Papers by Rodrigo Marques
Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 2021
In this article, we intend to present the psychoanalytic notion of negative therapeutic reaction.... more In this article, we intend to present the psychoanalytic notion of negative therapeutic reaction. It starts from the readings of J. Rivière and J.-B. Pontalis about this concept in Freud, in particular, in the metapsychological constructions of “The Ego and the Id”, in which the Freudian notion of negative therapeutic reaction comes from an “unconscious guilt” and from an attack on the progress of psychoanalytic work. Then, we discuss some Kleinian ideas in this regard, articulated by J. Rivière, especially the refusal to introjection due to the fear of anguish arising from the depressive position and, therefore, the omnipotent refusal of a psychic reality. Finally, we reflect on the Pontalis’ hypothesis of the importance of the “maternal experience”, revived in the transference, which can contribute to broaden the clinical understanding of this reaction.
Revista Criação & Crítica, 2020
Partindo do diálogo entre literatura e psicanálise, este artigo visa apresentar uma possível leit... more Partindo do diálogo entre literatura e psicanálise, este artigo visa apresentar uma possível leitura do romance A cor púrpura, de Alice Walker, segundo a teoria winnicottiana do amadurecimento. Neste romance, Walker apresenta a triste história de Celie, uma jovem negra arrancada violentamente do convívio de seus filhos e de sua irmã. Casada com um homem violento, Celie vive como se não tivesse existência. O ambiente opressor e violento descrito por Walker ilustra bem as falhas ambientais que Winnicott considera presentes na constituição do falso self. Em contrapartida, a construção do verdadeiro self, caracterizado pela criatividade e pelo "gesto espontâneo", pressupõe um processo de subjetivação marcado por uma experiência afetiva e "suficientemente boa" da alteridade. Neste sentido, é possível compreender as transformações vividas por Celie em seu encontro com Shug Avery, de modo a vivenciar a sua própria feminilidade. A experiência do encontro humano possibili...
Revista Graphos
O presente artigo busca estabelecer uma relação entre o filme O Apartamento, de Asghar Farhadi, e... more O presente artigo busca estabelecer uma relação entre o filme O Apartamento, de Asghar Farhadi, e a peça de Arthur Miller, A morte de um caixeiro-viajante. Tendo por fundamento a noção psicanalítica de narcisismo e a teoria do “modo de endereçamento”, busca-se desenvolver uma discussão em torno da noção de “fúria narcísica” (Kohut) e o que se considera ser seus paradoxos. Destaca-se, principalmente, dois paradoxos que se encontram entrelaçados: em primeiro lugar, o modo como, nessa condição psíquica, o inimigo é uma parte não reconhecida do próprio Self e, em segundo lugar, o modo como o outro, que serve de tela para projeção de sentimentos de hostilidade, torna-se um presente-ausente, não percebido em sua inteireza. Nesse contexto, a “fúria narcísica” origina-se, sobretudo, da ausência de um registro psíquico integrado da alteridade e, por conseguinte, de suas complexidades e ambivalências. A partir dessas questões, espera-se mostrar como tanto no filme como na peça teatral que lhe...
Revista Criação & Crítica
Partindo do diálogo entre literatura e psicanálise, este artigo visa apresentar uma possível leit... more Partindo do diálogo entre literatura e psicanálise, este artigo visa apresentar uma possível leitura do romance A cor púrpura, de Alice Walker, segundo a teoria winnicottiana do amadurecimento. Neste romance, Walker apresenta a triste história de Celie, uma jovem negra arrancada violentamente do convívio de seus filhos e de sua irmã. Casada com um homem violento, Celie vive como se não tivesse existência. O ambiente opressor e violento descrito por Walker ilustra bem as falhas ambientais que Winnicott considera presentes na constituição do falso self. Em contrapartida, a construção do verdadeiro self, caracterizado pela criatividade e pelo “gesto espontâneo”, pressupõe um processo de subjetivação marcado por uma experiência afetiva e “suficientemente boa” da alteridade. Neste sentido, é possível compreender as transformações vividas por Celie em seu encontro com Shug Avery, de modo a vivenciar a sua própria feminilidade. A experiência do encontro humano possibilita processos de ress...
Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 2021
In this article, we intend to present the psychoanalytic notion of negative therapeut... more In this article, we intend to present the psychoanalytic notion of negative therapeutic reaction. It starts from the readings of J. Rivière and J.-B. Pontalis about this concept in Freud, in particular, in the metapsychological constructions of “The Ego and the Id”, in which the Freudian notion of negative therapeutic reaction comes from an “unconscious guilt” and from an attack on the progress of psychoanalytic work. Then, we discuss some Kleinian ideas in this regard, articulated by J. Rivière, especially the refusal to introjection due to the fear of anguish arising from the depressive position and, therefore, the omnipotent refusal of a psychic reality. Finally, we reflect on the Pontalis’ hypothesis of the importance of the “maternal experience”, revived in the transference, which can contribute to broaden the clinical understanding of this reaction.
Criação & Crítica, 2020
RESUMO: Partindo do diálogo entre literatura e psicanálise, este artigo visa apresentar uma possí... more RESUMO: Partindo do diálogo entre literatura e psicanálise, este artigo visa apresentar uma possível leitura do romance A cor púrpura, de Alice Walker, segundo a teoria winnicottiana do amadurecimento. Neste romance, Walker apresenta a triste história de Celie, uma jovem negra arrancada violentamente do convívio de seus filhos e de sua irmã. Casada com um homem violento, Celie vive como se não tivesse existência. O ambiente opressor e violento descrito por Walker ilustra bem as falhas ambientais que Winnicott considera presentes na constituição do falso self. Em contrapartida, a construção do verdadeiro self, caracterizado pela criatividade e pelo "gesto espontâneo", pressupõe um processo de subjetivação marcado por uma experiência afetiva e "suficientemente boa" da alteridade. Neste sentido, é possível compreender as transformações vividas por Celie em seu encontro com Shug Avery, de modo a vivenciar a sua própria feminilidade. A experiência do encontro humano possibilita processos de ressignificação e de elaboração das falhas ambientais, por conseguinte, processos de desenvolvimento emocional. Neste romance, o tempo da narrativa revela o tempo do amadurecimento humano, destacando-se, ao lado da crítica social, a relação dos componentes masculinos e femininos que integram o ser e o fazer como dimensões fundamentais e constitutivas do self. PALAVRAS-CHAVE: Processos de subjetivação; literatura e psicanálise; escrita feminina; Alice Walker; D. Winnicott. ABSTRACT: Starting from the dialogue between literature and psychoanalysis, this article aims to present a possible reading of the novel The color purple, by Alice Walker, according to the Winnicottian maturational theory. In this novel, Walker introduces to the sad story of Celie, a young black woman violently prevented from living with her children and sister. Married to a violent man, Celie lives as if she doesn't exist. The oppressive and violent environment described by Walker illustrates well the environmental failures that Winnicott considers present in the constitution of the false self. In contrast, the construction of the true self, characterized by creativity and "spontaneous gesture", presupposes a process of subjectification marked by an affective and "sufficiently good" experience of otherness. In this sense, it is possible to understand the transformations experienced by Celie in her encounter with Shug Avery, in order to experience her own femininity. The experience of the human encounter enables processes of resignification and the elaboration of environmental failures, therefore, processes of emotional development. In this novel, the time of the narrative reveals the time of human maturation, standing out, alongside the social criticism, the
Resumo: O presente artigo busca estabelecer uma relação entre o filme O Apartamento, de Asghar Fa... more Resumo: O presente artigo busca estabelecer uma relação entre o filme O Apartamento, de Asghar Farhadi, e a peça de Arthur Miller, A morte de um caixeiro-viajante. Tendo por fundamento a noção psicanalítica de narcisismo e a teoria do " modo de endereçamento " , busca-se desenvolver uma discussão em torno da noção de " fúria narcísica " (Kohut) e o que se considera ser seus paradoxos. Destaca-se, principalmente, dois paradoxos que se encontram entrelaçados: em primeiro lugar, o modo como, nessa condição psíquica, o inimigo é uma parte não reconhecida do próprio Self e, em segundo lugar, o modo como o outro, que serve de tela para projeção de sentimentos de hostilidade, torna-se um presente-ausente, não percebido em sua inteireza. Nesse contexto, a " fúria narcísica " origina-se, sobretudo, da ausência de um registro psíquico integrado da alteridade e, por conseguinte, de suas complexidades e ambivalências. A partir dessas questões, espera-se mostrar como tanto no filme como na peça teatral que lhe serve de intertexto um " narcisismo extremamente vulnerável " e suas falhas vão sendo elucidados. Palavras-chave: Literatura, Psicanálise e Cinema. Fúria narcísica. Narcisismo. Heinz Kohut. Abstract: This article seeks to establish a relationship between Asghar Farhadi's film, The Salesman, and Arthur Miller's play, Death of a Salesman. Based on the psychoanalytic notion of narcissism and the theory of " mode of address " , we seek to develop a discussion around the notion of " narcissistic rage " (Kohut) and its paradoxes. Two intertwined paradoxes mainly stand out: first, the way in which, in this psychic condition, the enemy is an unrecognized part of the Self itself and, secondly, the way in which the other, which serves as a projection screen for feelings of hostility, becomes a present-absent, not perceived in its entirety. In this context, the " narcissistic rage " originates, above all, from the absence of an integrated psychic register of the otherness and, consequently, of its complexities and ambivalences. Following these questions, we hope to show how in both film and play, which serves as an intertext, an " extremely vulnerable narcissism " and its failures get to become elucidated.
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