Pedro Malasartes
Pedro Malasartes, Malazartes, das Malasartes ou ainda Malasarte e Malazarte é um personagem tradicional da cultura portuguesa e da cultura brasileira.
Segundo Câmara Cascudo, "Pedro Malasartes é figura tradicional nos contos populares da Península Ibérica, como exemplo de burlão invencível, astucioso, cínico, inesgotável de expedientes e de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos."[1] A menção mais antiga do personagem é na cantiga 1132 do Cancioneiro da Vaticana, datado do século XIII e XIV:
"chegou Payo de Maas Artes
com seu cerame de chartes…
log'ouve manto e tabardo".[2]
semelha-me busuardo
viindo en ceramen pardo…
Variantes culturais deste personagem surgem noutras regiões da Europa, como Pedro Urdemales em Castela, Till Eulenspiegel na Alemanha e Pedro de Urdes Lamas na Andaluzia.[3]
Na cultura popular
[editar | editar código-fonte]- Duas óperas brasileiras têm o personagem por protagonista: Malazarte, de Oscar Lorenzo Fernández e Graça Aranha, e Pedro Malazarte, de Mozart Camargo Guarnieri e Mário de Andrade.
- O personagem também está presente na literatura de cordel, como em Encontro de Cancão de Fogo com Pedro Malasartes, de Minelvino Francisco Silva (1957)[4]
- O personagem chegou ao cinema em As Aventuras de Pedro Malasartes, de 1960, com Mazzaropi no papel principal.
O comediante brasileiro Renato Aragão honrou a influência do personagem em seu trabalho encenando Didi Malasartes no programa Renato Aragão Especial em 1998.[5]
- A dupla caipira Zé Tapera & Teodoro criou uma canção chamada Pedro Malazarte.
- Pedro Malasartes também foi personagem da série infantojuvenil O Sítio do Pica-Pau Amarelo, interpretado pelo comediante Canarinho.
- A Cia. Circunstância, grupo de circo-teatro de Belo Horizonte, lançou em 2013 o espetáculo "De Mala às Artes — Um espetáculo sobre Pedro Malasartes", onde interpretam algumas histórias de Pedro Malasartes, com direção de Rodrigo Robleño. Neste mesmo ano, este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte Myriam Muniz, onde puderam excursionar pelo norte do Brasil.
- Em 2012, o cordelista Marco Haurélio publicou uma nova versão do conto de fadas A Roupa Nova do Rei de Hans Christian Andersen com Pedro Malasartes e outro personagem recorrente na literatura de cordel, João Grilo, atuando como alfaiates. O cordel teve desenhos do ilustrador e cordelista Klévisson Viana e foi publicado pela editora Tupynanquim de Viana.
- Em 2017, é lançado o filme Malasartes e o Duelo com a Morte, de Paulo Morelli, estrelado por Jesuíta Barbosa.[6]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Memória e construções de identidades, Maria Teresa Toríbio Brittes Lemos, Nilson Alves de Moraes, pg24
- ↑ Cancioneiro da Vaticana, Biblioteca Digital do Alentejo, p. 281
- ↑ A LITERATURA POPULAR: SILÊNCIOS E MURMÚRIOS NA HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA, Celso Cisto Silva, Letrônica, v. 2, n. 2, p. 233-248, dezembro 2009, p. 9 do PDF
- ↑ protótipo da Malandragem no Cordel: Encontro de Cancão de Fogo com Pedro Malasartes
- ↑ Renato Aragão Especial Arquivado em 26 de maio de 2009, no Wayback Machine.. Memória Globo/Rede Globo
- ↑ Malasartes e o Duelo com a Morte – 2017 – Paulo Morelli Proac SPp