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Inspetor Faustão e o Mallandro

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Inspetor Faustão e o Mallandro
Inspetor Faustão e o Mallandro
Pôster original de lançamento do filme.
Brasil Brasil
1991 •  cor •  85 min 
Gênero comédia, aventura
Direção Mário Márcio Bandarra
Produção Diler Trindade
Produção executiva Tininho Fonseca
Heraldo Born
Roteiro Nelson Nadotti
Elenco Fausto Silva
Sérgio Mallandro
Luiza Tomé
Chiquinho Brandão
Cláudio Mamberti
Costinha
Cláudia Alencar
Música Ary Sperling
Diretor de fotografia Antônio Penido
Direção de arte Lia Renha
Figurino Madu Penido
Edição Zé Rubens
Companhia(s) produtora(s) Xuxa Produções
Dreamvision
Distribuição Art Films
Columbia TriStar Pictures
Lançamento
  • 24 de maio de 1991 (1991-05-24) (Brasil)[1]
Idioma português
Orçamento US$ 600 000

Inspetor Faustão e o Mallandro: A Missão (Primeira e Única) é um filme brasileiro de comédia de 1991 dirigido por Mário Márcio Bandarra. Reunindo diversos nomes populares da TV Globo da época, o filme é estrelado pelo apresentador Faustão e pelo humorista Sérgio Mallandro que, na trama, recebem a missão de salvar um casal de codornas do Pantanal, roubadas por um contrabandista. Produzido no Rio de Janeiro, idealizado pelo próprio Faustão e filmado em um mês, teve um orçamento de 600 mil dólares, cerca de 180 milhões de cruzeiros na época.

Inspetor Faustão foi lançado em 24 de maio de 1991, dois meses antes do previsto, e foi um fracasso de bilheteria, causado em parte pelo fechamento da Embrafilme, que fez com que o cinema brasileiro enfrentasse uma crise. O filme recebeu atenção negativa de crítica, sendo elas direcionadas ao seu humor raso, trama superficial, áudio de má qualidade e outros aspectos técnicos. Apesar disso, uma música do filme, "Rap do Ovo", ficou popular na Internet. O próprio Faustão teceu críticas ao filme em 2018.

O Inspetor Faustão era feirante e recebeu este cargo policial por Deus, para combater o tráfico de animais. Nesta tarefa, conta com a ajuda de seu assistente desastrado, Mallandro, filho do delegado e que sonha em ser cantor. Faustão namora Lucinha, veterinária de um zoológico, responsável por um casal de codornas raro do Pantanal. Entretanto, as aves são roubadas por Budum, contrabandista de animais em extinção e dono de um circo, e seus ovos são vendidos, sob a promessa de serem afrodisíacos, para o estrangeiro Tom Cru. Ao longo da trama, porém, revela-se que os ovos possuem o efeito de fazer falar apenas a verdade. Com medo, Lucinha foge para a casa do Inspetor Faustão, onde está também seu sobrinho, o Faustinho. Faustão acaba sendo incriminado na caça aos bandidos e é preso.[2]

Ao sair da cadeia, ele volta à vida de feirante, abandonando a carreira policial. Entretanto, ele reencontra Mallandro e volta à carreira novamente para capturar os ladrões. Budum acaba sequestrando Lucinha, Mallandro, Faustinho e os cachorros de Faustão, Inflação e Salário Mínimo. O Inspetor consegue resgatá-los com sucesso e se casa com Lucinha. Depois de uma luta entre policiais e bandidos, do último ovo que se quebra, nasce um filhote. Assim, a espécie rara de codornas do Pantanal é preservada.[2]

Na última cena, os dois protagonistas cantam o Rap do Ovo na íntegra, em um estúdio de rádio.

Apresenta-se a seguir o elenco de Inspetor Faustão.[3]

Participações musicais

Antecedentes e lançamento

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Inspetor Faustão foi dirigido por Mario Marcio Bandeira. O filme marcou a estreia de Adriana Esteves no cinema. O elenco também reuniu nomes famosos da TV Globo, como Luíza Tomé, Cláudia Alencar e Chiquinho Brandão, além do humorista Costinha. Também participaram os cantores Sidney Magal, Wando, Sandra de Sá, Patricia Marx e Sylvinho Blau-Blau. O filme foi uma tentativa de fisgar o público infantil para o cinema brasileiro, similarmente aos filmes dos Trapalhões e da Xuxa. Em 1990, Faustão já havia participado de um filme, Sonho de Verão, que também tinha Mallandro no elenco.[4]

Inspetor Faustão foi produzido no Rio de Janeiro pela Dreamvision e Xuxa Produções e co-produzido pela Art Films, Ponto Films e Columbia TriStar Pictures.[3] O filme custou 600 mil dólares, equivalente a aproximadamente 180 milhões de cruzeiros na época do lançamento. Foi idealizado pelo próprio Faustão.[6] O filme utilizou um chimpanzé e um leão, alugados de Flávio Farney, que frequentemente tinha seus animais alugados para filmes.[7] Em novembro de 1990, o roteiro do filme estava em fase de finalização.[8] As filmagens começaram no dia 3 de fevereiro de 1991,[9] e terminaram no dia 8 de março.[10]

Após o fim de uma sessão de pré-estréia, foi notada a baixa qualidade de som do filme, exigindo uma nova mixagem às pressas; isto foi definido após uma reunião com Marlene Mattos, empresária da Xuxa.[6] Inspetor Faustão foi lançado no dia 24 de maio de 1991,[1][11] dois meses antes do previsto.[5][8] A trilha sonora foi lançada em julho.[12]

Recepção e legado

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Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
Jornal do Brasil 0 de 4 estrelas.[a]

No início dos anos 1990, o Governo Collor fechou a Embrafilme, acabando com as leis de incentivo. Isso fez com que o cinema brasileiro enfrentasse uma crise, diminuindo o número de produções brasileiras e afastando o público dos títulos nacionais. Segundo o NaTelinha, esse fato, somado à "produção de gosto, no mínimo, duvidoso", fez com que Inspetor Faustão fracassasse nas bilheterias. O filme foi exibido na televisão em algumas ocasiões a partir de 1993, mas também não obteve sucesso. Segundo Faustão, o filme "vendeu mais de 100 mil cópias".[4]

Carlos Helí de Almeida, do Jornal do Brasil, deu a Inspetor Faustão uma avaliação de "ruim", descrevendo-o como um "esboço de uma comédia", dizendo que era simples e sem humor, além de criticar o roteiro como "superficial e caricato". Carlos recomendou o filme apenas para os maiores fãs de Faustão e Mallandro, "menores de 5 anos".[13] Rogério Durst comentou ao O Globo que o som do filme, no início, estava ruim, com as falas sendo quase incompreensíveis, embora isto melhorasse no decorrer da obra. Não obstante, ele comentou que "é difícil imaginar algo que pudesse tornar esta comédia ecológica ainda pior", dizendo que o filme "[n]ão tem muita história" e "[m]esmo os Trapalhões não fariam mais do que um quadro de cinco minutos com este mote".[14]

Em fontes mais recentes, a Turma do Fundão, publicada pela Superinteressante, colocou o filme em segundo lugar na sua lista dos três "melhores piores filmes" do Brasil, ao lado de Cinderela Baiana em primeiro e O Guerreiro Didi e a Ninja Lili em terceiro.[15] O próprio Faustão criticou o filme. Entrevistado por Serginho Groisman no Altas Horas em 2018, rebatendo a afirmação de que ele teria talento para ser humorista, ele disse: "Não [por Inspetor Faustão], né? A porra daquele filme, eu e o Sérgio Mallandro, coitado! Entramos nessa furada. Foi o único filme brasileiro que vinha com legenda, porque ninguém entendia porra nenhuma. Nem nós! [...] Não dá para esconder o que [a gente] fez no passado".[4] Uma das músicas do filme, conhecida como "Rap do Ovo", ficou popular na Internet.[16] Caíque Benigno, que interpretou Faustinho, se tornaria mais tarde produtor e DJ, com trabalhos nos Estados Unidos.[16]

Notas

  1. A avaliação do Jornal do Brasil era em estrelas para notas de 1 (regular) a 4 (excepcional). A menor nota (ruim) é representada por um círculo.[13]

Referências

  1. a b «O Inspetor Faustão e o Mallandro | estréia dia 24». Folha de S.Paulo. 11 de maio de 1991. p. 5-10 (Ilustrada). Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  2. a b «Inspetor Faustão e o Mallandro». Pioneiro. 17 de junho de 1991. p. 15. Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  3. a b «Inspetor Faustão e o Mallandro: A Missão (Primeira e Única)». Cinemateca Brasileira. Consultado em 22 de dezembro de 2021. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2021 
  4. a b c «Em 1991, Faustão atacou como cantor e protagonizou filme com Sérgio Mallandro». NaTelinha. Consultado em 20 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2022 
  5. a b «Devagar, quase parando». Jornal do Brasil. 9 de setembro de 1990. p. 62–63 (geral) ou p. 12–13 (Domingo). Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  6. a b Pedroso, João Carlos (22 de maio de 1991). «Som atrapalha pré-estréia». O Globo. p. 2 (matutina, segundo caderno). Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  7. «Criadores de caso». Jornal do Brasil. 14 de abril de 1991. p. 81 (geral) ou p. 18 (Domingo). Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  8. a b Racy, Sonia (28 de novembro de 1990). «Coluna 2». O Estado de S. Paulo. p. 54 (geral) ou p. 2 (Caderno 2). Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  9. Netto, Ferreira (6 de fevereiro de 1991). «Bate-rebate». Tribuna da Imprensa. p. 15. Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  10. Netto, Ferreira (11 de março de 1991). «Bate-rebate». Tribuna da Imprensa. p. 15. Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  11. «Art Filmes lançará três novos filmes». Jornal do Brasil. 23 de maio de 1991. p. 30 (geral) ou p. 6 (Negócios e Finanças). Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  12. «Trilhas sonoras de séries e novelas são destaque». A Tribuna. 27 de julho de 1991. p. 41 (geral) ou p. 9 (Artes). Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  13. a b Almeida, Carlos Helí de (25 de maio de 1991). «Esboço de uma comédia com mote ecológico». Jornal do Brasil. p. 43 (geral) ou p. 9 (Caderno B). Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  14. Durst, Rogério (26 de maio de 1991). «Trama curta em filme longo». O Globo. p. 4 (matutina, segundo caderno). Consultado em 20 de janeiro de 2022 
  15. «Os 3 melhores piores filmes do cinema nacional». Superinteressante. Consultado em 20 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 21 de abril de 2021 
  16. a b «Faustinho nos anos 90, ex-ator mirim virou DJ Caíque e hoje é um respeitado produtor de rap». Extra Online. 2 de julho de 2020. Consultado em 20 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 20 de janeiro de 2022