Cynipoidea
Cynipoidea é uma superfamília de pequenas vespas escuras, pertencentes à ordem de insetos Hymenoptera.[1] Curiosamente, esta divisão taxonômica é vista como um grupo natural (ou seja, monofilético) desde a segunda metade do século XIX. No entanto, as famílias consideradas dentro da superfamília somente foram estabelecidas nos últimos 25 anos, com as relações filogenéticas sendo melhor delineadas para os subgrupos principais.[2]
Inclui, atualmente as seguintes famílias de vespas: Austrocynipidae, Ibaliidae, Liopteridae, Figitidae e Cynipidae.
Informalmente, dividem-se as vespas cinipoideas dentre dois grupos[3]: macrocinipoideos, contendo as três primeiras (Austrocynipidae, Ibaliidae, Liopteridae) e microcinipoideos, contendo as duas últimas: Figitidae e Cynipidae. Estes grupos podem ter algum suporte de monofilia, p.ex. para os microcinipoides, mas aparentemente os macrocinipoideos são um grupo mais basal.
No Brasil, encontram-se espécies de Liopteridae e Figitidae, enquanto que Ibaliidae está representada por uma única espécie introduzida de Ibalia Latreille. É possível que Cynipidae esteja presente no Brasil, porém ainda não há registros confirmados. Em geral, sabe-se muito pouco de biologia dos Cynipoidea na região Neotropical.
A maioria das vespas cinipoideas são pequenas[4], medindo de 1 a 5 mm, mas há aquelas dos grupos macrocinoipoides que chegam a 30mm. Geralmente são de cor marrom ou preta, mas nunca em tons metálicos. Diferentemente de outros Apocrita, as fêmeas apresentam 13 segmentos antenas (=11 flagelômeros) e os machos apresentam 14 ou 15; nos machos, o último flagelômero é engrossado e escavado lateralmente, o que pode estender-se a mais um ou dois flagelômeros abaixo. No tórax, o pronoto atinge a tégula. Apresentam venação das asas bem característica, reduzida: veia costal (C) ausente, pterostigma transformado em uma estrutura parecendo uma veia transversa engrossada, veia média (M) deslocada anteriormente, gerando poucas células fechadas. Os tarsos com 5 segmentos.
A taxonomia de Cynipoidea é complexa, dado que diversas linhagens apresentam semelhanças intricadas e limites mal definidos, de forma que diferentes gêneros foram mudados de família, principalmente entre Figitidae e Cynipidae, especialmente entre espécies fitófagas[5].
As glândulas antenais, presentes em todos himenópteros parasitoides, apresentam uma morfologia única para Diapriidae e Cynipoidea, bem como sua posição relativa nos segmentos antenais -- o que representa uma evidência de parentesco entre estas linhagens.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Ronquist, Fredrik (janeiro de 1999). «Phylogeny, classification and evolution of the Cynipoidea». Zoologica Scripta (em inglês) (1-2): 139–164. ISSN 0300-3256. doi:10.1046/j.1463-6409.1999.00022.x. Consultado em 13 de novembro de 2024
- ↑ Ronquist, Fredrik (outubro de 1995). «Phylogeny and early evolution of the Cynipoidea (Hymenoptera)». Systematic Entomology (em inglês) (4): 309–335. ISSN 0307-6970. doi:10.1111/j.1365-3113.1995.tb00099.x. Consultado em 13 de novembro de 2024
- ↑ Lima, A. da Costa (1938). Insetos do Brasil. Tomo 1. BR: Escola Nacional de Agronomia
- ↑ Buffington, Matthew L.; Nylander, Johan A. A.; Heraty, John M. (outubro de 2007). «The phylogeny and evolution of Figitidae (Hymenoptera: Cynipoidea)». Cladistics (em inglês) (5): 403–431. ISSN 0748-3007. doi:10.1111/j.1096-0031.2007.00153.x. Consultado em 13 de novembro de 2024
- ↑ Fontal-Cazalla, F (abril de 2002). «Phylogeny of the Eucoilinae (Hymenoptera: Cynipoidea: Figitidae)». Cladistics (em inglês) (2): 154–199. doi:10.1006/clad.2002.0196. Consultado em 13 de novembro de 2024