The Freudian Fallacy
The Freudian Fallacy Freud and Cocaine | |
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Capa da primeira edição | |
Autor(es) | Elizabeth M. Thornton |
Idioma | inglês |
País | Reino Unido |
Assunto | Sigmund Freud Cocaína |
Editora | Blond and Briggs |
Lançamento | 1983 |
Páginas | 351 |
ISBN | 978-0586085332 |
The Freudian Fallacy é um livro sobre Sigmund Freud, o pai da psicanálise, escrito pela historiadora americana Elizabeth M. Thornton. Foi publicado em 1983 no Reino Unido, originalmente com o título Freud and Cocaine. No livro, Thornton argumenta que Freud se tornou um cocainômano e que o desenvolvimento de sua teoria psicanalítica foi influenciado principalmente pelo consumo de cocaína. O livro recebeu várias críticas negativas de historiadores, mas foi elogiado por autores também críticos a Freud e à psicanálise freudiana. O trabalho foi comparado ao livro The Assault on Truth (1984), do ex-psicanalista Jeffrey Masson.
Recepção crítica
[editar | editar código-fonte]The Freudian Fallacy recebeu uma crítica mista de Wray Herbert, da revista Psychology Today, e uma crítica negativa do psicanalista Jeffrey Satinover no Library Journal.[1][2] O livro também foi objeto de resenhas críticas por Michael Neve, da London Review of Books,[3] pelo psicanalista Anthony Storr, do The Times Literary Supplement,[4] pelo historiador Paul Roazen do American Journal of Psychiatry,[5] por A.J. Fogarty no British Medical Journal, [6] e foi discutido pelo psiquiatra E. Fuller Torrey na National Review.[7]
Durante a vida de Freud, o fator mais determinante foi provavelmente o traço messiânico que a cocaína lhe conferiu. O falso profeta do mundo das drogas pode propagar sua mensagem com tanta convicção e autoridade quanto o verdadeiro, assim suas teorias parecerão ter o mesmo fervor e validade. Em comum com outros portadores de psicopatologias, Freud ainda teria sido capaz de raciocinar de forma hábil a partir de suas falsas premissas e, assim, esconder de seus seguidores os traços psicóticos que possuía . No entanto, com o passar dos anos, de um por um, a maior parte dos primeiros discípulos de Freud que constituíam seu círculo íntimo o abandonou.
—The Freudian Fallacy,[8]
Herbert disse que Thornton, a autora do livro, "ressentia-se amargamente" em relação a Freud e sua influência. Herbert disse que o livro foi beneficiado pelo conhecimento que Thornton possuía acerca da literatura médica do século XIX, de modo que o trabalho "trazia à vida as pesquisas das escolas de Paris e Viena durante o surgimento da neurologia", mas que seu valor literário foi mitigado por conta da vontade de Thornton em fazer "pronunciamentos ríspidos sem qualquer evidência de apoio".[1] Satinover escreveu que o livro detinha "diagnósticos neurológicos específicos e interpretações equivocadas da teoria psicanalítica", e concluiu que Thornton falhou em sua tentativa de desacreditar Freud.[2] Torrey, escrevendo em 1995, comentou que a sugestão de Thornton de que Freud continuou a abusar da cocaína até 1899 foi confirmada por Peter Swales, historiador e estudioso da vida e obra de Freud.[7]
O livro também foi criticado negativamente pelo historiador Peter Gay, que o descreveu como "um modelo de literatura difamatória",[9] e pelo historiador Roy Porter, que o chamou de "tendencioso".[10] No entanto, The Freudian Fallacy foi elogiado pelo psicólogo Hans Eysenck e por escritores críticos da psicanálise freudiana. O filósofo Todd Dufresne descreveu o livro como "uma obra notável sobre a história da psicanálise e a melhor obra sobre a relação de Freud com a cocaína". [11]
O escritor Richard Webster avaliou o livro como "interessante", argumentando que algumas das afirmações de Thornton eram tanto originais como convicentes, mas disse que a revisão do contexto médico no qual Jean-Martin Charcot e Freud trabalhavam possui muitos detalhes que foram negligenciados. No entanto, ele achou a discussão de Thornton sobre Charcot e a histeria mais significativa do que a hipótese de que as teorias de Freud foram moldadas por seu uso de cocaína. Ainda, Webster disse que Thornton levou o argumento sobre a origem biológica da histeria muito a sério, e que isso enviesou as afirmações do livro. Webster observou que o livro, por vezes, foi endossado por feministas. Ele o comparou a The Assault on Truth, livro do ex-psicanalista Jeffrey Masson, que também é marcado pela hostilidade a Freud e à psicanálise. De acordo com a Merriam-Webster, The Freudian Fallacy recebeu críticas negativas no The Times Literary Supplement e no London Review of Books, sendo que neste último foi incluída uma acusação de que havia na obra elementos antissemitas.[12]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Herbert 1984, p. 10.
- ↑ a b Satinover 1984, p. 1245.
- ↑ Neve 1983, p. 19.
- ↑ Storr 1983, p. 1266.
- ↑ Roazen 1986, pp. 662–663.
- ↑ Fogarty 1986, p. 1299.
- ↑ a b Torrey 1995, p. 44.
- ↑ Porter 1989, p. 15.
- ↑ Gay 1995, p. 749.
- ↑ Porter 1989, p. 251.
- ↑ Dufresne 2007, p. 163.
- ↑ Webster 2005, pp. 22–23, 559.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Livros
- Dufresne, Todd (2007). «Suggested Readings». In: Dufresne, Todd. Against Freud: Critics Talk Back (em inglês). Stanford: Stanford University Press. ISBN 978-0-8047-5548-1
- Eysenck, Hans (1986). Decline and Fall of the Freudian Empire (em inglês). Harmondsworth: Penguin Books. ISBN 0-14-022562-5
- Gay, Peter (1995). Freud: A Life for Our Time (em inglês). London: Papermac. ISBN 0-333-48638-2
- Porter, Roy (1989). A Social History of Madness: Stories of the Insane (em inglês). London: Weidenfeld & Nicolson. ISBN 0-297-79571-6
- Webster, Richard (2005). Why Freud Was Wrong: Sin, Science and Psychoanalysis (em inglês). Oxford: The Orwell Press. ISBN 0-9515922-5-4
- Artigos
- Fogarty, A. J. (1986). «So much for Oedipus». British Medical Journal (Clinical Research Edition) (em inglês). 293 (6557)
- Herbert, Wray (1984). «The Freudian fallacy (Book Review)». Psychology Today (em inglês). 18 (4)
- Neve, Michael (1983). «Hi!». London Review of Books (em inglês). 5 (19)
- Roazen, Paul (1986). «The Freudian fallacy (Book Review)». American Journal of Psychiatry (em inglês). 143 (5)
- Storr, Anthony (1983). «Beware the primal horde». The Times Literary Supplement (em inglês) (4207)
- Torrey, E. Fuller (1995). «History of an Illusion». National Review (em inglês). 47 (25)