Vice-reis da Catalunha
Este anexo contém os Vice-reis da Catalunha
O Vice-rei da Catalunha foi um representante do rei no Principado da Catalunha. Antes desta nomenclatura era denominado por Lugar-tenente. O termo Vice-rei só começou a ser usado em meados do Século XVI, e é de origem catalão.[1][2][3]
Lista de lugar tenentes da Catalunha
[editar | editar código-fonte]Durante a Dinastia da Casa de Barcelona, este cargo era geralmente ocupado pelo herdeiro do trono ou pela rainha consorte, e só actuava como tal quando o monarca se encontrava fora do reino e debaixo do título lloctinent Reial (lugar tenente real).
Quando o rei voltava ao reino o cargo desaparecia de imediato. Era portanto um cargo de pouca duração e só empregue em momentos extraordinários.
Formalização do Cargo
[editar | editar código-fonte]As forma do utilização do cargo só mudam com a entronização da Dinastia de Trastámara. Com excepção do primeiro rei de origem castelhana, (Fernando I de Aragão), os dois monarcas seguintes vão precisar continuamente de um representante legal; por estar quase sempre fora do Principado, Afonso "O Magnánimo" e devido às constantes tentativas de sublevação no caso de João II de Aragão.
Foi o rei Fernando “O Católico” quem institucionalizou o cargo na pessoa do seu primo, o infante Enrique de Aragón e Pimentel “Infant Fortuna” em 1479, visto que tinha muitos territórios ao redor do mundo e se ausentava da sede do reino por grandes períodos de tempo. Esta prerrogativa manteve-se com os Habsburgo.
No início do vice-reinado este só podia ser exercido por uma pessoa de sangue real, no entanto começou-o também a se por um nobre ou por um eclesiástico que devia fazer executar as ordens do rei no principado.
Era quem nomeava os conselheiros, os tesoureiros, os ficais, cargos que recaíam sobre os membros da alta hierarquia eclesiástica e da alta nobreza do Reino de Castela e muito raramente sobre algum nobre catalão.
Durante o século XVI os reis espanhóis não exerceram uma autoridade total na Catalunha, no entanto a partir do Século XVII a situação política e económica mudou, as cortes passaram a ser convocadas cada vez com menos frequência até que no final do século deixaram de ser convocadas.
O cargo desapareceu no final da Guerra da Sucessão Espanhola junto com as leis e instituições do Principado de Catalunha e o resto da Coroa de Aragão. Dando assim origem ao cargo de Capitão-general .
Lista de lugares Tenentes da Catalunha
[editar | editar código-fonte]Reinado de Afonso III de Aragão (1285-1291)
[editar | editar código-fonte]- 1285-1296: Pedro de Aragão, infante de Aragão
Reinado de Pedro IV de Aragão (1336-1387)
[editar | editar código-fonte]- (1355): Pedro de Aragão, infante de Aragão (pela segunda vez)
- 1363-1387: João de Aragão, infante de Aragão e futuro rei João I de Aragão.
Reinado de João I de Aragão (1387-1396)
[editar | editar código-fonte]- 1387-1396: Martim I de Aragão, infante de Aragão e futuro rei Martim I
Reinado de Martim I de Aragão (1396-1410)
[editar | editar código-fonte]Reinado de Afonso V de Aragão (1416-1458)
[editar | editar código-fonte]- 1416-?: João de Aragão, infante de Aragão e futuro rei João II de Aragão
- 1420-1423: Maria de Castela, rainha consorte de Aragão
- 1432-1453: Maria de Castela (2ª vez), rainha consorte de Aragão
- 1453-1454: Galceran de Requesens
- 1454-1458: João de Aragão (2ª vez), infante de Aragão e futuro rei João II de Aragão
- 1461: Carlos, Príncipe de Viana, infante de Aragão.
Reinado de João II de Aragão (1458-1479)
[editar | editar código-fonte]- 1461-1462: Joana Henriques (reinou em nome do então ainda infante D. Fernando), rainha consorte de Aragão.
- 1462-1468: Joana Henriques
- 1468-1472: Fernando II de Aragão, príncipe de Gerona
- 1462-1464: João de Beaumont, lugartenente e Henrique IV de Castela
- 1464-1466: Pedro de Coimbra, Condestável de Portugal
- 1466-1470: João II da Lorena, lugartenente de Renato I de Nápoles e filho do mesmo
- 1470-1472: João da Calábria, lugartenente de Renato I de Nápoles e neto do mesmo
Reinado de Fernando II de Aragão (1479-1516)
[editar | editar código-fonte]- 1479-1493: Henrique II de Ampurias, o "'Infante Fortuna"
- 1493-1495: João de Lanuza
- 1495-1496: João Fernandes de Heredia
- 1496-1501: João II de Ribagorza, sobrino do rei
- 1501-1514: Jaime de Luna
- 1514-1520: Alonso de Aragão, filho do rei
Reinado de Carlos I de Espanha (1516-1556)
[editar | editar código-fonte]- 1521-1523: Pedro Folc de Cardona
- 1523-1525: António de Zúñiga
- 1525-1539: Fradique de Portugal
- 1539-1543: Francisco de Borja
- 1543-1553: João Fernandes-Manrique de Lara e Pimentel
- 1554-1558: Per Afán Henriques de Ribera
Reinado de Felipe II de Espanha (1556-1598)
[editar | editar código-fonte]- 1558-1564: García Álvarez de Toledo e Osorio
- 1564-1571: Diego Hurtado de Mendoza e de la Cerda
- 1571-1580: Fernando de Toledo
- 1580-1581: Francisco I de Moncada
- 1581-1582: Carlos de Aragão
- 1583-1586: Juan de Zúñiga e Avellaneda, conde de Miranda de Castañar
- 1586-1590: Manrique de Lara e Girón
- 1590-1592: Pedro Luís Galcerán de Borja
- 1592-1596: Bernardino de Cárdenas e Portugal, duque de Maqueda
- 1596-1602: Lorenzo IV Suárez de Figueroa e Córdoba
Reinado de Felipe III de Espanha (1598-1621)
[editar | editar código-fonte]- 1602-1603: Joan Terés i Borrull
- 1603-1610: Hector de Pignatelli e Colonna
- 1611: Pedro Manrique
- 1611-1615: Francisco Hurtado de Mendoza e Cárdenas
- 1615-1619: Francisco Fernández de la Cueva
- 1619-1622: Fernando Afán de Ribera e Enríquez
Reinado de Filipe IV de Espanha (1621-1665)
[editar | editar código-fonte]- 1622-1626: Juan Sentís e Suñer
- 1626-1627: Luís Díez de Aux de Armendariz
- 1627-1629: Miguel Santos e Sampedro
- 1629-1630: Gómez Suárez e Figueroa
- 1630-1632: Henrique III de Ampurias
- 1632-1633: Fernando de Áustria
- 1633-1638: Henrique III de Ampurias, 2ª vez
- 1638-1640: Dalmau de Queralt; morto durante a Guerra dos Segadores de 1640
- 1640: Henrique III de Ampurias
- 1640: Garcia Gil Manrique Maldonado
- 1640-1641: Pedro Fajardo de Zúñiga e Requesens
- 1641: Federico Colonna. Napolitano. Faleceu durante o assédio de Tarragona.
- 1641: Juan Ramírez de Arellano
- 1642-1644: Pedro Antonio de Aragão
- 1644-1645: Andrea Cantelmo
- 1645-1647: Diego Mexía Felípez de Guzmán
- 1647-1648: Guillermo Ramón de Moncada
- 1648-1650: Juan de Garay
- 1650-1652: Francisco de Orozco
- 1652: Francisco de Orozco
- 1653-1656: João José de Áustria. Filho de Felipe IV
- 1656-1663: Francisco de Orozco. 2ª vez.
- 1663-1664: Francisco de Moura e Corterreal
- 1664-1667: Vicente de Gonzaga e Doria
Reinado de Carlos II de Espanha. Regência de Maria Ana de Áustria
[editar | editar código-fonte]- 1667-1669: Gaspar Téllez-Girón
- 1669-1673: Francisco Fernández de Córdova
- 1673-1675: Francisco de Tutavila e del Rufo
- 1675-1676: João António Pacheco Osorio Toledo
- 1676-1677: Alejandro Farnesio
- 1677-1678:João Domingo de Haro
- 1678: Diego Felipe de Guzmán. Interino.
- 1678-1684: Alejandro de Bournonville
- 1685-1688: Diego Felipe de Guzmán
- 1688: João Tomáz Henriques e de Cabrera
- 1688-1690: Carlos de Gurrea Aragão e Borja
- 1690-1693: João Alonso Pérez de Guzmán
- 1693-1694: Juan Manuel Fernández Pacheco
- 1694-1696: Francisco de Agurto
- 1696-1697: Francisco António Fernández de Velasco e Tovar
- 1697-1698: Diego Hurtado de Mendoza
- 1698-1701: Jorge de Darmstadt
Referências
- ↑ Joan Corominas (1976). Diccionario crítico etimológico de la lengua castellana. 4, R-Z. [S.l.]: Ed. Gredos. ISBN 978-84-249-1324-3. Consultado em 24 de novembro de 2012
- ↑ P. Filippo Rotolo; P. Filippo Rotolo OFM Conv. (2006). Il Beato Matteo d'Agrigento e la provincia francescana di sicilia nella prima metà del secolo XV. [S.l.]: Officina di Studi Medievali. pp. 260–. ISBN 978-88-88615-58-5. Consultado em 24 de novembro de 2012
- ↑ Joseph Shatzmiller (1994). Jews, Medicine, and Medieval Society: Joseph Shatzmiller. [S.l.]: University of California Press. pp. 156–. ISBN 978-0-520-08059-1. Consultado em 24 de novembro de 2012