História da evolução molecular
Parte de uma série sobre |
Evolução |
---|
Diagrama da divergência dos grupos taxonómicos modernos em relação aos seus ancestrais comuns. |
Tópicos fundamentais |
A história da evolução molecular começa no início do século XX com a "bioquímica comparada", mas o campo da evolução molecular só se tornou independente durante as décadas de 1960 e 70, seguindo o aparecimento da biologia molecular. O advento da sequenciação de proteínas permitiu que biólogos moleculares criassem comparação de proteínas à base de filogenias, e de usar as diferenças entre sequências homólogas como um relógio molecular para estimar o tempo decorrido desde o último ancestral comum. No fim da década de 60, a teoria neutral da evolução molecular forneceu a base teórica para o relógio molecular, embora tanto o relógio como a teoria neutral fossem controversas, uma vez que a maioria dos biólogos evolutivos se mantivessem fieis ao panseleccionismo, com a selecção natural como a única causa importante de mudanças evolutivas. Depois dos anos 70, a sequenciação de ácidos nucleicos permitiu que a evolução molecular chegasse para além das proteínas até sequências altamente conservadas de RNA ribossomal, a fundação para a reconceptualização do princípio da história da vida.
Primeiros tempos
[editar | editar código-fonte]Antes do surgimento da biologia molecular nas décadas de 1950 e 1960, alguns biólogos tinham explorado a possibilidade de usar diferenças bioquímicas entre espécies para estudar evolução. Alfred Sturtevant previu a existência de inversões cromossómicas em 1921 e junto com Dobzhansky construiu uma das primeiras filogenias moleculares em 17 estirpes de Drosophila pseudoobscura a partir da acumulação de inversões cromossómicas observadas por hibridação de cromossomas politénicos[1] Ernest Baldwin trabalhou extensivamente em bioquímica comparativa começando na década de 1930, e Marcel Florkin foi pioneiro de técnicas para a construção de filogenias baseadas em caracteres moleculares e bioquímicos na década de 1940. Contudo, só na década de 1950 é que biólogos desenvolveram técnicas para produzir dados bioquímicos para o estudo quantitativo de evolução molecular.[2]
A primeira investigação de sistemática molecular baseou-se em ensaios imunológicos e "fingerprinting" proteíco. Alan Boyden, expandindo métodos imunológicos de G. H. F. Nuttall, desenvolveu novas técnicas começando em 1954, e no início da década de 60 Curtis Williams e Morris Goodman usaram comparações imunológicas para estuda a filogenia dos primatas. Outros, como Linus Pauling e os seus estudantes, aplicaram uma combinação de electroforese e cromatografia em papel recentemente desenvolvida para criar padrões bi-dimensionais de proteínas submetidas a digestão parcial por enzimas digestivas, permitindo comparações finas entre proteínas homólogas.[3]