Papers by João Camillo Penna
Novos Estudos Cebrap, 2008
Alea Estudos Neolatinos, 2012
A estrutura do volume intercala capítulos de autoria de Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy... more A estrutura do volume intercala capítulos de autoria de Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy, com a tradução francesa de conjuntos de textos dos primeiros românticos alemães, feita em colaboração com Anne-Marie Lang, incluindo as primeiras traduções integrais para o francês dos Fragmentos: Lyceum, Athenäum, Idéias, etc. O volume constitui, em grande medida, entre outras coisas, uma generosa introdução e apresentação da obra dos primeiros românticos alemães ao público francês. Enquanto comentário envolvente destes fragmentos, os capítulos "teóricos"-e o presente não poderia ser uma exceção-fazem referências freqüentes aos fragmentos que discutem. A presente tradução remete-se, portanto, à tradução brasileira dos fragmentos ci
A estrutura do volume intercala capítulos de autoria de Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy... more A estrutura do volume intercala capítulos de autoria de Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy, com a tradução francesa de conjuntos de textos dos primeiros românticos alemães, feita em colaboração com Anne-Marie Lang, incluindo as primeiras traduções integrais para o francês dos Fragmentos: Lyceum, Athenäum, Idéias, etc. O volume constitui, em grande medida, entre outras coisas, uma generosa introdução e apresentação da obra dos primeiros românticos alemães ao público francês. Enquanto comentário envolvente destes fragmentos, os capítulos "teóricos"-e o presente não poderia ser uma exceção-fazem referências freqüentes aos fragmentos que discutem. A presente tradução remete-se, portanto, à tradução brasileira dos fragmentos ci
Tradução editada do primeiro capítulo da tese de doutorado, Clarice Lispector’s ‘things’: the Que... more Tradução editada do primeiro capítulo da tese de doutorado, Clarice Lispector’s ‘things’: the Question of Difference, defendida na Universidade da California, Berkeley (1993). A tradução foi feita por Mateus Toledo Gonçalves. O autor revisou a tradução, com o objetivo de torná-la mais legível em português, acrescentando uma ou outra referência ausente na tese, sem modificar o conteúdo, o tom, ou o projeto original. Trata-se de uma leitura da “coisa” na obra de Clarice Lispector, tomando como exemplo o conto “Uma galinha”, tentando articulá-la a algumas noções retiradas da ontologia de Martin Heidegger

Em minha pesquisa ao longo dos anos me detive sobre o estudo da forma-teste-munho, como forma lit... more Em minha pesquisa ao longo dos anos me detive sobre o estudo da forma-teste-munho, como forma literária situada em uma zona fronteiriça entre o jornalismo, a literatura, a sociologia, a antropologia e a história. Esses campos se diferenciaram no Brasil depois da literatura, cujo caráter "onívoro", conforme demonstração de Antonio Candido, constitui no 19 a nossa sociologia, a nossa antropologia e a nossa história, antes que estas ciências definissem seus próprios campos epistemológicos independen-tes. Campos estes que ainda coexistem, fundidos, no "gênero misto do ensaio" inter-pretativo, clássico brasileiro, em especial dos "demiurgos", segundo expressão conheci-da de Francisco de Oliveira: Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda e Caio Prado Junior. 1 Ater-se a uma forma que parece anterior à diferenciação desses campos, que se distingue evidentemente do ensaio, e da própria literatura como é tradicionalmente concebida, pode ser percebido como um g...
O diagnostico de uma nova configuracao do espaco contemporâneo da politica, cujo nome pode muito ... more O diagnostico de uma nova configuracao do espaco contemporâneo da politica, cujo nome pode muito bem ser o de “estado de excecao”, a partir do exame de certos aspectos com que a politica “social” vem sendo conduzida no Brasil e, de forma exemplar, em alguns paises do mundo, leva a que se ampliem os termos da discussao a partir de cinco campos teoricos: o conceito de imperio na obra de Michael Hardt e Antonio Negri; o de soberania em Carl Schmitt; o de panoptismo e biopoder em Michel Foucault; o de trabalho imaterial em Karl Marx; e o de poder constituinte de Golbery do Couto e Silva.
Este trabajo se propone interrogar la genealogia de los usos modernos de los conceptos de adiccio... more Este trabajo se propone interrogar la genealogia de los usos modernos de los conceptos de adiccion y dependencia. Se trata de estudiar como esta construida la polaridad dependencia – independencia, como pasaje de un estado a otro y, en este mismo sentido, pensar el sentido juridico, filosofico del sujeto moderno en relacion con los vinculos de posesion natural que definen la esclavitud clasica y colonial; del mismo modo reflexionar como el estado de independencia personal / nacional habia sido construido como negacion o superacion de la dependencia. Finalmente, se analiza el poema de un dependiente, “Salvoconducto”, del poeta Jose Antonio Penna

Aqui se discute a necessidade do abandono da Tragedia e a impossibilidade desse abandono, porque ... more Aqui se discute a necessidade do abandono da Tragedia e a impossibilidade desse abandono, porque na tragedia temos a expressao do luto da historia e, na verdade, do niilismo Ocidental. Pensar “apos-tragedia” e, na verdade, pensar aporisticamente os impasses a que a modernidade chegou. Traducao : Joao Camillo Penna Abstract : The essay contemplates the need to abandon Tragedy and the simultaneous impossibility of this abandonment. In Tragedy there is the expression of History’s grief and, in truth, of Occident’s Nihilism. Thinking a “post-tragedy” actually means thinking aporistically the blockage points towards which modernity arrived. Keywords : Grief; Tragedy; Impossibility of Tragedy; Time and History; Nihilism. Jean-Luc Nancy e professor de filsofia na Universidade de Estrasburgo. Um dos grandes nomes da filosofia contemporânea, tem extensa obra, ressaltando-se os volumes que escreveu com Philippe Lacoue-Labarthe, como O absoluto literario, O mito nazi, A imitacao dos modernos, ...
A partir de duas frases de A ficcao do politico , de Lacoue-Labathe: “No apocalipse de Auschwitz ... more A partir de duas frases de A ficcao do politico , de Lacoue-Labathe: “No apocalipse de Auschwitz nao e nada mais nada menos do que o Ocidente em sua essencia que se relevou -- e nao cessa desde entao de se revelar”; e, “Deus efetivamente morreu em Auschwitz [...]”, tratase de pensar a especificidade metafisica e espiritual da Auschwitz no contexto de uma elaboracao da nocao de tragico.

O numero 17 de A Terceira Margem e uma homenagem ao filosofo frances Philippe Lacoue-Labarthe, fa... more O numero 17 de A Terceira Margem e uma homenagem ao filosofo frances Philippe Lacoue-Labarthe, falecido em 27 de janeiro de 2007. O obituario do Liberation , publicado poucos dias apos a sua morte, se iniciava da seguinte forma: “Philippe Lacoue-Labarthe morreu de insuficiencia respiratoria na noite de sabado para domingo, no Hospital Saint Louis em Paris. Filosofo, germanista, tradutor e homem de teatro, professor de estetica na Universidade de Strasbourg, ele tinha 67 anos.” As quatro secoes do presente numero de A Terceira Margem compoem um quadro bastante amplo de contribuicoes sobre, de, e em torno da sua obra. A secao “A€ memoria de” se inicia com o ultimo texto de Lacoue-Labarthe, que publicamos em edi- cao bilingue, mantendo a sua forma inacabada e suspensiva. O fragmento -- poderiamos chama-lo assim -- foi escrito em sua ultima estada no hospital, poucos dias antes de sua morte. Relata os dois “episodios” de coma sofridos por ele ao longo do periodo de sua luta com os desdo...

fólio - Revista de Letras
A maçã no escuro (1961) fala sobre Martim, em fuga por um crime cometido que o leitor desconhece.... more A maçã no escuro (1961) fala sobre Martim, em fuga por um crime cometido que o leitor desconhece. E que ao encontrar uma fazenda, vê a oportunidade de se esconder da polícia trabalhando para e se relacionando afetivamente com duas mulheres, Ermelinda e Vitória. No entanto, apesar da certeza do crime e da constante iminência de sua denúncia, o leitor vem tarde a ter conhecimento do que de fato ocorreu: é apenas ao fim do livro quando Vitória denuncia às autoridades que Martim é um criminoso em fuga que seu ato é revelado-confessado: o assassinato de sua esposa. No entanto, Martim é surpreendido pela notícia de que o crime não foi bem-sucedido e que sua mulher sobreviveu. A sobrevivência da suposta vítima colocaria em xeque o estatuto de crime do ato?, o esvaziaria?, e, portanto, desestabilizaria a lógica de fuga e culpa do assassino?, do assassino agora em potencial, do criminoso de um crime que não ocorreu até o fim, de um crime que portanto não haveria ocorrido? O criminoso de um c...

Literatura e Autoritarismo, Dec 31, 2017
O artigo abordará a relação do homossexual com o cárcere, partindo do modo pelo qual o heteronorm... more O artigo abordará a relação do homossexual com o cárcere, partindo do modo pelo qual o heteronormativo se posicionou diante desse homossexual encarcerado. Tendo por base dois livros canônicos da literatura de testemunho dos sobreviventes da Segunda Guerra, que focalizam o preso político e o preso por motivos religiosos, É isto um homem?, do italiano Primo Levi e A espécie humana, do francês Robert Antelme, se analisará o posicionamento desses autores frente a homossexualidade observada por eles de longe, no campo de concentração-extermínio. Por sua vez, vêm à tona os testemunhos Antes que anoiteça, do escritor cubano e homossexual Reinaldo Arenas, e do francês homossexual Pierre Seel, Eu, Pierre Seel, deportado homossexual, ambos enviados a presídio e campo de concentração-extermínio. Se objetiva, portanto, analisar as diferentes abordagens do outro e do eu.

Revista Criação & Crítica
A maior contribuição de Antonio Candido ao pensamento brasileiro é a constituição da crítica lite... more A maior contribuição de Antonio Candido ao pensamento brasileiro é a constituição da crítica literária em um campo autônomo de conhecimento, com o seu próprio objeto delimitado e separado. Isso mobiliza um movimento duplo: de diferenciação do campo da crítica em relação a outros objetos do conhecimento (digamos, à Sociologia)um movimento que responde à inspiração profundamente "esclarecida" (no sentido da Aufklärung) -; e de "incorporação" da exterioridade dos processos sociais pelo objeto literário. O primeiro movimento reconfigurado como uma margem interna ou limite do objeto de investigação, descrito, em termos literários, como articulação entre o texto e o real. Aplicado ao estudo da literatura brasileira e de sua formação, ocupação à qual Candido dedicou grande parte de seus esforços, esses dois movimentos correspondem a duas facetas do processo de emancipação cultural, e descrevem o modo pelo qual se constitui o sujeito da literatura brasileira e a literatura brasileira como sujeito. A literatura brasileira é formada essencialmente no duplo movimento de se diferenciar de Portugalcontinuando a linhagem da literatura portuguesa -, e de integrar os povos excluídos, as culturas "residuais" (como Raymond Williams chamaria), ou subalternas, que ela reflete, incorporando-as, ao mesmo tempo em que as exclui, homogeneizando o heterogêneo em conteúdos múltiplos subsumidos em uma forma unificada mas diferenciada. A estruturação da "formação" como expansão integradora da representação nacional é descrita no Formação da Literatura Brasileira, de 1959, por Candido. Há todo um ciclo de formações do Brasil. Todos esses ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro possivelmente emulam o modelo particular do Bildungsroman
Teresa
Em seu ensaio "A violência da poesia", 1 a interpretação de poemas de Armando Freitas Filho remet... more Em seu ensaio "A violência da poesia", 1 a interpretação de poemas de Armando Freitas Filho remete ao massacre da Candelária, ao menino João Hélio, e ao assassinato de Eliza Samudio. Em seu estudo, são importantes, entre outros elementos, as imagens de vítimas e a noção de Homo sacer. Você poderia caracterizar a importância de Freitas Filho para a literatura brasileira, comentando sua singularidade e sua especificidade como poeta? Anos depois deste ensaio, publicado em 2011, como você avalia as relações entre violência e poesia contemporânea no Brasil?
Metamorfoses - Revista de Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros
m minha pesquisa ao longo dos anos me detive sobre o estudo da forma-testemunho, como forma liter... more m minha pesquisa ao longo dos anos me detive sobre o estudo da forma-testemunho, como forma literária situada em uma zona fronteiriça entre o jornalismo, a literatura, a sociologia, a antropologia e a história. Esses campos se diferenciaram no Brasil depois da literatura, cujo caráter “onívoro”, conforme demonstração de Antonio Candido, constitui no 19 a nossa sociologia, a nossa antropologia e a nossa história, antes que estas ciências definissem seus próprios campos epistemológicos independentes.
Alea : Estudos Neolatinos
O artigo se propõe a ler três poemas do poeta carioca Armando Freitas Filho que giram em torno da... more O artigo se propõe a ler três poemas do poeta carioca Armando Freitas Filho que giram em torno da temática da violência urbana recente. Para tanto, parte da leitura de alguns poemas políticos anteriores, escritos na época da ditadura militar, de autoria do mesmo poeta. A hipótese levantada pelo artigo é a de que a poesia, e especificamente a poesia de Armando Freitas Filho, dá um tratamento especial à figura da vítima, o novo sujeito da política, ao retirá-la do campo da visualidade em que a representação midiática a expõe, inserindo uma falha ou ponto irrepresentável, a partir do qual o poema se escreve.

Teresa, 2003
Não exagero ao afirmar que as duas teses de Hermano Vianna, O mundo funk carioca (1988) e O misté... more Não exagero ao afirmar que as duas teses de Hermano Vianna, O mundo funk carioca (1988) e O mistério do sam ba (1995), renovaram profundamente o debate sobre m ú sica popular brasileira quando apareceram. A utilização do instrumental da antropologia na reflexão sobre a mú sica permite o desentranhamento preciso e circunstan ciado dos processos sociais da gênese heterogênea da música popular brasileira. Na retom ada dos dois projetos, contida no prim eiro anexo de O mistério do sam ba, H erm ano restabelece retrospectivamente uma coerência entre os livros pelo viés do conceito de transculturação, cunhado pelo an tropólogo cubano Fernando O rtiz1 No livro sobre o funk ele tentara exam inar a maneira pela qual uma m ú sica norte-am ericana fora adotada nos subúrbios ca riocas, com resultados absolutamente diferentes de seu uso n orte-am ericano2. Já em O mistério do sam ba, ele analisara a fabricação (invenção ou construção) em i nentemente artificial do samba "autêntico" , como sím bolo da identidade nacional, a partir de uma tradição de contatos, portanto, também transculturais, entre di versos grupos sociais, notadamente entre a elite e m ú sicos populares (idem). A leitura enfatiza o caráter construtivista, fabricado, radicalm ente inautêntico, das formas culturais: tudo é em préstim o, bricolagem , " redes cooperativas" , diria Howard Becker, um antropólogo caro a Hermano. Tan to na form a local do fu n k carioca, " im portado" de No va York e DJficado nos bailes do Rio, quanto na forma clássica do nacional-popular que é o samba. As naturalizações, nacionalizações, ou racializações cristali zam a posteriori processos complexos, arbitrários e for tuitos, estabilizando suas origens, e, freqüentemente, com o no caso do " sam ba de m orro" carioca, reinven tando-as retrospectivam ente. É desta reinvenção que tratará O mistério do samba. Sem discordar desta leitura, parece-me, no entanto, que 0 projeto comum é outro. Trata-se, a meu ver, de dois livros sobre o acontecimento. No primeiro: o baile funk dos su búrbios do Rio de Janeiro; no segundo, o encontro de gru pos populares e de elite. No primeiro, a festa de puro gas to improdutivo, parêntese excessivo à "vida séria" , que não "serve" para nada, não produz sentido, ou identidade, não tem função, não "resiste" a nada, nem tampouco é progra mada por qualquer megaplano imperialista. Os bailes, em sua maioria, quase não podem ser diferen ciados uns dos outros: tocam as mesmas músicas, têm o mesmo ritmo, a mesma "economia" de intensidade e animação3 358-i PE N N A , Jo ã o Camillo. O encontro e a festa
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