Na recente entrevista à SIC, no passado dia 14, Pedro Passos Coelho afirmou e explicou porque é que as contas do memorando estavam mal feitas e que não tinha sido ele que as tinha feito.
De imediato a esquerda, com especial preponderância de socialistas e syrizicos, acusaram Pedro Passos Coelho de ter concordado com o memorando e de o ter assinado, não passando esta afirmação de uma desculpa esfarrapada, para não ter cumprido com o que se comprometeu em campanha eleitoral.
Mas se por um lado, o Primeiro Ministro, na mesma entrevista teve a frontalidade de assumir que "Nessa altura tinha uma de duas escolhas para fazer, não havia uma terceira. Ou dizia: vamos anunciar que este programa não é cumprível, e portanto requerer um segundo programa - e estaríamos como está a Grécia -, ou vamos dar tudo por tudo, diga-se o que se disser sobre o que eu disse na campanha eleitoral e sobre o memorando original. E foi o que fizemos", por outro a tal esquerda, não teve a mesma coragem de assumir, que em devido tempo - Abril 2011 - o PSD avisou, por Eduardo Catroga, que as contas que estavam a ser apresentadas à Missão Conjunta EU/BCE/FMI, não estariam correctas.
Em carta enviada ao então Ministro da Presidência do Conselho de Ministros, o socialista Pedro Silva Pereira, a 26 de Abril de 2011, Eduardo Catroga colocou em nome do PSD uma séria de questões e dúvidas, que já na altura indiciavam que as valores que o Governo socialista de José Socrates estava a apresentar estavam errados, como infelizmente todos viemos a ter conhecimento da pior maneira. Hoje sabemos que o anterior governo socrático, não contou “a verdade verdadeira” acerca da situação financeira de Portugal no momento de pedido do resgate.
Nessa carta o PSD manifestou as suas preocupações "sobre a situação real das contas públicas, tanto do sector público administrativo (SPA), como do Sector Empresarial do Estado (SEE), das Empresas Municipais e Regionais, e das Parcerias Público Privadas e Concessões (PPPC)", (...) alertando que "o País não se pode ver na situação em que, por deficiências nos pressupostos de cálculo das suas necessidades de financiamento para o período referido, venha a ter a necessidade de voltar a bater à porta dos nossos parceiros para uma nova ajuda externa".
Mas por acaso alguém se lembra se essa carta, como as enviadas a 13 do mesmo mês, por Pedro Passos Coelho ao Primeiro Ministro José Sócrates e a 20 do mesmo mês por Eduardo Catroga, tiveram resposta?
Carta de Eduardo Catroga a Pedro Silva Pereira, na integra aqui