Mosteiro de Santa Catarina
Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina | |
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Vista do mosteiro | |
Informações gerais | |
Início da construção | 527 |
Fim da construção | 565 |
Religião | Igreja Ortodoxa |
Diocese | Igreja do Sinai |
Website | Sinai Monastery |
Geografia | |
País | Egito |
Localização | Monte Sinai |
Região | Península do Sinai |
Coordenadas | 28° 33′ 21″ N, 33° 58′ 32″ L |
Localização em mapa dinâmico | |
Notas: Parte da Área de Santa Catarina, Patrimônio Mundial da Humanidade. |
O Mosteiro Ortodoxo da Transfiguração, em homenagem à transfiguração de Jesus, mais tarde chamado de Mosteiro de Santa Catarina, em honra à mártir cristã, foi construído no sopé do Monte Sinai, no Egito, por ordem do imperador bizantino Justiniano I, entre os anos 527 e 565, à volta do local. É atualmente o mosteiro cristão mais antigo ainda em uso para a sua função inicial. A sua localização numa região desértica é característica da antiga tradição do ascetismo.
História
[editar | editar código-fonte]O mais antigo registro da vida monástica no Sinai aparece em um diário de viagem escrito em latim por uma mulher chamada Egéria entre 381 e 384. Ela visitou muitos lugares na Terra Santa e na região do Monte Sinai onde, de acordo com o Antigo Testamento, acredita-se que estaria a sarça ardente junto da qual Moisés teria recebido as Tábuas da Lei.[1]
O mosteiro foi construído por ordem do imperador bizantino Justiniano I (r. 527–565) à volta de uma capela que abrigava a sarça ardente construída por Helena, a mãe de Constantino. A sarça que ainda hoje ali está é, supostamente, a original. A capela também é conhecida como "Capela de Santa Helena" e o local é sagrado para os cristãos e muçulmanos.
Uma mesquita fatímida foi construída dentro do mosteiro, mas jamais foi utilizada, pois ela não está corretamente orientada na direção de Meca.
Durante o século VII, os anacoretas cristãos isolados do Sinai foram eliminados: apenas o mosteiro, fortificado, permaneceu. Ele ainda é rodeado pelas maciças muralhas que o preservaram intacto. Até o século XX, o acesso era feito por uma porta na parte mais alta das muralhas. A partir da Primeira Cruzada, a presença de cavaleiros cruzados na região (até 1270), provocou um súbito interesse nos cristãos europeus e aumentou o número de peregrinos que ali apareciam para visitar o mosteiro. Durante esse período, marcado pelo rancor entre as Igrejas Católica e Ortodoxa, o mosteiro foi patrocinado tanto pelo imperador bizantino quanto pelo rei de Jerusalém (católico), e suas respectivas elites.
Geografia
[editar | editar código-fonte]O mosteiro de Santa Catarina, segundo o sistema de Classificação climática de Köppen-Geiger, apresenta clima do tipo deserto (BWk). Tem as noites mais frias do que qualquer localidade no Egito. Sua umidade é muito baixa. As montanhas mais altas do Egito cercam o mosteiro em vales estreitos e profundos. O mosteiro está a uma altitude de 1.600 metros acima do nível do mar. A grande altitude do mosteiro e as altas montanhas que o cercam proporcionam um clima agradável, com refrescantes noites de verão e excelente primavera, enquanto os dias de inverno são frescos em comparação a região e as noites podem atingir -14 °C em raras ocasiões. A nevasca pouco frequente no mosteiro de Santa Catarina ocorre durante os meses de inverno de dezembro, janeiro e fevereiro, no entanto, já nevou no final do outono e início do primavera. Uma pequena cidade com hotéis e piscinas, chamada Santa Catarina, cresceu em torno do mosteiro.[2]
Coleções
[editar | editar código-fonte]As suas características arquitetônicas são típicas da arte bizantina e, no seu interior, podem observar-se importantes peças de arte, incluindo mosaicos árabes, ícones gregos e russos, pinturas ocidentais a óleo e em cera, mármores, esmaltes e ornamentos sacerdotais, incluindo um relicário doado pela czarina Catarina I da Rússia no século XVII, e outro pelo czar Alexandre II no século XIX.
O mosteiro tem ainda a segunda maior colecção do mundo de iluminuras (a maior é a do Vaticano), com cerca de 3500 volumes em grego, copta, arménio, árabe, hebraico, Línguas eslavas e outros idiomas. O Codex Sinaiticus do século IV (actualmente no Museu Britânico) foi encontrado aqui, por volta do ano 1850.
Existe ainda, dentro do mosteiro, uma pequena mesquita do século X ou XI e uma capela, chamada Capela de São Trifónio, onde se encontra a “Casa dos Crânios”.
Conta-se que o profeta Maomé teria visitado a região e, tendo sido bem tratado pelos monges ortodoxos, prometeu-lhes a sua protecção, o que se tornou uma orientação para todos os muçulmanos daí para a frente.
Fundação de Santa Catarina
[editar | editar código-fonte]A Fundação de Santa Catarina é uma organização sem fins lucrativos que visa preservar este importante sítio da UNESCO. A conservação das estruturas arquitetônicas, preciosas pinturas e livros derivam muito desta organização. Este instituto tem o dedicado objetivo de promover o conhecimento do mosteiro com a publicação do referido tema.
Igreja do Sinai
[editar | editar código-fonte]O mosteiro, assim como diversas dependências na região, constituem a Igreja Ortodoxa do Monte Sinai, que é liderada por um arcebispo que também é o abade do mosteiro. O status administrativo desta igreja dentro da Igreja Ortodoxa é ambíguo: segundo alguns, incluindo a própria igreja,[3] ela é considerada autocéfala.[4][5] Segundo outros, uma igreja autônoma sob a jurisdição da Igreja Ortodoxa Grega de Jerusalém.[6] O arcebispo é tradicionalmente consagrado pelo patriarca grego ortodoxo de Jerusalém e, nos séculos mais recentes, ele tem vivido no Cairo.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Área de Santa Catarina, sítio considerado Património Mundial pela UNESCO, e que abriga o Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina.
Referências
- ↑ «Peregrinação de Egéria» (em inglês). Christian Classics Ethereal Library. Consultado em 3 de setembro de 2012
- ↑ «Climatological Information for St. Katrine, Egypt». Climatological Information for St. Katrine, Egypt. Observatório de Hong Kong. Consultado em 4 de janeiro de 2024
- ↑ O site oficial descreve a igreja como "διοικητικά "αδούλωτος, ασύδοτος, ακαταπάτητος, πάντη και παντός ελευθέρα, αυτοκέφαλος" ou "administrativamente livre, solta, intransponível, livre de qualquer um a qualquer tempo, autocéfala" (link abaixo)
- ↑ Weitzmann, Kurt, in: Galey, John; Sinai and the Monastery of St. Catherine, p. 14, Doubleday, New York (1980) ISBN 0-385-17110-2
- ↑ Ware, Kallistos (Timothy) (1964). «Part I: History». The Orthodox Church. Penguin Books. Consultado em 14 de julho de 2007 Na introdução, o bispo Kallistos afirma que a Igreja do Sinai é "autocéfala"; já no capítulo The twentieth century, Greeks and Arabs, ele afirma que "há discordâncias sobre se o mosteiro deve ser chamado de 'autocéfalo' ou meramente 'autônomo'"
- ↑ The Orthodox Church of Mount Sinai Arquivado em 30 de maio de 2010, no Wayback Machine. CNEWA Canada, "A papal agency for humanitarian and pastoral support"
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Saint Catherine Area/ World Heritage Listing
- Official Website of the Holy Monastery of St. Catherine at Mount Sinai
- Fundação Santa Catarina
O Mosteiro de Santa Catarina está incluído no sítio "Área de Santa Catarina", Património Mundial da UNESCO. |