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Dirceu Araújo Nogueira

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Dirceu Araújo Nogueira
Dirceu Araújo Nogueira
General Dirceu Nogueira, Ministro dos Transportes.
Dados pessoais
Nascimento 16 de maio de 1912
Santana do Livramento
Morte 6 de abril de 2002 (89 anos)
Rio de Janeiro
Esposa Abigail Faria Nogueira
Vida militar
País  Brasil
Força Exército
Anos de serviço 1931 a 1974 (43 anos)
Hierarquia
General de exército
Comandos

Dirceu Araújo Nogueira (Santana do Livramento, 16 de maio de 1912Rio de Janeiro, 6 de abril de 2002) foi um militar e político brasileiro.[1]

Nasceu em Santana do Livramento, no dia 16 de maio de 1912, filho de Carlos Domingos Nogueira e de Maria Araújo Nogueira.[1]

Depois de fazer o curso secundário no Colégio Militar de Porto Alegre, transferiu-se para a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, ingressando no Exército Brasileiro em abril de 1931. Optou pela arma de Engenharia e em janeiro de 1934 foi promovido ao posto de segundo-tenente. Ascendeu a primeiro-tenente em maio de 1936, a capitão em maio do ano seguinte, a major em junho de 1944, a tenente-coronel em julho de 1951 e a coronel em março de 1955.[1]

No decorrer de sua carreira militar, fez os cursos da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e da Escola Superior de Guerra da França. Foi instrutor da ECEME, trabalhou na Diretoria de Ensino do Exército e foi adjunto do Estado-Maior do Exército. Chefiou ainda a Diretoria de Engenharia e os gabinetes da Diretoria de Transportes e da Diretoria de Material de Engenharia. Comandou o 1º Batalhão Ferroviário, , sediado em Bento Gonçalves, no período de 24 de fevereiro de 1961 a 8 de abril de 1964.[2][1]

Promovido a general-de-brigada em março de 1964, aderiu ao movimento político-militar deflagrado no dia 31 daquele mês, que destituiu o presidente João Goulart. Foi Chefe do Estado-Maior do III Exército e do I Exército. Também chefiou o gabinete do Departamento de Produções e Obras do Exército. Em março de 1967, já durante o governo do marechal Artur da Costa e Silva, atingiu o posto de general-de-divisão. Foi Comandante Militar da Amazônia, em Belém, entre 10 de maio de 1967 e 9 de maio de 1968.[3] Em julho de 1971, foi promovido a general-de-exército e em setembro seguinte assumiu a chefia do Departamento de Engenharia e Comunicações do Exército.[1]

No início de 1974, foi convidado pelo presidente Ernesto Geisel para ocupar o Ministério dos Transportes, cargo que exerceu de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979, substituindo Mário Andreazza. Tendo aceito a incumbência, deixou a chefia do Departamento de Engenharia e Comunicações no dia 14 de março. Tomou posse no dia seguinte, quando teve início o governo Geisel, e, na ocasião, fez declarações acerca da necessidade de uma substancial mudança estratégica na política de transportes, devido à intensificação da crise internacional do petróleo. Dois dias depois assinou sua ficha de filiação ao partido governamental, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), afirmando em entrevista à imprensa seu propósito de participar de todas as realizações do partido e de contribuir para sua vitória no pleito de novembro daquele ano. Ainda em 1974, foi transferido para a reserva do Exército.[1]

Dentre suas iniciativas como ministro dos Transportes, destacaram-se a inauguração dos primeiros 320km da rodovia que liga o Rio de Janeiro a Santos, em setembro de 1975, e a criação, no mesmo mês, do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Transportes Urbanos, que representou o apoio do governo federal ao setor dos transportes nos municípios e áreas mais densamente povoadas. Em março de 1976, foi anunciada a desaceleração das obras de construção da Ferrovia do Aço, sob a alegação de carência de verbas. Em julho, foi inaugurada a primeira pista da Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo. Em outubro, abriu-se ao tráfego a rodovia entre Joaçaba e Campos Neves, em Santa Catarina. Em 1977, foi inaugurada a rodovia BR-174, ligando Manaus a Caracaraí, cuja construção, iniciada ainda na administração de Andreazza, suscitara muitas controvérsias devido ao fato de seu percurso cortar território da reserva indígena dos naquiri-atroaris, localizada no Amazonas.[1]

Em janeiro de 1978, foi entregue ao público o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão, o primeiro no país com instalações adequadas para receber aviões supersônicos. Umas das últimas obras concluídas durante sua administração foi a Ferrovia do Trigo, em dezembro do mesmo ano. A construção da ferrovia ligando Roca Sales a Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, que tivera seu projeto aprovado em 1973, era meta prioritária devido à sua importância para a economia nacional. No dia 15 de março de 1979, com o fim do governo Geisel, deixou o Ministério dos Transportes, sendo substituído por Eliseu Resende.[1]

A partir de então retirou-se para a vida privada, não voltando a se dedicar a nenhuma atividade profissional. Recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Pelotas em 1978.[4] Faleceu em Rio de Janeiro no dia 6 de abril de 2002.[1]

Foi casado com Abigail Faria Nogueira, com quem teve duas filhas.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j «Biografia na página do CPDOC» 
  2. «Antigos Comandantes do 1º BFv». Consultado em 12 de setembro de 2024 
  3. «Eternos Comandantes do CMA». Consultado em 18 de maio de 2021 
  4. «Grande Colar e Dr. Honoris Causa» (PDF). Universidade Federal de Pelotas. Setembro de 2023. Consultado em 19 de agosto de 2024 

Precedido por
Isaac Nahon

9º Comandante Militar da Amazônia

1967 - 1968
Sucedido por
Rodrigo Octavio Jordão Ramos
Precedido por
Mário Andreazza
Ministro dos Transportes do Brasil
1974 — 1979
Sucedido por
Eliseu Resende