Estêvão I da Ibéria
Estêvão I | |
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Príncipe da Ibéria | |
Dracma do príncipe Estêvão I | |
Reinado | 590-627 |
Antecessor(a) | Gurgenes I |
Sucessor(a) | Adanarses I |
Morte | 627 |
Nome completo | |
სტეფანოზ | |
Casa | guarâmida |
Pai | Gurgenes I |
Religião | Cristianismo |
Estêvão I (em georgiano: სტეფანოზ; romaniz.: Step'anoz I; 627) foi um príncipe da Ibéria da dinastia guarâmida de 590 a 627. Foi morto durante uma batalha contra um exército bizantino invasor.
História
[editar | editar código-fonte]Segundo a crônica georgiana, Estêvão foi um bagrátida, filho de Gurgenes I, o curopalata que reinou por 19 anos como mthawar des éristhaws da Geórgia, de 600 a 619.[1] Cyril Toumanoff e outros estudiosos modernos rejeitam essa relação e consideram-o membro da dinastia guarâmida, um ramo mais jovem da antiga dinastia real do Ibéria, que governou o Principado de Colarzena-Javaquécia.[2]
Seu pai, Gurgenes I, foi qualificado hegêmono em 572/575, recebendo em 588 o título de "príncipe primaz da Ibéria" e curopalata pelo Império Bizantino após a abolição, em 580, da monarquia ibérica pelo Império Sassânida. Ca. 590, Estêvão assumiu a sucessão e seu pai como o príncipe de Colarzena-Javaquécia e príncipe primaz da Ibéria.[3] Estêvão inverteu as políticas pró-bizantinas de seu pai para pró-iranianas e, por lealdade a seus suseranos sassânidas, conseguiu reunir a Ibéria sob seu domínio. Ele fez Tiblíssi sua capital e defendeu-a com uma força georgiano-iraniana quando o imperador bizantino Heráclio (r. 610–641), em aliança com os cazares,[nt 1] atacou a Ibéria em 626 (ver guerra bizantino-sassânida de 602-628). Estêvão foi morto por Ziebel, o líder dos cazares, e seu crânio foi mandado para Heráclio.[5][6] Seu ofício foi dado a Adanarses I, seu parente da dinastia cosroida.[7][8]
Seu reinado coincidiu com outro ponto crucial na história local. Quando Estêvão mudou da posição pró-bizantina à cooperação com os iranianos, suas simpatias religiosas deslocaram-se em direção ao anti-calcedonianismo, levando a sua adoção oficial pelo católico da Ibéria em 598 ou 599. Por 608, contudo, a Igreja Ortodoxa Georgiana retornou para uma posição calcedônia, o que levou a Igreja irmã da Armênia a quebrar comunhão com a Igreja georgiana e excomungar o católico Cirião I. Contudo, por volta da campanha de Heráclio houve uma vitória final da fé calcedônia na Ibéria.[9]
Estêvão foi o primeiro entre os governantes iberos que escreveu no anverso dos dracmas "ibero-sassânidas" cunhados por ele as iniciais de seu nome, simetricamente colocadas na borda em letras estilizadas georgianas. No reverso de suas moedas, em vez da chama sagrada (Atar), o principal emblema do zoroastrismo, ele colocou a Cruz - símbolo da vitória do cristianismo. Isto foi um ato político significativo apontando que Estêvão não tinha uma mera iranofilia, mas sim seus esforços para restabelecer a autonomia política da Geórgia Oriental e fortalecer a Igreja cristã.[10][11]
A placa de pedra exterior da Igreja da Vera Cruz em Misqueta, na Geórgia, menciona os principais construtores desta igreja: Estêvão, o patrício, Demétrio, o hípato, e Adanarses, o hípato que tinham sido igualados pelos estudiosos georgianos com Estêvão I, filho de Gurgenes I, Demétrio, irmão de Estêvão I, e Adanarses I. Porém, a opinião expressa pelo professor Cyril Toumanoff não abona esse ponto de vista, identificando-os com Estêvão II, Demétrio (irmão de Estêvão I), e Adanarses II (filho de Estêvão II), nessa ordem.[12]
Notas
- ↑ Embora as fontes bizantinas citem os povos aliados de Heráclio como cazares, atualmente é comum a identificação com os goturcos. Por conseguinte Ziebel é relacionado com Tong Jabgu.[4]
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Stephen I of Iberia», especificamente desta versão.
Referências
- ↑ Brosset 1830, p. 223.
- ↑ Toumanoff 1990, p. 533.
- ↑ Toumanoff 1990, p. 382; 533.
- ↑ Kaegi 2003, p. 143.
- ↑ Grousset 1973, p. 275.
- ↑ Assatiani 1997, p. 78-79.
- ↑ Suny 1994, p. 26.
- ↑ Martindale 1992, p. 1195-1196.
- ↑ Suny 1994, p. 27.
- ↑ Djobadze 1960, p. 118.
- ↑ Lang 1966, p. 100-101.
- ↑ Rapp 2003, p. 344.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Assatiani, Nodar; Alexandre Bendianachvili (1997). Histoire de la Géorgie. Paris: l'Harmattan. ISBN 2-7384-6186-7
- Brosset, Marie-Félicité (1830). Chronique Géorgienne. Paris: Imprensa Real
- Djobadze, Wachtang (1960). «The Sculptures on the Eastern Facade of the Holy Cross of Mtzkheta». Oriens Christianus
- Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot
- Kaegi, Walter Emil (2003). Heraclius: Emperor of Byzantium. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-81459-6
- Lang, David Marshall (1966). The Georgians. Westport, Connecticut: Praeger Publishers
- Martindale, John Robert; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8
- Rapp, Stephen H. (2003). Studies In Medieval Georgian Historiography: Early Texts And Eurasian Contexts. Lovaina: Peeters Publishers. ISBN 90-429-1318-5
- Suny, Ronald Grigor (1994). The Making of the Georgian Nation 2.ª ed. Bloomington: Indiana University Press. ISBN 0-253-20915-3
- Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila