Este artigo resulta da producao de uma etnografia sobre transmissao de joias no universo familiar... more Este artigo resulta da producao de uma etnografia sobre transmissao de joias no universo familiar. Considerando a morte como dimensao fundamental no repasse de um adorno entre geracoes e na propria instituicao de um artefato como de familia, visitei trabalhos sobre ritos funerarios, relacoes entre vivos e mortos e diferentes concepcoes acerca da morte. Encontrei producoes que tratam de joias de afeto, acessorios confeccionados com madeixas humanas e metais nobres que foram moda entre camadas altas da Europa e das Americas nos seculos XVIII e XIX. Paralelamente, interessei-me por cremacao e rituais envolvendo cinzas mortuarias e me deparei com reportagens e sites com narrativas sobre diamantes fabricados em laboratorios com carbono humano. Lapidadas e retornadas a familias enlutadas em porta-joias, essas gemas, nao raras vezes, se tornam adornos velados e reverenciados por alguns descendentes. Purificadas, sao (re)significadas como reliquias, pecas que podem enfeitar corpos ou deleitar seus guardioes e que, possivelmente, serao incluidas em partilhas, convertendo-se em nova modalidade de joias de familia. A discussao que proponho envolve nova ritualizacao a partir da materializacao de cinzas em diamantes. Este processo parece conceder nova vida social e novo estatuto ao corpo morto, que, ritualizado, interfere na presenca-ausencia-presenca.
Resenha da coletânea Exploring materiality and connectivity in Anthropology and beyond, editada p... more Resenha da coletânea Exploring materiality and connectivity in Anthropology and beyond, editada por Philipp Schorch, Martin Saxer e Marlen Elders, publicada em 2020.
Heranca e dadiva sao temas classicos na historia da antropologia, e ambos sao evocados neste arti... more Heranca e dadiva sao temas classicos na historia da antropologia, e ambos sao evocados neste artigo para explorar a complexidade do entendimento e da transmissao de joias de familia. Por joia de familia, entendo coisas investidas de valor sentimental, de emocao ou de afeto – para usar expressoes recolhidas entre meus entrevistados – que se movimentam entre geracoes fisicamente, por meio de imagens ou em cronicas familiares. Dentre as propriedades que atuam na cotacao dessas coisas, que nem sempre sao de ouro, prata ou pedras preciosas, identifico a potencia das narrativas na construcao de uma economia initma e proponho, atraves da exposicao de experiencias etnograficas, chama-las de emocoes narradas.
This article aims at telling the story of a pair of shoes, made in Italy, whose manufacturing err... more This article aims at telling the story of a pair of shoes, made in Italy, whose manufacturing error finishes bringing it to Brazil, after being rescued from its factory. We approach meanings, discourses, materialities and provocations that the shoes evoke in our interlocutors bearing in mind its peculiar condition of being a brand-hybrid: at the same time a Dolce&Gabbana and a Prada. The lack of identity gives place to an exotic status to be exposed and that, in spite of reducing the status of the shoes, puts it in unexpected conditions.
Este trabalho resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da mod... more Este trabalho resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da moda urbana Lolita, estilo japonês criado em Tóquio na década de 1970 e inspirado no vestuário de bonecas vitorianas combinado com elementos do rococó e da cultura pop nipônica. A estética se difundiu pelo mundo, sobretudo com a expansão da internet, a partir dos anos 1990. Exploro a experiência de vestir Lolita e, através desta, a percepção de si e a produção de individualidades associadas à performance de gênero. Por meio de uma abordagem do tipo qualitativa, com entrevistas presenciais, questionários publicados em comunidades da rede social Facebook e observação participante online e off-line, procuro demonstrar como esta indumentária específica reitera o excesso como signo do feminino, mesmo quando usada sobre corpos de homens. Além disso, busco identificar sentidos, valores culturais e conflitos partilhados por pessoas cujas afinidades convergem para a montagem de um figurino que corresponde a um conjunto de normas. Observo, ainda, a construção de sociabilidades online e off-line, ambientes essenciais e relacionais na produção de sujeitos, na obtenção e na circulação de bens e imagens que constituem e compõem o figurino e na elaboração de ideias de pertencimento e coesão. O emprego de diferentes verbos para marcar o engajamento na práticavestir/usar Lolita ou ser lolitaindicará formas variadas de praticar essa estéticapara alguns, é hobby; para outros, estilo de vida. Ambos os casos parecem apontar para arranjos criativos de produção de si como ação reativa de sujeitos ao que consideram ser uma massificação das aparências.
EnglishThis paper entwines relationships involving body, culture, fashion and subjectivity enquir... more EnglishThis paper entwines relationships involving body, culture, fashion and subjectivity enquiring notions of “presence” and “absence” of a female body that is built and rebuilt during an aging process. Guided by Mauss (2003), Goldenberg (2007 e 2011) and Hay (2010), among other theorists, the author underpins her considerations in dynamics involving an octogenarian from South of Brazil and a more than 40-years-old dress, being the artifact understood as a site of events and identity production. It is explored individual and social expectations toward maintenance of young shapes and slim, with higher levels of demands for women. portuguesEste artigo entrelaca relacoes entre corpo, cultura, moda e subjetividade, problematizando nocoes de “presenca” e “ausencia” de um corpo feminino que se constroi e se reconstroi num processo de envelhecimento. Guiada por Mauss (2003), Goldenberg (2007 e 2011) e Hay (2010), entre outros teoricos, a autora baseia suas ponderacoes em dinâmicas envolv...
Exploro a biografia cultural de um vestido criado pelo estilista Rui Spohr e comprado por Heloisa... more Exploro a biografia cultural de um vestido criado pelo estilista Rui Spohr e comprado por Heloisa Brenner, senhora da aristocracia rural do Rio Grande do Sul. O objeto foi apresentado num desfile de moda realizado em Porto Alegre, em 1971, e acompanhou a proprietária por quatro décadas, sendo escolhido por ela para vesti-la no seu aniversário de 80 anos, em 2011. No ano seguinte, sintetizou quase 60 anos de carreira profissional de Rui numa exposição sobre moda num museu de arte, em São Paulo, tornando-se “obra de arte” aos olhos do criador. A proprietária, por sua vez, exalta seu status longevo para atribuir importância à peça. Trançando as trajetórias dos personagens, percorro tensões e transformações simbólicas. Ao falar sobre o vestido aqui entendido como objeto biográfico, Heloisa e Rui falam sobre si. E a roupa fala sobre o criador e a proprietária. Nesse processo, demonstro como a roupa exerce agência sobre os sujeitos com quem interage, sendo ela própria resultante de intencionalidades.I explore the cultural biography of a dress created by designer Rui Spohr and purchased by Heloisa Brenner, member of the rural aristocracy of Rio Grande do Sul. The object was presented during a fashion show held in Porto Alegre, in 1971, and lived along with its owner for four decades, being chosen to dress her up at her 80th Birthday party, in 2011. One year later, it synthesized almost 60 years of Rui’s professional career in a fashion exhibition at an art museum, in São Paulo, becoming a work of art in the face of the creator. The owner, in turn, exalts her long-lived status atributing importance to the item. Brading the characters’ trajectories, I cover tensions and symbolic transformations. In speaking about the dress understood here as a biographical object, Heloisa and Rui speak about themselves. And the garment speaks about its creator and owner. In this process, I demonstrate how the object exercises agency upon subjects with whom it interacts, being itself a result of intentionality
Este texto resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da moda u... more Este texto resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da moda urbana Lolita, estilo japonês criado na década de 1970 e inspirado no vestuário de bonecas vitorianas combinado com elementos da cultura pop nipônica. A estética se difundiu a partir dos anos 1990. Exploro a experiência de vestir Lolita e, através desta, a percepção de si e a produção de individualidades associadas à performance de gênero. Procuro demonstrar como esta indumentária específica reitera o excesso como signo do feminino, mesmo quando usada sobre corpos de homens.
Joia de família não é sinônimo de joia. Essa coisa – que pode ou não ser feita com metais nobres ... more Joia de família não é sinônimo de joia. Essa coisa – que pode ou não ser feita com metais nobres e gemas – apenas recebe a alcunha “de família” em processos sociais, ou seja, ao se enredar em ancestrais e ser repassada como herança. Acompanhada de narrativas, converte-se em elos de experiências e trajetórias entre vivos, mortos e aqueles que nem nasceram. Crônicas e performances acompanham seus movimentos e nos permitem acessar práticas e emoções recebidas e legadas entre gerações.A alegoria que Fabricio Barreto (fotos) e Aline Lopes Rochedo (texto) compõem na narrativa imagética aqui apresentada emerge de uma etnografia sobre transmissão de joias de família, pesquisa que resultará na tese de Rochedo em 2020. Em termos teóricos, a autora parte de Ensaio sobre a dádiva, de Marcel Mauss, publicado em 1925 e que ainda hoje incita reflexões. Rochedo tenciona identificar práticas e dinâmicas envolvidas em repasses de joias de família, coisas às quais se atribuem valores para além do econ...
Revista do núcleo de antropologia urbana da USP 23 | 2018 Ponto Urbe 23 "A vó é uma dádiva. Ela n... more Revista do núcleo de antropologia urbana da USP 23 | 2018 Ponto Urbe 23 "A vó é uma dádiva. Ela não está mais lá, mas está em mim": jóias de família como narrativas de afeto "Grandma is a gift. She is no longer there, but she is in me": family jewelry as affection narratives
Prazeres e perigos da moda Uma narrativa crítica sobre moda, economia, política, moral e estética... more Prazeres e perigos da moda Uma narrativa crítica sobre moda, economia, política, moral e estética que contempla produção e consumo, passado e presente, prazer e perigo. Assim é Fashion Victims: The Pleasures and Perils of Dress in the 19th Century (Vítimas da moda: os prazeres e perigos do vestuário no século XIX), exposição temporária instalada em junho de 2014 no Bata Shoe Museum (BSM), em Toronto, Canadá. Organizada por Elizabeth Semmelhack, curadora do museu, e Alison Matthews David, professora de História de Têxteis e Vestuário da The School of Fashion da Ryerson University, a mostra se encerraria em junho de 2016, mas foi estendida até abril de 2018. Graças à prorrogação, tive a oportunidade de vê-la em maio de 2017.
Este artigo resulta da producao de uma etnografia sobre transmissao de joias no universo familiar... more Este artigo resulta da producao de uma etnografia sobre transmissao de joias no universo familiar. Considerando a morte como dimensao fundamental no repasse de um adorno entre geracoes e na propria instituicao de um artefato como de familia, visitei trabalhos sobre ritos funerarios, relacoes entre vivos e mortos e diferentes concepcoes acerca da morte. Encontrei producoes que tratam de joias de afeto, acessorios confeccionados com madeixas humanas e metais nobres que foram moda entre camadas altas da Europa e das Americas nos seculos XVIII e XIX. Paralelamente, interessei-me por cremacao e rituais envolvendo cinzas mortuarias e me deparei com reportagens e sites com narrativas sobre diamantes fabricados em laboratorios com carbono humano. Lapidadas e retornadas a familias enlutadas em porta-joias, essas gemas, nao raras vezes, se tornam adornos velados e reverenciados por alguns descendentes. Purificadas, sao (re)significadas como reliquias, pecas que podem enfeitar corpos ou deleitar seus guardioes e que, possivelmente, serao incluidas em partilhas, convertendo-se em nova modalidade de joias de familia. A discussao que proponho envolve nova ritualizacao a partir da materializacao de cinzas em diamantes. Este processo parece conceder nova vida social e novo estatuto ao corpo morto, que, ritualizado, interfere na presenca-ausencia-presenca.
Resenha da coletânea Exploring materiality and connectivity in Anthropology and beyond, editada p... more Resenha da coletânea Exploring materiality and connectivity in Anthropology and beyond, editada por Philipp Schorch, Martin Saxer e Marlen Elders, publicada em 2020.
Heranca e dadiva sao temas classicos na historia da antropologia, e ambos sao evocados neste arti... more Heranca e dadiva sao temas classicos na historia da antropologia, e ambos sao evocados neste artigo para explorar a complexidade do entendimento e da transmissao de joias de familia. Por joia de familia, entendo coisas investidas de valor sentimental, de emocao ou de afeto – para usar expressoes recolhidas entre meus entrevistados – que se movimentam entre geracoes fisicamente, por meio de imagens ou em cronicas familiares. Dentre as propriedades que atuam na cotacao dessas coisas, que nem sempre sao de ouro, prata ou pedras preciosas, identifico a potencia das narrativas na construcao de uma economia initma e proponho, atraves da exposicao de experiencias etnograficas, chama-las de emocoes narradas.
This article aims at telling the story of a pair of shoes, made in Italy, whose manufacturing err... more This article aims at telling the story of a pair of shoes, made in Italy, whose manufacturing error finishes bringing it to Brazil, after being rescued from its factory. We approach meanings, discourses, materialities and provocations that the shoes evoke in our interlocutors bearing in mind its peculiar condition of being a brand-hybrid: at the same time a Dolce&Gabbana and a Prada. The lack of identity gives place to an exotic status to be exposed and that, in spite of reducing the status of the shoes, puts it in unexpected conditions.
Este trabalho resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da mod... more Este trabalho resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da moda urbana Lolita, estilo japonês criado em Tóquio na década de 1970 e inspirado no vestuário de bonecas vitorianas combinado com elementos do rococó e da cultura pop nipônica. A estética se difundiu pelo mundo, sobretudo com a expansão da internet, a partir dos anos 1990. Exploro a experiência de vestir Lolita e, através desta, a percepção de si e a produção de individualidades associadas à performance de gênero. Por meio de uma abordagem do tipo qualitativa, com entrevistas presenciais, questionários publicados em comunidades da rede social Facebook e observação participante online e off-line, procuro demonstrar como esta indumentária específica reitera o excesso como signo do feminino, mesmo quando usada sobre corpos de homens. Além disso, busco identificar sentidos, valores culturais e conflitos partilhados por pessoas cujas afinidades convergem para a montagem de um figurino que corresponde a um conjunto de normas. Observo, ainda, a construção de sociabilidades online e off-line, ambientes essenciais e relacionais na produção de sujeitos, na obtenção e na circulação de bens e imagens que constituem e compõem o figurino e na elaboração de ideias de pertencimento e coesão. O emprego de diferentes verbos para marcar o engajamento na práticavestir/usar Lolita ou ser lolitaindicará formas variadas de praticar essa estéticapara alguns, é hobby; para outros, estilo de vida. Ambos os casos parecem apontar para arranjos criativos de produção de si como ação reativa de sujeitos ao que consideram ser uma massificação das aparências.
EnglishThis paper entwines relationships involving body, culture, fashion and subjectivity enquir... more EnglishThis paper entwines relationships involving body, culture, fashion and subjectivity enquiring notions of “presence” and “absence” of a female body that is built and rebuilt during an aging process. Guided by Mauss (2003), Goldenberg (2007 e 2011) and Hay (2010), among other theorists, the author underpins her considerations in dynamics involving an octogenarian from South of Brazil and a more than 40-years-old dress, being the artifact understood as a site of events and identity production. It is explored individual and social expectations toward maintenance of young shapes and slim, with higher levels of demands for women. portuguesEste artigo entrelaca relacoes entre corpo, cultura, moda e subjetividade, problematizando nocoes de “presenca” e “ausencia” de um corpo feminino que se constroi e se reconstroi num processo de envelhecimento. Guiada por Mauss (2003), Goldenberg (2007 e 2011) e Hay (2010), entre outros teoricos, a autora baseia suas ponderacoes em dinâmicas envolv...
Exploro a biografia cultural de um vestido criado pelo estilista Rui Spohr e comprado por Heloisa... more Exploro a biografia cultural de um vestido criado pelo estilista Rui Spohr e comprado por Heloisa Brenner, senhora da aristocracia rural do Rio Grande do Sul. O objeto foi apresentado num desfile de moda realizado em Porto Alegre, em 1971, e acompanhou a proprietária por quatro décadas, sendo escolhido por ela para vesti-la no seu aniversário de 80 anos, em 2011. No ano seguinte, sintetizou quase 60 anos de carreira profissional de Rui numa exposição sobre moda num museu de arte, em São Paulo, tornando-se “obra de arte” aos olhos do criador. A proprietária, por sua vez, exalta seu status longevo para atribuir importância à peça. Trançando as trajetórias dos personagens, percorro tensões e transformações simbólicas. Ao falar sobre o vestido aqui entendido como objeto biográfico, Heloisa e Rui falam sobre si. E a roupa fala sobre o criador e a proprietária. Nesse processo, demonstro como a roupa exerce agência sobre os sujeitos com quem interage, sendo ela própria resultante de intencionalidades.I explore the cultural biography of a dress created by designer Rui Spohr and purchased by Heloisa Brenner, member of the rural aristocracy of Rio Grande do Sul. The object was presented during a fashion show held in Porto Alegre, in 1971, and lived along with its owner for four decades, being chosen to dress her up at her 80th Birthday party, in 2011. One year later, it synthesized almost 60 years of Rui’s professional career in a fashion exhibition at an art museum, in São Paulo, becoming a work of art in the face of the creator. The owner, in turn, exalts her long-lived status atributing importance to the item. Brading the characters’ trajectories, I cover tensions and symbolic transformations. In speaking about the dress understood here as a biographical object, Heloisa and Rui speak about themselves. And the garment speaks about its creator and owner. In this process, I demonstrate how the object exercises agency upon subjects with whom it interacts, being itself a result of intentionality
Este texto resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da moda u... more Este texto resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da moda urbana Lolita, estilo japonês criado na década de 1970 e inspirado no vestuário de bonecas vitorianas combinado com elementos da cultura pop nipônica. A estética se difundiu a partir dos anos 1990. Exploro a experiência de vestir Lolita e, através desta, a percepção de si e a produção de individualidades associadas à performance de gênero. Procuro demonstrar como esta indumentária específica reitera o excesso como signo do feminino, mesmo quando usada sobre corpos de homens.
Joia de família não é sinônimo de joia. Essa coisa – que pode ou não ser feita com metais nobres ... more Joia de família não é sinônimo de joia. Essa coisa – que pode ou não ser feita com metais nobres e gemas – apenas recebe a alcunha “de família” em processos sociais, ou seja, ao se enredar em ancestrais e ser repassada como herança. Acompanhada de narrativas, converte-se em elos de experiências e trajetórias entre vivos, mortos e aqueles que nem nasceram. Crônicas e performances acompanham seus movimentos e nos permitem acessar práticas e emoções recebidas e legadas entre gerações.A alegoria que Fabricio Barreto (fotos) e Aline Lopes Rochedo (texto) compõem na narrativa imagética aqui apresentada emerge de uma etnografia sobre transmissão de joias de família, pesquisa que resultará na tese de Rochedo em 2020. Em termos teóricos, a autora parte de Ensaio sobre a dádiva, de Marcel Mauss, publicado em 1925 e que ainda hoje incita reflexões. Rochedo tenciona identificar práticas e dinâmicas envolvidas em repasses de joias de família, coisas às quais se atribuem valores para além do econ...
Revista do núcleo de antropologia urbana da USP 23 | 2018 Ponto Urbe 23 "A vó é uma dádiva. Ela n... more Revista do núcleo de antropologia urbana da USP 23 | 2018 Ponto Urbe 23 "A vó é uma dádiva. Ela não está mais lá, mas está em mim": jóias de família como narrativas de afeto "Grandma is a gift. She is no longer there, but she is in me": family jewelry as affection narratives
Prazeres e perigos da moda Uma narrativa crítica sobre moda, economia, política, moral e estética... more Prazeres e perigos da moda Uma narrativa crítica sobre moda, economia, política, moral e estética que contempla produção e consumo, passado e presente, prazer e perigo. Assim é Fashion Victims: The Pleasures and Perils of Dress in the 19th Century (Vítimas da moda: os prazeres e perigos do vestuário no século XIX), exposição temporária instalada em junho de 2014 no Bata Shoe Museum (BSM), em Toronto, Canadá. Organizada por Elizabeth Semmelhack, curadora do museu, e Alison Matthews David, professora de História de Têxteis e Vestuário da The School of Fashion da Ryerson University, a mostra se encerraria em junho de 2016, mas foi estendida até abril de 2018. Graças à prorrogação, tive a oportunidade de vê-la em maio de 2017.
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