Relações entre Coreia do Norte e Líbia
As relações entre a Coreia do Norte e a Líbia referem-se as relações internacionais entre o país da Ásia Oriental, a Coreia do Norte, e o país do Norte de África, a Líbia.
A Coreia do Norte estabeleceu relações diplomáticas formais com a Líbia de Muammar Gaddafi em 1974. O governo norte-coreano tem uma embaixada em Trípoli.
História das relações líbio-norte-coreanas
[editar | editar código-fonte]1974-2011: cooperação militar e nuclear
[editar | editar código-fonte]De 1974 até 2011, as relações entre os dois países são marcadas por um acordo amigável,[1] com a Coreia do Norte fornecendo nomeadamente para o regime líbio hexafluoreto de urânio, um composto utilizado para o enriquecimento de urânio e combustível para reatores nucleares / armas nucleares segundo um relatório de O Pentágono.[2]
Um certo número de profissionais norte-coreanos também estiveram presentes no país. As exportações norte-coreanas para a Líbia incluíram equipamento militar, como o Scud-C com um alcance de 550 km.[3] O governo líbio também se mostra favorável à aquisição de mísseis balísticos de médio alcance Rodong-1 e até mesmo mísseis de longo alcance da Coreia do Norte por causa do embargo de armas imposto pelas Nações Unidas, a fim de usá-los contra possíveis alvos estadunidenses e da OTAN no caso de ameaças ocidentais. As autoridades estadunidenses, então, denunciaram uma "cooperação entre Coreia do Norte e Líbia".[4] A Coreia do Norte foi de fato um dos principais fornecedores de armas para a Jamahiriya Árabe Líbia, bem como a União Soviética.
Em 19 de dezembro de 2003, a Líbia finalmente concordou em finalizar seu programa de armas de destruição em massa, destruir seus mísseis balísticos com um alcance superior a 300 km / carga útil de 500 kg e permitir inspeções imediatas pela ONU.[3]
Guerra Civil Líbia e queda de Muammar al-Gaddafi
[editar | editar código-fonte]Em 2011, quando a Guerra Civil Líbia eclodiu, armas convencionais norte-coreanas foram encontradas pelos rebeldes do Conselho Nacional de Transição, incluindo foguetes, canhões antiaéreos e minas antipessoal.[5] Em 24 de março de 2011, o governo norte-coreano sugeriu para a Líbia em um comunicado que esta "deveria ter mantido o seu programa nuclear".[6] O desmantelamento das armas de destruição em massa da Líbia, efetivamente, possibilitou a intervenção militar da OTAN de acordo com alguns analistas.[7][8] Em 12 de maio de 2011, a embaixada norte-coreana em Trípoli foi danificada em um ataque da OTAN que teve como alvo um complexo militar líbio situado nas proximidades.[9] A OTAN negou pouco depois que visava a embaixada.[10]
A Coreia do Norte não reconheceu a autoridade dos rebeldes[11] e proibiu seus cidadãos que trabalhavam na Líbia (cerca de duzentos) de retornar para a Coreia por receio de uma propagação da revolta popular.[12]
Referências
- ↑ (em inglês) Gadhafi's Death Is Bad News for N.Korea, Chosun, 24 de outubro de 2011
- ↑ (em inglês) North Korea provided Libya with N-material, says Pentagon, The Statesman, 3 de maio de 2013 [ligação inativa]
- ↑ a b (em inglês) Libyan Missiles, GlobalSecurity.org
- ↑ (em inglês) North Korean Missile Exports, The Risk Report, Volume 2 Number 6 (Novembre-Décembre 1996)
- ↑ (em inglês) Spotted: NK Arms in Libya, The Wall Street Journal, 30 de março de 2011
- ↑ (em inglês) North Korea Suggests Libya Should Have Kept Nuclear Program, The New York Times, 24 de março de 2011
- ↑ (em inglês) North Korea: NATO War in Libya Proves Disarming Is Unwise, Antiwar.com, 21 de fevereiro de 2013
- ↑ (em inglês) North Korean nuclear weapons: Lessons from Libya, East Asia Forum, 3 de setembro de 2011
- ↑ (em inglês) NATO Attacks North Korea's Embassy in Tripoli, Libya, Mathaba, 12 de maio de 2011
- ↑ (em inglês) NATO rejects Tripoli strike targeted North Korea embassy, Business Recorder, 12 de maio de 2011
- ↑ (em inglês) North Korea yet to recognize Libya’s rebel NTC, 30 de agosto de 2011
- ↑ (em inglês) North Korea bans citizens working in Libya from returning home, The Telegraph, 27 de outubro de 2011
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Relations entre la Corée du Nord et la Libye».