Resultados do Carnaval do Rio de Janeiro em 1932
Resultados do Carnaval do Rio de Janeiro em 1932 | ||||
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Escola campeãs | ||||
Campeonato | Estação Primeira de Mangueira | |||
Outros campeões | ||||
Ranchos | Flor do Abacate | |||
Cronologia | ||||
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Nesta página estão listados os resultados dos concursos de escolas de samba e de ranchos carnavalescos do carnaval do Rio de Janeiro do ano de 1932.
No carnaval de 1932 foi realizado o primeiro desfile de escolas de samba do Rio de Janeiro. O concurso foi criado pelo jornalista Mário Rodrigues Filho e promovido pelo seu noticiário, o Mundo Sportivo.[1] O desfile foi realizado entre a noite de 7 de fevereiro de 1932 e a madrugada do dia seguinte, na Praça Onze.[2][3]
A Estação Primeira de Mangueira foi a primeira campeã do concurso. A escola apresentou os sambas "Pudesse Meu Ideal", de Cartola e Carlos Cachaça; e "Sorri", de Lauro dos Santos (Gradim). Algumas fontes registram como títulos do enredo da Mangueira: "Sorrindo"; "Na Floresta"; ou "A Floresta".[4][5][6][7]
Para o Ano Sai Melhor e Vai Como Pode ficaram com o vice-campeonato. A Vai Como Pode, que mais tarde seria renomeada para Portela, desfilou com os sambas "Ando Penando", de Alcides Dias Lopes; "Ouço Uma Voz", de Candeia e Nelson Amorim; e "Lá Vem Ela (Dinheiro Não Há)", de Ernani Alvarenga e Benedito Lacerda.[8] Unidos da Tijuca foi a terceira colocada. Flor do Abacate foi o campeão dos ranchos carnavalescos, conquistando o terceiro título consecutivo. O Deixa Falar realizou seu último desfile no carnaval.[9]
Escolas de samba
[editar | editar código-fonte]O carnaval carioca de 1932 foi o primeiro a contar com um concurso de escolas de samba em toda a sua história. O desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro foi criado pelo jornalista Mário Rodrigues Filho para preencher o período do ano em que não havia campeonato de futebol. A disputa foi promovida pelo jornal Mundo Sportivo, de propriedade de Mário Filho. Outro jornalista, Carlos Pimentel, ajudou Mário na organização.[10] O desfile foi realizado entre as 20 horas do domingo, dia 7 de fevereiro de 1932, e as 3 horas da madrugada do dia seguinte. O local de apresentação foi na Praça Onze.[2][3]
Quesitos e julgadores
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As escolas foram avaliadas em quatro quesitos:[11][8]
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A comissão julgadora foi formada por:
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Convidados para participar do juri, Álvaro Moreira e Luiz Peixoto não compareceram.[12] Os julgadores ficaram instalados em um coreto em frente a escola Benjamin Constant.[3]
Classificação
[editar | editar código-fonte]Vinte escolas se inscreveram para desfilar, sendo que uma agremiação não identificada desistiu. Das dezenove escolas que desfilaram, apenas cinco tiveram classificação divulgada. Cada agremiação teve o direito de apresentar até três sambas. A campeã, Mangueira, apresentou dois sambas: "Pudesse Meu Ideal", de Cartola e Carlos Cachaça; e "Sorri", de Lauro dos Santos (Gradim). Algumas fontes registram ainda como títulos do enredo da Mangueira: "Sorrindo"; "Na Floresta" ou "A Floresta".[4][5][13] A Vai Como Pode, mais tarde renomeada para Portela, apresentou os sambas: "Ando Penando", de Alcides Dias Lopes; "Ouço Uma Voz", de Candeia e Nelson Amorim; e "Lá Vem Ela" ("Dinheiro Não Há"), de Ernani Alvarenga e Benedito Lacerda.[8]
Legenda: Campeã * Sem informação disponível |
Col. | Escola | Enredo | Carnavalesco(a) |
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1 | Estação Primeira de Mangueira | Sorrindo / Na Floresta / A Floresta | Diretoria da escola |
2 | Para o Ano Sai Melhor (Segunda Linha do Estácio) | * | * |
Vai Como Pode (Portela) | Carnaval Moderno ou Sua Majestade o Samba | Antônio Caetano | |
3 | Unidos da Tijuca | * | * |
Ranchos carnavalescos
[editar | editar código-fonte]Ordem dos desfiles |
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Comissão julgadora
[editar | editar código-fonte]A comissão julgadora, designada pelo Jornal do Brasil, foi formada por Abbadie Faria Rosa, Humberto Cozzo, Armando Viana, Alvaro Paes Leme de Abreu e José Loureiro.[16] Foram considerados sete quesitos: escola campeã, escola vice-campeã, harmonia, enredo, evolução, originalidade e estandarte.[17]
Classificação
[editar | editar código-fonte]Flor do Abacate foi o campeão. O rancho também venceu nos dois anos anteriores.[18][19] Após o carnaval, um desentendimento entre seus dirigentes decretou a extinção do Deixa Falar, que optou pela sua fusão com o também extinto bloco União das Cores, gerando o bloco carnavalesco União do Estácio de Sá.[9]
Colocação / Premiação | Rancho | Enredo |
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Campeão | Flor do Abacate | A Tomada de Babilônia Pelos Persas |
Vice-campeão | Flor da Lyra de Bangu | Napoleão Bonaparte em Campanha no Egito em 1798 |
Prêmio de Harmonia | Os Arrepiados | Sobre Rosas |
Prêmio de Enredo | Grêmio Carnavalesco Rouxinol | Ourasi |
Prêmio de Evoluções | Lyrio Club de Botafogo | Tabu, Lenda Japonesa. A Grande Chechiana |
Prêmio de Originalidade | Destemidos da Caverna | A Epopeia dos Bandeirantes |
Prêmio de Estandarte | Parasitas de Ramos | Os Deuses Subolímpicos |
Sem classificação | Aborrecidos do Realengo | Amor de Toureiro |
Deixa Falar | A Primavera e a Revolução de Outubro | |
Elite Club do Realengo | Condessa de Segur Blondina | |
Miséria e Fome | Os Doze Cezares |
Referências
- ↑ A Batalha (7 de fevereiro de 1932). «O campeonato de Samba será iniciado ás 20 horas, na Praça Onze». Consultado em 11 de novembro de 2022
- ↑ a b Cabral 2011, pp. 61–75.
- ↑ a b c «Resultado 1932». Site Academia do Samba. Consultado em 17 de abril de 2018. Cópia arquivada em 12 de fevereiro de 2018
- ↑ a b Cabral 2011, p. 75.
- ↑ a b «Campeonatos da Mangueira». Site oficial da Estação Primeira de Mangueira. Consultado em 22 de fevereiro de 2019. Arquivado do original em 2 de novembro de 2017
- ↑ «Resultado 1932». Galeria do Samba. Consultado em 17 de abril de 2018. Cópia arquivada em 17 de abril de 2018
- ↑ «Resultado 1932». Site Sambario Carnaval. Consultado em 29 de abril de 2018. Cópia arquivada em 18 de março de 2017
- ↑ a b c Sudoh, Marcello. «Carnaval de 1932». Portela Web. Consultado em 22 de fevereiro de 2019. Arquivado do original em 3 de setembro de 2018
- ↑ a b Nóbrega Fernandes 2001, pp. 50-53.
- ↑ «História de Carnaval». O Globo. Consultado em 18 de junho de 2021. Cópia arquivada em 18 de junho de 2021
- ↑ A Batalha (9 de fevereiro de 1932). «O carnaval da Praça 11 e o concurso de Samba». Consultado em 11 de novembro de 2022
- ↑ A Batalha (11 de fevereiro de 1932). «O concurso de samba da Praça Onze». Consultado em 11 de novembro de 2022
- ↑ «Carnavais da Estação Primeira de Mangueira». SambaRio Carnaval. Consultado em 17 de junho de 2021. Cópia arquivada em 20 de fevereiro de 2016
- ↑ «O Dia dos Ranchos 1932». Jornal do Brasil: 9. 9 de fevereiro de 1932. Consultado em 22 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 22 de fevereiro de 2019
- ↑ A Batalha (11 de fevereiro de 1932). «"O Dia dos Ranchos"». Consultado em 11 de novembro de 2022
- ↑ «Carnaval 1932 – O Julgamento». O Globo. 3 de março de 1949. p. 6. Consultado em 9 de outubro de 2019. Arquivado do original em 9 de outubro de 2019
- ↑ A Noite (8 de fevereiro de 1932). «"O Dia dos Ranchos"». Consultado em 11 de novembro de 2022
- ↑ «O Dia dos Ranchos 1932». Jornal do Brasil: 11. 11 de fevereiro de 1932. Consultado em 22 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 22 de fevereiro de 2019
- ↑ «Carnaval 1932, Edição Matutina, Geral». O Globo. 2 páginas. 18 de fevereiro de 1932
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bastos, João (2010). Acadêmicos, unidos e tantas mais - Entendendo os desfiles e como tudo começou 1.ª ed. Rio de Janeiro: Folha Seca. 248 páginas. ISBN 978-85-87199-17-1
- Cabral, Sérgio (2011). Escolas de Samba do Rio de Janeiro 3.ª ed. São Paulo: Lazuli; Companhia Editora Nacional. 495 páginas. ISBN 978-85-7865-039-1
- Nóbrega Fernandes, Nelson (2001). Escolas de Samba: Sujeitos Celebrantes e Objetos Celebrados (PDF) 1.ª ed. Rio de Janeiro: Secretaria das Culturas, Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. 172 páginas. ISBN 85-88530-03-1. Cópia arquivada (PDF) em 8 de outubro de 2006
- Riotur (1991). Memória do Carnaval 1.ª ed. Rio de Janeiro: Oficina do Livro. 407 páginas. ISBN 85-85386-01-0
- Tupy, Dulce (1985). Carnavais de Guerra - O Nacionalismo no Samba 1.ª ed. Rio de Janeiro: ASB Arte Gráfica e Editora Ltda. 127 páginas