Quais são os traços mais percebidos e valorizados pela crítica e como isso cons-trói uma certa ex... more Quais são os traços mais percebidos e valorizados pela crítica e como isso cons-trói uma certa expectativa de leitura para as obras estreantes? Por mais que os críticos que trabalham com a literatura contemporânea sejam praticamente unânimes quanto à variedade de propostas ficcionais, as tentativas de compreensão da prática literária dei-xam entrever determinados valores e mecanismos de recepção das obras. A partir de duas críticas a Relato de um certo Oriente (1989), de Milton Hatoum, no momento de seu lan-çamento, realizadas por Flora Süssekind e Silviano Santiago, investigamos como alguns pressupostos constroem uma avaliação deceptiva. A decepção diz respeito sobretudo a uma percepção de que a obra de Hatoum não efetuaria rupturas essenciais com a prosa modernista, aspecto mais acentuado como problema na crítica pós-moderna de Silviano Santiago.
afundar naquele bafo sem tempo, sussurro sem som, onde a gente se lembra do que nunca soube, e ac... more afundar naquele bafo sem tempo, sussurro sem som, onde a gente se lembra do que nunca soube, e acorda de novo num sonho, sem perigo sem mal; se sente. "O recado do morro" Guimarães Rosa Na literatura de Guimarães Rosa, o morro e a gruta falam, sussurram e nos fazem lembrar (antes de saber) quem somos. O Morro da Garça, "belo como uma palavra", consegue se comunicar no conto "O recado do morro" 2 , narrativa sobre a viagem de uma comitiva peculiar que vai, no percurso, compondo uma música-ela mesma uma revelação de algo. O Morro da Garça de fato existe no sertão de Minas Gerais-"solitário, escaleno e escuro, feito uma pirâmide" (ROSA, 1969, p. 15)-e sua presença, mágica e magnética, é compartilhada pelos sertanejos como afi rmação imemorial. Mas falar de Guimarães Rosa e dessa presença é falar das Gerais e não das Minas. O líder indígena Ailton Krenak uma vez chamou a atenção para que pensássemos em Minas Gerais como essas duas realidades: o mundo das Gerais e o das Minas, sendo preciso tentar exercitar mais a sensibilidade das Gerais que a ação predatória das Minas. Eu mesma, migrante, que tinha há
NESTA EDIÇÃO, a Manuscrítica traz um dossiê sobre um suporte que resiste à modernidade dos recurs... more NESTA EDIÇÃO, a Manuscrítica traz um dossiê sobre um suporte que resiste à modernidade dos recursos digitais, o caderno. Suporte ágil e discreto para anotações fugazes, colagens de dados, trânsito rápido entre a imagem e o texto, esses pequenos documentos recebem vários nomes: diários gráficos, sketchbooks, diários, cadernos de artista, cadernos de criação, de notas, diários de bordo... muitos são os nomes, porque inúmeras são as operações cognitivas ali realizadas. Talvez pela necessidade de uma instância matérica, não digital, de contato concreto com aquilo que a mão grafa ou cola. O artigo intitulado "Leitura cruzada dos cadernos de Gustave Flaubert e de anotações de Maxime Du Camp da viagem que fizeram juntos para o Oriente", de Lúcia Amaral de Oliveira Ribeiro (USP), inaugura o dossiê supracitado, estudando os cadernos de ambos escritores e mostrando a elaboração de imagens literárias que se assemelham, sobretudo porque dialogam com a tradição de construções imagéticas do século XIX. Em "Preparação para a autobiografia: o Caderno de anotações de Manuel Bandeira", Daniel da Silva Moreira (UFJF) discute, a partir da análise do Caderno de Anotações do poeta brasileiro, como é possível relativizar sua suposta negação com relação ao trabalho autobiográfico, recontextualizando, igualmente, o conceito de "poeta menor" ainda mal compreendido pela crítica. Em seu artigo intitulado "Autoficção por procuração: genealogia de um romance documento e seu impacto na leitura em Sujet Angot", William Vieira (USP) procura ilustrar a partir de notas, cartas, entrevistas e cadernos, como a escritora francesa Christine Angot manipula documentos e falas reais que servirão de matéria na construção de seu romance Sujet Angot, e discute, dentre outros temas, a noção de real e realidade para a autora no fazer literário. Já Victor Lemes Cruzeiro (UnB), em seu artigo "Cadernos de dor: o indizível das dores nas páginas de diários íntimos" parte do Diário de Luto, de Roland Barthes, e El Diario de Frida Kahlo-Un Intimo Autorretrato, de Frida Kahlo, para tratar de questões de fundo filosófico como o intraduzível e ilegível da dor. A partir da escrita de Stendhal sobre teatro entre 1802 e 1804, em "Dos cadernos de juventude a De l'Amour: a elaboração de uma matriz narrativa nos primeiros escritos de Stendhal", Maria Ignez Mena Barreto (USP) aborda o tema da experiência amorosa enquanto fenômeno dinâmico. No artigo "El nombre del universo: primeros apuntes sobre el Cuaderno de Teología de Mario Bellatin", Leonel Cherri Juan (UADER/CONICET) e Pablo Cuartas (Universidad de La Plata) descrevem o início do trabalho no Arquivo Bellatin a partir da leitura de um caderno com anotações do período que estudou teologia e que acolheu material para redação de narrativas, observando o trânsito entre notas de estudos e sua ficção. A literatura infantil está presente em duas contribuições neste número. Em "De canción de cuna a narración ilustrada: una aproximación crítico-genética al libro para niños Duerme, niño, duerme", Cielo Erika Ospina Canencio (Universidad de Chile) aborda o processo criativo de um livro infantil que transpôs uma canção de ninar em um texto narrativo-visual, sendo necessárias, para isso, transformações editoriais, textuais e imagéticas capazes de instaurar um ritmo narrativo. O livro infantil e a narrativa visual é também o tema do fac-símile desta edição: Hanna Araújo (UFAC) mostra o boneco do livro Bárbaro, de Renato Moriconi, narrativa visual de grande sucesso.
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), Sep 1, 2019
Fac-símile revista de crítica genética "Agora irretocável prefiro ficar fora, só na capa do seu l... more Fac-símile revista de crítica genética "Agora irretocável prefiro ficar fora, só na capa do seu livro" e "papel que desistiu de dar recados": processo de criação de Ana Cristina Cesar Mônica Gama 1 OS MANUSCRITOS DE ANA CRISTINA CESAR já receberam uma das melhores edições facsimilares do campo literário brasileiro. Organizado por Viviana Bosi, o volume Antigos e soltos (2008) traz textos abrigados pela pasta rosa e é uma das mais belas publicações de manuscritos. Mas ainda há muitos outros manuscritos da poeta a serem conhecidos. Nesta edição, trazemos a imagem do caderno Meios de transporte 2-título que organiza, no manuscrito, o que se
Ao Erick e à Luiza, dupla de amor, compreensão diariamente reafirmada e paciência de quem confia ... more Ao Erick e à Luiza, dupla de amor, compreensão diariamente reafirmada e paciência de quem confia que a distância da pesquisa vale a pena e deve caber na família. Agradecimentos Ao Marcos pela leitura atenta e confiança no trabalho. Às Prof as. Dr as. Sandra Vasconcelos e Maria Célia Leonel pelo incentivo e apontamentos no exame de qualificação. Ao Prof. Dr. José-Luis Diaz pela conversa encorajadora. Aos amigos do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, em especial à Elisabete Ribas, Frederico Camargo e Gabriela Giacomini, que têm paciência e memória de sobra para ajudar nos momentos intuitivos dos pesquisadores. Ao Frederico Ragazzi, da Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional, pelo empenho em ajudar na busca de manuscritos no Acervo José Olympio. Aos amigos do grupo de pesquisa Criação e Crítica, pela leitura, debate, incentivo, enfim, pela escrita coletiva de onze anos de convivência. À Claudia, Samira, Viviane e Carol pela escuta carinhosa, pelo apoio, por acreditarem na melhor versão de mim mesma e por apostarem que posso me superar. À Irinéia Franco, Adriana Belmonte e Carla Cavalcanti, primeiras incentivadoras da vivência intelectual (ainda em tempos de Crusp e de movimento estudantil): à segurança de amizade que não se enfraquece com a distância e o tempo. À Renata e Carol pelo cotidiano de conversas sinceras e cuidado contínuo. Aos amigos Ivan, Júlia, Cássio, Luís, Paula, Alessandra e Daniel pelas caronas, cuidados com a Luiza, pela presença no dia a dia, enfim, pela amizade que torna tudo mais fácil. À Grace pelo incentivo, carinho, cuidado e atenção; sempre comigo, leitora caprichosa, desaforenta e, mais que tudo, verdadeira e de grande amizade. Ao Vitor, irmão, amigo, tio da Luiza, conversas rosianas, presença e confiança. À minha mãe, com seus cuidados e amor que, de perto ou de longe, ajudam a continuar. Ao Erick, minha neblina, que tudo modo-melhor merece. À Luiza, que ama a mãe e a tese da mãe; que já ama o Guimarães Rosa e se espanta quando um autor morre e nos deixa; que incentivou a pesquisa e animou os dias, a vida. Esta pesquisa contou com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
ex aequo - Revista da Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres
Resumo Este artigo propõe o estudo de três testemunhos da Shoah que foram reunidos em uma recente... more Resumo Este artigo propõe o estudo de três testemunhos da Shoah que foram reunidos em uma recente obra literária brasileira, O que os cegos estão sonhando?, por Noemi Jaffe (2012). O livro tem três seções: o diário de uma sobrevivente da Shoah, o relato de sua filha e um ensaio da neta da sobrevivente, discutindo a linha sucessória marcada pelo horror da Shoah. Analisa-se as diferentes estruturas narrativas que utilizam para organizar os relatos, bem como o seu encadeamento em uma linhagem feminina, matriarcal, apostando na ligação profunda familiar para fazer perdurar uma memória coletiva, histórica, o que inscreve a obra na literatura contemporânea no que ela tem de "intempestiva" (Agamben 2009).
Este artigo focaliza o Livro Ilustrado e o Livro-imagem, classificações que incluem concepções de... more Este artigo focaliza o Livro Ilustrado e o Livro-imagem, classificações que incluem concepções de literatura e de gêneros textuais, além de, em comum, apresentarem nas imagens um papel fundamental na construção dos sentidos. A receptividade do livro ilustrado pelas crianças é algo muito apreciado pelos artistas que encontram leitores dispostos a ler o livro independentemente de critérios externos. Buscamos evidenciar, por meio de entrevistas, as concepções do artista em relação ao seu leitor ideal(izado). As falas refletem que os artistas não se restringem ao rótulo de obra "para criança" ou ainda com o cunho de "infantil", no sentido equivocado que o termo pode significar, ou seja, obra simples e fácil, apta a um leitor despreparado ou inapto à experiência estética.
Resenha do livro Como Fernando Pessoa pode mudar a sua vida – primeiras licoes , de Carlos Pitte... more Resenha do livro Como Fernando Pessoa pode mudar a sua vida – primeiras licoes , de Carlos Pittella e Jeronimo Pizarro. Rio de Janeiro: Tinta da China, 2016.
Fac-símile revista de crítica genética "Agora irretocável prefiro ficar fora, só na capa do seu l... more Fac-símile revista de crítica genética "Agora irretocável prefiro ficar fora, só na capa do seu livro" e "papel que desistiu de dar recados": processo de criação de Ana Cristina Cesar Mônica Gama 1 OS MANUSCRITOS DE ANA CRISTINA CESAR já receberam uma das melhores edições facsimilares do campo literário brasileiro. Organizado por Viviana Bosi, o volume Antigos e soltos (2008) traz textos abrigados pela pasta rosa e é uma das mais belas publicações de manuscritos. Mas ainda há muitos outros manuscritos da poeta a serem conhecidos. Nesta edição, trazemos a imagem do caderno Meios de transporte 2-título que organiza, no manuscrito, o que se
Quais são os traços mais percebidos e valorizados pela crítica e como isso cons-trói uma certa ex... more Quais são os traços mais percebidos e valorizados pela crítica e como isso cons-trói uma certa expectativa de leitura para as obras estreantes? Por mais que os críticos que trabalham com a literatura contemporânea sejam praticamente unânimes quanto à variedade de propostas ficcionais, as tentativas de compreensão da prática literária dei-xam entrever determinados valores e mecanismos de recepção das obras. A partir de duas críticas a Relato de um certo Oriente (1989), de Milton Hatoum, no momento de seu lan-çamento, realizadas por Flora Süssekind e Silviano Santiago, investigamos como alguns pressupostos constroem uma avaliação deceptiva. A decepção diz respeito sobretudo a uma percepção de que a obra de Hatoum não efetuaria rupturas essenciais com a prosa modernista, aspecto mais acentuado como problema na crítica pós-moderna de Silviano Santiago.
afundar naquele bafo sem tempo, sussurro sem som, onde a gente se lembra do que nunca soube, e ac... more afundar naquele bafo sem tempo, sussurro sem som, onde a gente se lembra do que nunca soube, e acorda de novo num sonho, sem perigo sem mal; se sente. "O recado do morro" Guimarães Rosa Na literatura de Guimarães Rosa, o morro e a gruta falam, sussurram e nos fazem lembrar (antes de saber) quem somos. O Morro da Garça, "belo como uma palavra", consegue se comunicar no conto "O recado do morro" 2 , narrativa sobre a viagem de uma comitiva peculiar que vai, no percurso, compondo uma música-ela mesma uma revelação de algo. O Morro da Garça de fato existe no sertão de Minas Gerais-"solitário, escaleno e escuro, feito uma pirâmide" (ROSA, 1969, p. 15)-e sua presença, mágica e magnética, é compartilhada pelos sertanejos como afi rmação imemorial. Mas falar de Guimarães Rosa e dessa presença é falar das Gerais e não das Minas. O líder indígena Ailton Krenak uma vez chamou a atenção para que pensássemos em Minas Gerais como essas duas realidades: o mundo das Gerais e o das Minas, sendo preciso tentar exercitar mais a sensibilidade das Gerais que a ação predatória das Minas. Eu mesma, migrante, que tinha há
NESTA EDIÇÃO, a Manuscrítica traz um dossiê sobre um suporte que resiste à modernidade dos recurs... more NESTA EDIÇÃO, a Manuscrítica traz um dossiê sobre um suporte que resiste à modernidade dos recursos digitais, o caderno. Suporte ágil e discreto para anotações fugazes, colagens de dados, trânsito rápido entre a imagem e o texto, esses pequenos documentos recebem vários nomes: diários gráficos, sketchbooks, diários, cadernos de artista, cadernos de criação, de notas, diários de bordo... muitos são os nomes, porque inúmeras são as operações cognitivas ali realizadas. Talvez pela necessidade de uma instância matérica, não digital, de contato concreto com aquilo que a mão grafa ou cola. O artigo intitulado "Leitura cruzada dos cadernos de Gustave Flaubert e de anotações de Maxime Du Camp da viagem que fizeram juntos para o Oriente", de Lúcia Amaral de Oliveira Ribeiro (USP), inaugura o dossiê supracitado, estudando os cadernos de ambos escritores e mostrando a elaboração de imagens literárias que se assemelham, sobretudo porque dialogam com a tradição de construções imagéticas do século XIX. Em "Preparação para a autobiografia: o Caderno de anotações de Manuel Bandeira", Daniel da Silva Moreira (UFJF) discute, a partir da análise do Caderno de Anotações do poeta brasileiro, como é possível relativizar sua suposta negação com relação ao trabalho autobiográfico, recontextualizando, igualmente, o conceito de "poeta menor" ainda mal compreendido pela crítica. Em seu artigo intitulado "Autoficção por procuração: genealogia de um romance documento e seu impacto na leitura em Sujet Angot", William Vieira (USP) procura ilustrar a partir de notas, cartas, entrevistas e cadernos, como a escritora francesa Christine Angot manipula documentos e falas reais que servirão de matéria na construção de seu romance Sujet Angot, e discute, dentre outros temas, a noção de real e realidade para a autora no fazer literário. Já Victor Lemes Cruzeiro (UnB), em seu artigo "Cadernos de dor: o indizível das dores nas páginas de diários íntimos" parte do Diário de Luto, de Roland Barthes, e El Diario de Frida Kahlo-Un Intimo Autorretrato, de Frida Kahlo, para tratar de questões de fundo filosófico como o intraduzível e ilegível da dor. A partir da escrita de Stendhal sobre teatro entre 1802 e 1804, em "Dos cadernos de juventude a De l'Amour: a elaboração de uma matriz narrativa nos primeiros escritos de Stendhal", Maria Ignez Mena Barreto (USP) aborda o tema da experiência amorosa enquanto fenômeno dinâmico. No artigo "El nombre del universo: primeros apuntes sobre el Cuaderno de Teología de Mario Bellatin", Leonel Cherri Juan (UADER/CONICET) e Pablo Cuartas (Universidad de La Plata) descrevem o início do trabalho no Arquivo Bellatin a partir da leitura de um caderno com anotações do período que estudou teologia e que acolheu material para redação de narrativas, observando o trânsito entre notas de estudos e sua ficção. A literatura infantil está presente em duas contribuições neste número. Em "De canción de cuna a narración ilustrada: una aproximación crítico-genética al libro para niños Duerme, niño, duerme", Cielo Erika Ospina Canencio (Universidad de Chile) aborda o processo criativo de um livro infantil que transpôs uma canção de ninar em um texto narrativo-visual, sendo necessárias, para isso, transformações editoriais, textuais e imagéticas capazes de instaurar um ritmo narrativo. O livro infantil e a narrativa visual é também o tema do fac-símile desta edição: Hanna Araújo (UFAC) mostra o boneco do livro Bárbaro, de Renato Moriconi, narrativa visual de grande sucesso.
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), Sep 1, 2019
Fac-símile revista de crítica genética "Agora irretocável prefiro ficar fora, só na capa do seu l... more Fac-símile revista de crítica genética "Agora irretocável prefiro ficar fora, só na capa do seu livro" e "papel que desistiu de dar recados": processo de criação de Ana Cristina Cesar Mônica Gama 1 OS MANUSCRITOS DE ANA CRISTINA CESAR já receberam uma das melhores edições facsimilares do campo literário brasileiro. Organizado por Viviana Bosi, o volume Antigos e soltos (2008) traz textos abrigados pela pasta rosa e é uma das mais belas publicações de manuscritos. Mas ainda há muitos outros manuscritos da poeta a serem conhecidos. Nesta edição, trazemos a imagem do caderno Meios de transporte 2-título que organiza, no manuscrito, o que se
Ao Erick e à Luiza, dupla de amor, compreensão diariamente reafirmada e paciência de quem confia ... more Ao Erick e à Luiza, dupla de amor, compreensão diariamente reafirmada e paciência de quem confia que a distância da pesquisa vale a pena e deve caber na família. Agradecimentos Ao Marcos pela leitura atenta e confiança no trabalho. Às Prof as. Dr as. Sandra Vasconcelos e Maria Célia Leonel pelo incentivo e apontamentos no exame de qualificação. Ao Prof. Dr. José-Luis Diaz pela conversa encorajadora. Aos amigos do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, em especial à Elisabete Ribas, Frederico Camargo e Gabriela Giacomini, que têm paciência e memória de sobra para ajudar nos momentos intuitivos dos pesquisadores. Ao Frederico Ragazzi, da Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional, pelo empenho em ajudar na busca de manuscritos no Acervo José Olympio. Aos amigos do grupo de pesquisa Criação e Crítica, pela leitura, debate, incentivo, enfim, pela escrita coletiva de onze anos de convivência. À Claudia, Samira, Viviane e Carol pela escuta carinhosa, pelo apoio, por acreditarem na melhor versão de mim mesma e por apostarem que posso me superar. À Irinéia Franco, Adriana Belmonte e Carla Cavalcanti, primeiras incentivadoras da vivência intelectual (ainda em tempos de Crusp e de movimento estudantil): à segurança de amizade que não se enfraquece com a distância e o tempo. À Renata e Carol pelo cotidiano de conversas sinceras e cuidado contínuo. Aos amigos Ivan, Júlia, Cássio, Luís, Paula, Alessandra e Daniel pelas caronas, cuidados com a Luiza, pela presença no dia a dia, enfim, pela amizade que torna tudo mais fácil. À Grace pelo incentivo, carinho, cuidado e atenção; sempre comigo, leitora caprichosa, desaforenta e, mais que tudo, verdadeira e de grande amizade. Ao Vitor, irmão, amigo, tio da Luiza, conversas rosianas, presença e confiança. À minha mãe, com seus cuidados e amor que, de perto ou de longe, ajudam a continuar. Ao Erick, minha neblina, que tudo modo-melhor merece. À Luiza, que ama a mãe e a tese da mãe; que já ama o Guimarães Rosa e se espanta quando um autor morre e nos deixa; que incentivou a pesquisa e animou os dias, a vida. Esta pesquisa contou com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
ex aequo - Revista da Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres
Resumo Este artigo propõe o estudo de três testemunhos da Shoah que foram reunidos em uma recente... more Resumo Este artigo propõe o estudo de três testemunhos da Shoah que foram reunidos em uma recente obra literária brasileira, O que os cegos estão sonhando?, por Noemi Jaffe (2012). O livro tem três seções: o diário de uma sobrevivente da Shoah, o relato de sua filha e um ensaio da neta da sobrevivente, discutindo a linha sucessória marcada pelo horror da Shoah. Analisa-se as diferentes estruturas narrativas que utilizam para organizar os relatos, bem como o seu encadeamento em uma linhagem feminina, matriarcal, apostando na ligação profunda familiar para fazer perdurar uma memória coletiva, histórica, o que inscreve a obra na literatura contemporânea no que ela tem de "intempestiva" (Agamben 2009).
Este artigo focaliza o Livro Ilustrado e o Livro-imagem, classificações que incluem concepções de... more Este artigo focaliza o Livro Ilustrado e o Livro-imagem, classificações que incluem concepções de literatura e de gêneros textuais, além de, em comum, apresentarem nas imagens um papel fundamental na construção dos sentidos. A receptividade do livro ilustrado pelas crianças é algo muito apreciado pelos artistas que encontram leitores dispostos a ler o livro independentemente de critérios externos. Buscamos evidenciar, por meio de entrevistas, as concepções do artista em relação ao seu leitor ideal(izado). As falas refletem que os artistas não se restringem ao rótulo de obra "para criança" ou ainda com o cunho de "infantil", no sentido equivocado que o termo pode significar, ou seja, obra simples e fácil, apta a um leitor despreparado ou inapto à experiência estética.
Resenha do livro Como Fernando Pessoa pode mudar a sua vida – primeiras licoes , de Carlos Pitte... more Resenha do livro Como Fernando Pessoa pode mudar a sua vida – primeiras licoes , de Carlos Pittella e Jeronimo Pizarro. Rio de Janeiro: Tinta da China, 2016.
Fac-símile revista de crítica genética "Agora irretocável prefiro ficar fora, só na capa do seu l... more Fac-símile revista de crítica genética "Agora irretocável prefiro ficar fora, só na capa do seu livro" e "papel que desistiu de dar recados": processo de criação de Ana Cristina Cesar Mônica Gama 1 OS MANUSCRITOS DE ANA CRISTINA CESAR já receberam uma das melhores edições facsimilares do campo literário brasileiro. Organizado por Viviana Bosi, o volume Antigos e soltos (2008) traz textos abrigados pela pasta rosa e é uma das mais belas publicações de manuscritos. Mas ainda há muitos outros manuscritos da poeta a serem conhecidos. Nesta edição, trazemos a imagem do caderno Meios de transporte 2-título que organiza, no manuscrito, o que se
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