Papers by salvador schavelzon
Revista Direito e Praxis, 2024
ResumoDiscussões críticas sobre a tese do Antropoceno apontam para a necessidade de ... more ResumoDiscussões críticas sobre a tese do Antropoceno apontam para a necessidade de uma reconfiguração radical da política e do direito. Propomos que possíveis caminhos para essa reconfiguração estão presentes nas práticas de defesa do território e modo de vida do povo Munduruku, especialmente no processo de autodemarcação do território Daje Kapap Eypi, no médio curso do rio Tapajós, iniciado em resposta à paralisação da demarcação da terra pelo governo brasileiro e ao avanço do licenciamento da Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós. A partir de uma análise dos conflitos em torno deste território, investigamos o embate entre duas lógicas jurídicas antagônicas: de um lado, um direito do Antropoceno, que reforça a separação entre natureza e sociedade, rejeita modos existência que fogem a essa dualidade, e aprofunda o extrativismo predatório; e, de outro, um direito cosmopolítico dos Munduruku, no qual direitos e obrigações são constituídos por redes de entidades humana s e mais-que-humanas, por práticas autônomas de tomada de decisão e pela experiência situada e viva do território. Argumentamos que o direito cosmopolítico dos Munduruku tem constituído territórios capazes de frear o avanço do extrativismo e da destruição ecológica, e deve ser entendido como uma práticajurídica que sustenta e repara as condições de vida num planeta ferido. Palavras-chave: Autodemarcação Munduruku; Antropoceno; Direito cosmopolítico.AbstractCritical discussions about the Anthropocene point to the necessity of a radical recasting of politics and law. We propose that potential paths for this recasting can be found in the practices through which the Munduruku defend their territory and way of life, particularly in the self-demarcation of the Daje Kapap Eypiterritory, initiated in 2014 in response to the Brazilian government's halt on the land demarcation process and the advancement of the São Luiz do Tapajós Hydroelectric Dam licensing. Through an analysis of conflicts surrounding this territory, we investigate the clash between two antagonistic legal logics: on one side, a law of the Anthropocene, which reinforces the separation between nature and society, rejects modes of existence that transcend this duality, and deepens predatory extractivism; and on theother, a cosmopolitical law of the Munduruku, in which rights and obligations are constituted by networks of human and more-than-human entities, autonomous decision-making practices, and the situated experience of territory. We argue that the cosmopolitical legal practice of the Munduruku has established territories capable of halting the advance of extractivism and ecological destruction andshould be understood as a legal practice that sustains and repairs the conditions of life on a damaged planet.Keywords: Munduruku self-demarcation; Anthropocene; Cosmopolitical law.
Routledge eBooks, Jun 15, 2023
Lugar Comum – Estudos de mídia, cultura e democracia, 2021
Recherches amérindiennes au Québec, Apr 2, 2014
Tous droits réservés © Recherches amérindiennes au Québec, 2012 Ce document est protégé par la lo... more Tous droits réservés © Recherches amérindiennes au Québec, 2012 Ce document est protégé par la loi sur le droit d'auteur. L'utilisation des services d'Érudit (y compris la reproduction) est assujettie à sa politique d'utilisation que vous pouvez consulter en ligne.
Porto Alegre O antes, o durante e o depois das mobilizações de 2013 em Porto Alegre: A força das ... more Porto Alegre O antes, o durante e o depois das mobilizações de 2013 em Porto Alegre: A força das ruas e seus desafi os Lorena Castillo 07 Recife Nem solitárias, nem amargas: a luta pelo direito à cidade para e pelas pessoas-O caso do #OcupeEstelita Érico Andrade, Liana Cirne Lins e Frida Lemos (colaboração) 08 Rio de Janeiro Junho Preto: Favelado ocupando as ruas Thamyra Thâmara 09 São Luís Jornadas de Junho no Maranhão: as ruas e as redes como espaço da reivindicação Cláudio Castro e Bruno Rogens 10 São Paulo Revolta popular: o limite da tática Caio Martins e Leonardo Cordeiro 11 São Paulo Uma visão parcial como Advogado Ativista Daniel Biral 12 Vitória Ponte interditada por manifestantes Haroldo Lima SuMÁRIo potên cia das ruas e das redes Ju nh o • Alana Moraes é mestre e doutoranda em antropologia pela UFRJ. Interessada em cosmopolíticas subalternas. Militante feminista e das ruas. • Bernardo Gutiérrez é jornalista, escritor, mídia-ativista e pesquisador de redes. É o autor dos livros 'Calle Amazonas' (Altaïr, Barcelona) e '#24H' (Dpr-Barcelona), É o fundador da rede FuturaMedia. net, baseada em São Paulo, e forma parte da Global Revolution Research Network (GRRN) da Universitat Oberta de Catalunya (UOC). • Caio Martins é militante do Movimento Passe Livre de São Paulo e estuda História na USP.
Novos Estudos - CEBRAP, 2015
Rece bido para publi ca ção em 13 de agosto de 2015.
Revista de Antropologia da UFSCar
Este texto presenta algunas notas sobre la situación actual de las luchas indígenas bolivianas, i... more Este texto presenta algunas notas sobre la situación actual de las luchas indígenas bolivianas, intentando trazar algunos puentes con otras luchas indígenas de la región, en particular la de los pueblos minoritarios brasileros. Daremos continuidad, así, a una conversación iniciada en la Universidade Federal de São Carlos (PPGAS), diciembre 2011, cuando contrastamos experiencias etnográficas y políticas andinas con las provenientes de la realidad Guaraní del Estado brasilero de Mato Grosso do Sul, presentadas por los investigadores que también publican aquí sus aportes.
En este trabajo analizamos la propuesta de plurinacionalidad como forma novedosa de control y reg... more En este trabajo analizamos la propuesta de plurinacionalidad como forma novedosa de control y regulación estatal, que como principios rectores busca autolimitar su soberanía al dar lugar a la autonomía y al pluralismo. Revisando bibliografía reciente vinculada al llamado giro ontológico en antropología, abordamos el caso de las propuestas constitucionales de indígenas y campesinos en Bolivia. A partir del mismo, constatamos la necesidad de articular enfoques que parten de la inconmensurabilidad de mundos y ontologías a los que se desarrollan en escenarios de yuxtaposición y combinación de diferencia.In this paper I analyze the plurinationality proposal as a kind of State control that seeksto self-regulate its own sovereignty, allowing autonomy and pluralism as guiding principles. Reviewing recent literature related to the so called ontological turn in anthropology, I address the case of constitutional proposals of...
BAJO EL VOLCÁN.REVISTA DEL POSGRADO DE SOCIOLOGÍA. BUAP., Jul 8, 2020
Los meses de octubre y noviembre de 2019 trasladaron el protagonismo político a las calles en var... more Los meses de octubre y noviembre de 2019 trasladaron el protagonismo político a las calles en varios países latinoamericanos. En Colombia y Chile, gobiernos de derecha que venían de imponerse electoralmente, encontraron fuertes protestas, que iniciaron 2020 sin solución de continuidad. Aún sin respuestas a la altura de la movilización, parecen abrirse caminos de imaginación política de lo que antes era impensable.
História e Lutas sociais: a classe que trabalha em movimento., 2019
Lugar Comum – Estudos de mídia, cultura e democracia, 2019
Cadernos de Subjetividade, 2011
TECCOGS: Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, 2022
A partir do diálogo entre pesquisas e campos disciplinares diversos, esse texto apresenta dez not... more A partir do diálogo entre pesquisas e campos disciplinares diversos, esse texto apresenta dez notas, em forma de conversa, para pensar coletivamente e através de distintas formas de escrita, alternativas de mundos interespecíficos, ferales, não humanos, de plasticidade e resistência no Antropoceno reunindo perspectivas que discutem algumas teorias antropológicas e filosóficas contemporâneas com foco na cosmopolítica de mundos vegetais e animais. Modulações a respeito do conceito de Antropoceno, tais como Capitaloceno, Plantationceno ou Chthuluceno, permitem pensar quais são as implicações do humano ser o centro do Universo e como isso incide diretamente na vida do planeta. Como dar conta simultaneamente do problema da centralidade do humano, mostrando uma realidade pós humanista e interespecífica, e do problema do potencial destrutivo do ser humano, e o impacto do mesmo na vida na terra com consequências que não podem ser relevadas? Considerou-se o contexto atual, de uma crescente p...
Lugar Comum – Estudos de mídia, cultura e democracia, 2020
Tellus, 2022
Este artículo presenta la experiencia de los Guardiões da Floresta (Guardianes de la Selva) organ... more Este artículo presenta la experiencia de los Guardiões da Floresta (Guardianes de la Selva) organizado por una red de pueblos indígenas en distintos territorios de los estados brasileros de Maranhão y Pará. A partir de una discusión sobre la extensión de propuestas de autonomía y autodefensa indígena en latinoamérica, analizamos su situación actual y la viabilidad de la experiencia, considerando las amenazas y ataques a los cuales responden. Nos preguntamos también por la posibilidad de entender la iniciativa como expresión de autonomía y cosmopolítica, entendiendo la existencia de esta red como compleja articulación de instituciones, políticas y mundos diferentes.
Os que leem esta apresentação da tradução do texto "Indigenous Cosmopolitics in the ", de Marisol... more Os que leem esta apresentação da tradução do texto "Indigenous Cosmopolitics in the ", de Marisol de la Cadena, provavelmente chegaram até aqui interessados pela questão da cosmopolítica. Tal discussão, que crescentemente habita a antropologia feita no Brasil, faz parte de um movimento da disciplina em direção a mundos outros, cada vez mais visíveis em nossas defeituosas ferramentas intelectuais. Esse movimento parte dos mundos cosmopolíticos, dos não humanos e de concepções não modernas e não naturalistas que invadem o pensamento ocidental pelo elo mais fraco, a antropologia-mas não só. O movimento de desocidentalização do pensamento contemporâneo é contundente e vai além do exercício de tolerância, inclusão e reconhecimento de outras vozes e cosmovisões. Trata-se de um movimento em que o próprio Ocidente se entende como cada vez mais cosmopolítico. Em trabalhos como o de Marisol, as montanhas e seres-terra falam por si, e não como "crença" ou "cultura" de povos que fazem esse recorte do real no plano do pensamento ou das cosmovisões e culturas, modo pelo qual a antropologia os registraria como numa tarefa de "resgate". Na antropologia, cosmopolítica não é nem um conceito, nem descreve o esforço condescendente
En este trabajo analizamos la propuesta de plurinacionalidad como forma novedosa de control y reg... more En este trabajo analizamos la propuesta de plurinacionalidad como forma novedosa de control y regulacion estatal, que como principios rectores busca autolimitar su soberania al dar lugar a la autonomia y al pluralismo. Revisando bibliografia reciente vinculada al llamado giro ontologico en antropologia, abordamos el caso de las propuestas constitucionales de indigenas y campesinos en Bolivia. A partir del mismo, constatamos la necesidad de articular enfoques que parten de la inconmensurabilidad de mundos y ontologias a los que se desarrollan en escenarios de yuxtaposicion y combinacion de diferencia.
Multitudes, 2020
Entre le scenario d’arrivee de nouveaux gouvernements de droite et celui du retour au progressism... more Entre le scenario d’arrivee de nouveaux gouvernements de droite et celui du retour au progressisme, l’Amerique du Sud fait preuve d’une instabilite politique et d’une crise de gouvernement qui montre la fin des structures politiques de consensus qui l’ont gouvernee ces dernieres decennies. Alors qu’au Chili et dans d’autres pays, l’annee 2019 a offert un panorama de nouvelles protestations, la periode post-pandemique pourra peut-etre engendrer une nouvelle mobilisation politique contre les formes actuelles de gouvernance et les arrangements politiques qui l’accompagnent.
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Papers by salvador schavelzon
La opción de Salvador Schavelzon por la etnografía nos lleva a recorrer y
revivir el encuentro de diferentes ideas y fuerzas políticas en el curso complejo de la construcción de un Estado Plurinacional, y en la movilización de la Pachamama, la Media Luna, el proceso de cambio, los pueblos indígenas, la autonomía, la capitalía, la llegada de campesinos e indígenas al Estado, y voces que permanecían afuera, o en la comunidad.
El libro de Salvador Schavelzon es producto de una investigación de doctorado en antropología y surge desde una mirada cómplice y atenta al proceso estudiado. De esta forma, en lugar de interpretaciones organizadoras que circunscriban el proceso boliviano a “marcos teóricos” explicativos, o lo reduzcan a un “caso”, se busca que las teorías, interpretaciones y explicaciones que aquí se leen sean las de los propios protagonistas del proceso en sus victorias políticas, desilusiones, resistencias, innovaciones conceptuales o encuentros imprevisibles que tuvieron lugar.