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quarta-feira, março 05, 2008

A residência dos leprosos

Recentemente estive na província do Cunene. Chamou-me a atenção, nos fundos do hospital, a existência é algumas pequenas cabanas feitas de alvenaria. Era realmente muito interessante rever aquelas construções que pareciam abandonadas.

Antes mesmo que eu pudesse perguntar ao guia do que se tratavam e foi explicado. Esse local era antigamente a residência pessoas leprosas, como o mesmo chamou. As pessoas doentes ficavam confinadas nesses ambientes e podiam circular apenas próximo à sua moradia. Pelo que foi contada se previa alguém para tomar conta das pessoas e garantir que elas não saíssem do local.

Recentemente as construções estavam sendo usadas como apoio para a epidemia de cólera, mas no momento estão desativadas.

As pequenas casas são herança da época colonial, construídas e pelos portugueses hoje servem mais como lembrança do tempo que se foi.

segunda-feira, julho 30, 2007

Huambo – Saída de Luanda – Parte 1

Terça-feira 24 de julho de 2007, finalmente vou conhecer a primeira província, Huambo. Foram uma série de desencontros e reorganizações de cronograma até chegar a essa primeira viagem. Para as próximas semanas viagens a Benguela, Namibe, Lunda Sul, Lunda Norte, Zaire e Cabinda. As províncias, que são o mesmo que estados, são 18 no total, sendo Luanda uma delas.

Tudo ao meu redor treme, escrevo em pleno vôo em um avião bi-motor da Embraer da companhia Air26. Hoje realmente foi um dia de estréias, nunca havia andado em aparelho assim. Abordo aproximadamente 30 pessoas, contando com a tripulação, sendo três na cabine e mais a comissária de bordo. As hélices fazem muito barulho, parece que estamos no meio de um liquidificador. Apesar de estar com o fone de ouvido a 70% do volume, quase não escuto a música.

Aeronave que fui a Huambo


Acordei cedo e atrasado. Havíamos combinando de sair as 6:00 horas da manhã, mas não sei porque coloquei na cabeça que eram as 6:30 h, assim as 6:30 h estava lá em baixo. O carro saiu apertado com o motorista Judy, André Leão na frente e eu, Ana Flávia e André no banco de trás. Estavam todos com aquela cara de sono, de abuso mesmo, mas eu parecia um menino, estava excitado com a viagem e quase não encosto no banco. Após deixar a tropa no Josina Machel para mais um dia de trabalho, seguimos para aeroporto de vôos domésticos.

Os vôos domésticos são realizados uma espécie de anexo do aeroporto 4 de fevereiro, ou se preferir o aeroporto internacinal. Passamos por uma rua que está sendo reformada, mas que agora é pura terra. A reconstrução do pais ainda me assusta, são obras por todo lado. Chegamos na entrada, um estacionamento pequeno na frente. O vigilante não queria me deixar desembarcar sem pagar 100 Kwanzas, após argumentar consegui seguir sem desembolsar nada.
Sala de embarque do aeroporto doméstico de Luanda


É recomendado realizar a primeira viagem com alguém que já tenha feito isso antes, havíamos programado assim, todavia problemas acontecem e é necessário improvisar. Como não conseguimos bilhetes no mesmo dia, vou encontrar com o Dr. Sérgio no local, ele embarcou ontem. Sozinho no aeroporto tudo é novidade. Tenho que tirar de letra essas dificuldades. Foi mesmo assim, como diriam os Angolanos, pergunta daqui, se esquiva dali e consegui fazer o check-in. A minha bagagem de mão teve que ser despachada, quando cheguei ao avião entendi, realmente não tem espaço para acomodá-la.

Antes de chegar à sala de embarque tive que passar pelo oficial da imigração. Angola está mudando as suas leis de imigração e foi necessário um pouco de conversa para ele me deixar passar. Os meus documentos estão todos corretos e válidos, passei afinal.

Ontem não consegui dormir cedo, cheguei a sala de espera, coloquei o Ipod e fiquei cochilando sobre a mala do note book. Estava naquele esquema, um olho no peixe e outro no gato. Após pouco mais de 1 hora e meia chamaram para o embarque.
Luanda - Aeronave na pista


Hélice do bi-motor Embraer


Gostei muito de ver a aeronave no pátio, com aquelas grandes hélices. A escada parece bem frágil e subimos com ela fazendo barulho. Sento logo na primeira cadeia, perto da porta. A aeromoça fala os procedimentos de segurança e quando chega ao momento em que ela explica os procedimentos para o caso de um pouso de emergência, só consigo pensar: "Vira essa boca para lá". O comandante deu as boas vindas e falou isso em dois idiomas. Até ai nada de novidade, a primeira língua foi o português, já a segunda foi Umbundo, essa é a língua nativa da província de Huambo. Bem legal, estou em África.

Já vamos pousar, tenho que desligar o note. Huambo ai vou eu.

sexta-feira, julho 27, 2007

Apresentação na ONU

Pessoas, contatos, cotidiano, rotina, descobertas, desafios, a vida é feita disso, na verdade disso e muito mais. Estou procurando as palavras para descrever a minha alegria em relatar esse evento.

Quarta-feira passada um amigo, diretor da OMS, convidou-me para uma apresentação na ONU. O assunto: A criação do programa Angolano de luta contra a Aids e a informatização. Fui informar aos participantes como está o andamento do projeto de informatização do instituto, objetivos, marcos e expectativas.

Os participantes é que foram o ponto alto. Estavam me ouvindo diretores e representantes dos seguintes organismos: OMS, ONU SIDA, Unicef, Fundo Global, Hamset e representantes do governo, além do responsável pelo departamento de vigilância do INLS. Após uma apresentação breve de todos os participantes, sabia que o meu tempo era conciso, afinal essas pessoas são importantes, tive pouco mais de 20 minutos para falar sobre o desenvolvimento dos sistemas e suas implicações. Nestes organismos estão alguns dos fomentadores do Instituto do SIDA.

O diretor da OMS ainda me presenteou com um livro de sua autoria dedicado a mim. Escrito está: “Ao amigo...”. Realmente me sinto lisonjeado em ser chamado de amigo por um homem com uma história tão impressionante. Dentre os trabalhos realizados por esse médico, um chama muita minha atenção, tele-medicina. Ele desenvolveu um trabalho muito bom e pioneiro no Tibet. Esteve trabalhando também por todo leste asiático, Europa e quase toda África, realmente um notável.

Vou guardar com muito carinho essa história e a realização de mais essa conquista. Tuapandula Angola (Obrigado Angola).

terça-feira, julho 10, 2007

Café Arábica

Lembro com muito carinho dos sucos da tia que na época da MV eu tomava com a turma do trabalho. Caruaru e Raphael eram sempre meus companheiros de conversa, isso nos unia, descontraia e aumentava a nossa disposição no trabalho.
Tardou, mas descobrimos um local aqui em Luanda para tomar um suco no meio da tarde e até mesmo almoçar. A pouco mais de 3 meses abriu próximo a Advance o café Arábica. Um ambiente sofisticado com mesas de madeira e cadeiras de primeira linha. Todos os funcionários com uniformes bonitos e da entrada ao banheiro não resta menor dúvida que o diferencial é a qualidade.
Gosto de ir almoçar vez por outra por lá. Apesar de o preço ser salgado é uma das poucas opções realmente ligth que disponho. Há sempre pelo menos dois tipos de salada muito coloridas e apetitosas. Pela higiene do local dá para comer tranqüilo qualquer tipo de refeição.
Na minha última visita, pedi um frango com arroz e salada. Apesar de não ser peito de frango o sabor estava ótimo e a saladinha arrematou o prato. Minha vida, como não pode deixar de ser, é fazer dieta e eu começo mais uma na certeza que dessa vez vou ter sucesso.

Vai dar trabalho, mas quem falou que seria fácil. Torçam por mim.

quinta-feira, julho 05, 2007

A Sopa

O transito de Luanda não é nada convidativo e como nessa etapa do projeto tenho ficado no escritório, almoçar por perto é a melhor opção. Ficar descobrindo novos lugares de preferência BB – bom e barato – tem sido um desafio.

Em uma rua ao lado da Advance encontramos uma pousada que informava servir almoços. Não sei ao certo quem foi o primeiro corajoso, mas algum dos meninos da fábrica foi lá para verificar se o negócio era bom.

O ambiente é simples e a entrada pequena. Ao cruzar uma porta de madeira se depara com uma escada que leva ao primeiro andar. Lá se encontra, logo após os degraus, uma outra porta de madeiras, daquelas com aspecto antigo. Mesas também de madeira em um ambiente simples mais limpo. Algo que chama a atenção são as janelas com jeito de coisas do passado. O restaurante que na verdade tem por finalidade servir aos hospedes da pensão passa a sensação de algo familiar.
Um garçom sempre sorridente nos atende. Chamamos esse lugar de “A Sopa”, pelo fato de antes da refeição, juntamente com o covert, ser servida uma sopa. A sopa que geralmente é de feijão com macarrão é bem saborosa e para quem está fazendo regime um almoço dos mais interessantes.

São servidos pratos do dia e sobre a mesa sempre tem um papel A4 com o menu semanal. Há sempre três pratos diariamente, sendo dois mais simples e mais um especial. A refeição mais simples é bem em conta Kz 1.100,00 e acompanha a sopa de entrada, o covert de pães com manteiga e a sobremesa que geralmente é um pudim de doce de leite muito bom.
No dia que tirei as fotos, a refeição escolhida por mim foi uma dobradinha. Comer uma dobrada tem jeito de casa e remete minha memória a dias felizes em Recife. Lembro de uma vez que fizemos um pagode lá em casa a base de caldo de dobradinha e caldo de cebola.

Como o atendimento é rápido, o ambiente é climatizado e o garçom gente boa, sempre voltamos. A sopa é um dos melhores locais para se almoçar, de forma simples e boa, próximo ao ministério das relações exteriores.

Acho que hoje vai ser sopa novamente!

segunda-feira, julho 02, 2007

Churras da Advance 06/2007

Equipe Advance

Já falei anteriormente sobre o crescimento da equipe. As confraternizações de fim de semana são o ponto alto desse aumento de efetivo. Esse final de semana, com a visita de um diretor parceiro nosso, Rodrigo encomendou um churrasco. Essa é a segunda vez que ele me encarrega da organização. Estou o próprio representante de promoções, festas e bagunças da empresa.

Equipe de TI de Sérgio - Samuca está lá atrás

Antes do churrasco houve uma pelada, a que está virando de praxe. O churras aconteceu na casa de Débora. Joazinho, que é marido de Débora, estava por lá também. Ele é advogado, muito bom por sinal. Aproveitando para fazer a propaganda dele, ele trabalha com empresas e realiza consultoria para o estabelecimento de empresas aqui em Angola. Se precisar de um advogado aqui, me escrevam. Bom, Joãozinho nos recepcionou na sua casa e a bagunça começou no fim da tarde.

A lua, que não consegui fotografar, estava incrivelmente linda. Montamos a churrasqueira e acendemos o fogo, quando a turma chegou deu para contar mais de 30 pessoas. O lugar mais disputado da festa foi perto da churrasqueira onde se formou a rodinha mais animada. Eu, que juntamente com Alberto e Rildo comandava a parte das comidas, me diverti muito e tomei uma grande de Smirnoff ice (Spin). Bom esse negocio de Spin desce docinho, você nem sente. No domingo vi o estrago, acordei às 3 da tarde com aquela ressaca.

Alberto e Spíndola

Gostei dessa foto com Ana Flávia, como é bom ter verdadeiros amigos. Affff (Ana Flávia) com gosto de chamar, foi quem me indicou para esse trabalho em Angola. Ela tem sido fundamental escutando minhas choradeiras e me apoiando nos momentos difíceis. Escuto a choradeira dela também, amigo é para essas coisas.

Por volta das 23:00 h ainda tive disposição para sair à francesa da festa e ir para uma forro de São Pedro que apareceu por aqui. Sinceramente a festa nem foi tão boa, depois fiquei desejando ter ficado no churras, mas valeu pela farra.

Spíndola e Ana Flávia

Esse final de semana foi bem legal, acordei com todo gás para mais uma semana, espero que no próximo tenha mais.

Rildo, Fernando, Algusto, Alberto, Rodrigo, Spíndola e Ana Cristina

terça-feira, junho 26, 2007

24º Filda – Feira Internacional de Luanda – Brasil marcando presença

Recebo muitos e-mails sobre oportunidades de trabalho e empreendimento em Angola. Esse país em pelo crescimento que apresenta hoje taxas de crescimento anual na ordem de 20% do pib é um eldorado para as empresas que aqui conseguem se estabelecer. Contudo se engana quem pensa que é fácil chegar e se firmar. As leis, a cultura, as pessoas o estado, tudo é bem diferente.

Aos que pensam em empreender nesse país vai uma excelente oportunidade. A 24º Filda – Feira Internacional de Luanda – é um evento de grandes proporções e um ótimo local para se fazer negócio e prospectar nesse país. Texto do site da Filda - www.filda-angola.com

Realizada sob o lema
“APOSTA NUM SISTEMA FINANCEIRO MODERNO COMO ALAVANCA PARA O DESENVOLVIMENTO”. Mais de 400 empresas vão expor na 24ª Edição da Feira Internacional de Luanda (Filda), que vai decorrer de 10 a 15 de Julho próximo. Esse número representa um decréscimo de expositores em relação a edição anterior, devido a solicitação de maiores espaços de stands por parte dos expositores.

Esta edição como todas as anteriores destina-se a medir as potencialidades das empresas, proporcionando oportunidades de negócios entre os diferentes actores económicos, nacionais e estrangeiros, com a participação em evidência de vários bancos e empresas de seguro, para este ano conta-se com a participação já confirmada de várias empresas estrangeiras, vindas de países como Cuba, Portugal, Brasil, Alemanha, Espanha, África do Sul, Namíbia, Ghana, Alemanha, Uruguay, Brazil, França, China e Países Baixos.

A FILDA possui o canal multimidia, que vai exibir através de ecrãs colocados nos pavilhões, publicidade de diversas empresas, bem como programas de eventos que decorrerão ao longo da feira.
Poderão ainda os expositores contar com os serviços de um business center, sala de reuniões, sala de conferências, de acordo com as necessidades dos clientes poderão ter acesso na FILDA aos serviços bancários, transporte de e para a FILDA, estafeta expresso, restaurantes e segurança adicional.
Abaixo matéria do jornal Angolence

Brasil leva 36 empresas a Angola para a Filda 2007 Portugal Digital
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=15215

A 24ª Feira Internacional de Luanda - Filda 2007, que acontece de 10 a 15 de julho, em Angola, irá estimular o comércio do país com empresas brasileiras de vários setores. Pelo quinto ano consecutivo, a APEX Brasil organiza a participação brasileira no evento, desta vez com a expectativa de gerar negócios da ordem de US$ 11 milhões, informou a APEX Brasil.

A participação brasileira na Filda 2007 inclui empresas dos setores de construção, máquinas e equipamentos, veículos, alimentos e bebidas, utilidades domésticas, decoração, bijuterias, confecções, calçados, móveis, produtos de limpeza e de serviços, tais como transporte marítimo e assessoria em comércio exterior.

"Queremos facilitar o acesso de novas empresas ao mercado angolano, além de estimular o crescimento da atividade exportadora das pequenas e médias que já atuam lá, ampliando sua participação nos negócios com a África", explica o coordenador da unidade de eventos internacionais da APEX Brasil, Juarez Leal.

No ano passado, as exportações brasileiras para Angola chegaram a US$ 838 milhões, constituídas principalmente por açúcar, carne bovina, biscoitos, leite e derivados, ferro e aço, móveis e tratores. Angola exportou para o Brasil, principalmente, petróleo, resíduo de alumínio, ferramentas e objetos de madeira, num valor total de US$ 464 milhões.

São 36 empresas de 14 setores que seguem para Luanda nos próximos dias. A Filda é a principal feira de negócios de caráter multissetorial da região sudoeste africana e alcança também mercados de países limítrofes como República do Congo, Namíbia, Botsuana, Zimbábue, Gabão e Zâmbia.

O tema da Filda este ano será “Aposta num sistema financeiro moderno como alavanca para o desenvolvimento”, e um dos seis pavilhões a serem ocupados pelo evento será totalmente dedicado a estandes de instituições financeiras, como bancos, seguradoras, casas de câmbio e corretoras de valores mobiliários.

Deverá haver ênfase na atração de investimentos que viabilizem a implantação da Bolsa de Valores de Luanda, uma das prioridades do Governo angolano.

Na última edição estiveram presentes 1.400 expositores de 16 países, que ocuparam uma área de 38 mil metros quadrados, visitada por 23,5 mil pessoas. Em 2006, o estande brasileiro contou com 23 empresas, que realizaram negócios imediatos na ordem de US$ 692 mil e futuros de US$ 7,41 milhões.

Este ano o pavilhão brasileiro ocupará uma área climatizada de 500 metros quadrados. Estarão presentes a Embaixada do Brasil em Angola, o Sebrae e a Associação Brasileira de Franchising (ABF) que, em conjunto com a APEX Brasil, ministrarão seminários na tarde do dia 12, quando será celebrado o ‘Dia do Brasil’.

As palestras vão apresentar um panorama das micro e pequenas empresas brasileiras, os produtos que o Sebrae, a atuação da APEX-Brasil e seus projetos de promoção de exportação e alguns casos de sucesso de franquias no Brasil. Nos últimos 12 meses, 8 redes brasileiras abriram lojas no país africano, que passa por um acelerado processo de reconstrução após anos de guerra civil. Entre as franquias verde-amarelas estão Richards, Bobs, Mundo Verde, Fisk, Sapataria do Futuro, Boticário, Mister Sheik e Werner. As informações são da APEX Brasil.

segunda-feira, junho 25, 2007

Dilúvio em Luanda – Afogamento de lágrimas devido ao trânsito

Durante os primeiros meses aqui em Angola ficar inventando passa tempos para o transito era uma constante, afinal, todo dia pelo menos 4 horas no carro. Depois de certo tempo as brincadeiras esgotaram e eu não tinha mais a menor vontade de jogar “nome - lugar - objeto”. Houve dias que o desespero era tão grande que partimos para partidas emocionantes de par ou impar. A verdade e que a vontade que sempre tive foi de jogar uma boa e velha porrinha, só bebendo para agüentar esse carro. Infelizmente a dinâmica do carro não permite um domino, mas considerei seriamente uma partida de pôquer.

Quer saber de uma coisa, esse negócio de ficar inventando coisas para se fazer não está com nada, o negócio é dormir. Eu faço isso também, fico com medo de acordar babando na porta ou algo do tipo. Com a turma do trabalho tira a maior sarro comigo, decidi prestar essa homenagem a minha grande amiga Ana Flávia que foi flagrada em seu momento “Estou me afogando”.

A última novidade tecnológica do carro é esse suporte em forma de colete salva-vidas que Ana Flávia trouxe de sua última viagem ao Brasil. Acho que ela deve se imaginar no SOS Malibú ou algo do tipo.

Na boa, o que será que ela está sonhando? Sei que ela vai ficar danada comigo por ter publicado essa foto, mas como diz o ditado: “Agente perde o amigo, mas não perde a piada”.

Afff te adoro, fica braba não visse?

Beijo grande e bons sonhos... Cuidado para não se afogar.... KKKKK

São João em Angola

Turma da Advance

Começo logo dizendo que a festa superou todas as minhas expectativas. Foi organizada pelo pessoal de uma construtora e um sucesso absoluto sobre todos os aspectos. A organização estava impecável. Um pequeno palco com DJ e muitas musicas juninas, apareceu até um sanfoneiro. Durante a tarde dei um pulo no local para ver se conseguia um ingresso a mais para um amigo e lá conheci os organizadores. Eles foram super atenciosos e mesmo sem haver mais nenhum ingresso a venda, eles me arranjaram um. Obrigado Junior pela sua atenção. Segundo a organização foram vendidos 600 convites ao custo de U$ 20,00 cada. Posso, contudo garantir que foi muito barato, para toda a infra-estrutura montada. Havia barraquinhas de pipoca e bolo de milho e coco, barraca de milho, cachorro quente, canjica e mungunzá. Bebida não faltou desde cerveja a refrigerante. Havia também uma barraca para as crianças com pescaria e uma cadeia no meio do pátio. Na cadeia as pessoas eram presas e soltas sob fiança, baratinho, mas segundo a organização todo dinheiro será entregue para uma instituição de caridade. Na alimentação o churrasco foi o ponto alto. Foram preparados um boi inteiro na brasa e quatro porcos, tudo na brasa, estava realmente uma delicia.
Churrasco de Porco

Logo na entrada a primeira impressão foi ótima e a noite não decepcionou, fui realmente para curtir e dançar. Poucas horas antes havia ligado para minha irmã, ela estava indo para Caruaru, tenho que admitir que fiquei com uma pontada de inveja. Inveja boa, mas ainda assim inveja. Após a entrada enfeitada com palhas de coqueiros, ao redor de um pátio de terra batida as barraquinhas. De um lado a estrutura da churrasqueira e ao fundo o palco. No centro um poste de energia concentrava as bandeirinhas que enfeitavam todo lugar. Foi inevitável ser formarem os grupinhos, mas ainda assim conheci pessoas diferentes. Perto do fim da noite foi acesa uma grande fogueira e apesar da fumaça todo mundo gostou. Não faltou nada.

Spíndola e Ana Flávia na Quadrilha

Próximo a meia noite se formou a quadrilha, eu já havia combinado com Ana Flávia e fomos nos dois. A organização da quadrilha, ou melhor, o puxador foi fraco, mas com certeza esse foi o ponto alto da festa. O noivo subiu ao palco e chamou a atenção de todos os convidados da festa. A noiva muito encabulada entrou na brincadeira e também subiu no palco. Lá em cima, no meio dos por menores do padre, o noivo tomou o microfone, pediu licença e disse que tinha algo importante a falar. Agradeceu a presença de todos e a cada palavra a noiva ficava mais branca. Ele disse ter encontrado a mulher da vida dele em Angola e de forma corajosa e original pediu a mão dela em casamento de verdade. Ao saírem as alianças do bolso o levante foi geral, além de uma salva de palmas. Todos os seiscentos convidados ficaram comovidos. Tenho que tirar o chapéu o cara de se garantiu.
Me diverti muito

Durante a quadrilha, que como já disse estava uma confusão danada, tive a oportunidade dançar com a noiva e Ana Flávia com o noivo. Como estávamos lado a lado pude dar os parabéns, disse que havia sido fantástico a forma como ele se saiu. A noiva não resistiu e encheu os olhos de lágrimas. Tive uma sensação boa e um sexto sentido me diz que esse casório vai dar certo.

No meio da quadrilha havia algumas crianças e como estava muito fraquinha a dança, Ana Flávia foi para o meio dançar com a meninada. Eu que fiquei sem par, fui também e esse foi a melhor parte para mim. Diverti-me um bocado e as crianças também parecem ter gostado.
As crianças no centro da quadrilha

Depois foi voltar o bom e velho forro. Passei o resto da noite dançando até o gastar a sola do sapado. Esse por sinal, que era preto, está marrom, e eu nem tive coragem de engraxar ele ontem à noite, mas de hoje não passa.

Estava sem beber por conta de otite, mas isso não diminuiu a minha animação e depois de tomar coca a noite toda fiquei até tonto. Foi para casa na vassoura, termo usado em Recife para dizer que fui um dos últimos a sair. Dormi feliz e saudade dessa noite até que não apertou tanto.

Mais uma vez parabéns a organização da festa e espero que a próxima aconteça logo.
Nahama, Ana Cláudia, Spíndola, Dani e Fred

quarta-feira, junho 20, 2007

Fumante passivo – Em Angola sou sim

O dia quente e o engarrafamento está matando. A poeira na rua é imensa e agradeço por não ventar muito em Luanda. Mesmo assim o terno e o sapato insistem em estar sempre sujos. Descer do carro é sempre um malabarismo, pois as portas estão sempre sujas e ao tocar, a terra adere como a um adesivo. Já estou conformado com a demorar que vai ser para o prato ser servido, tudo o que quero agora é uma coca bem gelada. À tarde mais reuniões, uma pressão danada no trabalho.

Hoje é quinta-feira, dia de bacalhau com natas no Venesa. Escolhemos uma mesa e sentamos. Sempre vem àquelas entradas com uns pães para enrolar, mas com a fome que estou hoje quase posso sentir o cheiro do bacalhau. Quase não, estou sentindo, ao meu lado acaba de chegar um prato no capricho, o aroma é irresistível. Tem umas batatas coradas por cima e a porção bem servida dá perfeitamente para três pessoas. Nesse dia somos somente eu e um amigo, vai sobrar para levar para o motorista.

Trinta minutos depois do pedido, já está na hora do prato chegar. O restaurante está lotado e do nosso lado um novo pedido de bacalhau acabou ser feito por três executivos que sentaram nesse instante. Dessa vez é o pedido deles que vai demorar. De repente, não mais que de repente, visualizo o nosso almoço. O prato vem esfumaçando da cozinha e minha boca se enche d’água. Meu amigo fala qualquer coisa que eu respondo com um simples “ahaa”. Na minha cabeça a idéia era deixar para depois essa conversa. Daqui a dois minutos você fala ok? O prato chega à mesa e o almoço já está começando. Comer com prazer começa pelo visual, estava do jeito que eu imaginei.

Sirvo o meu prato, é hora do olfato. Pego uma garfada generosa de bacalhau com batata e trago para perto da boca. Com os olhos fechado vou deixar o ar entrar pelo meu nariz, estou curtindo o almoço e não simplesmente enchendo o buxo. O cheiro entra..... Eca quase devolvo o bacalhao, que cheiro horrível de cinzeiro. Ao meu lado o cara de terno está dando umas boas baforadas com uma cigarrilha incrivelmente mal cheirosa. Como pode um negocio daquele ter um cheiro tão forte. Não consigo sentir o cheiro da comida, só o cheiro do tabaco que a essa altura já impregnou o ambiente.

Vou almoçar, mas não vai ser a mesma coisa. Realmente acho uma falta de educação tremenda acender um cigarro em um ambiente publico. Sei que o vicio é forte, mas um fumante não faz idéia do quanto incomoda a um não fumante. Fora isso tem a questão da saúde, estamos agora fumando ele, eu e mais um monte de gente que dentro do restaurante está sendo forçada a inalar aquele treco.

É realmente bem desagradável um fumante ao seu lado.

XXXXX

Em Angola não existe uma lei que proíba isso e as pessoas daqui pouco se importam com os demais quando o assunto é cigarro ou mesmo charuto. Algumas pessoas podem argumentar que o charuto incomoda muito mais, é verdade, mas para quem não fuma é ruim do mesmo jeito.

Hoje fui surpreendido com uma reportagem no jornal local. Nas entrelinhas da matéria dá para ler claramente “Os incomodados que se retirem”. O jeito vai ser me acostumar.

Como diria o ditado: o que não tem solução, solucionado está.
Proibição de fumar em lugares públicos só depois da aprovação do Conselho de Ministro A Capital
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=15096%3Cb

Apesar de Angola ratificar, este ano, a Convenção Quadro da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de a Assembleia Nacional ter já aprovado e aceitado a Convenção de Luta Contra o Tabaco em Lugares públicos, a verdade é que os angolanos não fumadores vão ter de continuar, involuntariamente, a inalar o fumo do cigarro e sofrer as mesmas consequências dos fumadores activos.

Segundo uma reportagem do Jornal «A Capital», o convívio entre fumadores e não fumadores é ameno e, inclusive muitos dizem que é sadio.

Questionado sobre o efeito perturbador do fumo, António Paulo, não fumador ou seja fumador passivo, que se encontrava num dos hotéis da capital, disse que normalmente reclama, mas como não existe nenhuma legislação que proíbe as pessoas de fumar em lugares públicos, o que faz mesmo “é abandonar o ambiente”.

A directora do departamento de informação e mobilização da saúde, Filomena Wilson, disse que apesar de o Governo ter já ratificado a Convenção Quadro da Organização Mundial da Saúde (OMS) relativo à luta contra o tabaco em lugares públicos, este mês de Junho, faltando apenas a entrada do dossier no Conselho de Ministros.

Entretanto, existem já em Luanda lugares com dizeres: “é proibido fumar”; “Cada cigarro fumado é tábua para o caixão”; Fumar faz mal à saúde”, entre outros dizeres.

Ana Jandira, esposa de um fumador, ouvida pelo o «A Capital», qualificou de orgulhosos todos os fumadores. “É que eles, mesmo sabendo das consequências põem em risco o ser mais importante da vida deles: o filho”. O meu marido nunca se importou de fumar ao lado do nosso filho bebé”, frisou.

Para o responsável de uma casa de jogos de Luanda, a aprovação de uma lei como a que nos referimos pode ter grandes implicações económicas, como acontecer no Zimbabwe e Moçambique. São grandes produtos e exportadores africanos de tabaco, por isso não aderem a Convenção da OMS.

“Os clientes são livres de escolher o lugar para estar. Caso for aprovada a referida lei, o mercado ditará se os empresários optarão por um estabelecimento sem restrições ou condições a aceder o cigarro, como existem noutras partes do Mundo”.

Entretanto, em Angola ainda não existe dados certos sobre o número fumantes e as suas vítimas, mas a situação é cada vez mais preocupante, segundo as autoridades, porque a olhar nu , os vendedores e consumidores de cigarro são cada vez maiores.

sexta-feira, abril 20, 2007

Albinismo

Em um país de negros chama muita atenção ver pessoas brancas. É engraçado, mas da primeira vez que vim para Angola, nos três primeiros meses, convivia tanto com negros que cheguei a pensar ser um deles.

Há muitas pessoas que acreditam que o albinismo acontece apenas em negros e que é resultado da reprodução entre irmão apenas. Como se pode ver nas fotos, não acontece apenas em negros, e pela pesquisa que realizei não achei referencia a apenas filhos de irmãos consangüíneos. Para falar a verdade não encontrei qualquer indicação sobre filhos de irmãos.
Outro dia, passeando de carro, vi uma figura que realmente chamou a atenção, não por ser albino, mas pela combinação dele. Ele sendo albino tinha os cabelos crespos, mas loiros e estes estavam trançados. O corte era um tipo channel que lembrava muito um playmobil – quem tem mais de 20 anos sabe do que estou falando. Fora tudo isso, ele vestia uma roupa quadriculada de amarelo com vermelho e a calça era verde limão. Estava ainda com uma botina marrom. Ou seja, uma figura.

No Brasil eu não notava muito essas pessoas, talvez por não haver um contraste tão grande com a cor da pelo branca. Todavia aqui em Angola eles chamam muito a atenção. Os casos de Albinismo, pelo que posso perceber observando as ruas, são até bastante freqüentes aqui. Difícil determinar um percentual, mas podem acreditar que é bem comum.

Como qualquer diferença, as pessoas que possuem a doença devem sofrer algum tipo de discriminação, ou pelo menos ser alvo de brincadeiras e apelidos. Isso é realmente muito chato e é o lado mais cruel de qualquer doença que tenha os seus sintomas tão claramente expostos.

A transmissão é apenas genética, por isso nada de ter medo em pegar. O maior problema para as pessoas que possuem esse problema é realmente a sensibilidade à luz do sol, além de problemas na visão.

Em Angola os Albinos não podem dirigir - veja a baixo a matéria retirada de um jornal de Angola.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Albinismo

Anomalia congénita, caracterizada pela ausência total ou parcial do pigmento da pele, dos pêlos e do olho (a melanina).

Conceituação

O albinismo é uma condição de natureza genética em que há um defeito na produção pelo organismo de melanina. Este defeito é a causa de uma ausência parcial ou total da pigmentação dos olhos, pele e pêlos do animal afetado. Também aparecem equivalentes do albinismo nos vegetais, em que faltam alguns compostos corantes, como o caroteno. É uma condição hereditária que aparece com a combinação de genes que são recessivos nos pais.[1]

Os principais tipos de albinismo são os seguintes:

1. Oculocutâneo (completo ou total) - em que todo o corpo é afetado;
2. Ocular - somente os olhos sofrem da despigmentação;
3. Parcial - o organismo produz melanina (ou corantes, se no vegetal) na maior parte do corpo, mas em outras partes isto não ocorre como, por exemplo, nas extremidades superiores.


Albinos não podem conduzir
O Independente
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=10578%3Cb

O Chefe da secção de Segurança de Trânsito e Prevenção Rodoviária da Direcção Nacional de Viação e Trânsito (DNVT), Eugénio Bernardo “Geny”, confessou que os albinos não podem definitivamente conduzir, segundo a lei.

O responsável policial, socorre-se no artigo 40, alínea f, do nº1 do regulamento do código de estrada que fala das inspecções médias e sanitárias, onde se revela que será reprovado em inspecção normal o examinado quando o médico verificar qualquer circunstância que julgue susceptível de incapacidade para a condução de veículos automóveis.

Eugénio Bernardo, argumentou ainda que independentemente desse juízo médico é causa taxativa de reprovação qualquer das limitações, como é permutações notáveis dos sentidos luminosos e cromáticos. “As cores vermelhas, verde e amarela constituem um problema para os albinos”, disse o responsável policial.

Problemas de saúde como estrabismo, nistagmo, diplopsia ou perda de visão num dos olhos, ausência de visão binocular, redução pronunciada do sentido da profundidade ou campo visual binocular inferiores a um ângulo de 150º no plano horizontal, fazem também com que se restrinja a condução a uma pessoa.

Eugénio Bernardo, definiu o albinismo como sendo uma hipopigmentação congénita, que pode ocorrer em plantas animais, peixes, anfíbios, répteis, pássaros ou ainda em seres humanos. Nestes últimos afecta, particularmente, os olhos, sob a forma de nistagmo e redução da acuidade visual, casando deficiência da visão.

A adianta que os albinos são indivíduos que apresentam nistagmo, estrabismo, fotofobia, perda da percepção de profundidade da visão e pele extremamente sensíveis aos raios solares, facto, este que podem criar perigo na condução automóvel.

Só por isso é que os albinos não se tornam bem identificados nas fotos em documentos. Já para finalizar, Eugénio Bernardo, argumento que os albinos não devem tirar carta de condução. “Os que conduzem são desencartados”, concluiu.

quinta-feira, abril 19, 2007

Como é a vida em Angola?

Recebo muitos e-mails perguntando como é a vida em Angola. Em sua maioria são pessoas pensando em vir trabalhar aqui que desejam ou já foram convidadas. A curiosidade é imensa e a primeira medida é vir à internet e digitar no google “morar Angola”. Um dos resultados da pesquisa é o blog que agora você está lendo.

Sei bem que o blog está ficando grande, bem maior do que eu pensei que ele ficaria. Já são quase 130 post e se considerássemos cada post como uma página de um livro, já dá um livro razoável. Bom, vou deixar de enrolação e vou direto a resposta do e-mail.

Viver em Angola, durante a semana é igual ao Brasil. Casa, trabalho, almoço, trabalho, casa. O meu conselho é entrar em alguma atividade extra-trabalho durante a semana, tipo um curso de inglês ou uma academia. Interagir com os Angolanos é muito importante, fazer contatos, conhecer pessoas e conquistar novos amigos é a melhor forma de se viver, pois mesmo no Brasil é possível se isolar e viver só e triste. A solidão aqui em Angola se potencializa, a distância dos amigos, da família, da cultura, do que se está familiarizado é um grande desafio. Nos finais de semana é mais complicado, não tem muito que fazer e mesmo passear pela cidade é complicado.

O transporte público, justificando a dificuldade de andar durante os finais de semana, é muito complicado e não funciona para estrangeiros, assim, não conte com ele. Para se locomover pela cidade apenas com o carro da empresa. Como o carro é da empresa é preciso dividir com outras pessoas e nessa hora saber negociar e conciliar os interesses é importante.

A segurança não é um problema, principalmente para que vive no Brasil. Aqui não há roubos de carro ou seqüestro. Batedores de carteira têm em todo lugar e recomendo um cuidado maior ao sair à noite. Fora isso é bem tranqüilo.

A comunicação é um estresse, caro e ruim. Ligar para o Brasil pelo celular tem um custo alto e aqui só existe celular pós-pago. O jeito é apelar para o Skype (www.skype.com) ou Vono (www.vono.net.br), infelizmente a internet em Angola é bem ruim, sem falar no suporte, esse sim dá vontade de morrer. A internet quando tem, é irregular e cara. Quando chove o celular não funciona, mas apesar de tudo, dá para falar com o Brasil e matar um pouco da saudade. A comunicação é ruim, mas dá para passar.

Os custos de se morar aqui são diferentes do Brasil, normalmente a empresa paga tudo, com isso o salário é todo economizado e ai é que está a grande vantagem financeira de vir para Angola. Uma boa negociação com a empresa é importante para se viver bem em Angola e mais ainda estar satisfeito com o que se ganha.

Um grande risco é a queda do dólar que faz com que o salário aqui, que é pago em dólares, fique cada dia mais desvalorizado.

Minha opinião, vale muito a pena vir para Angola.

quarta-feira, abril 18, 2007

Prostitutas, diferente do Brasil aqui ainda não vi

É pacificado que infelizmente o nosso país, Brasil, tem um forte turismo sexual. Moro numa cidade, Recife, que parece conviver bem com essa situação, digo isso, pois, por parte das autoridades existe a impressão da conivência. Nas principais avenidas de Boa Viagem, bairro que morro, as garotas de programa e travestis transitam livremente, junto com eles todo tipo de marginais e problemas com as drogas.

Em Angola, pela minha observação, não há prostitutas, na verdade se não fosse pela reportagem abaixo ou o local onde trabalho, onde falo sobre essas pessoas, eu não teria conhecimento. Aqui, as prostitutas estão sendo chamadas de trabalhadoras do sexo, infelizmente não sei o nome usado nas ruas.

Alguns Brasileiros com quem conversei me disseram que elas estão pela cidade, em algumas ruas específicas, ou mesmo nas grandes avenidas. Entretanto, posso garantir que sou muito observador e nunca vi nenhuma prostituta aqui em Angola.

É difícil imaginar uma cidade, ainda mais que tenha uma população pobre, ou parte dela, e que não disponha de serviços da profissão mais antiga do mundo. De forma alguma quero julgar ou mesmo adentrar no mérito da questão sobre a prostituição, apenas uma observação pessoal sobre a cidade. Angola quase não tem prostituição, essa é minha opinião atual.

Abaixo noticia retirada do jornal

As garimpeiras do sexo
Acapital/Angonotícias
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=14218

Ruas e prostíbulos de Luanda, são tomadas de assalto por imigrantes congolesas que se prostituem na esperança de um dia reunirem dinheiro suficiente para mudarem-se para o continente Europeu. Paris, em França parece ser a terra prometida.

De acordo com uma reportagem do «Jornal A Capital», no local as coisas parecem não ser fáceis para as raparigas que ali se encontram.

Segundo a reportagem, eram 19 horas, quando jornalistas afectos ao periódico circulavam pela zona. Segundo ainda a mesma (a reportagem) na altura reinava uma certa acalmia no local, o frenesim de taxistas não se fazia sentir, assim como não se notava qualquer agitação no antigo balneário que, agora pintado de verde e branco, faz de restaurante, bastante concorrido por aquelas paragens.

Durante o percurso, conheceram duas raparigas, Lúcia e Nené.

Lúcia recebeu-os com uma toalha a cobrir-lhe a cintura para baixo. Por cima, diz a fonte, envergava uma curta blusa branca que mal escondia os seus fartos seios suportados por um par de sutiãs.

As duas jovens são irmãs e provêm da vizinha Republica Democrática do Congo (RDC). Com 34 anos de idade, Lúcia é a mais velha e também, a que mais tempo está em Angola. Há um ano chegava à Luanda e, a quatro meses, decidiu chamar a sua irmã Nené, dez anos mais nova, com quem partilha a casa, a profissão e os sonhos de uma vida melhor no velho continente.

Tanto Lúcia como Nené (esta última que não fala português), são trabalhadoras do sexo, a expressão que as organizações não-governamentais, que laboram na luta contra o vírus do HIV, utilizam para caracterizar as prostitutas. Têm sido, por outro lado alvo de uma atenção especial destas mesmas agremiações que se mostram preocupadas particularmente com o crescimento de um certo surgimento de trabalhadoras do sexo na província de Luanda.

Jovens mulheres, vindas da RDC, entregam-se à mais velha profissão do Mundo, expandindo-se, com certa velocidade, nos mais distintos bairros da capital angolana. Desde zonas como Palanca, Mabor, Rocha Pinto e Mesmo Viana, a presença dessas trabalhadoras do sexo é uma constante lado a lado como cidadãs angolanas igualmente dedicadas à prostituição.

Ainda sobre estas jovens, a equipa deste site também foi a rua. no local podemos constatar que cresce cada vez mais, o número de meninas nas mais variadas esquinas da capital a vender o seu próprio corpo.

“Vem fofo, é barato, estou a cobrar 1.500 kwanzas”, chamava-nos Ângela, uma jovem de baixa estatura e, com 27 anos de idade que, depois de uma breve conversa e apercebe-se de quem éramos, tentou esquivar-se mas sem sucesso, acabando mesmo por nos abrir uma das páginas do livro da sua vida.

Ângela disse ter 3 filhos e, estar neste momento sem emprego. “Não tenho outra saída se não fazer isso”, frisou a jovem. “Não tenho ninguém que me dá, vim da província de Benguela, não tenho família aqui, os filhos precisam de comer e estudar, como vou fazer”, explicou.

Ao seu lado, estava uma outra jovem, chamava-se Verónica, esta nos parecia ser mais tímida, mas mesmo assim conseguimos tirar dela algumas palavras.

Verónica disse ser da província da Lunda-Norte e que está em Luanda a 2 anos. Com o tom de pel muito clara, Verónica apresentava-se vestida de forma extravagante.

De poucas palavras, Verónica é da opinião da sua colega, a falta de emprego, é a razão que o leva a prostituir-se. “Quando vim para aqui, pensei que iria trabalhar, mas não pareceu”, revelou sem no entanto dar mais explicações.

De facto, cresce o número de meninas da noite em Luanda. É uma das formas que muitas delas arranjaram para sustentar a si e suas famílias.

Entretanto, não são somente jovens que se encontram nas artérias da capital para deste modo venderem os seus corpos. Ali encontra-se até mulheres com idades compreendidas entre 40 a 50 anos de idade.

As barracas,são alguns dos locais onde muitas delas fazem o seu trabalho. Lá, o consumo de álcool é exagerado. Disfarçados, fomos atendidos desta forma:

“Entrem filhos, o que é que vão beber?”, perguntou-nos uma senhora mestiça e corpulenta. “Temos tudo, da bebida a carne boa e fresca”, disse a senhora que nos aparentava ter 48 a 50 anos de idade.

É desta forma que muitas mulheres vivem em Luanda, é desta forma que muitas dessas mulheres dão o sustento até mesmo os seus maridos muitos deles desempregados e sem como dar uma vida digna a suas famílias.

segunda-feira, abril 16, 2007

Raios, relâmpagos e trovoadas

Têm acontecido com muita freqüência nas últimas semanas chuvas no início da noite até a madrugada. O engraçado é que quando comparado com as chuvas diurnas, as noturnas são bem mais freqüentes. Constatações pluviométricas à parte, o que chama à atenção são mesmo os raio ou relâmpagos, como preferir.

Em Recife, onde moro, vez por outra, mas muito raramente, se vê um raio, já aqui em Luanda é realmente um espetáculo. A noite quando estou voltando para casa, no horizonte, vejo os fachos de luz. É inacreditavelmente bonito e assustador. Fico pensando nas pessoas dos musseques, as favelas daqui, com aquelas casas simples. Mais ainda, há muitas pessoas que morar em cabanas. Como será passar uma noite em um lugar como esse sob uma forte chuva com relâmpagos e o vento que mais parece gritar?

Fora a beleza da tempestade, que em certa horas parece até um espetáculo de luzes sincronizadas, muitos trovões são escutados e por assim dizer sentidos. Alguns são tão fortes e altos que chegam a mexer com as janelas.

Acredito que esse fenômeno é decorrente do local e como é a terra aqui na África. Mesmo sendo assustador, é muito bonito.

Belezas da África...


Raios, Relampagos e Trovões na Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Raio_%28meteorologia%29

Um raio ou relâmpago é uma descarga elétrica que se produz entre nuvens de chuva ou entre uma destas nuvens e a terra. A descarga é visível com trajetórias sinuosas e de ramificações irregulares ás vezes com muitos quilômetros de distância, fenômeno conhecido como relâmpago. Ocorre também uma onda sonora chamada trovão.

* A utilização dos termos raio ou gsdgdsde receptores de rádio de alta sensibilidade e de radiotelescópios tal sua magnitude.

Existem três tipos de raios, também menos comumente chamados descargas iônicas:

* Da nuvem para o solo.
* Do solo para a nuvem.
* Entre nuvens.

Afirmam que as descargas entre nuvens e solo representam 20% do total.

quarta-feira, março 28, 2007

Samba ou Rocha?

Essa pergunta é sempre feita, pelos moradores do bairro de Talatona, nos dias após uma noite de chuva. O trânsito é caótico, tem que ter muita paciência, mas nos dias de chuva, garanto que dá vontade de chorar. Para chegar ao centro só há dois caminhos ou pelo bairro do Rocha Pinto ou pelo bairro do Samba.

A via do bairro do samba fica próxima à orla e foi construída escavando alguns morros do local. Quando a chuva é muito intensa essa terra invade a pista chegando algumas vezes a inviabilizar totalmente a passagem, geralmente, entretanto, a passagem só fica lenta. Quando as grandes chuvas ocorrem só utilizando tratores para resolver o problema. Já a via do Rocha Pinto é a principal rota dos Kandogueiros, transporte realizado por vans. As leis de transito em Angola até existem, mas o desrespeito e a incapacidade da policia ao lidar com isso são gritantes. Desta forma, mesmo sem a terra na rua, essa via é sempre complicada e demorada.

Pelas fotos dá para ver o tamanho dos estragos que as águas causam em Luanda. As ruas têm sempre muita terra, o que com a água forma um lamaceiro incrível. Claro que nem sempre a situação é essa, mas vez por outra acontece.

No final do ano passado uma grande chuva ocorreu em Luanda. No dia de maior precipitação sequer conseguimos ir trabalhar, ficamos ilhados em casa. Muitos foram os desabamentos de morros, queda de pontes e destruição de casas. Nessa época morreram mais de 80 pessoas vítimas das tempestades só na capital.

Infelizmente não há galerias de escoamento de água e quando as águas chegam é um deus nos acuda. Mesmo com tudo isso a população sofre com a falta de água potável em casa.

terça-feira, março 27, 2007

Coca-Cola que nada, em Angola o refrigerante é BLUE

Tubaina, refresco, quisuco, pode chamar do que quiser, mas no Brasil a formula de refrigerantes baratos e com uma qualidade razoável fazem muito sucesso. Lembro por ocasião da abertura Frevo em Pernambuco. Logo de cara foi um sucesso e em todo carrinho de cachorro-quente só servia Frevo. Por sinal esses refrigerantes mudaram a forma de vender cachorro-quente, foi após a chegada deles no comercio que se começou a se vender o sanduíche junto com o copo de refrigerante.

Em Angola acontece algo semelhante. O refrigerante que faz mais sucesso entre os locais é o Blue. Fabricado pela Refriango esse refrigerante simples é vendido em toda esquina, literalmente, na rua há muita pessoas vendendo o refrigerante, sejam em pequenas lojas, mercados e até ambulantes. O preço na rua é de 50 Wkanza a lata, aproximadamente 60 centavos de dólar, claro que no mercado ele ainda é mais barato.

Um dos sabores mais exóticos é o de manga, lançado recentemente. Os sabores de fruta são dominantes e não há um de cola, semelhante a coca-cola. A Refriango faz outro refrigerante chamado American Cola que já faz esse papel.

Particularmente não gosto muito do refrigerante, é bem diferente para o meu paladar. A impressão que tenho é que é um suco com gás, contudo que o gás não aderiu ao líquido. Com certeza é por conta de estar acostumado com os refrigerantes da Coca-Cola e da Ambev.

Se vier a Angola, não deixe de provar BLUE.

segunda-feira, março 26, 2007

28/03 Inauguração do Belas Shopping

Parece que agora sai a inauguração do tão esperado Belas Shopping - www.beleasshopping.com. A primeira data dada para a abertura foi em fevereiro, desde lá muita especulação e várias datas sendo dadas, tudo pelo jeito não passou de boato. Entretanto agora a data prometida é para o próximo dia 28 de março. As campanhas na televisão e no rádio estão a todo vapor o que dá credibilidade a abertura.

Fico imaginando o Angolano médio, por ser esse o primeiro shopping do país, ao entrar nesse novo empreendimento. Tenho certeza que vai mexer muito com a forma como as pessoas locais fazem suas compras. Para se ter uma idéia a maioria das lojas do centro, praticamente todas, fecham para o almoço. O horário de funcionamento do shopping é bem generoso, até mesmo para os padrões Brasileiros, de segunda a domingo das 9:00 h as 22:00 h.

Cineplace - Cinema do Belas


Com certeza além da comodidade das compras, pois nem sempre é fácil achar o que se precisa em Luanda, a abertura do cinema é o mais esperado por mim. Eu que sou cinéfilo de carteirinha mal consigo conter minha empolgação. Novos tempos em Luanda, novos tempo.

A empresa responsável pela administração chama-se Enashopp. Já o investimento é 70% Angolano (HO Gestão de Investimentos – HOGI) e 30 % Brasileiro (Odebrecht Angola). A Odebrecht por sinal foi a empresa responsável pela construção, sendo o total investido de US$ 35 milhões. Durante a construção foram empregadas aproximadamente 1000 pessoas e após a inauguração serão 950 empregos diretos e 2 mil e 500 postos de trabalho indiretos.

O shopping está localizado no bairro de Talatona e fica bem próximo a minha casa. Perto também fica o CCTA (Centro de Convenções de Talatona).

Belas Shopping


Destaco as seguintes lojas no novo shopping:
- Mister Sheik - Comidas Rápidas
- Richard´s - Moda Unissex
- Bob's - Comidas Rápidas
- Cineplace - Cinema
- Ellus - Moda Feminina
- IODICE - Moda Feminina
- Livraria Nobel - Livraria / Papelaria
- Shoprite - Supermercado
- Sushi - Comidas Rápidas

Abaixo um pequeno histórico encontrado na página do Belas.

Historico
A intensificação das relações bilaterais entre Brasil e África resulta na construção do primeiro shopping center de Angola, o Belas Shopping, empreendimento lançado em dezembro de 2005. O shopping center nasce sob a luz do terceiro milênio e signo da modernidade, a partir de investimento total da ordem de US$ 35 milhões. A Enashopp é a responsável pelo planeamento, comercialização e implantação do shopping angolano e, após a sua inauguração, pela administração e operação do equipamento.

O Belas Shopping tem como investidores a HO Gestão de Investimentos – HOGI, empresa angolana com 70% de participação acionária, e a Odebrecht Angola, que além de ser a construtora do empreendimento detém 30% do negócio.

Um dos 54 países do continente africano, Angola tem uma área de 1.246.700 km² e população de aproximadamente 12,9 milhões de habitantes (2000). O Belas Shopping marca a chegada em Angola do ícone da sociedade de consumo, lazer e entretenimento presente em todo o mundo. O equipamento está em um terreno de 119.418,47 m², cravado no bairro de Talatona, na zona sul de Luanda. O projecto arquitetônico é assinado pelos arquitetos baianos André Sá e Francisco Mota.

A HOGI e Odebrecht Angola apostam no desdobramento econômico natural que favorecerá a cidade de Luanda, decorrente da instalação de um grande centro comercial, projetado com a previsão de cinco futuras expansões. “Na fase de construção, as obras vão empregar 1.000 pessoas. Quando for inaugurado, o Belas Shopping irá gerar, inicialmente, 950 empregos diretos e 2 mil e 500 postos de trabalho indiretos”, informou Décio Silva, da HOGI.

quarta-feira, março 21, 2007

Bolha da habitação

Condomínio Jardins de Talatona - Município de Belas


Apesar não acompanhar o mercado imobiliário de Angola muito de perto, outro dia fui atrás para saber o custo de uma residência aqui. A minha intenção, devido fato de que como pretendo passar um tempo aqui, investir em Angola. Escutei dizer nessa época que a taxa de retorno do investimento e bastante alta e que o tempo de retorno bastante pequeno.

Comecei vendo um apartamento em um dos muitos condomínios que começam a ser construídos em Angola. Parece que de uma hora para outra todo mundo decidiu construir em Luanda, isso vai causar a bolha, mas já explico mais na frente. Vou fazer uma comparação com um mercado que conheço. Apartamento dois quartos com uma vaga de garagem, simples, em Recife são vendidos por U$ 20.000,00 a U$ 40.000,00. A aqui em Luanda os apartamentos de entrada, ou seja, os mais baratos têm o seu preço começando em U$ 150.000,00. Tudo bem que estou considerando uma das melhores localizações de Luanda, o município de Belas, mas os preços que dei são de Boa Viagem em Recife, bairro nobre. Há algumas casas próximo onde moro, em um condomínio fechado, que tem o seu preço, segundo um amigo, começando em U$ 1.000.000,00. UAU!!!!

Já deu para perceber que o mercado aqui não para crianças. Agora mais um detalhe, praticamente não há financiamento de casas ou coisas do tipo. Os carros, só para ilustrar, são comprados à vista ou divididos em pouquíssimas parcelas, três, por exemplo.

Aluguel é outra gracinha. O apartamento em que estou morando, dois quartos com cozinha americana, vale por volta de U$ 200.000,00 tem o seu aluguel estipulado em U$ 3.000,00. UAU novamente!

Um detalhe, os prédios onde resido foram construídos pelo governo e doados a alguns militares como forma de garantir uma renda após o fim da guerra. Conclua comigo, eles não custaram nada ou quase nada para os seus donos. Fora isso o serviço interno é horrível, a piscina vive suja, bem como as escadas, a TV a cabo não funciona no meu prédio todo, a internet se fosse discada era melhor do que a disponibilizada, ou seja, muito aquém dos padrões que estamos acostumados no Brasil.

Os proprietários não estão nem ai para cativar os inquilinos haja vista que a procura hoje ainda é muito maior que a oferta. O fato é que mesmo com todas essas condições há lista de espera para alugar os apartamentos. Ruim com eles, muito pior sem eles. Antes que você pense em ir para um hotel, o preço de um três estrelas está por volta de U$ 150,00. E acreditem, os três estrelas daqui são bem piores que os três estrelas do Brasil, tenha certeza disso.

Em pouquíssimo tempo, um ou dois anos acredito, essa situação vai ser reverter drasticamente. A quantidade de construções de moradias é espantosa e com a queda na demanda os preços vão cair também. Como os proprietários não se incomodam em cativar os seus inquilinos, a tendência é que as pessoas troquem de moradia.

Entretanto sempre gosto de ver o outro lado da história, até agora só contei o lado de quem paga. O que você no lugar do proprietário faria? Faria diferente?

terça-feira, março 20, 2007

Por 10 contos não vem 1 real de vento!

Vista da minha da cobertura do meu prédio, município de Belas


Ta ai uma característica engaçada de Luanda. No dia da minha chegada a minha primeira providencia ao chegar em casa foi abrir a janela, depois fui repreendido pela questão dos mosquitos. Entretanto durante o tempo em que janela ficou aberta não passava por esta sequer uma brisa. Olhe que eu moro no quarto andar, mas nada de vento. É verdade que nem sempre é assim, mas a grande maioria do tempo à situação é essa: nada de vento!

Já estou aqui a quase seis meses e por isso me arrisco a falar algo desse tipo. Já presenciei o verão e peguei um pouquinho do inverno, por sinal um verão dos mais chuvosos já ocorridos, segundo os jornais.

No centro da cidade o que se vê é que as árvores praticamente não mexem a copa. Mesmo na orla, perto da baia de Luanda, as palmeiras que lá estão dificilmente tem suas folhas movidas pela ação do vento.

Outro dia fui a um restaurante, o Espaço Bahia, muito bom, à beira mar. Dizem que é da filha do Djavan. O lugar é ótimo, a vista muito boa, mas a falta de um ar-condicionado não passa despercebida. Imagino que durante a construção os arquitetos pensaram em dar um clima de praia, já que é beira da baia, esperavam por certo uma brisa do mar. A realidade é que o calor é um absurdo. Colocaram uns ventiladores por lá, mas realmente não deu conta.

Fico imaginando se o vento aqui se fizesse presente, provavelmente a cidade seria diferente. Afirmo isso, pois a quantidade de terra nas ruas é muito grande, lembra um pouco Natal - RN e a parte da cidade que fica perto das dunas. A terra aqui, no entanto é vermelha mais puxando para o barro. Se o vento aqui fosse forte a cidade viveria coberta de uma neblina de terra. Bom, assim fico imaginado.

Aqui em Angola passo quase todo tempo no ar-condicionado, mas se não fosse isso eu iria chorar, afinal por 10 contos não vem 1 real de vento!

segunda-feira, março 19, 2007

Fazer regime em Angola é bem caro!

Já falei outras vezes aqui mesmo no blog como é caro comer em Angola. Além do preço bem salgado, restaurantes simples cobram a refeição por U$ 18,00. A variedade de produtos específicos não é grande nos supermercados, além de não existir facilmente lugares na rua para se fazer refeições leves. O gênero alimentício mais barato de Luanda são os carboidratos. De longe os mais caros são as verduras e frutas.

Outro dia fiquei com vontade de comer um Kiwi, fui até o novo supermercado do shopping e por pura sorte encontrei o danado. Digo pura sorte, pois a regularidade do abastecimento é algo espantoso. Sinceramente não sei se por incompetência dos gerentes ou mesmo dificuldades de logísticas, mas o fato é que no final do ano ficamos uns 4 meses se queijo prato ou mussarela. Agora digam o preço do danado do Kiwi, realmente uma bagatela U$ 2,50 a unidade. Depois que passou no caixa que eu me dei conta, pense num negocio caro.

Agora vou colocar outro exemplo, o quilo do tomate é mais caro que o quilo de carne. Isso mesmo o tomate estava por vota de U$ 10,00 o quilo enquanto que a carne para bife eu compro por volta de U$ 6,00. Frutas e verduras de uma forma geral são muito caras e por conta disso os restaurantes não usam muito. Mesmo quando usam a quantidade de cólera e germes me inibem o consumo. Ai ai, como diria a célebre propaganda “quando agente não quer qualquer desculpa serve”.

Bom, hoje mesmo vou voltar a andar, daqui a pouco vou fazer uma caminhada. E prometo, registrado aqui que: Nunca mais eu como besteira ONTEM.

Boa sorte para mim.