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Igreja da Memória

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Igreja da Memória
Igreja de N. Sra. do Livramento e de São José
Igreja da Memória
Exterior da Igreja da Memória.
Informações gerais
Nomes alternativos Igreja de N. S. do Livramento e de S. José
Arquiteto(a) Giovanni Carlo Galli da Bibbiena
Início da construção 1760
Fim da construção 1788
Função inicial Religiosa
Religião catolicismo
Diocese Patriarcado de Lisboa
Património de Portugal
Classificação  Monumento Nacional
Ano 1923
DGPC 70253
SIPA 2185
Geografia
País Portugal
Cidade Ajuda, Lisboa
Coordenadas 38° 42′ 48″ N, 9° 09′ 38″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico
Mausoléu ao Marquês de Pombal, Ajuda (Lisboa)

A Igreja da Memória, também conhecida por Igreja de Nossa Senhora do Livramento e de São José, classificada como Monumento Nacional desde 1923, é uma igreja localizada na freguesia da Ajuda, na cidade de Lisboa, em Portugal.[1]

Atualmente é a sede da Ordinariato Castrense de Portugal, ou Diocese das Forças Armadas.

Foi fundada por D. José I, num gesto de gratidão por se ter salvo de uma tentativa de assassínio dois anos antes, em 1758, no local. O início das obras foi por volta de maio de 1760, tendo-se celebrado a cerimónia do lançamento da primeira pedra a 3 de setembro de 1760.[2]

O monarca regressava de um encontro secreto com uma dama da família Távora quando a carruagem foi atacada e uma bala o atingiu num braço. Pombal, cujo poder já era absoluto, aproveitou a desculpa para se livrar dos seus inimigos Távoras, acusando-os de conspiração. Em 1759, foram torturados e executados. As suas mortes são comemoradas por um pilar no Beco do Chão Salgado, junto da Rua de Belém.

O projeto deste templo coube ao italiano Giovanni Carlo Galli da Bibbiena (1717-1760), arquiteto e cenógrafo bolonhês autor do Teatro do Forte ou Teatro do Salão dos Embaixadores no Palácio da Ribeira (1752-1754), Teatro real de Salvaterra de Magos (1753-1792), Teatro real da Ópera do Tejo (mar.1755-nov.1755) e do Teatro da Quinta de Cima ou Teatro da Ajuda. Igualmente foi responsável pela Real Barraca da Ajuda e da sua Capela Real.

A condução das obras até 20 de novembro de 1760, esteve a cargo do arquiteto italiano. Depois do falecimento de Bibbiena, as obras continuaram; contudo, em 1762, pararam por motivos económicos, sendo apenas retomadas em novembro de 1779. Assumindo o cargo o arquiteto Mateus Vicente de Oliveira, sendo o responsável pelo piso superior da igreja, pelo zimbório, cúpula e lanternim. Em 1785, Mateus Vicente morre, ficando por concluir a torre sineira.

Em 1788, o bispo do Algarve, D. José Maria de Melo, sagra os dois sinos principais da igreja.[1]

A igreja da Memória é de arquitetura barroca. É composta por nave, transepto pouco saliente, com cruzeiro circular, com estreitos corredores nos braços e capela-mor. Este possui, nos braços do transepto, tribunas, com guardas semelhantes, sendo rasgada por vãos sobrepostos, colocadas no piso inferior e janelas de varandim no superior. A capela-mor é simples, seguindo as normas pombalinas, e apresenta um simples painel pintado, envolvido por uma moldura de talha, com altar paralelepipédico, tendo pilastras volutadas adossadas aos costados. No exterior surge uma torre sineira, com o interior dividido em tramos por pilastras toscanas duplas, que sustentam as coberturas em abóbadas de lunetas, amplamente iluminada por enormes janelões que se rasgam nas fachadas do imóvel e pelo tambor, óculos e lanternim da cúpula. A fachada principal da igreja é rematada com um frontão triangular, composta por dois registos divididos por entablamento. As fachadas laterais têm tratamento semelhante entre si. Estas apresentam duas partes, sendo o superior recuado. Possuem duas ordens arquitectónicas distintas, toscana no piso inferior e de inspiração coríntia no superior, remetendo para modelos clássicos. Estas mudança de ordem arquitetónicas ocorreu em resultado da substituição dos arquitetos.[3]

As características cenográficas manifestam-se sobretudo no exterior, na multiplicação dos planos que se desdobram artificiosa-mente qualquer que seja o ponto onde o observador se coloque. Para tal concorrem certamente o dinamismo das paredes do piso térreo, como a fachada principal ligada ás laterais por planos côncavos (esquema que se repete a poente, acentuado pela colocação da torre-sineira), e o ligeiro avanço de um corpo central das fachadas sul e norte, num jogo interessante de diferenças de movimento, acentuadas pelo ritmo inconstante das pilastras e dos vãos. Apesar da sequência das pilastra e da interrupção dos ritmos verticais, este piso não perde no entanto a sua clara leitura horizontal, percorrido como está por uma balaustrada, uma cornija e um rodapé contínuos, unificando todo o perímetro do edifício, onde ressalta uma movimentação sobretudo plástica dos diferentes planos da igreja.[4]

Em estilo neoclássico, a igreja é pequena, mas graciosa com linhas equilibradas e harmoniosas, sendo o interior em mármore com pinturas de Pedro Alexandrino de Carvalho e tendo no exterior uma bela cúpula. Dado significativo é o facto de servir de mausoléu a Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), cujos restos mortais foram para aqui trasladados em 1923.[2]

Referências

  1. a b Ficha na base de dados SIPA
  2. a b http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/igreja-da-memoria
  3. Figueiredo, P. (2008). Igreja da Memória. Obtido a 14/01/2016 de SIPA em http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2185
  4. Costa, V. M. (1991). A Igreja da Memória. Lisboa.
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Ligações externas

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Designação da Igreja da Memória na Direção-Geral do Património Cultural

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Referências