Ian McEwan:

"Perowne sometimes wonders if, in his youth, he could ever have guessed that he would one day father a blues musician. (...) How have he and Rosalind, such dutiful, conventional types, given rise to such a free spirit?

(...)He likes the blues well enough - in fact, he was the one who showed the nine-year-old Theo how it worked. (...) But is there a lifetime's satisfaction in twelve bars of three obvious chords? Perhaps it's one of those cases of a microcosm giving you the whole world. Like a Spode dinner plate. Or a single cell. Or, as Daisy says, like a Jane Austen novel. (...) To see the world in a grain of sand."

Saturday, Ian McEwan


"Finally she rolls over to face him. This side of the human form exhales a communicative warmth. As they kiss he imagines the green eyes seeking out his own. The commonplace cycle of falling asleep and waking, in darkness, under private cover, with another creature, a pale soft tender mammal, putting faces together in a ritual of affection, briefly settled in the eternal necessities of warmth, comfort, safety, crossing limbs to draw nearer - a simple daily consolation, almost too obvious, easy to forget by daylight. Has a poet ever written it up? Not the single occasion, but its repetition through the years. He'll ask his daughter."


Saturday, Ian McEwan

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A fútil e a rata de biblioteca

As pessoas adoram esteriótipos. Adoram generalizar. É tão fácil pôr etiquetas nos outros, encaixá-los nesta ou naquela gaveta. As mulheres que gostam de ler são umas chatas que usam óculos tipo fundo de garrafa. As mulheres que gostam da série Sexo e a Cidade são umas fúteis, cabecinhas ocas, que não conseguem pensar em mais nada a não ser em roupas e sapatos. Eu acho que isso só revela uma visão muito redutora do mundo e sobretudo das mulheres!

Mas porque é que uma mulher não pode gostar de literatura e de sapatos ao mesmo tempo? E porque é que uma mulher que gosta de seguir as aventuras da Carrie Bradshaw tem que ser obrigatoriamente fútil? Desde quando é que uma mulher culta não pode ser elegante? Ai que cabecinhas tão estreitas...


segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Le Clézio e Frida

Auto-Retrato, Frida Kahlo
Andei nos últimos tempos convencida de que desconhecia completamente a obra do Nobel da Literatura deste ano. Para além dum conto que li na faculdade e do qual já nem sequer me lembro do nome (podia ir ver mas estou com preguiça!), estava convencida que nunca tinha lido nada de Le Clézio. Mas enganei-me. Li um livro e por acaso até gostei muito, retrata a vida de Diego Rivera e Frida Kahlo e chama-se simplesmente Diego & Frida. É uma biografia muito bem escrita e interessante. A vida destes dois foi digna de livro, filme, tudo e mais alguma coisa: é fascinante e perturbadora ao mesmo tempo e o livro espelha isso muito bem.
O "problema" é que o livro em questão não é muito representativo da obra do autor, porque é uma biografia. Ou seja, fico na mesma, não conheço a obra de Le Clézio. Mas também não estou muito preocupada com isso. Há muitos Nobel que eu não li e não me sinto diminuída por isso. O Nobel é uma garantia de qualidade mas não me garante a mim que eu goste da obra.
Mas uma coisa Le Clézio fez por mim, fez-me ter um certo fascínio por essa criatura estranha e talentosa que foi Frida Kahlo.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Continuando com Jane Eyre


Os anos do orfanato. A perda da sua única amiga.

"Quando acordei já era dia; um movimento estranho acordou-me; olhei para cima; estava nos braços de alguém; a enfermeira levava-me ao colo de volta para o dormitório. Não fui repreendida por ter saído da cama; as pessoas tinham mais em que pensar; ninguém deu resposta às minhas perguntas; só dois dias depois soube que Miss Temple, quando regressou ao seu quarto de madrugada, me tinha encontrado deitada na pequena cama; o meu rosto encostado ao ombro de Helen Burns, os meus braços à volta do seu pescoço. Eu estava a dormir e Helen estava - morta."

Jane Eyre, Charlotte Bronte
Tradução minha (mantive a pontuação original)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Jane Eyre

Ontem descobri que ía dar a adaptação da BBC de Jane Eyre, a magnífica obra de Charlotte Bronte, e fiquei colada ao ecrã. Gostei muito da adaptação, mas claro que o livro é muito mais intenso do que a série. Não entendo é porque é que a RTP 2 resolve dar dois episódios seguidos. Eles esquecem-se que eu tenho que me levantar cedo!!!
NOTA: O raio deste teclado pré-histórico não me deixou colocar o trema no e de Bronte, mas vocês sabem que ele está lá!