quinta-feira, 16 de junho de 2011

Poeminha sentimental



   O meu amor, o meu amor, Maria
   É como um fio telegráfico da estrada
   Aonde vêm pousar as andorinhas...
   De vez em quando chega uma
   E canta
   (Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
   Canta e vai-se embora
   Outra, nem isso,
   Mal chega, vai-se embora.
   A última que passou
   Limitou-se a fazer cocô
   No meu pobre fio de vida!
   No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
   As andorinhas é que mudam.

   Mario Quintana (Preparativos de viagem, p 59)









Imagem: www.deviantart.com

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