Tocar, bater, vibrar; Batuk.
Que faz lembrar África dos nossos ancestrais
Que faz lembrar África dos nossos ancestrais
E a pureza dos cânticos à vida, onde tudo é ritmo.
N'aldeia, em volta da fogueira,
Alegria e dança; celebração!
A etnia é guerreira, tem o dom da comunicação.
Assim quiseram os deuses,
Pois minh'alma é força, é parte natureza.
Transforma o corpo em orquestra, instrumento,
Transforma o corpo em orquestra, instrumento,
Cura. Fala de Saudade. Alerta.
Baila no rito do mascarado a iniciação,
Enfeita as cabeças, espalha felicidade.
Faz kizomba, enaltece os valores da amizade.
Gira no ritual que espalha axé,
Gira no ritual que espalha axé,
Mistura negro, branco e índio.
Canta forte, pois tem fé,
Bate palma, pois tem fé,
Reza, é sagrado, é sinal de fé.
Eleva o canto aos céus e pede,
Eleva o canto aos céus e pede,
Clama o fim das injustiças, quer ser livre.
Coroa a liberdade em forma de prece,
Ao bondoso Deus e ao divino espírito santo.
Faz-se essência da cultura popular.
Faz-se essência da cultura popular.
Dos reis, crioulas, marujeiros e brincantes,
Rodopia, irradia alegria, espanta a tristeza.
Desce a ladeira no passo que "freve", ferve!
Segue o cortejo da casa real, cortejo da coroa imperial.
Profano, Embala o corpo, põe pra dançar.
Profano, Embala o corpo, põe pra dançar.
O ritmo desce a ladeira, inclui,
Dita moda, conscientiza, refaz as cabeças.
Mistura, faz crítica, fala da realidade,
Faz onda que recria uma nação.
Alegria de todo um povo,
Alegria de todo um povo,
Condenado, proibido, imoral.
Mesmo assim resistiu, pôs-se a jongar,
Voltou pros salões, virou fino trato.
Enfeitou-se de flores, levantou o estandarte,
Lançou perfume e apaixonou a sociedade.
Saiu por aí, deu samba, fez escola.
Subiu o morro,
Subiu o morro,
Lá do alto fez seu reinado e estendeu o manto,
Verde de esperança e branco da paz.
Coroou uma gente guerreira,suburbana, feliz,
Que hoje faz sua batucada especial.
Afinal, da África ao Brasil,
Afinal, da África ao Brasil,
Em todo mundo,
É tempo de Batuk.´´