Maiakovski, poeta russo
escreveu, no início do século XX:
Na primeira noite, eles se
aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não
se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E na oportunidade não
dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil
deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e conhecendo nosso
medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos
nada, já não podemos dizer nada.
Maiakovski
(1893-1930)
Depois Bertold Brecht
escreveu:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns
operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os
miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns
desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com
ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold
Brecht (1898-1956)
Em 1933 Martin Niemöller
criou o seguinte poema:
Um dia vieram e levaram
meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me
incomodei.
No dia seguinte, vieram e
levaram
meu outro vizinho que era
comunista.
Como não sou comunista, não
me incomodei .
No terceiro dia vieram e
levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me
incomodei.
No quarto dia, vieram e me
levaram;
já não havia mais ninguém
para reclamar?
Martin
Niemöller,(1892-1984)? símbolo da resistência aos nazistas.
Em 2007 Cláudio Humberto presenteou-nos
assim:
Primeiro eles roubaram nos sinais,
mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não
estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não
moro;
Fecharam então o portão da favela, que não
habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma
criança, que não era meu filho?
Cláudio Humberto, em
09 Fevereiro de 2007
Também Martin Luther King (1929.1968):
O que mais me preocupa não é nem o grito dos
violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética?
o que mais me preocupa é o silêncio dos bons!.