Papers by Gisele Batista Candido
Ainda que frequentemente os escritos de Fernando Pessoa sejam relacionados e cotejados à obra de ... more Ainda que frequentemente os escritos de Fernando Pessoa sejam relacionados e cotejados à obra de diversos autores da filosofia, escassos são os trabalhos que buscam revelar seu teor filosófico próprio. Tendo isso em vista, pretendemos explorar os escritos de Fernando Pessoa com o propósito de investigar sua afinidade com a filosofia, a partir de suas próprias experiências. Assim, embora a obra do poeta português seja caracterizada em sua forma e substância por uma pluralidade de sentidos capaz de gerar múltiplas interpretações, nossa hipótese interpretativa é a de que o desassossego é o elemento que não apenas está no cerne das principais experiências de seus escritos, como também justifica o caráter filosófico de seu pensamento poético, na medida em que a abertura de horizonte própria do desassossego envolve um questionamento radical acerca da relação entre existência e consciência.Fernando Pessoas writings have been connected and compared to the works of various philosophers, but ...
Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics, 2020
Considering the history of Philosophy, we can see that, before recognizing and stating thepeculia... more Considering the history of Philosophy, we can see that, before recognizing and stating thepeculiarities of its practices, the philosophical discourse was born in intimate connection to poetry.By exploring moments of tension and proximity between poetic and philosophical discourses, thepresent essay is a reflection on this relationship over time. In order to do so, we focus on the worksof authors such as Homer, Plato, Goethe, F. Schlegel, and Schelling as a strategy to show variationsand emphasize some specific movements within this long dialogue.
Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics, 2020
More than a theme for philosophical reflection, affection has usually been part of philosophy as ... more More than a theme for philosophical reflection, affection has usually been part of philosophy as a constitutive principle of philosophy as a constitutive principle of philosophizing itself.
Trans/Form/Ação, 2020
Comentário Artigos / Articles This is an open-access article distributed under the terms of the C... more Comentário Artigos / Articles This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License.
A pertinencia filosofica da obra de Fernando Pessoa e tal que, constantemente seus leitores mais ... more A pertinencia filosofica da obra de Fernando Pessoa e tal que, constantemente seus leitores mais afeitos ao cotidiano desse universo encontram em seus escritos ecos e ate mesmo referencias que os remetem a diversos autores da filosofia. O proprio poeta portugues reconheceu que “era um poeta inspirado pela filosofia” (PESSOA , Escritos autobiograficos... , p. 19). Com efeito, alem de seu espolio contar com inumeros escritos criticos sobre diferentes filosofos, sua poesia tambem apresenta, de certa forma, teor filosofico. Entretanto, o envolvimento entre poesia e filosofia na obra pessoana nao se configura como uma relacao obvia, como se sua poesia fosse apenas um pretexto para o desenvolvimento de palpitacoes filosoficas ou mesmo uma simples tentativa de poetizar experiencias alheias. Embora o poeta reconheca a influencia da filosofia, ele imediatamente reitera que “nao [e] um filosofo com faculdades poeticas” (PESSOA , Escritos autobiograficos... , p. 19). Nesse horizonte, a poesia ...
PHENOMENOLOGICAL STUDIES-Revista da Abordagem Gestáltica, 2019
Resumo: À medida que prioriza a existência, as experiências expressas nos poemas de Caeiro encont... more Resumo: À medida que prioriza a existência, as experiências expressas nos poemas de Caeiro encontram eco na filosofia fenomenológica. Nesse contexto, Renaud Barbaras apresenta uma leitura profunda e original da obra caeriana, ao pensá-la a partir de problemas frequentados sobretudo pela fenomenologia de Merleau-Ponty. Com efeito, no ensaio Fenomenologia e Literatura: a não filosofia de Fernando Pessoa, Barbaras revela como as experiências cultivadas nos poemas que integram a obra de Caeiro vão além de determinadas soluções ensaiadas pelo filósofo francês, e configuram uma perspectiva radical sobre o pensamento e a existência, que pode e deve ser considerada pela filosofia. Ao abordar o pensamento poético-filosófico de Pessoa, e a leitura que Barbaras faz da poesia de Caeiro, este ensaio tratará do diálogo entre os discursos poético e filosófico, buscando mostrar como o poético pode ser um espaço privilegiado para o desenvolvimento de experiências de teor filosófico que excedem e, todavia, compõem a filosofia.
Griot : Revista de Filosofia, 2018
Considerando retrospectivamente os desdobramentos da filosofia, é possível observar que, antes de... more Considerando retrospectivamente os desdobramentos da filosofia, é possível observar que, antes de reconhecer e reafirmar as singularidades de seu exercício, o discurso filosófico tem sua origem intimamente associada à poesia. Evidenciando alguns momentos de cisão e outros momentos de contato entre o discurso poético e o discurso filosófico, o presente ensaio visa abordar e refletir sobre o diálogo entre esses dois discursos ao longo do tempo. Nesse horizonte, consideraremos estrategicamente os trabalhos de autores como Homero, Platão, Goethe, F. Schlegel e Schelling, a fim de evidenciar as oscilações e salientar alguns movimentos específicos dentro desse longo diálogo.
Primeiramente gostaria de agradecer ao prof. Luiz Damon Santos Moutinho, cuja sábia e sempre pert... more Primeiramente gostaria de agradecer ao prof. Luiz Damon Santos Moutinho, cuja sábia e sempre pertinente orientação, desde a iniciação científica, permitiu que eu chegasse ao ponto em que hoje estou. Pelas sugestões e por aceitar fazer parte da qualificação, agradeço ao prof. Breno Hax Junior, e ao prof. Paulo Vieira Neto, com quem eu também pude contar durante minha iniciação científica e formação acadêmica. Agradeço também aos professores Marcos José Müller e Monclar Valverde, não só por aceitarem fazer parte da banca, mas, ainda, pelos escritos e falas que contribuíram com o desenvolvimento dessa dissertação. Gostaria de agradecer aos meus amigos, especialmente Laura e Natália, que com sugestões ou com o apoio da amizade, fizeram parte, direta ou indiretamente, desse trabalho. Agradeço muito a minha família, principalmente aos meus pais que, afáveis mesmo em meus momentos de introspecção, ofereceram-me a paz e o conforto necessários para fazer esse trabalho. Sobretudo, agradeço a Rodrigo Tadeu Gonçalves, meu grande amor, que, além de contribuir diretamente com esse trabalho, revisando-o ou dando-me preciosas sugestões, com sua devoção, amor e carinhosa paciência, é também o responsável por quem hoje eu sou. Assim, enquanto tão singular e preciosa parte da minha vida e de mim, repito: sem você, impensável. iii Resumo É inegável a marcante presença da pintura na obra de Merleau-Ponty. Embora ele se recuse a falar de uma hierarquia entre as artes, e a literatura, a escultura, o cinema e a música de alguma forma também estejam presentes em seus escritos, mais do que todas essas formas de expressão, é o tema da pintura que, sobretudo, permeia as ponderações filosóficas de Merleau-Ponty. Entre outros assuntos, é através da pintura que Merleau-Ponty tecerá e desenvolverá suas conjecturas sobre percepção e expressão, temas tão preciosos para toda sua obra. Analisando três textos, A dúvida de Cézanne, A Linguagem indireta e as vozes do silêncio e O olho e o espírito, onde essa presença da pintura é ainda mais proeminente, pois em tais textos ela é o tema principal, essa dissertação tem como mote revelar a natureza, que se mostrará de caráter fundamental, dessa relação entre a pintura e a filosofia de Merleau-Ponty.
Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics, 2020
Mais do que um tema de reflexão filosófica, o afeto quase sempre se fez presente na filosofia com... more Mais do que um tema de reflexão filosófica, o afeto quase sempre se fez presente na filosofia como constitutivo do princípio mesmo do filosofia.
Gostaria de agradecer especialmente ao prof. Dr. Márcio Suzuki, o principal responsável por todas... more Gostaria de agradecer especialmente ao prof. Dr. Márcio Suzuki, o principal responsável por todas as virtudes desse trabalho. Sem a sua sabedoria, paciência e constante presença, essa tese não seria possível. Obrigada pela orientação, a melhor do mundo, pela inspiração e, sobretudo, pela amizade. Sinto-me honrada em tê-lo como Mestre. É também com muito carinho que agradeço à prof. Dra. Paola Poma, que contribui diretamente para com as melhores partes desse estudo. Obrigada pela maravilhosa orientação, pela amizade e por todo o estímulo. Sinto-me privilegiada por poder contar com suas sugestões e sua presença. Leo, obrigada por todo suporte intelectual, pela paciência, pelo carinho e sobretudo por nosso amor. Seria impensável passar pelos momentos difíceis que passei sem seu carinho e cuidado. Sinto-me uma garota de muita sorte, por tê-lo ao meu lado. Sem o amor incondicional dos meus pais, nada seria possível. Pai, esteja onde estiver, você sempre estará no meu coração. Com amor e saudade, lembro-me de ti todos os dias. Obrigada por ser o melhor pai do mundo. Mãe, nunca imaginei o quão forte você poderia ser. Mesmo em um momento tão difícil, você manteve o equilíbrio e com todo o carinho me consolou. Obrigada por ter cuidado do pai como você cuidou. Amo você. Obrigada Luciano, sem sua força e sua dedicação aos nossos pais, tudo seria muito mais difícil, meu querido irmão. Obrigada Ju, prima e cunhada, por todo carinho, amor e pela sobrinha maravilhosa que você me deu. Vocês estão no meu coração. Obrigada Rafinha pelo amor incondicional aos meus pais, seus avós. Saiba que mesmo longe, você sempre está aqui no meu coração, minha sobrinha amada. Obrigada Iraci pelo seu carinho, cuidado, bom humor e sobretudo pelo filho maravilhoso que você concebeu. Obrigada a todos os familiares pelo carinho, seriam muitos nomes para escrever aqui, mas lembro de todos vocês com muito afeto... Agradeço de coração a todos os amigos e pessoas queridas, que de alguma forma estão presentes na minha vida. Laura e Gabi, obrigada pelas conversas, pelo afeto e pela constância, minhas amigas do coração. Mariana. Jeovane, Thiago, Emirena e Cinelli, sinto falta de nossas conversas e peripécias, vocês sempre estão no meu coração, meus amigos queridos. Marco, Cláudio, Libanio, Wagner, Flaviana, Camila e Laura, foi incrível poder compartilhar de tantos momentos filosóficos e fraternais com vocês. Obrigada Mônica e Damon pela generosidade. Obrigada Kaká, Zeno e Fabião, pela companhia e pelas risadas na república.
Revista Limiar
A vasta e diversificada produção de Fernando Pessoa tem um apelo filosófico tal que seria possíve... more A vasta e diversificada produção de Fernando Pessoa tem um apelo filosófico tal que seria possível vê-la figurar com pertinência entre os autores estudados no universo acadêmico da filosofia, de modo que as pesquisas nessa direção têm se multiplicado atualmente. Nesse sentido, o Fausto pessoano ocupa um lugar singular, porque revela de forma contundente como alguns embates enfrentados pela filosofia, sobretudo no seu exercício especulativo e esclarecedor, serão retomados e desenvolvidos pelo poeta português, abrindo caminho para os desdobramentos de sua poesia e das experiências de seu pensamento poético-filosófico singular. O presente artigo buscará investigar as experiências do pensamento elaboradas em Fausto, tragédia subjetiva, evidenciando sua originalidade.
DoisPontos, 2012
Com a proposta de investigar a originalidade da dimensão ontológica presente na obra de Merleau-P... more Com a proposta de investigar a originalidade da dimensão ontológica presente na obra de Merleau-Ponty, Alex de Campos Moura dá continuidade ao seu livro Liberdade e situação em Merleau-Ponty: uma perspectiva ontológica, onde é defendida a polêmica existência de uma ontologia, ainda que latente, no que o autor denomina de primeiro período da obra do filósofo francês. Fruto da tese de doutorado de Moura, seu atual livro, Entre o Ser e o Nada: a dissolução ontológica na filosofia de Merleau-Ponty, não apenas estende a investigação dessa dimensão ontológica aos escritos merleau-pontianos de outras fases, abordando sobretudo "A prosa do mundo", "A linguagem indireta e as vozes do silêncio", "O olho e o espírito" e "O visível e o invisível", como também, servindo-se da noção de reversibilidade enquanto clave interpretativa, explora a possível originalidade de tal ontologia. Com efeito, ao considerar a noção merleau-potiana de reversibilidade no horizonte da crítica realizada pelo fenomenólogo às filosofias dualistas, Moura ressalta a importância do teor ambíguo de uma "unidade diacrítica" anterior à cisão sujeito e objeto, na qual o Ser e o Nada são articulados simultaneamente, se constituindo reciprocamente. O Ser é entendido como uma totalidade aberta, que se diferencia internamente singularizando-se, ao passo que o Nada é compreendido como uma negatividade auto-instituinte de suas partes.
Aoristo))))) International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics, 2020
More than a theme for philosophical reflection, affection has usually been part of
philosophy as ... more More than a theme for philosophical reflection, affection has usually been part of
philosophy as a constitutive principle of philosophizing itself. This is the case of the
platonic aspiration, of Aristotle’s astonishment, of Pascal’s inquietude, of the cravings
of Romanticism – affections that can be described as philosophical since they provoke
thought. The vast debates on aesthetic and moral feelings that are part of the history
of philosophy also note the importance of affections for philosophical questionings.
While some authors refused to recognize the dignity of affections, others gave it an
extraordinary centrality – such as German Romantic philosophers, who considered
infinite yearning (Sehnsucht) to be the principle of philosophy; or Nietzsche, who made
affection the key to his genealogical interpretation of the history of philosophy and to
his own moral and aesthetic view of existence; or Kierkegaard, with his philosophical
dive into anguish; or Heidegger, who interpreted anguish and boredom through
fundamental affective tones (Grundstimmungen), showing men the size of their
existence and finitude; or Sartre, who turns the existential nausea into a confrontation
between being and nothingness; or Miguel de Unamuno, who states that the tragic
sentiment of life is the origin of the philosophical reflection… We should also mention
the poets and literary writers who also explored affections, such as Fernando Pessoa’s
disquiet, George Trakl’s melancholy, Baudelaire’s spleen, and Kafka’s sentiment of
absurdity… Thus, considering the centrality of affections in the philosophical
reflection, the articles that form the collection The affections in philosophy and the
philosophical dimension of affections brings reflections that stress not only affection as a philosophical issue, but especially affection as philosophical opening or philosophy itself as made possible by an affective opening.
Based on a dialogue built over many years that also depended on the affection
and friendship of the editors of this collection, the idea of exploring this theme also
appeared in their own PhD dissertations. While Laura B. Moosburger explored the
infinite yearning (Sehnsucht) – core of German Romantic philosophy – and inquietude
in the work of Georg Trakl, Gisele B. Candido looked at the Pessoa’s disquiet as an
authentic poetic-philosophical experience, an originary existential condition of the
human being. Considering the poetic horizon of the emergence and flourishing of
philosophy, both editors explore the affection dimension as the origin and spirit of
philosophical reflection in their work.
In selecting guests for this edition, the editors gave preference to authors who,
having relevant contributions and a specific interest on the issue of affections, kindly
produced this number of Aoristo with their articles and contributed to the dialogue,
in different ways, on the presence of affections in philosophy.
Aoristo))))) International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics , 2020
Considering the history of Philosophy, we can see that, before recognizing and stating the peculi... more Considering the history of Philosophy, we can see that, before recognizing and stating the peculiarities of its practices, the philosophical discourse was born in intimate connection to poetry. By exploring moments of tension and proximity between poetic and philosophical discourses, the present essay is a reflection on this relationship over time. In order to do so, we focus on the works of authors such as Homer, Plato, Goethe, F. Schlegel, and Schelling as a strategy to show variations and emphasize some specific movements within this long dialogue.
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia da UNESP, 2020
Referência do texto comentado: CAMARGO, Jeovane. Sobre as consequências filosóficas do primado... more Referência do texto comentado: CAMARGO, Jeovane. Sobre as consequências filosóficas do primado da percepção em Merleau-Ponty. Trans/Form/Ação: revista de filosofia da Unesp, vol. 43, Número Especial, p. 231-256, 2020.
Revista Limiar, 2019
A vasta e diversificada produção de Fernando Pessoa tem um apelo filosófico tal, que seria possív... more A vasta e diversificada produção de Fernando Pessoa tem um apelo filosófico tal, que seria possível vê-la figurar com pertinência entre os autores estudados no universo acadêmico da filosofia, de modo que as pesquisas nessa direção têm se multiplicado atualmente. Nesse sentido, o Fausto pessoano ocupa um lugar singular, porque revela de forma contundente como alguns embates enfrentados pela filosofia, sobretudo no seu exercício especulativo e esclarecedor, serão retomados e desenvolvidos pelo poeta português, abrindo caminho para os desdobramentos de sua poesia e das experiências de seu pensamento poético-filosófico singular. O presente artigo buscará investigar as experiências do pensamento elaboradas em Fausto, tragédia subjetiva, evidenciando sua originalidade.
The various works of Fernando Pessoa have such a philosophical appeal that we can certainly look at it as part of the academic world of Philosophy, with a growing number of studies exploring this aspect more recently. In this sense, the pessoan Fausto occupies a unique place since it clearly shows how some of the key debates in Philosophy, especially in their speculative and clarifying dimensions, will be reconsidered and explored by the Portuguese poet, leading to the developments of his poetry and the experiences of his distinctive poetic-philosophical thought. The present article explores the thought experiments developed in Fausto, tragédia subjetiva, showing his originality.
Phenomenological Studies, 2019
Resumo: À medida que prioriza a existência, as experiências expressas nos poemas de Caeiro encont... more Resumo: À medida que prioriza a existência, as experiências expressas nos poemas de Caeiro encontram eco na filoso-fia fenomenológica. Nesse contexto, Renaud Barbaras apresenta uma leitura profunda e original da obra caeriana, ao pensá-la a partir de problemas frequentados sobretudo pela fenomenologia de Merleau-Ponty. Com efeito, no ensaio Fenomenologia e Literatura: a não filosofia de Fernando Pessoa, Barbaras revela como as experiências cultivadas nos poemas que integram a obra de Caeiro vão além de determinadas soluções ensaiadas pelo filósofo francês, e configu-ram uma perspectiva radical sobre o pensamento e a existência, que pode e deve ser considerada pela filosofia. Ao abordar o pensamento poético-filosófico de Pessoa, e a leitura que Barbaras faz da poesia de Caeiro, este ensaio tratará do diálogo entre os discursos poético e filosófico, buscando mostrar como o poético pode ser um espaço privilegiado para o desenvolvimento de experiências de teor filosófico que excedem e, todavia, compõem a filosofia.
Abstract: By centering on existence, the experiences expressed in Caeiro's poems reverberate in phenomenological philosophy. In this context, Renaud Barbaras presents a deep and original reading of the Caerian corpus by approaching it from problems that had been explored by Merleau-Ponty's phenomenology. In his essay Fenomenologia e Literatura: a não filosofia de Fernando Pessoa, Barbaras shows how the experiences in the poems of Caeiro transcend certain solutions that had been developed by the French philosopher, leading to a radical perspective on thought and existence, which can and should be explored by philosophy. By approaching the poetic-philosophical thought of Pes-soa and Barbaras's reading of Caeiro's poetry, this essay explores the dialogue between the poetic and philosophical discourses, showing how the poetic can also be a privileged setting for the development of philosophical experiences that exceed, while also make, philosophy.
Resumen: A medida que prioriza la existencia, las experiencias expresadas en los poemas de Caeiro encuentran eco en la filosofía fenomenológica. En ese contexto, Renaud Barbaras presenta una lectura profunda y original de la obra caeriana, al pensarla a partir de problemas frecuentados sobre todo por la fenomenología de Merleau-Ponty. En efecto, en el ensayo Fenomenología y Literatura: la no filosofía de Fernando Pessoa, Barbaras revela cómo las experiencias cultivadas en los poemas que integran la obra de Caeiro van más allá de determinadas soluciones ensayadas por el filósofo francés, y configuran una perspectiva radical sobre el pensamiento y la existencia, que puede y debe ser considerada por la filosofía. Al tratar el pensamiento poético-filosófico de Pessoa, y la lectura que Barbaras hace de la poesía de Caeiro, este ensayo tratará del diálogo entre los discursos poético y filosófico, buscando mostrar cómo el poético puede ser un espacio privilegiado para el desarrollo de experiencias de contenido filosófico que exceden y, sin embargo, componen la filosofía.
CORPO-HISTÓRIA E RESISTÊNCIA LIBERTÁRIA, 2019
A corporalidade do processo histórico é a questão que atravessa os textos deste instigante livro,... more A corporalidade do processo histórico é a questão que atravessa os textos deste instigante livro, organizados em dois eixos: analítica do poder e cultura libertária; narrativa e memória da resistência. Seus capítulos, produzidos por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, discutem posições distintas acerca do papel do corpo na constituição, entre tempo e narrativa, do saber histórico. Cada texto, assim, possui sua especificidade e confirma que ainda há muito para se discutir a respeito do corpo na História – um campo vasto permeado por compromissos éticos e políticos redimensionados, muitas vezes, pela cultura libertária.
Org. João da Mata e Juniele Rabêlo de Almeida
Griot, 2018
RESUMO: Considerando retrospectivamente os desdobramentos da filosofia, é possível observar que, ... more RESUMO: Considerando retrospectivamente os desdobramentos da filosofia, é possível observar que, antes de reconhecer e reafirmar as singularidades de seu exercício, o discurso filosófico tem sua origem intimamente associada à poesia. Evidenciando alguns momentos de cisão e outros momentos de contato entre o discurso poético e o discurso filosófico, o presente ensaio visa abordar e refletir sobre o diálogo entre esses dois discursos ao longo do tempo. Nesse horizonte, consideraremos estrategicamente os trabalhos de autores como Homero, Platão, Goethe, F. Schlegel e Schelling, a fim de evidenciar as oscilações e salientar alguns movimentos específicos dentro desse longo diálogo.
ABSTRACT: Considering the history of Philosophy, we can see that, before recognizing and stating the peculiarities of its practices, the philosophical discourse was born in intimate connection to poetry. By exploring moments of tension and proximity between poetic and philosophical discourses, the present essay is a reflection on this relationship over time. In order to do so, we focus on the works of authors such as Homer, Plato, Goethe, F. Schlegel, and Schelling as a strategy to show variations and emphasize some specific movements within this long dialogue.
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Papers by Gisele Batista Candido
philosophy as a constitutive principle of philosophizing itself. This is the case of the
platonic aspiration, of Aristotle’s astonishment, of Pascal’s inquietude, of the cravings
of Romanticism – affections that can be described as philosophical since they provoke
thought. The vast debates on aesthetic and moral feelings that are part of the history
of philosophy also note the importance of affections for philosophical questionings.
While some authors refused to recognize the dignity of affections, others gave it an
extraordinary centrality – such as German Romantic philosophers, who considered
infinite yearning (Sehnsucht) to be the principle of philosophy; or Nietzsche, who made
affection the key to his genealogical interpretation of the history of philosophy and to
his own moral and aesthetic view of existence; or Kierkegaard, with his philosophical
dive into anguish; or Heidegger, who interpreted anguish and boredom through
fundamental affective tones (Grundstimmungen), showing men the size of their
existence and finitude; or Sartre, who turns the existential nausea into a confrontation
between being and nothingness; or Miguel de Unamuno, who states that the tragic
sentiment of life is the origin of the philosophical reflection… We should also mention
the poets and literary writers who also explored affections, such as Fernando Pessoa’s
disquiet, George Trakl’s melancholy, Baudelaire’s spleen, and Kafka’s sentiment of
absurdity… Thus, considering the centrality of affections in the philosophical
reflection, the articles that form the collection The affections in philosophy and the
philosophical dimension of affections brings reflections that stress not only affection as a philosophical issue, but especially affection as philosophical opening or philosophy itself as made possible by an affective opening.
Based on a dialogue built over many years that also depended on the affection
and friendship of the editors of this collection, the idea of exploring this theme also
appeared in their own PhD dissertations. While Laura B. Moosburger explored the
infinite yearning (Sehnsucht) – core of German Romantic philosophy – and inquietude
in the work of Georg Trakl, Gisele B. Candido looked at the Pessoa’s disquiet as an
authentic poetic-philosophical experience, an originary existential condition of the
human being. Considering the poetic horizon of the emergence and flourishing of
philosophy, both editors explore the affection dimension as the origin and spirit of
philosophical reflection in their work.
In selecting guests for this edition, the editors gave preference to authors who,
having relevant contributions and a specific interest on the issue of affections, kindly
produced this number of Aoristo with their articles and contributed to the dialogue,
in different ways, on the presence of affections in philosophy.
The various works of Fernando Pessoa have such a philosophical appeal that we can certainly look at it as part of the academic world of Philosophy, with a growing number of studies exploring this aspect more recently. In this sense, the pessoan Fausto occupies a unique place since it clearly shows how some of the key debates in Philosophy, especially in their speculative and clarifying dimensions, will be reconsidered and explored by the Portuguese poet, leading to the developments of his poetry and the experiences of his distinctive poetic-philosophical thought. The present article explores the thought experiments developed in Fausto, tragédia subjetiva, showing his originality.
Abstract: By centering on existence, the experiences expressed in Caeiro's poems reverberate in phenomenological philosophy. In this context, Renaud Barbaras presents a deep and original reading of the Caerian corpus by approaching it from problems that had been explored by Merleau-Ponty's phenomenology. In his essay Fenomenologia e Literatura: a não filosofia de Fernando Pessoa, Barbaras shows how the experiences in the poems of Caeiro transcend certain solutions that had been developed by the French philosopher, leading to a radical perspective on thought and existence, which can and should be explored by philosophy. By approaching the poetic-philosophical thought of Pes-soa and Barbaras's reading of Caeiro's poetry, this essay explores the dialogue between the poetic and philosophical discourses, showing how the poetic can also be a privileged setting for the development of philosophical experiences that exceed, while also make, philosophy.
Resumen: A medida que prioriza la existencia, las experiencias expresadas en los poemas de Caeiro encuentran eco en la filosofía fenomenológica. En ese contexto, Renaud Barbaras presenta una lectura profunda y original de la obra caeriana, al pensarla a partir de problemas frecuentados sobre todo por la fenomenología de Merleau-Ponty. En efecto, en el ensayo Fenomenología y Literatura: la no filosofía de Fernando Pessoa, Barbaras revela cómo las experiencias cultivadas en los poemas que integran la obra de Caeiro van más allá de determinadas soluciones ensayadas por el filósofo francés, y configuran una perspectiva radical sobre el pensamiento y la existencia, que puede y debe ser considerada por la filosofía. Al tratar el pensamiento poético-filosófico de Pessoa, y la lectura que Barbaras hace de la poesía de Caeiro, este ensayo tratará del diálogo entre los discursos poético y filosófico, buscando mostrar cómo el poético puede ser un espacio privilegiado para el desarrollo de experiencias de contenido filosófico que exceden y, sin embargo, componen la filosofía.
Org. João da Mata e Juniele Rabêlo de Almeida
ABSTRACT: Considering the history of Philosophy, we can see that, before recognizing and stating the peculiarities of its practices, the philosophical discourse was born in intimate connection to poetry. By exploring moments of tension and proximity between poetic and philosophical discourses, the present essay is a reflection on this relationship over time. In order to do so, we focus on the works of authors such as Homer, Plato, Goethe, F. Schlegel, and Schelling as a strategy to show variations and emphasize some specific movements within this long dialogue.
philosophy as a constitutive principle of philosophizing itself. This is the case of the
platonic aspiration, of Aristotle’s astonishment, of Pascal’s inquietude, of the cravings
of Romanticism – affections that can be described as philosophical since they provoke
thought. The vast debates on aesthetic and moral feelings that are part of the history
of philosophy also note the importance of affections for philosophical questionings.
While some authors refused to recognize the dignity of affections, others gave it an
extraordinary centrality – such as German Romantic philosophers, who considered
infinite yearning (Sehnsucht) to be the principle of philosophy; or Nietzsche, who made
affection the key to his genealogical interpretation of the history of philosophy and to
his own moral and aesthetic view of existence; or Kierkegaard, with his philosophical
dive into anguish; or Heidegger, who interpreted anguish and boredom through
fundamental affective tones (Grundstimmungen), showing men the size of their
existence and finitude; or Sartre, who turns the existential nausea into a confrontation
between being and nothingness; or Miguel de Unamuno, who states that the tragic
sentiment of life is the origin of the philosophical reflection… We should also mention
the poets and literary writers who also explored affections, such as Fernando Pessoa’s
disquiet, George Trakl’s melancholy, Baudelaire’s spleen, and Kafka’s sentiment of
absurdity… Thus, considering the centrality of affections in the philosophical
reflection, the articles that form the collection The affections in philosophy and the
philosophical dimension of affections brings reflections that stress not only affection as a philosophical issue, but especially affection as philosophical opening or philosophy itself as made possible by an affective opening.
Based on a dialogue built over many years that also depended on the affection
and friendship of the editors of this collection, the idea of exploring this theme also
appeared in their own PhD dissertations. While Laura B. Moosburger explored the
infinite yearning (Sehnsucht) – core of German Romantic philosophy – and inquietude
in the work of Georg Trakl, Gisele B. Candido looked at the Pessoa’s disquiet as an
authentic poetic-philosophical experience, an originary existential condition of the
human being. Considering the poetic horizon of the emergence and flourishing of
philosophy, both editors explore the affection dimension as the origin and spirit of
philosophical reflection in their work.
In selecting guests for this edition, the editors gave preference to authors who,
having relevant contributions and a specific interest on the issue of affections, kindly
produced this number of Aoristo with their articles and contributed to the dialogue,
in different ways, on the presence of affections in philosophy.
The various works of Fernando Pessoa have such a philosophical appeal that we can certainly look at it as part of the academic world of Philosophy, with a growing number of studies exploring this aspect more recently. In this sense, the pessoan Fausto occupies a unique place since it clearly shows how some of the key debates in Philosophy, especially in their speculative and clarifying dimensions, will be reconsidered and explored by the Portuguese poet, leading to the developments of his poetry and the experiences of his distinctive poetic-philosophical thought. The present article explores the thought experiments developed in Fausto, tragédia subjetiva, showing his originality.
Abstract: By centering on existence, the experiences expressed in Caeiro's poems reverberate in phenomenological philosophy. In this context, Renaud Barbaras presents a deep and original reading of the Caerian corpus by approaching it from problems that had been explored by Merleau-Ponty's phenomenology. In his essay Fenomenologia e Literatura: a não filosofia de Fernando Pessoa, Barbaras shows how the experiences in the poems of Caeiro transcend certain solutions that had been developed by the French philosopher, leading to a radical perspective on thought and existence, which can and should be explored by philosophy. By approaching the poetic-philosophical thought of Pes-soa and Barbaras's reading of Caeiro's poetry, this essay explores the dialogue between the poetic and philosophical discourses, showing how the poetic can also be a privileged setting for the development of philosophical experiences that exceed, while also make, philosophy.
Resumen: A medida que prioriza la existencia, las experiencias expresadas en los poemas de Caeiro encuentran eco en la filosofía fenomenológica. En ese contexto, Renaud Barbaras presenta una lectura profunda y original de la obra caeriana, al pensarla a partir de problemas frecuentados sobre todo por la fenomenología de Merleau-Ponty. En efecto, en el ensayo Fenomenología y Literatura: la no filosofía de Fernando Pessoa, Barbaras revela cómo las experiencias cultivadas en los poemas que integran la obra de Caeiro van más allá de determinadas soluciones ensayadas por el filósofo francés, y configuran una perspectiva radical sobre el pensamiento y la existencia, que puede y debe ser considerada por la filosofía. Al tratar el pensamiento poético-filosófico de Pessoa, y la lectura que Barbaras hace de la poesía de Caeiro, este ensayo tratará del diálogo entre los discursos poético y filosófico, buscando mostrar cómo el poético puede ser un espacio privilegiado para el desarrollo de experiencias de contenido filosófico que exceden y, sin embargo, componen la filosofía.
Org. João da Mata e Juniele Rabêlo de Almeida
ABSTRACT: Considering the history of Philosophy, we can see that, before recognizing and stating the peculiarities of its practices, the philosophical discourse was born in intimate connection to poetry. By exploring moments of tension and proximity between poetic and philosophical discourses, the present essay is a reflection on this relationship over time. In order to do so, we focus on the works of authors such as Homer, Plato, Goethe, F. Schlegel, and Schelling as a strategy to show variations and emphasize some specific movements within this long dialogue.
Além de altercar sobre a condição ímpar do homem moderno, que se perfila porquanto sopesa seu próprio destino, no desdobrar de tal contexto é possível ainda acompanhar o movimento, encontros e desencontros, da filosofia e da poesia. Embora nesse horizonte freqüentemente a poesia pareça permitir ao poeta ir mais longe, o filósofo, por sua vez, não deixa de considerar esta possibilidade. Posto que, retomando as declarações de Van Gogh, Merleau-Ponty nos conscientizara de que o artista, na medida em que suspende o hábito e re-alicerça nossa cultura, é aquele que necessita e “quer ir mais longe” (MERLEAU-PONTY, M. O olho e o espírito, p. 15).
Examinando o fado do homem moderno, acompanhemos pois esses movimentos...