Mem Fernandes II de Bragança
Mem Fernandes II de Bragança | |
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Alferes-mor do Reino de Leão Alferes-mor do Reino de Portugal | |
Reinado | |
Predecessor(a) | Álvaro Peres de Soverosa (Portugal) |
Sucessor(a) | Pedro Pais da Maia (Portugal) Fernão Gonçalves (Leão) |
Nascimento | Antes de 1130 |
Reino de Portugal | |
Morte | Depois de 1161 |
Reino de Leão | |
Dinastia | Bragançãos |
Pai | Fernão Mendes II de Bragança |
Mãe | Teresa Soares da Maia |
Religião | Catolicismo romano |
Mem Fernandes II de Bragança (por vezes designado Mendo Fernandes) (antes de 1130 - depois de 1161[1]) foi um fidalgo medieval do Reino de Portugal, tendo ocupado o cargo de Alferes-mor entre 1146 e 1147[a]. Também terá ocupado o mesmo cargo no Reino de Leão, entre 1156/7 e 1169.
Primeiros anos
[editar | editar código-fonte]Mem era o segundo filho de Fernão Mendes II de Bragança e da sua primeira esposa, Teresa Soares da Maia, pertencendo desta forma a uma das mais notáveis linhagens do Reino de Portugal, os Bragançãos. Esta família reveste-se de especial importância, pois para além do seu domínio incontestável na atual região de Trás-os-Montes, que integrava os seus domínios fronteiriços, que podiam facilmente mudar a fação do reino que apoiava (entre Portugal e Leão), destacava-se a sua reputação de valentes guerreiros[1]. A acrescentar a estas qualidades, e a acreditar nos Livros de Linhagens, o seu bisavô, Fernão Mendes I, teria casado com uma infanta filha de Afonso VI de Leão, dando-lhe desta forma um poder equiparável ao do seu suposto cunhado Henrique de Borgonha.
A política
[editar | editar código-fonte]Em Portugal
[editar | editar código-fonte]Mem Fernandes encontra-se pouco ligado ao "território paterno", mas no entanto está atestado como alferes-mor de Afonso I de Portugal entre 1146 e 1147, ou seja, num período especialmente complicado na reconquista encetada por este rei, uma vez que coincide com as conquistas de Santarém e Lisboa. Este facto parece deixar entrever não só o seu grande valor militar, como também a confiança inabalável que Afonso I começara a depositar na sua família. Deverá ter permanecido na corte depois da sua saída do cargo, em 1148, até por volta de 1156/7[2], quando se parece ter envolvido num conflito de interesses subsequente à Conquista de Lisboa, causando uma certa distância entre este rico-homem e Afonso I[1]. Porém parece ter iniciado carreira simultaneamente em Leão logo nos inícios de 1150[1], porque ainda se encontra num documento de Afonso VII de Leão, de 3 de agosto de 1153[1]. Provavelmente estando entre os dois reinos até 1156/57, e só nesse período tenha abandonado Portugal.
Em Leão
[editar | editar código-fonte]Sabe-se que por volta de 1156/7 está documentado em Leão[2], onde entrou ao serviço do rei Fernando II, do qual foi igualmente Alferes-mor até 1159, sendo já provável a sua presença no célebre Motim de La Trucha[1]. Esta repentina passagem demonstrava o quão facilmente e frequentemente poderiam os senhores de Bragança ter mudado de fações, aproveitando o posicionamento estratégico de fronteira do seu território e as querelas políticas entre os reinos vizinhos de Portugal e Leão, por forma a obterem maiores poderes de ambas os lados[2].
Esta aproximação a Leão poderá ser não mais que uma estratégia familiar de dualidade política, uma vez que ao mesmo tempo que tomava a alferesia em Leão, o seu irmão mais velho, Pedro Fernandes de Bragança, ascendia na corte portuguesa para se tornar Mordomo-mor em 1169, cargo que manteria até 1175[1].
Morte e posteridade
[editar | editar código-fonte]Mem surge pela última vez na documentação em 1161, pouco depois de ter deixado o cargo de alferes em Leão. É possível que tenha caído doente e ter falecido da doença, ou que possa ter sido ferido mortalmente em batalha. Não casou nem deixou quaisquer descendentes.
Notas
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f g Calderón Medina & Ferreira 2014, pp. 8-9.
- ↑ a b c Sottomayor-Pizarro 2007, p. 853-854, n. 14.
- ↑ Sotto Mayor Pizarro 2007, p. 853-854, n. 14.
- ↑ Sotto Mayor Pizarro 1997, p. 241, n. C.
- ↑ Mattoso 1982, p. 66.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Calderón Medina, Inés; Ferreira, João Paulo Martins (2014). «Beyond the Border - The Aristocratic mobility between the kingdoms of Portugal and León (1157-1230)» (PDF). e-journal of Portuguese History. 12 (1). Brown University. pp. 1–48
- Mattoso, José (1982). Ricos-homens, infançoes e cavaleiros: a nobreza portuguesa nos séculos XI e XII. Lisboa: Gimarães & C.a. Editores. OCLC 10350247
- Sottomayor-Pizarro, José Augusto de (2007). «O Regime Senhorial na Fronteira do Nordeste Português. Alto Douro e Riba Côa». Madrid: Instituto de Historia "Jerónimo Zurita." Centro de Estudios Históricos. Hispania. Revista Española de Historia. LXVII (227): 849-880. ISSN 0018-2141
- Ventura, Leontina (1992). A nobreza de corte de Afonso III. II. Coimbra: Universidade de Coimbra
Mem Fernandes II de Bragança Bragançãos | ||
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Ofícios políticos | ||
Precedido por Álvaro Peres de Soverosa |
Alferes-mor do Reino de Portugal 1146-1147 |
Sucedido por Pedro Pais da Maia |
Precedido por ? |
Alferes-mor do Reino de Leão 20 de novembro de 1156 - 24 de março de 1159 |
Sucedido por Fernão Gonçalves |