Este artigo propõe uma reflexão sobre o que seria o contemporâneo em diálogo com o moderno nu... more Este artigo propõe uma reflexão sobre o que seria o contemporâneo em diálogo com o moderno numa aproximação entre arte e literatura a partir de três textos que tratam da questão: Espectáculos de Realidad — Ensaios sobre la narrativa latinoamericana de las últimas dos décadas; Sobre a arte contemporânea e Zum, zum, zum: estudo sobre o nome contemporâneo. Três vozes atuais, uma que se enuncia a partir da França, mas que coloca num lugar central o “momento americano” — a de Ruffel; e duas latino-americanas — as de Reinaldo Laddaga e de César Aira. Três ensaios importantes para pensar a dificuldade de nomear a produção do presente e que permitem continuar uma discussão modernista que permanece em aberto no contemporâneo. PALAVRAS-CHAVE: Contemporâneo; Arte; Literatura.
Resumo: Este artigo propõe uma reflexão sobre algumas formas de pensar e nomear a produção artíst... more Resumo: Este artigo propõe uma reflexão sobre algumas formas de pensar e nomear a produção artístico-literária do presente a partir do texto "Em que tempo vivemos?" de Jacques Rancière. Assim, buscamos respostas às implicações de se pensar o tempo em que vivemos como um tempo pós. Um tempo que, para Rancière, precisa ser visto como não-homogêneo, um tempo em que se produz rupturas e intervalos, fazendo deixar de coincidir o tempo global e o tempo individual da pessoa. Para Rancière, o nosso tempo pós, no que diz respeito ao modo de ler a história da arte, ainda é o tempo do Regime Estético, que sucedeu outros dois Regimes, o Ético e o Poético ou Representativo. Reinaldo Laddaga, argentino radicado nos EUA, discorda de Rancière e vê ruptura onde este vê continuidade. Assim, para Laddaga, depois do Regime Estético, teríamos entrado no que ele chama de Regime Prático das Artes. Essa discussão nos faz ver o que esses termos representam em contraposição à ideia de Modernismo e Pós-modernismo.
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2019
Este artigo buscará pensar de que maneira a literatura brasileira aparece na corrida para fazer ... more Este artigo buscará pensar de que maneira a literatura brasileira aparece na corrida para fazer parte de uma literatura-mundo. A partir da imposição mesma de uma economia pensada numa relação de mundo presente no vocábulo globalização, a proposição de Goethe de uma literatura mundial passa a ser o ponto de partida para o estudo dessa inserção. Observou-se que reservar um lugar periférico dentro do pecúlio comum do mundo às literaturas da América Latina não é suficiente para incluí-la no discurso do “mundial” e muito menos para efetivar o que Spivak chama de “uma competição limpa”. Ainda mais especificamente, interessa pensar o caso do Brasil dentro da América Latina, sua posição ainda mais periférica em relação à inserção na literatura-mundo, e que tem, no entanto, outras ressonâncias a partir dos estudos de Franco Moretti e das novas publicações de Machado de Assis nos Estados Unidos, que deram visibilidade à crítica brasileira que aborda essas questões. Palavras-chave: literatura mundial, literatura brasileira, América Latina.
Na medida em que o Brasil éo único país de língua portuguesa da América Latina, nos interessa re... more Na medida em que o Brasil éo único país de língua portuguesa da América Latina, nos interessa refletir sobre como se dáa viagem que nossa literatura empreende na língua vizinha. Neste texto, apresentamos uma reflexão sobre a persistência – em um nível – e a suspeita – em outro –, de uma identidade nacional da literatura a partir da leitura de livros (e seus respectivos prefácios, posfácios e apresentações de toda natureza) de alguns autores recentemente traduzidos no Uruguai pela Coleção Boca a Boca, uma parceria entre as editoras Yaugurú(Uruguai) e Grua (Brasil), que obtiveram bolsas do Programa de Apoio àTradução, da Fundação Biblioteca Nacional. O texto centra sua análise no romance Outra vida (2009), de Rodrigo Lacerda.
Resumo: Neste artigo propõe-se uma reflexão sobre a circulação da literatura brasileira con-tempo... more Resumo: Neste artigo propõe-se uma reflexão sobre a circulação da literatura brasileira con-temporânea nos países da América Latina e a publicação da literatura também contemporâ-nea dos outros países da América Latina no Brasil. A partir de uma ficção de Mário Bellatin e de um texto teórico de Darcy Ribeiro, especula-se sobre o sentimento de pertencimento e os limites de uma conformação continental geográfica que apresenta estruturas sociopolíticas diversas coexistindo sem conviver. PalavRas-chave: Literatura brasileira, América Latina, Literatura contemporânea. abstRact: This article proposes a reflection on the movement of contemporary Brazilian literature in Latin America, and also, the publication of contemporary literature of other countries in Latin America in Brazil. From Mario Bellatin's fiction and a Darcy Ribeiro's theoretical text, this paper speculates about the feeling of belonging and the limits of a geographical continental conformation that has several sociopolitical structures coexisting without living together.
Este artigo é uma reflexão sobre as formas de visibilidade dos escritores brasileiros contemporân... more Este artigo é uma reflexão sobre as formas de visibilidade dos escritores brasileiros contemporâneos dentro do espaço nacional a partir de um olhar às listas de alguns críticos/leitores da produção contemporânea. Aborda também uma ideia de literatura implicada no gesto mesmo do autor se fazer visível, tomada aqui como uma “literatura expandida”. Por fim, o artigo apresenta alguns resultados da pesquisa “A literatura brasileira atual no mapa da América Latina”. Palavras-chave: visibilidade; literatura contemporânea; literatura brasileira.
Em 1970, sai a público, postumamente, a Teoria estética de Adorno. Nela o filósofo questiona o "d... more Em 1970, sai a público, postumamente, a Teoria estética de Adorno. Nela o filósofo questiona o "direito de existência" da arte. Diante do desencantamento do mundo, após Auschwitz, e frente ao indomável crescimento tecnológico, Adorno expõe toda a negatividade que cerca o lugar da obra de arte no mundo moderno. A principal crítica de Adorno, ou a que causoue causa até hojemais polêmicas, é a do prazer artístico. "Numa sociedade onde a arte já não tem nenhum lugar e que está abalada em toda a reação contra ela, a arte cinde-se em propriedade cultural coisificada e entorpecida, e em obtenção de prazer que o cliente recupera e que, na maior parte dos casos, pouco tem a ver com o objeto" (Adorno, 1970, p. 27).
Com projeto de pós-doutorado aprovado no último edital do Programa Pós-doutorado Nota 10 da Faper... more Com projeto de pós-doutorado aprovado no último edital do Programa Pós-doutorado Nota 10 da Faperj, Ieda Magri e Beatriz Resende se dedicam ao estudo da literatura brasileira atual e o sistema editorial da América Latina.
Texto publicado nos anais do Jalla —Jornadas andinas de literatura latino americana, no caderno M... more Texto publicado nos anais do Jalla —Jornadas andinas de literatura latino americana, no caderno Miradas a la narrativa contemporânea latino-americana. Costa Rica: 2014, que pode ser acessado aqui: http://www.jallacostarica2014.una.ac.cr/index.php/repository/func-startdown/22/.
No primeiro ensaio de Nudez, Giorgio Agamben faz uma interessante aproximação entre a crítica e a... more No primeiro ensaio de Nudez, Giorgio Agamben faz uma interessante aproximação entre a crítica e a escrita literária e a noção judaico-cristã de salvação e criação. Uma e outra definem os dois polos da ação divina. No entanto, enquanto a criação é obra do Deus, do espírito, a salvação está mais ligada a um elemento corpóreo representado pelo Filho e pelo profeta. "Na cultura da época moderna, a filosofia e a crítica herdaram a obra profética da salvação (que na esfera sagrada fora antes confiada às exegeses);; poesia, técnica e arte, à obra angélica da criação" (2010, p. 13).
Roberto Bolaño, escritor que se individualizou no contexto literário recente pela experiência rad... more Roberto Bolaño, escritor que se individualizou no contexto literário recente pela experiência radical de sua literatura, pode ser considerado o "escritor latino-americano" por excelência, um dos únicos entre nós a realizar a passagem entre as literaturas nacionais e apropriar-se delas no sentido de uma literatura comum. A hipótese que defendo nesta comunicação é que Bolaño, a partir da uma ideia de literatura comum, interfere concretamente no sistema literário recomendando autores que passam a ser editados e modificando uma visão europeia da literatura aqui feita, ainda estagnada, segundo ele, nos representantes do boom de 1960 ou em escritores que investem no exótico e no vendável de uma imagem latino-americana amenizadora.
Quando anunciada, durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2011, a nova versão... more Quando anunciada, durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2011, a nova versão do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior gerou interesse imediato e expectativas em autores, tradutores, agentes literários e editoras. Não era para menos: a iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) garantia o investimento de R$ 12 milhões até 2020 no fomento à tradução e à difusão de obras da literatura brasileira no exterior. Logo, editais complementares vieram para impulsionar o programa, tais como o de Apoio à Publicação de Autores Brasileiros na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o de Residência de Tradutores Estrangeiros no Brasil e o de Intercâmbio de Autores Brasileiros, além da criação da Revista Machado de Assis – Literatura Brasileira em Tradução, todos com a missão de projetar e difundir internacionalmente a nossa literatura. Passados quatro anos desde o anúncio do programa e dois do protagonismo do Brasil no maior evento literário do mundo, a Feira do Livro de Frankfurt, o momento parece propício a um primeiro balanço: o que vem funcionando bem, o que não deu certo, quais os desafios e perspectivas para os próximos anos no desenvolvimento do programa, sobretudo em uma conjuntura administrativa de restrições orçamentárias? Em conversa com as editoras executivas da Z Cultural, Agnes Rissardo e Ieda Magri, a diretora do Centro de Cooperação e Difusão da FBN, Moema Salgado, e o coordenador do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, Fábio Lima, formulam respostas a essas questões e seguem confiantes nos objetivos do programa. " O esforço do Brasil em difundir a literatura brasileira no exterior é também o desejo de fazer parte de um fundo comum cultural da humanidade. Acredito muito na penetração nesse fundo, seja por meio da participação em feiras, do nosso programa de tradução, da Revista Machado de Assis ou de intercâmbios " , pontua Moema.
Este artigo propõe uma reflexão sobre o que seria o contemporâneo em diálogo com o moderno nu... more Este artigo propõe uma reflexão sobre o que seria o contemporâneo em diálogo com o moderno numa aproximação entre arte e literatura a partir de três textos que tratam da questão: Espectáculos de Realidad — Ensaios sobre la narrativa latinoamericana de las últimas dos décadas; Sobre a arte contemporânea e Zum, zum, zum: estudo sobre o nome contemporâneo. Três vozes atuais, uma que se enuncia a partir da França, mas que coloca num lugar central o “momento americano” — a de Ruffel; e duas latino-americanas — as de Reinaldo Laddaga e de César Aira. Três ensaios importantes para pensar a dificuldade de nomear a produção do presente e que permitem continuar uma discussão modernista que permanece em aberto no contemporâneo. PALAVRAS-CHAVE: Contemporâneo; Arte; Literatura.
Resumo: Este artigo propõe uma reflexão sobre algumas formas de pensar e nomear a produção artíst... more Resumo: Este artigo propõe uma reflexão sobre algumas formas de pensar e nomear a produção artístico-literária do presente a partir do texto "Em que tempo vivemos?" de Jacques Rancière. Assim, buscamos respostas às implicações de se pensar o tempo em que vivemos como um tempo pós. Um tempo que, para Rancière, precisa ser visto como não-homogêneo, um tempo em que se produz rupturas e intervalos, fazendo deixar de coincidir o tempo global e o tempo individual da pessoa. Para Rancière, o nosso tempo pós, no que diz respeito ao modo de ler a história da arte, ainda é o tempo do Regime Estético, que sucedeu outros dois Regimes, o Ético e o Poético ou Representativo. Reinaldo Laddaga, argentino radicado nos EUA, discorda de Rancière e vê ruptura onde este vê continuidade. Assim, para Laddaga, depois do Regime Estético, teríamos entrado no que ele chama de Regime Prático das Artes. Essa discussão nos faz ver o que esses termos representam em contraposição à ideia de Modernismo e Pós-modernismo.
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2019
Este artigo buscará pensar de que maneira a literatura brasileira aparece na corrida para fazer ... more Este artigo buscará pensar de que maneira a literatura brasileira aparece na corrida para fazer parte de uma literatura-mundo. A partir da imposição mesma de uma economia pensada numa relação de mundo presente no vocábulo globalização, a proposição de Goethe de uma literatura mundial passa a ser o ponto de partida para o estudo dessa inserção. Observou-se que reservar um lugar periférico dentro do pecúlio comum do mundo às literaturas da América Latina não é suficiente para incluí-la no discurso do “mundial” e muito menos para efetivar o que Spivak chama de “uma competição limpa”. Ainda mais especificamente, interessa pensar o caso do Brasil dentro da América Latina, sua posição ainda mais periférica em relação à inserção na literatura-mundo, e que tem, no entanto, outras ressonâncias a partir dos estudos de Franco Moretti e das novas publicações de Machado de Assis nos Estados Unidos, que deram visibilidade à crítica brasileira que aborda essas questões. Palavras-chave: literatura mundial, literatura brasileira, América Latina.
Na medida em que o Brasil éo único país de língua portuguesa da América Latina, nos interessa re... more Na medida em que o Brasil éo único país de língua portuguesa da América Latina, nos interessa refletir sobre como se dáa viagem que nossa literatura empreende na língua vizinha. Neste texto, apresentamos uma reflexão sobre a persistência – em um nível – e a suspeita – em outro –, de uma identidade nacional da literatura a partir da leitura de livros (e seus respectivos prefácios, posfácios e apresentações de toda natureza) de alguns autores recentemente traduzidos no Uruguai pela Coleção Boca a Boca, uma parceria entre as editoras Yaugurú(Uruguai) e Grua (Brasil), que obtiveram bolsas do Programa de Apoio àTradução, da Fundação Biblioteca Nacional. O texto centra sua análise no romance Outra vida (2009), de Rodrigo Lacerda.
Resumo: Neste artigo propõe-se uma reflexão sobre a circulação da literatura brasileira con-tempo... more Resumo: Neste artigo propõe-se uma reflexão sobre a circulação da literatura brasileira con-temporânea nos países da América Latina e a publicação da literatura também contemporâ-nea dos outros países da América Latina no Brasil. A partir de uma ficção de Mário Bellatin e de um texto teórico de Darcy Ribeiro, especula-se sobre o sentimento de pertencimento e os limites de uma conformação continental geográfica que apresenta estruturas sociopolíticas diversas coexistindo sem conviver. PalavRas-chave: Literatura brasileira, América Latina, Literatura contemporânea. abstRact: This article proposes a reflection on the movement of contemporary Brazilian literature in Latin America, and also, the publication of contemporary literature of other countries in Latin America in Brazil. From Mario Bellatin's fiction and a Darcy Ribeiro's theoretical text, this paper speculates about the feeling of belonging and the limits of a geographical continental conformation that has several sociopolitical structures coexisting without living together.
Este artigo é uma reflexão sobre as formas de visibilidade dos escritores brasileiros contemporân... more Este artigo é uma reflexão sobre as formas de visibilidade dos escritores brasileiros contemporâneos dentro do espaço nacional a partir de um olhar às listas de alguns críticos/leitores da produção contemporânea. Aborda também uma ideia de literatura implicada no gesto mesmo do autor se fazer visível, tomada aqui como uma “literatura expandida”. Por fim, o artigo apresenta alguns resultados da pesquisa “A literatura brasileira atual no mapa da América Latina”. Palavras-chave: visibilidade; literatura contemporânea; literatura brasileira.
Em 1970, sai a público, postumamente, a Teoria estética de Adorno. Nela o filósofo questiona o "d... more Em 1970, sai a público, postumamente, a Teoria estética de Adorno. Nela o filósofo questiona o "direito de existência" da arte. Diante do desencantamento do mundo, após Auschwitz, e frente ao indomável crescimento tecnológico, Adorno expõe toda a negatividade que cerca o lugar da obra de arte no mundo moderno. A principal crítica de Adorno, ou a que causoue causa até hojemais polêmicas, é a do prazer artístico. "Numa sociedade onde a arte já não tem nenhum lugar e que está abalada em toda a reação contra ela, a arte cinde-se em propriedade cultural coisificada e entorpecida, e em obtenção de prazer que o cliente recupera e que, na maior parte dos casos, pouco tem a ver com o objeto" (Adorno, 1970, p. 27).
Com projeto de pós-doutorado aprovado no último edital do Programa Pós-doutorado Nota 10 da Faper... more Com projeto de pós-doutorado aprovado no último edital do Programa Pós-doutorado Nota 10 da Faperj, Ieda Magri e Beatriz Resende se dedicam ao estudo da literatura brasileira atual e o sistema editorial da América Latina.
Texto publicado nos anais do Jalla —Jornadas andinas de literatura latino americana, no caderno M... more Texto publicado nos anais do Jalla —Jornadas andinas de literatura latino americana, no caderno Miradas a la narrativa contemporânea latino-americana. Costa Rica: 2014, que pode ser acessado aqui: http://www.jallacostarica2014.una.ac.cr/index.php/repository/func-startdown/22/.
No primeiro ensaio de Nudez, Giorgio Agamben faz uma interessante aproximação entre a crítica e a... more No primeiro ensaio de Nudez, Giorgio Agamben faz uma interessante aproximação entre a crítica e a escrita literária e a noção judaico-cristã de salvação e criação. Uma e outra definem os dois polos da ação divina. No entanto, enquanto a criação é obra do Deus, do espírito, a salvação está mais ligada a um elemento corpóreo representado pelo Filho e pelo profeta. "Na cultura da época moderna, a filosofia e a crítica herdaram a obra profética da salvação (que na esfera sagrada fora antes confiada às exegeses);; poesia, técnica e arte, à obra angélica da criação" (2010, p. 13).
Roberto Bolaño, escritor que se individualizou no contexto literário recente pela experiência rad... more Roberto Bolaño, escritor que se individualizou no contexto literário recente pela experiência radical de sua literatura, pode ser considerado o "escritor latino-americano" por excelência, um dos únicos entre nós a realizar a passagem entre as literaturas nacionais e apropriar-se delas no sentido de uma literatura comum. A hipótese que defendo nesta comunicação é que Bolaño, a partir da uma ideia de literatura comum, interfere concretamente no sistema literário recomendando autores que passam a ser editados e modificando uma visão europeia da literatura aqui feita, ainda estagnada, segundo ele, nos representantes do boom de 1960 ou em escritores que investem no exótico e no vendável de uma imagem latino-americana amenizadora.
Quando anunciada, durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2011, a nova versão... more Quando anunciada, durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2011, a nova versão do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior gerou interesse imediato e expectativas em autores, tradutores, agentes literários e editoras. Não era para menos: a iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) garantia o investimento de R$ 12 milhões até 2020 no fomento à tradução e à difusão de obras da literatura brasileira no exterior. Logo, editais complementares vieram para impulsionar o programa, tais como o de Apoio à Publicação de Autores Brasileiros na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o de Residência de Tradutores Estrangeiros no Brasil e o de Intercâmbio de Autores Brasileiros, além da criação da Revista Machado de Assis – Literatura Brasileira em Tradução, todos com a missão de projetar e difundir internacionalmente a nossa literatura. Passados quatro anos desde o anúncio do programa e dois do protagonismo do Brasil no maior evento literário do mundo, a Feira do Livro de Frankfurt, o momento parece propício a um primeiro balanço: o que vem funcionando bem, o que não deu certo, quais os desafios e perspectivas para os próximos anos no desenvolvimento do programa, sobretudo em uma conjuntura administrativa de restrições orçamentárias? Em conversa com as editoras executivas da Z Cultural, Agnes Rissardo e Ieda Magri, a diretora do Centro de Cooperação e Difusão da FBN, Moema Salgado, e o coordenador do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, Fábio Lima, formulam respostas a essas questões e seguem confiantes nos objetivos do programa. " O esforço do Brasil em difundir a literatura brasileira no exterior é também o desejo de fazer parte de um fundo comum cultural da humanidade. Acredito muito na penetração nesse fundo, seja por meio da participação em feiras, do nosso programa de tradução, da Revista Machado de Assis ou de intercâmbios " , pontua Moema.
Este artigo buscará pensar de que maneira a literatura brasileira aparece na corrida para fazer p... more Este artigo buscará pensar de que maneira a literatura brasileira aparece na corrida para fazer parte de uma literatura-mundo. A partir da imposição mesma de uma economia pensada numa relação de mundo presente no vocábulo globalização, a proposição de Goethe de uma literatura mundial passa a ser o ponto de partida para o estudo dessa inserção. Observou-se que reservar um lugar periférico dentro do pecúlio comum do mundo às literaturas da América Latina não é suficiente para incluí-la no discurso do "mundial" e muito menos para efetivar o que Spivak chama de "uma competição limpa". Ainda mais especificamente, interessa pensar o caso do Brasil dentro da América Latina, sua posição ainda mais periférica em relação à inserção na literatura-mundo, e que tem, no entanto, outras ressonâncias a partir dos estudos de Franco Moretti e das novas publicações de Machado de Assis nos Estados Unidos, que deram visibilidade à crítica brasileira que aborda essas questões.
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