Celso Vieira
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Papers by Celso Vieira
Belo Horizonte, July 1st to 5th, 2024
Campus da Universidade Federal de Minas Gerais
teoria das virtudes, com foco especial na aquisição de virtudes intelectuais,
como humildade intelectual, coragem intelectual e cuidado na aquisição
de informações. Assim, a educação para as virtudes procura assegurar que
tais virtudes sejam adquiridas pelos estudantes. Vieses cognitivos, por
outro lado, são erros sistemáticos que acometem os agentes ao formar
suas opiniões. Exemplos são ater-se a informações que confirmam nossas
opiniões, o uso de estereótipos e autocondescendência. Experimentos em
psicologia cognitiva comprovam que evitar a recorrência de vieses é mais
difícil do que parece (Kahneman, Sibony & Sustein, 2021). Desse modo, eles
apresentam um desafio para qualquer projeto pedagógico e, em especial, a
educação para as virtudes. Neste capítulo, examinaremos a relação entre
os vieses e as virtudes intelectuais a partir de um caso aplicado da
educação para as virtudes no contexto educacional. O nosso objetivo é usar
um estudo de caso para sugerir que os métodos tradicionais da educação
para as virtudes têm potencial para melhorar a postura intelectual dos
estudantes, mas que ameaças como a dos vieses demandam o uso de
procedimentos adicionais. Estes podem ser emprestados de fontes
externas como a psicologia cognitiva e outras abordagens pedagógicas
como o pensamento crítico e a comunidade de investigação.
between the way Plato and Heraclitus use language to
talk about movement. The ontology from which they depart
is almost opposite. Heraclitus sees the world as continuous
movement while to Plato what is moving participates in
stable Ideas. In this framework Socrates (Theaetetus,
183bc) advices the Heracliteans to craft a new language
to express their world view. The advice has a critical tone
but it does not seem to be wholly wrong if we consult
Heraclitus’ fragments. In B1 he claims to speak ‘according
to nature’. Based on that premiss I take B67 as a paradigm
of how the presocratic repeats the world order (kosmos)
in the order of his words (logos). The opening name, god,
would be the unifier while the following pairs of opposites
cited without syncategorematic connectors emphasize their
continuous union. After exposing the ontological basis for
this conception I return to the Theaetetus where Socrates
offers his strategy to talk about a mobilist world. In critical
tone he advises the Mobilists to talk of a thing as being
‘thus’ (houtos) and ‘not thus’. That is how they would show
the ambiguous status of moving things. Unlike Heraclitus we
can see how this strategy relies on syncategorems to precise
the movement. The final step is to verify this opposition in
relation to the way Plato exposes his particular ontology. To
talk about the Ideas he repeats the same strategy of using
syncategorematic terms. The Idea of something is said to
be the thing ‘itself’ (autos). The conclusion explores the
fact that Heraclitus’ language attempts to suppress words
without an external referent (syncategorems) while Plato
relies exactly on them to precise his referents
it will be argued, serves as a tool to enrich interpretation of his fragments. Named after
the bow image used by the philosopher in B51, the ‘ bow composition ’ will be presented
as a narrative technique developed by Heraclitus to reveal his conception of the world.
In B51 we read: οὐ ξυνιᾶσιν ὅκως διαφερόμενον ἑωυτῶι ὁμολογέει· παλίντροπος
ἁρμονίη ὅκωσπερ τόξου καὶ λύρης ( ‘ They don ’ t understand how what is in variance
agrees with itself, a reciprocal stretching harmony as in the bow and the lyre ’ ).
Following an assumption that will be defended later, I argue that Heraclitus attempts
through his text to demonstrate how ‘ what is in variance agrees with itself ’ . One of
his strategies to this end would be the bow composition, a way to structure his state-
ments in which its first and last terms share the same root but have subtle suffix or prefix
differences in order to depict that while being related ( ὁμολογέει ) they still maintain
some difference ( διαφερόμενον ). By means of employing such structure to describe
reality Heraclitus would imitate the world order in his word order by providing his audi-
ence with an analogy that once perceived in the text would teach them how to correctly
interpret nature itself.
in Homer and Hesiod. The speeches of a seer and of the
muses are said to inform the things “that are, will be and
were”. Versions of this formula were also used by presocratic
philosophers to describe the temporal aspect of central
concepts within their cosmologies. Generally, they use it
to convey the eternity of an entity by the affirmation of its
existence throughout past, present and future. That is the
case of fire in Heraclitus’ linear and reciprocal conception
of time, of hate and love in the cyclical time of Empedocles,
of the intelligence living in an eternal now in Anaxagoras’
cosmos, and of the eternal being in Melissus and Parmenides.
Nonetheless, each use of the formula has its own peculiarities.
The aim of this article is to make a comparative analysis of
them, both within the thought of each philosopher as in face
of one another. At the end I will propose a general formula
of eternity in the presocratic philosophy that points towards
an absolute conception of time. Furthermore, I hope to show
that such an absolute treatment of time ends up by denying it
implicitly or explicitly in a particular type of eternal present
cipalmente a visão e a audição a fim de determinar os diferentes
tipos de indiretividade das sensações bem como suas vantagens e
desvantagens no processo de conhecimento. Duas são as indire-
tividades com alguma relação com a visão, uma positiva e outra
negativa. Primeiro há o caso do sonho no qual o adormecido vê
coisas que estariam relacionadas à sua vida enquanto desperto.
Informações adquiridas assim devem ser descartadas pois não
são nada além de ilusão. Por outro lado ao se utilizar a visão
enquanto acordado o humano tem a capacidade da teoria da
mente. Assim ele pode ver os outros animais tendo sensações e
interpretar sua reação a elas. Este tipo de informação deve ser
considerado no processo de conhecimento. O caso da audição
também traz uma indiretividade positiva e outra negativa. A
negativa é quando os ouvidos são utilizados para escutar os
relatos de terceiros que pensam ter uma compreensão particular
do mundo. Estas compreensões apenas são aproveitáveis como
contra-exemplos. Ao contrário da visão, no caso da audição, é
no seu sentido metafórico que ela é positiva. Todo humano tem
a capacidade de razão, e é ouvindo-a que ele deve interpretar
as informações sensoriais. Por fim é apresentado um esquema
completo do processo sensório entendido por Heráclito.
das sensações no processo de conhecimento prescrito por Heráclito
e, embora este diferencie o uso direto e indireto dos sentidos, será
abordado, aqui, apenas o primeiro caso, aquele sem nenhum tipo
de mediação entre a coisa percebida e quem a percebe. Após o
exame de fragmentos abordando principalmente os sentidos do
olfato, paladar e tato são encontrados os requisitos para obtenção
de uma sensação direta apropriada. Tudo começa na coisa percebida
que para ser reconhecida propriamente dever ser percebida por um
órgão apropriado. Esta apropriação é medida pela capacidade do
órgão de distinguir a coisa segundo sua própria natureza. A sensa-
ção direta seria responsável pela etapa distintiva no processo, de
conhecimento que permitiria a identificação de opostos necessária à
sua posterior união. O animal em que o órgão se encontra também
é relevante no processo pois há indicações de que as sensações são
geradas de acordo com a necessidade de cada espécie, um certo
tipo de teleologia. Neste ponto, o caso dos humanos torna-se par-
ticular, pois a capacidade de alguma teoria da mente lhes permite
identificar as diferenças percebidas em diferentes animais. Assim é
introduzido um modo de indiretividade na sensação, ver o que os
outros estão sentindo.
der o estatuto dos nomes no Crátilo a partir da concepção
ontológica que serviria como pano de fundo da discussão.
Assim, assumindo a presença em algum grau da Teoria das
Formas, primeiro se realiza uma esquematização da ontolo-
gia das coisas no esforço de coordenar termos caros à filosofia
de Platão como essência e Forma. Após o estabelecimento do
papel da essência e Forma relativo às coisas vem a tentativa de
comprovar sua correspondência no que concerne aos nomes.
Esta tentativa gera uma possibilidade de entender as relações
entre nomes e coisas a partir de suas funções (quando estes
realizam suas essências) e de sua ligação com as Formas. Isto
permite determinar a função dos nomes que seria meramente
de referir. Assim, em vista deste funcionamento, se justifica o
invalidamento dos nomes na busca pelo conhecimento que
aparece no final aporético do diálogo.
extensão dos termos linguísticos, o artigo tenta compreender algumas estratégias
dos gregos antigos na utilização dos nomes próprios. O paradigma escolhido foi
o tratamento dado ao nome de Helena por Ésquilo no Agamenon, por Górgias no
Elogio à Helena e por Eurípides na peça Helena. Além destes autores, a investigação
se orientou pelas reflexões de natureza especulativa acerca dos nomes encontrados
principalmente no Crátilo de Platão, mas, também, em Aristóteles, na Retórica.
O resultado de um estudo comparativo destes textos apontou para a riqueza de um
tratamento mais indistinto dado a um nome próprio que leva em consideração não
só o seu referente, mas, também, os seus conteúdos descritivos. Esta indistinção,
que permite a exploração de várias possibilidades de interação entre referentes e
descrições, revelou-se uma fonte rica para a criação de um discurso persuasivo.
Belo Horizonte, July 1st to 5th, 2024
Campus da Universidade Federal de Minas Gerais
teoria das virtudes, com foco especial na aquisição de virtudes intelectuais,
como humildade intelectual, coragem intelectual e cuidado na aquisição
de informações. Assim, a educação para as virtudes procura assegurar que
tais virtudes sejam adquiridas pelos estudantes. Vieses cognitivos, por
outro lado, são erros sistemáticos que acometem os agentes ao formar
suas opiniões. Exemplos são ater-se a informações que confirmam nossas
opiniões, o uso de estereótipos e autocondescendência. Experimentos em
psicologia cognitiva comprovam que evitar a recorrência de vieses é mais
difícil do que parece (Kahneman, Sibony & Sustein, 2021). Desse modo, eles
apresentam um desafio para qualquer projeto pedagógico e, em especial, a
educação para as virtudes. Neste capítulo, examinaremos a relação entre
os vieses e as virtudes intelectuais a partir de um caso aplicado da
educação para as virtudes no contexto educacional. O nosso objetivo é usar
um estudo de caso para sugerir que os métodos tradicionais da educação
para as virtudes têm potencial para melhorar a postura intelectual dos
estudantes, mas que ameaças como a dos vieses demandam o uso de
procedimentos adicionais. Estes podem ser emprestados de fontes
externas como a psicologia cognitiva e outras abordagens pedagógicas
como o pensamento crítico e a comunidade de investigação.
between the way Plato and Heraclitus use language to
talk about movement. The ontology from which they depart
is almost opposite. Heraclitus sees the world as continuous
movement while to Plato what is moving participates in
stable Ideas. In this framework Socrates (Theaetetus,
183bc) advices the Heracliteans to craft a new language
to express their world view. The advice has a critical tone
but it does not seem to be wholly wrong if we consult
Heraclitus’ fragments. In B1 he claims to speak ‘according
to nature’. Based on that premiss I take B67 as a paradigm
of how the presocratic repeats the world order (kosmos)
in the order of his words (logos). The opening name, god,
would be the unifier while the following pairs of opposites
cited without syncategorematic connectors emphasize their
continuous union. After exposing the ontological basis for
this conception I return to the Theaetetus where Socrates
offers his strategy to talk about a mobilist world. In critical
tone he advises the Mobilists to talk of a thing as being
‘thus’ (houtos) and ‘not thus’. That is how they would show
the ambiguous status of moving things. Unlike Heraclitus we
can see how this strategy relies on syncategorems to precise
the movement. The final step is to verify this opposition in
relation to the way Plato exposes his particular ontology. To
talk about the Ideas he repeats the same strategy of using
syncategorematic terms. The Idea of something is said to
be the thing ‘itself’ (autos). The conclusion explores the
fact that Heraclitus’ language attempts to suppress words
without an external referent (syncategorems) while Plato
relies exactly on them to precise his referents
it will be argued, serves as a tool to enrich interpretation of his fragments. Named after
the bow image used by the philosopher in B51, the ‘ bow composition ’ will be presented
as a narrative technique developed by Heraclitus to reveal his conception of the world.
In B51 we read: οὐ ξυνιᾶσιν ὅκως διαφερόμενον ἑωυτῶι ὁμολογέει· παλίντροπος
ἁρμονίη ὅκωσπερ τόξου καὶ λύρης ( ‘ They don ’ t understand how what is in variance
agrees with itself, a reciprocal stretching harmony as in the bow and the lyre ’ ).
Following an assumption that will be defended later, I argue that Heraclitus attempts
through his text to demonstrate how ‘ what is in variance agrees with itself ’ . One of
his strategies to this end would be the bow composition, a way to structure his state-
ments in which its first and last terms share the same root but have subtle suffix or prefix
differences in order to depict that while being related ( ὁμολογέει ) they still maintain
some difference ( διαφερόμενον ). By means of employing such structure to describe
reality Heraclitus would imitate the world order in his word order by providing his audi-
ence with an analogy that once perceived in the text would teach them how to correctly
interpret nature itself.
in Homer and Hesiod. The speeches of a seer and of the
muses are said to inform the things “that are, will be and
were”. Versions of this formula were also used by presocratic
philosophers to describe the temporal aspect of central
concepts within their cosmologies. Generally, they use it
to convey the eternity of an entity by the affirmation of its
existence throughout past, present and future. That is the
case of fire in Heraclitus’ linear and reciprocal conception
of time, of hate and love in the cyclical time of Empedocles,
of the intelligence living in an eternal now in Anaxagoras’
cosmos, and of the eternal being in Melissus and Parmenides.
Nonetheless, each use of the formula has its own peculiarities.
The aim of this article is to make a comparative analysis of
them, both within the thought of each philosopher as in face
of one another. At the end I will propose a general formula
of eternity in the presocratic philosophy that points towards
an absolute conception of time. Furthermore, I hope to show
that such an absolute treatment of time ends up by denying it
implicitly or explicitly in a particular type of eternal present
cipalmente a visão e a audição a fim de determinar os diferentes
tipos de indiretividade das sensações bem como suas vantagens e
desvantagens no processo de conhecimento. Duas são as indire-
tividades com alguma relação com a visão, uma positiva e outra
negativa. Primeiro há o caso do sonho no qual o adormecido vê
coisas que estariam relacionadas à sua vida enquanto desperto.
Informações adquiridas assim devem ser descartadas pois não
são nada além de ilusão. Por outro lado ao se utilizar a visão
enquanto acordado o humano tem a capacidade da teoria da
mente. Assim ele pode ver os outros animais tendo sensações e
interpretar sua reação a elas. Este tipo de informação deve ser
considerado no processo de conhecimento. O caso da audição
também traz uma indiretividade positiva e outra negativa. A
negativa é quando os ouvidos são utilizados para escutar os
relatos de terceiros que pensam ter uma compreensão particular
do mundo. Estas compreensões apenas são aproveitáveis como
contra-exemplos. Ao contrário da visão, no caso da audição, é
no seu sentido metafórico que ela é positiva. Todo humano tem
a capacidade de razão, e é ouvindo-a que ele deve interpretar
as informações sensoriais. Por fim é apresentado um esquema
completo do processo sensório entendido por Heráclito.
das sensações no processo de conhecimento prescrito por Heráclito
e, embora este diferencie o uso direto e indireto dos sentidos, será
abordado, aqui, apenas o primeiro caso, aquele sem nenhum tipo
de mediação entre a coisa percebida e quem a percebe. Após o
exame de fragmentos abordando principalmente os sentidos do
olfato, paladar e tato são encontrados os requisitos para obtenção
de uma sensação direta apropriada. Tudo começa na coisa percebida
que para ser reconhecida propriamente dever ser percebida por um
órgão apropriado. Esta apropriação é medida pela capacidade do
órgão de distinguir a coisa segundo sua própria natureza. A sensa-
ção direta seria responsável pela etapa distintiva no processo, de
conhecimento que permitiria a identificação de opostos necessária à
sua posterior união. O animal em que o órgão se encontra também
é relevante no processo pois há indicações de que as sensações são
geradas de acordo com a necessidade de cada espécie, um certo
tipo de teleologia. Neste ponto, o caso dos humanos torna-se par-
ticular, pois a capacidade de alguma teoria da mente lhes permite
identificar as diferenças percebidas em diferentes animais. Assim é
introduzido um modo de indiretividade na sensação, ver o que os
outros estão sentindo.
der o estatuto dos nomes no Crátilo a partir da concepção
ontológica que serviria como pano de fundo da discussão.
Assim, assumindo a presença em algum grau da Teoria das
Formas, primeiro se realiza uma esquematização da ontolo-
gia das coisas no esforço de coordenar termos caros à filosofia
de Platão como essência e Forma. Após o estabelecimento do
papel da essência e Forma relativo às coisas vem a tentativa de
comprovar sua correspondência no que concerne aos nomes.
Esta tentativa gera uma possibilidade de entender as relações
entre nomes e coisas a partir de suas funções (quando estes
realizam suas essências) e de sua ligação com as Formas. Isto
permite determinar a função dos nomes que seria meramente
de referir. Assim, em vista deste funcionamento, se justifica o
invalidamento dos nomes na busca pelo conhecimento que
aparece no final aporético do diálogo.
extensão dos termos linguísticos, o artigo tenta compreender algumas estratégias
dos gregos antigos na utilização dos nomes próprios. O paradigma escolhido foi
o tratamento dado ao nome de Helena por Ésquilo no Agamenon, por Górgias no
Elogio à Helena e por Eurípides na peça Helena. Além destes autores, a investigação
se orientou pelas reflexões de natureza especulativa acerca dos nomes encontrados
principalmente no Crátilo de Platão, mas, também, em Aristóteles, na Retórica.
O resultado de um estudo comparativo destes textos apontou para a riqueza de um
tratamento mais indistinto dado a um nome próprio que leva em consideração não
só o seu referente, mas, também, os seus conteúdos descritivos. Esta indistinção,
que permite a exploração de várias possibilidades de interação entre referentes e
descrições, revelou-se uma fonte rica para a criação de um discurso persuasivo.
A version of the Cratylus in which I tried to translate to Portuguese all the etymological puns of the Greek text.