Tranquilidade. Calma. Envolvida numa brisa tão pura e no som da água a deslizar pelas pedras aquecidas pelo sol. Imaginava o mundo, deitada sobre o tapete de relva fresca, à sombra dos pinheiros que ensaiavam a sua melhor dança. A melodia, essa, eu cantava baixinho, naquele momento parado no tempo. Fecho os olhos e deixo-me levar como as folhas secas no caminho. Como eu desejava a tua companhia, esse calor humano, mesmo ao meu lado, para poder partilhar cada pedacinho de vida, cada momento naquela imensidão verde. Como eu desejava poder voltar um dia ao mesmo local, poder sentar-me na mesma pedra e poder ver todo o horizonte reflectido nos teus olhos; todo o campo de trigo, todas as flores, todas as pegadas que marquei para poder chegar até ali. E, lentamente, poder adormecer a teu lado, respirando cada toque, cada abraço, cada beijo teu, num manto de sonhos e malmequeres.
Abro os olhos, retorno à minha realidade campestre, e sim, a vida parece realmente tão curta, tão breve, e há tanto para viver. Tantos caminhos para descobrir, tantos rumos para seguir, tantas estradas que se cruzam e entrecruzam, continuamente. Vamos aprendendo a cada passo, valorizando as mais pequenas coisas, os tesourinhos que encontramos na nossa caminhada. Esses, sim, merecem ter um cantinho bem especial no coração. Haverá local mais seguro?
Fica comigo. Caminharei a teu lado.
Rita f.