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Fábrica Nacional de Vagões

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Fábrica Nacional de Vagões (FNV)

Um dos logotipos utilizados pela Fábrica Nacional de Vagões.

O governador Natel visita as instalações da Fábrica Nacional de Vagões, 1971.
Arquivo Público do Estado de São Paulo.
Razão social Fábrica Nacional de Vagões S/A
Sociedade anônima
Atividade metal-mecânica
Gênero equipamentos ferroviários, auto-peças e equipamentos agrícolas
Fundação 22 de outubro de 1943
Fundador(es) [1]
Encerramento 1990
Sede Cruzeiro (São Paulo)
Presidente
  • Othon Barcellos Correa (1943-1965)
  • José Burlamaqui de Andrade (1965-1983)
  • Engesa (1983-1989)[2]
  • Arabian South American Investment Corporation (1989-1990)[3]
Produtos Equipamentos agrícolas, ferroviários e rodoviários, guindastes, gruas, auto-peças, peças fundidas
Faturamento US$ 211 milhões (1990) [4]
Sucessora(s) Iochpe-Maxion

A Fábrica Nacional de Vagões foi uma indústria ferroviária, sendo a primeira fabricante de vagões do Brasil, criada em 22 de outubro de 1943.[5][6] Em 1990, foi adquirida pela Iochpe-Maxion.[7]

Com a Segunda Guerra Mundial, a importação de peças e insumos para as ferrovias do Brasil tornou-se difícil. Com isso, os Estados Unidos incentivou a implantação de indústrias capazes de fabricar aqui grande parte dos equipamentos ferroviários para livrar a indústria americana para se dedicar ao esforço de guerra. Por ordem do presidente Roosevelt, o engenheiro Morris Llewellyn Cooke (1872-1960) foi enviado ao Brasil em 1942 com o objetivo de fomentar a industrialização do Brasil com auxílio técnico dos Estados Unidos.[8]

Com isso, o empresariado paulista se dividiu inicialmente em duas frentes: um grupo, liderado por Gastão Vidigal formou a Cobrasma em São Paulo e outro formado por Roberto Simonsen fundou a Fábrica Nacional de Vagões (FNV) no Rio de Janeiro. Posteriormente, no ano seguinte, surgiu um terceiro grupo em São Paulo liderado por Lauro Parente para formar a Mafersa. Diferente da Cobrasma, que recebeu discreto apoio estatal (através da compra de 0,5% de suas ações pelo estado de São Paulo por meio da Estrada de Ferro Sorocabana), a FNV recebeu áreas da Estrada de Ferro Central do Brasil em Marechal Hermes para implantar suas oficinas. Com o crescimento da produção, a fábrica foi transferida em 1946 para Cruzeiro (São Paulo), onde a FNV arrendou as oficinas da Rede Sul Mineira, empresa estatizada. Em 1945 uma carta anônima enviada para o Diário de Notícias denunciou um direcionamento de contratos de equipamentos ferroviários por parte do governo para as empresas FNV, IRFA e Santa Matilde, além de superfaturamento nos preços dos mesmos. Apesar das denúncias, nenhuma providência foi tomada.[9]

Após formada, recebeu do governo Vargas uma encomenda de construção de 1400 vagões de madeira para a Estrada de Ferro Central do Brasil.[10]

A FNV também chegou à fabricar TUE's) e carros de passageiros nos anos 60. Esse trem foi construído pela FNV em conjunto com a Cobrasma e a Santa Matilde em 1962.

Referências

  1. «História». Maxion Structural Components. 2019. Consultado em 10 de dezembro de 2019 
  2. «Mercado de carretas ganhou linha de tanques:Empresa começou com vagões». Folha de S.Paulo, ano 70, edição 22388, Caderno Negócios, página 3. 20 de julho de 1990. Consultado em 17 de dezembro de 2019 
  3. Folha Vale (31 de outubro de 1995). «Justiça começa a investigar venda da FNV». Folha de S.Paulo. Consultado em 17 de dezembro de 2019 
  4. «Edisa fecha capital». Jornal do Brasil, Ano CI, Edição 40, caderno Negócios e Finanças, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 18 de maio de 1991. Consultado em 9 de dezembro de 2019 
  5. «A crise dos transportes e a fabricação de vagões». Diário de Notícias, Ano XIV, edição 6462, página 7/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 17 de novembro de 1943. Consultado em 9 de dezembro de 2019 
  6. Marcelo Toledo (29 de outubro de 2019). «Exposição conta a história da primeira fábrica de vagões ferroviários do país». Folha de S.Paulo/republicado pela Associação Brasileira da Indústria Ferroviária. Consultado em 9 de dezembro de 2019 
  7. João F Scharinger (2014). «FNV (I)». Lexicar Brasil. Consultado em 9 de dezembro de 2019 
  8. Vera Calicchio (2009). «Missão Cooke». Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil- Fundação Getúlio Vargas (FGV). Consultado em 10 de dezembro 2019 
  9. «As revelações de três contratos». Diário de Notícias, Ano XV edição 6906, página 17/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 29 de abril de 1945. Consultado em 10 de dezembro de 2019 
  10. «FNV-Veículos e Equipamentos faz festa por seus 40 anos». Folha de S.Paulo, ano 63, edição 19923, página 13. 20 de outubro de 1983. Consultado em 10 de dezembro de 2019 

Ligações externas

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