Procurando pela definição de conhecimento, encontrei a seguinte: "Consciência da própria existência". Entende-se dessa forma que conhecer é ter consciência de que se existe. A inteligência – o abismo que separa a humanidade do resto dos seres vivos – é por definição um "conhecimento profundo".
Ao longo de sua curta jornada pelo planeta, o homem aprendeu a transplantar órgãos, explorar a energia atômica e ir ao espaço, mas não aprendeu a evitar guerras, ajudar os povos miseráveis ou preservar o meio ambiente. Já no século XVII, o filósofo Thomas Hobbes afirmou que o ser humano nasce em seu estado natural e, posteriormente, através da instrução é que ele habitua-se ao estado social.
Em seu estado natural o homem é egoísta, corruptível e inescrupuloso. Por isso torna-se sociável, pois sendo assim, pode defender os próprios interesses de forma a não causar mal nem a si – prioritariamente – nem ao próximo, uma vez que no estado natural, estaríamos todos sujeitos à maldade uns dos outros.
Para superar seu lado animalesco, o homem carece de instrução. Instrução moral, intelectual, social e espiritual, de forma que aprenda a ser gentil, racional, controlando as emoções e discernindo o certo e o errado, criando assim um senso de responsabilidade. É importante notar que instrução é diferente de informação. Infelizmente a grande maioria dos indivíduos possui informações vagas e desconexas sobre as mais variadas futilidades, a fim de mostrarem-se importantes e eruditos, mas não conseguem formular nenhum pensamento próprio a respeito de qualquer assunto. Isso só pode fazer aquele que é instruído. Essa é a razão pela qual evoluímos tanto no âmbito tecnológico, mas regredimos gradativamente no que diz respeito aos relacionamentos humanos. Temos todas as informações e nenhum conhecimento.