Luta pela independência assíria
A luta pela independência da Assíria foi travada pelos Patriarcas e chefes tribais dos assírios entre 1843 e 1933, com a assistência mais tarde do Império Britânico, contra o Império Otomano, a União Soviética, o Império Qajar, o Reino do Iraque, o Mandato Francês da Síria, e o Mandato Britânico da Mesopotâmia.
Como Austen Henry Layard, embaixador do Império Britânico no Império Otomano escreveu, os assírios sobreviveram às conquistas árabes, mongóis, e curdas nas montanhas de Hakkari e norte da Mesopotâmia, onde eles lutaram para manter sua independência.[1] O professor da Universidade de Columbia, Abraham Yohannan, escreveu em 1916, os assírios "são um povo resistente que, como os curdos, têm mantido um estado de semi-independência e têm sido mais ou menos capaz de se defender contra ataques."[2] A pátria assíria tradicional incluía o norte do Iraque, nordeste da Síria, sudeste da Turquia e o nordeste da Pérsia.[3] A área do Iraque habitada pelos assírios está localizada principalmente, mas não exclusivamente no Ninawa – Moçul, região no norte do Iraque onde as bíblicas capitais assírias de Nínive e Assur estavam localizadas. Esta área é conhecida como o "Triângulo assírio".[4]
Primeira Guerra Mundial
[editar | editar código-fonte]Na Turquia
[editar | editar código-fonte]Os assírios na atual Turquia vivem principalmente nas províncias de Hakkari, Şırnak e Mardin no sudeste da Turquia. Essa área também tem uma considerável população curda. A partir do século XIX, os armênios, gregos e assírios da Anatólia oriental, incluindo os das montanhas na província de Hakkari Van, foram objeto de transferências e execuções forçadas.
A região de Hakkari foi o principal centro de população assíria no início do século XX. De acordo com o Patriarca de Constantinopla, havia em 1912/1913 18 000 assírios no vilaiete de Van, 15 000 no vilaiete de Bitlis e 25 000 no vilaiete de Diarbaquir.[5]
Em 1914, Jovens Turcos, com a ajuda dos curdos, começaram a sistematicamente perseguir as antigas comunidades indígenas cristãs da Ásia Menor, principalmente as compostas por armênios, assírios, gregos e em menos grau georgianos, o que resultou nos conhecido Genocídio Assírio e Genocídio armênio.[6][7] No início da Primeira Guerra Mundial, cerca de metade da população assíria vivia no que é hoje o sul da Turquia. Os Jovens Turcos, um grupo ultra-nacionalista, assumiu o controle do Império Otomano apenas cinco anos antes do início da Primeira Guerra Mundial[8] No final de 1914 e 1915, sob o regime dos Jovens Turcos o Império Otomano declarou uma guerra santa aos cristãos assírios, gregos, armênios, georgianos e eslavos do Império, juntamente com os impérios britânico e russo, que foram todos agrupados como os inimigos do Islã.[9]
Referências
- ↑ Sir Austen H. Layard (1845), p. 245, Nineveh and Its Remains: With an Account of a Visit to the Chaldæan Christians of Kurdistan, and the Yezidis, Or Devil-worshippers, and an Enquiry Into the Manners and Arts Fo the Ancient Assyrians, Volume 1
- ↑ Abraham Yohannan (1916). The Death of a Nation, Or, The Ever Persecuted Nestorians Or Assyrian Christians
- ↑ Celestia Bloss (1883). Ancient History: Illustrated by Colored Maps, and a Chronological Chart. for the Use of Families and Schools
- ↑ The Origins of War: From the Stone Age to Alexander the Great By Arther Ferrill - Page 70
- ↑ "The Treatment of Armenians in the Ottoman Empire 1915-1916" by JAMES VISCOUNT BRYCE, London, T. Fisher Unwin Ltd., 1916
- ↑ «Entenda a polêmica sobre o suposto "genocídio" armênio». FolhaOnline. 13 de outubro de 2006. Consultado em 22 de junho de 2014
- ↑ Gaunt, David (22 de junho de 2014), Massacres, Resistance, Protectors: Muslim-Christian Relations in Eastern Anatolia during World War I, Piscataway, NJ: Gorgias, arquivado do original em 19 de agosto de 2011
- ↑ Encyclopædia Britannica (1922). The Encyclopædia Britannica: The New Volumes, Constituting, in Combination with the Twenty-nine Volumes of the Eleventh Edition, the Twelfth Edition of that Work, and Also Supplying a New, Distinctive, and Independent Library of Reference Dealing with Events and Developments of the Period 1910 to 1921 Inclusive, Volume 3
- ↑ Anthony Arnoux, The European War: August [1914] to March [1915], p. 160 (1915)
Bibliografias
[editar | editar código-fonte]- Naayem, Jean (1920). Les Assyro-Chaldeans et les Armeniens Massacres Par les Turcs, documents inédits recueillis par un témoin oculaire [published in English as Shall This Nation Die?]. Paris/New York: Bloud et Gay/Chaldean Rescue
- Rhetore, Jacques (2004). "Les chrétiens aux bêtes"; Souvenirs de la guerre sainte proclamée par les Turcs contre les chrétiens en 1915. Paris: Les editions du Cerf
- Toynbee, Arnold (1916). Treatment of Armenians and the Assyrian Christians by the Turks, 1915-1916, in the Ottoman Empire and North-West Persia, 3 Class 96, Series II, six files, FO 96*205-210. [S.l.]: Foreign Office